Índice
“Coragem” .............................................................................................................................................. 5
O que é a Coragem? ................................................................................................................................ 7
Coragem ................................................................................................................................................ 9
O que é a Coragem ............................................................................................................................ 11
A grande história de coragem de Nelson Mandela ....................................................................... 15
Charles Darwin.................................................................................................................................... 17
Aristides De Sousa Mendes .............................................................................................................. 19
Aung San Suu Kyi .............................................................................................................................. 23
Charles Darwin.................................................................................................................................... 25
Florence Nightingale .......................................................................................................................... 27
Giordano Bruno ................................................................................................................................... 31
Sócrates ............................................................................................................................................... 38
Karol Wojtyla. ..................................................................................................................................... 41
Liu Xiaobo – Histórias de coragem .................................................................................................. 45
Marie Curie .......................................................................................................................................... 47
Martin Luther King .............................................................................................................................. 49
Mineiros de San Jose: Uma Coragem Profunda ......................................................................... 51
Oskar Schindler .................................................................................................................................. 53
Pratibha Patil ....................................................................................................................................... 57
Stephen Hawking................................................................................................................................ 60
Madre Teresa de Calcutá .................................................................................................................. 61
Jean Henry Dunant ............................................................................................................................ 67
Salgueiro Maia .................................................................................................................................... 69
Martin Luther King Jr. ......................................................................................................................... 71
Biografia de Guerra Junqueiro ......................................................................................................... 77
Professor Egas Moniz ........................................................................................................................ 79
História de coragem: Bartolomeu Dias ........................................................................................... 81
Aristides de Sousa Mendes .............................................................................................................. 83
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10º B
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“Coragem”
Como vimos ao longo do ano, definir um conceito não é de todo uma tarefa fácil:
primeiro damos um argumento, depois já defendemos outro; é um prolongar de
definições que acabam, muitas vezes, por nos levar a uma contradição, chamada de
aporia. O assunto que neste trabalho irá ser estudado e pensado calma e
conscientemente, é o conceito de "Coragem", pequena parte da virtude. Não
garantindo porém uma definição completa, pois poucos filósofos a conseguiram,
mas esforçando-me para tal. Para isto, decidi refutar o texto estudado na aula,
"Laques", dando no final a minha tentativa de definição.
Inicialmente, Laques diz que "O corajoso é aquele que decide, na linha de combate,
enfrentar o inimigo a pé firme em vez de se retirar" ao que Sócrates responde que
coragem não é só estar na primeira fila de combate mas também saber recuar. A
partir daqui, Sócrates deu vários exemplos de circunstâncias em que existe coragem
- nos prazeres, nas aflições, nos temores - pedindo a Laques que arranjasse uma
definição em que todas estas circunstâncias fossem incluídas. Laques chegou então
à conclusão que a coragem é uma "perseverança de alma". Até aqui concordo com
a definição dada, pois quando se tem um objectivo, tem que se ser persistente para
o conseguir atingir. Mas o facto é que Sócrates tem razão porque nem toda a
perseverança é coragem. Ou seja, a coragem é sem dúvida uma coisa bela; a
perseverança quando acompanhada de sensatez, é bela e boa; logo, a coragem é a
"perseverança sensata". Mas em que casos? (pergunta Sócrates com razão).
Quem gasta dinheiro sabendo que o irá obter novamente? Aquele que combate
contra inimigos menos numerosos e com ajudas exteriores? A conclusão a que
chegaram é que o mais corajoso será aquele que não tem ciência porque não tendo
técnica, arrisca. Portanto a coragem será então "perseverança insensata".
Chegada esta aporia, Nícias entra no diálogo e considera desde logo que cada
pessoa é boa naquilo que sabe fazer bem; logo se o corajoso é bom, certamente
será sábio e portanto a coragem é uma sabedoria. Mas que tipo de sabedoria? "A
ciência do que é perigoso e do que é favorável, tanto na guerra como em todas as
outras circunstâncias". Esta definição foi completamente refutada por Laques
5
dizendo que a sabedoria é independente da coragem - o médico conhece os perigos
das doenças, o corajoso não - e também por Sócrates dizendo que se a coragem é
uma ciência e os animais não têm entendimento, então nenhum animal é corajoso
(conclusão com que eu concordo totalmente pois nenhum animal tem consciência de
pensar e de raciocinar; sendo
considerados loucos e temerários). Sócrates
continuou a refutar a definição de Nícias fazendo-o chegar à conclusão de que "A
coragem é a ciência do bem e do mal em todas as circunstâncias" (no passado, no
presente e no futuro) e mais uma vez Sócrates prova que esta definição não está
correcta pois se fosse assim, a coragem seria a virtude no seu total (sendo na
realidade apenas um terço).
Na minha opinião, "A coragem é a consciência do bem e do mal". Em primeiro
lugar porque só é corajoso aquele que tem capacidade de raciocinar e portanto só o
ser humano tem consciência (como já tinha sido referido). Em segundo porque,
pensando na definição inicial "A coragem é uma perseverança de alma", se
considerarmos a coragem como a definição que defendo, o ser humano tem
capacidade de agir sensata ou mesmo insensatamente mas conscientemente. Por
exemplo: O médico sabe que só um determinado tratamento poderá fazer bem ao
seu doente mas que este é extremamente arriscado. Pois tendo a consciência do
bem e do mal, caberá ao médico tomar a decisão de seguir ou não com o
tratamento. Ou o homem que combate contra inimigos muito numerosos e mais
fortes do que ele e que ainda por cima têm ajudas exteriores, caberá a este homem
consciente decidir o que fazer. Em terceiro e último lugar porque sem a consciência
humana, não haveria raciocínio que nos incitasse a perseverar na investigação e
não haveria, por isso, coragem para não desistir.
Maria Serralha, 10B – Nº17
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O que é a Coragem?
Hoje em dia torna-se bastante complicado definir o conceito de Coragem, pois é um
conceito abstracto e difícil de detectar á primeira vista numa pessoa ou acto.
Considero a Coragem importante, pois corajosos não são apenas aqueles que a
utilizam para se gabarem ou para serem bem vistos, é preciso ter-se coragem para
ultrapassar muitos obstáculos, por exemplo uma pessoa que esteja a lutar contra um
cancro é bastante corajosa, pois está entre a vida e a morte e mesmo assim não
desiste e vai á luta para se manter viva, disto se conclui que muitas vezes viver pode
ser mais perigoso do que morrer. Outro tipo de coragem são aqueles que têm que
ser corajosos ao ponto de lutarem contra os seus prazeres, por exemplo uma
pessoa que seja completamente viciada em tabaco ou em álcool, tem que ser
bastante corajosa ao ponto de deixar de fumar ou beber, nem todas as pessoas que
o tentam fazer o conseguem realizar com sucesso. Outra maneira de mostrar
coragem é alguém ter a iniciativa de denunciar uma injustiça, que nem sempre é
fácil de se fazer.
Mas afinal o que é a Coragem?
Nem toda a gente se apercebe que só o facto de acordar diariamente e fazer uma
vida normal já é considerado corajoso! Uma pessoa que esteja internada num
hospital em luta constante pela vida é uma pessoa corajosa, mas alguém que
enfrenta os perigos do dia-a-dia também é corajoso, se uma pessoa pensasse que
ao sair á rua podia ser atropelada ou ter um acidente de viação então toda a gente
ficaria em casa para não ser exposto a esses perigos. Mas não, as pessoas mesmo
sabendo que correm esses riscos saem á rua na mesma, por isso só de vivermos já
somos corajosos.
Enfrentamos vários perigos diariamente, como nas profissões, o objectivo de toda a
gente no emprego é ter sucesso, e as pessoas, mesmo sabendo que o sucesso para
ser alcançado tem que ser percorrido um longo caminho não desistem e vão a luta
para conquistarem o que querem, por isso são pessoas corajosas.
"O modo mais seguro de falhar é não se determinar a obter sucesso." (Richard
Brinsley Sheridan)
7
Uma pessoa é corajosa porque determinou-se a seguir a carreira e a tentar o
sucesso, apesar de ter consciência dos perigos e que pode falhar. Enquanto que
uma pessoa que com o medo de falhar e não conseguir, desiste dessa carreira, não
é corajosa.
"Ninguém pode pronunciar-se acerca da sua coragem quando nunca esteve em
perigo." (François de La Rochefoucauld)
Nenhuma pessoa pode dizer ser corajosa se nunca arriscou ou esteve em perigo.
Os verdadeiros corajosos são aqueles que arriscam mesmo sabendo os perigos que
correm.
Mas existe outros casos, como a coragem militar: corajoso não é apenas aquele
soldado que na guerra luta, mas também aquele que sabe recuar quando
necessário.
Segundo Platão, Nícias acredita que a Coragem é uma ciência, mas se assim fosse
então as crianças e os animais não poderiam ser corajosos pois não possuem a
sabedoria.
"Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo." (Mark
Twain)
Tal como Mark Twain diz, a Coragem não é, não ter medo, a Coragem é ter
consciência do medo e mesmo assim seguir em frente e enfrentar esse temor.
É mais corajoso aquele que sem experiência, ao ver uma pessoa desmaiada a tenta
salvar apesar de todo o medo em fracassar do que aquele que sabe como proceder
e tem a certeza do que fazer perante a situação.
A Coragem é como já vimos um conceito bastante extenso e complicado. Mas
através da reflexão sobre vários tipos de Coragem chegou-se a uma proposta de
definição de Coragem: Coragem é ter resistência ao medo, á dor e ao sofrimento. É
a capacidade de agir apesar dos medos e dos perigos. É não ter medo de arriscar e
insistir pelos nossos objectivos.
Mariana Pais, 10B - Nº20
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Coragem
O tema desta exposição é a coragem, partindo da discussão de um texto, o
diálogo de Laques. Este diálogo envolve três pessoas: Laques, um conhecido militar
a quem muitas vezes as pessoas recorriam quando tinham dúvidas; Nícias também
um conhecido militar a quem as pessoas perguntavam coisas que não sabiam e
Sócrates, um dos mais brilhantes filósofos da história. Neste diálogo eles tentam
chegar a uma definição do que é a coragem. Como é habitual nos diálogos
socráticos cada conclusão é refutada por Sócrates, concluindo-se numa aporia, na
impossibilidade de definição de coragem. A primeira conclusão de Laques foi
apresentada como um exemplo de coragem, que Sócrates refutou afirmando que ele
deveria dar uma definição geral e não um exemplo; a segunda conclusão foi que a
coragem era algo bom e belo e que a perseverança apenas é algo bom e belo
quando era sensata, mas ele defendia que qualquer pessoa que lutasse com um
arco e flecha contra alguém com armas mais desenvolvidos seria mais corajoso,
mas ele é menos sensato, logo menos corajoso. A conclusão de Nícias é que a
coragem é a ciência do que é perigoso e do que é favorável mas isso é uma
definição de virtude e não de coragem.
Coragem pode significar bravura face a um perigo; força moral perante um
sofrimento ou um desastre e energia na execução de uma tarefa difícil. A coragem é
uma virtude, uma virtude é um conjunto de boas qualidades morais. A coragem está
associada ao bem e ao belo, conceitos que parecem ser muito fáceis de definir por
serem os mais básicos, mas na verdade são os mais difíceis.
Aristóteles considerava que a coragem só se relaciona com alguns perigos e
não com todos. Quem não temesse a doença ou certos fenómenos da Natureza
seria considerado louco. “O homem corajoso é o que mantém o sangue frio nas
circunstâncias em que a maior parte ou a totalidade dos homens tem medo”.
Segundo Kant a coragem só é algo belo quando está associada a um bom
fim, não sendo por isso um valor primário.
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Para chegar à definição de coragem vou enumerar alguns actos corajosos
não muito extraordinários, situações vulgares; analisá-las, ver o que têm em comum
e em seguida e a partir daí elaborar uma definição de coragem:

Ser um dador voluntário de medula;

Uma pessoa com uma vida de conforto, largar esse conforto para ajudar
pessoas carenciadas;

Uma pessoa jovem que vive no campo e que provavelmente vai ser um
agricultor ou um pastor e vai para uma cidade estudar, deixando a família
para concretizar um sonho de ser licenciado;

Se um estudante tiver tido uma atitude incorrecta, souber que não vai ser
castigado ou descoberto e vir outro colega ser acusado pelo seu acto e
assumir a responsabilidade, então esse é um acto corajoso;
A coragem mede-se pelos actos e não pelas pessoas, embora haja pessoas que
realizem mais actos corajosos, logo são consideradas pessoas corajosas. Um acto
corajoso necessita de uma decisão entre possibilidades, em que uma envolve maior
risco e é a mais difícil. Para se tomar uma decisão é preciso haver deliberação, logo
um animal ou alguém com um problema mental não pode realizar actos corajosos, e
as reacções que tomamos no momento também não implicam coragem.
Por fim concluo que para mim a coragem é a capacidade de ultrapassarmos
os medos e os limites racionalmente, para realizarmos o bem.
Pedro Miranda, 10B - Nº 25
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O que é a Coragem
O tema deste trabalho é „O que é a Coragem‟ e a sua finalidade é definir o
conceito de coragem. O problema traduz-se numa insatisfação da minha parte
perante a minha noção de coragem actual, que é idêntica às definições propostas
nos dicionários. Vou então refutar as definições dos dicionários.
Fui investigar a dicionários portugueses, franceses, enciclopédias e obtive
diversos resultados:
1. Capacidade mental ou física de persistência em momentos em que uma
pessoa tem que enfrentar medo, dor, perigo etc.
2. Persistência perante um perigo, sofrimento ou revés
3. Energia moral perante um perigo, sofrimento ou revés
4. Ousadia
5. Bravura
6. Perseverança
Destas seleccionei as mais simples (da 4 à 6) para refutar
Ousadia
Coragem é ousadia pois há algo que se tem que desafiar, um obstáculo psicológico
Mas nem toda a ousadia é corajosa, pois há um tipo de ousadia que resulta da
simples vontade de desafiar, por exemplo, os alunos que são constantemente
insubordinados, não precisam de coragem para intervir na aula, mas são ousados.
Bravura
Coragem também passa pela bravura pois requer uma capacidade de enfrentar o tal
desconforto psicológico.
No entanto, mais uma vez nem toda a bravura é corajosa, pois (por exemplo),
quando um guerreiro vai para o campo de batalha sabendo que é claramente mais
forte que o inimigo, é bravo, mas não corajoso.
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Perseverança
A Coragem requer perseverança pois se perante um desconforto a pessoa desiste
da acção ou do pensamento, a Coragem deixa de existir.
Porém perseverança não é inteiramente Coragem, e tomando por exemplo um
excerto do texto Laques de Platão: “quem persevera em gastar dinheiro com senso,
sabendo que, depois de gastar, ganhará mais” (192e) nota-se claramente que esta é
uma situação de perseverança mas não de Coragem.
Coragem resume-se então de momento a uma situção de desafio, de
obstáculo psicológico; uma capacidade de enfrentar um desconforto e a uma
persistência perante um desconforto.
Todas estas situações de perigo, sofrimento, revés etc. resumem-se a um
desconforto psicológico que temos quando as enfrentamos, desconforto este que
constitui um obstáculo, uma barreira.
E barreira porquê? Porque há um objectivo a alcançar do outro lado, algo
maior que o obstáculo, é o objectivo de quem é corajoso.
Coragem é então uma situação pessoal, parte de dentro de cada um de
nós, não é colectiva. O que não quer dizer que não possa ter influências exteriores,
por exemplo se for um grupo de amigos a escalar uma montanha perigosa que se
motivam mutuamente.
É necessária em situações de desconforto, pois se não há algo a enfrentar
ou transpor (limite da zona de conforto) então dificilmente é uma situação de
Coragem.
Mas Coragem não tem que ser necessariamente algo positivo, tomemos
como exemplo a rapariga que há uns anos atrás se denunciou na rua dizendo que
estava armadilhada; que tinha ordens de se suicidar accionando as bombas, mas
não tinha Coragem para o fazer. Então até os bombistas suicidas, que cometem
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atentados atrozes, são corajosos por sacrificarem a sua vida em prol de algo que
consideram maior.
Traduz-se depois num pensamento (enfrentar traumas passados pode ser
considerado algo corajoso) ou numa acção (que é a coragem mais comum). Este é
um resultado da Coragem independentemente de ser benigno, maligno, ou neutro.
Conclui-se então que Coragem é a força de espírito com a qual se enfrenta
as dificuldades com que se depara.
Biblografia
J.A.Costa; A.S. Melo, Dicionário da Língua Portuguesa, 6ªedição, Porto Editora
Vários, Petit Larousse illustré, 1975, Paris
Platão, Laques
Sebastião Carvalho 10B – Nº28
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11º A
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A grande história de coragem de Nelson Mandela
Esta história fala-nos de um grandioso guerreiro que fez tudo para alcançar a paz no
seu país, utilizando todos os meios para alcançar o seu objectivo, a paz, fazendo
com que tudo o que parecia estar perdido, na miséria do racismo e da violência nele
presente, desaparecesse com apenas o uso de palavras.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata,
na região do Transkei. O seu pai morreu logo depois de Nelson nascer, e Nelson
seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições
Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto
Clarkebury, onde estudou cultura ocidental. Mandela depois, seguiu para a
universidade, onde após algum tempo foi expulso por se ter envolvido em
movimentos contra as políticas adoptadas na sua universidade. A seguir foi para
Joanesburgo
onde
continuou
na
universidade.
Como jovem estudante de direito, Mandela envolveu-se na oposição ao regime do
apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma
expressiva colónia de imigrantes) direitos políticos, sociais e económicos. Uniu-se ao
Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu
e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e
por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela
nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela tornou-se de tal modo associado
à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema
das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a
liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou
na prisão até Fevereiro de 1990, até que a campanha do CNA e a pressão
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internacional conseguiram que ele fosse libertado a 11 de Fevereiro, aos 72 anos,
por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993 e
após isso, em 1994 Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do sul.
Como presidente do CNA (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro
presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela
comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando
respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública.
Fez uma excepção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.
Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da
África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid,
considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo
sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.
Na minha opinião, Mandela é um grande exemplo de homem lutador pela Paz e que
deve ser respeitado pelas suas dignas ideias que defendem a igualdade de direitos
entre todos. Eu concordo que todos nascemos iguais e que não é a cor de pele que
nos
distingue
mas sim
as
nossas atitudes.
Devemos amar
o
próximo
indiferentemente da sua raça. Eu acho que as pessoas que defendiam o apartheid e
odiavam as outras raças eram completamente ignorantes, mal formadas e não
tinham grandes fundamentos para defenderem as suas ideias. Mandela quis
combater esse ódio existente à sua volta e procurou espalhar a harmonia e paz na
vida das pessoas. Não seria suficiente este argumento de Nelson Mandela? Valeria
a pena tanto ódio e violência sem razão de ser?
Eu considero as atitudes tomadas por Mandela de uma grande coragem,
persistência e bondade e penso que ele transformou uma parte do mundo num lugar
melhor. Ele incentivou muitos outros governadores políticos a seguirem as suas
ideias e exemplos de vida.
David Meakin 11A - Nº5
16
Ao longo da evolução da ciência foi essencial a presença da
coragem. Temos como exemplo Galileu Galilei, que apesar de
correr riscos por ir contra ao princípio da igreja continuou a sua
“luta” para provar o Modelo Heliocêntrico.
Através deste exemplo podemos concluir que a coragem teve um
papel importantíssimo neste e noutros casos ao longo da história da
ciência, em que vários cientistas correram riscos mas mesmo assim
provaram o que queriam mostrando perseverança.
Charles Darwin
Charles Darwin nasceu em 12 de Fevereiro de 1809, em Shrewsbury, Inglaterra.
Desde cedo Darwin era apaixonado pela natureza. Como ele mesmo disse, “Eu
nasci naturalista.”
As mudanças de um período para outro normalmente ocorrem de maneira gradual.
Existem outras mudanças, entretanto, que podem ocorrer de uma forma mais
abrupta. Estas são frequentemente referidas como revoluções. De todas as
revoluções intelectuais, foi a revolução Darwiniana que trouxe as maiores
consequências. A visão do mundo do homem ocidental, depois de 1859, quando A
Origem das Espécies foi publicada, era completamente diferente da visão do mundo
formada antes daquela data.
A revolução intelectual gerada por Darwin foi muito além da biologia, causando a
subversão de algumas das crenças mais fundamentais. Por exemplo, Darwin refutou
a crença da criação individual de cada espécie, estabelecendo o conceito de que
todas formas de vida descendem de um ancestral comum. Por extensão, ele
introduziu a ideia de que os humanos não são produtos especiais da criação, mas
evoluíram segundo os mesmos princípios que actuam no mundo vivente. Darwin
perturbou as noções correntes de um mundo benigno e perfeitamente projectado,
colocando no seu lugar o conceito da luta pela sobrevivência.
As noções Vitorianas de progresso e perfeição foram seriamente abaladas pela
demonstração de Darwin de que a evolução causa mudança e adaptação, mas não
17
necessariamente leva ao progresso, e nunca a perfeição. Além disso, Darwin
estabeleceu as bases para um tratamento totalmente novo da ciência. Naquela
época quando a ciência era dominada por metodologias baseadas em princípios
matemáticos, leis físicas e determinismo,
probabilidade, acaso,
e singularidade,
Darwin introduziu os conceitos de
no discurso científico. No seu trabalho
incorporou o princípio de que a observação e a geração de hipóteses são tão
importantes para o avanço do conhecimento como a experimentação.
Henrique Balchada, 11A - Nº 9
18
Aristides De Sousa Mendes
Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abrantes nasceu a 19 de Julho de 1885
numa pequena aldeia em Viseu.
Após se ter licenciado em Direito na universidade de Coimbra, mudou-se para
Lisboa onde iniciou a sua carreira diplomática, tendo ocupado o cargo de cônsul
português em diversos países do mundo (entre eles Zanzibar, Brasil, Estados unidos
da América, Bélgica e França).
Após ter passado quase 10 anos na Bélgica, António de Oliveira Salazar (na altura
Ministro dos negócios estrangeiros e Presidente do Conselho) nomeou Aristides com
o cargo de cônsul português em Bordéus, França. Durante a sua estadia em
Bordéus, inicia-se a Segunda Guerra Mundial; quando tropas de Adolfo Hitler já
avançavam a grande velocidade sobre a França e Salazar, através da circular 14,
ordenou e proibiu os diplomatas portugueses espalhados pelo mundo de
concederem vistos de entrada em Portugal a estrangeiros de nacionalidade
indefinida, pessoas sem pátria e judeus, ou seja, pessoas consideradas
“indesejáveis” e a todo o tipo de refugiados.
Milhares de refugiados que fugiam ao avanço das tropas nazis dirigiam-se a
Bordéus ao consulado português necessitando e pedindo um visto de entrada em
Portugal ou para os Estados Unidos. De entre as pessoas que lhe pediram ajuda,
Aristides encontra-se com o rabino da Antuérpia, Jacob Kruger, que o fez
compreender a necessidade de ajudar todos aqueles que desejavam o seu auxílio.
No dia 14 de Junho de 1940, enquanto a Europa em Guerra mostrava todo o seu
horror e violência, Aristides de Sousa Mendes fechou-se no quarto com um dilema.
A angústia era total. De um lado, estava a sua carreira, a honra, a família, os doze
filhos. Do outro, estava o seu dever de consciência.
Milhares de pessoas desesperadas amontoavam-se à porta do Consulado, à espera
de um visto salvador, de entrada em Portugal, um salvo-conduto que lhes permitisse
fugir às crueldades do nazismo. Suplicavam um visto para terem vida. Pela primeira
19
vez, Aristides hesitou. O cônsul português ficou três dias e três noites numa cama,
num sono sonâmbulo, quase em transe.
E acordou com a decisão tomada. Uma decisão que salvou do risco da morte mais
de trinta mil pessoas.
Após uma profunda introspecção ao fundo da sua consciência, Aristides acordou
com uma energia imparável e uma decisão, os seus valores morais e éticos falaram
mais alto que o seu dever: a partir daquele momento, passaria vistos a todos os que
lhe pedissem sem quaisquer encargos (“A partir de agora, passarei vistos a toda a
gente, já não há nacionalidades, raça ou religião”).
Assim, com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos, Sousa Mendes carimba
passaportes, assina vistos, utilizando todas as folhas que tinha disponíveis.
Confrontado com esta ordem político-social injusta, ele não hesitou. Aristides
exprime a desobediência justa. Perante este comportamento, a Humanidade pode
ver tudo o que é essencial: a honra, a persistência, a coragem, a dignidade.
Mas Aristides sabia que desobedecer era pisar num terreno minado e pantanoso,
com consequências desastrosas. Desobedecer a Salazar equivalia a pintar um alvo
em plena testa. Aristides sabia que teria de enfrentar a hierarquia do Ministério dos
Negócios Estrangeiros, para a qual o diplomata era uma espécie de militar à paisana
e que não dava espaço para a liberdade de consciência. Teria de desobedecer a
Salazar e o ditador não costumava perdoar a quem tivesse essa ousadia. E assim
aconteceu: foi aposentado compulsivamente da Função Pública e em Junho de
1940, começou a estilhaçar, como um vidro, a vida de Aristides.
A dignidade moral e a ética têm de prevalecer sobre as leis e os regulamentos e
tendo plena consciência das consequências relacionadas com os seus actos, pôs
em risco o seu futuro profissional e o bem-estar dos seus doze filhos
Nascido no seio de uma família abastada, Aristides de Sousa Mendes morreu numa
clínica para pobres, em Lisboa, mas nem por isso se arrependeu de ter
desobedecido. O acto de Sousa Mendes honra a Humanidade. Enquanto não
esquecermos, enquanto fizermos com que as futuras gerações o lembrem, estamos
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a afirmar que há possibilidades ilimitadas de praticar o bem, mesmo nas piores
circunstâncias.
Podemos assim concluir que a história de Aristides de Sousa Mendes é sem
qualquer dúvida uma história de coragem.
Luísa Silva, 11A - Nº15
21
22
Aung San Suu Kyi
Na actualidade, constatamos que a par de países que
assumem como valores fundamentais a defesa dos Direitos
Humanos e da igualdade entre os cidadãos e adoptam
regimes políticos democráticos, outros há, onde para se
conseguir essa liberdade tem de se lutar até ao fim,
envolvendo sacrifício que pode levar à morte de muitos
indivíduos.
Aung San Suu Kyi é filha do general Aung San, considerado
“o pai da Independência” da Birmânia, pois negociou-a com os britânicos, em 1947,
tendo sido assassinado no mesmo ano. Suu Kyi tinha 2 anos de idade e a sua vida
ficou marcada pelo envolvimento dos pais na política.
Em 1988, depois de ter passado 20 anos no estrangeiro, nomeadamente no Reino
Unido onde estudou e conheceu o marido, regressou ao seu país, Myanmar.
Envolveu-se imediatamente na luta pela democracia e liberdade de expressão, tendo
sido escolhida para secretária geral da Liga Nacional para a Democracia. Foi detida
mas propuseram-lhe a liberdade se deixasse o país; recusou, e um ano mais tarde
venceu as eleições. Claro que o regime militar as anulou e manteve-a em detenção. O
escândalo internacional foi enorme e, em 1991, foi-lhe atribuído o prémio Nobel da
Paz, mas nem assim a Junta Militar cedeu. Quando foi libertada em 1995, em vez de
visitar a família no Reino Unido, correndo o risco de não poder regressar, optou por
ficar. Nunca mais viu o seu marido, que permaneceu no Reino Unido vindo a falecer
em 1999 e só mais recentemente conseguiu ver os filhos. Em 2002, foi novamente
detida e a prisão foi-se prolongando ano após ano. Apesar de tudo isto, tentou sempre
pela via do diálogo estabelecer contactos com a Junta Militar de forma a criar uma
nova era de cooperação entre essa mesma Junta e o Movimento Democrático.
Mas a cooperação e o diálogo serão realmente possíveis? E quando? Ao longo destes
vinte anos de batalha, sacrificou totalmente a sua vida pessoal sem, no entanto, ter
conseguido atingir os seus objectivos e com 65 anos ainda não se deu por vencida.
23
Aung San Suu Kyi vai ficar para a história não simplesmente por ter ganho um prémio
Nobel da Paz, entre muitos outros prémios, mas sim porque teve uma atitude e
determinação extraordinária na defesa dos seus ideais perante uma situação
claramente adversa. Optou por não pensar unicamente em si mas no seu país e nos
seus compatriotas, o que a levou a afastar-se durante um longo período dos seus
filhos e marido, tal como a própria disse: “ A decisão de não rever o meu marido e os
meus filhos com receio de que jamais pudesse voltar a Myanmar, foi um dos maiores
sacrifícios pessoais que tive que fazer para lutar pela liberdade do meu país”. Não é
qualquer pessoa que põe de parte os seus interesses pessoais para lutar por um
único objectivo, a liberdade e a democracia no seu país, com grande sacrifício
individual, pois passou a maior parte do tempo desde que regressou, ora em prisão
efectiva, ora em prisão domiciliária.
Podemos assim classificar Aung San Suu Kyi como uma personagem carismática,
determinada, lutadora, idealista, resistente e altruísta, um exemplo raro de coragem no
mundo actual. Quem diria que a mulher delicada, com um aspecto frágil seria capaz
de resistir e alertar a comunidade internacional para a situação no seu país, e desta
forma colocar a Junta Militar sob pressão, marcando sempre resistência pacífica mas
firme ao regime autoritário.
Apesar de contar com grande apoio popular, Suu Kyi sempre resistiu ao uso da
violência, o que é demonstrativo da sua personalidade.
A grande lutadora pela liberdade do povo de Myanmar merece todas as homenagens
pela sua luta que lhe causou tantos dissabores, perseguições e abusos por parte da
Junta Militar que governa o país. E uma
inspiração para mulheres e homens de
todo o mundo.
Filipa Costa 11 A - Nº 7
24
Charles Darwin
Neste discurso abordarei a vida de Charles Darwin, cientista
do século XIX e o facto de o considerar um exemplo de
coragem para a sociedade.
Darwin elaborou diversos trabalhos que tiveram um grande
impacto na ciência e na sociedade. Realizou a viagem HMS
Beagle que durou aproximadamente 5 anos. Esta proporcionou-lhe conhecimentos
que lhe vieram a ser bastante úteis para algumas obras que escreveu.
Publicou bastantes obras, mas a mais importante foi a “Origem das Espécies”
(Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças
Favorecidas na Luta pela Vida) que lançou em 1859, onde apresentou a Teoria da
Evolução.
A exposição destas ideias foi bastante criticada por cientistas e católicos chegando a
ser ridicularizado por alguns.
Apesar de ter sido bastante influenciado por biólogos e geólogos, que outrora já
tinham tentado impor as suas ideias, Charles Darwin foi o primeiro a conseguir expôlas e a conseguir explicá-las de forma coerente. O estudo para a publicação da
“Origem das Espécies” durou 21 anos (apesar de ter publicado outros trabalhos
entretanto), ou seja, ele quis provar tudo o descobria pois sabia que se não o
fizesse, o mais certo seria não considerarem as suas ideias válidas e perderia a
reputação e a boa fama que teria ganho até ao momento como cientista.
Obviamente, existiram bastantes críticas negativas e debates mas os seus amigos
cientistas (Huxley, Hooker, Charles Lyell e Asa Gray), sempre conseguiram provar
(porque Darwin não defendia os seus ideais em público devido à sua fraca saúde)
que estava certo e ajudaram-no a ganhar respeito, o que lhe valeu a medalha
Copley da Royal Society (1864).
25
Apesar dos seus problemas de saúde nunca deixou de trabalhar nos aspectos
controversos do seu livro que ainda estavam por ser acabados; as suas
experiências, pesquisas e escritas continuaram.
Naquela época, o termo evolucionismo implicava criação sem intervenção divina e,
por isso, Darwin evitou usar palavras como “evoluir” ou “evolução” mas mesmo
assim, conseguiu dar uma ideia que o fixismo estava errado, o que na altura poderia
ser bastante ofensivo, chamando a atenção para o evolucionismo que outros
cientistas já tinham tentado implantar.
Apesar de ter uma saúde frágil, Darwin nunca deixou de pesquisar, observar,
estudar e principalmente provar tudo aquilo que descobria e concluía. Foi mais
inteligente e cauteloso que outros cientistas no sentido de que, em vez de expor logo
as suas ideias procurou respostas para os possíveis contra argumentos e dúvidas
que poderiam existir quanto teoria.
Após ter reunido todas as provas a favor da sua teoria publicou-a e conseguiu
demonstrar as suas ideias criando uma das teorias mais importantes que determinou
outra forma de olhar para ciência e deu uma ideia de evolucionismo mais aceitável e
testável.
Por estas razões penso que Darwin é um grande exemplo para o mundo científico
porque marcou a diferença, sendo assim um exemplo de coragem para a sociedade.
Joana Silva 11A - Nº11
26
Florence Nightingale
No âmbito da disciplina de filosofia escolhi falar sobre a
vida de Florence Nightingale que considero ser um
exemplo de coragem que acho que devo partilhar com
quem a não conhece. No texto seguinte pretendo
elaborar um texto argumentativo no qual farei uma breve
biografia desta personagem e explicarei porque a
considero como sendo uma história de coragem.
Florence Nightingale nasceu a 12 de Maio de 1820, em
Florença, no seio de uma família abastada tendo no
entanto ficado conhecida pelo seu trabalho enquanto
enfermeira sendo apelidada de "A dama da lâmpada"
por fazer companhia aos seus pacientes durante a noite,
usando uma lâmpada para iluminação.
Apesar de rica, Florence desde cedo mostrou ideais diferentes dos da época,
defendendo que as mulheres não se deveriam resignar ao papel de donas de casa,
defendendo o melhoramento dos processos de tratamento médico e uma maior
ajuda aos pobres.
A contribuição mais famosa de Florence foi durante a Guerra da Crimeia,
trabalhando enquanto enfermeira, combatendo para salvar a vida de soldados
feridos, lutando contra as terríveis condições dos hospitais de campo e fazendo
chegar relatos destas condições a Inglaterra..
Voltou para a Inglaterra como heroína em Agosto de 1857.
Contraiu no entanto febre da tifóide durante a sua estadia na Crimeia
Impossibilitada de fazer seus trabalhos físicos dedicou-se à enfermagem na
Inglaterra, onde já era reconhecida no seu valor profissional e técnico.
Fundou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, com cursos de um ano,
sendo ministrado por médicos com aulas teóricas e práticas.
Em 1883, a Rainha Vitória concedeu-lhe a Cruz Vermelha Real e em 1907 tornou-se
a primeira mulher a receber a Ordem do Mérito.
Florence Nightingale faleceu a 13 de Agosto de 1910, deixando um legado de
persistência, capacidade, compaixão e dedicação ao próximo, estabeleceu as
directrizes e caminho para enfermagem moderna.
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Considero o exemplo de Florence Nightingale como um de coragem pois não deixou
que a mentalidade da época nem o facto de ser abastada a impedisse de seguir a
sua vocação e fazer aquilo que mais gostava, dedicar-se aos outros, mostrando
grande coragem e persistência ao defender os direitos dos pobres e ir praticar
enfermagem para locais de guerra. Mesmo depois de incapacitada por uma doença
continuou a dedicar-se a enfermagem e chegou inclusivamente a abrir uma escola
de enfermagem. As suas acções foram e ainda são reconhecidas a nível nacional e
internacional, tendo sido distinguida com a Cruz Vermelha Real e a Ordem do Mérito
atribuída pela rainha de Inglaterra.
A razão pela qual escolhi Florence Nightingale para este trabalho foi o seu carácter e
atitude deixando os luxos da riqueza e dedicando-se ao prazer que obtinha em
ajudar os outros.
Domingos Pires 11A – Nº 6
28
Galileu Galilei
Neste trabalho elaborei um discurso retórico argumentativo sobre Galileu Galilei.
Galileu nasceu em Itália, no ano de 1564, e faleceu em 1642.
Foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo, que estudou medicina na
Universidade de Pisa, curso que não completou.
Em 1609, em Veneza, descobre o telescópio, que não tarda em aperfeiçoar e a
utilizar nas suas investigações astronómicas.
No ano seguinte, publica "O Mensageiro das Estrelas", onde descreve a lua e revela
a existência de quatro satélites à volta de Júpiter, dos anéis de Saturno e da
proliferação de estrelas na Via Láctea, contrariando a teoria Geocêntrica, criada
por Cláudio Ptolomeu cerca de 1400 anos antes e tomada como verdadeira pelas
Ordens Religiosas, e também confirmando a teoria Heliocêntrica criada poucos anos
antes por Copérnico.
A teoria Geocêntrica afirmava que os planetas, o Sol e a Lua giravam em torno da
Terra na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
A teoria Heliocêntrica defendida por Copérnico, Galileu e outros astrónomos da
época, dizia que os planetas giram à volta do Sol, e alguns desses planetas giram
em torno de outros, como é o caso da Lua.
Copérnico respeitava e temia as autoridades religiosas e, para estas, a teoria de
Ptolomeu era a mais adequada para confirmar as citações bíblicas, de modo
conveniente para a Igreja.
Galileu, em 1632, publica a obra "Diálogo Sobre os Dois Máximos Sistemas do
Mundo: o Ptolemaico e o Coperniciano", onde refuta a concepção Ptolomaica.
A Igreja acabou por condená-lo à prisão perpétua, mas foi absolvido depois de negar
em público as suas afirmações sobre o movimento da Terra.
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 Galileu tentou provar por método científico que a teoria Geocêntrica estava
errada. Quando apresentou as suas conclusões, não tinha a intenção de
criticar, menosprezar ou descredibilizar a Igreja, apenas provou factos
científicos.
 Para a igreja, as teorias de Galileu eram contra os ensinamentos de Deus.
Mas Galileu, com base nos seus estudos e investigações, conseguiu provar
que certas teorias defendidas pelas Ordens Religiosas estavam erradas.
 Graças às suas enumeras obras publicadas, às suas investigações com o
objectivo de provar a verdade da teoria Heliocêntrica de Copérnico, entre
outros muitos feitos, Galileu teve um papel muito importante na Revolução
Científica, tornando-se assim uma figura exemplar na história do mundo.
Concluindo, Galileu foi um dos maiores exemplos de pessoas da história que
conseguiu provar a verdade das teorias que defendia por método científico não
aceites na sua Época, pelo seu próprio mérito
Tornou-se assim uma figura de coragem no mundo, por não ter temido tentar
confirmar que a teoria do Geocentrismo, defendida e aceite pelas autoridades
religiosas, estava errada.
Sofia Bento 11A - Nº25
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Giordano Bruno
Giordano Bruno foi um filósofo, astrólogo e matemático italiano, e como tal, tinha
ideias que procurou defender através das diversas obras que escreveu (como por
exemplo a obra “De imaginum signorum et idearum compositione “ (Sobre a
“Associação de imagens, os signos e as ideias").
Bruno, nasceu no ano de 1548, em Roma, foi influenciado principalmente por
Nicolau” Copérnico (filósofo e matemático) e Nicolau Cusano (filósofo), e por sua vez
, influenciou outros importantes filósofos como James Joyce e Harry Smith.
Bruno escreveu sobre diversos temas nos seus famosos seis diálogos italianos (três
de carácter astrológico e três de carácter moral).
Este filósofo italiano defendeu em “Cena de le ceneri “ ,1584 -A ceia de cinzas)- o
heliocentrismo . Numa segunda obra- De la causa principio e uno(1584; Da causa,
princípio e uno )- reduziu o dualismo tradicional da física aristotélica. Posteriormente,
escreveu ainda a obra - De l'infinito universo e mondi (1584; Do infinito universo e
mundos) onde sistematizou a crítica ao aristotelismo.
Quanto aos diálogos da trilogia moral escreveu: - Spaccio de la bestia trionfante
(1584; Expulsão da besta triunfante), sátira aos vícios e superstições da época, que
depois criticou de forma muito mais pessimista em - Cabala del cavallo Pegaseo
(1585; Cabala do cavalo Pégaso).E na última das seis obras, Bruno defendeu a
exortação do ser humano à conquista da virtude e da verdade em - De gli eroici
furori (1585; Dos heróicos furores).
Na sua primeira obra Bruno defende o Heliocentrismo, isto é, que não é o sol que
gira à volta da Terra (como até aqui se pensava) mas sim que é a Terra que gira à
volta do Sol, estrela principal do Sistema Solar. Defendeu também que o Universo é
infinito e povoado por uma infinidade de estrelas (como o Sol) e por outros planetas,
(entre os quais a Terra), onde existia vida inteligente.
Na segunda obra, reduz o dualismo tradicional da física aristotélica a uma
concepção monística do mundo, a unidade básica de todas as substâncias e a
coincidência dos opostos na unidade infinita do Ser. Bruno é animista, na sua
filosofia, o universo é um sistema em permanente transformação, um todo no qual
nada existe imóvel. Não é apenas um movimento mecânico e passivo, segundo as
leis da física, mas um movimento anímico que o faz transformar-se
permanentemente. Tudo o que existe está reduzido a uma única essência material
provida de animação espiritual.
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Na sua terceira obra sobre a astrologia, o italiano sistematizou a sua crítica ao
aristotelismo, continuando a argumentar contra os ideais defendidos por Aristóteles.
Bruno tinha uma forma e um conteúdo de argumentar muito parecido com o de
Platão, escrevendo na forma de discurso.
O primeiro diálogo da sua trilogia moral, é uma sátira aos vícios e superstições da
sua época, e ao pedantismo que se encontra na cultura Católica e Protestante. Faz
uma forte crítica á ética Cristã - particularmente o princípio calvinista da salvação
exclusivamente pela fé, à qual Bruno opunha uma visão exaltada da dignidade de
todas as actividades humanas.
A Cabala del cavallo Pegaseo é semelhante aos anteriores, embora mais
pessimista, inclui a discussão da relação da alma humana e da alma universal,
concluindo com a negação da individualidade absoluta da primeira. Nele faz da
religião uma sátira amarga.
Na última obra da trilogia moral - De gli eroici furori ,, Bruno, faz uso da simbologia
neoplatónica, trata da obtenção da união com o infinito Uno pela alma humana e
exorta o homem à conquista da virtude e da verdade.
A seguir aos Diálogos Italianos, Bruno escreve a que considera a maior de todas as
suas obras: De imaginum signorum et idearum compositione ("Sobre a Associação
de imagens, os signos e as ideias") sobre mnemónica. Mas os calvinistas não
toleram a sua doutrina, o que vai culminar na sua excomunhão pela Igreja Luterana
local.
Escreve também sobre a mágica natural e matemática e desenvolve ainda três
poemas latinos - De minimo, De monade, e De innumerabilibus sive de immenso nos quais relembra as teorias expostas nos diálogos italianos e desenvolve o
conceito de uma base atómica da matéria e do ser.
No meu entender, Giordano Bruno deve ser encarado como um homem corajoso,
não só pela maneira como encarou a sua morte, mas também pela forma como
defendeu as suas teses, defendendo até ao fim as sua ideias, apesar das
consequências que essa convicção lhe trouxe .
Ao defender o heliocentrismo, Giordano pôs-se ao “lado” de Copérnico e defendeu
veemente essa mesma teoria com “unhas e dentes”, apesar da intransigência da
Inquisição.
Após sucessivas tentativas de expulsão por parte da Inquisição, Giordano acabou
mesmo por ir para a Alemanha, onde continuou a escrever diversas obras polémicas
e incisivas, o que não caiu bem na época.
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Bruno, nos seus diálogos em italiano escreveu sobre diversos temas, tendo sido
muito polémico desafiando filósofos, físicos e matemáticos, considerados
incontestáveis, o que lhe trouxe muitos dissabores, naquela época
Na segunda obra dos diálogos em italiano - De la causa principio e uno – introduziu
uma nova ideia da unidade básica de todas as substâncias, algo que também não
caiu bem a alguns homens daquela altura.
No terceiro livro fez algo quase impensável, teorizou uma crítica ao Aristotelismo.
No campo da moral, foi também muito corajoso e firme nas palavras na medida em
que criticou os vícios e superstições da época, no livro seguinte, criticou de forma
ainda mais dura e pessimista não só essa sociedade, como também a cultura
Católica e Protestante, algo que decerto também ajudou a contribuir para a sua
expulsão de Itália.
Em suma, Bruno foi morto em Itália devido à sua convicção nas teses que defendia,
mesmo apesar de ter sido advertido por diversas ocasiões. A história de Bruno é
uma história de coragem porque além de estar correcto nas suas teses, nunca se
contradisse e preferiu morrer com glória a viver numa mentira, e isto, a meu ver, é de
um Homem corajoso.
Rodrigo Almeida 11A – Nº 24
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34
Helen Keller
Helen Keller foi dos maiores exemplos de que as deficiências não impedem a
obtenção do sucesso. Por esta razão considero que tem uma história de coragem.
Helen Adams Keller nasceu a 27 de Junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, sendo
descendente de uma família tradicional do Sul dos Estados Unidos.
Foi uma extraordinária mulher, que em criança, por volta dos dezoito meses, ficou
cega e surda devido a uma febre cerebral (sendo provável que tenha sido
escarlatina).
Nos primeiros anos da sua infância não tinha orientação adequada, por isso era
selvagem e incontrolável tendo pouca compreensão real do mundo ao seu redor.
Um nova vida começou alguns meses antes de Helen completar 7 anos, quando
Anne Sullivan, uma professora de vinte a um anos, foi morar na mesma casa que
Helen para ensina-la, transformando a criança descontrolada num ser humano
responsável, despertando e estimulando a sua mente maravilhosa.
O começo da sua educação deu-se tentando relacionar um objecto a uma palavra
através da soletração pelo alfabeto manual, aprendendo logo a repetir as letras
correctamente, contudo não sabia que as palavras significavam coisas. Para isso a
sua professora colocava uma das mãos de Helen sobre o objecto em estudo e na
outra mão soletrava a palavra, tocando e sentindo várias coisas; ao anoitecer já
relacionava trinta palavras.
Mais tarde aprendeu o alfabeto em braille e o manual, facilitando assim, a sua
aprendizagem da escrita e leitura. Aprendeu a falar aos dez anos deixando de ser
surda. Durante dois anos recebeu aulas de linguagem falada e de leitura pelos
lábios. Helen Keller além de aprender a ler, escrever e falar demonstrou, também,
eficiência no estudo das disciplinas do currículo regular.
A professora enquanto criança passou por uma situação idêntica à de Helen o que a
levou a dedicar-se a crianças com este tipo de problemas. Tornaram-se inseparáveis
o que levou Helen Keller a progredir devido a muita dedicação, persistência e
empenho por parte de ambas.
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Em 1898 entrou na Escola de Cambridge, dois anos depois foi para a Universidade
onde em 1904, recebeu um diploma em filosofia. Enquanto estudante, a professora
Anne foi sua orientadora, transmitindo todas as aulas, através do alfabeto manual,
encorajando-a e estimulando-a. Além das aulas da Universidade, Anne soletrava
aulas de francês, latim e alemão. Com a obtenção do diploma acabou os dias de
educação formal. Todavia, continuou a estudar e a manter-se informada sobre todos
os assuntos importantes do mundo moderno.
Antes de se formar estriou-se em literatura escrevendo a sua autobiografia e em
seguida no Jornalismo; a partir daqui não parou de escrever.
Helen Keller recebeu numerosos prémios de grande distinção pelas suas
capacidades e realizações académicas, nomeadamente títulos e diplomas em sua
honra das Universidades Temple, Harward e das Universidades da Escócia,
Alemanha entre outras. Também devido ao estimulo que o seu exemplo e presença
deu às outras pessoas com os seus problemas conferiram-lhe as condecorações de:
Ordem do Cruzeiro do Sul, do Tesouro Sagrado, do Coração de Ouro, Medalha de
Ouro de Mérito e foi feita Cavaleira da Legião de Honra da França.
Alcançou também o premio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências
Sociais e tornou-se membro de sociedades científicas e organizações filantrópicas
dos cinco continentes. No Quinquagésimo aniversário de sua graduação, adquiriu o
Prémio Destaque Aluno. Em sua homenagem o local onde nasceu foi transformado
num museu, em 1954.
Morreu a 1 de Junho de 1968.
A sua luta árdua e vitoriosa para se integrar na sociedade tornou-a uma célebre
escritora, filósofa e conferencista. Tornou-se ainda uma personagem famosa pelo
trabalho incessante que desenvolveu para o bem-estar das pessoas portadoras de
deficiências.
Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do
século XX e um poderoso símbolo de triunfo sobre a adversidade, tendo um lugar
definido na história do nosso tempo e dos tempos que virão.
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Helen Keller realizou uma grande obra de educação, pois dedicou sua vida ao
trabalho para o bem-estar das pessoas cegas e surdo-cegas, influenciando na
criação de legislação e serviços especializados.
Será uma pessoa imortal, pois o seu espírito perdurará devido a tudo o que passou,
a todos os progressos, a todos os feitos, pois mesmo com as dificuldades todas sair
vitoriosa, logo, enquanto o homem puder ler e puder ser contada a história sobre a
mulher que mostrou ao mundo que não existem limitações para a coragem e a fé. E
por tudo isso ela foi chamada pelos seus amigos “A primeira mulher de coragem do
mundo”. Os escritos e pensamentos de Helen Adams Keller traduzem espírito de
coragem e força de vontade.
Catarina Vera 11ºA - Nº4
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Sócrates
Sócrates foi um filósofo ateniense e foi também um dos fundadores da actual
Filosofia Ocidental.
Nasceu a 469 a.C. e faleceu a 399 a.C. vítima de uma condenação injusta.
Sócrates não deixou nenhum registo escrito, pelo que, tudo o que se sabe
sobre ele encontra-se nas obras de Platão, Aristóteles e Xenofonte. Os diálogos de
Platão retratam Sócrates como um mestre que se recusa a ter discípulos, e um
homem piedoso que foi executado por impiedade.
Viveu na época em que os Sofistas tinham muito poder e isso custou-lhe a
vida. Contrariamente aos Sofistas, que eram cépticos e que ensinavam retórica,
tanto Platão como Sócrates defendiam que há uma realidade objectiva e que há
verdades objectivas e universais, que podem ser descobertas por intermédio, não da
retórica, mas da dialéctica. Outra diferença entre Sócrates e os Sofistas era que
Sócrates não aceitava dinheiro pelos seus ensinamentos, e a sua pobreza
diferenciava-o dos Sofistas.
Sócrates foi condenado à morte acusado de ser ateu e de corromper os
jovens com a sua filosofia, mas esta condenação deveu-se aos interesses dos
poderosos da época.
Sócrates teve várias oportunidades de escapar a tal fim, como por exemplo
quando um amigo o iria tirar da prisão, ou quando foi avisado para acabar com a sua
filosofia pois, caso continuasse, as coisas não iriam correr bem para ele. Mesmo no
tribunal, foi permitido a Sócrates fazer um pedido com o objectivo de lhe ser
reduzida a pena; a isto Sócrates respondeu que queria apenas uma pequena multa,
ridicularizando a situação.
Eu penso que Sócrates foi um homem bastante corajoso pois, apesar de
naquela época ter quase toda a gente contra ele, de ter sido ameaçado e de ter
mesmo sido condenado, Sócrates nunca arredou pé e continuou a lutar por aquilo
em que acreditava, a sua filosofia.
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Pensa-se que Sócrates tenha feito serviço militar, e ele usa esse facto como
argumento no tribunal; Sócrates diz que, se os juízes achavam aceitável que ele
desistisse da sua filosofia quando se deparava com dificuldades, então também
achariam aceitável que um soldado fugisse da guerra quando o perigo de morrer
estivesse iminente.
Há quem critique Sócrates dizendo que este, quando recusou a hipótese de
fugir da prisão, e consequentemente fugir da morte, não pensou nos três filhos que
tinha, nem na sua mulher.
Na minha opinião, poucas pessoas seriam capazes de fazer o mesmo que
Sócrates fez, que foi manter-se fiel aos seus ideais, à sua filosofia e, mais
importante que tudo, Sócrates manteve-se fiel a si mesmo nos momentos em que
podia escolher entre a vida e a morte, e isso revela uma coragem imensa.
Francisco Mendonça 11ºA - Nº8
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Karol Wojtyla
Sendo o meu objectivo neste texto provar que Karol Wojtyla foi, de facto, uma
pessoa corajosa, penso que a primeira coisa que devo fazer é esclarecer este
conceito. Segundo o Grande Dicionário da Língua Portuguesa coragem é definida
como força ou energia moral que leva a afrontar os perigos; valor, ânimo, intrepidez,
bravura, denodo, firmeza, ousadia; grandeza de alma; carácter nobre; constância,
perseverança; resolução, franqueza, desembaraço. Após este esclarecimento, será
com certeza mais fácil comprovar se a minha tese é, ou não verdadeira.
Karol Wojtyla teve uma vida muito atribulada, porém, nada o pode abalar, nada o fez
pôr em causa os seus princípios e principalmente, nada o fez parar. Nada o fez
parar de evangelizar, de servir, de se exprimir, de procurar o bem dos outros, nada o
fez parar de ser ele próprio.
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De facto, a vida de Karol foi repleta de sofrimento desde muito cedo. Segundo o
próprio, quando ainda era novo já todas as pessoas que amava tinham morrido,
nomeadamente o seu irmão, a sua mãe e ainda o seu pai, com quem passou a
juventude, e mesmo aqueles que não amara já haviam partido, referindo-se à sua
irmã que morreu anos antes do seu nascimento. Pouco tempo após a morte de seu
pai, o seu país natal (Polónia) foi invadido pelos alemães (no decorrer da Segunda
Guerra Mundial) que impediam as celebrações eucarísticas que não as de domingo,
e já então, Karol se apresentava como defensor implacável da liberdade, tentando
sempre fazer que outras celebrações fossem permitidas e que os cidadãos
pudessem assistir às mesmas, coisa que não era permitida. Nesse tempo, lutava
para não ser deportado para a Alemanha, por isso viu-se obrigado a trabalhar numa
fábrica de químicos.
Seria de esperar que, com o final da Segunda Guerra Mundial, a situação religiosa
mudasse, por menor que fosse essa mudança, porém não e isso que acontece. Com
o regime comunista implantado, a situação mantém-se igualmente má, mas nem
assim Wojtyla se deixa derrubar, nesta altura já sendo sacerdote, Karol pede
permissão para celebrar a eucaristia na noite de Natal. A resposta que lhe foi dada
(que não seria possível utilizar qualquer igreja para celebrar a eucaristia) deitaria
qualquer um abaixo, mas Karol Wojtyla não era qualquer um, por isso, não satisfeito
com a decisão, resolve celebrar a missa ao relento. Celebra-a com neve a cair, com
temperaturas negativas, mas mais importante que isso, com cerca de duas mil
pessoas à sua volta, pessoas que Karol chamou para, com ele, fazerem parte
naquele momento. Como esta, existem muitas outras histórias que retratam a
bravura com que Wojtyla enfrentava as situações adversas que se atravessavam no
seu caminho.
Dia 13 de Maio de 1981, Karol Wojtyla, então chamado Papa João Paulo II, foi
vítima de uma tentativa de assassinato por parte de um membro de um grupo turco
de extrema-direita que o deixou num estado de saúde crítico. Quando lhe foi dada
permissão para sair do hospital, foi visitar à prisão o homem que o tentou matar, foi
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à prisão para lhe dizer que o tinha perdoado. Teve a “grandeza de alma” de perdoar
o homem que lhe tentara terminar a vida apenas por dinheiro...
Para além de tudo isto, o Papa João Paulo II foi uma pessoa inovadora, que através
do seu ânimo, alegria, perseverança e inteligência, alcançou metas nunca antes
alcançadas, tais como pregar em igrejas luteranas, sinagogas e mesquitas; fazer
viagens que em extensão e em número, superam o número alcançado por todos os
anteriores Papas em conjunto, de modo a estabelecer uma comunicação entre as
culturas que não se verificava; ser uma das grandes caras contra o regime
comunista, apelando ao povo (subnutrido e injustiçado pelo governo) para que não
tivessem medo, e graças a isso, as eleições de 4 de Julho de 1989 em Varsóvia
foram uma “revolução sem sangue” que levou muitos outros países a libertarem-se
deste regime. Manifestou também a sua opinião em assuntos como o aborto, a
utilização de preservativos, a homossexualidade indo contra a opinião de grande
parte da população.
Penso que não será necessário prolongar-me mais para comprovar a veracidade da
minha tese, porém, gostaria ainda de referir o facto de Karol Wojtyla ter sido
diagnosticado do mal de Parkinson (doença neurológica) e que, mesmo assim,
continuou incansável, fazendo tudo o que se encontrava ao seu alcance para
continuar a ajudar o mundo, os jovens, toda a gente que necessitasse, e assim o fez
ate ao dia 2 de Abril de 2005 (4 anos após o diagnóstico), dia esse em que morre
fisicamente, apesar de permanecer vivo em milhões de corações pelo mundo fora.
Por todos os seus feitos descritos neste pequeno texto, pelos que não estão aqui
contemplados, e também pela maneira extraordinariamente firme com que
ultrapassou as muitas adversidades da sua vida, não vejo como negar que Karol
Wojtyla tenha sido uma pessoa extremamente corajosa ate ao último dia da sua
vida.
Isabel Almeida 11ºA - nº101
Penso que é importante salientar aqui que não é o que Karol expressa que é usado como argumento,
mas sim o facto de ir contra um grande número da população actual para defender os seus princípios, e
para isso é necessária a coragem que quero demonstrar.
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Liu Xiaobo – Histórias de coragem
Liu Xiaobo tem revelado uma verdadeira história de coragem.
Exponho a seguinte proposição pois Liu Xiaobo (crítico literário, escritor, professor,
intelectual e activista pelos direitos humanos e por reformas na República Popular
da China) passou a vida entre manifestações e celas de prisão e ao contrário do que
assegura o governo chinês, que este está preso porque não cumpriu as leis
chinesas, este nunca violou qualquer regra. Encontra-se preso injustamente, e
sempre mencionou com claridade que ele somente procura defender os direitos
humanos por atitudes pacíficas e nunca de outro modo.
Quando as individualidades Chinesas se manifestam, sobre a carência de
privacidade e de liberdade de expressão (que estão muito condicionadas na China),
as autoridades não podem evitar estas manifestações, mas conseguem prender os
seus líderes, Liu Xiaobo está então preso por apelar a reformas políticas e por ser
um importante porta-voz na aplicação dos direitos humanos fundamentais na China.
Sempre no esforço de melhorar esta situação, líderes de países, um pouco por todo
o mundo, têm solicitado à China que libertem Xiaobo, que tem sido apoiado e
admirado pela sua audácia, tenacidade, vontade e virtude ao defender valores
universais. Foi então homenageado a 10 de Dezembro de 2010 em Oslo, na
Noruega, com o Prémio Nobel da Paz. A Liu, o Comité referiu-se como homem de
“grandes riscos”. Elogiou-lhe a “humildade”, o optimismo, a coragem e a “dignidade”
nas críticas ao regime e lamentou a sua prisão por ter manifestado a “sua opinião”
sobre o caminho a seguir pelo seu país.
Para o tentarem desmoralizar, a sua mulher, Liu Xia, encontra-se isolada em casa
pelas autoridades chinesas e os seus aliados foram também colocados em prisão
domiciliária pelo governo em Pequim, para impedir que algum de seus
colaboradores pudesse representar o activista pelo governo. Este governo,
pretendeu também exercer pressão e influenciar a decisão do Comité Nobel
Norueguês, para não atribuir o prémio a Liu Xiaobo, mas visto que não conseguiu
dominar nenhuma decisão, este não autorizou que nem o autor, nem a sua mulher,
ou qualquer outra pessoa de seu círculo de relacionamento, viajassem para adquirir
45
o prémio, e as emissoras que tentaram transmitir a notícia na China, não o
conseguiram fazer.
Estes actos por si só provam a desonra da China perante os outros países e
urgentemente o humanista Liu Xiaobo deverá ser libertado.
Tal como já tinha referido, para o Governo chinês, Liu Xiaobo é "um criminoso
condenado por violar as leis chinesas”. Contudo, este governo já assinou as
convenções da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, há mais de uma
década, e segundo o Artigo 19.º desta declaração, aprovada e proclamada
na
Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a 10 de Dezembro de
1948, “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de
expressão”. Ainda assim podemos concluir que a China não honra e não ratifica
parte das suas leis principais, as leis universais dos direitos humanos.
O chinês Liu Xiaobo tem revelado ser uma importante história de coragem pois este
foi sempre um dos poucos que dedicou a sua vida a uma causa maior, entre grades
e manifestações. Decidido a continuar a encaminhar o governo Chinês para a paz
surge como um herói, que ao contrário da maioria das outras pessoas Chinesas que
se denegam a falar com receio que as censurem, defende a dignidade humana de
forma a ser escutado em todo o mundo.
João Cartucho 11º A- nº 13
46
Marie Curie
Marie Sklodowska Curie, nasceu a 7 de Novembro de 1867, na Varsóvia. O pai de
Marie era professor numa escola secundária, pelo que o nível básico de formação
científica ela o obteve com ele, tendo também estudado em pequenas escolas da
região da Varsóvia.
Em 1881 com a ajuda da irmã, mudou-se para Paris, local onde concluiu os estudos.
Estudou na Sorbonne, onde se licenciou em Física (1893) e em Matemática (1894).
No ano de 1894, conheceu Pierre Curie, que era professor na Faculdade de Física,
com quem no ano seguinte se casou.
Marie tinha uma curta experiência sobre o estudo da magnetização de diversos tipos
de aços industriais, pelo que no final de 1897, depois do nascimento da sua primeira
filha Irène, decidiu iniciar uma pesquisa para a obtenção do doutoramento em Física,
que na época era obtido a partir da tese, dado que não existiam cursos de pósgraduação. Para tema de tese, Marie escolheu o estudo das radiações do urânio,
através do método eléctrico, sendo que praticamente foi pioneira nessa área, não só
por ser mulher mas também porque ninguém nessa altura dava atenção a esse
fenómeno.
A sua pesquisa planeada inicialmente era apenas um estudo padrão, de reproduzir
para os raios do urânio o mesmo tipo de estudo que já tinha sido feito para os raios
X, pelo que Marie justificava para o uso dessa técnica eléctrica que ela permitia
obter resultados mais rápidos do que o método fotográfico e fornecia medidas
numéricas, comparáveis entre si.
Marie precisava de um local para realizar as suas experiências, pelo que o director
da faculdade onde Pierre leccionava autorizou-a a utilizar um canto de uma sala que
servia de casa das máquinas e depósito, sendo este local frio e húmido, mas o único
existente. As suas primeiras experiências mediram a condutividade do ar sob acção
de raios X como do urânio metálico. Após várias experiências, Marie percebeu que
devia haver um elemento raro que emitia radiações como o urânio, pelo que na
pechblenda, que contém óxido de urânio, descobriu também o tório, só que Schmidt
47
já o tinha descoberto algumas semanas antes, mas Marie continuou à procura pois
havia ainda outro elemento presente mas não descoberto, pelo que com a ajuda do
marido descobriu o polónio e o rádio.
Em 1903 doutorou-se em ciências e nesse mesmo ano foi a primeira mulher a
receber o Prémio Nobel da Física, o qual recebeu em conjunto com o seu marido
Pierre Curie e Henri Becquerel, mas também recebeu a Medalha de Davy e no ano
seguinte a Medalha de Matteucci.
Em 1906, após a morte do marido, Marie sucedeu-lhe na cadeira de Física Geral na
Sorbonne.
Em 1909, recebeu a Medalha Elliott Gresson e em 1911 o Prémio Nobel da Química,
sendo que nesse mesmo ano se tornou directora do Instituto do Rádio em Paris e
finalmente em 1922 torna-se membro associado livre da Academia de Medicina.
Marie morreu de leucemia, devido à excessiva exposição química, a 4 de Julho de
1934.
Marie Curie é considerada uma história de coragem devido a ter conseguido ser a
primeira mulher da ciência, pois foi pioneira na Física, mas suas pesquisas e no
reconhecimento a nível mundial do seu excelente trabalho através de ter sido a
primeira em toda a história a receber dois Prémios Nobel.
Adriana Bastos 11A - Nº1
48
Martin Luther King
Martin Luther King , Jr. nasceu em Atlanta dia 15 de Janeiro de 1929 e morreu em
Memphis dia 4 de Abril de 1968. Martin foi um pastor protestante e activista político
dos Estados Unidos. Tornou-se um dos mais importantes líderes do activismo pelos
direitos civis nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de nãoviolência e de amor para com o próximo. Martin tornou-se a pessoa mais jovem a
receber o Prémio Nobel da Paz em 1964, pouco antes do seu assassinato.
Em 1955, aconteceu o incidente que levou a figura de King a ser conhecida como o
sinónimo de luta pelos direitos civis, conhecido como o boicote aos autocarros de
Montgomery. O boicote aconteceu por causa da prisão de uma negra que se
recusou a ceder lugar no autocarro para uma passageira branca. Luther King, então,
liderou o boicote aos autocarros de Montgomery, que durou um ano.
Como uma represália ao boicote, King teve a sua casa bombardeada várias vezes e
recebeu várias ameaças. Mas o tribunal deu fim ao boicote, ao proibir qualquer tipo
de discriminação racial.
Em 1963 Martin Luther King conseguiu que mais de 200.000 pessoas marchassem
pelo fim da segregação racial em Washington. Nesta ocasião proferiu o seu discurso
mais conhecido, "I Have a Dream". Dessas manifestações nasceram a lei dos
Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Martin Luther King Jr. é uma verdadeira história de coragem. Num mundo cheio de
injustiças para os negros, Martin conseguiu revitalizar o espírito negro e devolver
aos negros o direito de serem iguais, lutou e lutou até conseguir o que queria e
nunca desistiu nem se deixou rebaixar. Graças a Martin, os negros são agora
capazes de votar e são tratados como iguais. Este grande senhor merece ser
reconhecido por todo o bem que fez.
Nuno Reis 11º A - Nº 21
49
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Mineiros de San Jose: Uma Coragem Profunda
O objectivo deste texto é demonstrar a coragem e bravura excepcionais dos trinta e
três mineiros que estiveram 69 dias sem ver a luz do sol a 622 metros de
profundidade, na mina de San José, norte do Chile. Existem numerosos factos que,
ao longo da prolongada estadia no subsolo, evidenciam essa bravura, e que podem
ser recolhidos a partir dos próprios relatos que fizeram, após o resgate.
Logo na fase inicial (a do isolamento absoluto, após a derrocada no subsolo) os
mineiros organizaram-se e resistiram durante 17 dias, sem que tivessem qualquer
conhecimento de que estavam a ser procurados pelas autoridades chilenas. Nesta
fase, os mineiros souberam racionar a escassa alimentação disponível, manter um
exigente horário de actividade, apesar de não estarem a trabalhar e assegurar a
disciplina do grupo. Tudo isto sem terem a mínima certeza de que saiam de lá vivos:
o que evidencia grande força psicológica.
Já após o restabelecimento de comunicações com o exterior (iniciado com a famosa
mensagem “Estamos bien en el refugio los 33”), os mineiros continuaram a
demonstrar enorme coragem: Além de manterem um horário, a disciplina e a
organização iniciais, estes passaram a ter de executar numerosas instruções que
lhes chegavam do exterior, para prepararem a sua libertação. Agora a coragem
consistia sobretudo em executar muito bem as ordens recebidas da superfície,
manter o sangue frio e saber pacientemente esperar, enquanto uma perfuradora ia
rasgando através da terra um estreio caminho para a liberdade.
Também na fase da execução do resgate, propriamente dita, os mineiros
continuaram a demonstrar grande coragem e bravura. Já tinham passado mais de
dois meses no subsolo e os factores de risco e insucesso continuavam a ser
imensos, ainda que de outra forma: riscos técnicos ligados ao funcionamento da
cápsula, riscos emocionais associados à incerteza da operação e à recepção na
superfície por parte das pessoas e riscos de saúde.
Apesar de todos estes factores adversos, os mineiros de San José comportaram-se
com enorme inteligência e racionalidade, uma vez que conseguiram organizar-se
51
com muito profissionalismo e disciplina, colaborando activamente para a sua própria
sobrevivência e superando este terrível desafio com grande sucesso. Só assim foi
possível este magnífico desfecho: todos se salvaram e chegaram à liberdade.
Por tudo isto, a odisseia destes mineiros foi acompanhada com muita admiração e
respeito por todo o mundo, constituindo um óptimo exemplo da importância da
coragem e da bravura humanas, numa situação extremamente adversa e
desesperada.
Mariana Pinheiro 11A - nº 19
52
Oskar Schindler
Oskar Schindler nasceu no seio de uma família muito religiosa e respeitada a 28 de
Abril de 1908 em Zwittan, na Checoslováquia. O jovem Schindler, que estudava
engenharia, esperava seguir os passos do seu pai e tomar conta da fábrica de
máquinas agrícolas, mas em resultado da grande depressão dos anos 30, a
empresa da família foi à falência.
Com apenas 19 anos Oskar casou-se com Emilie Schindler. Tal como muitos jovens
que falavam alemão dos Sudetas, Oskar inscreveu-se no partido nazista. De
seguida foi recrutado pelos serviços secretos alemães para recolher informações
sobre os polacos. Esta actividade tornou-o muito considerado e estimado e permitiu
estabelecer muitos contactos com oficiais nazis, o que lhe viria a ser muito útil mais
tarde.
Entretanto, Schindler estava desempregado com a falência da empresa de família, e
decidiu partir para Cracóvia, na Polónia onde encontrou emprego como vendedor de
máquinas, deixando Emilie – a sua mulher - em Zwittan.
Pouco depois do rebentar da guerra em Setembro de 1939, Schindler com 31 anos
de idade chegou à ocupada Cracóvia. A cidade, casa para cerca de 60.000 judeus e
sob a administração alemã, provou ser muito atractiva para os empresários alemães,
que
desejavam
capitalizar
as
adversidades
existentes
no
país
ocupado.
Naturalmente astuto e sem escrúpulos, Schindler apareceu, inicialmente, para
alcançar algum sucesso por aqueles lados. Em Outubro de 1939, apropriou-se de
uma fábrica até então proprietária de um judeu, e assim começou a construir a sua
própria fortuna.
À medida que o tempo passava, o plano nazi conhecido como "Solução Final"
começou a acelerar. Schindler viu o terror provocado pelos nazis e começou a
encarar os judeus não só como trabalhadores baratos, mas também como pais,
mães e crianças expostas à horrível carnificina do projecto nazi de eliminação total
dos judeus, deixando para segundo plano o seu objectivo egoísta de ganhar dinheiro
53
e tendo como principal missão salvar o máximo de Judeus que pudesse do
Holocausto.
É então que Oskar Schindler decide arriscar um plano para desviar judeus do seu
destino provável nas câmaras de gás. Na sua fábrica os trabalhadores passam
menos fome que noutras instalações do mesmo género. Quando a quantidade de
comida atinge o limite crítico, Schindler compra-a no mercado negro. Os idosos são
registados como jovens e as crianças, registadas como adultos. Advogados,
médicos e artistas eram registados como metalúrgicos e mecânicos – tudo para
poderem sobreviver como elementos essenciais para a indústria de guerra. Na sua
fábrica ninguém é torturado, espancado ou enviado para as câmaras de gás.
Schindler salvou os judeus deste destino. Por duas vezes foi preso pela GESTAPO
mas, graças aos seus conhecimentos consegue ser libertado.
Durante estes anos, milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração
polacos. Quando os nazis foram derrotados na frente Leste, Plazow e os campos
vizinhos foram dissolvidos e fechados. Schindler desesperadamente usou todos os
seus poderes de persuasão, subornou sem qualquer medo, lutou e pediu.
Onde ninguém acreditaria que era possível, Schindler teve sucesso. Obteve
permissão para mudar a sua fábrica de Plazow para Brinnlitz na Checoslováquia
ocupada e levar consigo todos os trabalhadores judeus, coisa que mais ninguém
havia conseguido durante a guerra. Desta maneira, os 1098 trabalhadores que
tinham sido registados na lista de Schindler, não tiveram o mesmo destino fatal que
os outros 25000 homens, mulheres e crianças de Plazow que foram enviados para
as câmaras de gás.
Até à Libertação na Primavera de 1945, Oskar Schindler procurou assegurar de
todas as maneiras possíveis a segurança dos "seus judeus". Gastou todo o seu
dinheiro para comprar comida e medicamentos. Criou um sanatório secreto na sua
fábrica onde Emilie tratava dos doentes com equipamento médico comprado no
mercado negro. Àqueles que não sobreviveram foi dado um funeral judeu (num lugar
escondido) pago por Schindler.
54
Apesar da família Schindler ter à sua disposição uma enorme mansão junto a
fábrica, Oskar Schindler compreendeu o medo que os judeus tinham das visitas
nocturnas das SS. Em Plazow, Schindler não passou uma única noite fora do
pequeno escritório da fábrica. Incansável, Schindler, conseguiu ainda convencer a
GESTAPO a mandar cerca de 100 judeus belgas, dinamarqueses e húngaros para a
sua fábrica para "continuar a produção de material de guerra".
Em Maio de 1945 tudo acabou. Os russos ocuparam Brinnlitz. Na noite anterior,
Schindler juntou toda a gente na fábrica e despediu-se com muita emoção.
Mais tarde, as contas revelaram que Schindler tinha gasto algo como 4 milhões de
marcos alemães mantendo os "seus judeus" fora dos campos da morte (uma quantia
inacreditável para a altura).
Oskar Schindler e os "1200 judeus de Schindler" sobreviveram.
A vida de Schindler depois da guerra passou por uma série de fracassos. Tentou
sem sucesso ser produtor de cinema e ficou privado da sua nacionalidade
imediatamente a seguir à guerra. Na sequência de ameaças contra a sua vida que
antigos nazis lhe fizeram pediu permissão aos E.U.A. para ir para a América, tendolhe sido recusado o visto por ter pertencido ao Partido Nazi. Viveu até ao fim da sua
vida entre a Alemanha e Israel (onde se encontravam a maioria das pessoas que
ajudara). Fixou-se como agricultor em 1946 tendo sido financiado pela organização
da União dos Judeus e também de judeus agradecidos que nunca o esqueceram.
Tragicamente em Outubro de 1974, com apenas 66 anos, Oskar morreu pobre num
hospital alemão. Os sobreviventes desolados apoiaram a transferência dos restos
mortais de Schindler para o Cemitério Protestante de Jerusalém, Israel. Emilie
Schindler morreu a 5 de Outubro de 2001 e encontra-se enterrada na Alemanha.
A 18 de Julho de 1967, Yad Vashem decidiu reconhecer Oskar Schindler como um
Honorável entre as Nações. No dia 24 de Junho de 1993, Yad Vashem decidiu
reconfirmar a sua decisão original e estendendo o reconhecimento também para a
mulher de Schindler, Emilie Schindler.
55
Na minha opinião é indiscutível que Oskar foi realmente um herói numa altura em
que poucos tiveram a coragem de se levantar e fazer algo contra a barbaridade que
se estava a passar.
Mesmo assim à quem considere que a história foi “romantizada” depois de terem
sido feitos tantos livros e filmes acerca da história. Alguns defendem que Schindler
não passava de um empreendedor ganancioso que se aproveitou da fragilidade dos
Judeus para ter mão-de-obra barata.
Não considero que isto seja verdade porque Oskar fez muito mais do que apenas
manter os Judeus na sua fábrica. Algo tão simples como fazer funerais de acordo
com as crenças dos Judeus não era algo que fosse essencial. Não fazia parte das
necessidades básicas dos seus empregados, mas mesmo assim fez questão de o
fazer. E o facto de Oskar dormir no seu escritório para que quando as tropas alemãs
fossem fazer a vistoria ele estivesse lá para defender os seus empregados, só
mostra as boas intenções e o carinho que Schindler sentia por todas aquelas
pessoas.
Basta ver a quantidade de dinheiro que Oskar gastou e olhar para o lucro, para
perceber que em momento algum se tratou de tirar proveito daquelas pessoas. De
início talvez fosse essa a ideia, mas rapidamente o lado humano de Schindler veio
ao de cima e é com base nisso que se pode julgá-lo.
Joana Borges, 11A - nº 12
56
Pratibha Patil
“Estou completamente dedicada à educação, algo que gostaria que todas as
pessoas, homens e mulheres, rapazes e raparigas, também o estivessem. Acredito
que o envolvimento activo da mulher na sociedade contribuiria para o
desenvolvimento da nação”
Pratibha Patil
“Firmeza de ânimo ante o perigo, os reversos, os sofrimentos”, “qualidade de quem
não tem medo”, ou mais vulgarmente denominada como coragem, é a qualidade que
pretendo evidenciar ao falar em Pratibha Patil, uma mulher que apesar de todos os
obstáculos relacionados com a sua própria cultura, conseguiu conquistar pela
primeira vez, aquilo que nenhuma outra mulher conseguiu.
Pratibha Patil nasceu a 19 de Dezembro de 1934 na aldeia de Nadgaon Jalgaon
District, Maharashtra. Licenciada em direito na Universidade de Bombaim, desde
cedo se envolveu activamente na vida política. Em 1962, ganhou a sua primeira
eleição, sendo a primeira mulher a ocupar um lugar no governo de Maharashtra,
onde até 1986 acabou por ocupar diversos postos. Neste mesmo ano, foi eleita VicePresidente da Câmara dos estados (Rajya Sabha) onde permaneceu até 1981, em
1991 tornou-se membro do Parlamento de Amravati até 1996.
Em Novembro de 2004, oito anos depois de ter terminado o seu mandato na
Câmara do Povo (Lok Sabha), foi eleita a primeira mulher governadora do
tradicionalista estado de Rajasthan.
Em 14 de Junho de 2007, a UPA (Aliança Progressiva Unida) apoiou a sua
candidatura à presidência, e em 25 de julho do mesmo ano foi eleita a primeira
Presidente da Índia. Para além da sua activa vida política, Pratibha encontrava-se
activamente ligada ao quotidiano de milhares de pessoas, sempre visando o
desenvolvimento das zonas rurais e da agricultura, o fim das desigualdades entre
géneros e do casamento infantil. Deste modo criou: um albergue para mulheres que
trabalhavam em Mumbai e Delhi; uma Faculdade de Engenharia em Jalgon em
57
benefício da juventude rural; o Pratibha Mahila Sahakari Bank, um banco voltado
somente para as necessidades das mulheres, dando-lhes empréstimos, e esteve
envolvida na criação de uma escola de treino industrial para cegos.
Mas o porquê de ser um exemplo de coragem?
A cultura indiana é uma cultura marcada por forte costumes, o estatuto da mulher é
algo que tem sido arduamente conquistado ao longo dos anos.
Muitos são os factores que influenciam o quotidiano de uma mulher, dos quais
destaco: acesso à educação, uma percentagem menor de raparigas encontra-se
matriculada em comparação com os rapazes, das quais muitas desistem, o que se
deve principalmente a preconceitos, à falta de condições nas instalações e ao
casamento infantil muito comum: o infanticídio feminino e o aborto de fetos do sexo
feminino, onde as raparigas são consideradas “fardos” para a família (é dos poucos
locais do mundo em que há mais homens do que mulheres, aproximadamente 950
mulheres para cada mil homens, ano entanto, em algumas regiões o numero é tão
baixo quanto 300). O casamento muitas mulheres, cerca de 5.000, morrem
anualmente devido ao casamento, outras, quando o marido morre, perdem o
respeito e o estatuto que tinham quando casadas, exemplo de tal era a pratica do
Sati (costume que consistia em queimar as mulheres vivas para enterrarem junto ao
marido) que embora ilegal, ainda acontece em certas localidades rurais ( desde a
independência da Índia, há 63 anos já aconteceram mais de 40 casos); e o assédio
e a violência domestica contra as mulheres (constitui cerca 37% dos crimes
cometidos contra mulheres) contribuem para que as mulheres se sintam
completamente inseguras, desprovidas de direitos, oportunidades, ambições.
O que é de frisar é que numa cultura em que até o simples vestir demonstra um forte
preconceito, foi dado um grande passo na luta de igualdade entre géneros, ao ser
eleita uma mulher como Presidente.
Apesar de Pratibha ter tido a sorte de ter uma família que, desde que nasceu,
festejou o seu nascimento e apoiou-a em todas as situações, conseguiu triunfar num
ambiente hostil. Às mulheres, palavras como poder, coragem, inteligência, vontade
de vingar, ou mesmo liberdade de expressão não lhes eram associadas. Pratibha foi
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alguém que participou na “primeira fila” na batalha que as mulheres têm vindo a lutar
pela igualdade, como a conquista de direito ao voto (1950), alguém que lutou e luta
pela igualdade.
Como Pratibha afirma: “Ninguém nasce com sorte. Apenas temos que ser fortes e
determinados, só isso”, e esta é, para mim, a “firmeza de ânimo ante o perigo, os
reversos, os sofrimentos”, a verdadeira coragem.
Mafalda Carvalho, 11ºA - nº16
59
Stephen Hawking
Stephen Hawking é um físico Inglês, nascido no dia 8 de Janeiro
de 1942, em Oxford. Hawking passou a sua infância em St.
Albans e frequentou a St. Albans High School, onde completou a
escola com boas notas, mas sem ser um aluno excepcional. Em
1959 começou a frequentar a University College, em Oxford, ele
queria, inicialmente, frequentar um curso de Matemática, mas tal não foi possível
porque a sua faculdade não disponibilizava esse curso. Então Hawking optou pelo
curso de Física.
Três anos depois Stephen concluiu o seu curso tendo como matérias de eleição, a
termodinâmica, a relatividade e a mecânica quântica. Passado um ano foi-lhe
diagnosticada a doença de esclerose lateral amiotrófica, que progressivamente foi
impossibilitando todos os movimentos voluntários do seu corpo, privando-o de andar
e até de falar.
Desde aí, Hawking não desistiu e continuou o seu trabalho, e é hoje em dia um dos
maiores Físicos da actualidade, tendo formulado várias teorias, entre elas a famosa
teoria dos Buracos Negros e sobre a sua radiação, a Radiação Hawking.
Hawking foi e é um homem de grande coragem, pois, apesar da sua doença
conseguiu elaborar complexas teorias sem nunca ceder à loucura, pois ele é um
homem são e altamente participativo na sociedade, foi reconhecido e medalhado por
Barack Obama com “Presidential Medal of Freedom” e foi nomeado membro da
Pontifícia Academia das Ciências pelo antigo Papa João Paulo II.
Apesar da sua doença não afectar as funções cerebrais, não se pode ignorar o
intelecto e a coragem de Stephen Hawking que atingiu estes feitos, entre outros,
podendo apenas mexer os seus olhos.
A história da vida de Hawking, no meu ponto de vista, é uma história de coragem.
Pois este homem conseguiu lutar contra as adversidades da vida, que no seu caso
foram muitas e más, para continuar o seu trabalho e pôr o seu nome na história da
Física como um dos maiores Físicos de sempre.
Henrique Cordovil 11A – Nº9
60
Madre Teresa de Calcutá
Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá
ou Beata Teresa de Calcutá, foi uma missionária católica albanesa, nascida a 26 de
Agosto de 1910 na República da Macedónia e naturalizada indiana, beatificada pela
Igreja Católica em 2003. Foi considerada, por alguns, a missionária do século XX,
tornando-se conhecida ainda em vida pelo cognome de "Santa das sarjetas".
Filha de pais bem sucedidos, poderia ter optado por uma via profissional,
nomeadamente nos negócios de seu pai, ou qualquer outra, tendo em conta a sua
vocação de infância para a poesia, bandolim e piano. Aos 18 anos decide tornar-se
missionária na Índia, pressupondo a entrada na congregação de freiras de Nossa
Senhora do Loreto.
A 24 de Janeiro de 1931 faz os seus primeiros votos, adoptando o nome de irmã
Teresa com o intuito de devotar-se à obediência e servir com amor total a Jesus.
Em Calcutá, dedica-se ao ensino de história e geografia no St. Mary's School e, em
1934, faz os seus votos perpétuos e torna-se directora do sector bengali, tendo,
mais tarde, sido igualmente directora da Congregação de freiras "Filhas de de Santa
Ana.
Aos 36 anos, por ocasião da sua viagem para Darjeeling, depara-se, na estação de
comboios de Calcutá, com o cenário de profunda miséria e sente o chamado para
deixar a Congregação e dedicar-se totalmente ao serviço dos pobres, dos mais
desesperados, dos mais pobres entre os pobres.
A 16 de Agosto de 1948, deixa o hábito e o convento, veste-se com um sari branco,
a cor dos pouco importantes, fazendo um curso de enfermagem num hospital de
irmãs missionárias de outra congregação. Decide alimentar-se com simplicidade, o
suficiente para manter a saúde e trabalhar ao serviço dos pobres. De regresso a
Calcutá, foi trabalhar na favela de Motijhil, morando numa pequena cabana em
condições idênticas àqueles que assistia.
61
Escreve os Estatutos da nova Congregação a ser fundada, acrescentando aos três
votos tradicionais o de caridade. O sari utilizado permite sentir-se pobre entre os
mais pobres, identificar-se com os doentes, com as crianças, com os velhos
abandonados, compartilhando, com a mesma roupa, a mesma forma de vida.
Em 1953, contando já com a ajuda de cerca de 30 irmãs, funda a “Casa dos
moribundos”, pretendendo que aqueles, prestes a morrer, deixassem este mundo
com a certeza de que alguém os amava. Em 1954 funda a "Casa para crianças”,
salvando-as, criando-as e fazendo-as estudar, tendo encontrado para muitas uma
família adoptiva. Era uma fervorosa lutadora contra o aborto.
Em 1957 dedicou-se aos doentes portadores de lepra, assistindo-os nas suas
próprias casas através de ambulatórios móveis. Com o intuito de expandir o seu
trabalho aos pobres e desamparados de todo o mundo, solicita ao João XXIII ser
considerada direito pontifício, o que veio a ocorrer 5 anos depois.
Em Março de 1963, o Arcebispo de Calcutá aprova o ramo masculino dos "Irmãos
Missionário da Caridade” e sete meses depois funda a primeira casa da sua
Congregação fora da Índia, na Venezuela. Em 1969, Paulo VI aprova a "Associação
de Colaboradores de Madre Teresa" e dois anos depois é-lhe conferido, em
Washington, o Doutorado em Letras. Em 1979 recebeu o Prémio Nobel a Paz. Ao
longo da vida fundou, juntamente com suas cerca de 3.500 irmãs, mais de 440
Casas, espalhadas por mais de 90 países.
No dia 5 de Setembro de 1997, depois de sofrer uma última paragem cardíaca, foi a
vez de ela poder encontrar-se, desta vez definitivamente, com o Dono e Senhor da
sua alma.
Foi beatificada pela igreja católica em 19 de Outubro de 2003, com a ocorrência de
um milagre ocorrido com Monica Besra, uma indiana, que foi curada de um tumor no
estômago de forma inexplicável e cuja cura foi atribuída a Madre Teresa.
Madre Teresa de Calcutá sentiu, desde muito cedo, necessidade de abandonar uma
vida fácil e confortável para lutar em prol dos mais desfavorecidos. Entre as suas
prioridades estava matar a fome e ensinar a ler aos "mais pobres entre os pobres",
62
bem como a leprosos, portadores de SIDA e mulheres abandonadas. O seu exemplo
de dedicação sem temer contrair doenças contagiosas, a sua vida exemplar, sempre
na sua fé católica deram-lhe, em vida, a certeza de que era santa.
A vida de Madre Teresa de Calcutá é considerada uma história de coragem porque
lutou durante toda a sua vida em prol da dignidade e dos direitos humanos, sempre
com fortes convicções, tendo recolhido admiração por parte do mundo.
Em jeito de conclusão, podemos afirmar que nenhuma mulher no século XX foi tão
Mãe quanto Madre Teresa.
Catarina Sabino 11A – Nº3
63
64
11º E
65
66
Jean Henry Dunant
Jean Henry Dunant nasceu em Genebra no dia 8 do mês de Maio do ano de
1828. Era um filantropo suíço e, desde muito cedo, mostrou uma enorme vontade de
ajudar a melhorar a situação que a Humanidade vivia naqueles tempos de guerra.
Na sua juventude, agregou-se ao grupo Associação Cristã de Genebra que
promovia a tolerância entre os homens e, à medida que mantinha o contacto com os
outros membros do grupo, foi-se tornando num pacifista com a finalidade de
defender a fraternidade Universal e os Direitos Comuns.
Mais tarde e com já vários anos de experiência, Dunant estabeleceu-se como
homem de negócios fazendo por ajudar a progredir a vida económica da
comunidade com pequenos empréstimos e doações monetárias aos mais
necessitados. Porém, esta sua forma de vida rapidamente se desvaneceu graças a
variadíssimos problemas tanto económicos como pessoais mas foi esta que revelou
o que ele podia fazer pelo Mundo, demonstrando a sua coragem e bondade.
A 24 de Junho de 1859, Dunant, ainda como homem de negócios, querendo
impedir a exploração ilegal de terras e com o desejo de falar pessoalmente com o
Imperador francês Napoleão III, partiu em direcção a Sul, para o Norte da Península
Itálica onde a França, aliada à Itália, combatia pela protecção do território italiano
frente às investidas austríacas. Por lá, Henry Dunant – com a sua eloquência
apaixonada -, não só resolveu o seu problema como encontrou outro: a guerra – o
massacre, o pânico espalhado pelas faces de homens inocentes, o sofrimento brutal
ao qual ninguém deveria, em tempo algum, ser exposto.
Movido por uma nova paixão: a de salvaguardar a Humanidade da Guerra,
criou com Gustave Moynier um comité não-governamental e sem fins lucrativos ao
qual chamaram na altura de Comité International de Secours aux blessés (Comité
Internacional de socorro aos feridos), uma instituição com a função de ajudar e
socorrer pessoas em território bélico – sem qualquer discriminação étnica, religiosa
ou sexual. Passado um ano, esta organização foi reconhecida pelo Comité de
Genebra e começou a ser tratada por um outro nome, tal como é conhecida hoje em
dia: Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Em 1901, Dunant teve a honra de ser o primeiro galardoado de sempre do
Prémio Nobel da Paz pela sua demonstração de bondade e coragem na
implementação de uma instituição com a finalidade de ajudar outros. Também
recebeu, de Portugal, a Ordem de Cristo em 1897 pelos serviços prestados em prol
do bem da Humanidade.
Escreveu livros como Um Souvenir de Solferino, onde descreveu as suas
primeiras experiências nos primeiros socorros e onde defendeu a ideia de que se
devia apoiar mais a Humanidade e causas como a que ele defendia. Escreveu,
também, A escravidão entre Muçulmanos e Estados Unidos onde defendia a
67
liberdade e acusava os Estados Unidos de não combaterem a escravidão de acordo
com os ideais de liberdade
Jean Henry Dunant morreu na vila de Heiden a 30 de Outubro de 1910.
Durante a sua criação até ao presente, a Cruz Vermelha tem desempenhado
um papel fundamental na ajuda aos feridos de conflitos mundiais e foi premiada já
por três vezes com o Prémio Nobel da Paz pelas suas acções humanitárias pelo
Mundo fora. Entre outras guerras e conflitos, desempenhou acções de auxílio na
Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra Mundial, no Holocausto, na Guerra
Fria e, mais recentemente, na Guerra do Iraque.
Jean Henry Dunant é um homem de coragem. Lutou pela qualidade de vida
dos outros, independentemente das suas origens. Teve coragem para agir, de
enfrentar os campos minados e as trincheiras enquanto resgatava feridos e
inocentes.
Tal com escreveu o filósofo Platão, coragem correlaciona-se com razão e dor.
Dunant teve razão em agir e razão para agir: esteve certo da necessidade que o
Mundo tinha de uma Instituição que o socorresse e o ajudasse. Também a dor
esteve ligada à sua coragem: enviava equipas de salvamento e, quando integrado
nalgumas delas, via a dor e sofrimento nos olhos dos homens e não sou capaz de
imaginar pior dor que essa: o sofrimento mesmo diante de nossos olhos.
Dunant abdicou da sua vida para ajudar os outros e formou homens com
coragem – médicos, enfermeiros, voluntários – que podem estar neste preciso
momento a salvar vidas ou a enfrentar o perigo da guerra.
Também foi corajoso ao ponto de „enfrentar‟ os Estados Unidos com a
acusação de escravidão não olhando pela sua vida apenas, querendo que fosse
ouvido e que esta sua acção pudesse ajudar as pessoas a ver a liberdade como um
direito.
Sempre vivemos – até mesmo os nossos antepassados – num estado de
guerra iminente e são necessários homens corajosos para as resolver; Henry
Dunant foi um deles.
A figura de Henry Dunant pode ser interpretada como um exemplo a seguir
nos dias que correm: num Mundo onde se verificam cada vez mais casos graves,
não só de guerras, mas de fome, escassez de água potável, e outras, a ajuda tornase um bem essencial à vida humana.
O difícil é largar a nossa vida e refazê-la a ajudar os outros. É nesta questão
que reside muita da coragem. Será que temos coragem suficiente para largar tudo e
dedicarmo-nos inteiramente a quem mais precisa?
Alexandre Mendes 11º E – Nº 1
68
Salgueiro Maia
História de coragem
Salgueiro Maia, mais conhecido como Capitão Maia foi num dos mais famosos
capitães de Abril pelo qual todos nós devemos mostrar um grande respeito, pois
muito provavelmente foi graças e este homem que o regime fascista caiu no nosso
país, caso contrário ainda viveríamos num Portugal sem liberdade de imprensa e de
expressão. Uma história de coragem de um homem humilde que quis mudar este
pequeno rectângulo a oeste de toda e Europa e lutou com todas as forças pelos
seus ideais.
Perguntam o porque deste sujeito ser considerado uma história de coragem e não
tantos outros soldados que também estiveram envolvidos na revolução do cravos a
25 de Abril de 1974. Esses também o foram… Mas certamente não terão sido eles
que conseguiram fazer com que um batalhão inteiro marchasse até Lisboa como
Maia na noite de dia 24 fez, chegando perto dos seus soldados e dizendo "Meus
senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados
sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos
69
acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo,
vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem
não quiser sair, fica aqui!" e só com estas meras palavras conseguiu movimentar os
seus homens em direcção à capital.
Já na capital este nobre capitão, após ter montado cerco ao quartel do Carmo e
também ao Terreiro do Paço onde se encontrava o Prof. Manuel Caetano, foi
chamado à rua do Arsenal onde um militar fiel ao regime – Brigadeiro Pais – que
tinha na sua posse armamentos muito mais sofisticados que o Movimento das
Forças Armadas se encontrava em conflitos com os homens de Maia. Este
chegando lá e com um lenço branco na mão (sinal de que vinha em paz) e com a
sua forma serena de dialogar conseguiu fazer com que os soldados que até outrora
estavam contra ele caíssem em si e vissem que era uma boa altura de fazer algo de
melhor pelo povo, dando a volta e juntando-se à revolução.
Nem mesmo quando o Presidente do Conselho recusou a rendição, este homem
que aqui é falado, disparou contra o seu edifício, Maia durante toda a revolução
nunca alvejou nada nem ninguém. Acreditou sempre que a força da palavra e
daquilo em que acreditava era suficiente para fazer cair a ditadura e abrir portas a
um novo regime em Portugal, o regime democrático em que agora vivemos.
Um homem que moveu o seu quartel em Santarém, um homem que fez mover um
país inteiro, que abriu os olhos a muita gente para o que se passava em Portugal.
Um homem que com três tanques velhos e um lenço branco na mão faz os seus
adversários marchar ao contrário. Um homem que sem disparar um único tiro faz
cair um regime fascista que até há data estava implementado no nosso país.
Se é ou não uma história de coragem cabe-vos a vocês decidir, na minha opinião é
um grande homem que infelizmente já não está entre nós mas que deve ser
lembrado e do qual muitas pessoas se esquecem.
David Dias 11ºE - Nº5
70
Martin Luther King Jr. nasceu em 15 de Janeiro de 1929, em Atlanta, na Geórgia,
filho primogénito de uma família de negros norte-americanos de classe média. O seu
pai e avôs paternos eram pastores protestantes e a sua mãe era professora.
King teve uma educação marcadamente religiosa, aos 19 anos tornou-se pastor
Baptista e mais tarde formou-se em teologia no Seminário de Crozer. Fez também
uma pós-graduação na universidade de Boston, onde conheceu Coretta Scott, uma
estudante de música com quem se casou.
A sua educação, durante a infância e a adolescência, foi vivida numa sociedade
americana que segregava a raça negra. Uma das manifestações dessa segregação
residia no facto de existirem escolas diferentes para negros e brancos.
Esta realidade provocou-lhe um sentimento de revolta e de injustiça social que o
levou liderar protestos anti-racistas, intensificando a sua actuação como defensor
dos direitos civis por vias pacíficas, inspiradas nos ideais de Mahatma Gandhi.
Em 1954 tornou-se pastor da igreja baptista de Montgomery, em Alabama. Em 1955
houve um boicote aos transportes da cidade, como forma de protesto a um acto
discriminatório praticado a uma passageira negra que se vira obrigada a ceder o seu
lugar a uma passageira branca, tendo aquela oferecido resistência não concedendo
o lugar conforme lhe estavam a exigir. Luther King, como presidente da Associação
de Melhoramento de Montgomery, organizou este movimento de boicote aos
transportes, que durou um ano. Como represália, Luther King viu a sua casa
bombardeada e viria a ser preso pelo seu acto, tendo sido mais tarde absolvido.
Nos anos seguintes prosseguiu com os seus protestos e marchas, sempre lutando
pelas liberdades civis dos negros. Como era dotado de uma excelente oratória, os
seus discursos vinham a ser conhecidos em todo o mundo e a sua palavra já movia
massas. Por isso, era tido como um opositor para o Estado americano e um
obstáculo para os racistas. Foi preso, torturado e alvo de terrorismo.
71
Mas mesmo assim a sua coragem e determinação não o fizeram desistir da sua
causa. As suas acções e protestos começavam a sortir efeito junto do Estado que ia
criando novas leis dos direitos civis, começando assim a promover-se a igualdade
entre as raças.
Em 1963 liderou um movimento massivo, "A Marcha para Washington", pelos
direitos civis, organizando campanhas no sentido de dar direito de voto aos negros.
Foi um protesto que contou com a participação de mais de 200.000 pessoas que se
manifestaram em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos.
Nesta ocasião proferiu o seu discurso mais conhecido, “I have a dream" (“Eu Tenho
um Sonho"). Desta manifestação nasceram: a lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei
dos Direitos de Voto, de 1965. A não-violência tornou-se a maneira de demonstrar
resistência.
As suas vitórias, não violentas, em torno da sua causa, culminaram com a atribuição
do prémio Nobel da Paz, em 1964, tendo sido a pessoa mais jovem a recebê-lo.
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que conduziu ao
seu assassinato no dia 4 de Abril de 1968 por um homem branco de nome James
Earl Ray . Nesse momento, Luther King estava a apoiar uma greve de lixeiros.
Em 1983 foi decretado feriado nacional, a cada terceira segunda-feira do mês de
Janeiro, em homenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.
Morreu aos 39 anos, uma vida curta para um homem que ainda tinha muito para dar
às causas nobres da sociedade.
Este grande homem teve a coragem e a ousadia necessárias para romper com a
rotina discriminatória que os homens da sua raça e não só eram alvo todos os dias.
Dar a cara pelas causas não é fácil, só o consegue alguém com o seu enorme
altruísmo e força para agir.
Muitas outras pessoas pensariam como Martin Luther King, exemplo disso era a
quantidade de cidadãos que a sua voz de comando e de segurança fazia mover,
mas nenhuma conseguiu reunir as características que o tornaram tão único e que
conseguiram mudar o modo de vida de uma nação inteira.
72
Os seus actos levaram-no a ser torturado, castigado, preso e espezinhado; ele pôs a
vida da sua família e dos seus em risco e, de certo, sabia que iria morrer por pôr a
felicidade e liberdade dos outros acima da sua vida. Ele deixou para os outros os
frutos que conseguiu e que tão arduamente conquistou. A sua vida tão curta deixanos a impressão de que podia fazer ainda muito mais.
Martin Luther King não era e não é apenas adorado pelos indivíduos de raça negra,
ele conquistou o respeito e admiração de todo o tipo de indivíduos, pois não
conseguia ignorar qualquer tipo de injustiça social e tinha que agir.
O exemplo de Luther King é seguido e aplicado nos dias de hoje embora,
infelizmente, continue a haver injustiças sociais e manifestações racistas. No
entanto, largos passos foram dados por King para a erradicação das desigualdades
sociais desde que se deu a conhecer ao mundo. A eleição recente do presidente
Barack Obama (primeiro presidente afro-americano dos EUA) foi desde logo
relacionada e lembrada pelo próprio como a confirmação de uma mudança no
pensamento das pessoas que havia sido iniciada por Luther King e talvez sem a
coragem deste nada disto teria acontecido.
Martin Luther King mudou o mundo. Os seus actos e maneira de ser comoveram o
mundo e ultrapassam a simples definição de coragem que vem no dicionário,
completando todavia, o todo da palavra.
Onde muitos usam a guerra, ele usou a paz; onde muitos usam a sua superioridade,
ele usou a sua inferioridade; onde muitos usam a força do chicote, ele usou a força
da palavra; quando muitos lutam por interesses individuais, ele lutou por interesses
colectivos; quando muitos não são respeitados como líderes, ele conseguiu o
respeito e devoção de quase um mundo inteiro.
Quando muitos não têm
coragem, ele teve-a.
“Devemos construir diques de coragem para conter a correnteza do medo”
Martin Luther King Jr.
Joaquim Braga nº. 10 / 11º.E
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11º H
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Biografia de Guerra Junqueiro
Abílio Manuel Guerra Junqueiro, filho do negociante e lavrador
José António Junqueiro e de sua mulher D. Ana Guerra, nasceu
em Freixo de Espada à Cinta dia 17 de Setembro de 1850 e
morreu em Lisboa dia 7 de Julho de 1923. Em 1866 matriculou-se
em Teologia na Universidade de Coimbra. Compreendeu que não
tinha vocação para a vida religiosa, dois anos depois, transferiuse para o curso de Direito, terminando-o em 1873. Mais tarde foi
alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista,
escritor e poeta. Entrou no funcionalismo público da época e foi
secretário-geral do Governador Civil dos distritos de Angra do
Heroísmo e de Viana do Castelo. Em 1878 foi eleito deputado pelo círculo de
Macedo de Cavaleiros. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico
representante da chamada "Escola Nova". A sua poesia ajudou a criar o ambiente
revolucionário que conduziu à implantação da República.
Texto argumentativo
Este texto trata da compreensão da contribuição que o personagem Guerra
Junqueiro teve para a criação do ambiente revolucionário que conduziu á
implementação da República, através da sua poesia (principalmente nas obras “Finis
Patriae” e “Padre Eterno”).
Analisando as suas obras principais podemos visualizar que, no “Padre Eterno”, o
autor culpa o clero de deturpar o ideal cristão. Censura o fanatismo religioso, o
ritualismo oco, o jesuitismo, as superstições obscurantistas e o Vaticano (a que
chama “Bordel da Igreja”). Esta obra tem vindo a ser censurada pelos cristãos ao
longo do tempo e contribuiu bastante para uma mudança de pensamento por parte
de algumas pessoas na época.
Através da sua outra obra, “Finis Patriae”, o autor esclarece ainda que se chegou ao
“fim da pátria”. Utiliza diversas personagens, que são tipos e símbolos sociais, ao
longo do livro, para mostrar que a pátria foi-se perdendo ao longo da História. O livro
foi publicado no ano do Ultimato da Inglaterra a Portugal, e no livro podemos
constatar alguns poemas que insultam a nação inglesa e censuram a submissão de
Portugal a Inglaterra, perante a ofensa inglesa. Por fim, o autor incentiva a juventude
a “ressuscitar” a pátria dedicando-lhes o livro quando escreveu: “Á mocidade das
escolas”.
Após analisar estas duas obras, entre outras produzidas pelo autor, pode-se concluir
que o autor defende que é necessário haver uma mudança suficientemente
gratificante que permita valorizar de novo a pátria e o ideal cristão, sem se
deturparem factos e ideias antigas e não desrespeitando o país. Chega-se á
conclusão que essa mudança é, de facto, a implementação da República.
77
Na minha opinião, concordo plenamente que o autor contribuiu bastante para a
mudança de pensamento da época, constatando os problemas e acontecimentos
que se passavam na altura, que muitas vezes passavam despercebidos, o que levou
á vontade de mudar e tornar a situação do país melhor, implementando a República.
Guerra Junqueiro, no fim, acabou por ajudar a abrir o caminho para a
implementação da República. Este, além de ter marcado uma grande mudança
numa época importante da história de Portugal, ainda incentivou as pessoas a terem
uma “nova forma de pensar”: lutar pelo que acham certo, defender aquilo que
acreditam, constatar os factos e não os ignorar quando são importantes e acima de
tudo, respeitar e manter a nação.
Assim se conclui que, Guerra Junqueiro, foi uma personagem importante nesta
época, através da coragem que teve, apresentando os problemas da sociedade que
todos pareciam ignorar e apoiando a mudança que iria melhor a situação do seu
país.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Junqueiro
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/junqueir.htm
http://www.infopedia.pt/$guerra-junqueiro
Catarina Chinita Gonçalves 11H – nº 2
78
Professor Egas Moniz
No âmbito da disciplina de Filosofia, foi pedido que escolhêssemos uma
pessoa da 1ª República que considerássemos ter sido um exemplo de coragem.
Procurei que a minha escolha fosse o mais abrangente possível e que fosse alguém
que tivesse dado provas de valor em áreas diferentes, pelo que cheguei à conclusão
que o Prof. Egas Moniz seria um bom exemplo. Entendo por coragem algo que
ultrapassa os limites da fronteira individual, uma vez que não é uma característica
que se limita ao ser, mas que se projecta nos outros.
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz foi o primeiro galardoado
português com o Prémio Nobel da Medicina em 1949. Formado em medicina pela
Faculdade de Coimbra, onde também iniciou a sua carreira profissional enquanto
professor de Fisiologia e de Anatomia, acabou por se fixar em Lisboa, para onde foi
transferido. Tornou-se professor catedrático na Universidade de Lisboa e dedicou-se
à investigação, trabalho que acabou por vir a ser reconhecido com o referido Prémio.
Os métodos que desenvolveu, no sentido de levar a cabo as cirurgias e estudos que
pretendia, foram contestados por muitos, os quais se opuseram de forma
determinante a que o Prof. Egas Moniz recebesse o Prémio e chegaram mesmo a
propor que este lhe fosse retirado. Um dos métodos, conhecido por lobotomia,
deixou de se usar há mais de 30 anos, por ser considerado ineficaz e demasiado
violento, tendo alguns dos pacientes que se sujeitaram a este tipo de intervenção
ficado com sequelas permanentes e irreversíveis. Dado o seu percurso profissional,
de dedicação e empenho numa carreira de sucesso, bem como o facto de ter sido
um cidadão notável, igualmente dedicado à política e às artes, sob a forma de
literatura, pareceu-me ser uma das individualidades mais marcantes do período da
1ª República.
Levar a cabo investigações científicas que suscitem vozes contrárias,
correndo o risco do fiasco, procurando sempre ultrapassar as dificuldades, ao ponto
de ter sido nomeado para o Prémio Nobel 5 vezes, sem nunca desistir, parece-me
ser um símbolo de coragem. Os avanços científicos surgem-nos, muitas vezes,
como uma faca de dois gumes: será que se justificam os meios para alcançar os
fins? Será que o resultado final, por ser positivo, minimiza o esforço e os sacrifícios
79
de todo o processo até se ter alcançado o sucesso? A verdade é que a coragem se
mede pelos feitos e é identificada quando se torna visível aos olhos de terceiros.
Egas Moniz foi um médico respeitado, admirado, premiado enquanto profissional
numa área científica que ainda tinha muito território a desbravar na primeira metade
do séc. XX e, apesar de todos nós, por razões biológicas ou de outra natureza,
gostarmos de ver que o nosso trabalho ser apreciado, nem sempre esse
reconhecimento vem em tempo útil. Egas Moniz recebeu esse apreço em vida e,
desde a sua primeira nomeação, que sempre mostrou desejo em ir mais longe, em
combater preconceitos, em arriscar ir por caminhos que poderiam ter-se revelado
areias movediças. Por isso, por ser um homem obstinado, entendo que ele é um
bom exemplo de coragem.
Catarina Silva, 11H - Nº 3
80
História de coragem: Bartolomeu Dias
Nunca uma caravela tinha ido tão longe. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o
traiçoeiro cabo da Boa Esperança, no sul da África, e provou que era possível
chegar ao Oriente pelo mar.
Como se sentiria alguém, naquele século, se, um dia, o seu soberano o chamasse
para uma audiência e lhe confiasse a seguinte missão: navegar até onde nenhum
homem jamais navegou. Ir até ao fim da África, rumo ao desconhecido, e ver o que
encontrava por lá. Quem aceitaria tal missão? Mesmo sabendo que teria de
atravessar mares traiçoeiros, com tempestades capazes de destruir navios em
minutos? Mesmo ciente dos longos períodos de calmaria, em que a sua embarcação
ficaria à deriva durante semanas sob temperaturas escaldantes. Mesmo tendo
ouvido relatos de que o litoral estaria habitado por tribos selvagens, prontos a matar
quem tentasse pôr o pé na sua terra? Essa foi a decisão repleta de coragem que o
navegador português Bartolomeu Dias teve de tomar a 10 de Outubro de 1486,
diante de D. João II, rei de Portugal.
Naquela época, as nações ocidentais não sabiam o que existia ao sul da África. A
região não fora descrita em mapas, nem contava com portos “amigos” onde
aventureiros pudessem encontrar apoio ou consertar uma avaria nos seus navios. A
proposta de D. João II, sem dúvida, era vista como impossível por muitos. Mas
nenhuma destas circunstâncias fez recuar Bartolomeu. Muito pelo contrário: era um
homem ambicioso, dispostos a correr riscos.
O rei sabia que uma nova rota para as especiarias da Índia traria a Portugal uma
riqueza incalculável. Justamente por isso D. João II tinha dedicado boa parte do seu
reinado à revitalização da Escola Naval de Sagres – um dos maiores centros de
excelência em navegação da época, fundado pelo seu tio D. Henrique, o infante.
Bartolomeu, por sua vez, era um membro da pequena nobreza. A sua origem é
obscura, mas alguns historiadores afirmam que ele nasceu por volta de 1450, na
região de Trás-os-Montes, no norte de Portugal. Era parente de Dinis Dias e
Fernandes. É provável, inclusive, que uma indicação dele tenha permitido a
Bartolomeu ser admitido na Universidade de Lisboa, onde adquiriu conhecimentos
raros naquela época: estudou astronomia e matemática.
Em 1481, numa expedição chefiada pelo veterano marinheiro Diogo de Azambuja
(na qual também participou o navegador Cristóvão Colombo), o jovem Bartolomeu
assumiu a função de capitão de um dos navios. A missão era construir a primeira
colónia europeia na África, a fortaleza costeira de São Jorge da Mina (no actual
litoral de Gana), fundada no ano seguinte. Foi ali, naquele entreposto perdido no
meio da vasta costa, que Bartolomeu se familiarizou com o comportamento do mar
africano, com as correntes, ventos e calmarias.
81
A expedição de Bartolomeu Dias saiu do porto de Lisboa no fim de Agosto de 1487.
O navegador comandava duas pequenas caravelas, e ainda uma nau com
mantimentos. É possível que Bartolomeu, lendo os relatos de Diogo Cão, tenha sido
alertado para um facto fundamental: as terras ao sul não tinham bons lugares para
aportar e conseguir alimento. O comando da estratégica galeota ficou nas mãos de
Diogo Dias, irmão de Bartolomeu. Foram convocados dois dos melhores pilotos da
frota portuguesa: Pêro de Alenquer e João Infante. Se a expedição se perdesse no
meio do caminho, não haveria melhores pessoas para orientar, pelas estrelas, os
barcos de volta à costa.
Durante o mês de Setembro, a pequena frota navegou o oceano Atlântico sem
contratempos. Após uma pequena paragem em Cabo Verde, os portugueses
começaram a afastar-se do litoral africano. A manobra, claro, não foi acidental.
Bartolomeu começava a utilizar o conhecimento quase exclusivo que possuía da
costa da África, realizando uma manobra chamada “a volta do mar”. Consistia em
afastar-se do litoral, navegando para oeste nas proximidades do golfo da Guiné,
para depois se aproximar novamente da costa. Com isso, os portugueses evitavam
o interior do golfo da Guiné, conhecido pelas suas infernais calmarias. A manobra
surtiu efeito. Quando alcançaram novamente o litoral africano, Bartolomeu Dias
estava quase na entrada da foz do rio Congo. Até ali, os portugueses estavam em
segurança. Diogo Cão, já lá tinha estado anos antes e tinha cartografado a área.
O desafio maior começou quando, em Outubro, a frota passou pelo último ponto
conhecido até então, o cabo do Padrão. Naquele lugar, Diogo Cão erguera um
padrão com uma cruz no topo. A partir dali, Bartolomeu não poderia contar mais com
mapas. O mar, e as suas correntes, ventos – tudo seria estranho. Para piorar, as
possibilidades de descer à terra eram quase nulas. À sua frente, desenhava-se um
litoral rochoso, árido, assolado por ventanias de areia – aquele território desértico
seria, séculos depois, denominado Costa do Esqueleto, por conta dos intermináveis
naufrágios ali ocorridos.
Ao chegar à baía baptizada de Angra Pequena (actual Namíbia), Bartolomeu intuiu,
pelo recorte do litoral, que estava perto de finalmente dobrar a costa da África.
Continuando para sul, descobriu primeiro a Angra dos Ilhéus, enfrentando com
valentia, em seguida, um violento temporal. Estiveram perdidos treze dias, até que
redescobrindo a costa, e assim voltou a ter pontos de orientação. Continuou para
leste e chegou à baía de Algoa (800 km a leste do cabo da Boa Esperança), então
conhecido como Cabo das Tormentas.
Regressou a Lisboa em Dezembro de 1488. D. João II renomeou o Cabo, para Cabo
da Boa Esperança, assegurando a esperança de se chegar à Índia, para comprar as
tão necessárias especiarias e outros artigos de luxo. Encontrara-se então a ligação
entre o Oceano Atlântico e o Índico, descoberta possível devido à bravura do
navegador, e que prometia a prosperidade há tanto procurada pelos portugueses.
Inês Bouhon 11ºH - Nº6
82
Aristides de Sousa Mendes
Neste trabalho irei falar sobre Aristides de Sousa Mendes, de maneira a que seja
possível justificar o porquê de , para mim, ser um herói.
Aristides de Sousa Mendes, nasce em 1885, ao mesmo tempo que o seu irmã
gémeo, César. Filho de José Sousa Mendes e de Maria Angelina de Abrantes.
Ambos os irmãos, resolvem seguir o exemplo do pai, juiz no Tribunal da Relação de
Coimbra, e dedicarem-se à politica. Em 1907 licenciam-se em direito na
universidade de Coimbra de forma a puderem seguir uma carreira politica.
Em 1909 Sousa Mendes, casa-se com Clotilde de Abranches(prima em segundo
grau) de quem teve 14 filhos. Em 1938 Salazar nomeia Aristides de Sousa Mendes
como cônsul-geral de Portugal em Bordéus. Um ano mais tarde, a Alemanha invade
a polónia e Inglaterra e França declaram a guerra à Alemanha. É durante esta
guerra que Aristides mostra quem realmente é , pois aquilo que muitos poderiam
considerar como defeitos de personalidade num diplomata –a natureza demasiado
emotiva e o seu carácter impulsivo –tornam-se força motora de um heroísmo.
Vejo-me obrigada a começar por falar da coragem que este homem, Sousa Mendes,
apresenta durante a sua vida como cônsul em Bordéus, pois seria de esperar que
face às dificuldades visíveis da segunda guerra mundial , qualquer outro , no seu
lugar tinha obedecido às ordens de Oliveira Salazar. Mas Aristides, como católico ,
diz : “Se há que desobedecer , prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a
uma ordem de Deus “. E assim o fez, de maneira a salvar cerca de 38000 pessoas ,
incluindo 12000 judeus.
Este é para mim o primeiro momento em que consigo perceber claramente , a
bondade que Sousa Mendes transparece em si , pois arriscar a sua carreira e pôr a
sua família numerosa em risco para salvar pessoas que, não só não lhe dizem nada,
como também são de raças, religiões e etnias diferentes, revela uma força de
vontade ,direi eu, gigantesca .
Foi graças ao seu acto de solidariedade que a sua família ficou arruinada.
83
Este é mais um ponto em que “tiro o chapéu”, a Sousa Mendes , não pela sua
família ter sido arruinada mas por ter salvo bastantes pessoas do holocausto.
Qualquer um poderá questionar-se quanto à escolha, que Sousa Mendes fez, entre
a família e outras pessoas em perigo, sendo este último a sua escolha, esta é uma
questão verdadeiramente legitima à qual eu também me interrogai , e devo dizer que
não podia ficar mais surpreendida ao ver que existe um homem tão bom, para toda a
humanidade, ao ponto de sofrer e fazer sofrer os que mais gosta , para um bem
maior , citando mais uma vês Aristides : “Quem salva uma vida, salva o mundo” , e
é nesta confiança e fé , que se enche de coragem para mostrar a um mundo, em
que a esperança e fé são escassas, que existe um motivo pelo o qual se deve lutar .
Não posso, não devo, nem quero, deixar de mencionar que, apesar da sua fé,
Aristides de Sousa Mendes, teve uma amante, é um erro e não deixo de o afirmar,
mas não é o suficiente para dizermos que todo o seu esforço, dedicação, coragem, e
luta não devem ser reconhecidos, pois antes de ser um herói, é um ser humano ,
que deu tanto , por tantos outros , e estes sim devem ficar agradecidos, e nós
devemo-lo reconhecer como um humano e herói que é.
Digo ainda mais, depois de ter procurado esta personagem histórica, apercebi-me
que bastou apenas, Aristides , olhar para todas as aquelas pessoas em aflição , para
perceber a injustiça que estava a acontecer, a qual ninguém queria, por medo ou
cobardia, por fim, mas Sousa Mendes ficou comovido pela a aflição de “ toda aquela
gente”, e não conseguiu ficar indiferente .
Aristides, foi então condenado, quando veio para Portugal, castigado pelo o Salazar
ficou sem metade do seu salário, e proibido de exercer a sua profissão como
advogado, mais tarde seria mandado para a reforma .
Para poder continuar a sustentar a sua família teve que ser ajudado pela uma
comunidade judaica , tal castigo era considerado para ele uma humilhação, mas não
vivia na ilusão de que seria reconhecido pelo o seu feito, mais uma vez , enfrenta os
problemas de cara , tentando sempre ir pelo o caminho moralmente certo.
Mas este homem, mais tarde teve a sua recompensa , até mesmo por Salazar.
Até nos dias de hoje ,é homenageado , e visto como um bom homem.
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Mesmo na sua morte, Sousa Mendes , mostra humildade e creio que foi neste
momento que recebeu o seu maior reconhecimento, como Aristides perdeu quase
todo o que tinha, e falecendo assim com muito pouco , uma das coisa que faltava
era um fato para vestir no dia do seu enterro, os Franciscanos , ordem à qual
pertence o hospital onde Aristides morreu, ofereceu-lhes uma veste franciscana para
a poder levar.
Na minha opinião , acho que intitula-lo, apenas, como um bom homem, não chegará
, mas chamá-lo por: “salvador de vidas”.
Todas estas razões , levaram-me a escolher, como uma personagem de coragem,
Aristides de Sousa Mendes. Pois apesar da sua teimosia e desobediência, que
também se revelaram características importantes, tinha fé, bondade, humildade, e
muito mais que isto …. Tinha coragem para salvar vidas, pondo a sua em risco .
Maria Simões Correia, 11H – Nº16
85
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