Índice
Introdução | 3
O que fazem os bancos quando constatam que
o nome de um seu cliente foi incluído na LUR? | 6
Uso e convenção de cheque | 3
De que modo devo utilizar o cheque? | 3
É possível saber se o meu nome consta
na LUR? | 7
O que significa utilizar indevidamente
o cheque? | 3
Que poderei fazer se o meu nome constar
indevidamente na LUR? | 7
O que pode acontecer a quem utilizar
indevidamente o cheque? | 4
Como posso saber qual foi o banco que esteve
na origem da inclusão do meu nome na LUR? | 7
O que significa a convenção de cheque?
E a rescisão da convenção? | 4
Durante quanto tempo os bancos não podem
celebrar nova convenção de cheque porque
as entidades constam na LUR? | 7
Quais os motivos de devolução que podem levar
à rescisão da convenção? | 4
Se o emitente for também o beneficiário
do cheque devolvido, fica igualmente impedido
de utilizar cheques? | 4
Quais as consequências da utilização
de impressos de cheque que o titular tinha
obrigação de devolver por força da rescisão
de convenção? | 4
Se tiver sido rescindida a convenção de cheque,
como poderá ser movimentada a conta
de depósitos? | 5
Regularização de cheques devolvidos | 5
Como pode ser regularizado um cheque
devolvido? | 5
Qual é o prazo para regularização? | 5
A notificação pelo banco sacado para
regularização tem algum conteúdo especial? | 5
Quais são as consequências da não
regularização? | 6
A listagem de utilizadores de cheque
que oferecem risco (LUR) | 6
O que é a listagem de utilizadores de cheque
que oferecem risco (LUR)? | 6
É o Banco de Portugal que determina a inclusão
do nome de uma entidade na LUR? | 6
Qual o objetivo da divulgação da LUR? | 6
O que devo fazer para ver o meu nome
removido da LUR? | 7
Quanto custa o pedido de remoção? | 8
Contas coletivas. Cotitulares
e representantes | 8
Nas contas com mais de um titular,
o que acontece aos cotitulares não emitentes
do cheque devolvido? | 8
Como poderá um cotitular não emitente
demonstrar o alheamento? | 8
A rescisão da convenção de cheque também é
extensiva aos representantes não emitentes? | 9
A rescisão de convenção é extensiva a todos
os cotitulares de todas as contas nas quais
conste a entidade incluída na LUR? | 9
Prazo para apresentação a pagamento.
Cheques pré-datados | 9
A restrição também é aplicada nos casos em que
o cheque é apresentado fora do prazo legal? | 9
A restrição também é aplicada nos casos em que
o cheque é pré-datado? | 10
Responsabilidade criminal | 10
Emitir um cheque que seja devolvido por falta
de provisão é considerado crime? | 10
E se o cheque tiver sido devolvido por motivo
diferente de falta de provisão também
pode ser considerado crime? | 10
A obrigatoriedade de pagamento abrange todos
os cheques de valor não superior a 150,00 €? | 11
Em que situações é possível proibir o banco
de pagar o cheque? | 10
Em que circunstâncias o banco é obrigado
a pagar os cheques independentemente
do seu montante? | 12
As pessoas condenadas pelo crime de emissão
de cheque sem provisão ficam proibidas
de passar cheques? | 11
A obrigatoriedade de pagamento do cheque
liberta o seu emitente do dever de restituir
a importância paga pelo banco? | 12
Por que razão os cheques até 150,00 €
não têm proteção criminal? | 11
Nos casos em que os bancos pagam os cheques
porque são obrigados, também pode ocorrer
a rescisão da convenção? | 12
Obrigatoriedade de pagamento
de cheques | 11
Legislação e regulamentação em vigor | 12
Em que consiste a obrigatoriedade
de pagamento? | 11
Postos de atendimento
do Banco de Portugal | 13
Os cadernos do Banco de Portugal têm por finalidade exclusiva prestar informação ao público em geral, não se
destinando a ser utilizados para dirimir eventuais conflitos emergentes das relações estabelecidas entre os prestadores de serviços de pagamentos e os seus clientes.
Eventuais alterações ao conteúdo deste caderno, decorrentes de modificações legais, regulamentares e outras,
serão introduzidas no sítio do Banco de Portugal na internet – http://www.bportugal.pt – e no Portal do Cliente
Bancário – http://www.clientebancario.bportugal.pt – para os quais remetemos.
Cadernos do Banco de Portugal já publicados
1. Débitos diretos
2. Transferências a crédito | 3. Cheques. Regras gerais | 4. Cheques. Restrição ao seu uso | 5. Central
de Responsabilidades de Crédito* | 6. Cartões bancários* | 7. Central de Balanços* | 8. Notas e moedas de euro | 9. Abertura
e movimentação de contas de depósito | 10. Terminais de Pagamento e Caixas Automáticos.
|
* também publicados em inglês
CHEQUES. RESTRIÇÃO AO SEU USO | Coleção Cadernos do Banco de Portugal • Banco de Portugal Av. Almirante Reis, 71
| 1150-012 Lisboa • www.bportugal.pt • Edição Departamento de Sistemas de Pagamentos • Design Departamento de Serviços
de Apoio | Serviço de Edições e Publicações • Lisboa, janeiro 2015 • ISSN 2182-178X (online)
Cheques. Restrição ao seu uso
3
Introdução
Neste caderno, o Banco de Portugal esclarece as
obrigatoriedade de aceitação de cheques pelos
principais questões relacionadas com o uso inde-
beneficiários. Outras foram modificadas para
vido do cheque.
melhor se adequarem às realidades económi-
Em Portugal, existe um elaborado regime jurídi-
ca, financeira e judicial: por exemplo, foi extinta
co que previne e reprime a utilização abusiva do
a responsabilidade criminal com a regularização
cheque. Apesar de insignificante em relação ao
dentro de certo prazo.
volume de cheques pagos, o número de cheques
Daí a importância de que todos, emitentes e bene-
devolvidos, sobretudo por falta de provisão, justificou a manutenção de regras muito exigentes
para os infratores.
ficiários, conheçam as regras gerais de uso do
cheque – descritas no Caderno n.º 3 do Banco de
Portugal (http://www.bportugal.pt/pt-PT/Publicacoe-
As regras relacionadas com a utilização do
seIntervencoes/Banco/CadernosdoBanco/Paginas/
cheque têm vindo a sofrer alterações nos últi-
CadernosdoBanco.aspx) – e as consequências da
mos anos. Algumas leis criadas para fomentar
utilização abusiva do cheque, abordadas neste
o uso do cheque já foram revogadas, como a
caderno.
Uso e convenção de cheque
De que modo devo utilizar
o cheque?
O que significa utilizar
indevidamente o cheque?
O cheque deve ser emitido sobre fundos disponí-
Há utilização indevida de cheque quando o ban-
veis na conta de depósitos, observando os requisi-
co1 recusa o seu pagamento ao beneficiário por
tos de preenchimento enunciados e desenvolvidos
motivo imputável ao sacador. Há também utili-
no Caderno n.º 3 desta coleção (Cheques: Regras
zação indevida nos casos em que, não existindo
Gerais). O bom uso do cheque existe quando se
provisão suficiente na conta, o cheque é pago
verifica o pagamento ao beneficiário da quantia
pelo banco por ser de valor não superior a 150,00 €.
nele indicada. A utilização indevida do cheque
pode ter como consequência a restrição.
1. Utilizamos simplificadamente a expressão banco para designar qualquer prestador de serviços de pagamentos autorizado a receber depósitos do público e consequentemente a “pagar” os cheques sacados
sobre as contas a que respeitam.
4
Cheques. Restrição ao seu uso
O que pode acontecer a quem
utilizar indevidamente o cheque?
O mau uso do cheque pode ter como consequência a restrição do seu uso, ou seja, a adoção de
um conjunto de medidas que visam, sobretudo,
impedir o fornecimento de cheques às entidades
– pessoas singulares ou coletivas (empresas) –
que tenham utilizado indevidamente este instrumento de pagamento. Estas medidas podem ter
natureza contratual ou judicial. Se um cheque for
• conta encerrada – quando foi extinto o contrato
de depósito por iniciativa do cliente ou do banco;
• saque irregular – quando existe divergência
ou insuficiência de assinatura;
• conta bloqueada – quando o saldo da conta
está indisponível por decisão de autoridade
judicial;
• conta suspensa – quando tiver falecido um dos
titulares de conta coletiva e enquanto não se efetuar a partilha de bens.
devolvido por algum dos motivos indicados, o seu
Nos dois últimos motivos de devolução enunciados,
emitente sujeita-se a ser incluído na listagem de
apenas serão considerados para efeitos de even-
utilizadores de cheque que oferecem risco, dora-
tual rescisão da convenção os cheques com data de
vante designada abreviadamente por LUR e a ser
emissão posterior ao bloqueamento ou suspensão
punido criminalmente, caso se verifiquem vários
e se existir provisão na conta, embora indisponí-
pressupostos.
vel. Se não existir provisão bastante, o cheque será
O que significa a convenção
de cheque? E a rescisão
da convenção?
A convenção de cheque é o contrato que permite a movimentação da conta de depósitos através
de cheque. Os bancos são obrigados a pôr fim a
esse contrato (rescisão) se, depois de devolverem
os cheques emitidos por um cliente, este não proceder à sua regularização dentro do prazo concedido para o efeito. Os bancos devem igualmente rescindir a convenção se verificarem que um
cliente passou a constar na LUR.
Quais os motivos de devolução
que podem levar à rescisão
da convenção?
Um cheque pode ser devolvido por:
• falta ou insuficiência de provisão – quando,
respetivamente, o saldo da conta de depósitos
devolvido por falta ou insuficiência de provisão.
Se o emitente for também
o beneficiário do cheque
devolvido, fica igualmente
impedido de utilizar cheques?
Quem emitir um cheque a seu favor não põe em
causa o espírito de confiança que preside à sua
circulação. Todavia, o banco sacado não sabe,
nem tem de saber, que o beneficiário do cheque devolvido é o seu cliente. Por isso, quando
for notificado, é necessário demonstrar este facto
junto do banco, em alternativa à regularização.
Quais as consequências
da utilização de impressos
de cheque que o titular tinha
obrigação de devolver por força
da rescisão de convenção?
é zero ou não chega para permitir o seu paga-
Sempre que sejam emitidos cheques utilizando
mento pelo banco;
impressos que deveriam ter sido entregues ao
Cheques. Restrição ao seu uso
banco depois da notificação da rescisão, estes
acontecimentos são comunicados ao Banco de
Portugal, exista ou não provisão na conta para o
seu pagamento. A comunicação, no caso de contas com mais de um titular, é feita apenas em
nome daquele ou daqueles que participarem na
5
Se tiver sido rescindida
a convenção de cheque,
como poderá ser movimentada
a conta de depósitos?
provisão ou for de valor não superior a 150,00 €, o
A rescisão da convenção não impede a movimentação da conta de depósitos através de cheques
avulso. Se estes cheques se destinarem a levantamentos serão simples, se se destinarem a pagamentos serão visados pelo banco. Além disso,
podem sempre ser utilizados outros instrumentos
colocados à disposição pelo banco: cartões, débi-
banco pagará o cheque.
tos diretos, transferências a crédito, etc.
sua emissão, não existindo qualquer mecanismo
de extensão, ao contrário do que sucede na rescisão da convenção de cheque. Além disso, o banco
não pode recusar o pagamento do cheque pelo
facto de o sacador se encontrar na LUR. Se existir
Regularização de cheques devolvidos
Como pode ser regularizado
um cheque devolvido?
Para que um cheque se considere regularizado é
necessário liquidar a importância nele indicada e
demonstrar o seu pagamento junto do banco. Um
cheque devolvido por algum dos motivos indicados considera-se regularizado se:
• o portador o voltar a apresentar e receber o
montante nele indicado;
Qual é o prazo
para regularização?
O prazo para regularização é de trinta dias consecutivos, contados a partir da data em que o
emitente do cheque receber a notificação do seu
banco (sacado) para o fazer. A notificação é feita
por carta registada, para a morada que tenha sido
indicada ao banco, considerando-se efetuada
mesmo que o destinatário recuse receber a carta
ou não se encontre na morada por si indicada.
• o sacador proceder a depósito, à ordem do
portador;
• o sacador exibir prova do seu pagamento ao
portador.
Nas duas últimas formas de regularização indicadas,
são devidos juros de mora a partir da apresentação
do cheque a pagamento, calculados à taxa legal
acrescida de dez pontos percentuais. Ainda no caso
de regularização efectuada por depósito à ordem
do portador, o mesmo deverá ficar cativo durante
seis meses, se entretanto não tiver sido novamente
apresentado a pagamento o cheque em causa.
A notificação pelo banco sacado
para regularização
tem algum conteúdo especial?
Sim. A notificação deve indicar:
• o local onde o cheque deve ser regularizado;
• a data em que termina o prazo para regularização;
• o número de conta, o número de cheque e o
montante respetivo;
6
Cheques. Restrição ao seu uso
• as modalidades de regularização;
• as consequências da não regularização.
• a obrigação de devolução dos módulos fornecidos pelo banco e não utilizados;
• a inclusão na LUR a difundir pelo Banco de
Quais são as consequências
da não regularização?
As consequências da não regularização de cheque devolvido são:
• a rescisão da convenção de cheque;
• a proibição de emitir cheques;
Portugal;
• a impossibilidade de se extinguir a responsabilidade criminal.
A rescisão da convenção é também notificada por
carta registada na qual se exige a devolução dos
módulos fornecidos e não utilizados.
A listagem de utilizadores de cheque
que oferecem risco (LUR)
O que é a listagem
de utilizadores de cheque
que oferecem risco (LUR)?
É constituída pelo conjunto de entidades, pessoas
singulares e coletivas (empresas), com as quais os
bancos tenham rescindido a convenção de cheque por utilização indevida e, com essa utilização,
tenham posto em causa o espírito de confiança
que preside à sua circulação. O Banco de Portugal
comunica esta listagem a todos os bancos.
É o Banco de Portugal que
determina a inclusão do nome
de uma entidade na LUR?
Não. O Banco de Portugal apenas centraliza
as comunicações de rescisão da convenção de
cheque e de utilização após rescisão efetuadas
por cada banco e comunica aos bancos o nome
(e outros elementos identificativos) das entidades
objeto dessa rescisão de convenção de cheque
ou que tenham utilizado cheques após rescisão,
violando o dever de se absterem de os emitir.
A inclusão do nome das entidades, a informação
desse facto às próprias entidades e a identificação do cheque ou cheques que fundamentaram
a rescisão são da responsabilidade dos bancos.
Qual o objetivo
da divulgação da LUR?
A listagem é comunicada com o objetivo de levar ao
conhecimento de todo o sistema bancário a impossibilidade de serem celebradas convenções de cheque com os clientes que integrem a lista. As instituições de crédito que não são bancos e não aceitam
depósitos estão igualmente autorizadas a aceder à
LUR, tendo em vista a avaliação do risco de crédito.
O que fazem os bancos quando
constatam que o nome de um
seu cliente foi incluído na LUR?
Quando os bancos verificam que o nome de um
titular ou seu representante em conta de depósitos
Cheques. Restrição ao seu uso
7
por carta registada na qual também se exige a
Como posso saber qual foi o
banco que esteve na origem da
inclusão do meu nome na LUR?
devolução dos módulos fornecidos e não utiliza-
O banco, antes de transmitir a decisão de rescisão
dos. Se determinado cliente não possuir impres-
de convenção ao Banco de Portugal, teve previa-
sos de cheque os bancos estão proibidos de lhos
mente de notificá-lo. Primeiro, dando-lhe um pra-
fornecer enquanto o seu nome se mantiver na
zo para regularizar o cheque ou cheques devolvi-
referida listagem.
dos, depois, informando-o da decisão de rescisão
aberta num seu balcão foi incluído na LUR, devem
rescindir a convenção de cheque com ele, se esta
convenção estiver ativa. A rescisão é notificada
e da obrigação de comunicação ao Banco de
É possível saber se o meu nome
consta na LUR?
As pessoas podem solicitar essa informação jun-
Portugal. De qualquer forma, é sempre possível
solicitar ao Banco de Portugal informação sobre o
que consta em seu nome na LUR.
da consulta no sítio da internet (www.bportugal.pt).
Durante quanto tempo os
bancos não podem celebrar nova
convenção de cheque porque as
entidades constam na LUR?
Apenas poderão ser dadas informações ao próprio
Durante dois anos, contados a partir da data de
to do banco no qual tenham conta, uma vez que
o Banco de Portugal comunica a LUR a todos os
bancos. Podem também dirigir-se ao Banco de
Portugal, por escrito, presencialmente ou através
ou a quem demonstre ter poderes para o representar. A lista dos postos de atendimento está disponível no final deste caderno.
Consultar o Portal do Cliente Bancário.
www.clientebancario.bportugal.pt
Que poderei fazer se o meu
nome constar indevidamente
na LUR?
Todas as pessoas têm por lei o direito de acesso às
informações que lhes digam respeito e a requerer
a sua retificação, nomeadamente se os dados estiverem incompletos ou incorretos. Pode também
dar-se o caso de, por mero lapso, terem sido preteridas formalidades essenciais ou outras que constituam fundamento das comunicações dos bancos
ao Banco de Portugal. Nestes casos, os bancos
devem anular a rescisão e requerer ao Banco de
Portugal a anulação da inclusão do seu nome na
LUR e a eliminação das comunicações efetuadas.
entrada na listagem, os bancos não poderão celebrar nova convenção de cheque. Mas o Banco de
Portugal pode decidir a remoção antes de decorrido aquele prazo, se existirem circunstâncias ponderosas que justifiquem a necessidade de utilizar
cheques.
O que devo fazer para ver o meu
nome removido da LUR?
Qualquer banco poderá propor ao Banco de Portugal a remoção da LUR das entidades com as quais
tenha rescindido a convenção de cheque desde que,
cumulativamente, se verifiquem três condições:
• os cheques que fundamentaram o mau uso
(devolvidos ou pagos pelo banco por serem
de valor não superior a 150,00 €) estejam
regularizados;
• os impressos de cheque fornecidos e não utilizados tenham sido devolvidos ou declarada a
sua inexistência;
8
Cheques. Restrição ao seu uso
• sejam invocadas as razões que justifiquem a
necessidade de movimentar as suas contas
através de cheque (circunstâncias ponderosas).
Não estando os bancos obrigados a propor a
remoção, qualquer entidade poderá requerer ao
Banco de Portugal que o seu nome deixe de constar na LUR, desde que se verifiquem as condições
referidas.
Quanto custa o pedido
de remoção?
Os bancos são obrigados a informar os seus clientes, através de preçário, dos custos que cobram
por este serviço. Existem outras despesas relacionadas com a restrição ao uso de cheque (designadamente notificações por carta registada) e com a
regularização dos cheques devolvidos, que pode-
NOTA: Não existe nenhum formulário específico
para pedir a remoção. São apenas aceites pedidos assinados pelo próprio ou por quem tenha
poderes para o representar, enviados por correio
rão ser eventualmente repercutidas nas contas
ou fax ou entregues nos centros de atendimento,
sibilidade de cobrança, pelo banco, das despesas
acompanhados de cópia do seu documento de
relacionadas com a restrição ao uso de cheque,
identificação e indicando morada para envio de
não pode constituir fundamento impeditivo de
resposta. Antes de formular o pedido de remo-
considerar os cheques regularizados ou de recu-
ção ao Banco de Portugal, o requerente deve
sa de aceitação dos módulos não utilizados. Aos
demonstrar, junto do banco sacado, que os che-
processos de remoção junto do Banco de Por-
ques estão regularizados e devolver os módulos
tugal não está associado qualquer custo para os
não utilizados (ou declarar a sua inexistência).
requerentes.
de depósitos das entidades a que respeitam.
Todavia, os clientes devem ser informados em
permanência destas despesas. Contudo, a impos-
Contas coletivas. Cotitulares e representantes
Nas contas com mais
de um titular, o que acontece
aos cotitulares não emitentes
do cheque devolvido?
Se o cheque devolvido não tiver sido regularizado dentro do prazo legal, a rescisão da conven-
anulação da inclusão do seu nome na LUR e a eliminação das comunicações efetuadas.
Como poderá um cotitular
não emitente demonstrar
o alheamento?
ção é extensiva a todos os cotitulares. Todavia, os
A demonstração de que é alheio aos atos que
cotitulares não emitentes têm a possibilidade de
motivaram a rescisão deve ser efetuada junto do
demonstrar que são alheios aos atos que motiva-
banco sacado e será este que terá em conside-
ram a rescisão.
ração, entre outras, as seguintes circunstâncias
Se tal suceder, o banco tem o dever de anular
meramente indiciadoras:
a rescisão relativamente a esses titulares não
• declaração do titular emitente a assumir a res-
emitentes e de solicitar ao Banco de Portugal a
ponsabilidade exclusiva;
Cheques. Restrição ao seu uso
• separação judicial ou divórcio dos titulares;
• emissão de cheque de montante anormal face
aos demais movimentos da conta.
A rescisão da convenção de
cheque também é extensiva aos
representantes não emitentes?
Não. A rescisão por extensão só atinge as contas
coletivas e, nestas, os titulares não emitentes. Um
representante não é um titular. Existe, por vezes,
confusão entre estas duas figuras. No caso das
empresas, são estas as titulares das contas e os seus
representantes são as pessoas (sócios ou não) que
movimentam as contas em nome dessas empresas.
9
representação. Todavia, podem emitir cheques
sobre as contas nas quais figurem como titulares
ou em representação de outras empresa.
A rescisão de convenção
é extensiva a todos os
cotitulares de todas as contas
nas quais conste a entidade
incluída na LUR?
Não. Apenas atinge os cotitulares da conta sobre a
qual foi sacado o cheque que, por não ter sido regularizado dentro do prazo, fundamentou a rescisão.
Os cotitulares de outras contas na mesma instituição ou noutras instituições não podem ser atingidos.
Os representantes que não tenham assinado o
Todavia, lembramos que os bancos não são obri-
cheque devolvido não são atingidos pela resci-
gados a celebrar convenções de cheque, podendo
são da convenção com a empresa, mas estão
recusar-se a fornecer cheques para movimentação
impossibilitados de o fazer no exercício dessa
de contas onde exista um titular que conste na LUR.
Prazo para apresentação a pagamento.
Cheques pré-datados
A restrição também
é aplicada nos casos em que
o cheque é apresentado fora
do prazo legal?
Não. O cheque deve ser apresentado a pagamento no prazo de oito dias, contados a partir da data
que nele constar como data de emissão e não a
partir da data de entrega ao beneficiário. O cheque
que tenha sido apresentado fora de prazo e venha
a ser devolvido não tem proteção legal e o seu emitente não poderá ser punido criminalmente nem
ver rescindida a convenção do seu uso.
NOTA: O prazo de oito dias aplica-se aos cheques
emitidos e pagáveis em Portugal. O prazo pode
ser de vinte ou de setenta dias, consoante o lugar
de emissão e o lugar de pagamento se situem,
respetivamente, na mesma ou diferentes partes
do mundo (i.e., em países situados no mesmo
continente ou em continentes diferentes). Sendo
diferente o lugar de emissão, para aplicação da
restrição ao uso de cheque apenas relevam os
cheques pagáveis em Portugal.
10
Cheques. Restrição ao seu uso
A restrição também
é aplicada nos casos em que
o cheque é pré-datado?
Um cheque considera-se pré-datado se tiver sido
existir provisão. Mas, se for devolvido por falta ou
insuficiência de provisão, não terá consequências
para o emitente. No entanto, se o mesmo cheque
tiver sido apresentado dentro do prazo legal, o
emitente tem o dever de o regularizar e, se o não
entregue ao beneficiário em data anterior à que
fizer, verá rescindida a convenção do seu uso.
consta no cheque como data de emissão. Se esse
Deverá ter-se em atenção que o emitente de um
cheque for apresentado a pagamento antes da
data que consta no cheque como data de emissão, os bancos procederão ao seu pagamento se
cheque pré-datado não pode ser punido pelo crime de emissão de cheque sem provisão.
Responsabilidade criminal
Emitir um cheque que seja
devolvido por falta de provisão
é considerado crime?
• proíbe injustificadamente o banco de pagar o
cheque;
• encerra a conta ou, de qualquer modo, altera as condições de movimentação de modo a
Sim, desde que observadas determinadas condi-
impedir o seu pagamento, nos casos em que
ções. Em primeiro lugar, o valor do cheque tem de
o cheque tenha sido apresentado dentro do
ser superior a 150,00 €. Depois, é preciso que a
prazo legal.
falta de provisão ou a devolução por outro motivo
cause prejuízo patrimonial. Finalmente, que tenha
sido apresentado a pagamento nos termos e prazos legais. Compete exclusivamente aos tribunais
o julgamento destas situações. O procedimento
criminal depende de queixa.
E se o cheque tiver sido
devolvido por motivo diferente
de falta de provisão também
pode ser considerado crime?
São equivalentes à falta de provisão todas as
situações em que, antes ou depois da emissão de
um cheque, o emitente do mesmo:
• levanta os fundos necessários para o seu
pagamento;
É igualmente punido por lei endossar um cheque recebido, conhecendo as causas do seu não
pagamento.
Em que situações é possível
proibir o banco de pagar o
cheque?
A proibição de pagamento é permitida nos casos
em que exista justa causa para revogar o cheque
(ex: roubo, furto, extravio, etc.), mas a prestação
de falsas declarações ao banco quanto ao motivo
para proibir o pagamento pode fazer incorrer o
sacador na prática do crime de emissão de cheque sem provisão. A revogação do cheque é abordada no Caderno n.º 3 desta coleção (Cheques:
Regras Gerais).
Cheques. Restrição ao seu uso
As pessoas condenadas
pelo crime de emissão
de cheque sem provisão ficam
proibidas de passar cheques?
A pena principal aplicável é de prisão até 3 anos ou
multa, agravada para 5 anos e multa até 600 dias
se o valor do cheque for elevado. Mas o tribunal
pode também aplicar a pena acessória de interdição do uso de cheque que terá a duração mínima
de 6 meses e máxima de 6 anos.
11
os impressos de cheque em seu poder e abster-se de os emitir, sob pena de praticar os crimes
de desobediência e desobediência qualificada,
respetivamente.
Por que razão os cheques
até 150,00 € não têm proteção
criminal?
Os cheques de valor não superior a 150,00 € não
precisam de proteção criminal porque são obriga-
O Banco de Portugal está incumbido por lei de
informar os bancos que ficam proibidos de fornecer cheques a quem tiver sido aplicada a referida
pena acessória. Além disso, quem tiver sido con-
toriamente pagos pelos bancos sacados mesmo
denado nesta pena tem a obrigação de restituir
dentemente do montante.
que não exista provisão na conta respetiva. Mas,
em determinadas circunstâncias, os bancos são
igualmente obrigados a pagar cheques indepen-
Obrigatoriedade de pagamento de cheques
Em que consiste a
obrigatoriedade de pagamento?
A obrigatoriedade de pagamento traduz-se numa
garantia que a lei concede ao beneficiário do
plo, furtado ou apresentado fora de prazo. Existem as seguintes exceções à obrigatoriedade de
pagamento:
• roubo, furto ou extravio;
cheque de que este, se emitido por valor não
• abuso de confiança;
superior a 150,00 €, será pago pelo banco, mes-
• endosso irregular;
mo que não exista provisão na conta de depósi-
• rasura no extenso para caber no montante
tos. A obrigatoriedade de pagamento existe também quando os cheques tiverem sido fornecidos
e os bancos estavam proibidos de o fazer.
A obrigatoriedade
de pagamento abrange todos
os cheques de valor
não superior a 150,00 €?
Não. Não faria qualquer sentido obrigar um banco a pagar um cheque que tivesse sido, por exem-
atingido pela obrigatoriedade;
• apropriação ilegítima do cheque;
• a existência de sérios indícios de falsificação;
• a revogação por apresentação fora de prazo
ou por justa causa, feita em documento assinado pelo sacador.
12
Cheques. Restrição ao seu uso
Em que circunstâncias
o banco é obrigado a pagar
os cheques independentemente
do seu montante?
Nos casos em que não exista provisão na conta,
os bancos estão obrigados a pagar os cheques
emitidos pelos seus clientes através de impressos
fornecidos com violação do dever de rescisão da
convenção ou se tiver sido celebrada nova convenção após rescisão, sem autorização do Banco
de Portugal. O mesmo sucede nos casos em que
tiverem sido fornecidos impressos de cheque a
entidades que constem na LUR ou que tenham
sido interditas do seu uso pelos tribunais.
A obrigatoriedade
de pagamento do cheque
liberta o seu emitente do dever
de restituir a importância
paga pelo banco?
Nos casos em que os bancos
pagam os cheques porque
são obrigados, também pode
ocorrer a rescisão da convenção?
O procedimento é muito parecido com o seguido nas situações em que o cheque não é pago.
Difere nas modalidades de regularização porque,
no caso de um cheque pago pelo banco, apenas
será possível regularizar esse cheque depositando a importância respetiva na conta sobre a qual
foi sacado (afetando-a ao pagamento) ou em conta indicada pelo banco para o efeito. Os prazos e
as consequências da não regularização são idênticos aos anteriormente mencionados a propósito
dos cheques devolvidos.
Não. O banco que paga os cheques fica subrogado nos direitos do portador até ao limite da quantia paga. Quer isto dizer que o banco tem o direito
de exigir a restituição da importância que pagou.
Legislação e regulamentação em vigor
Decreto-Lei n.º 454/91, de 28 de dezembro, na
Aviso n.º 1741-C/98, de 29 de janeiro, publicado
redação dada pelo Decreto-Lei n.º 316/97, de
no Diário da República II Série, de 4 de fevereiro.
19 de novembro, pelo Decreto-Lei n.º 83/2003,
de 24 de abril e pela Lei n.º 48/2005, de 29 de
agosto.
Cheques. Restrição ao seu uso
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Caderno n.º 4 do Banco de Portugal: Cheques