N¼ 49 | ABRIL _JUNHO 2010 | Edi‹o Trimestral | Distribui‹o Gratuita
ƒTICA
PROFISSIONAL
ENTREVISTA AO COLEGA
JOSƒ RODRIGUES DE JESUS,
VICE PRESIDENTE DO CONSELHO
DIRECTIVO DA ORDEM
RELATîRIO
ANUAL
COMISSÌO DO CONTROLO
DE QUALIDADE
AUDITORIA
CONTABILIDADE
IDENTIFICA‚ÌO
E AVALIA‚ÌO DO RISCO,
POR VIA DO CONHECIMENTO
DA ENTIDADE A AUDITAR
ENQUADRAMENTO NORMATIVO
DOS ACTIVOS BIOLîGICOS
E SUAS PROBLEMçTICAS:
UMA ANçLISE COMPARATIVA
Mafalda Costa Ferreira
Cl‡udia Araujo Mendes
A INTERVENÇÃO
DO ROC INSPIRA
CONFIANÇA
AOS AGENTES
ECONÓMICOS
O ROC PREVINE RISCOS
DEFENDE A LEGALIDADE
ANTECIPA PROBLEMAS
ENCONTRA SOLUÇÕES
Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
Rua do Salitre 51 - 53 1250-198 Lisboa
T 21 353 61 58 | F 21 353 61 49
www.oroc.pt
BOAS PRçTICAS
Ant—nio Gonalves Monteiro
BASTONçRIO
A actividade profissional dos Revisores Oficiais
de Contas (ROC) tem vindo a ser objecto de
profundas altera›es, no que se refere, sobretudo,
ˆ aboli‹o de limites quantitativos para a aceita‹o
de clientes, ˆ fixa‹o do valor dos honor‡rios a
praticar pelos servios prestados e, ainda, no que
respeita ˆ n‹o proibi‹o de certas ac›es
promocionais.
Tinha-se conscincia dos riscos e dos efeitos
negativos que deveriam resultar de uma apressada
desregula‹o, tendo procurado monitorizar-se o
processo, por forma a promover as mudanas
necess‡rias num contexto de estabilidade.
Considero inquestion‡vel que as op›es tomadas
foram acertadas e s— pecaram por tardias. Abolir
limites quantitativos para a aceita‹o de clientes
ou fixar administrativamente o valor m’nimo dos
honor‡rios a praticar s‹o realidades do passado
com que as actuais leis do mercado n‹o se
compadecem e que os normativos comunit‡rios
reprimem.
Mas o que se passou, afinal?
Contrariamente ˆs expectativas, verificou-se que
ter‡ havido uma interpreta‹o errada, pelo menos
pela parte de alguns, ao confundirem menor
regula‹o com liberaliza‹o, dando origem a
pr‡ticas censur‡veis de concorrncia desleal.
A Ordem tem vindo a recolher evidncia de que,
em v‡rias situa›es, os honor‡rios praticados n‹o
s‹o suficientes para financiar os custos incorridos
com as remunera›es de tŽcnicos com
qualifica›es adequadas para realizar o trabalho,
em conformidade com os requisitos de exigncia,
competncia e qualidade que o Estatuto da Ordem
estabelece.
A natureza e o ‰mbito do trabalho e o tempo a
despender pelos ROC n‹o podem ser
condicionados pelo valor dos honor‡rios acordados,
mas t‹o s— pela suficincia dos procedimentos
que Ž necess‡rio adoptar para sustentar de forma
adequada as conclus›es a extrair e a opini‹o
profissional a emitir.
ƒ normal que em tempo de crise as pr‡ticas
concorrenciais sejam mais intensas, mas n‹o Ž
aceit‡vel que se apresentem ofertas de servios
cuja execu‹o se sabe, ˆ partida, que vai ser
deficiente pelo simples facto de os honor‡rios se
revelarem insuficientes, n‹o hesitando recorrer
ao incumprimento dos normativos aplic‡veis,
sejam eles tŽcnicos, Žticos ou deontol—gicos.
O nœmero de ocorrncias de natureza disciplinar,
verificado nos œltimos anos, revela bem que a
Ordem n‹o se demitiu de exercer as suas fun›es,
n‹o hesitando em sancionar as situa›es de que
consegue obter provas objectivas.
Mas n‹o poderei deixar de censurar as pr‡ticas
de v‡rias entidades pœblicas que, cientes da
escassez de oferta de servios, limitam os valores
m‡ximos dos honor‡rios suscept’veis de
adjudica‹o para n’veis que eles pr—prios assumem
e reconhecem como sendo incomport‡veis para
o adjudicat‡rio.
Nestes casos, o ROC tem de fazer a sua avalia‹o
consciente e recusar a candidatura sempre que
n‹o conseguir reunir condi›es satisfat—rias para
cumprir a sua miss‹o, no respeito pelos normativos
aplic‡veis e assegurando a salvaguarda da sua
responsabilidade profissional.
Nada do que se refere constitui uma tentativa de
limitar a concorrncia. Bem pelo contr‡rio,
entendemos que a livre concorrncia Ž benŽfica
e deve ser incentivada, mas ter‡ que existir
suficiente garantia do cumprimento das exigncias
profissionais, para assegurar igualdade de
oportunidades e a salvaguarda do interesse
pœblico.
e as pr‡ticas profissionais dos Revisores e Auditores
a contratar. ƒ da maior import‰ncia obter
informa›es, designadamente, sobre os seguintes
aspectos:
á Identifica‹o da estrutura organizativa
á Detentores do capital
á Liderana da entidade
á Sistema de governa‹o
á Sistema de supervis‹o
á Defini‹o interna de responsabilidades
á Gest‹o do risco
á C—digo de conduta
á Independncia profissional
áÊRelat—rio de transparncia
á Qualifica‹o e suficincia dos recursos humanos
á Resultados dos controlos de qualidade
á Aspectos disciplinares
á Situa‹o financeira
á Riscos e contingncias
Revisores e Auditores tm que fazer progressos e
procurar ser um exemplo de boas pr‡ticas,
tomando a iniciativa de facultarem ao mercado
toda a informa‹o relevante, ˆ semelhana, ali‡s,
do que j‡ fazem a maior parte das entidades de
interesse pœblico. Por outro lado, Ž essencial que
os —rg‹os sociais encarregados da selec‹o de
Revisores e Auditores passem a exigir mais
informa‹o sobre as suas organiza›es e mais
evidncia das suas pr‡ticas profissionais efectivas.
Nos dias de hoje, a selec‹o dos ROC n‹o pode
ser efectuada, sobretudo, com base no preo. ƒ
essencial que os clientes passem a obter evidncia
de um conjunto de informa›es sobre a actividade
01
03
EM FOCO
VICE PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO, RESPONSçVEL
PELA COMISSÌO DE ƒTICA
1. A Žtica Ž um tema cuja discuss‹o tem sido levantada cada vez
com mais frequncia em referncia aos diversos dom’nios da
sociedade. Incluem-se nesses dom’nios as actividades empresarial
e financeira, nas quais se desenrola a actua‹o do Revisores.
Considera que a prossecu‹o de princ’pios Žticos por parte dos
respons‡veis pela governa‹o das empresas, das institui›es
financeiras ou outras entidades Ž relevante para os Revisores que
nelas exercem fun›es?
Devo, preliminarmente, referir que em matŽria t‹o sens’vel n‹o
podem, em geral, afirmar-se certezas e, em particular, tenho de
necessariamente me distanciar do que suponho ser o meu pr—prio
comportamento.
Parece —bvio que a atitude dos diferentes respons‡veis de quem
depende a presta‹o da informa‹o Ž decisiva para o trabalho do
Revisor.
SUMçRIO
01 EDITORIAL
03 EM FOCO
ƒTICA PROFISSIONAL
Entrevista ao Colega JosŽ Rodrigues de Jesus
Vice - Presidente do Conselho Directivo da Ordem
Na verdade, a posi‹o de Òcepticismo profissionalÓ que caracteriza
o trabalho do Revisor tem como pressuposto situa›es de
normalidade de comportamento dos agentes respons‡veis pela
apresenta‹o dos documentos de presta‹o de contas e pela
condu‹o dos neg—cios.
Ora, se o ponto de partida do trabalho do Revisor j‡ tem de incluir
uma folga para o comportamento menos adequado daqueles
respons‡veis, a tarefa torna-se porventura exponencialmente dif’cil,
eventualmente de imposs’vel realiza‹o.
Facilmente se compreende que as implica›es das distor›es de
informa‹o e os custos aliados ao controlo e ˆ supera‹o das
dificuldades s‹o nefastas para o tecido econ—mico e social.
ƒ, por todas estas raz›es, hoje tema recorrente a responsabilidade
social dos diferentes agentes econ—micos - a dos Revisores sempre
foi uma inerncia por todos reconhecida.
03
16
16
ENQUADRAMENTO
NORMATIVO
DOS ACTIVOS BIOLîGICOS
E SUAS
PROBLEMçTICAS:
UMA ANçLISE COMPARATIVA
32
06 NOTêCIAS
CONGRESSO DA FEE EM VENEZA
X CONGRESSO DOS ROC - ƒTICA E RESPONSABILIDADE
08 ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
ENCONTROS NA ORDEM - GESTÌO DE RISCO
SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIA‚ÌO DE ESTçGIO
CERIMîNIA - 25 ANOS DE PROFISSÌO
RECEP‚ÌO AOS NOVOS ROC
SORTEIO PòBLICO E RELATîRIO DA COMISSÌO
DO CONTROLO DE QUALIDADE
16 AUDITORIA
IDENTIFICA‚ÌO E AVALIA‚ÌO DO RISCO, POR VIA DO CONHECIMENTO
DA ENTIDADE A AUDITAR
CASO CONCRETO PARA O SECTOR HOSPITALAR PòBLICO
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira
32 CONTABILIDADE
ENQUADRAMENTO NORMATIVO DOS ACTIVOS BIOLîGICOS
E SUAS PROBLEMçTICAS: UMA ANçLISE COMPARATIVA
32
40
Cl‡udia Araœjo Mendes
40 FISCALIDADE
O TRATAMENTO CONTABILêSTICO E FISCAL
DOS CONTRATOS DE CONSTRU‚ÌO
Luis Almeida
44 DIREITO
PROCEDIMENTOS PRƒ-CONTRATUAIS PREVISTOS NO CîDIGO
DOS CONTRATOS PòBLICOS
Sandra Barrosa
40
44
54 MUNDO
COMISSÌO EUROPEIA DIVULGA RESULTADOS DA CONSULTA PòBLICA
SOBRE A ADOP‚ÌO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
COMISSÌO EUROPEIA VAI EMITIR LIVRO VERDE SOBRE A AUDITORIA
56 LAZER
MUSEU DO ORIENTE
ENTRETENIMENTO
44
61 FORMA‚ÌO CONTêNUA
PLANO DE FORMA‚ÌO PROFISSIONAL CONTêNUA
SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2010
DIRECTOR : Ant—nio Gonalves Monteiro | DIRECTORA ADJUNTA: Ana Isabel
Morais | COORDENADORA: Ana Cristina Doutor Sim›es | CONSELHO DE
REDAC‚ÌO: Domingos JosŽ da Silva Cravo, Lu’sa Anacoreta Correia , Ant—nio
Sousa Menezes | DESIGN: Ins Ferreira | APOIO E SECRETARIADO: Ana Filipa
Gonalves | PROPRIEDADE: Ordem dos Revisores Oficiais de Contas | Rua do
Salitre 51 1250-198 LISBOA | [email protected] | NIPC : 500918937 |
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vinculam a OROC
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Fundador
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EM FOCO
VICE PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO, RESPONSçVEL
PELA COMISSÌO DE ƒTICA
1. A Žtica Ž um tema cuja discuss‹o tem sido levantada cada vez
com mais frequncia em referncia aos diversos dom’nios da
sociedade. Incluem-se nesses dom’nios as actividades empresarial
e financeira, nas quais se desenrola a actua‹o do Revisores.
Considera que a prossecu‹o de princ’pios Žticos por parte dos
respons‡veis pela governa‹o das empresas, das institui›es
financeiras ou outras entidades Ž relevante para os Revisores que
nelas exercem fun›es?
Devo, preliminarmente, referir que em matŽria t‹o sens’vel n‹o
podem, em geral, afirmar-se certezas e, em particular, tenho de
necessariamente me distanciar do que suponho ser o meu pr—prio
comportamento.
Parece —bvio que a atitude dos diferentes respons‡veis de quem
depende a presta‹o da informa‹o Ž decisiva para o trabalho do
Revisor.
Na verdade, a posi‹o de Òcepticismo profissionalÓ que caracteriza
o trabalho do Revisor tem como pressuposto situa›es de
normalidade de comportamento dos agentes respons‡veis pela
apresenta‹o dos documentos de presta‹o de contas e pela
condu‹o dos neg—cios.
Ora, se o ponto de partida do trabalho do Revisor j‡ tem de incluir
uma folga para o comportamento menos adequado daqueles
respons‡veis, a tarefa torna-se porventura exponencialmente dif’cil,
eventualmente de imposs’vel realiza‹o.
Facilmente se compreende que as implica›es das distor›es de
informa‹o e os custos aliados ao controlo e ˆ supera‹o das
dificuldades s‹o nefastas para o tecido econ—mico e social.
ƒ, por todas estas raz›es, hoje tema recorrente a responsabilidade
social dos diferentes agentes econ—micos - a dos Revisores sempre
foi uma inerncia por todos reconhecida.
03
EM FOCO
2. Os revisores analisam, pois, os princ’pios Žticos seguidos
pelos respons‡veis pela governa‹o das entidades em que
exercem fun›es. Como se pode verificar que essa an‡lise
afecta o trabalho que desenvolvem?
Como referi, no limite o Revisor tem de afastar-se do trabalho, o que,
por si, Ž uma atitude que implica, n‹o o seu desprest’gio, mas o
desprest’gio da pr—pria actividade econ—mica e social objecto de
aprecia‹o.
Quando o Revisor n‹o pode ou n‹o deve desistir, tem de munir-se
de instrumentos de an‡lise sofisticados, j‡ sem falar nas hip—teses
de investiga‹o de fraudes.
ƒ necess‡rio dizer, sem estar a exagerar a defesa do Revisor, que em
muitos casos este, mesmo que use os meios que integralmente
est‹o ao seu dispor corre o risco de alcanar uma conclus‹o que,
afinal, vem a demonstrar-se, com outra robustez de meios que lhe
s‹o externos, n‹o tinha qualquer correspondncia com a realidade.
3. Os Revisores de Contas, no exerc’cio das suas fun›es
desempenham um papel relevante na sociedade,
nomeadamente no funcionamento da economia. Concorda
com a afirma‹o de que o trabalho do Revisor credibiliza a
informa‹o prestada pelas entidades, permitindo aos agentes
interessados a tomada de decis›es com base em informa‹o
fi‡vel. A prossecu‹o de princ’pios Žticos por parte dos
Revisores assume, tambŽm, relev‰ncia significativa. Como?
Falamos de que Žtica? Para com os seus clientes, para com
os Colegas, para com a sua Profiss‹o, para com o mercadoÉ?
04
O trabalho do Revisor s— tem mesmo a fun‹o de sinalizar a
informa‹o no sentido de a tornar cred’vel. Se este objectivo falhasse,
a tarefa do Revisor seria inœtil e desapareceria.
ƒ, ent‹o, imprescind’vel que no comportamento do Revisor se
conjuguem a competncia tŽcnica, em todas as suas formas e com
a adequa‹o ˆs diversas realidades, e uma inquebrant‡vel postura
Žtica e deontol—gica, insuscept’vel de m‡cula e exemplar.
Sem esta postura, que supostamente h‡-de culminar a aplica‹o
das melhores pr‡ticas na gest‹o e na elabora‹o da informa‹o,
pode dizer-se que a sociedade n‹o sai beneficiada do exerc’cio da
entidade em aprecia‹o e n‹o ficam credibilizados os gestores.
Julgo que quando se fala de Žtica e de deontologia tem de adoptarse uma atitude global - n‹o entendo uma Žtica para clientes diferente
da usada na rela‹o com os colegas. Trata-se de um estado de
pensamento e de ac‹o que n‹o permite grada›es.
4. Poder‹o existir lit’gios entre os princ’pios Žticos? Ser Žtico
para com a profiss‹o, para com a Ordem, pode implicar n‹o
ser Žtico para com um Colega? Ser Žtico para com um cliente
pode prejudicar a Žtica para com o mercado? Que Žtica se
deve sobrepor?
N‹o sei a santidade pode ser parcial. Nem digo que o Revisor Ž santo.
A postura, como disse, s— pode ser una.
ƒ muito exigente? ƒ. O revisor pode ter uma atitude lœdica - pode e
Ž bem que tenha: mas mesmo ao jogar ˆs cartas tem de manter
um padr‹o de irrepreensibilidade.
6. Sabemos que a Comiss‹o de ƒtica da OROC tem vindo a
trabalhar na elabora‹o de um projecto do novo C—digo de
Žtica que se prev que venha a ser divulgado pela primeira
vez no Congresso dos ROC a realizar em 21 e 22 do pr—ximo
ms de Outubro. Sem prejudicar a divulga‹o oficial que
ocorrer‡ nessa data, podemos saber j‡, em traos gerais, quais
os princ’pios fundamentais que v‹o ser defendidos nesse
c—digo e como v‹o ser defendidos? Quais as novidades mais
significativas face ao c—digo de Žtica anterior?
O projecto de C—digo de ƒtica - cuja concep‹o adaptada ˆ nossa
realidade n‹o Ž f‡cil - segue de perto o C—digo do IFAC, como n‹o
podia deixar de ser, tanto pela nossa vincula‹o a este Organismo,
como pela excelncia das solu›es, por vezes complexas, nele
plasmadas.
Julgo que teremos um c—digo muito mais extenso, que abarcar‡ o
actual e ter‡ os prolongamentos decorrentes da altera‹o das
condi›es de exerc’cio da profiss‹o, das novas diversas normais e
do apuramento que a disciplina entretanto obteve.
Sempre direi, que ainda temos um C—digo que Ž um excelente
instrumento de liga‹o entre n—s e com os agentes com quem nos
relacionamos. O resto deriva da aplica‹o de uma espŽcie de ƒtica
natural ˆ nova realidade.
Podemos sempre dormir descansados? Podemos - mas levantarmonos com a inten‹o de adoptar as atitudes correctas durante o dia,
perante todos. Pode este discurso ser considerado uma homilia? H‡
pessoas que entendem que a profiss‹o, para alŽm de atŽ poder ser
um neg—cio, Ž um sacerd—cio.
5. A IFAC (International Federation of Accountants) apresentou
o C—digo de ƒtica revisto em Julho de 2009, a vers‹o anterior
datava de Junho de 2005. Quais as altera›es verificadas
neste per’odo que justificaram uma necessidade de revis‹o
do c—digo de Žtica? O c—digo anterior n‹o se mostrou adequado
ou trata-se apenas de uma afina‹o do c—digo? Como poderiam
ser resumidas em traos gerais as novidades deste c—digo de
Žtica da IFAC revisto?
A mais recente vers‹o converteu - esticando a express‹o - o C—digo
de ƒtica num C—digo da Independncia.
A extens‹o dedicada ˆ independncia Ž enorme, por necess‡ria,
tendo em aten‹o a mœltipla variedade de apresenta‹o corporativa
dos agentes da revis‹o, a complexidade das entidades objecto de
revis‹o e a diversidade dos espaos onde exista a actividade
econ—mica e onde se exerce a revis‹o.
A quest‹o das sociedades ganhou uma import‰ncia crucial e o
assunto das redes trouxe implica›es de grande monta.
7. De acordo com o exposto, o C—digo de ƒtica da IFAC revisto
e o C—digo de ƒtica que vai ser apresentado em Outubro pela
OROC contm altera›es significativas. Constata-se, tambŽm,
que a revis‹o do c—digo a emitir pela OROC foi harmonizada
com a revis‹o do c—digo de Žtica da IFAC. Quem beneficia
das altera›es introduzidas? O revisor, a profiss‹o de revis‹o
de contas, ou a sociedade?
Todos beneficiam com a adop‹o do novo c—digo - que ainda est‡
a ser projectado e que ser‡ brevemente apresentado para discuss‹o
e aprova‹o.
A ideia Ž que os Revisores fiquem bem retratados no servio pœblico
que realizam, que fiquem defendidos nas ‡reas em que a sua Ž
essencial ˆ independncia e que, afinal, fique claro o modo como
acrescentam valor no contexto econ—mico e social.
8. O novo c—digo de Žtica da OROC ser‡ suficiente para que
o mercado confie na fun‹o do Revisor de Contas?
Na sua opini‹o o mercado pode j‡ hoje ter essa confiana?
O C—digo n‹o vem aumentar a confiana em n—s - ela j‡ existe, em
grau muito elevado e justamente, uma vez que foi consolidada ao
longo de muitos anos pelo afincado e, por vezes, em condi›es
dif’ceis e incertas, por aqueles que tm exercido a profiss‹o.
ƒ, todavia, necess‡rio um novo documento, mais adaptado ao
momento, tanto da Ordem como da profiss‹o, como da organiza‹o
dos revisores, como do mercado e da sociedade.
A nova vers‹o foi, no que j‡ continha a anterior, afinada, mas foi o
advento - inclusive com a nfase dada pela 8» Directiva - que
determinou o aprofundamento das disposi›es respeitante ao
exerc’cio da profiss‹o em unidades complexas e integradas.
05
CONGRESSO DA FEE
EM VENEZA
Realizou-se nos passados dias 15 e 16 de Abril, em Veneza, mais um
Congresso da FŽdŽration des Experts Comptables EuropŽens (FEE).
Este ano o Congresso foi especialmente dedicado ao tema ÒOs
profissionais europeus e o futuro: como aconselhar, acompanhar e
auditar Pequenas e MŽdias Empresas num contexto de
regulamenta‹o em permanente mudanaÓ.
O evento resultou de uma organiza‹o conjunta entre a FEE e dois
organismos profissionais italianos, o Consiglio Nazionale dei Dottori
Commercialisti e degli Esperti Contabili e a Ordine del Dottori
Commercialisti e degli Esperti Contabili di VeneziaÓ, e contou com
a presena de cerca de 260 colegas europeus, entre os quais quatro
representantes da OROC.
A interven‹o do respons‡vel da Comiss‹o Europeia esteve a cargo
de Pierre Delsauz, director do departamento de ÒLivre circula‹o de
capital, lei comercial e governo das sociedadesÓ, que apresentou as
primeiras conclus›es sobre a consulta pœblica levada a cabo pela
Uni‹o Europeia relativa ˆ aplica‹o na Europa da norma espec’fica
para PMEÕs preparada pelo IASB. Delsauz revelou que foi opini‹o
generalizada dos participantes no processo de consulta pœblica que
se devem manter em vigor os conceitos principais constantes da 4»
Directiva, pretendendo-se avanar com um processo de revis‹o da
Directiva, e n‹o, propriamente, proceder a uma Òrevolu‹oÓ dos seus
princ’pios b‡sicos.
Segundo Pierre Delsauz, n‹o se observou nas respostas recebidas
um consenso de opini‹o no que concerne ˆ adop‹o na Europa da
IFRS para PMEÕs. Assim, a Uni‹o Europeia mantŽm em aberto as
seguintes alternativas:
á proibir ˆs empresas europeias a adop‹o da IFRS para PMEÕs ou
á possibilitar ˆs empresas europeias a adop‹o da IFRS para PMEÕs
sem alterar de fundo as Directiva europeias ou
á integrar a IFRS para PMEÕs no texto da 4» Directiva, tornando, desta
forma, obrigat—ria na Europa, a norma do IASB.
Pierre Delsauz reforou, no entanto, que qualquer altera‹o quer ˆ
4», quer ˆ 7» Directivas, a ocorrer, ser‡ nunca antes de 2011. Por outro
lado, Ž para j‡ opini‹o da Uni‹o Europeia que a regulamenta‹o das
normas contabil’sticas aplic‡veis a micro empresas se deve manter
ao n’vel de cada Estado membro e que os projectos de altera‹o das
4» e 7» Directivas visam apenas afectar a normaliza‹o contabil’stica
no ‰mbito das Pequenas e MŽdias Empresas com exclus‹o das micro.
De referir que o relat—rio elaborado pela comiss‹o sobre o conteœdo
das respostas ao processo de consulta em apreo est‡ dispon’vel
em http://ec.europa.eu/internal_market/consultations/
2009/ifrs_for_sme_en.htm desde 31 de Maio do corrente ano.
O IASB fez-se representar no congresso por Philippe Danjou que
reforou a necessidade da Uni‹o Europeia mostrar mais forte apoio
ao IASB com vista a tornar uma realidade uma maior colabora‹o
entre o americano FASB e o internacional IASB. Com efeito, referiu
Danjou, uma maior colabora‹o entre os dois organismos, ou mesmo
uma fus‹o, s— ser‡ poss’vel se o FASB abandonar determinadas
perspectivas com as quais o IASB n‹o concorda. A quest‹o sobre se
o reporte financeiro deve responder a objectivos de transparncia
de informa‹o financeira ou a objectivos de estabilidade econ—mica
06
est‡ em cima da mesa e s— uma clarifica‹o da perspectiva de cada
um sobre o assunto pode fazer avanar o processo de convergncia
IASB / FASB. N‹o obstante, Philippe Danjou acredita que a jun‹o
IASB / FASB h‡-de ser uma realidade.
Participou ainda no congresso como oradora a conhecida Professora
Universit‡ria Araceli Mora, a qual apresentou um testemunho
importante sobre a realidade espanhola actual no que concerne ˆ
normaliza‹o contabil’stica. Segundo a professora espanhola, a
entrada em vigor em Espanha de um sistema contabil’stico Òc—piaÓ
das normas internacionais est‡ a causar algumas resistncias quer
por parte da banca, que continua a defender um sistema contabil’stico
assente na prudncia, quer por parte do fisco, que tem gerado conflitos
ao tomar posi›es n‹o necessariamente coincidentes e assentes no
normativo contabil’stico em vigor. Assim, na opini‹o da professora
Araceli Mora, o processo de readapta‹o das normas contabil’sticas
em Espanha tem vindo a revelar barreiras culturais consider‡veis o
que tem dificultado fortemente o processo de transi‹o.
Por sua vez, Stig Enevoldsen, representante do EFRAG, realou as
mais importantes ‡reas de conflito entre princ’pios constantes na
IFRS para PMEÕs e o disposto na 4» Directiva, ‡reas essa que est‹o,
actualmente, a merecer reflex‹o e discuss‹o dentro do pr—prio Efrag
e que s‹o, nomeadamente:
á a proibi‹o da classifica‹o de itens extraordin‡rios em qualquer
Demonstra‹o Financeira;
á a utiliza‹o do justo valor no reconhecimento inicial e/ou no
reconhecimento subsequente de activos e passivos;
á a obrigatoriedade de utiliza‹o do MŽtodo da Equivalncia
Patrimonial no que se refere a empresas associadas;
á a presun‹o de vida œtil indefinida do goodwill;
á a proibi‹o da revers‹o de perdas de imparidade reconhecidas no
goodwill e
á a reconhecimento de participa›es de capital em associadas,
entidades conjuntamente controladas e subsidi‡rias ao justo valor.
Por fim, foram ainda apresentados recentes desenvolvimentos na
çustria, pa’s que est‡ a ponderar a adop‹o da IFRS para PMEÕs no
que se refere a contas consolidas e tambŽm na Dinamarca, pa’s que
adoptou recentemente um modelo contabil’stico assente na estrutura
conceptual do IASB.
A documenta‹o de suporte ao congresso, incluindo um resumo das
apresenta›es, encontra-se dispon’vel em http://www.fee.be.
X CONGRESSO
dos ROC
ƒTICA E RESPONSABILIDADE
Vai realizar-se nos dias 21 e 22 de Outubro o X Congresso dos Revisores
Oficiais de Contas, subordinado ao tema ƒTICA E RESPONSABILIDADE.
Sob este tema o programa reunir‡ interven›es de elevado interesse
para a profiss‹o quer pelas matŽrias a abordar quer pela qualidade
dos oradores convidados. Ser‹o tratados designadamente os
seguintes temas:
- Supervis‹o do sistema financeiro,
- Boas pr‡ticas de governa‹o,
- ƒtica e Responsabilidade, na perspectiva da profiss‹o,
- ƒtica e transparncia na gest‹o,
- O sistema nacional de supervis‹o de auditoria,
- Sustentabilidade da profiss‹o.
As novas tecnologias ter‹o tambŽm um espao pr—prio neste
Congresso. Convidam-se todas as entidades promotoras de software
de interesse para a profiss‹o de revis‹o/ auditoria a estar presentes
para apresenta‹o das suas tecnologias. Os revisores poder‹o tomar
conhecimento das ofertas existentes, debat-las com os
representantes respectivos e reflectir sobre a eventual utiliza‹o
nos seus trabalhos de revis‹o / auditoria.
No Congresso, no ‰mbito das diversas matŽrias subordinadas ao
tema ҃tica e ResponsabilidadeÓ, n‹o deixar‹o de ser abordados
novos normativos, entre os quais as Normas Internacionais de
Auditoria clarificadas e o C—digo de ƒtica.
Como sempre, espera-se que este Congresso provoque reflex›es
importantes e, se poss’vel proporcione algumas respostas e aponte
alguns caminhos para a reafirma‹o e para o desenvolvimento da
profiss‹o.
O Congresso realizar-se-‡ em Lisboa nas instala›es do Museu do
Oriente, local excelente para este encontro quer pela qualidade das
suas instala›es quer pelo ambiente apraz’vel com que nos acolher‡.
Contamos poder usufruir de alguns momentos de lazer cultural,
aproveitando a oportunidade para uma visita ao museu.
07
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
ENCONTROS NA ORDEM
Gest‹o de Risco
o ambiente dos neg—cios, os problemas regulamentares, os
problemas laborais, crŽdito comercial e incobr‡veis, incapacidade
de atrair e reter quadros, insucesso em fus›es, aquisi›es e
reestrutura›es, citando apenas alguns.
Realizaram-se no Porto e em Lisboa em 21 e 28 de Abril de 2010,
respectivamente, encontros na Ordem subordinados ao tema ÒGest‹o
de RiscoÓ. A Ordem teve a honra de receber o Senhor Professor
Manuel de Oliveira Marques que assegurou o sucesso destes
encontros. Os participantes foram convidados a uma reflex‹o sŽria
sobre o tema de Gest‹o de Risco, sobre a sua import‰ncia no contexto
organizacional e tambŽm sobre a sua rela‹o estreita com os trabalhos
de auditoria.
O sum‡rio do encontro consistia em:
Import‰ncia e ‰mbito da Gest‹o de Risco
An‡lise e medida dos riscos da empresa
Riscos e valor da empresa
Gest‹o de riscos e Corporate Governance
Responsabilidade social e sustentabilidade da empresa
Como referido pelo Prof. Oliveira Marques a Gest‹o de Risco Ž hoje
assumida como uma quest‹o estratŽgica. Importa que as
organiza›es saibam identificar os riscos relevantes, segreg‡-los e
implementar medidas de resposta a esses riscos. Lembrando que
o risco pode ser transferido para outra entidade ou controlado
internamente, foi feito o alerta relativamente ao cuidado com os
contratos de transferncia de risco. Os contratos dever‹o ser
completos, a organiza‹o dever‡
assegurar que efectivamente transferiu
o risco, caso contr‡rio dever‡ continuar
a control‡-lo internamente.
A medida do risco foi um cap’tulo
importante da reflex‹o efectuada. Nesse
‰mbito, a an‡lise e segrega‹o dos riscos
que a organiza‹o enfrenta devem levar ˆ
identifica‹o de duas componentes:
a exposi‹o (impacto poss’vel na
organiza‹o) e a incerteza (probabilidade de
ocorrncia). A partir da identifica‹o das duas
componentes poder‡, ent‹o iniciar-se a
quantifica‹o do risco.
Mas quais os riscos que uma organiza‹o
enfrenta? O Prof. Oliveira Marques apresentou
tambŽm uma inventaria‹o de riscos
identificados por organiza›es. Nessa
inventaria‹o encontram-se riscos como
08
Os participantes nos encontros puderam contar com apresenta›es
claras de aspectos complexos da gest‹o de risco. Para alŽm de a
estabiliza‹o do valor da empresa ter sido apresentada sob a forma
de balano, os mapas de Asset Liability Management foram
designados por ÒBalanos de prazosÓ, uma linguagem que n‹o pode
deixar de ser ÒcorrenteÓ para auditores financeiros. Como ferramentas
para medi‹o do risco de liquidez, do risco de taxa de juro e do risco
cambial foram apresentados os mapas de Asset Liability Management.
A Duration foi apresentada como ferramenta para medi‹o do risco
de taxa de juro e os derivados como meios de estabiliza‹o de cashflows relacionados com riscos de taxa de juro, cambial e de preo.
Mereceu tambŽm uma cuidada reflex‹o, a import‰ncia da Gest‹o
de Risco no contexto da ÒCorporate GovernanceÓ. A este prop—sito
n‹o deixou de ser referido o reporte e presta‹o de contas.
Mas foram tambŽm enfatizadas as vantagens da Gest‹o de Risco.
Por exemplo: maior probabilidade de alcance dos objectivos
estratŽgicos da empresa, incremento a longo prazo do preo das
ac›es no mercado de capitais.
A finalizar, uma reflex‹o sobre a responsabilidade social e
sustentabilidade da empresa. N‹o h‡ dœvida sobre a import‰ncia
do tema, nem restou qualquer dœvida sobre a sua rela‹o com a
gest‹o de risco. Por exemplo, as consequncias expect‡veis no
longo prazo de uma tomada de decis‹o s‹o uma responsabilidade
da empresa e s‹o consideradas no ‰mbito de uma gest‹o de risco.
ƒ muito o que fica por dizer. Identifica-se uma necessidade
significativa de interven‹o nas Organiza›es na ‡rea de gest‹o de
risco. Desafio para os auditores?
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO
E AVALIA‚ÌO DE ESTçGIO
Foi divulgado pela circular n.¼ 31/10 de 11 de Maio o sistema de
acompanhamento e avalia‹o de est‡gio previsto no Regulamento
de Est‡gio actualmente em vigor (art.¼ 22.¼).
S‹o abrangidos por esse Sistema todos os est‡gios iniciados ap—s
a entrada em vigor do novo regulamento bem como os est‡gios
iniciados anteriormente cuja transi‹o para este novo regime tenha
sido deferida.
25 ANOS DE PROFISSÌO
Na cerim—nia realizada no dia 2 de Junho, foram entregues Medalhas
Comemorativas aos Revisores Oficiais de Contas que completam
25 anos de inscri‹o.
O Baston‡rio da OROC, Ant—nio Gonalves Monteiro, sublinhou,
nessa cerim—nia, as preocupa›es que sentem os revisores na Žpoca
actual. Dirigiu, a todos, palavras de encorajamento, passando em
revista os œltimos 25 anos onde se encontram momentos de
dificuldades mas tambŽm respostas cabais que permitiram o
necess‡rio desenvolvimento da profiss‹o.
á A partir de 1986 a ac‹o dos Conselhos Fiscais foi reforada passando a integrar um
ROC.
á Em 1988 s‹o criadas as SGPS, tendo o ROC pela primeira vez passado a exercer as
suas fun›es de forma aut—noma, n‹o integrando o Conselho Fiscal.
á Em 1991, com a entrada em vigor do Decreto-Lei 238/91, os ROC foram chamados a
certificar as contas consolidadas.
á Em 1991, com a publica‹o do C—digo dos Valores Mobili‡rios, os ROC passaram a
poder registar-se na CMVM como auditores externos, competindo-lhe a emiss‹o de
relat—rios e pareceres sobre diversos actos (OPA, OPV, admiss‹o a cota‹o, contas
anuais, contas semestrais, etc.)
Apresentou alguns ÒlandmarksÓ a relembrar:
á Em 1993 o Estatuto Ž revisto (Decreto-Lei n.¼ 422-A/93, de 30 de Dezembro) sendo
reforados os poderes da C‰mara.
á ÒEm 1984 a ent‹o C‰mara completava apenas 10 anos de vida e realizava o IÊEncontro
Nacional de Revisores. As primeiras normas tŽcnicas haviam sido publicadas em 5 de
Setembro de 1983 e adoptadas de forma muito ligeira.
á Em 1996 (Decreto-Lei n.¼ 257/96, de 31 de Dezembro) Ž fomentada a substitui‹o dos
Conselhos Fiscais por ROC, designando-os de Fiscal ònico.
á AtŽ 1985 a C‰mara n‹o mantinha rela›es no plano internacional com quaisquer
associa›es congŽneres. Foi exactamente em 5 de Novembro de 1985 que nos
associ‡mos ˆ IFAC e em 13 de Dezembro de 1985 que pass‡mos a ser membros da
ent‹o UEC, que mais tarde deu origem ˆ FEE.
á Em 1986, com a entrada em vigor do C—digo das Sociedades Comerciais (1 de Janeiro
de 1986) registou-se uma acentuada expans‹o da actividade (estabelecida a sujei‹o
das sociedades por quotas a revis‹o legal).
á Em 5 de Novembro de 1997 a assembleia geral da Ordem aprova as Directrizes de
Revis‹o/Auditoria.
á Em 16 de Novembro de 1999 Ž alterado profundamente o regime jur’dico da profiss‹o
(Decreto-Lei n.¼ 487/99, de 16 de Novembro) tendo a ent‹o C‰mara passado a Ordem.
á A partir de 2000 as firmas internacionais de auditoria procederam ˆ sua reestrutura‹o,
passando poder inscrever-se na Ordem.
á No ano de 2004 (Circular 36/4 de 4 de Junho) Ž generalizada a todos os ROC a
derroga‹o dos limites de pontua‹o.
á Em 31 de Dezembro de 2004 cessa o regime de honor‡rios m’nimos.
á Em 29 de Maro de 2006 Ž alterado o C—digo das Sociedades Comerciais designadamente
no que se refere ˆ estrutura dos —rg‹os de gest‹o e fiscaliza‹o, com impacto no
posicionamento do ROC no modelo de fiscaliza‹o das sociedades (Decreto-Lei n.¼ 76A/2006, de 29 de Maro).
á Em 2007 Ž alargado o mercado profissional ˆs autarquias locais e ˆs universidades.
Em 2008 Ž alterado profundamente o Estatuto da Ordem (Decreto-Lei n.¼Ê224/2008
de 20 de Novembro) e criado o Conselho Nacional de Supervis‹o de Auditoria (DecretoLei n.¼ 225/2008, de 20 de Novembro).Ó
Dos exemplos retirados da Hist—ria, para encorajamento face ˆs
dificuldades actuais, o Baston‡rio passa ao apelo ˆ contribui‹o dos
Revisores para novamente ser dada uma resposta inteligente e Žtica
que garanta a continuidade e o crescimento da profiss‹o em prol de
todos os profissionais.
MEDALHAS 25 ANOS DE ROC
ROC N¼
555
556
557
558
NOME
ANTîNIO DE OLIVEIRA MAIA
JAIME DA SILVA MATOS
GASPAR VIEIRA DE CASTRO
CAMILO MACHADO VILHENA
Ê
Ê
Ê
Ê
09
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
RECEP‚ÌO
AOS NOVOS REVISORES
A sess‹o Pœblica realizada em 2 de Junho acolheu os Revisores
Oficiais de Contas inscritos no œltimo ano. O desejo de boas-vindas
foi transmitido pelo Vogal do Conselho Directivo, Presidente da
Comiss‹o de Inscri‹o, JosŽ Azevedo Rodrigues e reforado pelo
Baston‡rio da OROC, Ant—nio Gonalves Monteiro.
Foram salientados os valores que regem a
profiss‹o, valores desde logo seguidos em todo
o processo de candidatura e inscri‹o na lista
de Revisores Oficiais de Contas. A par do elenco
de valores que orgulham quem abraa a
profiss‹o de revis‹o de contas segue o elenco
de circunst‰ncias que preocupam e permitem
perceber que Ž dif’cil o in’cio de actividade.
Foram apontados caminhos, recursosÉ
A Ordem foi apresentada como Institui‹o onde
todos os profissionais podem encontrar apoio
mas tambŽm como Institui‹o por sua vez
constitu’da por todos os seus membros contando,
pois, com a colabora‹o de cada um para o bom
desempenho do seu papel.
NOVOS REVISORES
10
ROC N¼ NOMEÊ
ROC N¼ NOMEÊ
ROC N¼ NOMEÊ
1395
1396
1397
1398
1399
1400
1401
1402
1403
1404
1405
1406
1407
1408
1409
1410
1411
1412
1413
1414
1415
1416
1417
1418
1419
1420
1421
1422
1423
1424
1425
1426
1427
1428
1429
1430
1431
1432
1433
1434
1435
1436
1437
1438
1439
1440
1441
1442
1443
TELMO JORGE PEREIRA LEMOS
ELSA MARIA TRINDADE G. CåNCIO MARTINS
MIGUEL NUNO M. CANAVARRO FONTES
CATARINA G. DOS SANTOS SILVA SIQUET
PEDRO MIGUEL BOTELHO ROQUE
PEDRO COSTA SANTOS SILVA
JòLIO PAULO DA SILVA MARTINS
MARGARIDA MARIA T. PINTO DO COUTO
ROSçLIA MARIA CARDOSO LOU‚ANO
Ê
MARIA MANUELA FERNANDES SANCHES Ê
TERESA MARIA DA CUNHA SOARES MARTINS
JOÌO PAULO GOMES DE AMORIM
BRUNO JOSƒ MACHADO DE ALMEIDA
Ê
JOSƒ PEDRO ARAòJO PÌO ALVO
ALEXANDRA MARISA GODINHO PIRES
Ê
MANUEL LADEIRO DE CARVALHO C. DA MOTA
ANA SOFIA FREIRE DE JESUS N. RODRIGUES
PAULO FERNANDO FERREIRA GAVINHOS Ê
FçTIMA MARIA DE ALMEIDA FREITAS PULIDO
ANA MANUEL LOPES PACHECO TEIXEIRA Ê
AUGUSTO GIL GOMES ESCALEIRA
SUSANA DE GUIMARÌES SERïDIO MORIMÊ
PAULA ALEXANDRA VIEIRA GARCIA
ANA PATRêCIA CORREIA MONTEIRO
Ê
PATRêCIA VERêSSIMO BATISTA ANTUNES Ê
MARIA DO CƒU FERREIRA GODINHO
Ê
PEDRO MIGUEL PEREIRA MANSO
ANABELA DE JESUS NUNES PRATES
Ê
JOSƒ PENACHO DUARTE CORDEIRO
MçRIO ANTîNIO P. HENRIQUES DE FREITAS
MIGUEL BERNARDO ALCOBIA RIBEIRO
Ê
JOAQUIM MIGUEL DE AZEVEDO BARROSO Ê
PAULO ALEXANDRE M. QUINTAS PAIXÌO
MARIA BALBINA BOINO CRAVO
NUNO BETTENCOURT PEREIRA
MIGUEL DUARTE OLIVEIRA GOMES DA CRUZ
CARLOS MIGUEL DIAS BARROS
HUGO MIGUEL PATRêCIO DIAS
RICARDO PEDRO FRANCISCO M. COELHO Ê
MARIA MANUELA DOS SANTOS B. P. COELHO
JOÌO PEDRO QUARTIN COELHO BORGES Ê
PEDRO PLçCIDO SOUSA DA SILVA
HUGO RICARDO ALVES ARAòJO
VêTOR LUêS GON‚ALVES DE ARMADA
Ê
MARCO FILIPE SILVA AFONSO
JOÌO PAULO MENDES MARQUES
ANA MARGARIDA FERREIRA DIAS CAMPOS
MARIA MADALENA M. CARNEIRO CARDOSO
TELMA CARREIRA CURADO Ê
Ê
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
SORTEIO PòBLICO
Integrado no seu programa de interven‹o para 2010 (referente a
revis‹o / auditoria ˆs contas do exerc’cio de 2009), a Comiss‹o do
Controlo de Qualidade procedeu ao Sorteio Pœblico de Revisores
Oficiais de Contas e de Sociedades de Revisores Oficiais de Contas
para o exerc’cio do Controlo de Qualidade numa base sistem‡tica.
Aproveitou o evento para apresentar de forma genŽrica os resultados
do controlo de qualidade realizado no ano decorrido.
11
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
COMISSÌO DO CONTROLO DE QUALIDADE
RELATîRIO ANUAL
SOBRE A ACTIVIDADE DESENVOLVIDA
NO PERêODO COMPREENDIDO ENTRE1 DE JUNHO
DE 2009 A 31 DE MAR‚O DE 2010
Lisboa, 29 de Abril de 2010
1. INTRODU‚ÌO
O presente relat—rio refere-se ˆ actividade desenvolvida pela
Comiss‹o do Controlo de Qualidade durante o per’odo compreendido
entre 01 de Junho de 2009 e 31 de Maro de 2010. Esta actividade
esteve centrada nos controlos de qualidade programados aos
revisores e sociedades de revisores relativamente aos seus exames
de demonstra›es financeiras referentes ao exerc’cio de 2008.
Estes controlos de qualidade programados, tm vindo a abranger
a totalidade dos auditores registados na CMVM, em per’odos de trs
anos, e os restantes revisores e sociedades de revisores em per’odos
de cinco anos. O per’odo findo em 31 de Maro de 2010, corresponde
ao primeiro ano do ciclo de 5 anos para sujeitar a controlo de
qualidade os revisores e as sociedades de revisores e ao segundo
ano do ciclo de 3 anos para sujeitar a controlo de qualidade todos
os auditores registados na CMVM e de todas as sociedades com
valores mobili‡rios admitidos ˆ cota‹o.
Os controlos de qualidade programados incluem um controlo
horizontal incidente sobre as entidades seleccionadas/sorteadas
em sorteio pœblico e um controlo vertical incidente sobre dossiers
dessas entidades identificados no sorteio ou escolhidos pela Comiss‹o
do Controlo de Qualidade a partir dos mapas anuais de actualiza‹o
profissional submetidos ˆ Ordem pelos revisores e sociedades de
revisores.
Os controlos de qualidade tm vindo a ser executados por
controladores/relatores seleccionados anualmente, de entre as
candidaturas, recebidas de revisores que preenchem determinados
requisitos, nomeadamente, a de exerc’cio da profiss‹o em regime
de dedica‹o exclusiva h‡ mais de cinco anos, resultados satisfat—rios
em controlo de qualidade a que tenham sido sujeitos, frequncia de
ac‹o de forma‹o sobre o controlo de qualidade, entre outros.
Para a realiza‹o dos controlos existem guias (question‡rios) prŽ
definidos por sector de actividade para o controlo vertical, sendo
que quanto ao controlo horizontal o mesmo incluiu a an‡lise das
quest›es da independncia, da forma‹o cont’nua, da Žtica e
deontologia e, ainda, a descri‹o e avalia‹o do sistema interno de
qualidade tal como previsto no Decreto Lei 225/08, de 20 de
Novembro.
2. SORTEIO PòBLICO
Em sess‹o pœblica, que contou com a presena de representantes
de diversas entidades pœblicas e privadas, foi realizado em 15 de
Junho de 2009, o Sorteio Pœblico a que se referia o art¼ 14¼ do
Regulamento do Controlo de Qualidade, onde foram seleccionadas
as 85 entidades sujeitas a controlo de qualidade durante o ano agora
findo, distribu’das pelas categorias indicadas no nœmero 4 infra.
3. PROGRAMA DE INTERVEN‚ÌO
Em conformidade com as disposi›es do Regulamento do Controlo
de Qualidade, a CCQ desenvolveu ac›es no per’odo decorrido entre
01 de Junho de 2009 e 31de Maro de 2010 que podem ser
sistematizadas da seguinte forma:
12
á Execu‹o dos controlos programados, relativos ao Sorteio Pœblico
realizado em 15 de Junho de 2009, os quais visaram comprovar
designadamente:
á A adequa‹o dos meios utilizados pelos revisores face ˆ natureza
e dimens‹o dos trabalhos contratados;
á O cumprimento das normas e directrizes de revis‹o/auditoria, bem
como da legisla‹o aplic‡vel;
á A coerncia entre as verifica›es efectuadas e evidenciadas pelos
ROC nos seus documentos de trabalho (dossiers) e as conclus›es
extra’das e relatadas.
á Seguimento das conclus›es com recomenda›es de relev‰ncia
e/ou insatisfat—rias constatadas no controlo de qualidade do ano
anterior e do presente ano;
á Interven›es pontuais relativamente a controlos de qualidade
efectuados por delibera‹o do Conselho Directivo;
á Participa‹o na prepara‹o do projecto do actual Regulamento do
controlo de qualidade.
4. SELEC‚ÌO DOS DOSSIERS E DOS RESPECTIVOS
CONTROLADORES-RELATORES
Na sequncia do Sorteio anual a CCQ procedeu, (i) com base no
Mapa de Actividade Profissional de cada ROC/SROC, ˆ selec‹o dos
dossiers a analisar e (ii) com base na lista de controladores/relatores
divulgada atravŽs da Circular n¼ 54/09, ˆ designa‹o dos respectivos
controladores aos dossiers sorteados (auditores CMVM) e aos dossiers
seleccionados nos restantes casos. No desempenho das suas fun›es,
a CCQ assegurou o cumprimento dos procedimentos administrativos
previstos no Regulamento do Controlo de Qualidade com vista ˆ
execu‹o do controlo horizontal e do controlo vertical dos revisores
sorteados.
Em s’ntese, consoante a categoria em que se integram, foram
seleccionados para controlo:
ENTIDADES
N¼ DE ENTIDADES
N¼ DE DOSSIERS
Auditores registados na CMVM 10
SROC
25
ROC Individuais
50
41
61
50
Total
152
85
5. CONCLUSÍES DOS CONTROLOS DE QUALIDADE
PROGRAMADOS
As conclus›es da Comiss‹o foram homologadas pelo Conselho
Directivo e encontram-se agrupadas pelas seguintes categorias:
á Sem nada de especial a referir. O controlo horizontal n‹o revelou
a necessidade de serem efectuados quaisquer reparos e a
documenta‹o tŽcnica observada pelo Controlador foi considerada
adequada para suportar a opini‹o emitida.
á Com observa›es e recomenda›es de menor relev‰ncia - Existem
algumas observa›es de menor relev‰ncia, que o(a) ROC/SROC
dever‡ tomar em considera‹o.
á Com observa›es e recomenda›es de relev‰ncia - Existem
observa›es de relev‰ncia que requerem imediata interven‹o
do(a) ROC/SROC no sentido de serem superadas as deficincias
detectadas, constantes do ÒGuia de ControloÓ e da ÒFicha de
Recomenda›esÓ.
á Com resultado insatisfat—rio - A documenta‹o observada pelo
Controlador revela deficincias e insuficincias de tal forma que foi
considerada insuficiente para suportar a opini‹o emitida.
á Anulados - Em situa›es de comprovada ausncia de actividade,
morte ou cancelamento da actividade.
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
5.1. S’ntese das conclus›es do controlo horizontal
por categorias, por entidades e por natureza:
CONJUNTO
2009
AUDITORES CMVM
2008
2009
SROC
2008
ROC
2009
2008
2009
2008
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
Sem nada de especial
a referir
48
56%
76
60%
8
80%
10
77%
11
44%
13
33%
29
58%
53
71%
Com observa›es e
recomenda›es de
menor relev‰ncia
27
32%
44
35%
2
20%
2
15%
10
40%
26
67%
15
30%
16
21%
Com observa›es e
recomenda›es de
relev‰ncia
4
5%
3
2%
-
-
1
8%
3
12%
-
-
1
2%
2
3%
Com resultados
insatisfat—rios
3
4%
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
6%
-
-
Anulados
3
3%
4
3%
-
-
-
-
1
4%
-
-
2
4%
4
5%
Total de Entidades
85
100%
127
100%
10
100%
13
100%
25
100%
39
100%
50
100%
75
100%
utilizados ( 18% ) e ˆ n‹o publica‹o de relat—rios de transparncia
quando requerido ( 18% ).
As deficincias detectadas no controlo horizontal s‹o devidas, entre
outros motivos, ˆ n‹o adequa‹o do sistema de qualidade
implementado ( 36% ), ˆ desadequa‹o de recursos humanos
5.2. S’ntese das conclus›es do controlo vertical
por categorias, dossiers e por natureza:
CONJUNTO
2009
AUDITORES CMVM
2008
2009
SROC
2008
ROC
2009
2008
2009
2008
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
N¼
%
Sem nada de especial
a referir
65
43%
62
32%
41
100%
20
65%
17
28%
25
29
7
14%
17
23%
Com observa›es e
recomenda›es de
menor relev‰ncia
53
35%
96
50%
-
-
11
35%
26
43%
44
52%
27
54%
41
55%
Com observa›es e
recomenda›es de
relev‰ncia
25
16%
28
15%
-
-
-
-
14
23%
16
19%
11
22%
12
16%
Com resultados
insatisfat—rios
5
3%
1
1%
-
-
-
-
2
3%
-
-
3
6%
1
1%
Anulados
4
3%
4
2%
-
-
-
-
2
3%
-
-
2
4%
4
5%
Total de Dossiers
152
100%
191
100%
41
100%
31
100%
61
100%
85
100%
50
100%
75
100%
As deficincias mais significativas detectadas no controlo vertical
s‹o referentes ˆ inexistncia ou insatisfat—rio planeamento de
trabalho (18%), ˆ pr‡tica de honor‡rios n‹o adequados (8%), a
insuficincias na execu‹o de trabalho em ‡reas chave (62%) e ˆ
omiss‹o de reservas e nfases na Certifica‹o legal das contas (7%),
entre outras.
5.3. Controlos a sociedades e revisores que prestam
servio a entidades de interesse pœblico.
Para alŽm do controlo vertical efectuado a auditores registados na
CMVM, conforme quadro 5.2, em 2009 foram tambŽm analisadas
por escolha da Comiss‹o 4 entidades de interesse pœblico cujo
trabalho foi efectuado por 3 SROC`S e 1 ROC individual. O resultado
destes 4 controlos adicionais foi de 25% sem nada de especial a
referir, 50% com observa›es e recomenda›es de menor relev‰ncia
e 25% com observa›es e recomenda›es de relev‰ncia.
6. SEGUIMENTO DAS CONCLUSÍES COM
RECOMENDA‚ÍES DE RELEVåNCIA E/OU
INSATISFATîRIAS
No ‰mbito do acompanhamento, enquadrado no disposto na 8»
Directiva transposta para o ordenamento jur’dico nacional pelo DL
225/08, que tem vindo a ser efectuado aos ROC/SROC, desde 2006,
cujo controlo de qualidade horizontal ou vertical dos anos anteriores
revelou observa›es e recomenda›es de relev‰ncia e/ou resultados
insatisfat—rios, esta Comiss‹o efectuou o seguinte:
a) Controlos respeitantes ao ano de 2007 (Demonstra›es
Financeiras 2006)
Relativamente aos dois processos transitados do ano anterior
foram por delibera‹o do Conselho Directivo sujeitos a novo
controlo de qualidade.
13
ACTIVIDADE INTERNA DA ORDEM
O resultado dos novos exames efectuados foram os seguintes:
- Um teve resultado insatisfat—rio sendo remetida tal informa‹o
para o Conselho Directivo.
- O outro foi anulado em virtude de ter sido objecto de sorteio
em 15 de Junho de 2009 e cujo resultado foi inclu’do nos mapas
do ponto 5.
Os procedimentos de acompanhamento antes referidos foram
iniciados em 2006, enquadram-se no disposto na 8» Directiva,
transposta para o ordenamento jur’dico nacional pelo DL 225/08
e d‹o a possibilidade ˆs entidades, naquelas circunst‰ncias, de
implementar as recomenda›es resultantes do controlo de
qualidade, evitando a sujei‹o imediata a medidas ou penalidades
disciplinares.
b) Controlos respeitantes ao ano de 2008 (Demonstra›es
Financeiras 2007)
A Comiss‹o efectuou entrevistas com os revisores (ROC ou s—cio
de SROC) relativamente aos quais o controlo de qualidade
horizontal ou vertical do ano anterior revelou observa›es e
recomenda›es de relev‰ncia e/ou resultados insatisfat—rios e
solicitou-lhes a apresenta‹o de relat—rio escrito descrevendo as
medidas tomadas, nos trabalhos referentes ao exerc’cio de 2008,
para eliminar as insuficincias e deficincias detectadas.
No seguimento daquelas entrevistas supra referidas resultaram,
atŽ ˆ data:
(i)2 aceita›es das explica›es apresentadas e o encerramento
dos processos (ii) 16 processos aguardando presta‹o de
informa›es (iii) 20 processos recebidos e em fase de an‡lise pela
Comiss‹o, para proposta de eventuais ac›es a tomar.
c) Controlos respeitantes ao ano de 2009 (Demonstra›es
Financeiras 2008)
A Comiss‹o solicitou aos Revisores (ROC ou SROC) relativamente
aos quais o controlo de qualidade horizontal ou vertical revelou
observa›es e recomenda›es de relev‰ncia e/ou resultados
insatisfat—rios, a apresenta‹o no prazo de 30 dias dum plano
detalhado e calendarizado das medidas e procedimentos a
implementar no sentido de serem superadas as insuficincias e
deficincias detectadas, e adoptadas as recomenda›es
formuladas.
Os referidos planos foram recebidos e sujeitos a aprecia‹o da
Comiss‹o tendo sido solicitados nalguns casos esclarecimentos
adicionais.
é inten‹o desta Comiss‹o efectuar posteriormente o controle
de execu‹o desses planos cujo prazo de implementa‹o terminar‡
em 30 de Junho de 2010.
7. INTERVEN‚ÍES PONTUAIS E ANçLISE DE
RELATîRIOS E CONTAS
A CCQ procedeu a controlos pontuais solicitados pelo Conselho
Directivo ou por outros îrg‹os da Ordem. A CCQ procedeu, tambŽm,
embora n‹o de forma sistem‡tica, ao acompanhamento das
publica›es de relat—rios e contas das empresas cotadas, que n‹o
foram objecto de controlo, no sentido de verificar, numa base
selectiva, a conformidade entre as certifica›es legais de contas e
os relat—rios de auditoria publicados, bem como sobre a conformidade
dos documentos apresentados com as normas e as pol’ticas
contabil’sticas divulgadas.
para a entrega das mesmas, tendo a lista anual sido publicada pela
Circular n¼ 54/09, em 07 de Junho.
ƒ inten‹o da Comiss‹o seleccionar os Controladores-Relatores,
para o pr—ximo controlo,que apresentem candidaturas de acordo
com os artigos 7¼ e 8¼ do novo Regulamento de Controlo de Qualidade
ƒ, igualmente, inten‹o da Comiss‹o recusar candidatos cuja
actividade venha a demonstrar n‹o reunirem as condi›es
consideradas essenciais para o exerc’cio da miss‹o de controlador
e por outro lado recrutar controladores que n‹o estejam em exerc’cio
efectivo da profiss‹o.
Logo que conclu’do este processo de recrutamento, ser‡ elaborada
a Lista Anual de Controladores-Relatores, nos termos do nœmero 3.
do art¼ 8¼ do Regulamento do Controlo de Qualidade. A nossa
previs‹o Ž que face ˆs regras previstas do novo Regulamento
venhamos a necessitar de aproximadamente 60 ControladoresRelatores
9. NOVO REGULAMENTO DO CONTROLO
DE QUALIDADE
A Comiss‹o elaborou um projecto de revis‹o do respectivo
regulamento o qual foi aprovado pela Assembleia Geral da Ordem
em 18 de Dezembro de 2009, com parecer favor‡vel do CNSA e
publicado no Di‡rio da Republica de 9 de Fevereiro de 2010.
10. NOTA FINAL
A experincia tem vindo a demonstrar que os revisores est‹o hoje
mais sensibilizados para aceitar, de forma colaborante, a execu‹o
de ac›es de controlo das suas pr—prias estruturas e dos seus
dossiers de trabalho. Nunca Ž demasiado salientar que se exige aos
Controladores-Relatores uma actua‹o equilibrada e um julgamento
objectivo e imparcial da forma como o trabalho foi desenvolvido e
evidenciado.
ƒ tambŽm evidente que as conclus›es do controlo de qualidade tm
tido um efeito importante: i) na decis‹o de v‡rios revisores de autosuspenderem o exerc’cio da actividade sempre que n‹o preencham
ou n‹o prevejam preencher no imediato os requisitos essenciais e
necess‡rios para suportar o seu trabalho no desempenho das suas
fun›es de interesse pœblico; ii) na decis‹o de v‡rias SROC adoptarem
estruturas organizativas e sistemas de controlo de qualidade interno,
mais adequadas ˆs novas exigncias.
O exerc’cio do controlo de qualidade tem vindo assim a ser animado
por uma profunda convic‹o de que se trata de uma ac‹o
indispens‡vel para melhor salvaguardar os interesses da profiss‹o
e do pœblico em geral. ƒ por tal raz‹o que, por si s—, se justifica o
investimento que a OROC tem vindo a fazer na manuten‹o e
aperfeioamento do Sistema do Controlo da Qualidade.
Consideramos, ainda, que a divulga‹o pœblica deste relat—rio,
constitui mais um contributo para garantir a transparncia e
promover a melhoria da credibilidade da nossa profiss‹o.
JosŽ Martins Correia - Presidente
Carlos Manuel Pereira da Silva - Vice-Presidente
Joaquim Manuel da Silva Neves - Vogal
Ant—nio Joaquim Andrade Gonalves - Vogal
Ins Maria Bastos Viegas Clare Neves Gir‹o de Almeida - Vogal
8. SELEC‚ÌO DE CONTROLADORES-RELATORES
AtravŽs da Circular n¼ 42/09, relativa ˆ candidatura de ControladoresRelatores, a CCQ indicou as respectivas condi›es gerais e o prazo
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16
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira
Introdu‹o
A auditoria tem passado ao longo dos tempos por algumas crises
de confiana, tendo por vezes vindo a ser colocadas em causa as
suas fun›es, designadamente no que refere ˆs falsas expectativas
que as opini›es dos auditores/revisores podem causar. Com efeito,
os utilizadores da informa‹o financeira est‹o cada vez mais atentos
e exigentes em rela‹o ˆs opini›es dos auditores/revisores,
nomeadamente, no que se refere ao real estado financeiro,
ˆ continuidade e ˆ solvncia das empresas.
Neste contexto, torna-se cr’tico que o auditor/revisor desenvolva
um plano de auditoria, eficaz e eficiente, capaz de dar resposta ao
risco de expressar uma opini‹o inapropriada, quando as
demonstra›es financeiras apresentam distor›es materialmente
relevantes.
O conhecimento do neg—cio da entidade e respectivo ambiente de
controlo interno, com vista ˆ determina‹o de riscos de distor‹o
material, revela-se assim fundamental na defini‹o da estratŽgia
de auditoria. Este facto assume particular import‰ncia, quando se
analisam entidades que actuam em sectores de actividade em que,
quer pela complexidade do neg—cio e respectivas regulamenta›es,
quer pela dimens‹o, volume das transac›es operadas e meios
tecnol—gicos envolvidos, a avalia‹o dos processos e controlos
padronizados adoptados pelos respectivos —rg‹os de gest‹o
assumem uma import‰ncia particular no desenvolvimento do
trabalho dos auditores.
MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
Destacamos, o sector hospitalar pœblico, pelo facto de se tratar de
um segmento de mercado sujeito a constantes inova›es de
procedimentos mŽdicos, tŽcnicos e tecnol—gicos, com fortes
regulamenta›es e press›es (designadamente pol’ticas e sociais)
e em que as plataformas inform‡ticas, bem como os procedimentos
de controlo definidos, s‹o fundamentais para uma met—dica e
eficiente conduta da actividade, incluindo a salvaguarda dos activos,
a precis‹o e plenitude dos registos contabil’sticos, bem como a
atempada prepara‹o de informa‹o financeira fidedigna.
No presente artigo, comeamos por efectuar um enquadramento
sobre a import‰ncia da compreens‹o da entidade, seu ambiente de
controlo e meio envolvente, no planeamento de auditoria,
designadamente para a identifica‹o e avalia‹o de riscos de distor‹o
material.
Posteriormente, apresentamos um caso concreto de identifica‹o
e avalia‹o de riscos, numa entidade que se insere no Sector
Empresarial do Estado, cuja principal miss‹o consiste na presta‹o
de servios mŽdicos. Pretendemos nesta fase do artigo:
á Identificar riscos ao considerar a entidade e o seu ambiente,
incluindo controlo interno;
á Avaliar e relacionar os riscos identificados ao n’vel das
demonstra›es financeiras, e ao n’vel da asser‹o para classes de
transac›es, saldos de contas e divulga›es;
á Determinar para alguns casos concretos, ao n’vel do ciclo da
receita, exemplos de procedimentos de resposta a riscos
significativos avaliados, designadamente testes ˆ avalia‹o do
controlo interno e procedimentos substantivos.
Ò(...) Neste contexto, torna-se cr’tico que o auditor/revisor desenvolva um plano de
auditoria, eficaz e eficiente, capaz de dar resposta ao risco de expressar uma opini‹o
inapropriada, quando as demonstra›es financeiras apresentam distor›es
materialmente relevantes.(...)Ó
Considera›es Gerais
tendo em conta a sua determina‹o do risco e os limites da
materialidade.
ABORDAGEM DE AUDITORIA NA IDENTIFICA‚ÌO DE
RISCOS
A defini‹o de uma estratŽgia global tem por base o esclarecimento
junto da entidade dos objectivos e natureza do trabalho de auditoria
a desenvolver e dos respectivos prazos para apresenta‹o, no sentido
de se prestar um melhor servio ao cliente, bem como planear e
levar a efeito a revis‹o/auditoria de forma eficaz e eficiente.
O revisor/auditor tem por objectivo expressar uma opini‹o profissional
e independente sobre as demonstra›es financeiras.
Desta forma, e tal como estipulado na DRA 300, o revisor/auditor
deve planear e executar o seu trabalho com vista ˆ obten‹o de um
grau de segurana aceit‡vel (elevado, mas n‹o absoluto, ou moderado,
conforme se trate de uma revis‹o ou exame simplificado,
respectivamente) no sentido de verificar se a referida informa‹o
est‡ isenta de distor›es materialmente relevantes e se foi preparada
em conformidade com a estrutura de relato financeiro adoptada,
Ao elaborar um planeamento de auditoria adequado, o auditor/revisor
define uma estratŽgia geral e uma metodologia detalhada que ir‡
servir de moldura ao seu trabalho, assegurando assim que Ž dada
aten‹o apropriada a ‡reas importantes da auditoria e que os
problemas e riscos potenciais sejam identificados e resolvidos de
forma tempestiva e expedita.
17
AUDITORIA
N‹o obstante, para que o planeamento seja correctamente elaborado,
Ž necess‡rio que o auditor efectue procedimentos de compreens‹o
da entidade, atravŽs de uma prŽvia recolha e aprecia‹o cr’tica de
factos significativos, dos sistemas contabil’stico e de controlo interno
e dos factores internos e externos que condicionam a estrutura
organizativa e a actividade exercida pela entidade.
COMPREENSÌO DO NEGîCIO DA ENTIDADE E SUA
ENVOLVENTE
A DRA 310 estabelece procedimentos e proporciona orienta‹o
sobre o que se deve entender por conhecimento do neg—cio,
designadamente: (i) a import‰ncia do conhecimento da entidade
para o revisor/auditor e para os membros da sua equipa, (ii) a
relev‰ncia do conhecimento ao longo de todas as fases da
revis‹o/auditoria, e (iii) como Ž que o revisor/auditor obtŽm e usa
tal conhecimento.
De referir que, para tornar eficaz o uso do conhecimento acerca do
neg—cio, o revisor/auditor deve considerar atŽ que ponto o mesmo
afecta as demonstra›es financeiras, como um todo, e se as asser›es
contidas nas demonstra›es financeiras s‹o, ou n‹o, consistentes
com o conhecimento do neg—cio.
CONHECIMENTO DO CONTROLO INTERNO
ƒ da responsabilidade da gest‹o conceber e p™r a funcionar os
controlos internos para auxiliar na execu‹o de uma conduta
ordenada e eficiente do neg—cio. Ao auditor, e tal como preceituado
na DRA 410, cabe a avalia‹o do sistema.
Deste modo, ao planear o seu trabalho o auditor/revisor deve obter
a compreens‹o dos controlos que sejam relevantes para as asser›es
contidas nas demonstra›es financeiras, devendo a partir da’ executar
procedimentos por forma a concluir sobre a sua concep‹o, bem
como se estiveram em execu‹o durante todo o per’odo em an‡lise.
Adicionalmente deve efectuar uma revis‹o preliminar do risco de
controlo e realizar testes aos controlos, os quais devem ter em
considera‹o o desenho e implementa‹o e a efic‡cia operacional.
Note-se que seja qual for a efic‡cia do controlo interno, este apenas
pode proporcionar segurana razo‡vel no alcance dos objectivos de
relato financeiro, devido ˆs suas pr—prias limita›es inerentes, tais
como:
i) Erro humano (por exemplo: erros na concep‹o de controlos devido
a julgamentos defeituosos; erro humano na execu‹o de um controlo
por o indiv’duo n‹o compreender a sua finalidade ou falta de zelo
na sua execu‹o);
ii) Risco de fraude (por exemplo: conluio de duas ou mais pessoas
no sentido de desactivarem verifica›es do programa inform‡tico
com vista ˆ obten‹o de benef’cios pr—prios; inapropriada derroga‹o
de controlos por parte da administra‹o da entidade designadamente
atravŽs da celebra‹o de acordos ou termos e condi›es de contratos
que possam resultar num indevido reconhecimento de rŽdito).
Ò(...) ao planear o seu trabalho
o auditor/revisor deve obter
a compreens‹o dos controlos que sejam
relevantes para as asser›es contidas
nas demonstra›es financeiras (...)Ó
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A IMPORTåNCIA DO CONHECIMENTO DA ENTIDADE
O conhecimento dos aspectos relevantes do neg—cio da entidade
e a sua envolvente, incluindo o controlo interno, bem como do
processo contabil’stico, ajuda o auditor a obter informa‹o suficiente
com vista a:
_ Identificar e avaliar os riscos de distor‹o material das
demonstra›es financeiras;
_ Identificar eventos, classes de transac›es, bem como factores
internos e externos que possam ter um efeito de distor‹o material,
quer por fraude, quer por erro;
_ Estabelecer a materialidade e avaliar se esta permanece
apropriada ˆ medida que o trabalho de auditoria progride;
_ Avaliar a adequa‹o das pol’ticas contabil’sticas e de divulga‹o,
bem como pr‡ticas usadas pela entidade na prepara‹o das
demonstra›es financeiras;
_ Desenvolver expectativas a usar na execu‹o de procedimentos
substantivos anal’ticos; e
_ Conceber e desenvolver procedimentos de auditoria, de modo
a obter prova de auditoria que permita dar resposta aos riscos
avaliados.
De salientar que a compress‹o da entidade Ž um processo cont’nuo
e din‰mico, pelo que no decurso do trabalho, o plano global e os
programas de revis‹o/auditoria devem ser revistos e actualizados,
sempre que se verifiquem altera›es nas condi›es de trabalho ou
em sequncia de resultados inesperados dos procedimentos de
auditoria.
O CONCEITO DE RISCO
Ainda que o objectivo da revis‹o n‹o consista na detec‹o de fraudes
e erros, o revisor/auditor deve estar consciente da existncia de
incertezas acerca dos atributos das evidncias, da eficincia dos
mecanismos de controlo interno do cliente e do facto do seu
procedimento se basear em estimativas e amostras, mais ou menos
representativas. Ou seja, existe o risco das demonstra›es financeiras
estarem materialmente distorcidas antes da auditoria (i.e., risco
inerente e risco de controlo), bem como o risco de o auditor n‹o
detectar tal distor‹o (i.e., risco de detec‹o).
De referir que o risco inerente e o risco de controlo existem
independentemente da revis‹o/auditoria das demonstra›es
financeiras. Contudo, o risco de detec‹o est‡ relacionado com os
procedimentos do auditor e pode ser alterado, conforme o seu ju’zo
profissional.
Deste modo, e para que possa aumentar a segurana sobre os
controlos ao n’vel da asser‹o contida nas demonstra›es financeiras,
o auditor deve:
i) Ser capaz de identificar os controlos internos relevantes que
sejam suscept’veis de prevenir ou detectar e corrigir uma distor‹o
materialmente relevante; e
ii) Planear a realiza‹o de testes de controlo, com vista ˆ avalia‹o
da sua efic‡cia.
Por sua vez, o risco de detec‹o resulta no risco do auditor, com base
nos procedimentos de auditoria que adoptar, n‹o detectar uma
distor‹o das demonstra›es financeiras, que possa ser material,
individualmente ou quando agrupada com outras distor›es.
Com efeito, existe um relacionamento inverso entre o risco de
detec‹o e o n’vel combinado dos riscos inerente e de controlo, que
deve ser tomado em considera‹o pelo auditor aquando da
determina‹o da natureza, extens‹o, profundidade e oportunidade
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
dos procedimentos substantivos necess‡rios para a redu‹o o risco
a um n’vel aceit‡vel.
Por exemplo, quando o risco inerente e o risco de controlo forem
altos, o risco de detec‹o aceit‡vel tem de ser baixo, para reduzir o
risco de revis‹o/auditoria a um n’vel aceitavelmente baixo, pelo que,
na elabora‹o dos procedimentos substantivos, o auditor poder‡,
por exemplo, considerar:
Natureza
Extens‹o
Profundidade
Oportunidade
AUDITORIA
PROCEDIMENTOS DE AVALIA‚ÌO DO RISCO
Com base no seu ju’zo profissional e atitude cŽptica, e tal como
definido na ISA 315 (Refeita), o auditor/revisor deve executar
procedimentos que permitam identificar e determinar os riscos de
distor‹o material devido a fraude ou erro, ao n’vel:
(i) da demonstra‹o financeira, e;
(ii) da asser‹o quanto a classes de transac›es, saldos de conta e
divulga›es.
Os riscos de distor‹o material ao n’vel da demonstra‹o financeira,
ainda que n‹o estejam necessariamente associados a classes de
transac›es ou saldos de contas ou divulga›es, afectam
potencialmente muitas asser›es e representam circunst‰ncias
que podem aumentar os riscos de distor‹o material ao n’vel de
asser‹o.
Por sua vez, a identifica‹o e avalia‹o do risco de distor‹o material
ao n’vel da asser‹o, quanto a classe de transac‹o, saldo de conta
e divulga‹o, contribui directamente para a determina‹o da natureza,
tempestividade e extens‹o de procedimentos adicionais de auditoria
necess‡rios para obter prova de auditoria apropriada e suficiente.
A natureza, oportunidade e extens‹o dos procedimentos de avalia‹o
de risco da entidade, variam de acordo com as circunstancias e
dependem de factores tais como a dimens‹o e complexidade da
entidade ou a experincia anterior do auditor.
De referir que a avalia‹o do risco pela entidade difere da considera‹o
do risco de revis‹o pelo auditor na revis‹o/auditoria de demonstra›es
financeiras. De facto, enquanto o objectivo da avalia‹o do risco pela
entidade Ž identificar, analisar e gerir os riscos que afectem o neg—cio
19
AUDITORIA
da entidade, na revis‹o/auditoria das demonstra›es financeiras, o
auditor estima o risco inerente e o risco de controlo para avaliar a
probabilidade de ocorrerem distor›es materialmente relevantes
nas demonstra›es financeiras.
De forma genŽrica, os trabalhos do auditor com vista ˆ identifica‹o
de riscos, devem incluir:
i) Indaga›es e question‡rios aos —rg‹os de gest‹o e outros
elementos chave da entidade;
ii) Procedimentos substantivos anal’ticos;
iii) Observa‹o e inspec‹o (designadamente de opera›es da
entidade, documentos e relat—rios emitidos pela entidade).
Adicionalmente, podem ser considerados outros procedimentos
para avalia‹o do risco, tais como:
i) A realiza‹o de inquŽritos a advogados, consultores ou outros
especialistas que prestem servios para a entidade;
ii) Revis‹o de informa‹o e relat—rios emitidos por fontes externas,
tais como especialistas, bancos, agncias financeiras, ou outras
entidades decorrente de inspec›es efectuadas;
iii) Publica›es financeiras ou regulamentares aplic‡veis ˆ entidade.
Para trabalhos de auditoria recorrentes, a compreens‹o da entidade
e sua envolvente decorre muitas vezes da informa‹o recolhida e
procedimentos efectuados em auditorias anteriores. Deste modo,
a avalia‹o do risco pode passar pela actualiza‹o do conhecimento
da entidade, e pela identifica‹o de novos factos e altera›es
significativas, com influncia sobre o plano de auditoria.
Neste contexto, o auditor deve efectuar inquŽritos e/ou desenvolver
outros procedimentos, tais como a realiza‹o de testes do tipo
walkthroughs ao sistema contabil’stico, com vista a apurar se
ocorreram altera›es relevantes que afectem o conhecimento obtido
em trabalhos anteriores. De facto, o auditor deve dar particular
aten‹o a esta actualiza‹o, quando efectua a avalia‹o de risco,
sobretudo quando se trata de entidades que operam em ambientes
altamente competitivos e, como tal, sujeitos a muta›es frequentes.
De referir ainda que o auditor deve obter evidncia sobre a exactid‹o
e plenitude da informa‹o desenvolvida pela entidade, e que Ž
utilizada nos procedimentos de auditoria.
RESPOSTAS A RISCOS AVALIADOS
Com vista a reduzir o risco de auditoria a um n’vel aceitavelmente
baixo, o auditor deve determinar respostas globais aos riscos avaliados
ao n’vel de demonstra‹o financeira e deve conceber e executar
procedimentos de auditoria adicionais para responder aos riscos
avaliados ao n’vel de asser‹o.
A ISA 330 (Refeita) - ÒAs Respostas do Auditor aos Riscos AvaliadosÓ,
trata da responsabilidade do auditor em conceber e implementar
respostas aos riscos de distor‹o material identificados e avaliados
pelo auditor de acordo com a ISA 315Ó, ÒIdentificar e Avaliar Riscos
de Distor‹o Material Por Meio da Compreens‹o da Entidade e do
seu AmbienteÓ.
Das poss’veis respostas para tratar os riscos avaliados de distor‹o
material ao n’vel de demonstra‹o financeira, destacamos os
seguintes factos:
_ Enfatizar ˆ equipa de auditoria a necessidade de manter
cepticismo profissional permanente;
_ Atribuir pessoal mais experiente ou os com habilita›es
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Ò(...) a compreens‹o da entidade e sua
envolvente decorre muitas vezes da
informa‹o recolhida e procedimentos
efectuados em auditorias anteriores (...)Ó
especificadas ou recorrer a peritos;
_ Proporcionar mais supervis‹o;
_ Incorporar elementos adicionais de imprevisibilidade na selec‹o
de procedimentos adicionais de auditoria a serem executados;
_ Fazer altera›es gerais ˆ natureza, tempestividade ou extens‹o
dos procedimentos de auditoria. Por exemplo: executar
procedimentos substantivos no final do per’odo em vez de numa
data intercalar, ou modificar a natureza dos procedimentos de
auditoria para obter prova de auditoria mais persuasiva.
De referir, ainda, que com respeito a alguns riscos de distor‹o
material ao n’vel de classes de saldos ou transac›es, o revisor/auditor
pode julgar que n‹o Ž poss’vel, ou pratic‡vel, obter prova de auditoria
apropriada e suficiente apenas a partir de procedimentos
substantivos, sendo fundamental obter compreens‹o sobre os
controlos da entidade.
Tais riscos podem relacionar-se, por exemplo, com o registo n‹o
rigoroso ou incompleto de classes de transac›es ou saldos de
contas, de rotina e significativos, cujas caracter’sticas muitas vezes
permitem processamento altamente automatizado, com pouca ou
nenhuma interven‹o manual.
Por exemplo, a factura‹o de actos mŽdicos prestados tem por base
procedimentos inform‡ticos altamente automatizados. Assim
quando se pretende avaliar se todos os servios mŽdicos prestados
foram registados e facturados, Ž fundamental que se analisem os
procedimentos de controlo interno institu’dos pela entidade, bem
como os pr—prios controlos inform‡ticos padronizados no sistema.
Caso Pr‡tico: O Risco de Auditoria
num Hospital Pœblico
Neste cap’tulo passamos a apresentar um exemplo pr‡tico sobre
identifica‹o e avalia‹o de riscos de distor‹o material, por via da
compreens‹o da entidade, sua envolvente e controlo interno, numa
entidade que se insere no Sector Empresarial do Estado, e que tem
por objecto principal a presta‹o de cuidados de saœde,
designadamente aos benefici‡rios do SNS e aos benefici‡rios de
outros subsistemas de saœde, ou de entidades externas que com
ele contratualizarem a presta‹o de cuidados de saœde, bem como
a todos os cidad‹os em geral.
COMPREENSÌO DA ENTIDADE E SUA ENVOLVENTE
Consideramos, para o presente exemplo, um Centro Hospitalar, EPE,
cujas caracter’sticas e actividade se descrevem nos pontos abaixo.
De referir que existem outros elementos t’picos de uma entidade
desta natureza que n‹o foram considerados para o caso em apreo,
dada a limita‹o do trabalho, e por se considerarem redundantes,
face ˆ ‡rea espec’fica que se pretende tratar.
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
AUDITORIA
FACTORES SECTORIAIS E REGULADORES
A1. TECNOLOGIA DO PRODUTO: Actualmente existe um elevado grau de evolu‹o tŽcnica
e tecnol—gica associada aos procedimentos mŽdicos, pelo que Ž recorrente a cria‹o de novas
linhas de produ‹o e a desactualiza‹o/descontinua‹o de outras existentes. Nem sempre
os sistemas inform‡ticos s‹o actualizados em tempo œtil, designadamente por atrasos na
codifica‹o do acto mŽdico, tanto para a classifica‹o de produ‹o como para a factura‹o.
Adicionalmente, as novas linhas de produto s‹o tendencialmente dispendiosas, e nem sempre
os preos contratados, devido a falta de conhecimento hist—rico sobre preos de referncia,
bem como pela menor eficincia na sua aplica‹o pr‡tica, s‹o suficientes para cobrir os
respectivos custos. Tal situa‹o pode resultar num agravamento da posi‹o financeira do
Centro Hospitalar.
A2. SAZONALIDADE: Ainda que ligeira, verifica-se uma tendncia de aumento de produ‹o
de actos mŽdicos, sobretudo em urgncia, no inverno e nos per’odos de maiores altera›es
climatŽricas.
A3. OUTROS FACTORES DE PROCURA: O surgimento de novas doenas ou pandemias tende
a condicionar surtos de procura, o que pode levar a uma desadequa‹o entre os planos de
emergncia operacionais implementados e a estrutura financeira e contabil’stica.
A4. CAPACIDADE: Devido ˆ falta de capacidade ou a pol’ticas governamentais direccionadas,
por exemplo, para a redu‹o de listas de espera, Ž recorrente que um Hospital solicite servios
mŽdicos para utentes da sua zona geogr‡fica, a outros prestadores de servios, nomeadamente
privados ou, alternativamente, receba utentes de outros Hospitais. Nestas situa›es Ž
obrigat—rio que seja passado ao utente um termo de responsabilidade, que servir‡ de base
ˆ realiza‹o do servio e ˆ respectiva factura‹o. Esta especificidade de rela›es cruzadas
requer uma implementa‹o de controlos espec’ficos, quer sobre a contrata‹o dos preos
dos servios com terceiros, quer sobre as pr—prias autoriza›es dos termos.
PASSAR A FOLHA
DE RISCOS E PROGRAMAS
DE TRABALHO
A5. NATUREZA DA ACTIVIDADE: Devido ˆ natureza da actividade, Ž suscept’vel a ocorrncia
de actos de negligncia mŽdica, reclama›es dos utentes e responsabilidades potenciais do
Centro Hospitalar n‹o evidenciadas nas demonstra›es financeiras.
Importante:1) obter e analisar as repostas dos advogados ao nosso pedido de circulariza‹o; 2) Analisar actas do
Conselho de Administra‹o; 3) Indagar os Servios. - Risco espec’fico ao n’vel da conta (Provis›es para outros riscos
e encargos) Ponto para Decl. îrg‹o Gest‹o.
A6. Actividade sujeita a inœmera LEGISLA‚ÌO E REGULAMENTA‚ÌO espec’fica.
Adicionalmente, por se tratar duma entidade que se insere no SEE, est‡ sujeita a decis›es
pol’ticas e governamentais.
A7. FISCALIDADE: Est‡ sujeito ˆs normas fiscais gerais, embora com algumas particularidades,
designadamente:
i) Em sede de IVA: apesar dos servios se encontrarem sujeitos a IVA, est‹o isentos por via
do art.¼ 9 do CIVA. Contudo, suportam integralmente o IVA das aquisi›es e est‹o obrigados
a demais obriga›es declarativas. A excep‹o na liquida‹o decorre do IVA autoliquidado,
por importa›es ou reverse charge do sujeito passivo.
A8. POLêTICA DE COMPRAS: As entidades do SEE est‹o sujeitas ao C—digo dos Contratos
Pœblicos (Decreto Lei 18/2008, de 29 de Janeiro), com todas as obriga›es legais da’
decorrentes, incluindo, em alguns casos, mecanismos de fiscaliza‹o prŽvia.
A9. REQUISITOS AMBIENTAIS espec’ficos sobre a destrui‹o de res’duos,
Em 31/DEZ/n-1, existia um processo contra o Centro Hospitalar, para o qual foi constitu’da provis‹o para outros riscos
e encargos. Para o planeamento: 1) Obter informa‹o, (incluindo advogado) o sobre a evolu‹o do processo durante
o ano - caso tenha sido pago foi utilizada a provis‹o; 2) Na resposta do advogado, e junto dos Servios, indagar se existem
novos processos; 3) Revis‹o subsequente a valores debitados e/ou liquidados; 4) Aferir se ocorreram avarias na
incineradora.
A10. Est‡ obrigada ao envio de DOCUMENTOS DE PRESTA‚ÌO DE CONTAS ˆ Inspec‹o
Geral de Finanas, ˆ DGTF e ao Tribunal de Contas. Mensalmente tem tambŽm de enviar
para a ACSS as estat’sticas de produ‹o e demonstra›es financeiras.
21
AUDITORIA
22
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
AUDITORIA
MƒTODOS SOBRE CONTABILIZA‚ÌO DE
TRANSAC‚ÍES SIGNIFICATIVAS E NÌO
USUAIS:
PRINCêPIOS
CONTABILêSTICOS:
1.1.2 POLêTICAS CONTABILêSTICAS
C1. Utiliza o POCMS, com as adapta›es estabelecidas no Despacho Conjunto n¼ 17164/2006,
de 7 de Junho, dos MinistŽrios das Finanas e da Saœde (que admitiu a utiliza‹o de contas
POC e dispensou os hospitais EPE da utiliza‹o das contas de controlo oramental e de
ordem);
C2. A factura‹o referente aos servios efectuados no ‰mbito do SNS, carece da prŽvia
autoriza‹o da ACSS, Ž por isso usual que ocorram atrasos significativos na factura‹o dos
proveitos efectuados. Deste modo as receitas contabilizadas resultam essencialmente das
especializa›es. De referir que uma deficiente identifica‹o do benefici‡rio do SNS, origina
a n‹o-aceita‹o do servio pela ACSS, com a correspondente impossibilidade de factura‹o
e sobreavalia‹o da estimativa de proveitos efectuada pelo Centro Hospitalar. (Ver fluxograma
de factura‹o no Anexo 1)
RISCOS
ESPECêFICOS
C3. No final do exerc’cio dever‡ ser analisado o cumprimento dos objectivos de produ‹o do
Contrato Programa, com vista a apurar as penaliza›es por factura‹o de linhas de produ‹o
contratadas (tanto por excesso, como por n‹o cumprimento), bem como a avalia‹o e
valoriza‹o dos incentivos institucionais que premeiam a eficincia.
C4. As taxas moderadoras s‹o facturadas ao cliente apenas quando s‹o cobradas. Desta
forma, s‹o registados acrŽscimos de proveitos pelos valores ainda n‹o cobrados.
C5. Os actos mŽdicos prestados apenas s‹o classificados no sistema SONHO, depois de ser
dada alta ao utente. Deste modo, a produ‹o em curso n‹o Ž valorizada nem registada.
C6. O rappel recebido dos fornecedores de medicamentos e material cl’nico, Ž registado
OUTROS
ASPECTOS:
POLêTICAS CONTABILêSTICAS SIGNIFICATIVAS EM
çREAS CONTROVERSAS OU EMERGENTES,
RELATIVAMENTE ËS QUAIS Hç FALTA DE ORIENTA‚ÌO
AUTORITçRIA OU DE CONSENSO:
apenas na contabilidade devido ˆ dificuldade de afectar, no CPC, o desconto recebido ao
custo unit‡rio dos respectivos artigos.
C7. Relativamente ˆs taxas moderadoras a legisla‹o espec’fica apenas estabelece que sejam
registadas, conforme definido no Decreto-Lei 48/90- Lei de Bases, conjugado com os princ’pios
da materialidade e especializa‹o definidos no POCMS. Contudo, e ainda que haja indica›es
de alguns organismos para que sejam especializadas todas as taxas moderadoras
(designadamente do Tribunal de Contas), tem-se constatado que existe uma significativa
% de incobrabilidade, para alŽm da possibilidade de parte dessas receitas se referirem a
utentes isentos (por ex. crianas e idosos) que foram incorrectamente classificados no
SONHO.
RISCOS
ESPECêFICOS
C8. Provis›es para cobranas duvidosas: Ainda que o POCMS defina os critŽrios que devem
ser seguidos para o seu c‡lculo, estes n‹o consideram integralmente o risco de cobrana,
havendo necessidade de recorrer a critŽrios mais adequados, que tenham em considera‹o
os efectivos riscos de n‹o recupera‹o dos valores que figuram em balano. O critŽrio utilizado
tem impacto no valor das provis›es calculadas.
Qualifica‹o
para CLC
C9. O Centro Hospitalar encontra-se obrigado a comparticipar no pagamento de Complementos
de Aposenta›es e de Pens›es de Sobrevivncia a parte dos seus colaboradores e excolaboradores das entidades que o antecederam, de acordo com o estipulado no decreto de
cria‹o do Centro. A pr‡tica adoptada pelo Centro, consiste em reconhecer tais
responsabilidades como gasto apenas no momento em que ocorre o seu pagamento, pelo
que n‹o est‹o avaliadas nem reconhecidas em balano, ou assegurada qualquer cobertura,
relativamente ˆs responsabilidades passadas por complementos de reforma.
C10. Por via da consolida‹o pœblica de todos os hospitais, as contas da contabilidade devem
obedecer ao plano criado pelo Estado para o SNS. Como tal todas as novas contas criadas
devem ser suportadas por circulares recebidas
23
AUDITORIA
IDENTIFICA‚ÌO E AVALIA‚ÌO DE RISCOS,
RELACIONAMENTO AO NêVEL DA ASSER‚ÌO
Com base no conhecimento obtido sobre a entidade e sua envolvente,
apresentamos na tabela seguinte, alguns dos riscos potenciais de
distor‹o material identificados, bem como a sua avalia‹o e
relacionamento ao n’vel da asser‹o.
RISCO
ASSER‚ÌO
A1.1.Cria‹o de novas linhas de produ‹o: n‹o acompanhamento dos sistemas de
informa‹o na disponibiliza‹o de codifica›es para classifica‹o da produ‹o.
DEM.
FINANC.
Plenitude
SALDO DE CONTA /
CLASSE TRANSAC‚ÌO
BALAN‚O
DEMONST.
RESULTADOS
Clientes;
AcrŽscimo
proveitos
Presta›es
de servios
A1.2. Cria‹o de novas linhas de produ‹o: desadequa‹o dos preos contratados
com os custos efectivos, devido a ausncia de hist—rico de preos de referncia, para
alŽm das ineficincias iniciais, o que gera desequil’brio financeiro e do risco inicial de
aproveitamento da indefini‹o, em uso pr—prio (contrata›es il’citas).
Risco de requisi‹o
de actos mŽdicos,
sem os procedimentos de contrata‹o
necess‡rios
A3. Surtos de novas doenas ou pandemias: o aumento da procura, associado ˆ
concretiza‹o operacional de planos de emergncia pode dar origem a que se descorem
os procedimentos institu’dos em detrimento da operacionalidade.
Plenitude;
Ocorrncia
A4. Capacidade: A factura‹o de GDH«s prestados a utentes de outros hospitais obriga
ˆ verifica‹o da existncia e validade do respectivo termo, cujo original, validado pelo
utente, tem de acompanhara factura. H‡ um risco elevado de perder termos originais,
logo n‹o factur‡veis, para alŽm do natural atraso na factura‹o devido ˆ complexidade
burocr‡tica.
Plenitude
e Rigor
A4. Capacidade: A necessidade de reencaminhar doentes para outras entidades
prestadoras de servios (designadamente privadas) aumenta o risco de conluio, para
alŽm do risco de serem autorizados termos a entidades para as quais n‹o existe acordo
prŽvio sobre preos.
Integridade;
Valoriza‹o;
Fraude
RISCO
ASSER‚ÌO
A6. A existncia de inœmera legisla‹o espec’fica, requer uma actualiza‹o e capacidade
de reorganiza‹o constante, de forma a serem cumpridos atempadamente os requisitos
exigidos.
Rigor
Clientes;
AcrŽscimo
proveitos
Fornecedores;
AcrŽscimos
de custos
DEM.
FINANC.
SALDO
DE CONTA
Presta›es
de servios
FSEÕs
CLASSE
TRANSAC‚ÌO
Risco de concluio
com outras entidades
prestadoras de mcdtÕs
ou outros tipos de
actos mŽdicos
RISCO
SIGNIFICATIVO
Actos il’citos punidos
nos termos da lei.
A8. Risco de n‹o se cumprir as regras definidas para o SEE, para processos de compra.
B1.Existncia de servios de urgncia aumenta o risco inerente, devido ˆ diversidade
e volume dos actos praticados e ˆ dificuldade de compatibiliza‹o entre as necessidades
operacionais e as de registo.
RISCO
SIGNIFICATIVO
- FRAUDE
Plenitude;
Ocorrncia;
Rigor
B2. Elevado volume de transac›es e dispers‹o dos servios prestados por trs hospitais
que, apesar das tentativas de padroniza‹o de controlos, ainda possuem procedimentos
operacionais distintos, que decorrem da anterior fus‹o em Centro Hospitalar.
B3. Elevada dependncia da ACSS (tanto em receitas e linhas de produ‹o como
procedimentos). A operacionalidade do Centro decorre da vontade do Estado.
B5. Em exerc’cios anteriores detectaram-se fragilidades de controlo nos acessos a
armazŽns de determinados artigos (designadamente a esteriliza‹o) pelo que existiam
diferenas bastante elevadas entre quantidades f’sicas e te—ricas. (Ind’cios de furto)
Existncia
Existncias
CMVMC
B5. O car‡cter de urgncia que por vezes ocorre na utiliza‹o de f‡rmacos e outros
materiais, pode originar falta de registo inform‡tico, o que aumenta o risco de nem
todos os consumos serem registados.
Rigor;
Plenitude;
Corte
Existncias
CMVMC
B6.Existncia de diversos sistemas inform‡ticos que n‹o integram directamente para
a contabilidade.
Rigor;
Plenitude
B3./C2./C3. Apuramento do valor a facturar ˆ ACSS referente ˆ produ‹o realizada no
‰mbito do SNS (quantidades e valor)
Rigor;
Valoriza‹o;
Corte
Presta‹o
Clientes;
de servios e
AcrŽscimos
de proveitos Outros proveitos
C4./C8. Risco de erro relativamente ao acrŽscimo de proveito associado ˆs taxas
moderadoras a facturar aos utentes.
Plenitude;
Valoriza‹o;
Corte
AcrŽscimos
de proveitos
Presta‹o
de servios
Rigor;
Corte
AcrŽscimos
de proveitos
Presta‹o
de servios e
Outros proveitos
C6. Poss’vel risco de subavalia‹o do valor de consumos, devido a rappel atribu’do a
determinados artigos que ainda tenham sido efectivamente consumidos.
Valoriza‹o;
Corte
Existncias
CMVMC
C8. Risco do c‡lculo do valor da provis‹o para cobranas duvidosas n‹o reflectir a real
recuperabilidade da d’vida.
Valoriza‹o;
Direitos
Clientes;
Provis›es
para clientes
Provis›es
do exerc’cio
C5. Risco de ausncia de valoriza‹o, ou valoriza‹o inadequada, relativamente produ‹o,
pelo facto do mŽdico codificador n‹o ter efectuado a classifica‹o do GDH, ou esta estar
incorrecta.
24
Risco de fraude
(acessos)
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
AUDITORIA
da ACSS, taxas moderadoras ou outros s‹o adequados e est‹o
registadas pelo seu justo valor;
v) O saldo de d’vidas a receber respeita efectivamente a crŽditos
leg’timos da entidade sobre terceiros e foram constitu’das as
provis›es suficientes para cobrir eventuais preju’zos por crŽditos
incobr‡veis. Note-se que para esta valida‹o Ž necess‡rio tomar
em considera‹o outro tipo de riscos, n‹o contemplados nesta
vertente da nossa an‡lise, designadamente nos casos de n‹oaceita‹o da d’vida pelos clientes ou da sua pr—pria prescri‹o,
dada a existncia de normativos espec’ficos para o sector da saœde;
vi) Todas as informa›es pertinentes est‹o devidamente
divulgadas.
TESTES AOS CONTROLOS
Dada a diversidade de situa›es poss’veis para factura‹o,
seleccionamos como exemplo, a valida‹o de controlos sobre receitas
decorrentes da consulta externa1 (que corresponde ao valor pago
pelo utente - taxa moderadora, e ao valor da retribui‹o do acto,
pago pelo SNS ou por outro subsistema a que o utente esteja
vinculado).
As fases que o revisor/auditor deve considerar no planeamento dos
procedimentos de testes aos controlos apresentam-se como segue:
1) Realiza‹o de question‡rios de controlo interno e entrevistas
com os respons‡veis e intervenientes do Servio de Consulta
Externa, de forma a obter um maior e melhor conhecimento quanto
aos processos e controlos institu’dos;
2) An‡lise da documenta‹o utilizada e considerada relevante,
face ao ‰mbito do trabalho de auditoria, bem como da legisla‹o
aplic‡vel;
3) Avalia‹o dos procedimentos e controlos institu’dos, de forma
a concluir se os mesmos s‹o adequados;
4) Execu‹o de testes sobre os processos de controlo, de modo a
assegurar que s‹o adequados e est‹o a ser efectuados de forma
cont’nua;
5) Discuss‹o das deficincias detectadas com os respons‡veis dos
servios de Consulta.
RESPOSTAS AOS RISCOS IDENTIFICADOS, AO NêVEL
DO CICLO DA RECEITA
Devido ˆ complexidade do neg—cio do Centro Hospitalar, quer pelo
elevado volume e diversidade de actos mŽdicos prestados, quer
pelos procedimentos de factura‹o institu’dos, verificamos que o
ciclo da receita apresenta um risco acima do normal. Seleccion‡mos
por isso esta ‡rea, para exemplificar alguns dos procedimentos de
revis‹o/auditoria a adoptar com vista a dar resposta aos riscos
identificados.
O auditor/revisor deve, neste sentido, definir procedimentos, tanto
a n’vel de controlo interno, como substantivos, que permitam obter
prova de auditoria suficiente, que permita concluir se:
i) Os procedimentos contabil’sticos e as medidas de controlo
interno, relacionados com presta›es de servios, outros proveitos
operacionais, contas a receber e acrŽscimos e diferimentos, s‹o
adequados e est‹o efectivamente a ser aplicados;
ii) As receitas respeitam ao per’odo em an‡lise e n‹o se encontram
subvalorizadas (por actos mŽdicos n‹o registados), nem
sobreavaliadas (por crŽditos, ou descontos n‹o registados);
iii) Os proveitos respeitam a actos mŽdicos efectivamente prestados
ou a medicamentos efectivamente fornecidos;
iv) Os acrŽscimos de proveitos por servios realizados e n‹o
facturados, incluindo o valor do incentivo institucional a receber
Ao efectuar a compress‹o do ambiente de controlo, devemos
identificar as actividades de controlo relevantes, tendo em
considera‹o que estas devem garantir o cumprimento de
determinados objectivos, designadamente:
OBJECTIVO
ASSER‚ÌO
Todos os elementos identificativos que devem
ser registados s‹o-no de facto e s‹o mantidos
correctos e actualizados
Plenitude
Cada acto cl’nico registado corresponde a um
facto efectivamente ocorrido
Ocorrncia
Cada acto cl’nico est‡ registado no per’odo a
que respeita
Corte
Todos os actos cl’nicos que devem ser registados
s‹o-no de facto
Rigor
Cada acto cl’nico e respectivos consumos
associados est‹o correctamente valorizados
Valoriza‹o
Os documentos emitidos e demais registos de
suporte contabil’stico est‹o devidamente
salvaguardados
Plenitude
Segurana
No Anexo 2 apresentamos um fluxograma para melhor compreens‹o
do processo de consulta externa considerado neste caso pr‡tico.
25
AUDITORIA
Partindo das actividades de controlo identificadas na compreens‹o
do sistema de controlo da entidade, o auditor/revisor deve definir
procedimentos para verificar se essas actividades s‹o adequadas,
ACTIVIDADE DE CONTROLO
PROCEDIMENTO DE TESTE
ASSER‚ÌO
Ao efectivar a marca‹o da consulta no SONHO, o funcion‡rio tem obrigatoriamente
de introduzir o n.¼ do bilhete de identidade e benefici‡rio do utente, bem como o
respectivo subsistema financiador.
(Actividade de controlo programada)
Simular no SONHO a marca‹o duma consulta, sem introduzir um, dois ou
trs dos elementos necess‡rios.
(Controlo parcial)
Caso o subsistema financiador n‹o seja o SNS, o funcion‡rio tem de verificar no SONHO,
se o subsistema em causa tem efectivamente acordo v‡lido com o Centro Hospitalar
e se esse termo se apresenta v‡lido;
(Controlo manual)
(i) Observar como o controlo est‡ a ser executado; (ii) Seleccionar 60
consultas realizadas fora do ‰mbito SNS, e verificar, nos Servios Financeiros,
se o termo que se encontra anexo ˆ factura emitida existe, Ž v‡lido e pertence
a uma entidade com quem existe acordo.
(Controlo Chave)
O SONHO n‹o permite que se associem consultas a subsistemas para os quais n‹o
existe acordo.
(procedimento de controlo autom‡tico)
No sistema SONHO tentar associar uma consulta, a um subsistema que j‡
n‹o esteja em vigor.
(Controlo parcial)
Nota: Verificamos que se for uma consulta subsequente o SONHO assume a
continuidade do subsistema - Propor a correc‹o imediata desta lacuna.
Rigor
Mensalmente, o Conselho de Administra‹o envia ˆ Secretaria da Consulta, a informa‹o
sobre novos acordos efectuados, acordos v‡lidos e respectivas tabelas de preos. Estes
procedem ˆ actualiza‹o dos dados no SONHO. O chefe da Secretaria rev se os valores
foram correctamente introduzidos.
(Procedimento de controlo manual)
Obter uma listagem de preos acordados e em vigor e verificar se os valores
introduzidos no SONHO s‹o coincidentes.
(Controlo parcial)
Valoriza‹o
O funcion‡rio apenas deve isentar o utente do pagamento de taxa moderadora se lhe
for apresentado um comprovativo v‡lido. Com excep‹o do caso em que a idade Ž
condi‹o suficiente de comprovativo, o funcion‡rio tem de tirar c—pia do documento
e anexar ˆ ficha do utente.
Tendo presente as condi›es de isen‹o definidas no Decreto-Lei n¼.
173/2003, de 1 de Agosto, observar a actividade dos funcion‡rios no balc‹o
de atendimento.
Rigor
Rigor
Ocorrncia
Aten‹o n‹o existe controlo definido para validar que essa actualiza‹o Ž
efectuada atempadamente. Lacuna a recomendar
Nota: esta apenas Ž uma tarefa de execu‹o. N‹o identificamos actividade de controlo
- Deve ser criada uma actividade de supervis‹o aleat—ria - Lacuna
Seleccionar no SONHO 60 actos classificados com taxa moderadora isenta
e verificar se apresentam comprovativo v‡lido.
(Controlo Chave)
Quando o funcion‡rio efectiva a consulta, o SONHO solicita automaticamente que
seja efectuado o pagamento da taxa moderadora e avisa sobre os pagamentos em
d’vida. Mesmo quando o utente nesse acto Ž classificado como isento o SONHO
apresenta a d’vida atrasada, caso exista.
(Actividade de controlo autom‡tica)
i)No SONHO, simular uma efectiva‹o de consulta e verificar se Ž solicitado
o pagamento da taxa moderadora. Para um doente isento e outro n‹o isento,
com pagamentos em atraso, verificar se Ž calculada a divida acumulada
(obter o extracto do utente e verificar se o c‡lculo da d’vida est‡ correcto).
ii)Observar o procedimento adoptado pelo funcion‡rio
(Controlo parcial)
Note-se que esta actividade n‹o garante a cobrana, quer por procedimento indevido
do funcion‡rio, quer por recusa do utente em efectuar o pagamento.
26
est‹o implementadas e estiveram em execu‹o durante todo o
per’odo. Na tabela seguinte apresentamos alguns exemplos de
procedimentos de testes a realizar:
Rigor
Plenitude
Sempre que ocorrem altera›es nas taxas moderadoras, a ACSS envia um ficheiro para i) Verificar no SONHO se os preos das taxas moderadoras est‹o de acordo
o Departamento de inform‡tica do Centro, que procede ˆ sua integra‹o no SONHO. com as tabelas da Portaria n.¼ 34/2009, de 15 de Janeiro.
i) Seleccionar algumas taxas moderadoras emitidas no primeiro dia de
A Secretaria, que tambŽm recebe a informa‹o da actualiza‹o das taxas, verifica se entrada em vigor da nova tabela e verificar se os preos aplicados foram os
os dados no sistema foram correctamente actualizados.
actuais.
(Actividade de controlo semi-programada)
(Controlo chave)
Valoriza‹o
Os Servios de Tesouraria efectuam concilia›es banc‡rias todos os meses, que s‹o
revistas pelo Director Financeiro.
(Actividade de controlo manual)
Plenitude
Seleccionar dois meses e analisar as concilia›es banc‡rias. Verificar a
antiguidade e natureza dos itens em aberto (designadamente movimentos
da SIBS relativos a taxas moderadoras e outras receitas) e se foi efectuada
revis‹o.
(Controlo parcial)
As consultas efectivadas no SONHO (realizadas) apresentam um nœmero sequencial. Verificar, para dois meses, a lista de consultas efectivadas no SONHO e
(Actividade de controlo programada)
examinar se s‹o sequenciais ou se tm falhas de sequncia.
(Controlo parcial)
Plenitude
O mŽdico tem obrigatoriamente de actualizar a ficha do utente e colocar a data da
consulta. O SAM permite consultar o campo data preenchido.
(Actividade de controlo semi-programada)
Seleccionar 60 consultas, e verificar se a respectiva ficha de cliente tem o
campo data preenchido e Ž coincidente com a data do acto mŽdico classificado
no SONHO, para factura‹o.
(Controlo chave)
Ocorrncia
O mŽdico no final de cada consulta tem de classificar o acto no SONHO.
Todas as consultas marcadas com entrada na recep‹o da Secretaria, tm de estar
devidamente classificadas em uma de duas linhas de produ‹o poss’veis (1» consulta
ou consulta subsequente).
(Procedimento de controlo manual
i) Obter para 2 meses uma listagem dos actos cl’nicos gerados na Consulta
e verificar se o c—digo corresponde a um dos dois poss’veis.
ii) Validar junto dos Servios Inform‡ticos se no sistema existem consultas
prŽ-activadas que n‹o estejam classificadas.
(Controlo parcial)
Plenitude
Rigor
No final de cada semana Ž corrida uma rotina que verifica se todas as consultas
efectivadas nessa semana despoletaram um processo de factura‹o (SNS ou outra
entidade) no SONHO. As diferenas s‹o analisadas pelos Servios da Secretaria da
Consulta.
(Actividade de controlo semi-programada)
i) Consultar no SONHO o log da rotina corrida e verificar se a mesma gerou
erros, bem como se desses erros ainda se encontram pendentes de justifica‹o.
ii) Examinar a documenta‹o da Secretaria sobre o processo de conferncia
de diferenas de ficheiros.
(Controlo parcial)
Plenitude
Rigor
Mensalmente, o Departamento de Inform‡tica extrai do sistema uma lista das taxas
moderadoras que se encontram pendentes de recebimento. Os Servios Financeiros,
com base nessa listagem, actualizam o valor do acrŽscimo de proveito relativo a taxas
moderadoras.
(Actividade de controlo semi-programada)
Verificar que o acrŽscimo de proveito registado no ms de Dezembro,
corresponde ao valor do ficheiro de taxas moderadoras pendentes de
recebimento no final desse ms.
(Controlo Chave)
Nota: N‹o existe controlo que garanta que as taxas moderadoras pendentes
correspondem efectivamente a utentes n‹o isentos. - Lacuna
Corte
Plenitude e rigor n‹o
garantidos
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
ACTIVIDADE DE CONTROLO
AUDITORIA
PROCEDIMENTO DE TESTE
A equipa de auditoria interna, analisa mensalmente a antiguidade das taxas por cobrar,
bem como a antiguidade das pr—prias taxas recuperadas - esse relat—rio Ž enviado
para a Administra‹o.
A imparidade de taxas moderadoras Ž calculada com base na percentagem hist—rica
de n‹o recupera‹o.
(Actividade de controlo manual)
Para um ms verificar se o c‡lculo da antiguidade e da recupera‹o de taxas
moderadoras est‡ correctamente efectuado.
No final do ano, os Servios Inform‡ticos retiram uma listagem dos actos cl’nicos
referentes a consultas n‹o SNS, com indica‹o do c—digo do acto, data de alta,
quantidade, valor e subsistema respectivo, e que ainda n‹o foram facturados.
Os Servios Financeiros registam o acrŽscimo de proveito para actos mŽdicos n‹o
facturados e anulam eventuais acrŽscimos de anos anteriores pendentes.
O Director Financeiro valida se o valor est‡ correctamente lanado.
(Actividade de controlo manual)
Obter a listagem de actos mŽdicos por facturar e verificar se o acrŽscimo de
proveito registado na contabilidade Ž concordante.
(Controlo chave)
Semanalmente s‹o efectuados automaticamente backups de todos os sistemas
inform‡ticos do Centro Hospitalar.
(Actividade de controlo programada)
Verificar se existem backups, a data dos mesmos e se est‹o a ser efectuados
automaticamente.
As c—pias s‹o guardadas numa sala do departamento de inform‡tica.
ASSER‚ÌO
Valoriza‹o
Verificar, necessariamente para o ms de Dezembro, se a imparidade resulta
da aplica‹o da informa‹o hist—rica sobre recupera‹o de taxas.
(Controlo chave)
Corte
Rigor
Note-se que devido a lacunas detectadas acima, designadamente, o subsistema
poder n‹o ser v‡lido e o preo incorrecto, necessitamos de trabalho substantivo
adicional que deve incluir testes de detalhe e procedimentos substantivos
anal’ticos.
Segurana
Plenitude
Lacuna: As c—pias de segurana dever‹o ser guardadas num local distante
dos servidores, que esteja devidamente protegido e ˆ prova de fogo.
De referir que os procedimentos de controlo, mesmo que adequados
e efectivos, apenas proporcionam uma segurana moderada, sendo
por isso necess‡rio, em qualquer caso, desenvolver procedimentos
substantivos, cuja extens‹o e profundidade depende da existncia
ou n‹o de riscos inerentes identificados ao n’vel desse saldo de
conta ou transac‹o.
Salientamos ainda que em alguns casos, o auditor/revisor pode
considerar necess‡rio recorrer a peritos inform‡ticos para validar os
sistemas de informa‹o, por considerar um risco dominante a este
n’vel, ou seja, pelo facto do uso do computador ser recorrente, o
ambiente inform‡tico complexo, e os sistemas inform‡ticos serem
muito importantes para o neg—cio.
PROCEDIMENTOS SUBSTANTIVOS
No que se refere aos procedimentos substantivos (que incluem,
quer testes de detalhe, quer procedimentos anal’ticos substantivos),
destacamos as seguintes tarefas que o auditor/revisor deve ter em
considera‹o no planeamento do ciclo da receita:
1) Comear por obter uma listagem das presta›es de servios
registadas no per’odo em an‡lise, e detalhar por cliente e tipo de
servio (tais como: consulta externa, internamento, urgncia, MCDT«s,
taxas moderadoras, planos especiais, incentivos institucionais e
medicamentos).
2) Verificar se essa listagem detalhada est‡ concordante com os
valores registados no balancete (caso existam divergncias Ž
fundamental apurar os motivos e validar a razoabilidade dos
esclarecimentos obtidos) e analisar, por exemplo, o peso de cada
um dos clientes e tipo de actos cl’nicos no total das receitas; e
3) Definir procedimentos substantivos anal’ticos, tais como:
i) Com base nos balancetes ou extractos de contas, fazer uma
evolu‹o mensal dos proveitos, relacionar a rubrica de consumos
de medicamentos com os proveitos decorrentes do fornecimento
de medicamentos;
ii) Comparar a evolu‹o mensal com a do ano anterior, obter
esclarecimentos para as varia›es significativas ou picos/quebras
apresentados no exerc’cio corrente;
iii) Com base em dados da produ‹o obtidos e tabelas de preos,
estimar receitas globais do exerc’cio e comparar com os valores
registados por livros.
Dentro deste ultimo ponto, e por exemplo, no sentido de validar as
receitas da ACSS (resposta aos riscos B3/C2/C3), que representam
85% do total das receitas registadas no exerc’cio, o auditor/revisor
deve comear por solicitar a seguinte informa‹o:
i) C—pia do Contrato Programa assinado com a ACSS para o per’odo
em an‡lise: no qual Ž mencionado, quantidades e preos
contratados, bem como os preos marginais para c‡lculo das
quantidades produzidas acima do contratado, ou penaliza›es por
n‹o realiza‹o dos objectivos, para alŽm dos critŽrios e forma de
c‡lculo do incentivo institucional (prŽmio de eficincia);
ii) Ficheiros de dados estat’sticos do acompanhamento SICA informa‹o oficial que resulta da aplica‹o SONHO sobre produ‹o
realizada, e que Ž enviada mensalmente para ACSS, a qual separa
entre quantidades de actos produzidos no ‰mbito do SNS e outros
subsistemas.
Com base nesta informa‹o o auditor/revisor pode proceder ao
c‡lculo da estimativa de proveitos do exerc’cio decorrentes do SNS,
ou seja, valorizar a produ‹o realizada aos preos contratados, bem
como apurar o valor do incentivo institucional vari‡vel (note-se que
este incentivo, por considerar dados finais, tais como os resultados
operacionais, ou o custo unit‡rio do doente, dever‡ ser recalculado,
em resultado dos ajustamentos de auditoria que sejam acolhidos
e que originem altera›es nos resultados apresentados). No caso
de esses ajustamentos n‹o serem acolhidos, poder‡ justificar-se a
men‹o ao facto nas qualifica›es que forem efectuadas.
Posteriormente, o auditor deve comparar a estimativa calculada
com os valores registados no balancete, identificar e indagar sobre
as divergncias apuradas que sejam superiores ao erro toler‡vel
calculado previamente. Adicionalmente pode verificar qual o grau
de desvio face ao contratado, no sentido de aferir sobre a evolu‹o
operacional do Centro Hospitalar.
Ainda no ‰mbito desta an‡lise, e tendo em conta que os
procedimentos institu’dos pelas partes (que requerem a prŽvia
valida‹o dos actos cl’nicos por parte da ACSS), tm dado origem
a atrasos significativos na emiss‹o da factura‹o, deve validar a
razoabilidade do acrŽscimo de proveito registado para actos cl’nicos
a facturar.
27
AUDITORIA
confirmados, pois foram incorrectamente classificados (pelo que
pode ser necess‡rio considerar uma quebra potencial no acrŽscimo
de proveito considerado) ou, em sentido contr‡rio, o valor do desvio
ser superior, por existirem actos que apenas sejam classificados,
numa fase posterior ao do envio oficial das estat’sticas.
De referir, que o julgamento profissional, o sentido cr’tico e a
experincia do auditor/revisor s‹o, nestes casos, fundamentais para
a aferi‹o da razoabilidade das estimativas calculadas que, neste
caso particular, assumem um valor significativo.
CONCLUSÌO
Face a uma economia cada vez mais informatizada e sujeita a
constantes press›es (n‹o s— sociais, mas tambŽm econ—micas e
pol’ticas) o auditor/revisor, condicionado ˆs pr—prias press›es de
calend‡rio para emiss‹o do seu parecer, v-se obrigado a aumentar
a eficincia e efic‡cia do seu trabalho, no sentido de reduzir o risco
da auditoria a um n’vel aceitavelmente baixo.
Neste sentido, e caso na data do trabalho da revis‹o/auditoria, todos
os actos cl’nicos j‡ tenham sido validados por parte da ACSS, o
auditor/revisor pode verificar a factura‹o e crŽditos emitidos
posteriormente, bem como o valor liquidado para acerto de contas.
Contudo, Ž frequente que este acerto de contas ocorra numa fase2
bastante tardia, pelo que este procedimento poder‡ n‹o assegurar
a obten‹o de prova de auditoria suficiente.
Adicionalmente, o auditor/revisor pode tambŽm, na carta enviada
ˆ ACSS no ‰mbito da circulariza‹o de saldos, solicitar expressamente
a confirma‹o das transac›es do exerc’cio. Note-se no entanto,
que Ž frequente que por via dos atrasos de conferncia dos actos
mŽdicos, a resposta enviada pela ACSS indique apenas o valor dos
adiantamentos por conta efectuados no ano.
Neste contexto, Ž frequente que o auditor/revisor necessite de
efectuar outros procedimentos alternativos, com vista ˆ obten‹o
de prova de auditoria suficiente.
Deste modo deve, por exemplo, comear por solicitar um detalhe da
factura‹o emitida no ano, referente aos actos mŽdicos do pr—prio
ano. Para alguns casos, deve solicitar c—pia das respectivas facturas
e verificar se essa informa‹o Ž razo‡vel. Posteriormente, e tendo
por base o c‡lculo estimado das receitas do ano, deduzida da
factura‹o emitida, pode apurar, para cada linha de produ‹o, o
respectivo acrŽscimo de proveito e comparar com a estimativa do
Centro Hospitalar. O auditor deve analisar eventuais desvios, que
sejam superiores ao erro toler‡vel definido.
Note-se que dentro da an‡lise de controlos, sobre este ponto, Ž
conveniente que o auditor/revisor obtenha compreens‹o sobre a
forma como o Centro Hospitalar efectua o c‡lculo destas estimativas
e se ocorreram altera›es face a exerc’cios anteriores. Deve ainda
verificar quais os antecedentes hist—ricos de desvio do c‡lculo da
factura‹o estimada versus o apuramento final.
A existncia de desvios significativos pode indiciar que existem
actos mŽdicos inclu’dos nos dados estat’sticos, que n‹o s‹o depois
28
Neste contexto, Ž fundamental que o auditor defina uma estratŽgia
e efectue o planeamento de auditoria, tendo por base a compreens‹o
do meio envolvente da entidade, a avalia‹o dos sistemas de controlo
interno, bem como a forma como os mecanismos de controlo
desenvolvidos afectam a revis‹o/auditoria. Com base neste
conhecimento deve avaliar os riscos de distor‹o material e assim
direccionar o seu trabalho no sentido de conceber e implementar
respostas e procedimentos que lhe permitam dar resposta aos
riscos identificados, e desta forma n‹o emitir uma opini‹o
inapropriada quando existem distor›es materiais nas
demonstra›es financeiras apresentadas.
De referir que, entre os procedimentos de teste de auditoria, o
recurso a tŽcnicas e ferramentas inform‡ticas passou a assumir
um papel fulcral na revis‹o/auditoria, isto porque, n‹o s— grande
parte da informa‹o que o auditor necessita est‡ originalmente em
suporte electr—nico, mas fundamentalmente porque o volume de
dados e a sua complexidade j‡ n‹o permitem a respectiva an‡lise
e revis‹o com recurso a tŽcnicas manuais.
Dentro do caso do sector hospitalar pœblico, e tambŽm com base
na nossa experincia profissional, consideramos que a fase do
planeamento, designadamente a identifica‹o espec’fica dos riscos
de distor‹o material, Ž determinante para a condu‹o do pr—prio
trabalho do auditor/revisor.
Com efeito, dadas as especificidades do neg—cio em si, para alŽm
de toda a envolvente social e pol’tica, um trabalho que n‹o tenha
a priori a direc‹o definida dos procedimentos a desenvolver,
facilmente cai no erro da n‹o detec‹o de erros significativos (ou
mesmo fraudes, ainda que esse n‹o seja o objectivo do auditor).
Note-se, no entanto, que com o desenrolar do trabalho e face ˆs
situa›es detectadas, outros rumos podem ser tomados podendose reavaliar o inicialmente definido.
Chamamos ainda a aten‹o para o facto de existirem diversas ‡reas
em que os ÒtradicionaisÓ procedimentos substantivos, por si s—, n‹o
proporcionam prova de auditoria suficiente e apropriada. O caso
apresentado, ao n’vel do ciclo da receita, exemplifica claramente
esta situa‹o, pois face ao volume, complexidade e automatiza‹o
dos procedimentos institu’dos, o auditor/revisor deve
necessariamente desenvolver testes de controlos, para alŽm dos
procedimentos substantivos (de detalhe e/ou anal’ticos).
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
AUDITORIA
Anexo 1
FLUXOGRAMA DE FACTURA‚ÌO DE ACTOS MƒDICOS
INêCIO DO PROCESSO
MEDICAMENTOS
PRODU‚ÌO BASE
PRODU‚ÌO
COMPLEMENTAR
Farm‡cias lanam receitas no ÒCPCÓ
Gest‹o de Doentes
insere epis—dio no ÒSonhoÓ
Com base na informa‹o
dos Servios processar factura‹o
Integra‹o no sistema
inform‡tico ÒSonhoÓ
Com base nessa informa‹o preparar
o processamento da factura‹o
Servios Financeiros fazem a
separa‹o dos medicamentos por
subsistema e por tipo de medicamento
Fazer integra‹o da factura‹o
na contabilidade a)
a) No caso do cliente ser a ACSS, a
factura‹o apenas Ž efectuada quando
esta envia o of’cio a autorizar a
factura‹o, ou seja, depois de conferir a
validade dos actos mŽdicos
Produ‹o suplementar refere por
exemplo a:
ensaios cl’nicos,
rendas,
factura‹o de vencimentos,
factura‹o a universidades
(est‡gios de alunos ou aulas de
mŽdicos),
psiquiatria forense,
colheita de —rg‹os,
transplantes,
acessos vasculares,
assistncia mŽdica ao
estrangeiro,
caderno de encargos,
transportes de doentes.
Emitir facturas
Arquivar c—pia da factura, por nœmero
de factura
Factura devolvida?
NÌO
FIM DO PROCESSO
SIM
SIM
J‡ recebeu informa‹o para
refacturar?
NÌO
Remeter facturas para a Gest‹o
de Doentes
Anular factura
Gest‹o de Doentes detecta
a regulariza‹o a ser efectuada
e informa a Contabilidade
Fazer refactura‹o
Fazer integra‹o da factura‹o na
contabilidade
Emitir facturas
Enviar factura original com um of’cio
para o cliente
Arquivar c—pia da factura, por nœmero
de factura
FIM DO PROCESSO
29
AUDITORIA
Anexo 2
FLUXOGRAMA DE CONSULTA EXTERNA
MARCA‚ÌO CONSULTA
CONSULTAS AGENDADAS
COM MAIS DE UM DIA
CONSULTAS SEM AGENDAMENTO
Pedido de Autoriza‹o ao mŽdico para marcar consulta
Pedido de documenta‹o ao doente
Documenta‹o:
1) Bilhete de identidade
2) Cart‹o de utente
3)Requisi‹o de
consulta
4) Cart‹o de subsistema
e eventual termo, caso
aplic‡vel.
Recebimento da documenta‹o
No SAM criar nova ficha cliente(1» consulta) ou inserir
dados em ficha j‡existente(Subsequente) e disponibilizar
na linha de produ‹o do mŽdico a consulta a realizar
NÌO
O doente apresenta um subsistema de saœde pr—prio
ou seguro, v‡lido?
Inserir no SONHO informa‹o para facturar SNS
SIM
Inserir no SONHO informa‹o para facturar
subsistema/seguradora
NÌO
Doente isento de pagamento de taxa moderadora? a)
SIM
Doente paga taxa moderadora
NÌO
Doente apresenta comprovativo de isen‹o?
SIM
Emitir recibo
NÌO
SIM
Emitir nota de dŽbito
b) com o valor da taxa
moderadora
Isentar pagamento de taxa moderadora da consulta
Pedir ao doente para aguardar pela consulta
na sala de espera
A emiss‹o do recibo no
SONHO gera
automaticamente o
lanamento na
contabilidade (Deb.
Bancos, Cred Prest Serv).
A tesouraria no final do dia
integra o ficheiro das
receitas.
Act controlo - concilia›es
banc‡rias
NÌO
Realiza‹o da consulta mŽdica no Gabinete de Consulta
MŽdico regista actos cl’nicos e data da consulta no SAM
MŽdico d‡ alta ao doente?
Requisita consulta subsequente e/ou MCDTÕs. Rencaminha
o doente para a Secretaria para marca‹o dos actos.
Codifica o acto no SONHO
Dar alta ao doente na aplica‹o SONHO e codifica o acto.
FIM DO PROCESSO
a) Ao gerar o processo do registo da taxa moderadora, o SONHO verifica se o doente tem
pagamentos em atraso. Nesse caso solicita o pagamento de integral do valor em d’vida. Caso
o doente esteja isento no acto actual, mas tenha outras taxas em atraso solicita o pagamento
das anteriores
b) A nota de dŽbito Ž apenas documento informativo (n‹o formal) que fica dispon’vel no
SONHO, como taxa emitida n‹o cobrada.
30
SIM
Uma vez codificada, a
consulta passa a
produ‹o efectiva e fica
dispon’vel para
factura‹o (Produ‹o
Base)
Mafalda EugŽnia de Araœjo Costa Ferreira / MEMBRO ESTAGIçRIO DA OROC
AUDITORIA
BIBLIOGRAFIA
Directrizes de Revis‹o / Auditoria (DRA)
DRA 300 - Planeamento
DRA 310 - Conhecimento do Neg—cio
DRA 320 - Materialidade de Revis‹o/Auditoria
DRA 400 - Avalia‹o do Risco de Revis‹o/Auditoria
DRA 410 - Controlo Interno
Normas Internacionais de Auditoria (ISAÕs)
ISA 300 Planear uma Auditoria de Demonstra›es Financeiras (Eficaz em ou ap—s
15/Dez/2008)
ISA 315 (Refeita) Identificar e Avaliar os Riscos de Distor‹o Material por Meio da
Compreens‹o da Entidade e do seu Ambiental (Eficaz em ou ap—s 15/Dez/2008)
ISA 320 Materialidade de Auditoria
ISA 330 Os Procedimentos do Auditor em Resposta a Riscos Avaliados
ISA 330 (Refeita) As Respostas do Auditor aos Riscos Avaliados (Eficaz em ou ap—s
15/Dez/2008)
ISA 402 Considera›es de Auditoria Relativas a Entidades que usem Organiza›es de
Servios
Legisla‹o espec’fica aplic‡vel a Unidades de Saœde que integrem o Sector Empresarial
do Estado
- Lei n¼. 48/90, de 24 de Agosto - Lei de Bases da Saœde
- Decreto-Lei n¼. 11/93 de 15 de Janeiro - Estatuto do Servio Nacional de Saœde.
- Decreto-Lei n.¼ 558/99 de 17 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n¼ 300/2007,
de 23 de Agosto - Regime jur’dico do Sector Empresarial do Estado
- Lei n.¼ 27/2002, de 8 de Novembro - Aprova o novo regime jur’dico da gest‹o hospitalar
e procede ˆ primeira altera‹o ˆ Lei n.¼ 48/90, de 24 de Agosto
- Decreto-Lei n¼. 233/2005, de 29 de Dezembro - Estatutos dos Hospitais, EPE., alterado
pelo Decreto-Lei n¼. 50-A/2007, de 28 de Fevereiro.
- Portaria n.¼ 1369-A/2008, de 29 de Novembro - Fundo de Apoio ao Sistema de
Pagamentos do Sistema Nacional de Saœde.
- Decreto-Lei n.¼ 173/2003, de 1 de Agosto, Taxas moderadoras.
- Portaria n.¼ 34/2009, de 15 de Janeiro, que actualiza as taxas moderadoras constantes
na tabela anexa ˆ Portaria n.¼ 395-A/2007, de 30 de Maro.
Outros:
- American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) (2001), ÒAudit and Accounting
Guide: Audit Sampling, April.
- Boyton, William C.; Jonhson, Raymond N.; Kell, Walter G. (2000), ÒModern AuditingÓ 7th
Edition.
- Costa, Carlos Baptista (2007); ÒAuditoria Financeira, teoria e pr‡ticaÓ, 8» Edi‹o.
- POC - Plano Oficial de Contabilidade.
- POCMS - Plano Oficial de Contabilidade do MinistŽrio da Saœde.
- PWC (Jul/2004), ÒSarbanes -Oxley Act: Section 404. Practical Guidance for ManagementÓ.
- Revista Revisores Empresas (Janeiro / Maro 2006), ÒUma aplica‹o pr‡tica do
mŽtodo PPSÓ, SŽrgio Paulo Pereira Carmelo;
1
Inclui actividades de controlo que se destinam a mitigar riscos identificados em B3,
C2, C4 e C7
2
ƒ habitual o Contrato Programa definir um valor de adiantamento mensal por conta,
a ser efectuado pela ACSS, sendo o valor do acerto de contas liquidado depois do
apuramento final da produ‹o e divergncias da factura‹o. Segundo o Contrato, tal
facto deveria ocorrer em Maro do ano seguinte (na pr‡tica Ž frequente que ocorra
apenas passados 9 meses)
15
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