Prisões Politicas do Estado Novo Formandos: Camila Batista Nádia Garcia Salomão Semedo Técnicos comerciais (ação 1) – 2º ano INTRODUÇÃO Neste trabalho iremos falar sobre as prisões políticas do estado novo, e mostrar imagens dos edifícios utilizados para aprisionar as pessoas nessa altura. Falaremos ainda de algumas torturas feitas antes do 25 de Abril, abordando a forma como os prisioneiros eram tratados e viam os seus direitos serem completamente violados. Falaremos também das marcas psíquicas e físicas com que muitos prisioneiros ficaram, sendo que muitos infelizmente acabaram por falecer. As prisões políticas do Estado Novo A Europa conheceu vários regimes conservadores e ditatoriais. Foi a época do Fascismo e do Nazismo. Em Itália, Mussolini impunha o Fascismo, na Alemanha, Hitler impunha o Nazismo. Deste aparelho repressivo fazia parte a PIDE, polícia política do regime, apoiada numa vasta rede de informadores que fiscalizava, amedrontava a população e prendia os opositores. O destino dos opositores era as prisões do regime espalhadas pelo país e colónias, onde eram torturados física e psicologicamente, quando não assassinados. As Prisões Politicas do Regime: Prisão do Aljube Prisão de Caxias Prisão de Peniche Prisão da PIDE no Porto A Prisão de Peniche O Forte de Peniche, durante o Estado Novo, converteu-­‐se numa prisão política de alta segurança. Presos de Peniche Álvaro Cunhal Joaquim Gomes Carlos Costa Jaime Serra Francisco Miguel José Carlos Guilherme Carvalho Pedro Soares Rogério de Carvalho Francisco Martins Rodrigues E muitos outros… Francisco Martins Rodrigues Álvaro Cunhal Jaime Serra Joaquim Gomes A Fuga de Peniche – episódio insólito A 3 de Janeiro de 1960, deu-­‐se a espetacular “Fuga de Peniche” protagonizada por prisioneiros comunistas como Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues. A operação foi organizada internamente por uma comissão de presos e no exterior, por outros dirigentes comunistas. Na data combinada, ao final da tarde, um automóvel parou em frente ao Forte, com os porta-­‐bagagens aberto. Esse era o sinal combinado para que, no interior da prisão, se soubesse que, no exterior, estava tudo a postos para a fuga. O carcereiro foi neutralizado com o emprego de uma anestesia e, com a ajuda de um sentinela – o guarda José Alves – que fazia parte do plano de fuga, os prisioneiros atravessaram o espaço mais exposto do percurso. Do piso superior desceram para o piso inferior com o recurso a uma árvore. Aqui correram para o pátio exterior da muralha que desceram com o auxílio de uma corda feita com lençóis, até alcançarem o fosso exterior. Depois, tiveram que saltar um muro para chegar à vila, onde se encontravam à sua espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde passaram a noite. Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João do Estoril, onde ficou a viver clandestinamente durante algum tempo. Presos do Aljube estiveram António Borges Coelho José Manuel Tengarrinha Urbano Tavares Rodrigues Miguel Torga, José Medeiros Ferreira Vasco Granja Carlos Brito Luís de Sttau Monteiro “ Há homens que obrigam outros homens a reverem-­‐se por dentro… Luís de Sttau Monteiro «Podem traçar meu corpo à chicotada Podem calar meu grito enrouquecido Para viver de alma ajoelhada Vale bem mais morrer de rosto erguido.» Maria Eugénia Varela Fugas de Caxias: No dia 4 de Dezembro de 1961, oito militantes comunistas evadiram-­‐se do Reduto Norte da prisão de Caxias num carro blindado, perante o olhar impotente dos carcereiros. Realizada em poucos segundos e apenas com recursos do interior da prisão, tratou-­‐se de uma das mais audaciosas fugas dos cárceres fascistas. Com os 8 homens dentro do carro, este arranca em direção ao portão principal, que não resiste ao embate e cede. Dez segundos depois, o carro está fora da prisão e ruma à autoestrada, sob os disparos da GNR. Chegados a Lisboa, a viatura é abandonada e os seus ocupantes refugiam-­‐
se em casas seguras. «Não participei nem na preparação nem no assalto ao Quartel de Beja, mas estou de alma e coração com o meu marido e os companheiros dele». Logo que alcançou a liberdade, passou a dedicar todas as suas energias à causa dos presos políticos. Funda, com outras personalidades de oposição, a CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos). Em 1969 -­‐ Participa na Campanha Eleitoral pelas listas da CDE e, um ano depois, é novamente presa por uma semana. Em 1973 -­‐ Participa na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. No final de um comício na Sociedade Nacional de Belas Artes, é brutalmente espancada pela polícia de choque, juntamente com a filha mais nova. É publicada a obra: M. Eugénia Varela Gomes -­‐ Contra Ventos e Marés , uma biografia sob a forma de entrevista, conduzida por Maria Manuela Cruzeiro, do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra. O CAMPO DA MORTE DO TARRAFAL TESTEMUNHOS DO TARRAFAL «Na Achada Grande do Tarrafal montou o governo fascista o campo de concentração. Na Achada Grande há pântanos, mosquitos e paludismo. Era a zona mais temida pela gente de Cabo Verde. Na ilha que o mar guardava melhor que o arame farpado e as armas dos carcereiros, o mosquito seria um executor discreto. Sem possibilidade de ferver a água inquinada, sem mosquiteiros, sem medicamentos, com má alimentação, trabalhos forçados, espancamentos, semanas na «frigideira», todas as resistências orgânicas se desmoronavam abrindo caminho fácil ao paludismo.» «As mortes dos antifascistas no Tarrafal foram premeditadas. Tão claro era o objetivo que o diretor do Campo não o escondeu. Afirmou-­‐o para que todos os presos soubessem a que estavam destinados.» «E muitos morreram e lá ficaram no cemitério que tão perto estava do Campo» “ Quem vem para o Tarrafal, vem para morrer…” Presos do Tarrafal: Bento Gonçalves, Joaquim Amaro, Francisco Miguel Jaime de Sousa, Sérgio Vilarigues, Joaquim Montes Manuel da Costa, António Guerra Joaquim Marreiros. Bento António Gonçalves nasceu a 2 de Março de1902, em Trás-­‐os-­‐Montes, e morreu em 1942, no campo de concentração do Tarrafal, vitima de biliosa. Bento viria a filiar-­‐se no PCP em 1928. Em 1935, foi preso no Arsenal da Marinha. Em 1936, foi enviado para o Tarrafal Sérgio Vilarigues, militante comunista, foi um dos poucos sobreviventes do campo de concentração do Tarrafal. Integrou o grupo dos primeiros presos enviados para o Tarrafal em 1936. Saiu do Tarrafal em 1940. Estava exposta ao sol de manhã à noite. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto. «O sol batia na porta de ferro e o calor ia-­‐se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente.» A frigideira teria capacidade para dois ou três presos por cela. «Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados.» «Lá dentro era um forno.» Extinção do Tarrafal: A 26 de Janeiro de 1954, o Campo de Concentração do Tarrafal foi encerrado. Em 1962 foi reaberto, desta vez destinado aos patriotas dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, capturados na Guerra Colonial. CONCLUSÃO Podemos concluir que os presos políticos na época do Estado Novo sofreram muito, não tinham qualquer liberdade ou direito, e eram tratados em sob condições desumanas e sofriam de constantes abus e pressões. Ficamos a saber mais sobre o que foi o regime ditatorial do estado novo, os principais edifícios utilizados como prisões e também quais os mais importantes presos políticos desse regime que tanto lutaram para colocar um fim à ditadura que se vivia na país. Agora podemos afirmar que esses presos sofreram de tudo e foram poucos os que sobreviveram. Mas deram um forte contributo para aquilo que temos hoje: uma sociedade livre e justa, com direitos e garantais, e em poucas palavras tentamos mostrar o significado de que lutar é a melhor forma de vencer, e, estes presos políticos foram todos uns vencedores, e é por eles que hoje temos uma nação livre. “ Sofremos muito, mas finalmente a nossa luta ou a nossa morte não foi em vão porque cobarde não e aquele que tem medo de lutar, mas sim chorar por medo de fazer parte dela (Salomão Fernandes) BIBLIOGRAFIA Bibliografia MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal, das origens ao renascimento, Vol. I. Lisboa, 9 ed. Palas Editores, 1982. MAGRO, José, Cartas da Prisão (1 Vida Prisional), Edições Avante, 1975. 
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