MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Federal de Alfenas . Unifal-MG
Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700 – Alfenas/MG – CEP
37130-000
Fone: (35) 3299-1000 . Fax: (35) 3299-1063
Curso: Ciências Biológicas – Bacharelado
Disciplina: Política e Gestão Ambiental
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL:
CONSUMO DE ÁGUA
Discentes:
Bruna Lorencini da Silva; Jéssica Aparecida; Juliana B. Rodrigues; Karla Dias
Marques; Leticia P. Lippi; Maria Fernanda O. Sampaio; Marina Guidi;
VytóriaPiscitelli Cavalcanti e Vinicius de Toledo
Docente: Rogério Grasseto Teixeira
Alfenas
- 2013 1
SUMÁRIO
1. Diagnóstico Ambiental ............................................................3
2. Planejamento..........................................................................10
2.1 Aspecto e impacto ambiental...................................................................10
2.2 Legislação aplicável..................................................................................10
2.3 Objetivos e metas......................................................................................11
2.4 Plano de ação ............................................................................................11
3. Implementação e operação......................................................14
3.1 Autoridade e responsabilidade.................................................................14
3.2 Comunicação.............................................................................................14
3.3 Documentação e controle de documentos...............................................14
3.4 Atendimento à emergência.....................................................................14
4. Verificação ..............................................................................15
4.1 Monitoramento e medição.......................................................................15
4.2 Avaliação do atendimento a legislação.....................................................15
4.3 Não conformidade, ação corretiva e preventiva......................................15
4.4 Controle de registros.................................................................................16
4.5 Auditoria....................................................................................................16
4.6 Análise crítica............................................................................................16
5. Referências..............................................................................17
2
1.
Diagnóstico ambiental
O diagnóstico ambiental realizado procurou identificar os principais dados
e elementos relacionados às atividades desenvolvidas na Universidade que
tivessem influência em seus aspectos e impactos ambientais.
Através deste, observou-se que de 2010 a 2012 houve um aumento no
consumo de água (Figura 02). Porém, é importante ressaltar que a partir de março
de 2011 iniciaram-se as atividades do Unidade I da Universidade Federal de
Alfenas em Santa Clara (Figura 01).
Figura 01. Gráfico comparando o consumo de água ao decorrer dos meses entre os
anos de 2010 a 2012. Em Março de 2011, apontado pela seta, houve início do
faturamento da Unidade I - Santa Clara.
3
Figura 02. Gráfico comparando o valor gasto pelo consumo de água entre os anos
de 2010 a 2012 (A) e gráfico comparando o volume consumido de água entre os
anos de 2010 a 2012 (B).
Nas tabelas abaixo, é possível verificar o consumo de água referente a três
anos consecutivos. Pelos resultados verificou-se que os meses de maior consumo
se remetem a outubro e novembro dos anos de 2010, 2011 e 2012.
Tabela 1. Consumo de água referente ao ano de 2010.
DEMONSTRATIVO DE CONSUMO DE ÁGUA DE 2010 –Copasa 00105781321
Mês
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
Valor da água
R$6.541,54
R$6.483,81
R$10.075,19
R$10.251,35
R$10.326,25
R$11.245,98
R$11.365,21
R$9.864,58
R$10.256,85
Vol. Medido água m²
1289
1123
1744
1838
1978
2015
2055
1647
1828
out
R$11.985,54
2147
nov
R$11.652,24
R$10.254,49
R$120.303,03
2175
1731
21570
dez
TOTAIS
4
Tabela 2. Consumo de água referente ao ano de 2011.
DEMONSTRATIVO DE CONSUMO DE ÁGUA DE 2011 - Copasa 00105781321
Mês
Jan
Fev
mar*
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Valor da água
R$4.803,72
R$5.458,56
R$8.604,73
R$10.515,09
R$11.552,12
R$12.139,34
R$12.491,33
R$10.845,46
R$14.099,09
Vol. Medido água m²
781
857
1360
1686
1751
1834
1968
1707
1984
Out
R$15.217,17
2215
Nov
Dez
TOTAIS
R$13.696,25
R$12.326,07
R$131.748,93
2001
1871
20015
Tabela 3. Consumo de água referente ao ano de 2012.
DEMONSTRATIVO DE CONSUMO DE ÁGUA DE 2012 -Copasa 00105781321
Mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Valor da água
R$ 5.560,12
R$ 8.370,13
R$ 18.336,58
R$ 17.001,23
R$ 16.227,87
R$ 14.102,73
R$ 12.326,84
R$ 15.236,25
R$ 16.228,62
R$ 20.810,65
Vol. Medido água m²
931
1242
2721
2451
2383
2066
1810
1995
2373
3031
Nov
R$ 20.895,78
2978
Dez
TOTAIS
R$ 20.078,49
R$ 185.175,29
2829
26810
De acordo com o plano de gestão da Universidade Federal de Alfenas
referente ao ano de 2010, propunha-se a implementação de torneiras automáticas
e caixas de descarga acopladas em todos os banheiros. Verificamos que tal
cumprimento não foi efetivo (Tabela 04).
5
Tabela 04. Relação de torneiras automáticas e manuais; descargas acopladas e não
acopladas; mictório automático e manual; bebedouros e lava-olhos dos prédios da
Universidade Federal de Alfenas, campus de Alfenas.
Prédio
V
PCA
R
O
S
K
Q
E
H
D
Limno
R.U.
Odonto.
Serv.
gerais
Torneira
automática
14
29
9
4
2
4
4
38
Torneira
manual
35
7
13
2
18
3
160
1
24
23
2
20
48
14
Descarga
acoplada
20
Descarga não
acoplada
Mictório
Automático
8
9
9
36
2
6
12
1
2
Mictório
manual
2
5
9
3
4
2
1
4
2
6
3
2
2
11
4
1
3
1
Bebedouro
8
4
4
7
3
2
2
2
2
3
2
3
7
1
Além dos itens apresentados na Tabela 04, observamos o uso de cuspideiras
e mangueirinhas no prédio da Odontologia, sendo encontrados 62 exemplares de
cada; e o uso de torneiras para irrigação, sendo encontrada uma em cada jardim,
com 2 irrigadores.
O consumo de água foi avaliado nos seguintes compartimentos:
a.
Lavaolhos
7
Banheiros
- Torneiras: algumas são automáticas outras não;
Figura 03. Torneira automática na esquerda e manual na direita, na Universidade
Federal de Alfenas (UNIFAL - MG).
6
- Vaso sanitário: algumas com caixa de descarga acoplada outras não;
Figura 04. Vaso sanitário com caixa de descarga acoplada (A) e sem caixa de
descarga acoplada (B) na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL - MG).
- Mictório: alguns são automáticos e outros não;
Figura 05. Mictório automático (A) e mictório manual (B) na Universidade Federal
de Alfenas (UNIFAL - MG).
b.
Laboratórios
- Autoclave: gasto excessivo de água (125 litros de água por autoclave);
- Cuspideira: saída de água da cuspideira que consome em média 700 litros por dia.
7
Figura 06. Cuspideira ligada.
- Destilação da água e água Mili Q: são desperdiçados 21 litros de água potável para
fazer 1 litro de água destilada.
c.
Outros
- Bebedouros: falta de manutenção. Desperdício durante o consumo de água no
bebedouro. Em pesquisa feita em 10 bebedouros na Unicamp, com o consumo feito
em um tempo médio de 10 segundos, foram perdidos 1,024m³/ano de água. O que
dá uma porcentagem de perda da água de 34%.
8
Figura 07. Bebedouro com vazamento.
- Lavagem de carro: na universidade são lavados todos os carros após cada viagem
(média de 10 carros por dia).
- Limpeza: gasto excessivo de água na limpeza através do uso de mangueiras.
9
2. PLANEJAMENTO
2.1 Aspecto e impacto ambiental
a.
Aspecto:
Consumo e desperdício de água nos bebedouros, descargas, torneiras,
cuspideira, autoclaves e sistemas de destilação de água, entre outras atividades.
b.
Possível impacto:
Esgotamento de água.
2.2 Legislação aplicável
Primeiramente, a legislação aplicável deve referir-se ao uso racional da
água tendo em vista a preservação do meio ambiente. A Lei Nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, dispõe sobre a Politica Nacional do Meio Ambiente que, como
exposto no Art 2º:
“A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os
seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;”
Referente à Lei nº 9.433, de 08/01/1997 que instituiu a Política Nacional de
Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
10
Hídricos, a Politica Nacional dos recursos hídricos baseia-se em alguns
fundamentos que são aplicados ao caso:
Art.1º:
“ II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;”
“VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com
a
participação
do
Poder
Público,
dos
usuários
e
das
comunidades.”
Dessa forma, a UNIFAL-MG sendo um órgão público federal deve atender
primeiramente à legislação proposta pelas leis nacionais, ou seja, visar o uso
racional de recursos ambientais respeitando a preservação do meio ambiente.
2.2 Objetivo e Metas
a. Objetivo:
- Reduzir o consumo de água;
- Desenvolver uma metodologia que possa ser aplicada futuramente nos
outroscampus da universidade.
b. Metas:
- Reduzir em 30% o consumo de água em dois anos;
- Implantar o sistema nos demais campus da UNIFAL em dois anos;
2.4 Plano de ação
a. Banheiros
- Torneiras: implantação de torneiras automáticas em todos os prédios;
manutenção das torneiras com defeitos;
- Vaso sanitário: implantação de caixas de descargas acopladas ao vaso sanitário,
preferencialmente caixa de descarga de 6 litros, pois são as mais econômicas do
11
mercado; utilização de garrafas PETs cheias dentro das caixas de descargas para
reduzir a quantidade de água gasta durante as descargas mantendo a pressão.
Figura 08. Uso de garrafas PETs na caixa de descarga para reduzir a quantidade de
água gasta para a manutenção da pressão da descarga.
- Mictório: implantação de mictórios automáticos em todos os prédios;
b. Laboratórios
- Autoclave: juntar materiais dos laboratórios até atingir a capacidade máxima
para autoclavar.
- Cuspideira: ligar apenas quando necessário e se possível instalar recicladores de
água para cuspideira.
- Destilação da água e água Mili Q: reutilizar a água usada para fazer água destilada.
c. Outros:
- Bebedouros: Manutenção; incentivo a uso de canecas e garrafas para evitar o
desperdício;
- Lavagem de carro: Uso de baldes ou mangueiras com pressão;
- Limpeza: Uso de mangueiras com pressão;
- Implantar Sistema de Captação de água da chuva;
12
Figura 09. Esquema de funcionamento de um sistema de aproveitamento da água
da chuva (Marinoski, 2007).
- Implantação de reutilização da água. (Por exemplo: implantar sistema de
reutilização de água da torneira da pia para o vaso sanitário, sistema de captação
de água desperdiçada em laboratório para limpeza);
- Sistema de gotejamento para irrigação dos jardins;
-Programas de conscientização dos funcionários, discentes e docentes quanto uso
racional de água;
d. Indicadores:
O indicador que poderia ser utilizado para observar os resultados das
medidas propostas por este Plano de Ação poderia ser o volume consumido de
água pela Universidade fornecido pela conta de água.
13
3. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
3.1 Autoridade e responsabilidade
Comprometimento da Alta Administração e responsabilidade de todos.
3.2 Comunicação
A comunicação deverá abranger palestras, campanhas e cartazes que visam
à conscientização da administração, alunos, funcionários, professores e demais
envolvidos com a Universidade. Somado a isso, os resultados obtidos com essas
atividades deverão ser divulgados, também como uma forma de incentivo à
continuidade das mesmas.
3.3 Documentação e controle de documentos
-Documentação:
Escopo e principais elementos do SGA; objetivos e metas para o consumo de
água na universidade; documentos requeridos pela ISO 14001; documentos para o
planejamento, operação e controle dos processos relacionados aos aspectos
ambientais significativos.
-Controle dos documentos:
Estes depois de revisados, analisados e aprovados, devem ser organizados
de maneira que possam ser facilmente encontrados, ou seja, de fácil
disponibilidade ao SGA. Com o tempo esses documentos devem ser identificados e
removidos quando possível (documentos obsoletos).
3.4 Atendimento a Emergência
A Universidade deve estar preparada para eventuais emergências como:
1. Procedimentos para identificar problemas e emergências relacionadas ao
desperdício de água.
14
2. Preparação e disponibilização de um corpo técnico responsável para resolver
problemas relacionados à tubulação (ex: vazamentos).
3. Protocolos de prevenção e mitigação dos impactos vinculados ao desperdício de
água.
4. Revisão dos protocolos após ocorrências.
5. Realização de simulações e ensaios a fim de testar os procedimentos
implementados.
4. VERIFICAÇÃO
4.1 Monitoramento e Medição
Monitoramento do atendimento aos compromissos da política de Gestão
Ambiental, do alcance dos objetivos, metas e melhoria contínua. Identificação de
novos aspectos ambientais significativos e avaliação da ocorrência de impactos.
Avaliação dos controles operacionais para posterior avaliação do desempenho
ambiental da universidade e da eficiência do SGA.
4.2 Avaliação do atendimento à Legislação
A universidade deve avaliar periodicamente através de auditorias internas
o atendimento aos requisitos legais aplicáveis. O resultado desta avaliação deve ser
registrado.
4.3 Não Conformidade,ação corretiva e preventiva
Verificar através do monitoramento a presença de não conformidades e,
caso
essas
estejam presentes,
propor ações
corretivas
e
preventivas,
implementando ou modificando medidas de controle para evitar a repetição destas
incoerências. Tais ações devem ser registradas.
As não conformidades deveram ser avaliadas entre reais ou potenciais para
que sejam realizadas ações preventivas e/ou corretivas.
15
4.4 Controle de Registros
Os registros devem conter os fatos observados para efeito de controle,
devendo apresentar os resultados obtidos ou fornecer evidencias das atividades
realizadas. A instituição deve manter e estabelecer os seus registros de modo a
demonstrar conformidade com os requisitos do seu SGA.
4.5 Auditoria
Esta é a ultima etapa da fase de verificação, a qual deve assegurar que sejam
conduzidas em intervalos planejados para:
- Determinar se o SGA (I) está em conformidade com os arranjos planejados para
gestão, incluindo os requisitos da ISO 14001 e (II) se foi adequadamente
implementado e mantido;
- Fornecer à administração informações sobre os resultados da auditoria;
4.6 Análise Crítica
A análise crítica é recomendada pelas normas da ISO 14001 e, por meio da
verificação completa de todas as questões e controles ambientais, permitirá que a
organização avalie o seu desempenho ambiental. Dessa forma, através desta serão
identificadas as áreas para a atuação do Sistema de Gestão Ambiental, assegurando
sua continuada adequação, pertinência e eficácia.
A análise deve avaliar as oportunidades de melhoria e as necessidades de
alteração do SGA em qualquer dos seus elementos constitutivos, além de conter a
documentação, resultados de auditorias internas, comunicação das partes
interessadas, situações das ações corretivas e preventivas, situações de
emergência e acidentes, mudanças nos requisitos legais entre outros.
16
5. Referências
http://www.patentesonline.com.br/reciclador-de-gua-para-cuspideira264109.html (acessado em : 06 de abril de 2013).
http://www.abrh.org.br/novo/i_simp_rec_hidric_norte_centro_oeste46.pdf
(acessado em: 06 de abril de 2013).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm (acessado em 09 de abril
de 2013).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm (acessado em 09 de abril
de 2013).
Barbieri, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e
Instrumentos / José Carlos Barbieri. – 2.Ed. atual e ampliada. – São Paulo :
Saraiva, 2007.
MARINOSKI, A. K.Aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em
instituição de ensino: estudo de caso em Florianópolis – SC, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.
17
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