ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 COAGULAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS COM PARTÍCULAS MAGNÉTICAS E PARAMAGNÉTICAS Maria Cristina Cordeiro Dellatorre (1) Engenharia civil, 1975 - Escola de Engenharia de Lins, Especialização em Engenharia Ambiental 1986, Faculdade de Saúde Pública- USP, Pós Graduação em Engenharia Sanitária,1992,IHE - Delft. Arthur Pinto Chaves Eng. Metalúrgico Prof. Titular e Chefe do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade de São Paulo. FOTO Endereço(1): Rua Monte Aprazível, 327/44. São Paulo - SP. CEP: 4513031 - Tel/Fax (011) 866-4193 - e-mail: [email protected]. RESUMO A coagulação química em processos de tratamento de efluentes como auxiliar da sedimentação primária é prática largamente adotada em muitos países. No tratamento de esgotos sanitários foi praticamente abandonada no início do século em função das vantagens advindas do tratamento biológico. O desenvolvimento da indústria química mudou as características dos efluentes, a urbanização, que levou ao aumento das unidades de tratamento, a localização das estações, antes afastadas das populações e que se vêm atualmente no meio de áreas urbanizadas e as crescentes exigências quanto às características desejadas nos efluentes das estações de tratamento, tem levado à introdução de coagulantes nos processos de tratamento. Acresça-se a isto o maior inconveniente do uso de coagulantes a produção de maior volume de lodo, de difícil manuseio, e o encarecimento dos custos de disposição final. O uso de coagulante que reduza o volume de lodo, ou passível de recuperação e reuso seria portanto um grande ganho em direção à otimização dos processos de tratamento. O uso de partículas de material magnético capaz de nuclear coágulos e favorecer a sedimentação tem sido objeto de intensos estudos nas últimas décadas por muitos pesquisadores. Gradativamente, com o avanço do desenvolvimento dos equipamentos de separação magnética, e das restrições ambientais, do reduzido do consumo de energia e espaço requerido para o processo e instalações, esta técnica de tratamento vem sendo desenvolvida e sistemas implantados em alguns países, como a Austrália, Alemanha, Japão e Holanda e Estados Unidos. Neste trabalho procuramos verificar a utilização de magnetita e hematita, na coagulação de esgoto bruto, como auxiliar da decantação primária. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 398 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 PALAVRAS -CHAVE: Magnetita, Hematita, Coagulação, Sedimentação Primária, Carrier Magnético INTRODUÇÃO As estações que recebem esgotos domésticos misturados com efluentes industriais podem apresentar vários problemas como odor, variações bruscas de vazão e cargas de DBO e DQO, concentrações de metais e compostos tóxicos e inibitórios aos processos de lodos ativados e outros processos biológicos, comprometimento da qualidade do efluente final a ser lançado nas águas de superfície. A emissão de gás e compostos orgânicos voláteis dos tanques de processo e vertedouros e caixas de passagem trazem problemas de corrosão e riscos à saúde dos trabalhadores expostos de forma continuada (1,2). Nas águas residuárias clorofôrmio, cloreto de metileno e tetracloreto de carbono são formados pela reação de alvejantes de hipoclorito com substratos orgânicos complexos que se encontram nos sistemas de coleta de esgotos), o tricloroetileno (CHCl:CCl2) e cloreto de vinila (CH2:CHCl2) são formados pela desalogenação redutiva biológica anaeróbia de percloroetileno (tetracloroeteno Cl2C=CCl2 nas linhas de coleta de fluxo lento, ou nos digestores anaeróbios das estações de tratamento(3 ). Os compostos orgânicos como clorofôrmio e tetracloreto de carbono são emitidos em maiores proporções na caixa de areia aerada das estações, no tanque de aeração os compostos menos voláteis absorvem aos flocos de lodos ativados, e devido às características do processo de retorno do lodo do decantador secundário para o tanque de aeração, os compostos orgânicos se concentram no tanque de aeração dando origem a emissões que se prolongam, mesmo que se tenha originado de carga não contínua (2). Portanto, a redução do número de horas de aeração e redução da taxa de retorno de lodo, passa a ser conveniente quando a planta está sujeita a estas intercorrencias com freqüência elevada, ou no período em que as indústrias estejam implantando ou implementado seus projetos de controle interno. Os dados de pesquisa indicam que os níveis de odores são diretamente proporcionais à carga da demanda química de oxigênio (DQO) medida na unidade(4). As remoção de DQO com a coagulação anterior a sedimentação primária é da ordem de 60%. A taxa de degradação bioquímica dos sólidos orgânicos na massa líquida de esgotos é decrescente em relação ao aumento do tamanho das partículas. Portanto as partículas menores de matéria orgânica remanescentes após a coagulação e sedimentação tem maior taxa de oxidação bioquímica , acelerando o processo no tanque de lodos ativados, como pode ser observado na Tabela 1 (5). 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 399 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 Tabela 1 - Composição de matéria orgânica em águas residuárias (Balmat 1957, Heulekian e Balmat 1959, Richard e Hunter 1971). Classificação Solúvel Coloidal Supracoloidal Sedimentável Faixa de Tamanho < 0,08 ? m 0,08-1,0 ? m 1-100? m >100? m DQO (% do total) 25 15 26 34 COT (% do ,total) 31 14 24 31 Constituintes org. (% sol. totais) gordura 12 51 24 19 proteína 4 25 45 25 carboidratos 58 7 11 24 Taxa de oxidação 0,39 0,22 0,09 0,08 bioquímica K d-1 A maior eficiência na remoção dos sólidos também reduz a concentração de metais potencialmente tóxicos ao processo de lodos ativados, como pode ser observado na Tabela 2. Tabela 2 - Estação de tratamento de Eskilstuna, Suécia (SWEP 1985). METAL Zn Cu Ni Cr Pb Cd % SUSPENSA 51 48 13 71 71 82 Os metais como cobre, zinco, cobre, níquel, chumbo e cromo podem reagir com as enzimas microbianas para retardar ou inibir completamente o metabolismo no processo de lodos ativados. Além dos metais, compostos orgânicos como PAH e PCB’s, vírus e bactérias tem grande afinidade com material particulado. A coagulação/floculação anterior à sedimentação primária contribui na redução das intercorrências acima mencionadas. OBJETIVOS Os objetivos do presente trabalho ( uso de hematita ou magnetita como aditivos da coagulação): 1. Verificar a viabilidade do uso destas partículas, de grande densidade, que proporcionam rápida coagulação e sedimentação também devido a suas propriedades magnéticas e de superfície, e por reduzirem o volume de lodo. 2. Verificar em ensaios de bancada as concentrações necessárias para obter remoções satisfatórias em águas residuárias de estação de tratamento de efluentes industriais combinados com esgotos domésticos. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 400 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 3. Desenvolver novos coagulantes, com propriedades superiores aos existentes, por exigir tempos reduzidos de coagulação, floculação e sedimentação, reduzindo o volume das unidades de processo. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 401 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 TRATAMENTO DA ÁGUA COM CARREADORES MAGNÉTICOS Tratamento Magnético da Água O uso de carreadores magnéticos no tratamento de água e efluentes foi precedido pelo desenvolvimento do tratamento magnético da água de processos para redução da dureza e prevenir formação de incrustações, acelerar a cura do cimento e purificação de água. Neste tratamento, que foi patenteado por Vermerein na Bélgica em 1945, a água passa através de campos magnéticos, depois do que adquire propriedades anômalas que se mantém por horas e mesmo dias (6). O uso do tratamento magnético da água usada nos processos de beneficiamento de minérios, acelera a flotação, aumenta a recuperação, a seletividade e a atividade dos coletores, tendo efeito considerável no adensamento de polpas e coagulação de suspensões. O mais interessante são as observações dando evidência na mudança nas propriedades dos resíduos. Devido ao tratamento magnético da água e suspensões um resíduo consolidado mais denso e consolidado é obtido (particularmente em comparação com aquele obtido com poliacrilamida) KLASSEN ,1968 (6). Krylov et al. (1985) (7) relatou que o tratamento de sistemas coloidais de Al(OH) 3 e Fe(OH)3, com campos magnéticos de intensidade de 0,8x10 4 e 8x104 A/m, resultou em redução de 1214% no potencial zeta. Foi atribuído à desidratação dos contra-íons, os quais estabilizam o sistema coloidal. Foi observado que a área total da superfície das partículas diminui e também foi verificado um aumento na condutividade elétrica na lama do CaCO3. De acordo com as análises estatísticas, as mudanças nas propriedades acima fora significantes. Trabalhos posteriores constataram que o tratamento magnético da água pode reduzir as incrustações de carbonato de cálcio em trocador de calor em aproximadamente 50% e observou as modificações no pH decorrentes do tratamento magnético da água, em comparação com sistema de referencia ( Parsons et al, 1997) (8). Tratamento de Água e Águas Residuárias com Carreadores Magnéticos Seguida de Filtração Magnética As partículas magnéticas (magnetita, por exemplo) tem sido usadas em processos para remover substâncias químicas dissolvidas, como metais e fósforo, através de um precipitado magnético, fazendo-os coagular com produtos químicos e adição de partículas magnéticas antes da filtração magnética, (9) ,(10) , remoção por adsorsão de vírus (11), algas(12) e bactérias (13) , servem como adsorventes de células bacterianas que removem pesticidas (14), hidrocarbonetos clorados ( 15) e produzem lodo de menor volume (16) do que o obtido por outros coagulantes usuais. Elas podem ser recuperadas via filtração magnética e reusadas, reduzin do os custos de produção de coagulante, ou reduzindo os custos de disposição do lodo pela redução do volume e também , caso se consiga, pela recuperação dos metais absorvidos. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 402 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 Aplicado no tratamento de efluentes de usinas siderúrgicas contendo materiais ferromagnéticos e paramagnéticos, passsando-as por filtros magnéticos de alto gradiente (HGMS) (17). Para produtos químicos , por exemplo metais ionizados e fósforo, é necessário coagular com produtos químicos e acrescentado partículas magnéticas antes de passar pelo separador magnético. Mais recentemente tem sido estudado a o tratamento de esgoto doméstico bruto, e o tratamento terciário de esgotos, para remoção de fósforo e águas de lavagem de incineradores. Coagulação de Águas Residuárias com Partículas Magnéticas Booker et al (16) desenvolveu experiências de tratamento de esgotos brutos com partículas magnéticas, lavando-as antes de misturá-las ao esgoto bruto parcialmente sedimentado. Durante agitação de 3-5 min adicionou coagulantes extras, obtendo efluente final com DBO5 da ordem de 40 mg/l. As partículas magnéticas foram recuperadas após a sedimentação por separação magnética e lavadas por duas vezes com solução de soda caustica, pH 10,0. A dosagem de partículas magnéticas usada foi de 10 g/l, e as perdas na recuperação da ordem de 0,1%. Em países que impõem limites estritos de fosfato para lançamento em águas de corpos receptores, foi testada a remoção de fosfato por carrier magnético (magnetita) e posterior filtração em separador magnético. As perdas de magnetita no processo terciário de remoção de fósforo são da ordem de 1% ( dosagem utilizada 1g/l),(18). Processo de Coagulação Magnética O tratamento de água com separador magnético é baseado em agente fortemente magnético, como a magnetita. Nos estudos desenvolvidos por De Latour et al ( 1975) (19), partículas de 0,1 a 10 ? m livremente associadas em solução em aglomerados de 1 -30? m, 50-1000 ppm são adicionados antes do tratamento químico. Depois da dispersão coagulante químico foi usado ( aproximadamente 3-20 ppm) de um cátion como Al(III) ou Fe(III), e a solução é agitada por 1 a 5 minutos. Os produtos da solução sólidos suspensos e a magnetita formam um coágulo que é removido por HGMS. Adicionalmente aditivos de polieletrolitos são usados quando a solução tem teor de sólidos extremamente altos ou quando flocos muito firmes são necessários para obter taxas máximas de processamento no HGMS. O procedimento muito simples de adicionar as partículas magnéticas antes da coagulação e floculação tem quatro vantagens ( De Latour): 1. Se a adição da magnetita aumenta significativamente o teor de sólidos do sistema, isto ajudará a coagulação e floculação do sistema. 2. Os intrincados agregados de magnetita agem como superfícies adsorventes para os produtos da precipitação do coagulante, fazendo-os aderir e facilmente flocular com outros particulados não magnéticos com a mesma envoltória. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 403 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 3. O tempo de coagulação e floculação é minimizado, porque só é necessário associar outros particulados coloidais, ou semi coloidais com a magnetita; não sendo necessário longo tempo para crescimento dos flocos para a filtração. 4. A magnetita está firmemente ligada ao coágulo em quantidade suficiente para permitir taxas de filtração da ordem de 350 gpm (23 cm/s). A intensidade do campo magnético varia entre 1-10 kgauss dependendo da velocidade do fluxo. Mecanismos de Coagulação com Magnetita e Hematita Os ions absorvidos a superfície das partículas são os ions determinantes de potencial e estabelecem a carga das partículas. O pH em que a carga da superfície da partícula se torna zero é conhecido como ponto de carga zero (PZC). O pH em que o potencial zeta muda de sinal é conhecido como ponto isoeletrico (PIE). Para a hematita foram medidos valores de PZC ou PIE na faixa de pH 4,8 a 6,7, e para a magnetita pH 6,5. Em valor de pH acima do ponto isoeletrico, a carga de superfície da partícula se torna negativa, abaixo do pH do ponto isoeletrico , a superfície da partícula se torna positiva. Podemos observar na Tabela 3 valores de PZC para particulados encontrados em águas naturais e residuarias. Se acrescentarmos partículas de magnetita ou hematita em pH inferior a 6,5 a carga de superfície será negativa, oposta portanto a carga positiva da maioria dos particulados elencados na Tabela 3. Haverá uma força de atração eletrostática que provocara a aglomeração destes particulados sobre as partículas de hematita ou magnetita. Tabela 3 - Características de Particulados Encontrados em Águas Naturais e Residuárias. PARTICULADOS PZC PARTICULADOS PZC INORGANICOS (hidrofóbicos) Al(OH)3 7,5 - 8,5 CaCO3 8-9 Al2O3 9,1 Ca5(PO)43OH 6-7 CuO3 9,5 FePO4 3 Fe(OH)3 9,3 AlPO4 4 MgO 12,4 Orgânicos MnO2 2-4,5 Alga 3-5 SiO2 2-3,5 Bactéria 2-4 Argilas Acido Úmico 3 Kaolinita 3,3-4,6 Gotas de óleo 2-5 Montmorilonita 2,5 Asbestos Crisotila 10-12 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 404 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 Crocidolita 5-6 Fonte :Parks (1967) e Stumm e Morgan (1981)(20) 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 405 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 MATERIAIS E MÉTODOS Ensaios Jar test, utilizando o efluente da caixa de areia aerada da Ete Suzano, com correção do pH utilizando ácido sulfúrico, agitação rápida de 2 min e agitação lenta de 3 min. A eficiência foi medida pela remoção da DQO e o volume de lodo sedimentado em 1h foi verificado em cone Imhoff. Foram realizados ensaios simultâneos com a mesma amostra utilizando partículas magnéticas, paramagneticas, cloreto férrico com e sem adição de partículas magnéticas, sulfato ferroso clorado com e sem adição de partículas magnéticas ou paramagnéticas verificada a remoção de DQO e densidade do lodo obtido em cada ensaio. Amostras de efluentes : foram coletadas amostras de efluentes da ETE de Suzano, após passar ou grade grossa e media , e caixa de areia aerada. Hematita e Magnetita : as partículas magnéticas usadas foram gentilmente cedidas pelo laboratório de Tratamento de Minérios e Resíduos Industriais do Departamento de Engenharia de Minas da EPUSP. As amostras foram moídas em moinhos de bola, previamente submetidas ao moinho de rolos que reduziu o tamanho das amostras. A magnetita foi passada no separador magnético para eliminar alguma apatita ainda existente. Equipamento Jar Test : agitadores mecânicos, com pás de 75 mm de comprimento, 20 mm de altura e 10 mm de espessura, tendo a rotação medida pela oficina de manutenção da Ete Suzano, rotação rápida 355 rpm, agitação lenta : 120 rpm. Foram usados jarros cilíndricos de vidro, de 1l. Coagulantes cedidos pela Eta do Alto Tietê : cloreto férrico, densidade 1,42; concentração de FeCl3 = 568g/l, sulfato ferroso clorado , densidade 1,4; concentração de FeClSO4 = 450 g/l. Ensaios com 2 min de Agitação Rápida e 34 min de Agitação Lenta Foram adicionadas as partículas magnéticas e ou coagulantes, correção do pH para 5,5 c agitação rápida de 2 min e lenta de 3 min. Após a coagulação e floculação, foi deixado sedimentar no próprio bequer , e após uma hora foi retirada amostra do sobrenadante para ensaio de DQO.Os resultados estão na Tabela 4 abaixo. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 406 I - 066 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 4 - Resumo da primeira série de ensaios de coagulação. COAGULANTE DOSAGE REMOÇÃO DE DQO inicial M mg/l DQO (%) mg/l HEMATITA 2 60 1412,7 MAGNETITA 2 58,7 1412,7 HEMATITA + 2+2 61,5 1412,7 MAGNETITA HEMATITA 1 71,22 1906,56 HEMATITA 2 76,53 1906,56 MAGNETITA 1 41,53 782,33 FeCl 3 1 43,14 782,33 MAGNETITA 2 50,55 782,33 HEMATITA + 1+1 52,26 782,33 MAGNETITA HEMATITA + FeCl3 1+1 53,06 782,33 só correção do pH 37,87 782,33 DQO final mg/l 560,89 583,74 543,87 548,71 447,38 457,38 444,86 386,55 373,47 367,22 486,06 Ensaios com 30 segundos de Agitação Rápida Com o objetivo de simular a adição de coagulantes na entrada do decantador secundário, foram realizados ensaios apenas com 30 segundos de agitação rápida sem floculação, com correção do pH. Os resultados estão na Tabela 5 abaixo. O volume de lodo sedimentado em cone Imhoff foi lido após 1h. Podemos observar nos resultados queda significativa da eficiência de remoção de DQO. Tabela 5 - Resumo da Segunda Série de Ensaios - tempo de coagulação 30 s, floculação 0s, com correção do pH. Coagulante HEMATITA MAGNETITA FeClSO 4 FeCl3 MAGNETITA FeClSO4 FeCl3 HEMATITA MAGNETITA FeClSO 4 FeCl 3 FeClSO 4 + 2 mg de HEMATITA Dosagem Fe mg/l 1,2 1,2 2 2 1,2 2,5 3 6 6 10 10 10 + 1,2 Dosagem coag. mg/l 2 2 6,7 5,8 2 8,4 8,7 10 10 33,5 29 33,5 + 2 Remoção (%) DQO i mg/l DQO f mg/l 31,8 34,2 35,9 35,3 43,16 26 37 30,8 28,6 43,7 42,8 46,2 1305,3 1305,3 1305,3 1305,3 1196,6 1096,3 1096,3 1242,3 1242,3 1242,3 1242,3 1242,3 889,5 858,2 835,9 845 680,2 816,9 684,6 858,8 887,3 698,9 709,9 668,2 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Volume de lodo ml 13 14 17 18 10 4,5 7 24 28 20 407 I - 066 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental FeCL3 + 2mg de HEMATITA HEMATITA MAGNETITA FeClSO 4 FeCl 3 HEMATITA MAGNETITA FeCl 3 FeClSO 4 + 2mg de HEMATITA FeCl3 + 2mg de HEMATITA FeClSO 4 FeCl 3 HEMATITA MAGNETITA FeClSO 4 FeCL3 branco só correção do pH 10 + 1,2 29 + 2 49,8 1242,3 623,1 28 6 6 10 10 12 12 20 20 10 10 33,5 29 20 20 58 67 26,6 40 43,7 49 54,2 55,4 58,9 58,3 1061,6 1061,6 1061,6 1061,6 1676,5 1676,5 1676,5 1676,5 778,7 640,2 597,1 541,3 767 747 688,3 698,3 5 3,6 35 35 100 75 20 + 1,2 58 + 2 57,5 1676,5 712,9 90 20 20 18 18 30 30 67 58 30 30 100,5 87 34,5 29,6 22,9 21,8 40,4 42,4 17,1 16 1526,3 1526,3 1223,2 1223,2 1223,2 1223,2 1223,2 1223,2 999,8 1075,0 943,0 956,3 729,5 707,2 1014,4 1027,5 28 25 9 9 38 45 6 5 Ensaios Para Verificar a Densidade do Lodo Os ensaios foram realizados sem correção de pH. Nos dias em que foram realizados estes ensaios, o afluente à estação era vermelho, transparente, com forte odor, se sem sólidos em suspensão visíveis, ou seja , condições excepcionalmente ruins em comparação com os afluentes dos experimentos precedentes. Foram realizados ensaios em dois dias consecutivos, 15 e 16 de junho de 1995, com os resultados nas Tabelas 6 e 7 abaixo. Os ensaios foram realizados sem correção do pH devido à características do pH, cor vermelha e pH 8. TABELA 6 - Resumo dos resultados dos ensaios de densidade do lodo realizados no dia 15 de junho de 1995. Coagulante Dosagem Massa de Densidad Fe/mg/l Lodo e de Lodo g g/l HEMATITA 1,21 0,0567 78,1 MAGNETITA 1,2 0,0496 70,9 FeClSO 4 2 0,0519 51,9 FeCl3 2 0,0472 47,2 FeClSO 4 +2mg de hematita e correção do 2 0,076 38 pH FeClSO 4 + 5mg de hematita 2 0,0604 60,4 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 408 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 066 TABELA 7 - Resumo dos resultados dos ensaios para verificar a densidade dos lodos realizados em 16 de junho de 1995. COAGULANTE DOSAGEM MASSA SECA DENSIDADE Fe (mg/l) g g/l MAGNETITA 4 0,3793 94,8 FeClSO4 4 0,468 6,8 FeCl3 4 0,4792 47,92 FeClSO4 + 2mg de hematita 4 0,4532 40,4 FeCl3 + 2mg de hematita 4 0,5162 57,4 CONCLUSÕES As remoções obtidas com pequenas dosagens de partículas magnéticas e paramagnéticas com 2 min de agitação rápida e 3 min de agitação lenta, com correção de pH. obteve índices de remoções entre 50 a 69 % de DQO. A adição de partículas magnéticas e/ou paramagnéticas produziram lodo de menor volume, quando usados individualmente ou quando combinados com sulfato ferroso ou cloreto férrico em comparação com os ensaios realizados com cloreto férrico ou sulfato ferroso clorado individualmente. A adição de partículas magnéticas aumenta a eficiência de remoção dos dois coagulantes acima mencionados. As perdas dos processos de tratamento com partículas magnéticas com recuperação das partículas são da ordem de 10 mg/l. Como as dosagens usadas forma muito pequenas, não haveria interesse econômico na recuperação e reuso das partículas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Lager, J. A. et al., Volatile Organic Carbon Emission-Control Systems. Water Environmental Technology, June 1990. Lurker, P.A., et al., Worker Exposure to ChlorinatedOrganic Compounds from the Activated-sludge Wastewater Treatment Process.American Industrial Hygiene Associatino Journal,44(1983). 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