Publicação da Federação dos
Hospitais, Clínicas e Laboratórios
do Estado de São Paulo
julho/agosto de 2014
nº8
Gestão
de custos
Sistema de informações
é essencial para a sustentabilidade
das organizações
pág. 4
FEHOESP e IEPAS ganham
novas instalações
pág. 3
Congressos de Gestão
têm balanço positivo
p á g s. 6 e 7
Federação apoia movimento
dos laboratórios
pág. 8
Edito r ia l
Edição e reportagem: Ricardo Balego | Mtb 54.533-SP
Projeto e produção gráfica: Danilo Minorello
[email protected]
Periodicidade: bimestral
Tiragem: 15.500 exemplares
Impressão: Pigma
Redação: Rua 24 de maio, 208 – 14º andar
01041-000 – São Paulo – SP
Tel: (11) 3221-9333
e-mail: [email protected]
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Os artigos assinados não refletem
necessariamente a opinião do jornal.
Uma gestão
mais profissional
Gerir organizações de saúde significa
enfrentar desafios diários, já que atuamos
em um mercado repleto de dificuldades
e especificidades. Para auxiliar nessa
tarefa, é necessário que nos cerquemos
das melhores ferramentas, experiências e
evidências disponíveis, para que as tomadas
de decisão alcancem o êxito esperado.
A sustentabilidade dos serviços depende
de soluções como estas.
Neste contexto, equilibrar custos tem
sido um dos maiores obstáculos para
os gestores, e isso se justifica em parte
pela complexidade do nosso setor. Nele,
vender um serviço não representa o final
da cadeia produtiva, como em outros
segmentos, mas sim entregar uma boa
assistência e garantir o bem-estar dos
nossos pacientes. Esta é a finalidade de
nossa atividade, e a ela devemos nos
dedicar com todas as forças.
A FEHOESP vem se preocupando
com essa questão, e por isso está
oferecendo mais um serviço, esperando
contribuir de forma institucional para a
profissionalização dos seus representados.
O Projeto heCos, que oferece ferramentas
para uma gestão mais responsável no
gerenciamento de custos nos serviços,
Foto: Neuza Nakahara
Diretoria
Presidente: Yussif Ali Mere Junior
1º vice-presidente: Marcelo Soares de Camargo
2º vice-presidente: Roberto Muranaga
3º vice-presidente: Flávio Isaias Rodrigues
1º diretor secretário: Rodrigo de Freitas Nóbrega
2º diretor secretário: Paulo Fernando de Moraes Nicolau
1º diretor tesoureiro: Luiz Fernando Ferrari Neto
2º diretor tesoureiro: José Carlos Barbério
Diretor suplente: André Junqueira Santos Pessoa
Diretor suplente: Hugo Alexandre Zanchetta Buani
Diretor suplente: Danilo Ther Vieira das Neves
Diretor suplente: Armando De Domenico Junior
Diretora suplente: Luiza Watanabe Dal Ben
Diretor suplente: Jorge Eid Filho
Diretor suplente: Michel Toufik Awad
Conselheiro fiscal efetivo: Antonio Carlos de Carvalho
Conselheiro fiscal efetivo: Ricardo Nascimento Teixeira Mendes
Conselheiro fiscal efetivo: João Paulo Bampa da Silveira
Conselheira fiscal suplente: Maria Helena Cerávolo Lemos
Conselheiro fiscal suplente: Fernando Henriques Pinto Junior
Conselheiro fiscal suplente: Marcelo Luis Gratão
Delegado junto à CNS efetivo: Yussif Ali Mere Junior
Delegado junto à CNS suplente: Marcelo Soares de Camargo
é mais um benefício que estará em breve
à disposição dos nossos associados.
Trata-se de uma solução voltada para os
pequenos e médios estabelecimentos,
que representam grande parte do nosso
segmento. Confira os detalhes em nossas
páginas centrais.
Nesta edição destacamos, também,
a inauguração da sede própria da
Federação, que foi adquirida no final de
2012, por iniciativa de nosso fundador,
Dante Ancona Montagnana. Esta foi sua
última ação como presidente da entidade,
antes de nos deixar naquele ano.
Não só reconhecemos este importante
passo como trabalhamos com afinco
para que pudéssemos entregar, hoje,
um espaço mais moderno e condizente
com o nosso compromisso enquanto
instituição. Atuando nesta nova estrutura,
esperamos oferecer ainda mais serviços
e reafirmar nosso papel perante o setor.
Boa leitura!
Yussif Ali Mere Junior
Presidente da FEHOESP
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e oriundo de fontes controladas e responsáveis,
de acordo com o selo FSC. Se o recebeu via
correio, a embalagem plástica que o acondiciona
é feita em material oxibiodegradável.
LOGO
Sindicatos filiados:
2
FSC
In stit uc i ona l
Visando discutir e encaminhar propostas
sobre temas que são de interesse dos
prestadores de serviços na área de
terapia renal, a FEHOESP criou, no início
de junho, o Comitê de Terapia Renal
Substitutiva (CTRS).
O grupo é formado por representantes
de estabelecimentos que prestam
serviços de diálise tanto dentro
como fora de hospitais, e que são
associados aos sindicatos filiados à
Federação: SINDHOSP, SINDRIBEIRÃO,
SINDHOSPRU,
S I N D S U Z A N O,
SINDMOGIDASCRUZES e SINDJUNDIAÍ.
A coordenação do grupo fica a
cargo de Carlos Antônio Nascimento,
médico e diretor-presidente da SEDIT –
Serviços Médicos. “Precisamos debater
propostas e apresentar sugestões,
especialmente junto à Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) e à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
para que possamos contribuir para o
bom funcionamento do segmento e
da melhoria da qualidade ofertada aos
usuários de serviços de saúde”, disse.
Confirmando esse papel, desde que
foi criado, o comitê já realizou algumas
reuniões e discutiu, por exemplo, a
Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) da Anvisa nº 11/2014, que trata
dos requisitos de boas práticas para o
funcionamento dos serviços de diálise.
O grupo também tem tratado da Portaria
do Ministério da Saúde nº 389/2014,
que define critérios para a organização
da linha de cuidados da pessoa com
doença renal crônica.
A discussão das duas legislações –
publicadas recentemente – tem passado
pela análise de seus muitos pontos, a
fim de sugerir melhorias nos textos e
preparar melhor os serviços de saúde.
O médico nefrologista e presidente da
FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, também
integra o comitê, e destacou a importância
do grupo como “mais um espaço com
estrutura para atender as demandas das
Foto: Ricardo Balego
Federação cria o
Comitê de Terapia
Renal Substitutiva
clínicas de terapia renal, visando discutir
os percalços impostos a essas empresas
pelo governo, pelas operadoras de
planos e pelos sindicatos profissionais,
dentre as inúmeras interferências pelas
quais passa o segmento”.
Também participam como membros
efetivos do CTRS Aderbal Angelo Nastri,
diretor do Gan – Grupo de Apoio
Nefrológico;
Alexandre
Zilenovisk,
diretor médico do Departamento de
Hemodiálise do Hospital Samaritano;
Daniel Rinaldi dos Santos, presidente
da Sociedade Brasileira de Nefrologia
– SBN; João Cezar Mendes Moreira,
diretor da Clínica ENESP NEFROCOR;
José Watari, sócio-proprietário da
Nefrocare; Luiz Antonio Miorin, diretor
da Sociedade de Nefrologia do Estado
de São Paulo – SONESP; Rui Antônio
Barata, diretor-sócio da Clínica e
Nefrologia Leste; e Sergio Draibe,
diretor-sócio da Clínica de Medicina
Interna e Nefrologia – CMIN.
FEHOESP e IEPAS inauguram novas instalações
Foto: Ricardo Balego
As diretorias da FEHOESP e do IEPAS
inauguraram oficialmente, no dia 15 de
julho, suas novas instalações físicas. Para
isso, foi promovido um coquetel que reuniu
os colaboradores das duas entidades e do
SINDHOSP, além de outros convidados.
Na ocasião, o presidente da FEHOESP,
Yussif Ali Mere Junior, agradeceu o
empenho dos envolvidos na concretização
da ação. “A presença de todos os nossos
colaboradores mostra o nosso objetivo
comum de fortalecer, crescer e ofertar
melhores serviços aos sindicatos filiados”,
disse. O diretor da Federação, Luiz
Fernando Ferrari Neto, também
destacou o empenho do grupo
de colaboradores que auxiliou na
obra e as empresas envolvidas
no projeto. “É um trabalho árduo,
mas que está se concretizando
hoje”, lembrou.
Ferrari também representou e
leu o discurso do presidente do
Instituto de Ensino e Pesquisa
na Área da Saúde – IEPAS, José
Carlos Barbério, cuja entidade
também inaugurou seu novo espaço. “Nesta
nova casa que me emprestam o SINDHOSP
e a FEHOESP para assentar condignamente
o IEPAS devo, inicialmente, recordar o nome
de Dante Ancona Montagnana, por obra
de quem o Instituto nasceu de sua vontade
e determinação, em 2011. Dante honroume com a indicação de meu nome para
sua direção, oferecendo-me a liberdade de
construí-lo, prestigiá-lo e fazê-lo prosperar”,
destacou Barbério.
As novas sedes da FEHOESP e do
IEPAS ocupam um andar no mesmo
prédio em que já funcionavam a Federação
e o SINDHOSP, com uma área total de
446 metros quadrados. Com isso, as
entidades avançam na modernização de
sua estrutura, e esperam melhorar sua
atuação representativa no setor.
3
Capa
O desafio da
gestão de custos
Um bom sistema de informações é ferramenta indispensável
4
Nesse contexto, os sistemas de
apuração e análise de custos constituem
uma importante ferramenta de gestão.
“A ausência de um sistema de gestão de
custos e a correspondente mensuração dos
resultados impede condições mínimas para
tomadas de decisão relativas à negociação
de preços dos serviços, mudanças nas
operações e avaliação de eventuais novos
investimentos”, destaca João Romitelli,
diretor executivo da Planisa.
Segundo
ele,
ainda,
esse
tipo de ferramenta possibilita às
organizações adotar uma gestão mais
profissional, aumentando a eficiência
e resultando em uma atenção à saúde
mais qualificada.
Foto: Divulgação Planisa
O setor de prestação de serviços
em saúde enfrenta constantemente
grandes desafios. Escassez de recursos,
ausência de profissionais capacitados,
um novo perfil etário e epidemiológico
da população e o surgimento de novas
tecnologias médicas são só alguns deles.
Além disso, a área da saúde possui
particularidades em relação a outros setores
da economia, já que os processos se dão
em torno de um objetivo primordial, que
é garantir o bem-estar dos pacientes.
“Sabemos que administrar organizações
de saúde é tarefa das mais complexas.
Nela é preciso equacionar um atendimento
de qualidade com a sustentabilidade de
tudo o que disso depende, como a gestão
interna dos processos e as negociações
com planos de saúde e fornecedores”,
confirma Yussif Ali Mere Junior, presidente
da FEHOESP.
Como consequência, há o crescente
aumento dos custos assistenciais, o
que exige uma gestão competente dos
recursos. “Não há mais como evoluir
sem dispor minimamente de informações
do custeio de suas atividades, seja em
serviços prestados ao SUS ou a planos de
saúde. É preciso dispor de uma informação
de custos para a gestão interna, a fim de
avaliar o desempenho e a produtividade
e ao mesmo tempo facilitar a negociação
com os tomadores de serviços”, afirma
José Afonso de Matos, diretor-presidente
da Planisa, empresa especializada em
soluções para o setor.
Apurar custos de forma sistemática,
portanto, contribui decisivamente para a
avaliação dos resultados da organização,
permitindo maior segurança para a
tomada de decisões. E isso serve para
todos os portes de serviços, já que os
estabelecimentos menores também estão
sujeitos a todas as dificuldades impostas
pelo mercado. “Os pequenos e médios
serviços vivem em um mercado com os
mesmos riscos de um grande hospital”,
exemplifica Afonso de Matos.
auxiliar a organização na sua gestão
de custos com base na geração de
informações estratégicas e em seu
compartilhamento entre instituições que
utilizam a solução.
Podem fazer parte da iniciativa grupos
de no mínimo 20 hospitais de pequeno
e médio portes, permitindo também
a participação de casas de repouso,
casas de saúde, clínicas especializadas
e serviços de diagnósticos. “A solução
nasce como um instrumento gerencial
fundamentado na evidência e experiência
de mais de 500 clientes, em um único
produto com ampla extensão: gestão de
custos, capacitação e benchmarking”,
explica João Romitelli, da Planisa.
A ferramenta é 100% baseada em
nuvem, garantindo alta escalabilidade e
facilidade de acesso. Segundo Romitelli,
por meio dela será possível apurar e
conhecer gastos e receitas por centro
de custo, formular preços, negociar com
convênios por meio das informações
geradas, planejar, gerir e tomar decisões.
“A importância da parceria é possibilitar
a transferência de conhecimento de
gestão de custos às instituições de
saúde associadas à FEHOESP, de forma
a impactar positivamente na gestão
estratégica dessas organizações”.
Workshop
João Romitelli, da Planisa
Ferramenta de custos
Consciente da necessidade de seus
representados disporem de ferramentas
eficientes para a apuração de custos em
suas instituições, a FEHOESP está firmando
uma parceria com a Planisa, empresa com
mais de 25 anos de experiência no setor.
Para isso, foi formatada uma solução
que atende os serviços de menor porte,
direcionada em princípio aos associados
dos sindicatos filiados à Federação. O
heCos (Health Costs Manager) promete
Por meio da parceria, a Federação
espera atuar como facilitador em mais um
benefício para os serviços de saúde por
ela representados.
No dia 28 de agosto, será promovido
um workshop para tratar do tema
“Como viabilizar a Gestão Estratégica de
Custos”, seguido de uma apresentação
do Projeto heCos para as organizações
presentes. O evento é destinado a
estabelecimentos
associados
aos
sindicatos filiados que se enquadram
nas exigências do programa, tendo
como benefício condições diferenciadas
para a contratação da ferramenta.
E nt rev i st a
Em qualquer atividade econômica, dispor de um bom
gerenciamento das informações de custos é condição para
garantir a sustentabilidade financeira das organizações.
Na área da saúde, essa necessidade se faz ainda mais
premente, dada a complexidade do setor e os muitos atores
envolvidos – fornecedores, fontes pagadoras e, em meio a isso,
os pacientes. Um panorama que desafia constantemente os
gestores dos serviços.
Para tratar dessa questão, o Jornal da FEHOESP conversou
com Afonso José de Matos, diretor-presidente da Planisa,
mestre em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e doutor em
Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.
Confira a entrevista abaixo:
Jornal da FEHOESP - No cenário atual, o gestor em
saúde precisa lidar com o frequente aumento dos custos
assistenciais, sem deixar de atender bem seus pacientes.
Como equilibrar isso?
Afonso de Matos – É preciso começar a entender este
momento cada vez mais competitivo e difícil, com um
cenário de investimentos cada vez maiores, em uma espiral
inflacionária de custos da saúde. O gestor precisa aguçar a sua
conscientização e tomar as iniciativas no sentido de se preparar
cada vez mais, baseado em um profissionalismo de gestão.
Nesse sentido, é preciso buscar um respaldo com informações
sobre o desempenho da sua atividade, as projeções para que
se possa ter sustentação para tomar decisões em nível interno,
de investimentos e formulação de preço. Com isso, é possível
promover negociações com o mercado tendo todo esse
respaldo e competência, o que até então era um pouco amador.
O amadorismo precisa ser abandonado, porque não há mais
espaço para tal.
Neste contexto, uma boa gestão dos custos é imprescindível.
Eu diria que chegou ao ponto de ser inquestionável essa
necessidade, porque se já não é tão simples a viabilização de
uma empresa de saúde hoje tendo informações de custos,
imagine não tendo essas informações. Então é extremamente
necessário, eu diria até imprescindível, dispor de uma boa
informação de custos, confiável, bem estruturada e em tempo
rápido dentro da organização, para tentar com isso tomar as
decisões internas e principalmente fazer negociações mais
seguras, que garantam a viabilização da própria empresa.
Foto: Divulgação Planisa
“O amadorismo
precisa ser
abandonado”
O que pode explicar a dificuldade que muitas organizações de
saúde possuem em apurar seus custos de forma sistemática?
Nós temos que compreender que a área da saúde demorou mais
para enxergar as necessidades de se dispor de informações
estruturadas. Isso é uma questão cultural que se arrastou
um pouco. Foi um histórico de dificuldades, talvez na própria
estrutura, por falta às vezes de profissionais competentes nessa
área. Mas eu entendo que à medida em que temos avanços da
tecnologia, sinalizações do mercado que exijam um ambiente
competitivo cada vez mais acirrado, tem sido promovido um
despertar para que isso seja definitivamente empreendido.
Temos evoluído, e hoje muitas instituições já começam a
ter informações de custos, outras tantas a se preocupar e
demandar isso. Estamos em um momento em que esse tipo de
percepção está melhorando, e sem dúvida vamos ter cada dia
mais instituições aderindo e se beneficiando disso.
Questão pertinente à gestão dos custos, como o senhor vê a
busca por um modelo de remuneração ideal para o setor? Essa
discussão está avançando?
Acredito que sim. Dispor de uma informação de custos mais
estruturada, com diferentes desenhos e campos de informação,
vem atender exatamente uma necessidade que é de melhorar
os modelos de remuneração, principalmente no campo da
saúde suplementar. Nós temos um modelo que remunera de
uma forma muito semelhante a uma espécie de reembolso
daquilo que se utiliza na prestação de serviço, sem a instituição
ter preocupações estimuladas pelo modelo de remuneração, de
premiar a produtividade e de fazer um uso mais adequado dos
recursos, até para ter preço competitivo e viabilizar a operação
tanto do estabelecimento quanto do próprio cliente da empresa.
Essa discussão tem uma expressão que é migrar do modelo
chamado retrospectivo para um modelo prospectivo, que é não
só utilizar o recurso da prestação de serviços e depois definir o
preço, relacionar tudo e cobrar do cliente, mas sim planejar essa
prestação de serviços e estimar preços de forma antecipada.
Planejar mais a utilização do recurso, com padrões, dentro de um
bom nível de atendimento e boa qualidade, mas organizando as
condutas médicas, os protocolos e fazendo com que se planeje
mais o preço. Isso é possível, e esse avanço tem que acontecer.
5
Fotos: Ricardo Balego
Atu al i z aç ã o p rofi ssi ona l
Congressos de Gestão têm balanço positivo
Os Congressos Brasileiros de Gestão
em Saúde, realizados nos dias 21 e
22 de maio, durante a feira Hospitalar
2014, alcançaram por mais um ano
seu objetivo e trouxeram atualização
profissional para gestores e profissionais
envolvidos com os segmentos de
clínicas e laboratórios de saúde.
Promovidos pelo Instituto de Ensino
e Pesquisa na Área da Saúde – IEPAS,
entidade mantida pela FEHOESP e pelo
SINDHOSP, o 8º Congresso Brasileiro
de Gestão em Laboratórios Clínicos e
o 9º Congresso Brasileiro de Gestão
em Clínicas de Saúde reuniram, no
total, quase 300 participantes. “Quero
deixar registrados os anseios da
FEHOESP, SINDHOSP e IEPAS de
insistir nos programas de gestão na
área. Neste ano, a nossa programação
é audaciosa”, destacou na abertura
dos eventos o presidente do Instituto,
José Carlos Barbério.
Veja um resumo do que aconteceu
neste ano. A cobertura completa pode
ser conferida no site da Federação
(www.fehoesp.org.br).
Congresso de Clínicas
O 9º Congresso Brasileiro de Gestão
em Clínicas de Saúde, realizado em 21
de maio, teve início discutindo o tema
visão empreendedora. O coordenador
do painel, Eduardo Regonha, afirmou
que “estamos em um momento que
pensamos a saúde como um negócio.
Mesmo entidades com grande cunho
social precisam ter algum tipo de
rentabilidade, pensando em sua
perenidade e longevidade”.
Já o sócio da Deloitte Consultores em
São Paulo, Henrico de Vettori, pontuou
a posição estratégica que o setor de
clínicas ocupa no mercado. “Vocês não
sabem o quão importante é o setor de
vocês para as operadoras e para a
indústria”, disse.
Fechando o painel, o sócio
da IGC Partners, André Pereira,
demonstrou como os fundos de
investimento
vêm
capitalizando
alguns setores da saúde. Afirmou
ainda que o segmento “deve crescer
acima da média nos próximos anos,
por conta do aumento de renda e do
envelhecimento da população”.
O congresso também promoveu um
painel sobre Gestão da Qualidade,
apresentando iniciativas para a
qualificação dos estabelecimentos.
Daniela Camarinha, diretora-sócia da
empresa You Care, destacou que “a
saúde faz parte das necessidades
O Congresso de Clínicas abordou temas como qualidade e cultura organizacional
6
primárias do ser humano, e entender
suas particularidades faz parte do
nosso dia a dia como empreendedor”.
Para falar de indicadores de qualidade
na saúde suplementar, participou Andréa
Matsushita, superintendente de Sinistros em
Saúde da Sulamérica. Complementando
a discussão, Roberto Queiroz Gurgel,
diretor da Onco Hematos, destacou ações
implantadas em seu estabelecimento, com
destaque para os colaboradores. “100%
dos nossos colaboradores indicariam
um colega ou familiar para tratamento na
clínica”, afirmou.
Remuneração e cultura
organizacional
A segunda metade do congresso
promoveu uma discussão sobre formas de
remuneração para o segmento. Rogério
Barbosa, da Takaoka Anestesia, falou
sobre como remunerar o corpo médico.
Já no âmbito das operadoras de planos,
o diretor médico da Omint, Caio Soares,
trouxe um modelo de remuneração por
performance implantado em clínicas de
sua rede.
Fechando as apresentações e
contemplando a remuneração por
méritos, falou o diretor–executivo da
Alergo Dermatologia, Fabio Kayano,
para quem “o valor das empresas está
em sua equipe”.
O último painel do 9º Congresso de
Clínicas discutiu a importância da cultura
organizacional e desenvolvimento de
competências nas empresas.
Rodrigo Corrêa Leite, gerente de
desenvolvimento
organizacional
da
empresa 3 Corações, destacou algumas
de suas práticas de sucesso. “Nossa
seleção é totalmente baseada em
valores, e isso é mais complicado de
se fazer”. Também lembrou que durante
a integração dos novos colaboradores,
é utilizada a própria equipe na facilitação
do s p ro c e ssos de a pre ndiz a ge m
e treinamento. “Eles não são
remunerados a mais por isso, mas
recebem muito reconhecimento”.
Congresso de Laboratórios
O Congresso Brasileiro de Gestão em
Laboratórios Clínicos realizou sua 8ª
edição em 2014, no dia 22 de maio,
e iniciou sua programação com uma
palestra da advogada e professora da
FGV Denise Poiani Delboni. Falando sobre
o novo momento da gestão de pessoas,
destacou que “a situação de mercado
determina o tipo de contratação dentro
das organizações”.
A docente também apontou as
condições necessárias para que
haja retenção de colaboradores:
qualificação e motivação. “Uma coisa
não funciona sem a outra. Qualificação
e motivação produzem resultado”,
disse. “Um bom clima motivacional
faz com que haja grande retenção de
colaboradores”, completou.
Também foi realizada uma mesa
redonda que discutiu como os
laboratórios podem se adaptar ao
novo mercado do idoso, que trouxe a
participação de Carlos Alberto Ballarati,
ex-presidente da SBPC/ML; Edith
Wagner, gerente da Pro-Marketing
Inteligência de Mercado; o médico
geriatra José Antônio Esper Curiati;
e a diretora do Franceschi Medicina
Diagnóstica, Laura Prado Franceschi.
Inovação e contratualização
O Congresso de Laboratórios promoveu,
em sua segunda parte, um painel para
discutir as iniciativas de inovação
em saúde.
Com a coordenação do diretor
da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari
Neto, falou aos presentes Vitor
Asseituno, diretor da Empreender
Saúde. Especialista em iniciativas de
inovação na área, Asseituno destacou
que de nada vale ser inovador, se não
houver uma mentalidade de avaliar
as necessidades e oportunidades do
mercado. “O mindset é olhar para as
coisas que estão acontecendo”, disse.
Encerrando o evento, uma mesa
redonda discutiu os impactos da
relação entre prestadores e operadoras
de planos. O gerente de Relações
Institucionais do Grupo Fleury, Wilson
Shcolnik, coordenou os trabalhos e
pontuou a parcialidade da Agência
Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) em relação às multas aplicadas
a planos de saúde por falhas em
seus serviços.
Representando a visão das operadoras,
Sandro Leal Alves, da FenaSaúde,
pregou a convergência de objetivos,
eficiência e sustentabilidade do sistema
e diversidade na relação com seus
prestadores. Já o diretor do Salomão
& Zoppi Diagnósticos, Luís Vitor
Salomão, trouxe a visão do prestador
de serviços e lembrou que “o mercado
de saúde cresce acima do PIB” no país,
e que, “apesar do crescimento da saúde,
nós estamos sofrendo uma restrição das
nossas atividades”, em referência à relação
com as operadoras de planos.
Gestão de pessoas e relação com operadoras tiveram destaque no Congresso de Laboratórios
7
Remu ne ração
Os laboratórios clínicos que prestam
serviços para o Sistema Único de
Saúde – SUS não recebem atualização
no valor pelos serviços realizados há
mais de 20 anos. Por conta disso,
as entidades do setor criaram o
Movimento Nacional em Prol do
Laboratório Clínico.
A FEHOESP, juntamente com seus
sindicatos filiados, apoia esta luta e se
manifesta publicamente contra a falta de
reajuste da Tabela SUS para os laboratórios.
A defasagem na tabela de exames
laboratoriais feitos para o governo gera um
déficit em mais de 2.000 procedimentos,
dos quais apenas três ou quatro foram
reajustados nos últimos anos, segundo
dados do Conselho Federal de Farmácia
(CFF) e da Sociedade Brasileira de Análises
Clínicas (SBAC).
Por um exame de glicose, por
exemplo, é pago atualmente apenas
R$ 1,85. Já por um parasitológico
de fezes, R$ 1,65. Esses valores
sequer cobrem as despesas para sua
realização. As entidades afirmam que,
por esse motivo, muitos laboratórios
vêm fechando suas portas.
A Federação está disponibilizando
material de apoio da campanha e
Foto: Ricardo Balego
FEHOESP apoia movimento de laboratórios
Diretoria da FEHOESP reiterou seu apoio ao movimento
conta com a participação dos serviços
para que apoiem a iniciativa. Para isso,
foram confeccionados panfletos e
camisetas que podem ser solicitados,
de forma gratuita, acessando o site
www.fehoesp.org.br.
Participação nacional
O engajamento da Federação no
movimento dos laboratórios já vem
produzindo resultados positivos e diversos
serviços já se comprometeram com
a campanha.
Mais de 50 estabelecimentos de todo o
país já solicitaram material, e mais de 30
mil panfletos e 100 camisetas já foram
enviados. Além disso, as ações também
já atingiram importantes eventos do setor,
como o Congresso Brasileiro de Análises
Clínicas, que aconteceu em Porto Alegre no
mês de junho.
Em reunião realizada no dia 17 de julho,
a diretoria da FEHOESP reiterou seu apoio
ao movimento. Para isso, a entidade e seus
sindicatos reafirmaram a continuidade das
ações em prol dos laboratórios.
G e st ã o d a Q u a l i d a d e
Foto: Ricardo Balego
Projeto Bússola capacita clínicas
Iniciativa da FEHOESP e do SINDHOSP,
em parceria com a Organização Nacional
de Acreditação (ONA), o Projeto Bússola
vem realizando novas etapas a fim de
qualificar as clínicas de saúde ligadas aos
sindicatos filiados à Federação.
8
Dez estabelecimentos atenderam os
requisitos e estão sendo credenciados pelo
projeto a buscar a certificação por meio do
processo de Acreditação.
As clínicas estão participando nesse
momento da fase de capacitação,
promovida pelo Instituto Brasileiro para
Excelência em Saúde (IBES), instituição
credenciada pela ONA. Como parte dessa
etapa, foi realizado nos dias 25 e 26 de
julho mais um módulo, que discutiu temas
como políticas de gestão e notificação de
eventos adversos.
O diretor da FEHOESP, Marcelo Luis
Gratão, esteve presente e elogiou o avanço
que as clínicas já estão apresentando,
com melhorias no feedback com clientes
e também nos resultados internos. “Este
primeiro grupo já vem aplicando as
atividades propostas em seu dia a dia. E
o mais importante é que as clínicas estão
mudando seus procedimentos e buscando
se adaptar às normas de qualidade
envolvidas no processo de certificação,
gerando bons resultados”, disse.
Até o final de 2014, terão sido realizados
sete módulos de capacitação com as clínicas
participantes. Ainda serão trabalhados temas
como gestão administrativa e da qualidade,
cadeia de suprimentos e assistência
farmacêutica, atenção ao paciente e
apoios técnico, diagnóstico, terapêutico e
logístico. “Ao final da fase de capacitação,
as clínicas participantes já poderão solicitar
a visita da ONA para fins de Acreditação”,
informou Gratão.
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Jornal da FEHOESP ed. 8 jul/ago 2014 Clique aqui para visualizar