Indicação Geográfica Cacau Cabruca Sul da Bahia: Agregação de
valor e conservação da Mata Atlântica
Reis, Adriana3; Conceição, Anderson1; Lyrio, Cláudio 1,3; Neto, Biano Alves2; Rosa, André Luiz4; Ahnert, Dario4;
Mello, Durval Libânio Netto2
1 Bolsista FAPESB/UESC, e-mail: [email protected]; 2 Professores IFBaiano – Uruçuca, e-mail:
[email protected]; [email protected]; 3 Pesquisadores INSTITUTO CABRUCA, e-mail:
[email protected]; [email protected]; 4 Professores Universidade Estadual de Santa Cruz –
UESC, e-mail: [email protected]; [email protected]
INTRODUÇÃO
O Brasil por muitos anos foi um dos principais produtores mundial de
cacau, sendo a Bahia um dos estados do país com importante
representatividade no mercado nacional e internacional. A região Sul da
Bahia onde se estabelece o cultivo do cacau, em especial num sistema
conhecido como cabruca desenvolvido pelos pioneiros da lavoura
cacaueira, criou uma intima relação de produção e conservação num
mesmo espaço, garantindo assim a manutenção do ecossistema e
desenvolvimento sustentável regional. Na década de 70 a CEPLAC é o
órgão responsável pela classificação do cacau destinado a exportação e
devido à sua qualidade física e organoléptica oriundo de todo o processo
de produção e processamento o cacau produzido na Bahia fica conhecido
como Cacau Tipo I Bahia, ganhando assim notoriedade no mercado
internacional e conferindo-lhe premiações na Bolsa de Valores de Nova
York. Com a chegada da vassoura-de-bruxa, doença que atacou várias
áreas essa região vive uma época de crise com a redução da produção e
não produz mais o Cacau Tipo I Bahia, atrelado a esse fator os produtores
em busca de gerarem renda começam a desmatar a Mata Atlântica,
utilizando espécies nativas de madeira para diversos fins entre eles a
secagem do cacau em secadores, fato esse que interfere na qualidade das
amêndoas de cacau.
OBJETIVO
O projeto Indicação Geográfica do Cacau Cabruca Sul da Bahia tem como
objetivos motivar e envolver os produtores de cacau e suas organizações
para o reconhecimento da Indicação de Procedência (IP) Cacau Bahia
produzido na região Sul da Bahia, junto ao INPI – Instituto Nacional da
Propriedade Industrial, obtendo assim a proteção deste produto que
ficou conhecido nacional e internacionalmente devido a sua qualidade
peculiar, agregação de valor a produção e conservação dos aspectos
sociais, ambientais e econômicos estabelecidos por essa atividade,
instituir um regulamento de uso da IG para que os produtores
requerentes possam se adequar aos processos de padronização,
rastreabilidade e boas práticas de produção e processamento das
amêndoas de cacau, estruturar formas de inspeção e controle, além de
monitorar o regulamento de uso da IG para esses produtores, buscar a
valorização e divulgar internacionalmente a imagem do país e da região
cacaueira do Sul da Bahia através da cultura, história, origem e
conservação da Mata Atlântica através do cultivo do cacau no sistema
Cabruca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INPI – INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL – (Brasil).
Indicação
Geográfica
–
IND.
GEO.
Disponível
em:<htpp://www.inpi.gov.br/indicação_geografica/ apresentação.htm?tr1>
Acesso em: 15 abr 2012.
MAPA – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO –
(Brasil). Disponível em: <htpp://www.agricultura.gov.br/>
Acesso em: 18 abr 2012.
METODOLOGIA
A primeira etapa no processo da realização da IG foi feita a avaliação da
organização dos produtores, escolhendo-se assim a APC (Associação dos
Produtores de Cacau), que será a requerente da IG em parceria com
COOPERAPC (Cooperativa Agroindústria do Cacau e Chocolate), COOPAG
(Cooperativa Agrícola de Gandú), AGIIR (Associação dos Gestores de
Ibirataia, Ipiaú e Região), COOAFBA (Cooperativa da Agricultura Familiar da
Bahia), Cooperativa Cabruca, Fazenda Lajedo do Ouro, Mars Cacau e RPPN
Mãe da Mata. O segundo passo foi o levantamento histórico cultural da
região comprovando assim a existência do cultivo do cacau na região Sul da
Bahia, descritas nas obras de importantes autores renomados como Jorge
Amado, Cyro de Matos, Adonias Filho, Euclides Neto e Sosígenes Costa, a
partir daí criou-se o Conselho Regulador da IG, que deverá orientar e
controlar a produção, elaboração e a qualidade dos produtos, completando
todos esses processos foram realizados seminários de mobilização e
sensibilização dos produtores para reconhecimento da IG e suas vantagens
para o Sul da Bahia, definição e implementação dos padrões de controle de
qualidade das amêndoas de cacau, busca da autenticidade, registro da
marca e proteção da IP Cacau Cabruca Sul da Bahia junto ao INPI,
divulgação nacional e internacional através do site na internet de todo o
processo de produção, suas zonas produtoras, a história associada ao
produto, contatos para sua comercialização, e o regulamento de uso.
Figura 1: Área de produção Cacau
Caburca.
CONCLUSÃO
A partir de experiências de outras Indicações Geográficas tanto
estrangeiras quanto nacionais, observa-se que é de tamanha importância
registrar a marca Cacau Superior Bahia consistindo assim na proteção dos
agricultores, proteção e agregação de valor ao produto que possui
característica histórico-cultural dentro da região Sul da Bahia, e nesse
sentido provocará ainda uma reordenação produtiva, política, turística,
sócio-cultural e territorial.
Esse reconhecimento será também
importante para que essa região entre novamente no mercado com força
e consiga disputar com os países produtores que hoje se encontram em
sua frente como o Equador no atributo qualidade, outro fator de grande
relevância é a preservação da Mata Atlântica, onde o cacau cultivado em
consórcio com espécies da floresta nativa ou sistema cabruca garantirá a
conservação da biodiversidade da flora e fauna da área delimita
geograficamente.
AGRADECIMENTOS
SEBRAE. Valorização de produtos com diferencial de qualidade e
identidade: indicações geográficas e certificações para competitividade nos
negócios. Brasília: Sebrae, 2005. 232p.
Figura 2: Barcaça estrutura
tradicional para secagem do
Cacau Cabruca.
Download

Abrir - NBCGIB