UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
LUCAS LUCINIO LIPPI
SISTEMA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DO
CONSUMO DE ÁGUA PREDIAL
SÃO PAULO
2009
LUCAS LUCINIO LIPPI
SISTEMA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DO
CONSUMO DE ÁGUA PREDIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Orientador: Profº MSc. José Carlos de Melo Bernardino
SÃO PAULO
2009
LUCAS LUCINIO LIPPI
SISTEMA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DO
CONSUMO DE ÁGUA PREDIAL
Trabalho____________
em:
de_______________de 2009.
Trabalho de Conclusão de Curso
____ apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
______________________________________________
Profº José Carlos de Melo Bernardino
______________________________________________
Prof Maurício Cabral
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Á minha mãe, pela compreensão, por sempre acreditar em meus objetivos, carinho,
amor, sendo sempre meu braço direito para todas situações que me deparo. Não
tenho palavras pra dizer o quanto te amo. Você é muito especial em minha vida.
Obrigado
Ao meu pai (in memorian) por todo o seu carinho, dedicação, amor e por ter sido o
melhor pai do mundo, sempre com muito humor, sendo diretamente influente para
minhas decisões que tomei e irei tomar, me espelho na garra e força de vontade,
sempre dizendo que devemos ser o melhor no que fazemos. Te amo, saudade.
Á minha irmã, que sempre foi muito especial e importante em minha vida, tendo
participação direta no desenvolvimento desse trabalho, a cada dia me fazendo ter
uma surpresa nova tirando meu fôlego, pelas noites e risadas que demos durante o
desenvolvimento, me orgulho pela sua disciplina e potencial acadêmico. Te amo
Á minha namorada Veridiana, que sempre me dá forças para continuar em busca
dos meus sonhos, me dando amor, carinho, tendo compreensão, me incentivando,
me trazendo alegria nos finais de semana, ajudando na minha formação como
pessoa, me fazendo mais feliz a cada dia que estamos passando juntos. Você é
muito especial para mim. Te amo.
Ás pequenas Geovana e Bella Emília, que enchem de alegria meus finais de
semana, com a alegria e inocências que apenas as crianças tem.
Ao Maciel, que sempre dou risadas quando estamos juntos, e faz bem a minha irmã.
Á Ana Lucia e Paulo Pantaleão, que sempre estiveram do meu lado, me ajudando a
crescer como pessoa e academicamente, Paulo por ter participação direta nesse
trabalho, me ensinando boa parte do conteúdo sobre o tema desenvolvido.
Aos meus amigos de sala, que sempre fomos unidos em qualquer situação que
passamos durante o curso, choramos e rimos juntos, estarão sempre presentes em
minha vida. Principalmente Érika, Rogério (Kalango), Raphael (Pulga) e Rodolfo.
Aos meus amigos Vivian e Danilo, que os levo como meus irmãos, foram
fundamentais para que eu seja essa pessoa que sou hoje, sempre estando ao meu
lado, vocês são muito importantes em minha vida. Amo vocês.
Aos demais familiares e amigos, Sueli, Cecela, Sérgio, Pedro, Bruna, Cacalo,
Patrícia, Manoela, Andréa, Marcelo, João Pedro, Vanessa, Marcelo, João
Guilherme, Maurício, Tia Lalá e Tio Jaime.
A todos os meus professores, principalmente o profº Bernardino, que me ajudou a
realizar esse trabalho, sempre com muita alegria e descontraindo, me chamando de
“desorientado”, obrigado por todo o conteúdo adquirido durante o curso.
A toda a equipe da construtora TRISUL, que abriram as portas para mim.
RESUMO
O sistema de individualização do consumo de água predial foi desenvolvido para
que seja realizada uma cobrança justa pela quantidade consumida de água, na qual
será cobrado apenas o quantitativo consumido por determinada unidade.
Este sistema consiste na individualização das prumadas da edificação sendo
instalado em cada qual um hidrômetro individualizado, desta forma sendo
computado apenas o valor consumido.
Com isso é possível conseguir um valor expressivo de redução das contas de água,
na inadimplência, no desperdício, no consumo de energia, nas taxas de esgoto,
entre outros.
Neste trabalho foi abordada a dificuldade na descoberta de novas reservas hídricas,
havendo a necessidade da conscientização para evitar o desperdício, bem como
retratados os passos para se realizar as instalações hidráulicas do novo sistema,
para tal o estudo foi realizado em uma obra na cidade de Campinas mostrando os
pontos mais importantes para a execução e os resultados pré e pós instalação do
sistema.
Palavras Chave: RECURSOS HIDRICOS, INDIVIDUALIZAÇÃO DO CONSUMO DE
ÁGUA, REDUÇÃO TARIFARIA
ABSTRACT
The system of individual water in buildings was developed to realize a fair charge of
water’s consumption, in which will be charged only the quantity consumed by a
particular unit.
This system consists in plumb’s individualization where an individual hydrometer is
installed, so only the amount consumed is computed.
This way it is possible to reduce an expressive amount on water bills, insolvency,
wastefulness, on energy consumption, sewer fees, among others.
This study addressed the difficulty in finding new water resources, with awareness to
prevent wastefulness, and portrayed the steps to carry out the new hydraulic system
for such the study was conducted in a project in Campinas.
Key
Worlds:
REDUCTION.
HYDRICS
RESOURCES,
WATER´S
CONSUPTION,
FEE
LISTA DE FIGURAS
Figura1: Sistema direto sem bombeamento...............................................................22
Figura 2: Sistema direto com bombeamento; B= bomba...........................................23
Figura 3: Sistema indireto RS sem bombeamento.....................................................24
Figura 4: Sistema indireto RS Bombeado..................................................................25
Figura 5: Sistema RI-RS............................................................................................26
Figura 6: Hidrômetro..................................................................................................27
Figura 7: sistema de individualização do consumo de água predial..........................28
Figura 8: Planta pavimento tipo..................................................................................41
Figura 9: planta do pavimento térreo.........................................................................42
Figura 10: planta do pavimento térreo.......................................................................42
Figura 11: planta da caixa de hidrômetros e dos hidrômetros...................................43
Figura 12: detalhamento do hidrômetro.....................................................................44
Figura 13: planta do hidrômetro principal...................................................................44
Figura 14: laudo de análise SANASA........................................................................59
Figura 15: distribuição da alimentação.......................................................................45
Figura 16: sistema de individualização do consumo de água predial........................46
Figura 17: Hidrômetros individuais e prumadas.........................................................47
Figura 18: Hidrômetros individuais.............................................................................47
Figura 19: Prumadas..................................................................................................48
Figura 20: Ramais......................................................................................................49
Figura 21: Registro e nova instalação........................................................................49
Figura 22: Canaletas de acabamento para fachada..................................................50
Figura 23: Fachada concluída....................................................................................51
Figura 24: laudo de aprovação dos serviços SANASA..............................................60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela de vazões e pesos relativos.........................................................34
Tabela 2 – Relação de peças e peso relativo em utilização......................................39
Tabela 3 – Cálculo de perda de carga.......................................................................39
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Consumo diário de litros por habitantes por dia......................................38
Gráfico 2 – Evolução na economia após a individualização......................................53
Gráfico 3 – Evolução na economia após a individualização......................................54
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SANASA
Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento
ANA
Agência Nacional de Água
UCG
Universidade Católica de Goiás
NBR
Associação Brasileira de Normas Técnicas
SABESP
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
CAESB
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
IPT
Instituto de Pesquisa Tecnológica
COPASA
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
LISTA DE SÍMBOLOS
Q
Vazão
C
Coeficiente de Descarga
P
Soma dos Pesos
SUMÁRIO
p.
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2
OBJETIVOS ....................................................................................................... 17
2.1
Objetivo Geral ............................................................................................... 17
2.2
Objetivo Específico ...................................................................................... 17
3
MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 18
4
JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 19
5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 20
5.1
Situação Hídrica ........................................................................................... 20
5.2
Sistemas de suprimento de água predial ................................................... 20
5.2.1 Abastecimento .............................................................................................. 21
5.2.1.1 Sistema de abastecimento direto............................................................... 22
5.2.1.2 Sistema indireto de abastecimento ........................................................... 23
5.2.2 Distribuição ................................................................................................... 26
5.2.3 Medição ......................................................................................................... 26
5.2.3.1 Hidrômetro ................................................................................................... 27
5.3
Individualização do consumo de Água....................................................... 28
5.4
Principais motivos para instalação do sistema ......................................... 28
5.5
Surgimento do sistema ................................................................................ 29
5.6
Dimensionamento do sistema ..................................................................... 30
5.6.1 Vazão do dimensionamento do barrilete e das colunas ........................... 30
5.6.2 Vazões de dimensionamento dos ramais e sub-ramais............................ 31
5.6.3 Vazões de dimensionamento do reservatório superior ............................ 31
5.6.4 Vazão nos pontos de utilização .................................................................. 31
5.6.5 Dimensionamento das colunas e ramais ................................................... 32
5.7
Instalação do sistema .................................................................................. 32
5.8
Passos para implantação do sistema ......................................................... 35
6
6.1
ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 38
Cálculos para instalação.............................................................................. 38
6.1.1 Hidrômetros a serem utilizados .................................................................. 40
6.2
Dimensionamento – projeto hidráulico sanitário complementar ........... 41
6.3
Laudo análise projeto hidráulico sanitário complementar (SANASA) ..... 45
6.4
Execução da obra ......................................................................................... 45
6.5
Vistoria técnica (SANASA) ........................................................................... 51
7
7.1
ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 52
Estudos pós Instalação................................................................................ 52
8
CONCLUSÕES .................................................................................................. 55
9
RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 57
REFERÊNCIAS.........................................................................................................58
ANEXO A: ................................................................................................................. 59
ANEXO B .................................................................................................................. 60
15
INTRODUÇÃO
A irregularidade das disponibilidades de distribuição hídrica mundialmente e o
aumento das concentrações urbanas, tem diminuído anualmente as reservas
hídricas, valendo ressaltar que a dificuldade na descoberta de novas fontes de água
associadas ao aumento populacional e do seu consumo, favorecem com a
diminuição deste recurso (COELHO, 2004).
Acreditava-se que a escassez deste recurso era um problema apenas concentrado
nas áreas de clima seco, porém neste momento, sabe-se que cerca de 1 bilhão de
pessoas em todo mundo não tem acesso a água limpa suficiente para suprir suas
necessidades básicas diárias (FAO, 2009), acreditando-se ser este uma das
principais causas de conflito entre as nações. A população brasileira está
concentrada em valores superiores a 70% nas cidades e as dificuldades financeiras
enfrentadas pela nação, nas últimas décadas, impediram a expansão adequada ou
mesmo a instalação de serviços públicos essenciais a toda a população (COELHO,
2004).
A dificuldade na instalação de serviços públicos (água encanada, esgoto e energia
elétrica) associado ao aumento populacional nas grandes metrópoles, favorece a
construção de edifícios multifamiliares, os quais possuem reservatórios com ampla
capacidade para o armazenamento de água, a utilização deste sistema possui uma
forma de pagamento através de taxas condominiais, nas quais o consumo geral da
edificação é dividido igualmente pelo número de unidades, promovendo o aumento
do consumo favorecendo desta maneira o desperdício de água por parte dos
moradores que não tem acesso a quantidade de seu consumo mensal, porém não
deve-se descartar que além disto, existem características de caráter social e cultural,
visto que cada usuário apresenta um determinado comportamento de utilização de
água, ou seja, alguns com maior consciência em relação à economia e outros com
menos preocupação, ou até mesmo pelo desconhecimento de procedimentos de
racionalização da água (YAMADA; PRADO; IOSHIMOTO, 2001).
16
Com tais dificuldades, começam a ser estudadas novas formas de racionalização de
água, assim para a racionalização em edifícios existem diversas técnicas distintas
dentre estas, pode-se ressaltar:
- A conscientização dos moradores em relação à importância do uso racional de
água;
- Reuso de águas das águas cinzas para fins não potáveis;
- Captação de água da chuva para uso em fins não potáveis, entre outros.
Além destes, um dos métodos desenvolvido é o sistema de individualização do
consumo de água predial. Com essa nova ferramenta, o consumidor paga pelo que
efetivamente consome de água, estabelecendo através da tarifação, uma
conscientização dos benefícios do uso racional da água.
Com o intuito de evitar o desperdício de água deve-se considerar que em edifícios
que utilizam o sistema de medição global existe uma dificuldade na detecção de
pontos de vazamento fato este que acarretará em perdas hídricas e financeiras, em
contrapartida quando se utiliza o sistema individualizado, o qual possui um
hidrômetro para leitura referente a cada unidade, a identificação do problema levará
um tempo reduzido, evitando maiores prejuízos.
17
2 OBJETIVOS
Individualização do consumo de água, utilizada com o objetivo de racionalização da
água, evitando todas as formas de desperdício deste recurso.
2.1 Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo sobre o sistema de
individualização do consumo de água predial, como uma ferramenta que possibilita
uma racionalização do consumo de água, o qual é de fundamental importância a fim
de se minimizar a crescente escassez de água.
2.2 Objetivo Específico
Este trabalho tem por objetivos específicos, relatar alguns benefícios resultantes da
implantação do sistema de individualização do consumo de água predial tais como:
- Diminuir o desperdício de água;
- Redução do esgoto doméstico gerado;
- Diminuir o consumo elétrico;
-
Cobrança
justa
do
gasto
de
água,
financeiramente o usuário (proprietário);
- Redução do índice de inadimplência.
e
conseqüentemente
beneficiando
18
3 MÉTODO DE TRABALHO
No decorrer do corpo do trabalho de conclusão de curso, foram realizadas várias
pesquisas e visitas para alcançar os resultados do tópico.
Este trabalho foi executado com base em referências bibliográficas de livros,
pesquisas em sites confiáveis (Internet), relatos de funcionários que trabalham na
área, visitas técnicas em obras onde foi empregado o sistema, onde foram
observados alguns dados mais comuns de interferências na instalação.
Encontros com profissionais qualificados da área para adquirir informações sobre os
prós e contras que envolvem a instalação do sistema, como também a busca de
informações nas legislações que estão relacionadas com a implantação deste
sistema.
19
4 JUSTIFICATIVA
O aumento na demanda populacional associado à forma errônea na distribuição de
água trouxe a necessidade do desenvolvimento de alguns métodos, a fim de
economizar o consumo de água, porém muitos são os condomínios que ainda
utilizam o sistema de medição global, no qual a cobrança do consumo mensal de
água ocorre através da mensuração do gasto total, ou seja, referente às unidades e
áreas comuns da edificação, levando então a unificação na tarifa condominial, sendo
esta cobrada de maneira injusta através da divisão do valor total entre os
condôminos.
Para tal, foi empregado em algumas edificações o sistema de individualização do
consumo de água predial, visto que diversas são as vantagens da implantação deste
sistema, pois, sabe-se que a individualização não apenas contribui com a diminuição
do consumo de água e conseqüentemente com menores gastos financeiros, mas
principalmente com a conscientização dos beneficiados em relação à questão do
não desperdício de água.
20
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Situação Hídrica
Mundo:
A secretaria de recursos hídricos do ministério do meio ambiente relata que,
população mundial aumentou em 3 vezes durante o século XX, o volume de água
utilizado aumento em 6 a 7 vezes. A população deve aumentar de 6 para 9 bilhões
de pessoas até 2050
- Cerca de 1 bilhão de pessoas em todo mundo não possuem acesso a água
potável.
- A ONU aponta que nos próximos 25 anos 2,7 bilhões de pessoas poderão viver em
regiões de seca crônica.
- Cerca de 1,7 bilhões de pessoas convivem com estrutura de saneamento básico
inadequada.
- Mais de 3 milhões de pessoas por ano, na maioria criança, morrem de doença de
veiculação hídrica.
- O uso da água poluída é responsável pela transmissão de doenças a mais de 1
bilhão de pessoas por ano.
Reservas hídricas no Brasil:
- Maior reserva hídrica do planeta.
- Possui 13% dos recursos hídricos totais do planeta – 5.732,4 Km³/ano
5.2 Sistemas de suprimento de água predial
Considerando a captação de água através da rede pública, pode-se definir o sistema
de suprimento de água em: abastecimento, reserva, distribuição e medição
(TAMAKI; GONÇALVES, 2004).
21
5.2.1 Abastecimento
O sistema de abastecimento predial é responsável pela condução da água da rede
pública até o sistema de reserva (quando utilizado) ou diretamente à rede de
distribuição predial (colunas, ramais e sub-ramais). É constituído pelas seguintes
partes:
- Ramal predial ou Ramal externo, este é o trecho percorrido pela água entre a rede
publica até o aparelho medidor (hidrômetro).
- Ramal interno de alimentação ou Alimentador predial, este é o trecho entre o
aparelho medidor (Hidrômetro), até a primeira válvula de flutuador, localizada na
entrada de um reservatório.
O sistema de abastecimento pode ser classificado em direto e indireto (TAMAKI;
GONÇALVES, 2004).
22
5.2.1.1 Sistema de abastecimento direto
Neste sistema a água é conduzida da rede pública diretamente à rede de
distribuição predial que atende aos pontos de consumo (vasos sanitários, pias,
lavatórios, chuveiros, e etc).
Neste caso, a própria pressão de água da rede pública pode ser utilizada para
atender aos pontos de consumo, conforme ilustra a figura 1. As concessionárias de
abastecimento público devem entregar água tratada nos pontos de entrada dos
ramais prediais com pressão mínima em torno de 10 mH2O, o que significa que este
sistema possui um limite para utilização em edifícios de aproximadamente 3 andares
ou menos (dependendo da distribuição das perdas de carga), pois em cada ponto de
consumo dentro de um apartamento, deve-se chegar com pressão dinâmica mínima
de pelo menos 0,5 mH2O. Alguns aparelhos, como o chuveiro, precisam de pelo
menos 2 mH2O no ponto de consumo, o que torna a utilização deste sistema ainda
mais complicada. Além disso, existe ainda o problema do sistema direto não possuir
nenhum tipo de proteção contra falta de abastecimento público, ou seja, no caso de
falta de água na rede pública o sistema predial também fica sem distribuição.
Figura1: Sistema direto sem bombeamento
Fonte: llha; Gonçalves (1994)
23
Uma alternativa para o sistema direto é o sistema bombeado. Neste caso, pode-se
garantir através do uso de bombas hidráulicas uma pressão dinâmica adequada aos
pontos de consumo (Figura 2). Vale destacar, que da mesma forma que o sistema
direto sem bombeamento (Figura 1), este também não possui nenhuma proteção
contra a falta de água na rede pública (TAMAKI; GONÇALVES, 2004;
MARRACCINI, 2008).
Figura 2: Sistema direto com bombeamento; B= bomba
Fonte: llha; Gonçalves (1994)
5.2.1.2 Sistema indireto de abastecimento
O sistema indireto de abastecimento é aquele que utiliza um ou mais reservatórios
(caixas d’água) entre a alimentação predial e o sistema de distribuição.
Os reservatórios tem a função de garantir uma maior confiabilidade no fornecimento
de água, sendo dimensionados para armazenar a água equivalente ao consumo
total de água de um edifício entre 1 a 3 dias. Isto significa que, em caso de falta de
abastecimento público de água que dure entre 1 a 3 dias, o edifício não teria seu uso
de água tratada comprometido. Além disso, os reservatórios permitem o melhor
controle das pressões e vazões no sistema de distribuição predial, não ficando tão
24
suscetível às variações de pressão da rede pública.
Nos sistemas indiretos, os pontos de consumo são atendidos por gravidade e a
pressão em cada ponto de consumo fica vinculada fundamentalmente ao nível
d’água do reservatório superior.
Os sistemas indiretos podem ser dotados exclusivamente de reservatórios
superiores (RS), que podem ser abastecidos diretamente pelo alimentador predial,
utilizando-se para isto da própria pressão da água da rua (sistema indireto com RS
sem bombeamento, conforme ilustra a Figura 3), ficando este modelo limitado ao
número de pavimentos do edifício. Uma alternativa é utilizar um sistema elevatório
para alimentar o reservatório superior (Figura 4).
Figura 3: Sistema indireto RS sem bombeamento
Fonte: llha; Gonçalves (1994)
25
Figura 4: Sistema indireto RS Bombeado
Fonte: llha; Gonçalves (1994)
O uso do sistema indireto com uso exclusivo de reservatório elevado apresenta o
inconveniente em edifícios de maior porte por resultar em grande volume a ser
reservado na parte superior do edifício, o que encarece as obras de infra-estrutura
em função das dimensões e peso do RS.
Por este motivo, é muito comum nos edifícios de médio a grande porte a adoção do
sistema de abastecimento indireto com uso de reservatórios inferior (RI) e superior
(RS). Neste caso, o RI tem a função de armazenar a maior parte do volume do
consumo predial (equivalente ao consumo de 1 a 3 dias), de acordo com a norma
pelo menos 60%, e o RS tem a função de armazenar o restante, além de garantir a
distribuição de água aos pontos de consumo exclusivamente por gravidade
(TAMAKI; GONÇALVES, 2004; MARRACCINI, 2008).
No sistema indireto RI-RS a água é transportada do RI para o RS por um sistema
elevatório que pode trabalhar apenas algumas horas durante o dia, conforme ilustra
a figura 5.
26
Figura 5: Sistema RI-RS
Fonte: llha; Gonçalves (1994)
5.2.2 Distribuição
Segundo Tamaki e Gonçalves (2004), entende-se por distribuição desde o ponto no
qual a água deixa o reservatório até os seus devidos pontos de consumo, sendo
estes compostos quase sempre pelo barrilete e pelas colunas com seus ramais e
sub-ramais. Os pontos de consumo são: as torneiras, chuveiros, filtros, máquinas,
bacias sanitárias, etc.
Outros componentes do sistema de distribuição de água são os tubos e conexões,
bem como as válvulas, utilizadas em materiais e tamanhos diferentes.
5.2.3 Medição
Conforme Tamaki e Gonçalves (2004), o sistema de medição é constituído
principalmente pelo hidrômetro, tendo como seu objetivo medir a quantidade de
água consumida, havendo neste sistema diferentes maneiras de medição, como por
exemplo, o sistema de medição individualizada do consumo de água predial, onde
há um hidrômetro para cada unidade.
27
5.2.3.1 Hidrômetro
Conhecido como relógio, o hidrômetro é um equipamento que faz a medição do
consumo de água (apuração), a água chega da tubulação, entra no cavalete, passa
por dentro do medidor e chega ao encanamento do imóvel.
Figura 6: Hidrômetro
Fonte: Copasa, 2009
28
5.3 Individualização do consumo de Água
Figura 7: sistema de individualização do consumo de água predial
Fonte: esquema cedido por Paulo Pantaleão (2007)
O sistema de individualização do consumo de água predial (Figura 5) é utilizado
como uma ferramenta, para que haja um racionamento no consumo de água, visto
que este recurso atualmente encontra-se escasso. A implantação deste método é
realizada, através da utilização de uma prumada independente para cada unidade
na edificação, na qual os hidrômetros estão instalados para a leitura do consumo
individual.
5.4 Principais motivos para instalação do sistema.
Os principais motivos para decisão da implantação do sistema de individualização
de água são:
- Necessidade de incentivar a redução do consumo de água, para que haja um
racionamento deste recurso, que vem se tornando escasso;
29
- Diminuição de inadimplência por parte dos condôminos.
Em geral, a instalação deste sistema é solicitada pelos próprios condôminos que tem
a preocupação com o gasto de água.
5.5 Surgimento do sistema
Este sistema há algum tempo, já vem sendo amplamente utilizado em outros países,
visto que estes lugares também apresentam alguns transtornos com a quantidade
de água potável disponível, não sendo este apenas um problema de esfera nacional,
mas sim uma questão de âmbito mundial. Países como a Alemanha, Portugal,
França e Colômbia utilizam o sistema de individualização em seus edifícios há
algumas décadas. No Brasil, este sistema vem sendo muito apoiado e utilizado nas
grandes metrópoles, caso de Recife, Vitoria, Belém, São Paulo e Palmas.
O sistema de individualização possui um grande incentivo e apoio da ANA –
AGENCIA NACIONAL DAS AGUAS, que investe no desenvolvimento de muitos
projetos de leis para que se torne obrigatório o uso do sistema de individualização
de água nos novos edifícios (COELHO, 2004).
Cronograma histórico da instalação do sistema de individualização do consumo de
água predial no Brasil.
● 1976/1977 - a Sabesp desenvolveu com IPT e apoio da Escola Politécnica (PoliUSP), estudo para quantificar condomínios com sistema de medição individualizada
de água, outros estudos como este também foram realizados na década de 80 e no
início de 90.
● 1980 - neste ano foi constatado cerca de 2880 apartamentos com o sistema de
medição individualizada.
● 1998 - foi estabelecida e aprovada a Lei Municipal nº 12.638, onde constava uma
previsão para os edifícios da cidade de São Paulo, para a o sistema de medição
30
individualizada. Nesse mesmo período ocorreu a aprovação dos mesmos decretos.
● 2003 - surgiu o Projeto de Lei Federal nº 787, o qual constava que a cobrança do
consumo de água de uma edificação passasse a ser individualizada para cada
unidade, não podendo mais haver o rateio entre os condôminos no consumo deste
recurso.
● 2004 – encontro promovido pela CAESB/Brasília, na sede da ANA: apresentações
e debates sobre o tema: medição individualizada.
● 2005 - recentemente a elaboração da Lei nº 14.018, de 28 de Junho de 2005, a
qual institui o “Programa Municipal de Conservação e uso Racional da Água em
Edificações”.
5.6 Dimensionamento do sistema
Após todas as coletas de dados sobre a edificação a ser instalado o sistema, o
responsável irá elaborar o projeto onde se enquadre o melhor local de descida, para
a nova coluna de distribuição e calcular o novo dimensionamento.
5.6.1 Vazão do dimensionamento do barrilete e das colunas
Tendo
em
vista
a
conveniência,
sob
o
ponto
de
vista
econômico
do
dimensionamento trecho por trecho da rede de distribuição de água, deve ser
previsto este processo. As vazões trecho por trecho da rede de distribuição são
determinada segundo a expressão: Q = C√ ∑ P, definida a partir de pesos atribuídos
aos diversos pontos de utilização conforme tabela 1.
Onde: Q – em litros por segundo, C – coeficiente de descarga (0,30 litros por
segundo) e P – soma dos pesos correspondentes a todas as peças de utilização,
alimentadas.
31
5.6.2 Vazões de dimensionamento dos ramais e sub-ramais
Devem ser feitas trecho a trecho com base nos valores indicados na tabela 1
5.6.3 Vazões de dimensionamento do reservatório superior
Este aspecto refere-se a novas construções, no entanto repetiremos que: o
reservatório superior deve ter capacidade como regulador da distribuição. È
alimentado regularmente pela instalação elevatória ou diretamente pelo alimentador
predial, devendo atender as demandas variáveis da distribuição.
As vazões de projetos que devem ser consideradas no dimensionamento do
reservatório superior são:
a) vazão de dimensionamento da instalação elevatória;
b) vazão de dimensionamento do barrilete e das colunas de distribuição
5.6.4 Vazão nos pontos de utilização
As vazões nos pontos de utilização a considerar o projeto de reforma das
instalações prediais para o dimensionamento dos ramais prediais são as
consideradas na NBR 5626 as quais estão apresentadas na tabela 1.
Nesta tabela observa-se a magnitude de consumo de algumas peças como é o caso
da válvula de descarga com vazão de 1.9 litros por segundo o que levaria a uma
vazão horária a 6 metros cúbicos. Isto significaria a seleção de um hidrômetro de
capacidade máxima de 20 metros cúbicos por hora, o que na pratica é inadequado.
Pois além da dificuldade de embutir o hidrômetro na parede, pelo seu grande
tamanho, a vazão mínima desse medidor classe metrológica B seria de 400 litros por
hora, ou seja, as vazões inferiores a este valor não seriam registradas com precisão.
32
5.6.5 Dimensionamento das colunas e ramais
y
Limite de pressões na rede de distribuição predial de água
O dimensionamento da rede de distribuição predial de água fria deve ser feito de
modo que as pressões estáticas e dinâmicas, em qualquer ponto, situem-se neste
campo de variação
•
Pressão estática máxima 40 metros de coluna de água
•
Pressão dinâmica mínima 2,5 metros de coluna de água
A fixação da pressão mínima de 2,5 metros de coluna de água e não o 0,5 como fixa
a NBR 5626, deve-se ao acréscimo da perda de pressão pela perda de pressão no
hidrômetro, considerando-se a vazão nominal.
y
Pressão nos pontos de distribuição
Devem-se utilizar as pressões dinâmicas e estáticas nos pontos de utilização
estabelecidas na NBR 5626.
y
Velocidade
A velocidade máxima nas tubulações não deve ultrapassar o valor de 2,5 m/s, de
forma a evitar ruídos que possam perturbar o sono das pessoas.
5.7 Instalação do sistema
Após a análise é realizado um estudo para a execução da coluna de descida d’água
da caixa d’água superior até o encontro do hidrômetro, que será instalado na
entrada do ramal de alimentação. Esse estudo busca visar, a melhor solução
funcional adequada ao prédio, evitando ao máximo a passagem por estruturas de
concreto.
33
Para a instalação dos hidrômetros é realizado um estudo para que se possa localizar
o melhor ponto para a sua aplicação, facilitando com isso a sua leitura.
Os locais mais adotados por projetistas para facilitar o acesso são:
y
Na área comum ao lado da entrada das unidades, tendo sua caixa de proteção
individual;
y
No pavimento Térreo (Hall);
y
Nas escadas em suas áreas laterais;
y
Na parte superior dos edifícios onde são ligados diretamente aos barriletes de
alimentação.
Em edificações que possuem válvulas de descargas, em sua maioria, estas são
abastecidas por coluna de alimentação, nas quais o fluxo é direto da caixa d’água
superior (reservatório superior), quando esta coluna é isolada junto ao fundo da
caixa d’água, estas ficam inertes, isoladas e em substituição colocam-se novas
bacias com caixa acoplada, sendo mais um utensílio utilizado para uma economia
no consumo de água, estas sim sendo alimentada por uma tubulação de ½”, retirada
de um local perto da bacia, no banheiro.
Com sua coluna de distribuição definida, o passo a seguir é realizar um estudo sobre
o trajeto do ramal de alimentação, para estabelecer a alimentação dos pontos que
serão utilizados.
Após as modificações executadas, já ocorreram relatos que houve um aumento de
pressão nos pontos de utilização. Na maioria das vezes isto ocorreu em edificações
acima de 10 anos, onde havia tubos e conexões de ferro galvanizado que estavam
parcialmente obstruídos.
34
Durante a sua execução pode ocorrer problemas de pressão nas partes de consumo
do
ultimo
andar
da
edificação.
Neste
caso,
deve
se
providenciar
um
dimensionamento adequado das tubulações de tal forma a atender os pontos
críticos. “Considerando o fator de perda de carga as vezes é necessário fazer uma
coluna de alimentação independente para o ultimo andar, ou seja, o pavimento mais
próximo da caixa d’água superior” (COELHO, 2004). Em alguns casos pode haver a
necessidade de instalação de equipamento para pressurizar o ramal de alimentação
das unidades superiores da edificação, devido à altura do reservatório superior
(Barrilete).
No estudo do novo projeto, buscando o melhor caminho para a tubulação,
considerado os seguintes aspectos: diminuição dos custos; menor transtorno aos
usuários; melhor estética e menor perda de carga (COELHO, 2004).
Tabela 1 – Tabela de vazões e pesos relativos
Fonte: Arantes, 2002.
35
5.8 Passos para implantação do sistema
O sistema de individualização de água é desejado pela maioria dos condôminos de
edificações. Porém muitos acreditam que este tipo de instalação só é possível em
novas edificações. Atualmente onde se conhece a técnica adequada para a sua
instalação, é possível se dizer que qualquer tipo de edificação, desde antigas a
novas, tem condição de executar a sua implantação. Sendo que em algumas
edificações mais antigas aproveita-se a oportunidade para trocar todas as
tubulações, pois em muitos casos o tempo de vida útil das instalações hidráulicas já
espirou.
Segundo Coelho, (2004), tal instalação segue os seguintes passos:
y
Convocação de uma Assembléia de Condomínio;
É convocada uma reunião de condomínio, pois perante a Lei, é necessária a
aprovação de no mínimo dois terços dos proprietários, através de um abaixo
assinado.
y
Avaliar as opções e a escolha de uma empresa que irá executar o serviço de
implantação do método;
Será realizada a escolha da empresa instaladora, pois há a necessidade de
avaliação do projeto para tal edificação, tendo a certeza de uma boa mão de obra.
Neste tipo de instalação não pode apenas ser avaliada e escolhida à empresa pelo
seu preço. Deverá ser avaliado o tempo, dinheiro, estética e conforto para os
condôminos.
y
A empresa escolhida inicia com sua proposta de projetos, técnicas e de
orçamento;
Na maioria das situações são selecionadas de 2 a 3 empresas, para que se possa
fazer a avaliação e a concorrência entre elas.
36
y
Nova assembléia para discutir a alternativa mais conveniente para sua
edificação;
Novamente é convocada outra assembléia de condomínio, para que entre as
empresas selecionadas possa ser escolhida a prestadora de serviço que melhor ira
atender.
y
Execução da obra;
Esta é a parte mais delicada do processo, a qual deve ser realizada com o mínimo
de transtorno necessário para os condôminos, levando em consideração o máximo
de cuidado possível, para que não haja nem um tipo de interferência com a estrutura
da edificação, utilizando as técnicas necessárias, para evitar qualquer tipo de
interferência.
y
Instalação dos Hidrômetros;
Após toda a reforma executada, os hidrômetros poderão ser instalados. Onde este
será executado sua instalação por parte do condômino ou por parte da empresa
concessionária de água, conforme o modelo de individualização adotado pela
edificação.
y
Estudo para ser desenvolvido o modelo de cobrança individualizada;
Será desenvolvido o sistema do modelo de cobrança, conforme as suas rotinas:
Emitindo as contas pelo condomínio;
Emitindo as contas pela concessionária de água;
Emitindo as contas pela prestadora de serviço;
37
y
Cadastrar os hidrômetros de cada apartamento, para que possa haver o
processo de fatura;
Após a escolha mais apropriada para a emissão das contas, será realizado um
cadastramento dos hidrômetros individuais, associando a leitura com o hidrômetro
mestre, geralmente instalado na entrada do edifício.
y
Estudar as leis e normas, para o faturamento e arrecadação dos procedimentos
relativos do sistema;
y
Modificar com a empresa que presta serviços de água o regulamento;
Quando for absorvida pela empresa concessionária de serviço a medição
individualizada, esta terá que mudar a relação entre a empresa de água e o usuário
(COELHO, 2004).
38
6. ESTUDO DE CASO
Obra: Condomínio Santa Teresa
Cidade: Campinas
O gráfico 1 ilustra o consumo diário de água das principais cidades de são Paulo,
onde a cidade de Campinas tem um consumo acima da média (litros/habitantes/dia),
dado coletado no ano de 2003.
Estado de São Paulo: 300L/Hab/dia
Campinas: 360L/Hab/dia
Gráfico 1 – Consumo diário de litros por habitantes por dia
Fonte: Argisocial.
6.1 Cálculos para instalação
Foi desenvolvida a individualização do consumo de água, para que houvesse uma
melhor cobrança da tarifa, sendo realizado o calculo com base nos dados e peças
que estavam em utilização no projeto inicial da edificação.
39
Tabela 2 – Relação de peças e peso relativo em utilização
Peso
Aparelho Sanitário
Peça de Utilização
relativo
Bacia Sanitária
Caixa de Descarga
0,3
Chuveiro Elétrico
Registro de Pressão
0,5
Lavadora de Roupas
Registro de Pressão
0,1
Lavatório
Torneira ou Misturador (água fria)
0,3
Pia
Torneira ou Misturador (água fria)
0,7
Tanque
Torneira
0,7
Soma Total dos Pesos
2,6
Fonte: Cedido por Paulo Pantaleão (2007)
Tubulação adotada no PHSC: Tubo Soldável 25mm para alimentação nos
Apartamentos.
Tubo Soldável 50mm para alimentação hidrômetros individuais.
Tabela 3 – Cálculo de perda de carga
RELAÇÃO CONEXÕES UTILIZADAS
Tipo de Conexão
Qte.
Valor Total Perda Carga
Joelho Soldável 90° - 25mm
3
4,5
Registro de gaveta Modelo Europa - DOCOL - 3/4"
3
0,6
Tê de redução 90° Soldável - 50mm x 25mm
1
2,4
Somatória
Fonte: Cedido por Paulo Pantaleão (2007)
Vazão mínima encontrada: 0,8litros/segundo ou 48litros/hora
7,5
40
6.1.1 Hidrômetros a serem utilizados:
Hidrômetros Individuais:
Vazão Máxima – Qmáx 5,0m³/h
Vazão Nominal – Qn 2,5m³/h
Vazão Mínima – Qmín 50l/h
Hidrômetro Principal: (Manter o Existente):
Vazão Máxima – Qmáx 3,0m³/h
Vazão Nominal – Qn 1,5m³/h
Vazão Mínima – Qmín 30l/h
41
6.2 Dimensionamento – projeto hidráulico sanitário complementar
Projeto e dimensionamento das novas tubulações, realizado para a instalação das
novas prumadas com o sistema de individualização desenvolvido, conforme figura 8,
planta do pavimento tipo, podendo ser observada as novas prumadas contando com
o novo sistema de individualização de água
PLANTA APTO. TIPO - (MEIO)
PLANTA APTO. TIPO - (PONTA)
LEGENDA:
LEGENDA:
Figura 8: Planta pavimento tipo
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
42
Planta baixa do térreo (figura 9), mostrando com clareza a localização dos
hidrometros individuais a serem instalados.
PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
VER DET. 2 - REMANEJAMENTO HIDRÔMETRO PRINCIPAL
Figura 9: planta do pavimento térreo
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
Figura 10, planta da cobertura com a definição do diâmetro da prumada que vem
direto do reservatório superior.
PLANTA DA COBERTURA
Figura 10: planta do pavimento térreo
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
43
Detalhamento da caixa de hidrômetro figura 11, feita de alvenaria para a proteção
dos hidrômetros individuais, mostrando a prumada que chega do reservatório
superior passa pelos hidrômetros individuais e seguem para a prumadas individuais
de cada unidade, também podendo ser observado o diâmetro das tubulações que
compõe o hidrômetro, e a identificação da sua respectiva unidade.
VER DET. 1
DETALHES TUBULAÇÃO
DE ALIMENTAÇÃO
CORTE - AA
DET. CAIXA DE HIDRÔMETROS
EM ALVENARIA
Figura 11: planta da caixa de hidrômetros e dos hidrômetros
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
44
Detalhamento das peças necessárias para a instalação de cada hidrômetro
individual conforme a figura 12.
DET. 1
Figura 12: detalhamento do hidrômetro
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
Figura 13, determinado o local proposto para o hidrômetro principal de captação de
água para o condomínio.
DET. 2 - PLANTA
LOCAL PROPOSTO HIDR. PRINCIPAL
Figura 13: planta do hidrômetro principal
Fonte: Projeto cedido por Paulo Pantaleão (2008)
45
6.3 Laudo análise projeto hidráulico sanitário complementar (SANASA)
Após todos os cálculos realizados, os dimensionamentos e projetos de hidráulica
executados, foi enviado um ofício para a (SANASA), pedindo o laudo de analise de
projeto das instalações, para a liberação da obra.
Após laudo enviado, este foi aprovado para a execução (anexo A).
6.4 Execução da obra
A obra era constituída inicialmente de um projeto hidráulico onde neste havia apenas
1 prumada de distribuição de água.
Conforme figura a seguir:
Figura 15: distribuição da alimentação
Fonte: esquema cedido por Paulo Pantaleão (2007)
46
Após identificada a necessidade da instalação de prumadas auxiliares e
independentes para cada uma das unidades no conjunto, foi desenvolvido um novo
projeto hidráulico para realizar a individualização do consumo de água.
Conforme figura:
Figura 16: sistema de individualização do consumo de água predial
Fonte: esquema cedido por Paulo Pantaleão (2007)
Foi instalado uma prumada de água única descendo do reservatório superior até o
térreo da edificação conforme figura 17, onde neste foi instalado os hidrômetros
individuais para cada unidade.
47
Saindo dos hidrômetros individuais, um ramal anexo a prumada para cada uma das
unidades.
Figura 17: Hidrômetros individuais e prumadas
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
Hidrômetros individuais (figura 18), onde será realizada a leitura do consumo de
água de cada unidade.
Figura 18: hidrômetros individuais
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
48
Figura 19: Prumadas
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
Com estas prumadas instaladas, começaram as obras internas dentro das unidades.
Seguindo as prumadas novas, destas surgiram ramais internos em cada unidade,
onde foi cancelada a antiga prumada de abastecimento de água das unidades para
a nova prumada independente com o novo rama (figura 19)l, sendo conectado ao
seu registro, conforme havia em sua instalação inicial, no projeto de hidráulica.
Foto ilustrando a chegada do novo ramal, onde será conectado ao antigo registro já
instalado no local conforme figura 20, para que possa ser abastecido com água o
banheiro da unidade, já seguindo da prumada independente de individualização.
49
Figura 20: Ramais
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
Caso bem visível o encontro entre a prumada antiga de abastecimento e a novo
ramal da prumada de individualização (figura 21).
Figura 21: Registro e nova instalação
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
50
Onde ocorrerá o cancelamento da antiga prumada de abastecimento (mantendo-a
no local sem utilização), para o novo abastecimento porem já individualizado o seu
consumo.
Após todas as instalações novas para a individualização executada, as antigas
prumadas desativadas, começam os acabamentos (internos e externos).
Acabamentos Externos:
Calhas (figura 22) utilizadas para cobrimento estético e para proteção das prumadas
externas (fachada), após sua instalação recebe o mesmo acabamento antes
executado na fachada da edificação.
Figura 22: Canaletas de acabamento para fachada
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
51
Após executada as instalações das calhas de proteção e realizado o acabamento
externo conforme padrão da fachada (figura 23).
Figura 23: Fachada concluída
Fonte: foto cedido por Paulo Pantaleão (2009)
6.5 Vistoria técnica (SANASA)
Quando executada a obra e entregue, foi realizada a “Vistoria Técnica” por parte da
SANASA.
Com a vinda de um técnico especializado e execução, onde após a vistoria foi
emitido um Laudo de Aprovação das Instalações (anexo B).
52
7 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Em função da obra Santa Teresa em Campinas, utilizada como estudo de caso,
realizada pela individualizadora Ética, não estar concluída, não foi possível analisar
os resultados das melhorias do consumo de água, para tal a análise dos resultados
foi interpretada com base nos dados de outras obras já executadas.
7.1 Estudos pós Instalação
Em estudo realizado na cidade de Recife, com 42.000 unidades com o sistema de
individualização de água, nas quais foram instalados hidrômetros independentes em
cada uma das unidades, conclui-se que:
- A instalação do sistema em edificações antigas é possível;
- Redução de 25% a 30% no consumo de água e no índice de inadimplentes;
- O sistema de individualização do consumo apresentou uma grande aceitação por
parte dos condôminos;
- Considerável redução no consumo de energia elétrica, devido há diminuição do
bombeamento de água (COELHO, 2004).
53
O gráfico 2, ilustra a redução no consumo de água após a instalação do sistema de
individualização, sendo que em outubro de 2007 o mesmo não estava instalado. Foi
possível observar, uma redução significante no consumo em m³ de água, com isso
reduzindo o seu custo final, onde temos uma transformação para porcentagem
sendo da ordem de 50% de redução do custo e da ordem de 40% de redução do
volume consumido, havendo uma diferença percentual entre custo e quantidade,
pois a quantidade é uma unidade definida, já o custo é uma taxa, podendo ser
variado o seu valor. Esta obra foi executada pela individualizadora Ética.
Gráfico 2 – Evolução na economia após a individualização
Mês Outubro/2007 – Antes da individualização: 343m³ = R$ 1.052,00
Mês Março/2008 – Cinco meses pós-individualização: 204m³ = R$ 512,80
Economia em termos percentuais: m³ = 40,52%
R$ = 51,25%
Fonte: Gráfico cedido por Paulo Pantaleão (2008)
54
O gráfico 3 ilustra a instalação do sistema, no mês de fevereiro de 2007 no qual
ainda não havia a instalação dos hidrômetros individuais, após a sua instalação foi
possível observar a redução do consumo, passado o período de oito meses com o
sistema de individualização, foi possível observar um aumento significante na taxa
cobrada durante o mês de outubro, fato este de difícil esclarecimento, visto que a
ilustração não apresenta ferramentas suficientes para a compreensão da causa
deste aumento, assim pôde-se levantar algumas hipóteses, sendo sugerido apenas
um aumento no valor tarifário cobrado, como também alguma taxa cobrada pela
contratada para individualização, para cobrir algum furo no caixa perante a
instalação, conforme tenha sido combinado em contrato.
Gráfico 3 – Evolução na economia após a individualização
Mês Fevereiro/2007 – Antes da individualização: 206m³ = R$ 832,80
Mês Outubro/2007 – Oito meses pós-individualização: 104m³ =
Economia em termos percentuais: m³ = 49,5%
R$ = 35,7%
Fonte: Gráfico cedido por Paulo Pantaleão (2008)
R$ 535,20
55
8 CONCLUSÕES
Através do presente estudo foi possível abordar e compreender alguns assuntos
referentes ao recurso mais importante para a sobrevivência humana, a água.
Foi destacado em primeira instância as informações sobre o problema futuro que
será enfrentado sobre a falta de água, decorrente do desequilíbrio entre
disponibilidade e demanda hídrica.
Através desta preocupação começam a ser desenvolvidas maneiras para que haja
uma melhor distribuição e utilização da água, desta forma o presente trabalho foi
realizado com o intuito de melhor abordagem referente a um método ainda pouco
explorado em nosso país, favorecendo uma melhor distribuição, melhorando o
consumo e reduzindo o desperdício de água em condomínios residenciais.
O sistema abordado neste trabalho referiu-se ao sistema de individualização do
consumo de água predial, o qual condiz com a instalação de hidrômetros individuais
por unidades de uma edificação, afim de que seja cobrada uma taxa de água,
apenas do valor consumido pela a sua unidade.
Este sistema foi empregado para que haja uma cobrança mais justa por unidade, e
com isso fazendo com que haja a conscientização dos proprietários sobre o valor
preciso do seu consumo de água, assim forçando para que haja a utilização correta
de água evitando cada vez mais o desperdício e conseqüentemente reduzindo a
inadimplência.
Em alguns casos nos quais foi empregado o sistema de individualização do
consumo de água predial, pode-se observar uma redução de até 50% no consumo
deste recurso, acarretando também em uma redução significativa do consumo
elétrico já que reduz a quantidade de utilização de pontos abastecidos por água e
energia e conseqüentemente levando a uma determinada redução no esgoto
doméstico.
O método utilizado, não causa danos à edificação, podendo ser instalado em
56
qualquer tipo de moradia vertical, não havendo diferença para os padrões de
moradia, ou a idade da edificação.
O sistema de individualização de água predial busca o menor transtorno possível
para a sua implantação, visando uma obra rápida e limpa, já que na maioria das
vezes a instalação é realizada em edificações já habitadas.
Desta forma, conclui-se que este sistema é uma solução muito eficaz para a
racionalização do consumo de água, contando com a conscientização do usuário e
por conseqüência resultando na cobrança de uma taxa mais justa, visto que só é
cobrado o que é consumido por cada unidade, evitando o desperdício deste recurso.
57
9 RECOMENDAÇÕES
Este estudo teve o objetivo de conscientizar a racionalização do consumo de água
predial, através da individualização.
Através do sistema de individualização, cada unidade receberá a taxa apenas do
valor consumido de água, podendo enfim evitar o desperdício, juntamente
diminuindo o número de inadimplência, o consumo de energia, a taxa de esgoto
sanitário.
Sua instalação é recomendada em edifícios multifamiliares, que em muitos casos há
diferença significativa na quantidade de pessoas moradoras por unidade, podendo
ser analisado o consumo por apartamento individualmente, e sendo cobrado apenas
a taxa do consumo referente a cada qual, havendo uma cobrança mais justa da
taxa, não cobrada através do rateio no condomínio, com isso forçando a
conscientização dos próprios moradores para uma eventual racionalização.
Nos dias de hoje é muito escasso o descobrimento de novas reservas hídricas, e a
quantidade de pessoas que não tem acesso a água devidamente tratada se
encontra na casa de um número altamente expressivo, com isso, incentivando a
descoberta de novos métodos para racionalizar o consumo de água.
Este sistema de medição individualizada do consumo de água predial, pode ser
desenvolvida e instalada em quaisquer tipo de edificações, não havendo
discriminação da idade da construção a ser implantada.
58
REFERÊNCIAS
ARANTES, G. A. L. L. Sistemas Hidro-Sanitários na Arquitetura e Urbanismo.
2002.
Universidade
Católica
de
Góias.
Disponível
em:
<http://www2.ucg.br/arq2/aula/shau/Shau1.PDF>. Acesso em: 15 jun. 2009.
COELHO, A. C. Medição de água individualizada – Manual do condomínio.
Olinda, Luci Artes Gráficas: 2004, p. 15-96.
ILHA, M. S. O.; GONÇALVES, O. M. Sistemas Prediais de Água Fria. 1994. 106 f.
Texto Técnico do Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A AGRICULTURA
ALIMENTAÇÃO
FAO.
Terra
e
Águas.
Disponível
em:
http://www.rlc.fao.org/pr/tierra/agua07.htm>. Acesso em: 23 jun. 2009.
E
<
TAMAKI, H. O.; GONÇALVES, O. M. A. Medição Setorizada como Instrumentos
de Gestão da Demanda de Água em Sistemas Prediais – Estudo de Caso:
Programa de Uso Racional na Universidade de São Paulo. 2004. 28 f. Boletim
Técnico do Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
YAMADA, E. S.; PRADO, R. T. A.; IOSHIMOTO, E. Os Impactos do Sistema
Individualizado de Medição de Água. 2001. 13 f. Boletim Técnico do
Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2001.
59
Anexo A
Figura 14: laudo de análise SANASA
Fonte: esquema cedido por Paulo Pantaleão (2008)
60
Anexo B
Figura 24: laudo de aprovação dos serviços SANASA
Fonte: esquema cedido por Paulo Pantaleão (2008)
Download

sistema de individualização do consumo de água predial