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Quinta-feira
8 de outubro de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Internacional
SÍRIA
IMIGRAÇÃO
Pentágono rejeita operações
em conjunto com a Rússia
Norte-americanos criticam Moscou por atacar grupos opositores
O Pentágono não vai cooperar militarmente com a Rússia
em suas operações antiterrorismo na Síria, porque a estratégia
de Moscou é “tragicamente falha”. A informação foi passada
ontem pelo secretário da Defesa
dos EUA, Ashton Carter.
Em entrevista concedida durante visita oficial a Roma, Carter
ressaltou que os norte-americanos
não colaborarão com Moscou enquanto a Força Aérea russa continuar “bombardeando posições de
grupos que não são a facção radical Estado Islâmico (EI)”. Até que
os ataques cessem, afirmou, as
autoridades militares dos dois países manterão conversas básicas e
técnicas para evitar possíveis incidentes no espaço aéreo sírio.
Antes da fala de Carter, na
Rússia, o porta-voz do ministério da Defesa, general Igor Konashenkov, disse que seu país poderia trabalhar em conjunto com
os norte-americanos para “coordenar os bombardeios”. “Apesar
do que dizem os russos, nós não
concordamos em cooperar com
a Rússia enquanto eles continuarem com a estratégia errada de
atingir alvos da oposição síria”,
argumentou Carter.
O secretário também disse
estar preocupado com a grande
ofensiva do Exército da Síria, iniciada ontem, com apoio de ataques aéreos russos sobre redutos
da oposição em regiões no Cen-
PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP/JC
Os líderes de Alemanha e
França pediram ontem uma maior
unidade no continente, no momento em que a União Europeia
(UE) luta para lidar com o maior
número de imigrantes em décadas. Falando no Parlamento Europeu no 25º aniversário da reunificação da Alemanha, a chanceler
Angela Merkel e o presidente da
França, François Hollande, advertiram para os riscos do nacionalismo em resposta à crise.
“A Europa apenas terá sucesso em combater as causas da imigração se trabalharmos juntos, e
é apenas unidos que evitaremos
os riscos de uma viagem sem
fronteiras”, discursou Merkel.
Hollande, por sua vez, advertiu
para o risco de a UE “voltar às
fronteiras nacionais” caso os países não atuem juntos para gerenciar a crise.
Países da Europa Central e
do Leste Europeu foram alvos
de críticas recentes de França e
Alemanha, após se recusarem a
concordar com um plano para redistribuir candidatos a asilo político que ingressaram por Itália e
Grécia. Cerca de 550 mil pessoas
chegaram aos dois países desde
o início do ano, e autoridades da
UE esperam que outros milhões
cheguem nos próximos anos.
CHILE
Grevistas exigem melhores salários
Para o secretário Ashton Carter, russos adotaram a ‘estratégia errada’
tro do país. Além disso, criticou
o “comportamento irresponsável” da Rússia de permitir a entrada de seus aviões no espaço
aéreo da Turquia. As movimentações russas provocaram atrito
entre o Kremlin e a Otan (aliança
militar do Ocidente).
Desde que iniciou sua intervenção no conflito sírio, há
uma semana, Moscou vem pressionando o Ocidente para coordenar esforços contra o EI. A
Rússia busca uma solução que
mantenha no poder o presidente Bashar al-Assad, cujo regime é
aliado de longa data do Kremlin.
A posição russa é duramente criticada pelos EUA, que apostam na queda de Assad desde o
início da guerra civil na Síria, há
quatro anos e meio. Atualmente,
Washington oferece apoio para
grupos da oposição e, desde 2014,
lidera uma campanha internacional de ataques aéreos contra alvos do EI sem, contudo, coordenar ações com o Exército sírio.
Navios de guerra lançam mísseis a partir do Mar Cáspio
Quatro navios de guerra russos localizados no Mar Cáspio
lançaram 26 mísseis contra posições da facção radical Estado Islâmico (EI) na Síria, disse o mi-
Merkel e Hollande defendem
união para lidar com refugiados
nistro da Defesa russo, Serguei
Shoigu, ao lado do presidente
Vladimir Putin em um pronunciamento transmitido pela TV.
Para chegar à Síria, os mísseis
AFP/JC
Artefatos cruzaram cerca de 1,5 mil quilômetros e diversas fronteiras
percorreram cerca de 1.500 quilômetros e cruzaram diversas fronteiras nacionais. Shoigu insistiu
que a operação destruiu todos os
seus alvos e que não mirou áreas
ocupadas por civis. A Rússia iniciou, há uma semana, uma campanha de ataques aéreos na Síria
em favor do presidente Bashar al-Assad com o objetivo declarado
de combater grupos terroristas.
Até agora, Moscou usava bases
no Mediterrâneo e na Síria para
viabilizar sua operação.
Desde que começou seus
bombardeios, a Rússia é criticada pelo Ocidente por supostamente ter atacado posições de
rebeldes sírios apoiados pelos
Estados Unidos, por enviar mais
soldados e navios em apoio a Assad e por invadir o espaço aéreo
da Turquia.
O Chile enfrenta greves dos
guardas prisionais, empregados
do Registro Civil e dentistas de
postos e hospitais públicos. Os
problemas começaram na segunda-feira e agravaram-se ontem, após a ministra da Justiça,
Javiera Blanco, interromper as
negociações com os dirigentes
sindicais, acusando-os de “dar
uma bofetada nas pessoas”, dizendo a elas que colocam seus
interesses acima da segurança
das pessoas.
Em resposta à ministra, os
guardas - que pedem melhora salarial, maior facilidade para promoções e reforço no pessoal -, ocuparam as dependências da prisão
de mulheres de Santiago. O diretor do serviço penitenciário, Tulio
Arce, informou que a vigilância
nas cadeias está assegurada e que
as visitas e a entrega de alimentos
aos detentos continuam.
Já o Sindicato de Cirurgiões
Dentistas e de Químicos Farmacêuticos e Bioquímicos anunciou paralisação de 48 horas,
após seus representados serem
excluídos de um acordo entre o
Ministério da Saúde e o sindicato dos médicos, impedindo que
os profissionais que trabalham
44 horas ou mais no sistema estatal recebam um aumento. Outro conflito sério enfrentado pelo
governo é a paralisação de uma
semana dos funcionários do Registro Civil, que deixaram de entregar cédulas de identidade e
passaportes nesse período.
CIÊNCIA
Nobel de Química é dado a trio por
pesquisa sobre reparação do DNA
Três cientistas foram agraciados com o Prêmio Nobel de Química deste ano por estudos para
mapear como as células reparam
o DNA danificado. A descoberta
possibilitou o desenvolvimento
de novos tratamentos para o combate ao câncer, entre outros avanços, apontou a Real Academia de
Ciências da Suécia.
O trabalho de Tomas Lindahl,
da Suécia, Paul Modrich, dos EUA,
e Aziz Sancar, que tem cidadania
turca e norte-americana, resultou
numa caixa de ferramentas para
reparos do DNA e salvaguardar a
informação genética. “O trabalho
deles forneceu um conhecimento
fundamental sobre como uma cé-
lula viva funciona”, diz o comunicado da academia sueca.
Lindahl é professor emérito
da Cancer Research UK, no laboratório Clare Hall, na Inglaterra.
Modrich é professor de Bioquímica na Duke University School of
Medicine, em Durham, Carolina
do Norte; e Sancar leciona Bioquímica e Biofísica na University
of North Carolina School of Medicine em Chapel Hill, também na
Carolina do Norte.
O valor concedido aos vencedores é de 8 milhões de coroas
suecas (US$ 953.500). Hoje, será
divulgado o Nobel de Literatura;
amanhã, o da Paz; e, na segunda-feira, o de Economia.
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