Universidade do Sul de Santa Catarina
Gestão Estratégica de
Empresas de Varejo e de Serviços
Disciplina na modalidade a distância
2ª edição
Revista e atualizada
Palhoça
UnisulVirtual
2006
Apresentação
Parabéns, você está recebendo o livro didático da disciplina de
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços.
Este material foi construído especialmente para facilitar seu
processo de aprendizagem no curso, levando em consideração
as necessidades da sua formação. Como os materiais devem ser
aperfeiçoados a cada nova versão, pedimos que você continue a
encaminhar sugestões de melhoria sempre que achar oportuno,
via professor tutor ou monitor.
Recomendamos que você verifique as datas-chave e elabore um
plano de estudo pessoal antes de começar seus estudos, para
assim garantir uma boa produtividade no decorrer do curso.
Lembre-se, você não está sozinho, conte com o Sistema Tutorial
da UnisulVirtual sempre que precisar de ajuda ou alguma orientação.
Desejamos que você tenha um excelente êxito neste curso.
Equipe UnisulVirtual.
Ana Paula Reusing Pacheco
Gestão Estratégica de
Empresas de Varejo e de Serviços
Livro didático
Design instrucional
Luciano Gamez
2ª edição
revista e atualizada
Palhoça
UnisulVirtual
2006
Copyright © UnisulVirtual 2006
N enhum a parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer m eio sem a prévia autorização desta instituição
658.4012
P11
Pacheco, Ana Paula Reusing
Gestão estratégica de empresas de varejo e serviços : livro didático / Ana
Paula Reusing Pacheco ; design instrucional Luciano Gamez, [Carolina Hoeller
da Silva Boeing]. – 2. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2006.
194 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 85-60694-11-0
ISBN 978-85-60694-11-2
1. Planejamento estratégico. 2. Comércio varejista. I. Gamez, Luciano.
II. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. III. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Créditos
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Edição – Livro Didático
ProfessorConteudista
Ana Paula Reusing Pacheco
Design Instrucional
Luciano Gamez
Carolina Hoeller da Silva
Boeing
(2ª edicao revista e
atualizada)
Projeto Gráfico e Capa
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Diagram ação
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Vilson M artins Filho
(2ª edição revista e
atualizada)
Revisão Ortográfica
Revisare
Im pressão
PostM ix
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Palavras da professora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Unidade
Unidade
Unidade
Unidade
Unidade
Unidade
1
2
3
4
5
6
O que é Gestão Estratégica? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
O que são empresas de varejo e de serviços? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Planejamento estratégico para empresas de varejo e de serviços . . . .59
Organização estratégica em empresas de varejo e de serviços . . . . 103
Direção estratégica em empresas de varejo e de serviços . . . . . . . . . 129
Controle estratégico em empresas de varejo e de serviços . . . . . . . . 159
Para concluir o estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
175
177
179
181
7
Palavras da professora
Você já foi criança, certo?
Então sabe que a criança gosta daquilo que vê e está perto (os
olhos brilham!), daquilo que pode pegar (o coração dispara!). A
criança não acha a menor graça naquilo que não pode brincar.
E você, como criança que já foi, adora aprender algo que seja
realmente interessante (os olhos brilham!), que possa ser aplicado
na prática (o coração dispara!).
Nesse sentido, é preciso resgatar seu lado criança para conseguir
mantê-lo, futuro gestor de empresa de varejo e de serviços, “aprisionado” a esse mundo fantástico da Gestão Estratégica, pelo
qual nutro uma paixão bastante singular.
Meu grande desafio aqui é o de fazer com que a Gestão Estratégica possa ser colocada em prática, por você, em qualquer
empresa de varejo e de serviços.
Vamos ver se conseguimos?
Profa. Ana Paula Reusing Pacheco
Plano de estudo
Ementa
As empresas e o ambiente externo. Planejamento estratégico e
ambiente externo. Organização estratégica. Direção estratégica.
Controle estratégico.
Objetivos da disciplina
Possibilitar ao estudante, a ampliação de seu universo conceitual,
de sua capacidade analítica e de desenvolvimento de prognósticos,
por meio da assimilação de fundamentos teóricos e práticos, estabelecendo a importância da visão e do raciocínio estratégicos na
gestão de empresas de varejo e de serviços.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Cronograma de estudos
Utilize o cronograma a seguir para organizar seus períodos de
estudo. E não esqueça de anotar as datas de realização das atividades de avaliação.
Semanas
Carga
horária
Eventos
1
Início da
disciplina
Atividades
Leitura da mensagem do tutor no Mural e
do Plano de Ensino
Estudo da Unidade 1 do livro didático
9
Unidade 1
1
Atividades de auto-avaliação
Atividades no AVA
Estudo da Unidade 2 do livro didático
10
Unidade 2
Atividades de auto-avaliação
Atividades no AVA
Estudo da Unidade 3 do livro didático
10
Unidade 3
Atividades de auto-avaliação
Atividades no AVA
Estudo da Unidade 4 do livro didático
2
9
Unidade 4
Atividades no AVA
Avaliação a distância
Estudo da Unidade 5 do livro didático
10
Unidade 5
Atividades de auto-avaliação
Atividades no AVA
3
Estudo da Unidade 6 do livro didático
9
Unidade 6
Atividades de auto-avaliação
Atividades no AVA
2
Encontro
presencial
Avaliação presencial
Encontro
presencial
Avaliação presencial 2ª. Chamada
Avaliação Final (Caso seja necessário)
12
Datas-chave
UNIDADE 1
O que é Gestão Estratégica?
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
„
Conceituar Gestão Estratégica;
entender como surgiu a Gestão Estratégica;
visualizar a inter-relação entre as funções do administrador e a Gestão Estratégica;
compreender a importância da Gestão Estratégica
para as empresas de varejo e de serviços.
Plano de estudo
Seção 1 O que é Gestão Estratégica?
Seção 2 O surgimento da Gestão Estratégica
Seção 3 A Gestão Estratégica e as funções do
administrador
Seção 4 Por que gerenciar estrategicamente uma
empresa de varejo e de serviços?
1
Para início de conversa
Se você parar um momento para refletir nas empresas
da época de nossos avós, o que viria a sua cabeça?
Acredito que você lembrará daquele empresário, ou melhor “dono
do negócio” que abria sua empresa e ficava sem mudar praticamente nada, da época da fundação da organização até a morte do
empresário - sim, porque naquele tempo, o cargo de empresário
era vitalício – ele conseguia sobreviver sem muitas dificuldades e
sustentava toda sua família.
Agora você deve estar pensando:
— Eu sei de casos de muitos “donos de negócio”
que faliram...as coisas não eram tão fáceis assim!
Não, caro aluno e futuro gestor. Esse era o panorama geral. Claro
que temos algumas exceções. E tenho certeza que você também
conhece muitos “donos de negócio” bem-sucedidos. É que até
a metade do século passado, as empresas “encontravam” seus
caminhos e por eles podiam seguir por, talvez, longas décadas.
As mudanças ambientais não eram tão intensas e a concorrência
representava uma competição muito pequena ou quase nula na
maioria dos setores.
Muito diferente de hoje, não é?
14
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
E agora, o que está ocorrendo nas empresas?
Pois é, muita coisa mudou. O atual período de turbulência pelo
qual o mundo está passando, com uma competição cada vez mais
intensa, exige dinamicidade em se formular caminhos alternativos para que as empresas não entrem em um ciclo de estagnação ou até mesmo de declínio.
Você sabe que as coisas mudam a uma velocidade tamanha, que
costumo dizer aos meus alunos que a empresa que estiver parada
(sem inovações nem crescimento), está, na realidade, retrocedendo.
E, a partir desse novo momento - de busca incessante pela sobrevivência e pelo crescimento - é que você, futuro gestor, precisa ser
capaz de fazer com que as empresas de varejo e de serviços acompanhem essas mudanças.
Então, vamos descobrir o que pode ser feito?
SECÃO 1
O que é Gestão Estratégica?
Bem, antes de você aprender o que esse termo significa, é preciso
ter presente que ele é também sinônimo de administração estratégica ou de gerenciamento estratégico.
E uma vez que esse objeto de estudo possui diversas denominações, por analogia também se pode supor que ao final desta
disciplina e curso, você poderá vir a ser um gestor estratégico,
ou ainda um gerenciador estratégico de empresas de varejo e de
serviços, não é mesmo?
Unidade 1
15
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Pois bem, Gestão Estratégica é:
Iterativo: termo que
significa que o processo é cíclico,
ou seja, assim que termina
a última etapa, a primeira
recomeça, e assim repetidas
vezes.
„
a determinação da missão e dos objetivos da organização frente aos seus ambientes externo e interno e
a administração dos estágios de formulação, implementação e controle da estratégia (WRIGHT, KROLL,
PARNELL, 2000);
„
um processo contínuo e iterativo que visa manter
uma organização como um conjunto apropriadamente
integrado a seu ambiente (CERTO, PETER, 1993, p. 6);
„
o planejamento estratégico aliado à tomada de decisão
em todos os níveis da organização (TAVARES, 1991);
„
a capacitação da organização, de forma a permitir que as decisões administrativas e operacionais
estejam de acordo com as decisões estratégicas (FISCHMANN, ALMEIDA, 1991, p. 26).
Com base nas definições desses autores é possível você chegar a
seguinte definição:
Gestão estratégica é definir de maneira explícita, participativa e com base em um diagnóstico atual e futuro
de seus ambientes interno e externo, o rumo que se
pretende dar à organização, formulando missão, visão
e valores, além de implementar e controlar os objetivos,
estratégias e planos de ações definidos.
Você pode observar, portanto, que o gerenciamento estratégico é
uma tarefa bastante complexa, e envolve as diversas funções de
um administrador ou gestor (veja a seção 3), além da percepção
interna e externa da organização.
No entanto, não basta apenas conhecer o ambiente externo atual
e fazer uma projeção de possíveis mudanças no mesmo. Para
gerenciar estrategicamente uma empresa de varejo ou serviços, o
gestor deve adotar uma postura pró-ativa.
Mas o que é ser pró-ativo? Significa antecipar-se às mudanças.
Isso quer dizer que gerenciar estrategicamente é estar em
constante prospecção, atualização e adequação da empresa em
relação a seus ambientes interno e externo.
16
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Atenção! Ser prospectivo é uma habilidade
fundamental do Gestor Estratégico!
Exemplo:
Você pode tomar como exemplo um comerciante.
Ele fica esperando seus clientes procurá-lo?
Alguns sim, mas os melhores não. Eles
devem ir a busca de clientes, ou seja,
prospectar clientes e mercados. De
outro modo, um concorrente o fará no
seu lugar.
Um outro exemplo é o da análise financeira, na qual
estudiosos definem tendências financeiras e cenários
econômicos. Essas definições, então, dão suporte para a
tomada de decisão a gestores, empresários e investidores e até mesmo a clientes e consumidores, para que os
mesmos possam fazer prospecção de novos mercados
e de novos investimentos.
Observe desse modo, que em qualquer empresa a necessidade
de prospecção ambiental, ou seja, de antecipação do que irá
acontecer nos seus ambientes interno e externo é uma necessidade latente, principalmente para que a Gestão Estratégica possa
ser desenvolvida e implementada de maneira mais segura.
SEÇÃO 2
O surgimento da Gestão Estratégica
Tratando-se de práticas administrativas, acredito que não é
possível especificar datas precisas de quando surgiu cada prática.
No entanto, podemos visualizar com maior exatidão quando essas
práticas passaram a fazer parte do interesse e do cotidiano de
muitas organizações.
Se você trabalha ou já trabalhou em uma organização “antenada”
com as novidades na área de gestão, talvez já passou pela experiência da implementação de um programa da Qualidade Total ou
quem sabe de um 5S, não é mesmo?
5S: é um sistema que
visa a melhoria do desempenho
organizacional, originando-se
de palavras que em japonês
começam com a letra “S”:
SEIRI = Utilização
SEITON = Organização
SEISO = Limpeza
SEIKETSU = Saúde
SHITSUKE = Autodisciplina.
Unidade 1
17
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Pois saiba que esses programas ou ferramentas são exemplos
de práticas administrativas bem mais simples do que o desenvolvimento de uma Gestão Estratégica, a qual só passou a ser
utilizada nas organizações a partir da década de 80.
Degen (apud Tavares, 1991) foi um autor que desenvolveu um
panorama comparativo do que ele chama de evolução do planejamento estratégico, colocando a Gestão Estratégica como uma
prática que veio para resolver diversos dos problemas de implementação do planejamento estratégico.
Observe na Figura 1.1 as quatro fases dessa evolução.
Evolução do planejamento estratégico
1º
Planejamento
Financeiro
2º
Planejamento
a Longo Prazo
3º
Planejamento
Estratégico
4º
Administração
Estratégica
Flexível
Eficácia do planejamento
Coordenação de
Todos os Recursos
para o Objetivo
Pensamento
Estratégico
Integração do
Planejamento e
Controle
Análise das Mudanças no Ambiente
Sistemas de Apoio,
Motivação e
Compensação
Projeção de
Tendências
Análise dos nossos
Recursos e Competências
Desenvolvimento
Organizacional
Orçamento Anual
Análise de Lacunas
Alocação de
Recursos
Informações e
Comunicações
Sistema de
Valores
Cumprir o
orçamento
Projetar o Futuro
Definir a Estratégia
Determinar o
Futuro
Problemas
Promover a Miopia
Não Prevê
Mudanças
Fórmulas Simplistas
Motivação e
Controle
Predominância
Anos 50
Anos 60
Anos 70
Anos 80
Fonte: Degen apud Tavares (1991, p. 06)
Figura 1.1 A evolução do planejamento estratégico
18
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
A partir da figura 1, sobre as quatro fases da evolução do planejamento estratégico, o que você pode observar visualizar em cada
fase?
1a Fase: Planejamento Financeiro
A década de 50 foi a época do Planejamento Financeiro, onde
as organizações desenvolviam orçamentos anuais baseados em
receitas previstas, estimando seus gastos. Foi a época do controle
orçamentário.
No entanto, muitas organizações privadas e públicas ainda desenvolvem apenas esse tipo de planejamento, no qual os participantes do orçamento definem seus gastos futuros com base no
que foi gasto no passado.
O Planejamento Financeiro provoca uma visão míope nas organizações porque, antes de definir os objetivos, checa-se o quanto
se pode gastar, limitando o que poderia ser alcançado.
2a Fase: Planejamento a Longo Prazo
O início da década de 60 cedeu lugar ao Planejamento a Longo
Prazo, mais uma vez elaborado com base em indicadores
passados e atuais, sem prever possíveis mudanças. Por outro lado,
o impacto da tomada de decisão nas organizações passou a ser
criteriosamente avaliado.
3a Fase: Planejamento Estratégico
Já a década de 70, correspondeu à época do Planejamento Estratégico e com ele veio a “febre” das empresas de consultoria,
provocando a falta de envolvimento dos membros da organização
e também a isenção de responsabilidade dos executivos.
“Eu estava em uma cama quente e, de repente,
sou parte de um plano”
Woody Allen
Unidade 1
19
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Nessa fase, para o desenvolvimento do planejamento, os
ambientes interno e externo das organizações passaram a ser
analisados com base na noção de SWOT (veja figura 1.2), a qual
foi desenvolvida na década de 60, enfatizando a “adequação entre
as capacidades internas e as possibilidades externas” (,
 e , 2000, p.28) da organização, a partir da
avaliação de seus pontos fortes (strengths) e fracos (weaknesses), à
luz das oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) de seu
ambiente externo.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 1.2 A Noção SWOT
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 1.3 Organização, análise externa e análise interna
4a Fase: Administração Estratégica
Surgiu então, na década de 80, a Administração Estratégica
reunindo em um único processo o planejamento e a administração. Essa união foi permitida pelo compartilhamento dos
conhecimentos técnicos - antes exclusivos aos consultores - e
20
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
também pelo envolvimento de todos os níveis no processo. A
Administração Estratégica é de responsabilidade de todos e não
somente da cúpula da organização, e diz respeito à capacitação da
mesma. É, portanto, uma gestão participativa.
Talvez a principal diferença que você pode observar na figura 1.1,
entre a administração estratégica e as demais fases, seja a preocupação com a projeção de cenários, ou seja, com a previsão do
que possa acontecer no futuro com o ambiente externo no qual a
organização está inserida.
SEÇÃO 3
A gestão estratégica e as funções do administrador
Neste momento, talvez você possa estar se perguntando:
O que é que tem a ver Gestão Estratégica com as
funções do administrador?
A administração estratégica pode ser dividida em quatro fases
básicas, as quais estão diretamente relacionadas com as funções
do administrador, conforme você pode observar no quadro 1.1 a
seguir.
Fase
O que se faz
Função relacionada
1
Análise situacional e formulação da missão, visão,
negócio, valores e objetivos.
Planejamento
2
Definição de estratégias e planos de ações.
Planejamento e
Organização
3
Implementação do plano desenvolvido.
Direção
4
Avaliação e controle do plano desenvolvido.
Controle
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 1.1 A Gestão Estratégica e as funções do administrador
Unidade 1
21
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fase 1: Função planejamento
Observe que a primeira fase, de definição do rumo que se
pretende dar a uma organização, formulando missão, visão,
negócio, valores e objetivos, está diretamente relacionada com a
função planejamento, que é a primeira das funções de um administrador.
É importante lembrar que a função planejamento só
poderá ser eficazmente desenvolvida se o gestor estiver
atento aos ambientes interno e externo da organização
(análise situacional).
A análise situacional, portanto, contribui para a definição do
rumo que se pretende dar a uma organização.
A primeira das funções de um administrador, a função planejamento, é, portanto, a que dá início à Gestão Estratégica. É a
partir dela que uma organização começa a ser administrada estrategicamente.
Você verá na unidade  mais em
profundidade a denifição desses
conceitos.
É preciso desenvolver, no entanto, um Planejamento Estratégico com o envolvimento de todos os integrantes da organização,
visto que esse tipo de planejamento prevê um diagnóstico situacional e ainda a definição de missão, visão, negócio, valores e
objetivos estratégicos para a organização. E são esses elementos
que darão sustentação à Gestão Estratégica. É o que Amboni
(2002) chama de “base estratégica corporativa”.
Não basta, portanto, desenvolver um Planejamento Financeiro
ou a longo prazo, visto que essas formas mais simples de planejamento possuem limitações em termos de abrangência temporal
ou então de estagnação. Ou seja, quando uma organização desenvolve um Planejamento Financeiro, ela o fará para um período
de curto prazo, geralmente anual, e com base no que foi gasto, o
que não permite gerenciar estrategicamente. Isso é limitação em
termos de abrangência temporal.
Agora você deve estar se perguntando:
Qual o problema de gerenciar estrategicamente uma
organização com base no que venho gastando e ainda
planejar anualmente o que farei?
22
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
A resposta é simples e você já a estudou na seção 2 desta unidade,
vamos recordar?
- O Planejamento Financeiro causa uma visão míope,
fazendo com que o gestor pense na organização
como algo estanque, ou seja, os gastos deste ano
serão apenas atualizados (corrigidos) para o próximo
ano e assim sucessivamente. A organização fica
“presa” ao passado.
Imagine você desenvolvendo um Planejamento Financeiro
pessoal: “Neste ano gastei X. Vou fazer uma correção nos meus
gastos com base em uma taxa inflacional e ano que vem gastarei
X acrescido do percentual de inflação”.
Nossa! Aonde foi parar sua audácia?! Seus planos de crescimento
pessoal e profissional?! Você os teria deixado presos ao passado,
não é?
Agora está explicado?
E qual o problema então com o planejamento em
longo prazo?
É o de estagnação. Ou melhor, ele não prevê que mudanças
poderão ocorrer ao longo do tempo em que o planejamento será
implementado. É um Planejamento Financeiro pensado para um
período mais longo. Isso é limitação em termos de estagnação.
Fase 2: Funções planejamento e organização
Já a definição das estratégias e planos de ações, por sua vez,
relaciona-se às funções planejamento e organização.
Observe, portanto, que não basta apenas planejar. É preciso
começar a estruturar a organização para que o que foi planejado
possa ser colocado em prática. É a partir daí que a segunda
função do administrador, a função organização, entra em ação.
E o que é estruturar uma organização?
Unidade 1
23
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
É definir os sistemas de tomada de decisão e de comunicação e
ainda a responsabilidade e a autoridade de cada um. Nessa fase
do processo de Gestão Estratégica, deve-se pensar na realização
de objetivos mútuos: organizacionais e pessoais.
Se você parar para visualizar essa fase, ela mais lhe parecerá uma
“entrefase”, onde estão sendo ajustados alguns aspectos do que foi
planejado para que a implementação possa ocorrer. No entanto,
sem que os responsáveis sejam devidamente envolvidos com o
processo de Gestão Estratégica, ela terá seu fim aqui.
Fase 3: Função direção
Já a implementação do plano desenvolvido está relacionada à
função direção.
Uma vez que o planejado está devidamente organizado, cabe
ao gestor agora, coordenar e direcionar as atividades dos integrantes da organização, implementando o que foi planejado. É
a terceira função do administrador, a função direção.
Essa é a fase em que o gestor deve usar todo seu talento para
motivar os integrantes da organização a implementarem o
plano. E é também nesse ponto que a maioria dos planos ficam
parados, aguardando a implementação. Portanto, sem a função
direção a Gestão Estratégica não poderá tornar-se uma realidade.
Fase 4: Função controle
E, finalmente, a avaliação e o controle do plano definido estão
ligados à última função do administrador, a função controle.
Você sabe que o mundo e também os ambientes organizacionais
(internos e externos) não se encontram parados, pelo contrário,
estão constantemente se alterando. E é por isso que o que foi
planejado deve ser avaliado e, se necessário, alterado para que
os objetivos possam ser eficazmente atingidos. Essa é a última
função do administrador, a função controle.
Se você observar no quadro 1.1 as funções do administrador,
poderá pensar que elas tem um fim. No entanto, essas quatro
funções são apenas parte de um processo, que é a Gestão Estratégica, e trabalham de forma contínua e cíclica, transformando e
aperfeiçoando as pessoas e as organizações.
24
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
É um processo iterativo conforme foi colocado na seção 1 desta
unidade. Ou seja, quando a última das funções é utilizada – a
função controle – deve-se realimentar a organização de informações para que mudanças sejam implementadas no que foi
planejado ou que um novo planejamento seja elaborado. Desse
modo, o processo se reiniciará.
A administração estratégica é, portanto, a consolidação
(reunião e aplicação) das funções do administrador na
organização, conforme você pode observar na figura
1.4 a seguir.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 1.4 O processo iterativo da administração estratégica, e as funções do administrador
Para finalizar esta seção, apenas cabe esclarecer que esta divisão
das funções do administrador (planejamento, organização,
direção e controle) que será utilizada para o desenvolvimento
desta disciplina não é única. Existem várias divisões das funções
do administrador, cada qual com suas justificativas para tal
segmentação. Essas divisões não podem ser consideradas como
certas ou erradas, são somente formas diferentes de olhar e interpretar a realidade.
Unidade 1
25
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fayol, em 1916, desenvolveu a primeira classificação
das funções do administrador. Ele apresentou cinco atividades gerenciais básicas: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.
A classificação de Fayol também é conhecida como  (falase ), referente às iniciais de cada função, como pode ser
observado na figura 1.5 a seguir.
Fonte: Elaborado pela professora autora
Figura 1.5 A classificação POCCC
SEÇÃO 4
Por que gerenciar estrategicamente
uma empresa de varejo e de serviços?
Muitos são os benefícios de um gerenciamento estratégico eficaz,
e talvez o mais importante para as empresas seja o restabelecimento ou a conquista dos resultados financeiros esperados.
Os autores Certo e Peter (1993), listaram uma série de potenciais
benefícios de uma administração estratégica, dentre os quais:
desenvolver nos membros da empresa um maior interesse
pela organização;
„ dar uma vantagem à empresa, frente a seus concorrentes;
„ permitir a clara visão do negócio;
„ canalizar melhor os esforços para a conquista de
objetivos;
„ permitir a revisão do plano desenvolvido e o controle das
atividades envolvidas;
„
26
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
ordenar as prioridades a partir de um cronograma;
„ contribuir para a motivação geral das pessoas, pois
esclarece as responsabilidades individuais;
„ estimular a cooperação e a integração para enfrentar
tanto oportunidades quanto problemas.
„
No entanto, é preciso incentivar e desenvolver nas pessoas a
mudança de atitude, democratizando todo o processo do planejamento, implementação e controle, a fim de adaptá-lo tanto à
organização quanto às pessoas.
Participação, mentalidade crítica, flexibilidade e acompanhamento, são fatores cruciais para um efetivo gerenciamento estratégico.
Atividades de auto-avaliação
Para ficar mais fácil o entendimento do conteúdo desta primeira
unidade, realize as atividades de auto-avaliação. Para tal, leia os
enunciados com atenção e responda as questões que seguem:
1. Com base nas informações obtidas nesta unidade desenvolva
com suas próprias palavras, o seu conceito de gestão estratégica.
Observação: estude a unidade e procure desenvolver sem consultá-la para
não correr o risco de copiar o texto.
Unidade 1
27
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2. Na 2ª. coluna estão elencados aspectos relacionados aos planejamentos financeiro, em longo prazo e/ou estratégico e/ou ainda
à Gestão Estratégica. Relacione as colunas, colocando o número
equivalente:
Obs.: todas as alternativas (a, b, c, d, e) devem ser relacionadas!
1) Planejamento financeiro
2) Planejamento em longo prazo
3) Planejamento estratégico
4) Gestão estratégica
a) ( ) Projeção do futuro sem previsão
de mudanças
b) ( ) Capacitação organizacional
c) (
) Planejamento desenvolvido com
base em análise ambiental
d) (
) Prospecção do ambiente externo
e) ( ) Projeção anual de gastos
3. Descreva com suas palavras como as quatro funções do administrador (planejamento, organização, direção e controle) podem
ser relacionadas com as fases da Gestão Estratégica. O que é
feito em cada fase?
28
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
4. Escolha uma empresa varejista e de serviços que você tenha
acesso fácil para conversar com o gestor ou com uma pessoa
que também tenha conhecimento da parte gerencial da mesma.
Identifique e descreva as principais vantagens do tipo de planejamento (financeiro, em longo prazo ou estratégico) utilizado pela
empresa, ou ainda da implantação da administração estratégica,
se a empresa já estiver nesta fase.
Dica: Mesmo que a empresa não tenha um planejamento formalizado
(por escrito), algum tipo de planejamento sempre existe na “cabeça” do
gestor.
Unidade 1
29
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Síntese da unidade
Nesta primeira unidade você tomou conhecimento que a Gestão
Estratégica:
„
„
„
„
é uma prática administrativa que vem sendo aplicada nas
organizações a partir da década de 80 e que define, com
base em um diagnóstico ambiental interno e externo, o
rumo que se pretende dar à organização; formulando
missão, visão e valores, além de implementar e controlar
os objetivos, estratégias e planos de ações definidos;
não é uma teoria que surgiu por acaso. Ela é uma
evolução de outras práticas administrativas, as quais já
vinham sendo aplicadas nas organizações desde a década
de 50 (Planejamento Financeiro) e que foram evoluindo
em termos de abrangência (Planejamento a Longo
Prazo) e de complexidade (Planejamento Estratégico),
conforme a necessidade das organizações e das mudanças
impostas pelo mercado;
está inter-relacionada com as funções do administrador,
não existindo sem que todas sejam colocadas em práticas;
é um importante e completo meio que as organizações e particularmente empresas varejistas e de serviços
possuem para alavancar melhores resultados.
Agora você já pode passar para a segunda unidade e aprender o
que são as empresas de varejo e de serviços. Até lá!
30
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Saiba mais
Como você acompanhou, a Gestão Estratégica é uma
importante prática administrativa que, mais cedo ou
mais tarde, todos nós nos depararemos como integrantes
de seu processo de desenvolvimento e implementação
nas organizações. No entanto, quando essa mudança
“bater a sua porta”, saiba como lidar com ela de maneira
menos estressante, lendo o livro:
JOHNSON, Spencer. Quem mexeu
no meu queijo? Rio de Janeiro:
Record, 2002.
Para obter maiores informações a
respeito deste livro acesse o seguinte
endereço eletrônico:
http://www.livrariasaraiva.com.br/
produto/produto.dll/detalhe?pro_id=421755
Para aprofundar seus conhecimentos a respeito das
funções do administrador você poderá ler as páginas 42 a
50 do livro:
LACOMBE, F. J. M., HEILBORN, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.
Unidade 1
31
UNIDADE 2
O que são empresas
de varejo e de serviços?
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
Entender a diferença entre organização e empresa;
compreender como as empresas de varejo e serviços
são classificadas;
visualizar os ciclos de vida das organizações.
Plano de estudo
Seção 1 Organização × Empresa.
Seção 2 Como as empresas de varejo
e de serviços são classificadas?
Seção 3 O ciclo de vida das empresas
de varejo e de serviços.
2
Para início de conversa
Na unidade anterior você aprendeu o que é a Gestão Estratégica,
sua origem e importância, e compreendeu a sua inter-relação
com as funções do administrador.
No entanto, é importante que você também desvende o mistério
das empresas de varejo e serviços, locais onde a Gestão Estratégica também é aplicada. Ao conhecê-las, certamente você irá
encantar-se com esses tipos de empresas.
Porém, antes de prosseguir, é necessário que você entenda alguns
conceitos básicos, que também são objeto de estudo desta
segunda unidade. Vamos em frente?
SEÇÃO 1
Organização x Empresa
Desde muito cedo todos nós pertencemos a uma ou mais organizações: escola, organização religiosa, grupo de música, time de
futebol, entre outras.
Mesmo que de modo informal, todas essas organizações, e
também as empresas, possuem objetivo ou objetivos a serem
atingidos e estratégias para alcançá-los. Para melhor compreender esse raciocínio, observe os exemplos citados no Quadro 2.1
a seguir:
34
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Organização
Objetivo
Estratégia
Escola
Formação educacional
Abordagem dos mais diversos
assuntos
Organização religiosa
Doutrinamento
A fé
Grupo de música
Tocar com maestria
Ensaios
Time de futebol
Ganhar o jogo
Capacidade técnica e disciplina
Empresa de Manutenção
Prestar serviços de qualidade
Possuir mão-de-obra capacitada
Loja de R$ 1,99
Vender produtos voltados à classe social menos
favorecida
Comprar em grande quantidade
e estar em um ponto de intensa
circulação de pedestres
Fábrica de calçados
Produzir calçados de
qualidade superior
Investimento em equipamentos
de última geração
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 2.1 Exemplos de organizações, seus objetivos e estratégias.
Reflita:
De quais organizações você faz parte?
Agora, vamos supor que você e um amigo próximo cansaram de
apenas fazer parte de alguma organização e tiveram uma idéia
para, enfim, serem “donos do próprio nariz”.
Pois bem, vocês começam a pensar na empresa que querem
abrir e passam a estruturá-la. A partir do momento que vocês
estiverem trabalhando juntos, para alcançar um objetivo específico (comercialização, prestação de serviços, etc), vocês estarão
formando uma organização.
Esse tipo de organização é chamado de empresa.
Unidade 2
35
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Relembre e tenha presente que:
„
Organização pode ser definida como duas ou mais
pessoas que estejam trabalhando juntas, de modo
estruturado, para alcançar objetivos comuns; e
„
Empresa é definida como uma organização que
reúne e integra recursos para alcançar objetivos de
lucratividade por meio da produção e/ou comercialização de bens e/ou de serviços.
Reflita:
Toda empresa é uma organização, porém, nem toda
organização é uma empresa.
SEÇÃO 2
Como as empresas de varejo e de serviços são classificadas?
Antes de apresentar as classificações das empresas de
varejo e de serviços, é importante que você saiba que
esse tipo de empresa é aquela que comercializa produtos e serviços a consumidores finais. Desse modo,
independente da maneira, ou ainda do local onde será
realizada a venda, uma empresa que tenha como condição básica a comercialização de produtos e serviços
para consumidores finais, será considerada como uma
empresa de varejo e serviços, ou ainda um varejista.
Observe que mesmo que a atividade da empresa seja, por
exemplo, a venda de produtos de informática, ela costuma agregar
serviços – assistência técnica, estacionamento, crédito, entrega,
dentre outros – a seus produtos. Por outro lado, há apenas as
empresas que comercializam esses serviços como, por exemplo,
uma empresa de assistência técnica.
Observe ainda que as empresas de varejo e de serviços:
„
36
por serem organizações privadas com fins lucrativos,
pertencem ao segundo setor, onde o dinheiro privado é
utilizado para fins privados;
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Você sabia?
Outros tipos de organizações podem pertencer ao primeiro setor (organizações governamentais nas quais o
dinheiro público é utilizado para fins públicos) ou ainda
ao terceiro setor (organizações privadas não-lucrativas
ou sem fins lucrativos, nas quais o dinheiro privado é
utilizado para gerar bens, serviços públicos e privados).
„
pertencem ao setor econômico chamado terciário, tendo
em vista que suas atividades econômicas são baseadas no
comércio e serviços;
Você sabia?
Outros tipos de empresas podem pertencer ao setor
primário (agropecuária) ou ainda ao setor secundário
(indústria).
„
podem ser classificadas como microempresa (faturam
até R$ 120.000,00); empresa de pequeno porte (faturam
de R$ 120.000,00 até R$ 1.200.000,00); ou ainda
empresa de médio e grande porte (faturam acima de R$
1.200.000,00) levando-se em consideração seu faturamento anual bruto.
Agora que você já entendeu o que é uma empresa de varejo e
serviços, é válido que compreenda ainda que existem os mais
diversos tipos de classificações para tentar facilitar o entendimento, a comparação e a análise dessas empresas.
Então, vamos descobrir essas classificações?
Muitos são os autores consagrados nessa área, no entanto, para
esta disciplina, será utilizada a classificação de Parente (2000),
um autor brasileiro que embasou seus estudos em Berman e
Evans (apud  2000), classificando as empresas varejistas
de três maneiras diferentes, conforme você pode visualizar na
figura 2.1 a seguir:
Unidade 2
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Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fonte: Parente (2000), p. 25
Figura 2.1 Classificação das instituições varejistas
Antes de você estudar detalhadamente as diversas classificações, é
importante observar que utilizarei a divisão apresentada na figura
2.1 para descrever as características e também buscar exemplificar
os tipos de empresas varejistas apresentadas. Porém, essas descrições e exemplificações serão desenvolvidas de acordo com uma
ampla literatura e também experiência prática.
1 Classificação por tipo de propriedade
Conforme você pode observar na figura 2.1, as empresas varejistas são classificadas por tipo de propriedade em:
„
Independentes. Estabelecimento único de um varejista.
Pode ser uma microempresa ou ainda de pequeno, médio
ou grande porte. O que a classifica como tal é que seu
proprietário apenas possui esse empreendimento.
„
Redes. Este tipo de empresa é entendido como dois
ou mais estabelecimentos, de linhas semelhantes de
produtos e/ou serviços que possuem controle/direção e
propriedade comuns.
Lojas C&A
38
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Você sabia?
A ACNielsen, empresa líder global em investigação,
informação e análise de mercado, classifica as redes em
cadeias de lojas quando cinco ou mais lojas possuem a
mesma razão social e CNPJ.
„
Franquias. É uma associação entre o franqueador e
o franqueado (varejista independente), que compra o
direito de comercializar algum bem e/ou serviço, cujo
sistema operacional, marca ou patente pertence ao franqueador.
O Boticário e Mc Donald’s
„
Departamentos Alugados. Em algumas lojas vare-
jistas, principalmente superlojas (veja classificação na
seqüência), existem departamentos que são operados e
gerenciados por outro proprietário. Esses departamentos
alugados podem comercializar bens e/ou serviços, tais
como: floricultura, lavanderia, correio, farmácia, dentre
outros.
„
Sistemas Verticais de Marketing (SVM). Ocorre quando
os participantes de um canal – varejistas, atacadistas e
produtores – formam um sistema integrado com a finalidade de otimizar os resultados operacionais. Dentre
diversos tipos de , um varejista pode, por exemplo,
comprar uma empresa que seja sua fornecedora; ou então
passar a gerenciar as etapas de produção desse fornecedor; ou ainda formar parcerias com outros varejistas e
abrir uma instituição atacadista. Uma franquia também
pode ser considerada como um .
2 Classificação do Varejo com Loja
As empresas varejistas com loja também recebem uma classificação e estão divididas em varejo alimentar, varejo não-alimentar
e varejo de serviços.
Unidade 2
39
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
a) Varejo Alimentar.
Sabe-se que o faturamento do varejo alimentício no Brasil supera
os gastos do varejo não-alimentar. Dessa forma, pode-se perceber
a razão do interesse por esse tipo de varejo em nosso País e no
Mundo. Para que você compreenda melhor o varejo alimentar, é
importante dividi-lo em:
„
Bares. São lojas cuja principal característica é a venda
para consumo local (on premisse), principalmente de
bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Também são denominados de botecos, botequins, cafés, lancherias...
Cabe aqui uma observação:
a ACNielsen, classifica esse tipo de
loja como não-alimentar.
„
Mercearias. São lojas do tipo tradicional, ou seja, que
têm balcão ou então vendedor para atendimento.
Também são denominadas de armazéns ou empórios e
tem como característica o tamanho, que é pequeno.
„
Padarias. Da mesma forma como as mercearias, as
padarias também são lojas tradicionais, mas com
a diferença de que a maior parte do faturamento
é proveniente dos produtos que o próprio
estabelecimento produz.
„
Minimercados. São lojas pequenas de auto-serviços,
ou seja, com somente 1 (um) check out (caixa registradora, terminal de ponto-de-venda –  –, máquina de
calcular, máquina de somar ou conferência de compras)
na saída, com carrinhos dispostos de maneira acessível,
permitindo aos fregueses se “auto-servirem”. Pode-se
afirmar que é uma mercearia que evoluiu para o autoserviço.
„
Lojas de Conveniência. São lojas pequenas também de
auto-serviços, que possuem entre 1 (um) e 2 (dois) check
outs e oferecem algumas linhas de produtos de alta rotatividade, cujo horário de atendimento é estendido ou
mesmo 24 horas. Seus preços são geralmente mais altos
devido aos custos operacionais elevados e muitas estão
localizadas em postos de gasolina.
Hungry Tiger
40
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
Supermercados Compactos. São lojas que oferecem uma
linha completa, mas compacta de produtos alimentícios e
que possuem entre 2 (dois) e 6 (seis) check outs.
„
Supermercados Convencionais. São lojas de porte
médio de auto-serviço. Essas lojas têm um elevado
volume de produtos alimentícios, de limpeza e de uso
doméstico. Possuem entre 7 (sete) e 20 (vinte) check outs.
„
Superlojas. São lojas com basicamente o dobro do
tamanho dos supermercados convencionais que oferecem,
além de produtos alimentícios e não-alimentícios, roupas,
eletrodomésticos, eletrônicos e serviços como correio e
lavanderia. Possuem entre 25 (vinte e cinco) e 36 (trinta
e seis) check outs.
Supermercado Angeloni em Santa Catarina
„
Hipermercados. São ainda maiores do que as superlojas,
possuindo entre 55 (cinqüenta e cinco) e 90 (noventa)
check outs. O espaço que é destinado a produtos nãoalimentícios é muito maior.
Carrefour
„
Clubes Atacadistas. São lojas de grande porte, com 25
(vinte e cinco) a 35 (trinta e cinco) check outs, mas que
vendem tanto no varejo quanto no atacado. As principais
características são preços mais acessíveis e limitação de
seus serviços.
Makro
Unidade 2
41
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
b) Varejo Não-Alimentar.
No Brasil, este tipo de varejo está dividido em dois principais
modelos que são:
„
Lojas Especializadas. São aquelas que apresentam uma
restrita linha de produtos de alta qualidade, mas com
grande variedade dela. Além de localização conveniente
e excelente serviço. Por.ex.: lojas de brinquedos, de
produtos esportivos, de livros etc.
„
Lojas de Departamento. Ao contrário das lojas especia-
lizadas, as lojas de departamento oferecem uma grande
variedade de linhas de produtos, onde cada departamento é gerenciado como uma Unidade Estratégica de
Negócios ().
Lojas Renner
„
Minilojas de Departamento. São também conhecidas
como magazines e apresentam uma área de vendas de
tamanho mediano.
Ponto Frio e Casas Bahia
Ainda existem outros formatos, menos representativos que são:
„
Category Killer. É uma loja especializada de grande
porte, como a mega livraria citada no exemplo.
Livrarias Saraiva
42
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
Lojas de Desconto. Vendem mercadorias comuns a
preços mais acessíveis, com um volume de variedade de
linhas e quantidade de produtos razoáveis. Ex.: lojas de
ponta de estoque.
„
Lojas de Fábrica. São de propriedade dos fabricantes dos
produtos que são comercializados.
c) Varejo de Serviços.
O que diferencia o varejo de serviços para o alimentar e nãoalimentar é o que o consumidor adquire. No varejo de serviços
ele paga pelos benefícios de alguns serviços e não pela posse de
um bem.
3 Classificação do Varejo sem Loja
As empresas varejistas sem loja existem devido às estratégias de
marketing diferenciais do varejo com loja, sendo divididas em:
„
Marketing Direto. É aquela venda que utiliza mídias de
propaganda para interagir com os consumidores. Ex.:
telemarketing, mala direta, venda por catálogo, dentre
outros.
„
Venda Direta. É aquela feita porta a porta ou então em
reuniões domiciliares.
Avon, Natura, Amway e Tupperware
„
Máquina de Venda Automática. São as vendas que
dispensam a presença de algum vendedor ou loja. Ex.:
máquinas de bebidas, balas etc..
„
Varejo Virtual. São as vendas realizadas via Internet.
Shoptime.com
Unidade 2
43
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
SEÇÃO 3
O ciclo de vida das empresas de varejo e de serviços
Agora que você já conhece as diversas classificações
das empresas varejistas, que tal estudar um pouco
sobre o ciclo de vida dessas empresas?
Desde nossa concepção até a idade adulta, passamos por diversas
transformações. Depois que paramos de crescer, continuamos
mudando, nos transformando sempre. E vivenciando esse
processo de transformação, sabemos que ele está repleto de crises
referentes a cada idade, as quais certamente temos que superar
para vivermos em harmonia.
Com uma empresa de varejo e serviços não poderia
ser diferente, visto que ela também se desenvolve,
mudando ao longo de sua existência.
Se você é um empresário, ou mesmo uma pessoa atenta ao que
acontece na organização em que trabalha, ou então estuda, ou
ainda freqüenta (restaurante, clube, supermercado, farmácia,
padaria, posto de gasolina, entre outros), você deve ter notado
que na maioria desses lugares, se não em todos, aconteceram
mudanças ao longo dos anos.
Layout ou arranjo físico:
é a disposição dos móveis,
maquinários e equipamentos em
um ambiente.
Se você não faz parte da organização, percebe essas mudanças
em seu layout ou arranjo físico, em seus bens e/ou serviços, na
forma de atendimento, entre outros aspectos.
No entanto, se você fizer parte da organização, saberá que essas
mudanças vão muito além do que é percebido pelo cliente,
demandando envolvimento e investimento de todos os integrantes da organização – gestor(es) e colaboradores.
Para que você possa entender melhor como ocorrem essas
mudanças nas organizações, Greiner se preocupou em estudar os
ciclos de vida das organizações, mostrando que cada progressão
de um estágio evolutivo para outro, é composto por período de
crise e relativa calma.
44
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Ou seja, quando a organização está em um determinado estágio,
e se estiver evoluindo é claro, ela tende a entrar em um período
de crise que irá exigir uma reação para que essa crise seja
superada.
A partir de mudanças, portanto, é que a organização
chegará a outro estágio.
O que diz a teoria de Greiner sobre os ciclos de vida das
organizações?
Greiner, a partir de seus estudos, verificou que as organizações
não são estanques, e sim que elas mudam ao longo do tempo,
passando por cinco (5) fases.
Eu os convido agora a estudar e extrapolar (darei foco
às empresas varejistas) a teoria de Greiner, e a entrar
neste mundo de mudanças pelas quais passam as
organizações que evoluem. Para facilitar seu estudo,
acompanhe a seguir, de forma contextualizada, cada
fase desta teoria.
Primeira fase – Criatividade
Na primeira seção desta unidade, sugeri a você que, juntamente
com um colega, abrisse uma empresa. Suponha que hoje vocês
montaram o negócio: uma microempresa varejista que comercializa equipamentos de informática. Essa empresa, vamos chamála de “InfoTec”, é composta somente por vocês dois e mais três
colaboradores, e foi aberta sem um planejamento formalizado,
que é o que acontece com a maioria dos novos empreendimentos.
Como você e seu sócio se vêem? Diretores Presidente?
Ou um “faz de tudo um pouco?”
Unidade 2
45
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Acredito que a segunda opção seja a escolhida, pois quando se
abre um novo empreendimento, a tendência é que o empresário
coloque a “mão na massa” mesmo, e não fique apenas gerenciando.
Essa é a primeira fase do estágio evolutivo das organizações, na
qual o empresário deve utilizar todo o seu potencial criativo.
É a fase da criatividade, em que você e seu sócio estarão preocupados em conquistar clientes, estruturando a “InfoTec” de uma
maneira bastante simples, centralizada e informal.
Essa simplicidade, no entanto, não significa que não haverá uma
forma de controlar a empresa, mas sim que esse controle será
feito com base no que a organização estiver conseguindo vender.
É simplesmente isso, quando a empresa está nessa fase, a preocupação de vocês empresários será:
— Estou conseguindo vender e ter um retorno sobre o que
investi?
Se eu, com a mania que só os consultores da área de gestão têm,
fizer uma visita a sua empresa e lhe perguntar:
— Quais os cargos e as atribuições que competem a cada
pessoa aqui na “InfoTec”?
Você vai me olhar e dizer:
— Sabe, aqui nós fazemos um pouco de tudo. Eu e meu
sócio estamos envolvidos tanto em atividades operacionais quanto gerenciais e os nossos colaboradores não têm
cargos definidos.
E neste momento você poderá estar pensando:
— Somos todos um grande time de “quebra-galhos”. Que
saudades da minha época de colaborador, quando eu
tinha horário de chegada e saída da organização e
dormia todas as noites tranqüilamente!
46
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
No entanto, se a empresa “der certo”, irá chegar um momento em
que essa forma de “tocar” o negócio irá exigir um pouco mais do
que seu trabalho árduo e, inevitavelmente, você se sentirá sobrecarregado, e a “InfoTec” entrará no que Greiner chamou de crise
de liderança, exigindo um gerenciamento mais profissional, com
novas técnicas administrativas e gerenciais.
E, a forma de você e seu sócio preverem ou lidar com essa
exigência tanto interna quanto externa, poderá determinar o
declínio ou a evolução da “InfoTec”.
E é exatamente por isso que é expressivo o percentual
de empresas que fecham antes de completarem três
anos e, no entanto, outras conquistam o sucesso e a
consolidação de seu negócio.
Então, como superar a crise de liderança?
Segunda fase – Direção
Com profissionalização da administração, mas como?
Ou você e seu sócio se profissionalizam, ou contratam alguém
que entenda sobre o assunto de gestão.
A primeira alternativa parece que vocês já escolheram, pois estão
se tornando gestores estratégicos, correto?
Então, a crise foi resolvida, e a “Infotec” terá agora, a seu inteiro
dispor, não somente dois empreendedores, mas dois gestores
estratégicos que irão implantar novidades na empresa.
Nesta segunda fase, que Greiner chamou de direção, a sua
atenção e de seu sócio vai estar voltada à eficiência das operações,
tendo em vista que somente vender e obter retorno sobre o investimento não é mais o suficiente.
Eficiência: Fazer algo com
coerência entre meios e fins,
ou seja, verificar se os meios
aplicados (custos) são condizentes
com o resultado alcançado
(benefícios).
A “InfoTec” já adquiriu uma certa experiência em suas atividades
– sim porque as organizações também aprendem – podendo
organizar melhor sua estrutura, otimizando suas operações.
Unidade 2
47
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
A partir de então, vocês poderão definir funções específicas para
as pessoas que a ela pertencem, inclusive para vocês, e formalizar,
pelo menos em parte, a comunicação.
É nessa fase que os sistemas contábeis e talvez de controle de
estoques serão implantados na “InfoTec” e que vocês, agora com
um perfil mais orientador, poderão aumentar o salário de seus
colaboradores por mérito, visto que já há como medir o nível de
desempenho de cada um.
É só melhorar um pouquinho, que os colaboradores já vêm
pedindo aumento de salário, viu? Mas vale a pena, se todos
estiverem prosperando juntos.
Por outro lado, seus colaboradores estarão entrando em crise de
autonomia, reivindicando mais poder.
E como sair dessa crise?
Terceira fase – Delegação
Vocês terão que descentralizar as decisões, abrindo mão de
responsabilidades.
A delegação foi inevitável, não é? Agora, esqueça que vocês já
não são mais tão poderosos assim, e faça com que a “InfoTec” dê
certo. Brincadeirinha!
Eficácia: Fazer algo de modo a
atingir um resultado esperado,
um objetivo traçado.
Nesta terceira etapa, a empresa poderá expandir seu mercado
de atuação, abrindo, por exemplo, duas filiais. Dessa forma, a
estrutura da organização terá que se descentralizar e a adoção de
relatórios de lucros, tanto da matriz quanto das filiais, será necessária para que a medida da eficácia das empresas possa ser feita
de maneira confiável, ou seja, no papel (formalizada).
E, já que vocês estão por dentro dos lucros que a empresa gera
e que, com a experiência adquirida, já têm muito claro o quanto
deve ser esperado de cada unidade (matriz e filiais), bonificações
individuais já podem ser adotadas.
48
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Mas aguarde, vem um problema a ser enfrentado por aí, é a
crise de controle, devido ao excesso de autonomia dado às
filiais, o que culminou no deslocamento dos objetivos globais da
“InfoTec”. Cada um passa a pensar no próprio “umbigo”!
Como evoluir e solucionar esse problema de perda de
controle?
Quarta fase – Coordenação
Vocês terão que criar assessorias ou staffs (veja a unidade 4)
voltados à revisão, à avaliação e ao controle das filiais, e também
grupos de desenvolvimento de bens e/ou serviços, para que o
pensamento se volte novamente para a atividade-fim da empresa
e não para a importância menor ou maior de cada unidade.
A reconquista do comando geral da empresa é a revolução dessa fase.
Como a “InfoTec” já possui duas filiais, assessorias e grupos de
desenvolvimentos de bens e/ou serviços, a atenção de vocês estará
voltada agora para a consolidação da empresa.
Agora que vocês possuem medidas exatas da eficácia de cada
unidade, a “InfoTec” poderá adotar também relatórios de investimentos, para que o futuro da empresa seja pensado e coordenado
em termos de re-investimentos.
Por exemplo, a participação nos lucros e talvez a abertura do
capital da empresa para os colaboradores (compra de ações) são
recompensas que já podem ser adotadas com segurança.
Mas como nem tudo pode estar bem, lá vem uma crise por aí: é a
burocrática, onde os processos têm precedência sobre a solução
dos problemas, dificultando a inovação. Ou seja, a “InfoTec” se
Unidade 2
49
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
torna grande demais e muito complexa, o que não permite a
gestão muito formalizada e com sistemas de controle muito
rígidos.
E qual é a solução para essa crise?
Quinta fase – Colaboração
Equipes multifuncionais:
Compostas por pessoas com
habilidades e conhecimentos
diferentes, das diversas áreas da
organização.
Autodisciplina: Capacidade
pessoal em discernir o que é
melhor ou pior para si, para os
outros e para a organização,
sabendo o que é prioritário ou
não de ser desenvolvido.
A criação de grupos-tarefa é a solução, pois os colaboradores
tendem a opinar mais, democratizando a gestão.
Já que nessa fase os colaboradores (acionistas) estão efetivamente
participando da gestão da “InfoTec”, trocando opiniões, trabalhando em equipes multifuncionais, a atenção de vocês agora
estará voltada à solução de problemas e à inovação dos produtos
da empresa.
O estabelecimento mútuo de metas será uma realidade,
onde o controle social irá imperar e a autodisciplina
será uma necessidade eminente.
O sistema de controle da “InfoTec”, então, se tornará mais
simples e definido com a participação de todos os membros da
organização – gestão participativa. O trabalho e as bonificações
por equipe se tornarão obrigatórios.
Mas... uma empresa que chegou a esse patamar, terá uma crise?
Sim, será a da saturação psicológica, provocada pelo desgaste
físico e emocional dos trabalhos em equipe e da busca pela
inovação.
E como resolvê-la?
Aí, caro gestor, tem-se vários mecanismos de gestão de recursos
humanos, os quais você irá descobrir em uma próxima disciplina.
50
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Perceba, portanto, que a cada novo estágio de crescimento que sua empresa buscar, ela terá que superar
obstáculos para evoluir, e isso tenderá a ser sempre um
ciclo inevitável.
Cabe ressaltar, no entanto, que nem todas as empresas evoluem
dessa forma. Algumas podem, por exemplo, progredir duas fases
e retroceder uma e voltar a evoluir novamente. Determinadas
empresas já nascem grandes, e não passam pela primeira fase. E
há outras que nunca evoluem.
Há, ainda, as empresas que possuem características de mais de
uma fase em um mesmo momento.
Unidade 2
51
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Atividades de auto-avaliação
Para que você assimile os conhecimentos desta unidade com mais
facilidade, experimente realizar as atividades de aprendizagem.
Para tal, leia os enunciados com atenção e responda as questões
que seguem:
1. Em relação às organizações e às empresas de varejo e de
serviços, cite 1 (um) exemplo de organização e 1 (um) exemplo
de empresa de varejo e de serviços que você conheça.
Organização:
Empresa:
2. De acordo com a propriedade, classifique o exemplo citado de
empresa de varejo e de serviços, marcando a alternativa correta.
Justifique sua resposta.
…
…
…
…
…
52
Independente
Rede
Franquia
Departamento Alugado
Sistema Vertical de Marketing
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
3. Na 1ª. coluna leia com atenção as afirmativas sobre o ciclo
de vida das organizações. Em seguida, relacione as colunas,
colocando o número equivalente à 2ª coluna:
(
(
(
) A primeira fase é aquela do
improviso operacional e gerencial.
Porque a empresa está estruturada
de uma forma centralizada.
) Na segunda fase ocorre a crise de
liderança. Porque os colaboradores
estão reivindicando mais poder.
) Na terceira fase criam-se assessorias.
Porque é nesta fase que a empresa
busca a expansão de seu mercado.
( ) A quarta fase é a da consolidação
organizacional. Porque a empresa
está voltada para a expansão de seu
mercado.
(
1) se as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a
primeira.
2) se as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a
primeira.
3) se a primeira é verdadeira e a
segunda é falsa.
4) se a primeira é falsa e a segunda
é verdadeira.
5) se as duas são falsas.
) Na quinta fase é fundamental que
exista autodisciplina. Porque é a
fase da participação de todos os
membros na gestão.
Unidade 2
53
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Síntese da unidade
Ao final desta segunda unidade, você aprendeu que:
„
„
„
„
„
uma organização pode ser definida como duas ou mais
pessoas que estejam trabalhando juntas, de modo estruturado, para alcançar objetivos comuns;
uma empresa é definida como uma organização que
reúne e integra recursos para alcançar objetivos de lucratividade por meio da produção e/ou comercialização de
bens e/ou de serviços;
as empresas de varejo e de serviços pertencem ao
segundo setor, onde o dinheiro privado é utilizado para
fins privados; e ao setor econômico chamado terciário,
tendo em vista que suas atividades econômicas são
baseadas no comércio e serviços; e que ainda podem ser
classificadas como microempresa, empresa de pequeno
porte, empresa de médio e grande porte, levando-se em
consideração seu faturamento anual bruto;
as empresas de varejo e de serviços são também classificadas de acordo com a propriedade (independentes, redes,
franquias, departamentos alugados ou sistemas verticais
de marketing) ou como instituições com loja (alimentícias,
não-alimentícias ou serviços) e sem loja (marketing direto,
vendas diretas, máquinas de vendas ou varejo virtual);
as empresas de varejo e de serviços e qualquer tipo de
organização, passam por diversos ciclos de vida, os quais
foram devidamente divididos e classificados por Greiner
em cinco fases (criatividade, direção, delegação, coordenação e colaboração).
Neste momento, então, você já está apto a passar para a terceira
unidade e conhecer mais profundamente o que é, e como é
desenvolvido o planejamento estratégico nas empresas de varejo e
de serviços. Nos encontraremos lá!
54
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Saiba mais
Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, leia o
artigo a seguir que trata da concorrência entre dois tipos diferentes de empresas varejistas, de autoria de João Paulo Lara de
Siqueira.
A Concorrência do Comércio Eletrônico
com a Loja Tradicional
possíveis na rede, entretanto, uma sobressai: o comércio eletrônico, ou E-Commerce.
Neste último ano do século XX estamos
assistindo a um grande número de transformações econômicas, políticas, sociais,
tecnológicas, culturais e comportamentais.
O fenômeno da globalização, a queda de
barreiras protecionistas e a abertura dos
mercados permitem uma maior circulação
de produtos, pessoas e tecnologia entre
um grande número de nações. Os avanços
tecnológicos têm um papel fundamental
neste processo, principalmente as áreas
de telecomunicações e informática, que
muito colaboraram para a promoção
dessas mudanças, pois permitiram a
democratização da informação e o barateamento da comunicação em massa. Hoje
grande parte da população mundial vive
em um mundo conectado, no qual as
pessoas podem trocar informações entre
si, estando em qualquer parte do globo.
Nesse novo ambiente, algumas atividades
destacaram-se, passando a ser o assunto
do dia. Atualmente é comum comentar-se
o conteúdo de um site, um contato feito
em um chat (as salas de bate-papo on line)
ou uma informação recebida pelo correio
eletrônico. Tudo isso e muito mais é possível graças à Internet. Entre as atividades
Fazer compras à distância, sem o deslocamento físico até a loja, não é algo novo
(muitos empórios recebem pedidos por
telefone e entregam a compra na casa do
cliente há anos), mas quando essa compra
se dá por intermédio de uma rede de
computadores, cria-se uma situação nova,
pelas possibilidades de interação com o
consumidor que surgem e, principalmente,
pela facilidade com que informações
sobre hábitos de compra e preferências
podem ser coletadas, abrindo-se um
campo imenso para o marketing de relacionamento.
Embora tenhamos a impressão que a
Internet sempre fez parte do nosso dia a
dia, devemos lembrar que ela é bastante
recente, existindo “comercialmente” no
Brasil desde 1995, e tem, portanto, para
nós, apenas cinco anos. Como seria de
se esperar em um fenômeno recente, é
extremamente difícil entendê-lo e prever
seu futuro. O momento atual ainda é de
adaptação, mas, por isso mesmo, também
de muitas oportunidades.
Apesar da dificuldade de fazer previsões,
algumas tendências podem ser obser-
Unidade 2
55
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
vadas. Estamos vivendo a explosão da
oferta de acesso gratuito à rede. Inúmeras empresas (geralmente com origem
nos ramos de comunicação, tecnologia
e jornalismo) associam-se e, ao mesmo
tempo que funcionam como provedores a custo zero, também criam portais,
visando atrair o maior número possível de
internautas. Esses provedores gratuitos
têm três possibilidades para obter receita:
com uma remuneração das companhias
telefônicas pelo tráfego gerado em suas
linhas, com a venda de espaço para propaganda e com o comércio eletrônico.
Dessas três opções, o comércio eletrônico
parece ser – pelo menos por enquanto – a
mais razoável, já que a remuneração pelo
tráfego depende de regulamentação e a
propaganda sozinha não está sendo capaz
de cobrir todos os custos. Outra tendência
que se observa é que se até pouco tempo
as empresas menores – e por isso mais
ágeis – eram as que mais se interessavam
em aproveitar o momento para fincar
suas bandeiras na Internet e crescer com
ela, hoje são as grandes empresas que se
interessam em montar sites comerciais.
Evidentemente essas empresas têm mais
recursos e podem fazer sua entrada no
mundo virtual de forma mais estruturada
e consistente.
Mudando-se o foco da nossa observação
da oferta para a demanda, pode-se considerar o resultado da 5ª Pesquisa Internet
Brasil, feita pelo IBOPE em São Paulo, Rio
de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo
Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e
Recife. Segundo essa enquete, existem
atualmente 3,3 milhões de internautas no
Brasil, com 15% deles fazendo compras
on line. Embora o total de clientes possa
não parecer muito elevado - apenas
495.000 pessoas – deve-se lembrar que
(a) esse percentual de internautas compradores está crescendo; (b) o número
total de internautas também tende a
crescer, graças ao barateamento dos
computadores e do acesso à Internet e (c)
estão havendo investimentos maciços de
56
grandes corporações nessa área, tanto em
propaganda, como em novos produtos.
Além desses aspectos também deve-se
lembrar que a compra pela Internet é algo
fortemente ligado ao fator conveniência,
algo cada vez mais valorizado pelos consumidores dos grandes centros urbanos,
aliás, como demonstram várias pesquisas
realizadas pelo Provar – USP nos últimos
anos.
Entretanto, como o momento ainda é
de consolidação dessa nova atividade, é
natural que existam arestas a serem aparadas. Segundo uma pesquisa da empresa
de consultoria Ernst & Young, realizada em
vários países (não no Brasil), as maiores
preocupações dos compradores on line
são com relação, nessa ordem, ao alto
custo do envio dos produtos, os preços
altos e o roubo das informações do cartão
de crédito. Poderíamos acrescentar outras
preocupações, como a demora para
entrega e a confiança em que o site onde
a compra está sendo feita é realmente da
empresa da qual se imagina estar comprando. No caso de compras em sites
estrangeiros, há a preocupação com os
impostos de importação.
Voltando a olhar para as empresas,
percebe-se que o fator risco é bastante
elevado na economia virtual. Muitos provedores que cobravam por seus serviços
passaram do dia para a noite a concorrer
com os serviços gratuitos, o que pode vir
até mesmo a inviabilizar suas atividades.
Muitas empresas que vendem pela Internet estão tendo prejuízos - o que ocorre
tanto no Brasil (por exemplo, o site Submarino) como com a poderosa Amazon,
simplesmente o maior varejista on line
do mundo. Além disso, com a evolução
extremamente rápida da indústria da
informática, sempre há a possibilidade de
surgir algo novo que venha a ameaçar um
modelo de negócio estabelecido.
Entretanto, mesmo com as dificuldades
iniciais, ninguém duvida que o potencial
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
do comércio eletrônico é imenso e que em
um futuro não muito distante o número
de pessoas que fará compras online será,
também, imenso. É difícil acreditar que o
comércio eletrônico venha a substituir o
varejo tradicional, sendo mais provável
que venha a complementá-lo, como uma
opção a mais a ser oferecida aos consumidores. Cada setor poderá sofrer um
impacto maior ou menor, dependendo
de suas características específicas e do
interesse que despertar em varejistas de
outros segmentos. Vale ficar de olhos bem
abertos, até mesmo porque a Amazon já
começou a vender medicamentos.
Fonte: http://www.provar.com.br/artigos/
Concorrencia.pdf
Unidade 2
57
UNIDADE 3
Planejamento estratégico
para empresas de varejo e
de serviços
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
„
Conhecer novos tipos de planejamento;
compreender a importância do planejamento estratégico para a Gestão Estratégica de uma empresa de
varejo e de serviços;
entender as principais etapas para o desenvolvimento
de um planejamento estratégico;
compreender a interdependência entre planejamento
estratégico e ambiente externo.
Plano de estudo
Seção 1 Quais são os tipos de planejamento?
Seção 2 Planejar estrategicamente para quê?
Seção 3 Como desenvolver um Planejamento
Estratégico?
Seção 4 Planejamento Estratégico e Ambiente
Externo.
3
Para início de conversa
Na unidade anterior você estudou a diferença entre organização
e empresa, aprendendo as diversas classificações das empresas de
varejo e de serviços, além de estudar o ciclo de vida delas.
Agora, nesta unidade, você irá estudar novos tipos de planejamento e a importância de planejar estrategicamente. Além disso,
irá aprender a desenvolver um planejamento estratégico, visualizando também a importância do ambiente externo para o desenvolvimento do mesmo.
Então, que tal dar início ao estudo desta unidade,
aprendendo quais são os tipos de planejamento?
60
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
SEÇÃO 1
Quais são os tipos de planejamento?
Além dos planejamentos estudados na unidade 1 (financeiro, em
longo prazo e estratégico), considerando os níveis hierárquicos de
uma organização, você pode desenvolver 3 (três) tipos diferentes
de planejamento, que são:
Fonte: elaborada pela professora autora.
Figura 3.1 Os planejamentos nos diversos níveis hierárquicos
A seguir, acompanhe mais detalhes de cada tipo de planejamento:
a) O planejamento estratégico está relacionado com os
objetivos de longo prazo e com as estratégias e ações que
irão afetar a organização como um todo. Ele deve privilegiar a eficácia, a eficiência e a efetividade organizacional.
Efetividade: Quando os
bens e/ou serviços da organização
satisfazem a seus clientes,
consumidores e usuários, e ainda
não prejudicam a sociedade como
um todo.
Veja os conceitos de eficiência e
eficácia na unidade 
Planejamento estratégico é:
O processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção
a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau
de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada. (OLIVEIRA, 2002, pp 47-48);
Unidade 3
61
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Uma técnica administrativa que, através da análise do
ambiente de uma organização, cria a consciência das
suas oportunidades e ameaças dos seus pontos fortes
e fracos para o cumprimento da sua missão e, através
desta consciência, estabelece o propósito de direção
que a organização deverá seguir para aproveitar as
oportunidades e evitar riscos (FISCHMANN, ALMEIDA,
1995, p. 25).
b) Já no planejamento tático, os objetivos são de médio
prazo e as estratégias e ações afetam apenas parte da
organização. É o planejamento dos subsistemas organizacionais, ou seja, das áreas, dos departamentos, das
gerências.
Planejamento tático é:
a otimização de determinada área de resultado da
organização, trabalhando “com decomposição dos
objetivos, estratégicas e políticas estabelecidos no planejamento estratégico” (OLIVEIRA, 2002, p.48).
c) O planejamento operacional, por sua vez, está relacionado com os objetivos a curto prazo e com estratégias e
ações ligadas ao nível hierárquico mais baixo da organização. Esse planejamento afetará apenas parte dos subsistemas organizacionais.
Planejamento operacional é:
“a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e
implantação estabelecidas” (OLIVEIRA, 2002, p.489). São
os planos de ação, também chamados de planos operacionais.
Cabe ressaltar que algumas organizações apenas possuem os
níveis estratégico e operacional não tendo, portanto, o planejamento tático.
62
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Em uma organização normalmente existe um plano
estratégico, alguns planos táticos e vários planos operacionais, (conforme pode ser observado no quadro 3.1,
abaixo).
Tipo
Nível
Planejamento Estratégico
Estratégico
Planejamento
mercadológico
Planejamento
financeiro
Planejamento da
produção
Planejamento
de Recursos
Humanos
Planejamento
organizacional
Plano de preços e
produtos
Plano de
despesas
Plano de
capacidade de
produção
Plano de
recrutamento e
seleção
Plano diretor de
sistemas
Plano de
promoção
Plano de
investimento
Plano do
controle de
qualidade
Plano de
treinamento
Plano de
estrutura
organizacional
Plano de vendas
Plano de
compras
Plano de
estoques
Plano de cargos
e salários
Plano de rotinas
administrativas
Plano de
distribuição
Plano de fluxo de
caixa
Plano de
utilização de
mão-de-obra
Plano de
promoções
Plano de
informações
gerenciais
Plano de
pesquisas de
mercado
Plano
orçamentário
Plano de
expedição de
produtos
Plano de
capacitação
interna
Plano de
comunicações
Tático
Operacional
Fonte: Oliveira (2002, p.46)
Quadro 3.1 Tipos e níveis de planejamento nas organizações.
SEÇÃO 2
Planejar estrategicamente para quê?
Todos nós já passamos por momentos no qual sabíamos que
pouparíamos muitos transtornos se tivéssemos pensado melhor
no que fazer antes de agirmos.
O ditado popular “quem não tem cabeça tem que ter perna” é a prova
disso, porque quando agimos ao acaso, fazemos tudo às pressas e,
talvez, com resultados frustrantes.
Unidade 3
63
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Esse “pensar no que fazer” é um esquema que desenvolvemos para agir, é um planejamento.
E uma vez que esta disciplina precisa ser vista como um processo
de conquista, você deve saber como é bom ter um plano definido
em mente para que o aprendizado possa ser alcançado, não
é mesmo? Pois então, pense que para as organizações e para
as empresas de varejo e de serviços, em particular, isso não é
diferente.
Então responda rápido, por que mesmo as empresas de
varejo e de serviços planejam?
2.1 Para identificar necessidades – o que fazer?
As empresas de varejo e de serviços planejam para poder identificar o que deve ser feito.
Para saber qual a direção que deve ser tomada. É, a já conhecida,
questão do foco.
Sem um foco, a empresa fica dando tiro para tudo quanto é lado,
querendo acertar diversos alvos e acaba, na maioria das vezes, não
acertando nada. E como são feitos gastos a cada nova tentativa,
essas empresas têm um imenso prejuízo com os tiros desperdiçados.
A definição do que fazer é a fixação dos objetivos que
poderão ser desenvolvidos em um planejamento.
Mas, atenção! Mais uma vez é importante lembrar que não há
como identificar necessidades sem que a empresa tenha conhecimento do mercado no qual atua e ainda, de sua realidade interna.
A questão da análise situacional é fundamental.
64
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Na próxima seção, você poderá acompanhar e visualizar como desenvolver essa análise situacional, ou seja, o diagnóstico estratégico.
A partir dessa análise então, a empresa definirá seus objetivos.
2.2 Para verificar prioridades – por que fazer?
Mesmo após a empresa ter definido o que precisa ser feito, ela
ainda deverá planejar para verificar quais são as suas prioridades.
Precisa identificar a ordem da busca dos objetivos a serem desenvolvidos, senão vira bagunça.
A questão então é:
Por que fazer?
Deve-se encontrar uma justificativa para a priorização dos
objetivos em termos de gravidade, urgência e tendência. É a
chamada matriz . Na próxima seção você poderá acompanhar
a aplicação da Matriz .
2.3 Para estabelecer metas – quando fazer?
Mesmo a empresa tendo identificado a ordem de priorização dos
objetivos a serem perseguidos, isso não basta. Temos que planejar
para definir, claramente, os prazos de implantação. É o famoso
cronograma.
Sem metas definidas, os objetivos podem ser “empurrados com
a barriga”. Então, é importante que o gestor, juntamente com
sua equipe, discuta e defina até quando deve ser alcançado cada
objetivo.
Unidade 3
65
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2.4 Para definir estratégias e ações – como fazer?
Efetivamente é agora que a atividade de planejamento estará
começando.
É necessário planejar para definir também como alcançar cada
objetivo, ou seja,
Estabelecer estratégias e ações a serem implantadas
para cada objetivo desenvolvido. É o como fazer.
Mas qual a diferença entre estratégia e ação?
Na prática, a diferença entre estratégia e ação está somente na
ordem de detalhamento e implementação.
Um conjunto de ações forma uma estratégia e um conjunto de
estratégias forma o caminho para se atingir um objetivo.
Estratégia 1
Objetivo 1
Estratégia 2
Estratégia 3
Ação 1
Ação 2
Ação 1
Ação 2
Ação 1
Ação 2
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.2 Objetivos, Estratégias e Ações.
Ou seja, deve-se detalhar (dividir) uma estratégia em um
conjunto de ações para que ela possa ser implementada.
São os meios que determinarão o curso que a empresa tomará.
De outra forma, os objetivos correm o risco de ficar somente no
papel.
66
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Observe que aqui já estamos entrando no campo da função organização, a qual será bem trabalhada mais tarde, antes de colocarmos o planejamento em prática, na unidade 4.
2.5 Para estabelecer responsabilidades – quem fará?
É necessário planejar também para estabelecer os responsáveis
pelo desenvolvimento de cada uma das ações, dos objetivos, e do
plano como um todo.
Então, quem fará?
É a função organização, mais uma vez entrando em ação.
Se o gestor não parar para definir responsabilidades, ele correrá o
risco de ter que “abraçar a causa”, fazendo tudo.
2.6 Para delinear recursos – qual o custo?
Outro planejamento, também indispensável, é delinear os
recursos humanos, materiais e financeiros que serão necessários
para cada uma das ações.
Desse modo, se obtém um custo para cada ação, para cada estratégia, para cada objetivo e ainda um custo total do planejamento
desenvolvido.
É a função organização aparecendo novamente.
Se você não estabelecer os recursos necessários para o planejamento desenvolvido, corre o risco de parar no meio do caminho,
justamente por falta de...?
Se pensou em recursos. Acertou!
Unidade 3
67
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2.7 Para executar e acompanhar – como fazer?
O planejamento também é desenvolvido para garantir a implantação e o acompanhamento do que foi planejado. Deve-se,
portanto:
definir antes de colocá-lo em prática, como será executado, monitorado, avaliado e controlado.
Agora é a hora das funções direção e controle entrarem em ação.
Mas não se preocupe, você irá estudá-las em detalhe nas unidades
5 e 6, respectivamente.
SEÇÃO 3
Como desenvolver um planejamento estratégico?
Antes de estudar como desenvolver um planejamento estratégico,
é importante que você saiba que existem muitas metodologias
consagradas para esse fim. Desde os anos 70, autores clássicos
como Ansoff e Steiner passaram a ver a formulação de estratégia
como um processo formal, separado e sistemático. Surgiu, então,
o modelo básico de planejamento, desenvolvido por Steiner
(apud , , , 2000), o que o dividiu
em 6 etapas:
1a)
2a)
3a)
4a)
5a)
6a)
Fixação de objetivos;
Auditoria externa;
Auditoria interna;
Avaliação da estratégia;
Operacionalização da estratégia; e
Programando todo o processo.
No entanto, muitos outros autores também desenvolveram
suas próprias metodologias. Na prática, algumas organizações
realmente adotam ao “pé da letra” essas metodologias, outras
utilizam as desenvolvidas por empresas de consultorias, e há
ainda as organizações que criam, à sua própria maneira e cultura,
uma metodologia, inédita ou adaptada.
68
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
A direção do planejamento estratégico, ou seja, de que nível
hierárquico terá início, também pode ser uma opção. Ou seja, há
empresas que preferem desenvolvê-lo a partir da cúpula (nível
estratégico) em direção ao nível operacional, criando objetivos
estratégicos e a partir deles desenvolvendo os objetivos táticos e
por fim os operacionais.
Ao contrário, também há a possibilidade de se desenvolver
diversos objetivos operacionais e, a partir deles, formular alguns
objetivos táticos e, por fim, poucos objetivos estratégicos.
Ambas as escolhas têm seus aspectos negativos e positivos:
„
„
A primeira (de cima para baixo) demanda um envolvimento maior da cúpula e pode ocasionar em uma falta
de comprometimento do nível operacional, se não for
bem trabalhada a questão motivacional e de explicitação
dos benefícios (organizacionais e pessoais) que o planejamento poderá trazer. Por outro lado, tende a ser mais
rápido;
A segunda (de baixo para cima) traz uma visão geral
do que a maior parte dos colaboradores almeja para a
empresa, diminuindo o risco de resistência e de falta de
comprometimento dos níveis mais baixos. No entanto,
tende a ser bem mais demorado e corre o risco de ser
“barrado” no nível estratégico, por não ter nada a ver com
o que a cúpula da empresa almeja para ela.
Como não cabe aqui uma crítica às diversas metodologias e
práticas administrativas, o que será mostrado é uma metodologia
baseada em diversos autores, bem como na minha experiência
nesta área de planejamento.
Então, quer aprender uma forma eficiente de desenvolver um planejamento estratégico?
Unidade 3
69
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Etapa 1: Pré-Diagnóstico
Etapa  - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
Em minha concepção, todo planejamento estratégico deve
iniciar com a etapa de pré-diagnóstico. Se fôssemos fazer uma
ligação dessa etapa com uma consulta médica, por exemplo, seria
aquela primeira observação que o médico faz sobre seu paciente,
incluindo aí algumas perguntas básicas, para que possa começar a
entender seu paciente, suas dúvidas e suas necessidades. Em uma
empresa, poderíamos visualizar essa etapa como um “primeiro
olhar” sobre ela e também sobre seu ambiente externo, além de
conversas informais com os dirigentes, para sabermos:
1) Se ela realmente está precisando de um planejamento;
2) Quem poderia ajudar e/ou desenvolver esse planejamento; e
3) Quais as expectativas dos dirigentes com relação aos
resultados ou efeitos de tal planejamento.
Cabe aqui uma ressalva!
No parágrafo acima faço a seguinte colocação: “para
sabermos...”. Mas você pode estar se perguntando: Mas
para “quem” saber? Pois, bem, vou esclarecer:
Para os responsáveis pelo planejamento. Esses responsáveis podem ser uma empresa de consultoria, ou
então uma equipe constituída na própria organização.
Esta etapa é fundamental para que não se deflagre um processo
de planejamento em momento errado, por exemplo. Ela pode ser
feita tanto em uma reunião, quanto em uma visita ou circulação
pela empresa. Dessa forma, se for este o momento de se desenvolver um planejamento estratégico, já podemos passar para a
segunda etapa.
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
70
Etapa 2: Sensibilização
Uma vez identificada a necessidade de se desenvolver um planejamento estratégico, é importante sensibilizar os integrantes de
toda a empresa para a importância do planejamento, desmistifi-
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
cando os “fantasmas” que existem em torno de qualquer ação que
provoque mudanças. Dessa forma, procuramos encorajar o envolvimento de todos e também amenizar os focos de resistência. É
uma etapa de preparação do porvir e de esclarecimento geral!
Mas, como desenvolver a etapa de sensibilização?
Se a organização for pequena, com poucos colaboradores, podese fazer uma reunião com todos os integrantes dela, explanando
o que é o planejamento estratégico, como será aplicado na
organização e, principalmente, quais os benefícios para todos
(empresa e integrantes) que ele poderá trazer.
É importante que se crie um “espírito” de colaboração e de união,
ou seja, uma equipe forte e coesa.
A partir de então, poderão ser definidos co-responsáveis por
algumas próximas ações que serão desenvolvidas. Essa escolha
dos co-responsáveis deve ser feita de maneira cuidadosa para que
não sejam apenas selecionados os “chefes”, mas sobretudo, líderes
que possam conduzir com maestria a equipe.
Por outro lado, em organizações maiores, quando não podemos
reunir todos os integrantes ou então desenvolver em uma única
vez essa etapa, podemos optar por fazê-la de duas maneiras:
1) Uma palestra geral para toda a organização e, em um
segundo momento, reuniões em equipes separadas; ou
então...
2) Uma reunião com os dirigentes, diretores e gerentes e, na
seqüência, reuniões com as áreas (departamentos) separadamente.
Algumas organizações desenvolvem a etapa de sensibilização fora
do ambiente organizacional, em hotéis, por exemplo.
Unidade 3
71
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
Etapa 3: Diagnóstico Estratégico
Após a etapa de sensibilização, o próximo passo a ser dado é o
desenvolvimento de um diagnóstico estratégico mais detalhado
da real situação da empresa e de seu ambiente externo. É também
chamada análise situacional.
Da mesma forma que existem várias metodologias de planejamento estratégico, também há diversas formas de se desenvolver
um diagnóstico estratégico.
Alguns autores e dirigentes preferem desenvolver a análise situacional sem um roteiro do que deve ser analisado para não
“engessar” o processo. Dessa maneira, fazem reuniões, entrevistas
e pesquisas, para desenvolver um panorama da real situação organizacional e ambiental da organização.
Por outro lado, essa forma mais “solta” de se desenvolver um
diagnóstico estratégico também corre o risco de não chamar a
atenção para aspectos fundamentais que devem ser analisados.
Pode culminar até mesmo no esquecimento de alguns pontos
importantes; ou demandando ainda mais esforço e atenção de
quem está desenvolvendo a análise, visto que não limita o leque
de variáveis a serem analisadas.
Por essa razão, eu sempre prefiro ter um roteiro a ser
seguido, com variáveis que devem ser analisadas.
Cabe observar, no entanto, que deve ser apenas um roteiro,
podendo-se acrescentar variáveis e alterando o que pensar ser
interessante, a fim de adaptá-lo à realidade (interna e externa) da
empresa na qual está sendo desenvolvido o diagnóstico estratégico.
72
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Um outro ponto a ser observado é dividir o diagnóstico em dois:
1) análise do ambiente interno; e
2) análise do ambiente externo.
Na análise do ambiente interno são identificados e analisados os
recursos (estruturais, humanos, financeiros, operacionais e gerenciais) e as capacidades da organização para desempenhar suas
diversas atividades.
Para a análise do ambiente externo, por sua vez, pode ser
utilizado um método que divide o ambiente em duas partes:
ambiente direto e ambiente indireto, também chamados de
ambiente operacional e ambiente geral, respectivamente.
No ambiente direto estão as variáveis que influenciam diretamente a organização. São elas, dentre outras: clientes, concorrentes, fornecedores e grupos regulamentadores.
Já no ambiente indireto estão as variáveis que primeiramente
afetam o ambiente no qual a organização está inserida, afetandoa mais tarde. Podem ser analisadas, dentre outras, as seguintes
variáveis: economia, sociedade, demografia, legislação, tecnologia,
ecologia e política.
Um outro método de se desenvolver um diagnóstico estratégico
é pela análise de stakeholders. A organização que adotar esta
outra metodologia de diagnóstico estratégico deverá, primeiramente, identificar seus stakeholders para, em um segundo
momento, analisá-los. É uma metodologia mais flexível do que a
primeira, mas que poderá culminar na identificação das mesmas
variáveis já listadas do ambiente direto e indireto, quando se
tratar de stakeholders externos; e em alguns recursos organizacionais quando se tratar de stakeholders internos, como por exemplo:
funcionários e acionistas.
Stakeholders: Grupos
ou indivíduos que afetam a
organização e que, por sua vez,
são afetados por ela.
Mas para poder otimizar os resultados de qualquer diagnóstico,
é sempre bom recordar os conceitos de ponto forte, ponto fraco,
oportunidade e ameaça, que você já estudou na Unidade 1.
Unidade 3
73
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Você lembra da noção SWOT?
Ponto forte: é uma diferenciação da organização que lhe
proporciona uma vantagem
competitiva.
Oportunidade: é uma força
ambiental externa que pode criar
uma situação favorável para a
organização.
Ponto fraco: é um aspecto
negativo da organização que lhe
proporciona uma desvantagem
competitiva.
Ameaça: é uma força ambiental
externa que cria uma situação de
risco para a organização, e que
pode ou não ser evitada.
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.3 Definição de ponto forte,
ponto fraco, oportunidade e ameaça.
Cabe antever que um outro conceito aparecerá no roteiro que
será sugerido: é o de ponto neutro.
E o que é ponto neutro?
Ao se proceder à análise do ambiente interno, pode ser identificada uma variável que, no momento, não poderá ser caracterizada
nem como um ponto forte, nem como um ponto fraco. Esse fato
pode ocorrer por falta de informações (critérios de avaliação).
Teoria × Prática
Suponha que você esteja fazendo a análise da variável
qualidade dos produtos e que não dispõe de informações suficientes para avaliar tal variável, tendo em vista
que não fez uma pesquisa consistente junto aos clientes. Essa variável, então, será considerada como um
ponto neutro.
A seguir sugiro um roteiro (quadro 3.4), no estilo de lista de
verificação ou “checklist” que poderá ser utilizado em qualquer
empresa de varejo e de serviços para o desenvolvimento do diagnóstico estratégico.
74
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Roteiro para Diagnóstico Estratégico
Análise Interna
Desempenho
Variável
Ponto
Forte
Ponto
Neutro
Ponto
Fraco
Justificativa
Aspectos Organizacionais
Modelo de organização
Modelo de gestão
Perfil dos dirigentes
Sistema de planejamento
Sistema de informações
Sistemas de avaliação e controle
Integração e fluxo dos processos
Instalações físicas
Normas e procedimentos
Clima e motivação organizacional
Imagem da empresa frente aos
clientes
Aspectos Mercadológicos
Participação de mercado
Inovação dos produtos e/ou serviços
Qualidade e mix dos produtos
Qualidade na prestação dos serviços
Competitividade em termos de preços
dos produtos e/ou serviços
Efetividade das promoções
Cobertura geográfica
Efetividade na distribuição dos
produtos
Aspectos Financeiros
Fluxo de Caixa
Capacidade de Investimento
Capacidade de compras
Unidade 3
75
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Análise Interna
Desempenho
Variável
Ponto
Forte
Ponto
Neutro
Ponto
Fraco
Justificativa
Aspectos Humanos
Recrutamento e seleção
Plano de carreira
Capacitação da equipe de vendas e/ou
prestação de serviços
Análise externa
Variável
Desempenho
Oportunidade
Ambiente Direto
Clientes (crescimento, renda etc.)
Concorrentes (participação no
mercado, força de vendas, linha de
produtos e/ou serviços, preços etc.)
Fornecedores (localização, preços,
prazos, qualidade etc.)
Grupos regulamentadores (forma de
atuação etc.)
Ambiente Indireto
Economia (inflação, juros etc.)
Demografia (crescimento populacional, situação sócioeconômica, orçamento familiar etc.)
Legislação (tributária, trabalhista,
comercial etc.)
Sociedade e cultura (hábitos e tendências)
Tecnologia (pesquisas, incentivos
governamentais etc.)
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.4 Roteiro para Diagnóstico Estratégico
76
Ameaça
Justificativa
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Lembre-se de adaptar tal roteiro à realidade organizacional e ainda, se necessário, subdividir as variáveis
externas para facilitar a análise.
Teoria × Prática
Desempenho
Variável
Oportunidade
Ameaça
Justificativa
Concorrente A
Participação no mercado
Força de vendas
Linha de produtos
Preços
Concorrente B
Participação no mercado
Força de vendas
Linha de produtos
Preços
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.5 Roteiro para Diagnóstico Estratégico dos Concorrentes.
Etapa 4: Definição da Base Estratégica Corporativa
Após termos uma visão clara de como a organização e seu
ambiente estão, já podemos passar para a quarta etapa de um
planejamento estratégico e definir o que Amboni (2002) chama
de Base Estratégica Corporativa, conceito este já citado na
Unidade 1, e que consiste em definir missão, visão, negócio e
conseqüentemente slogan, valores e objetivos estratégicos para a
organização.
Então, vamos passo a passo definir cada um desses
alicerces?
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base
estratégica corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e
Controle
Unidade 3
77
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
A missão deve representar o que a empresa quer ser.
É a típica pergunta: o que você quer ser quando crescer? Observe
que possui uma conotação futura. Portanto, não deve ser apenas o
retrato da organização hoje, mas sobretudo, como ela se vê futuramente.
Da mesma forma que a etapa de sensibilização, a definição da
missão pode ser feita a partir de uma reunião com a cúpula da
organização, com as pessoas-chave ou até mesmo com todos os
colaboradores se a organização for pequena.
Há diversas maneiras de se desenvolver uma missão, no entanto,
se a organização tiver em mãos algumas perguntas a serem
respondidas, esse processo ficará bem mais simples.
Questões para reflexão:
1. O que devemos fazer?
Ou seja, qual a natureza do nosso negócio?
Teoria × Prática
Lembra da “InfoTec”, aquela empresa varejista que
comercializa equipamentos de informática, que foi utilizada para contextualizar o ciclo de vida das empresas
de varejo e de serviços na Unidade 2? Pois bem, essa
empresa mais uma vez será aqui utilizada para que a
teoria possa ser colocada na prática!
No caso da “InfoTec”, então, a resposta para a primeira
pergunta pode ser:
“comercializar equipamentos de informática”.
Cabe aqui uma observação: se a “InfoTec” não pretende trabalhar futuramente com comercialização
de equipamentos de informática e sim partir para
outro mercado, a resposta para a primeira pergunta
deve ser repensada.
78
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
2. Quem deve ser nosso cliente?
Ou seja, qual o perfil do nosso cliente?
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a resposta para a segunda pergunta pode ser:
“qualquer consumidor final”.
3. Como devemos atender nossos clientes?
Ou seja, quais meios devem ser escolhidos?
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a resposta para a terceira pergunta
pode ser:
“com agilidade e parcerias sólidas”.
4. O que queremos oferecer de benefícios aos nossos
clientes?
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a resposta para a quarta pergunta
pode ser:
“comodidade e segurança”.
5. Qual a região que devemos atender?
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a resposta para a quinta pergunta
pode ser:
“todo o território nacional”.
Unidade 3
79
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
6. Qual a responsabilidade social que devemos ter?
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a resposta para a sexta pergunta
pode ser:
“satisfazer nossos colaboradores e parceiros”.
Desse modo, após o momento de reflexão, pode-se formular a
missão da empresa.
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a missão pode ser:
“Comercializar equipamentos de informática ao
consumidor final em todo o território nacional, com
agilidade e parcerias sólidas, para trazer comodidade e segurança aos nossos clientes e satisfação
aos nossos colaboradores e parceiros”.
A visão deve representar um sonho a ser perseguido.
É a típica reflexão: o ápice da minha felicidade será quando eu
for...
Há organizações que querem sobressair pelo tamanho (porte)
e outras pela qualidade de seus produtos e serviços, e há ainda
as que querem as duas coisas. Cabe a cada ,organização, e a seu
gestor ou gestores, escolher o seu caminho e o seu sonho...
O fundamental é ter esse sonho de forma clara, para que todos
(dirigentes e colaboradores) estejam unidos e uma energia
positiva seja canalizada para a conquista maior da organização.
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, a visão pode ser:
“Ser uma empresa referência nacional na comercialização de equipamentos de informática”.
80
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
O negócio deve representar o rumo a ser seguido
para o alcance da missão e posteriormente da visão.
A definição do negócio dá foco à organização, ou seja, posicionamento. Deve conceber a satisfação dos desejos e/ou necessidades
dos clientes da empresa. Representa o que a organização faz de
melhor para seu cliente, ou seja, sua competência essencial.
Para a definição do negócio você pode fazer uma
junção das respostas 1 e 4.
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, o negócio pode ser:
“Comercialização de equipamentos de informática
com comodidade e segurança aos nossos clientes”.
A partir da definição do negócio, pode-se formular um slogan
para a organização, o qual poderá e deverá ser utilizado como
marketing institucional.
Um profissional da área de marketing poderá trabalhar
muito bem a questão do slogan, mas uma dica que dou
é sempre vincular o nome da organização ao slogan.
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, o slogan pode ser:
“InfoTec: comodidade e segurança para você”.
Os valores devem representar a forma de conduta de
todas as pessoas da organização.
Unidade 3
81
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Assim como em uma família, nas organizações os valores são a
alma da mesma e servem como balizadores para a tomada de
decisão. Dessa forma, os valores devem estar claros para gerar um
certo conforto, uma certa proteção, uma forma de conduta.
É sempre bom que, após a apresentação dos valores de
uma organização, seja desenvolvida uma justificativa,
no sentido de explicar por que aquele valor é importante para a organização.
Teoria × Prática
No caso da “InfoTec”, os valores podem ser:
Agilidade: A agilidade na venda e prestação de serviços devem ser motivo de orgulho para nós e referências
para nossos clientes.
Comodidade: Devemos sempre priorizar a comodidade dos clientes em relação à nossa, facilitando o
atendimento aos mesmos.
Segurança: É importante fazer com que nossos clientes confiem em nossos produtos e serviços.
Parcerias Sólidas: Sabendo que não estamos sós no
caminho de nossos sonhos, devemos formar parcerias
sólidas com nossos fornecedores e clientes, para que
eles nos ajudem a alcançar nossa missão.
Satisfação: Para nós, a satisfação de nossos parceiros
e colaboradores é uma prioridade, e é o que garante a
continuidade da nossa empresa.
Os objetivos estratégicos representam um resultado a
ser atingido.
Eles são desenvolvidos para que a organização possa usufruir as
oportunidades e pontos fortes, amenizar as ameaças, e neutralizar os pontos fracos, sempre baseada na missão, visão, negócio e
valores definidos.
82
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Esses objetivos envolvem toda a organização e podem ser referentes, por exemplo:
Ao crescimento tanto em termos de faturamento quanto
de participação de mercado;
„ À otimização dos lucros;
„ À melhoria da qualidade dos produtos e/ou serviços.
„
Os objetivos definidos pela organização devem estar
descritos de maneira objetiva, clara e de preferência
começando com um verbo no infinitivo. Da mesma
forma que as estratégias e as ações. Isso dará uma
conotação de algo que precisa ser feito!
Teoria × Prática
Para a InfoTec, um objetivo estratégico pode ser:
“Ampliar o volume de vendas”.
Mas, atenção, não se pode parar por aí! Para cada objetivo
formulado deve-se definir também uma meta.
A meta é a quantificação de um objetivo, de uma estratégia ou de uma ação.
Teoria × Prática
Objetivo: Ampliar o volume de vendas.
Meta: Ampliar em 20% o volume de vendas até dezembro de 2005.
Ah, em todo planejamento é importante, ainda, definir
um responsável ou uma equipe pelo objetivo traçado.
Então, não esqueça!
Unidade 3
83
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
Etapa 5: Definição de Estratégias
Para cada objetivo traçado devem ser definidas estratégias, ou seja,
caminhos para se alcançar o que se deseja.
Teoria × Prática
Podem ser estratégias da “InfoTec”:
„
„
„
„
„
treinar a equipe de vendas;
contratar vendedores externos;
investir em marketing;
ampliar a carteira de produtos; e
buscar parcerias com fornecedores.
No entanto, da mesma forma que foi preciso definir para o
objetivo traçado a meta e o(s) responsável(is), esta etapa de estratégias não pára por aí. Você ainda precisa definir as metas de cada
estratégia e os responsáveis pelas mesmas.
Bem, como temos várias estratégias, temos que priorizá-las. E
neste momento, a já citada Matriz  entra em ação!
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 3.2 Matriz GUT
„
Gravidade: é o que inspira risco, cuidado, perigo para a
organização neste momento;
„ Urgência: é a ordem lógica de priorização de implantação. Verificar o que deve ser colocado em prática antes;
„ Tendência: é o que pode se tornar mais grave.
Mas como utilizar a matriz GUT?
84
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Para cada estratégia definida, deve-se atribuir uma nota de 1 a 5
aos fatores. Quanto maior o valor atribuído, maior será o nível de
gravidade, urgência ou tendência. A soma das três notas resultará
na ordem de priorização das estratégias a serem implementadas.
Se, ao definir o objetivo, tivéssemos mais de um,
também teríamos que priorizá-lo!
Teoria × Prática
Estratégia
Gravidade
Urgência
Tendência
Total
Treinar a equipe de vendas
2
4
2
8
Contratar vendedores externos
5
5
3
13
Investir em marketing
1
1
1
3
Ampliar a carteira de produtos
4
2
4
10
Buscar parcerias com fornecedores
3
3
5
11
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.6 Aplicação da Matriz GUT
Note no exemplo do quadro 3.6, que a empresa deve primeiro, se
preocupar com a ampliação de sua equipe de vendedores, para em
um segundo momento buscar parcerias com seus fornecedores.
Desse modo, ela poderá vender mais para poder obter vantagem
de negociação frente a seus fornecedores e então, buscar a
ampliação de sua carteira de produtos. Depois, será o momento
de treinar a equipe de vendas e finalmente, investir em marketing.
Você percebeu como ficou mais fácil a priorização das
estratégias com a aplicação da matriz GUT?
Mas ainda não paramos por aqui. Agora ainda temos que definir
as metas para cada uma das estratégias, uma vez que já sabemos a
ordem de priorização destas. Um cronograma de execução é uma
boa saída!
Unidade 3
85
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Teoria × Prática
Ano de 2006
Estratégias
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Contratar vendedores externos
Buscar parcerias com fornecedores
Ampliar a carteira de produtos
Treinar a equipe de vendas
Investir em marketing
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.7 Cronograma de Execução
Observe no exemplo do quadro 3.7, que a empresa definiu seu
planejamento para um período de seis meses, devendo:
contratar vendedores externos no mês de janeiro;
„ no mês de fevereiro buscar parcerias com seus fornecedores e também ampliar sua carteira de produtos;
„ continuar ampliando sua carteira de produtos e ainda
treinar sua equipe de vendas no mês de março;
„ nos meses de abril, maio e junho destinar seus investimentos para o marketing.
„
É importante salientar, ainda, que as metas não são
apenas referentes aos prazos de execução, mas também
a qualquer quantificação que necessite ser feita!
E, por último, basta definir os responsáveis pelas estratégias!
Etapa 6: Definição dos Planos de Ações
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
86
Após definir as estratégias para se atingir um objetivo, observe
que ainda está muito vago o que precisa ser realizado. Portanto, é
a hora de definir as ações do planejamento. Para cada estratégia
um conjunto de ações.
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Teoria × Prática
Estratégias
Ações
„
Contratar
vendedores
externos
1. desenvolver anúncio;
2. divulgar no site da empresa;
3. fazer o processo de seleção por meio de análise de currículo e
de entrevistas com os candidatos.
„
Buscar parcerias
com fornecedores
1. desenvolver as propostas de parceria;
2. fazer visitas aos fornecedores para expor e discutir as propostas.
„
Ampliar a carteira
de produtos
1. estudar os produtos dos fornecedores para identificar quais
são de interesse da empresa;
2. visitar os fornecedores para negociar preços dos novos produtos;
3. refazer o catálogo de produtos da empresa.
„
Treinar a equipe de
vendas
1. desenvolver um treinamento para que conheçam todos os produtos da empresa;
2. oferecer cursos de vendas.
„
Investir em
marketing
1. desenvolver uma campanha publicitária para o fim de ano;
2. divulgar a empresa em veículos de comunicação: jornais e
outdoors;
3. desenvolver novos materiais de venda.
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.8 Estratégias e suas ações
Ah, da mesma forma que foi feito com o objetivo e com as estratégias, não esqueça de definir para cada ação uma meta e ainda
um responsável. É dessa maneira que envolvemos todos os níveis
hierárquicos no planejamento que está sendo desenvolvido.
Teoria × Prática
Estratégia/Ação
Responsável
Contratar vendedores externos
Gerente de Recursos Humanos
1. desenvolver anúncio
Gerente de Vendas e de Recursos Humanos
2. divulgar no site da empresa
Assessoria de Informação
3. fazer o processo de seleção por meio de
análise de currículo e de entrevistas com
os candidatos
Gerência de Recursos Humanos
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.9 Estratégia, ações e responsáveis
Unidade 3
87
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Note que no Quadro 3.9, o exemplo apresenta apenas uma estratégia, ficando o Gerente de Recursos Humanos responsável pela
mesma, sendo que a responsabilidade pelas ações ficou dividida
entre o Gerente de Vendas, a Assessoria de Informação e a
Gerência de Recursos Humanos (equipe de recursos humanos).
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
Etapa 7: Definição dos Recursos
Sabemos que para colocarmos em prática um planejamento
desenvolvido, precisaremos de recursos financeiros, humanos e
materiais. Desse modo, precisamos verificar do que vamos necessitar.
Para definirmos os recursos financeiros, devemos definir o custo
de cada ação, que somado, resultará no gasto total do planejamento desenvolvido.
Teoria X Prática
Estratégia/Ações
Gasto
Contratar vendedores externos
R$ 629,25 (seiscentos e vinte e nove reais e
vinte e cinco centavos)
1. Desenvolver anúncio
R$ 11,36 (onze reais e trinta e seis centavos)
2. Divulgar no site da empresa
R$ 4,26 (quatro reais e vinte e seis centavos)
3. Fazer o processo de seleção por meio de
análise de currículo e de entrevistas com
os candidatos.
R$ 613,63 (seiscentos e treze reais e sessenta e três centavos)
Valor desembolsável
R$ 0,00 (zero reais)
Valor não-desembolsável
R$ 629,25 (seiscentos e vinte e nove reais e
vinte e cinco centavos)
Fonte: Elaborado pela professora autora
Quadro 3.10 Estratégia, ações e gastos
88
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Os valores do quadro 3.10 foram calculados da seguinte forma:
„
Estratégia: 11,36 + 4,26 + 613,63
„
Ações: Soma dos gastos das ações.
„
Ação 1: 4.000 ÷ 176 ÷ 2
Salário de cada gerente = R$ 2.000,00
(dois mil reais);
„ Número de horas trabalhadas por mês = 176
(cento e setenta e seis);
„ Tempo gasto com o desenvolvimento do anúncio
= 30 (trinta) minutos.
„
„
Ação 2: 1.500 ÷ 176 ÷ 2
Salário do assessor = R$ 1.500,00
(um mil e quinhentos reais);
„ Número de horas trabalhadas por mês = 176
(cento e setenta e seis);
„ Tempo gasto com a colocação do anúncio no site
= 30 (trinta) minutos.
„
„
Ação 3: 3.600 ÷ 176 x 30
Salário do gerente = R$ 2.000,00 (dois mil reais);
„ Salário de cada assessor de recursos humanos
= R$ 800,00;
„ Número de horas trabalhadas por mês = 176
(cento e setenta e seis);
„ Tempo gasto com a seleção de candidatos
= 30 (trinta) horas.
„
„
Valor desembolsável: este gasto é zero tendo em vista
que para todas as ações, a empresa utilizará mão-de-obra
interna, não havendo gastos além dos que já são feitos
normalmente pela empresa.
„
Valor não-desembolsável = 11,36 + 4,26 + 613,63
– soma dos gastos das ações.
Observe que todos os gastos devem ser calculados,
mesmo que a organização não vá gastar além dos
desembolsos normais, tendo em vista que a partir do
momento que as pessoas estão envolvidas com qualquer tipo de atividade, isso representa gasto para a
organização.
Unidade 3
89
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Em relação aos recursos humanos, você pode estar se perguntando. Mas já não definimos os responsáveis? A resposta é
positiva. Mas pode ocorrer que seja necessário contratar, ou de
maneira permanente ou temporária, pessoas para a implementação do plano e é isso que chamamos de recursos humanos
necessários. São aqueles de fora da organização.
Em relação aos recursos materiais, pode ser que, por exemplo, ao
contratarmos uma nova equipe de vendas seja também necessário adquirirmos novos veículos e assim vamos estipulando o
que precisaremos. E é isso que chamamos de recursos materiais
necessários para o planejamento.
Todos esses recursos (financeiros, humanos e materiais) devem
estar definidos e orçados para que o gestor ou os gestores
verifique se a empresa possui os recursos financeiros suficientes e
se terá que fazer, por exemplo, um empréstimo para “bancar” os
gastos oriundos do planejamento.
Esta etapa também é importante para que a organização decida
se há realmente a possibilidade de implementar tudo o que foi
definido ou se somente será implementada parte do planejamento realizado. Ou até mesmo de reavaliar algo do que foi
planejado.
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e Controle
Etapa 8: Implementação
Nesta etapa, você e sua equipe devem definir como será deflagrado o processo de implementação do planejamento e podem
desenvolver um relatório detalhado do que foi planejado para ser
apresentado e distribuído às pessoas-chave, ou seja, aos responsáveis pelos objetivos, estratégias e ações. E ainda um relatório
resumido e personalizado para as demais pessoas.
É sempre bom que seja escolhido um dia, o “Dia D”para
o lançamento do planejamento.
Pode ser feita uma reunião ou até mesmo uma confraternização
entre as pessoas-chave ou, se possível, com todos os envolvidos
da organização.
90
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Etapa 9: Monitoração, Avaliação e Controle
Como as mudanças ambientais não param somente porque você
está implementando um planejamento, você ainda deve definir
quem ficará responsável pela monitoração ambiental, ou seja,
quem refará o diagnóstico estratégico e de quanto em quanto
tempo.
Além da monitoração, também deve ser feita constantemente a
avaliação do planejamento para verificar se o que foi planejado
está sendo executado. É, na realidade, medir o desempenho e
compará-lo com o padrão. Essa avaliação poderá ser realizada
pelo próprio executor da ação ou então por um responsável.
Etapa - Pré-diagnóstico
Etapa  - Sensibilização
Etapa  - Diagnóstico estratégico
Etapa  - Definição da base estratégica
corporatva
Etapa  - Definição de Estratégias
Etapa  - Definição dos Planos de Ações
Etapa  - Definição dos Recursos
Etapa  - Implementação
Etapa  - Monitoração, Avaliação e
Controle
Se necessário, tanto pelas mudanças ambientais identificadas na
monitoração, quanto pelos desvios verificados na avaliação, você
deve alterar o que foi planejado, ou planejar tudo novamente. É o
controle, propriamente dito, entrando em ação.
SEÇÃO 4
Planejamento estratégico e ambiente externo
Como você já pôde observar na seção anterior, planejamento
estratégico e ambiente externo estão intimamente relacionados.
Não há como desenvolver um planejamento estratégico sem,
antes, estudar o ambiente no qual a empresa está inserida.
O ambiente externo pode fazer com que o planejamento estratégico seja desenvolvido de uma ou de
outra forma, influenciando na definição de todos os
seus elementos.
É preciso lembrar que a maioria das organizações já foi pega de
surpresa por mudanças que ocorreram externamente. Portanto,
a sobrevivência e o crescimento de uma organizações depende
também de sua habilidade em adaptar-se ao ambiente externo.
Unidade 3
91
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
A identificação precoce das mudanças ambientais que podem
afetar a organização faz com que ela se ajuste a tais alterações do
ambiente indireto, ou então que influencie antecipadamente seu
ambiente direto.
O planejamento estratégico que em um primeiro
momento parece ser algo estanque é, na realidade, flexível ao seu ambiente externo, ajustando-se ao mesmo,
a partir da análise ambiental.
E em uma empresa de varejo e de serviços existe
alguma variável do ambiente externo que poderia
influenciar de maneira decisiva o planejamento?
Podemos dizer que sim. Embora todos as variáveis externas
influenciem o desenvolvimento do planejamento, em uma
empresa de varejo e de serviços a variável cliente possui papel
fundamental.
Tendo em vista que a empresa lida diretamente com o cliente, o
importante é ouvi-lo. E isso poderá ser feito por meio de questionário de satisfação, pesquisa, pós-venda, “ombudsman”, linha
direta, dentre outras formas. Mas a maneira principal, sem dúvida,
é prestar muita atenção no cliente no momento da compra. O
que não pode ocorrer é a empresa ficar analisando seu ambiente
externo sem pedir a opinião do maior interessado por seus
produtos e serviços: o cliente.
Ah, é importante também lembrar que quando falamos em
varejo, o cliente é cada pessoa, com seu jeito em particular, com
suas necessidades individuais, e não simplesmente um perfil a
ser atendido. O nosso olhar deve estar focado em cada pessoa de
maneira individual.
A identificação das necessidades do cliente deve ser uma
constante para qualquer empresa de varejo e de serviços e transformada em produtos e serviços que atendam as suas preferências,
expectativas e necessidades, e criem novas, os quais irão influenciar na sua decisão de compra. Dessa forma, o planejamento
estratégico deve estar baseado nessas necessidades identificadas.
92
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Um outro ponto importante é lembrar também que em uma
empresa de varejo e de serviços a forma como o cliente será
atendido, ou melhor, a forma como o serviço será prestado, tende
a ter mais importância do que a qualidade do produto em si,
tendo em vista que há muitos produtos similares no mercado.
Dessa forma, a prestação do serviço ao cliente é sempre fator
decisivo de conquista e manutenção de um cliente.
Mas você pode estar se perguntando: em que
momento ocorre a prestação do serviço?
Bem, a prestação do serviço ocorre desde o primeiro contato que
o cliente tem com a empresa até o momento que finaliza sua
compra (de um produto e/ou serviço), ou então no pós-venda.
Lembrando que essa compra pode ser feita por telefone, por
Internet ou na própria loja.
Na figura 3.3 você pode observar o chamado ciclo do serviço em
um supermercado, indicando desde o primeiro contato do cliente
com a empresa, até sua saída do supermercado.
Figura 3.3 Ciclo de Serviços (Fonte: adaptada de Gianesi e Corrêa, 1994).
Unidade 3
93
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Dessa forma, uma empresa de varejo e de serviços será avaliada
pelo cliente por diversos ângulos, dentre os quais:
Qualidade e velocidade de atendimento;
„ Espaço físico e acesso;
„ Preço;
„ Segurança e credibilidade;
„ Qualidade do produto.
„
Todos esses aspectos precisam ser levados em conta ao se
formular um planejamento estratégico.
94
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Atividades de auto-avaliação
Para facilitar o entendimento do conteúdo desta terceira
unidade, realize as atividades de auto-avaliação. Para tal,
leia os enunciados com atenção e responda as questões a
seguir:
1. Na 2ª. coluna estão elencados aspectos relacionados
aos planejamentos estratégico, tático e operacional.
Relacione as colunas, colocando o número equivalente:
(1)
(2)
(3)
Planejamento Estratégico
Planejamento Tático
Planejamento Operacional
( ) Planos de Ações
( ) Médio Prazo
( ) Envolve a empresa como um todo
( ) Curto Prazo
( ) Subsistemas Organizacionais
( ) Longo Prazo
Anotações:
Unidade 3
95
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2. Descreva, com suas palavras, porque as empresas de varejo e
de serviços planejam.
3. Realize o diagnóstico interno e externo da Farmácia ,
uma empresa varejista que vende somente produtos alopáticos.
Relacione as variáveis da empresa e de seu ambiente (descritas
abaixo) aos seguintes aspectos da análise :
(A) Ponto Forte
(B) Oportunidade (C) Ponto Fraco
(D) Ameaça
( ) Lucros elevados.
( ) Surgimento no mercado de novos equipamentos (de alta
tecnologia) otimizando o processo de controle de estoques.
( ) Marca forte, em função dos investimentos sucessivos em
Marketing.
( ) Novos concorrentes potenciais fortes.
( ) Custos mais altos que os concorrentes.
( ) Falta de integração entre os sistemas de gestão.
( ) Queda de crescimento do mercado.
( ) Inexistência de um Plano de Cargos e Salários.
( ) A procura por medicamentos homeopáticos tem crescido
bastante.
( ) Atendimento diferenciado ao cliente.
( ) Aumento de renda da população.
( ) Sistema de comunicação ineficaz entre os diversos departamentos e níveis hierárquicos.
96
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
4. Dentre os objetivos organizacionais abaixo, identifique qual
possui o maior nível de gravidade e/ou de urgência e/ou de
tendência, justificando sua resposta.
Obs.: qualquer um dos objetivos pode não aparecer na sua resposta, aparecer uma vez, duas vezes ou até três vezes.
Objetivo 1: Expandir o mercado de atuação.
Objetivo 2: Reestruturar internamente a empresa.
Objetivo 3: Desenvolver um plano de benefícios aos colabora-
dores.
a) O objetivo ___ tem o maior nível de gravidade porque:
b) O objetivo ___ tem o maior nível de urgência porque:
c) O objetivo ___ tem o maior nível de tendência porque:
Unidade 3
97
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
5. Em relação aos objetivos da questão anterior, selecione o que
você identificou com maior nível de urgência e:
a) Estabeleça uma meta para ele, quantificando-o.
b) Defina 3 (três) estratégias e 3 (três) metas que serão necessárias para que o objetivo selecionado seja alcançado.
Lembre-se: A meta é a quantificação da estratégia!
Estratégia 1:
Meta 1:
Estratégia 2:
Meta 2:
Estratégia 3:
98
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Meta 3:
6. “A monitoração abrange a aferição (ou verificação) do desempenho em relação aos padrões determinados no planejamento
estratégico e, se necessário, o estabelecimento de ações corretivas”.
A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique sua resposta.
Unidade 3
99
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Síntese da unidade
Ao final desta terceira unidade, na qual você estudou os tipos de
planejamento, a importância de planejar estrategicamente, além
de aprender a desenvolver um planejamento estratégico a partir
de uma análise ambiental, você compreendeu que:
„
„
„
„
„
100
quando se considera os níveis hierárquicos, os tipos de
planejamento podem ser: estratégico, tático e operacional;
o planejamento estratégico é utilizado pelas empresas de
varejo e de serviços para que elas possam identificar o
que devem realmente fazer, ou seja, quais são suas necessidades, por meio de uma análise situacional;
o planejamento estratégico também serve para que essas
empresas identifiquem o que deve ser priorizado em
termos de gravidade, urgência e tendência, para estabelecerem metas a serem cumpridas, desenvolvendo inclusive
um cronograma de implantação;
o planejamento estratégico define como deve ser feito
para atingir os objetivos delineados, traçando planos de
ações e estabelecendo as responsabilidades de cada um
com o que foi planejado;
o planejamento estratégico ainda define os recursos
que serão gastos pela organização para que os objetivos
almejados sejam alcançados, além de explicitar como será
executado, monitorado, avaliado e controlado;
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
existem várias formas de se desenvolver um planejamento estratégico e que a metodologia sugerida aqui
está dividida em 8 fases: (1) Pré-diagnóstico; (2) Sensibilização; (3) Diagnóstico Estratégico; (4) Definição da
Base Estratégica Corporativa; (5) Definição de Estratégias; (6) Definição dos Planos de Ações; (7) Definição
dos Recursos; (7) Implementação; (8) Monitoração,
Avaliação e Controle.
A partir de agora, você já está apto a passar para a quarta unidade
e aprofundar seus conhecimentos a respeito da organização estratégica. Então, vamos nessa?
Unidade 3
101
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos a respeito do desenvolvimento e da implementação de um planejamento estratégico, leia
o livro sugerido a seguir, que trata do assunto de uma maneira
bem simples e contextualizada.
FISHMANN, A. M., ALMEIDA, M. I. R. de. Planejamento
estratégico na prática. São Paulo: Atlas, 1991.
102
UNIDADE 4
Organização estratégica
em empresas de varejo e
de serviços
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
Entender o que é organização estratégica;
compreender a interligação entre função organização, estratégia, estrutura organizacional, tecnologia
e ambiente externo;
diferenciar os tipos de departamentalização.
Plano de estudo
Seção 1 Definindo o conceito de organização
Seção 2
Seção 3
Seção 4
Seção 5
Seção 6
estratégica.
Função organização e estratégia.
Função organização e tecnologia.
Função organização e ambiente externo
Estrutura organizacional.
Critérios de departamentalização.
4
Para início de conversa
Na unidade anterior, você estudou mais alguns tipos de planejamento, a importância de se planejar estrategicamente, além de
aprender a desenvolver um planejamento estratégico. Também
pôde visualizar a importância do ambiente externo para o desenvolvimento de um planejamento estratégico.
A partir de agora, você dará um próximo passo, e irá adentrar na
função organização, aprendendo a conceituá-la e a fazer uma
inter-relação entre essa com estratégia, tecnologia e ambiente
externo. Além disso, você terá também a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos estudando o que é estrutura organizacional, identificando quais são os critérios de departamentalização mais utilizados pelas organizações, e por conseqüência,
pelas empresas de varejo e de serviços.
Você sabe o que é organização estratégica?
Antes de iniciar a leitura da seção 1, escreva nas linhas abaixo
o que entende por esse conceito. No final da leitura, reveja sua
definição e a reformule se for o caso.
104
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
SEÇÃO 1
Definindo o conceito de organização estratégica
Após ter planejado o que se espera alcançar, uma empresa de
varejo e de serviços deve colocar a casa em ordem, determinando
qual a melhor forma de se estruturar. É organizando que se chega
aonde se quer.
Lá no planejamento estratégico, no momento em que se definem
as estratégias, as ações, as responsabilidades de cada um, e ainda
o delineamento dos recursos humanos, materiais e financeiros
que serão necessários para alcançar os objetivos traçados, pode-se
dizer que essas ações são princípios de organização. Em outras
palavras.
organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho,
a autoridade e os recursos entre os membros de uma
organização (STONER, FREEMAN,1999, p. 6).
Já Lacombe e Heilborn (2002, p. 69) definem a função organização como:
o processo de identificar e agrupar logicamente as
atividades da empresa, de modo que os recursos disponíveis sejam aplicados eficiente e eficazmente e a
empresa e seus funcionários realizem seus objetivos
mútuos.
Desse modo, cada empresa de varejo e de serviços, dependendo
de suas estratégias, de suas tecnologias e ainda de seus ambientes
externo e interno, poderá adotar diferentes estruturas organizacionais.
Unidade 4
105
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Lembre-se: Não existe “the best way” em assunto de
estruturação.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.1 A estrutura organizacional e seus condicionantes
Mas o que é uma estrutura organizacional?
A estrutura organizacional é “o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades
organizacionais de uma empresa” (, 2001, p.85). Esses
elementos são os componentes de uma estrutura organizacional,
os quais você pode visualizar na figura 4.2 e serão mais bem
definidos na Seção 5.
A representação gráfica de uma estrutura organizacional é denominada de organograma. Veja um modelo de organograma na
página 133.
106
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.2 A estrutura organizacional e seus componentes
SEÇÃO 2
Função organização e estratégia
Como você já sabe, durante o planejamento, quando você estiver
definindo estratégias nos diferentes níveis organizacionais para o
alcance dos objetivos traçados, você já estará começando a determinar como a empresa se estruturará, ou seja, estará determinando como ela se organizará para atingir os objetivos traçados.
Esse tipo de estratégia é chamada de estratégia pretendida, ou
seja, planejada.
No entanto, quando a empresa não tiver um planejamento
formalizado, algumas vezes, ao se deparar com algum problema
ou oportunidade, seu gestor terá que definir a melhor estratégia a
escolher. E, essa escolha, também chamada de tomada de decisão,
poderá afetar sua estrutura organizacional. Essa é a chamada
estratégia emergente, ou seja, que surgiu sem que tenha sido
planejada.
Observe, portanto, que a escolha de estratégias determina o curso
a ser tomado pela empresa. Devido a sua importância, muitas são
as teorias e escolas que estudam a estratégia e seu processo de
formulação e também de escolha.
Se você tiver interesse em se
aprofundar neste fantástico
mundo das escolas de estratégias,
sugiro que você leia a bibliografia
recomendada no Saiba Mais 
desta unidade.
Unidade 4
107
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Mas, e para você, futuro gestor de varejo e de serviços,
o que é preciso saber sobre a função organização e as
estratégias?
Penso que é necessário que você saiba que:
„
„
„
a função organização também depende das estratégias
formuladas e escolhidas;
as estratégias ajudam a dar significado às ações e à função
organização;
uma vez escolhida uma estratégia e juntamente com a
tecnologia e o ambiente externo, a mesma promoverá
o ajuste, a mudança, a organização ou reorganização da
estrutura organizacional.
SEÇÃO 3
Função organização e tecnologia
Com base no que planejou, poderá mais uma vez fazer uso da
função organização para poder melhor utilizar as tecnologias que
possui ou então, adquirir novas.
No entanto, atenção: a tecnologia deverá ser entendida por você,
como parte dos recursos necessários para a obtenção dos resultados organizacionais.
Se ainda não ficou bem claro, então acompanhe essa idéia mais
em detalhes.
Tecnologia é tudo aquilo que você precisará para
fazer funcionar sua empresa: equipamentos, materiais,
conhecimento das pessoas, espaço físico, capital, entre
outros.
Nessa definição, observe que a tecnologia é uma variável ao
mesmo tempo interna e externa à empresa. Quando esta estiver
fazendo uso de recursos próprios, a tecnologia será interna. Por
108
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
outro lado, a empresa também pode utilizar tecnologia de outras
organizações. Por exemplo: contratando empresas terceirizadas.
Neste caso, a tecnologia será externa.
Desse modo, a partir da sua decisão sobre o emprego de uma ou
outra tecnologia, você estará utilizando a função organização
para que o que foi planejado possa ser atingido.
Mas sua função de gestor não pára por aí, principalmente em
empresas que estão inseridas em ambientes cujas inovações
tecnológicas são constantes. Essas inovações podem vir de fornecedores ou concorrentes. Os primeiros podem, por exemplo,
estar sempre lançando novos equipamentos, “exigindo” que a
sua empresa os adquira para poder competir adequadamente. Já
os concorrentes podem, por exemplo, lançar novos produtos e
“exigir” que a sua empresa “corra atrás do prejuízo” para não ficar
fora do mercado.
Mais uma vez você está observando que para gerenciar estrategicamente uma organização, a questão de adaptação aos ambientes
interno e externo é fundamental.
Mas, quais os tipos de tecnologia que uma organização
pode utilizar?
Como no caso da estratégia, muitos são os estudos a respeito
dos tipos de tecnologia que uma organização pode utilizar. No
entanto, eles têm um ponto em comum: as tecnologias variam
em seu grau de rotina, ou seja, em variabilidade das atividades da
organização, sendo que:
„
uma organização mecanicista ou burocrática (veja a
seção 5) tenderá a utilizar uma tecnologia rotineira (fixa).
Por exemplo: fábricas cuja linha de produção não pode
ser alterada. É muito comum que fábricas utilizem
equipamentos e maquinários que exijam grande investimento para serem alterados ou substituídos.
Unidade 4
109
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
„
uma organização orgânica (veja a seção 5) tenderá a fazer
uso de uma tecnologia não-rotineira (flexível).
Por exemplo: empresas de prestação de serviços cujos
equipamentos e know-how devem ser sempre adaptados aos diversos clientes e tipos de serviços a serem
prestados. Portanto, as empresas de varejo e de serviços tendem a estar mais próximas de uma organização
do tipo orgânica e fazer uso de tecnologia flexível.
É importante que você perceba que as pessoas (know-how) e o
capital (recursos financeiros) também são tecnologias utilizadas
pelas organizações, devendo ser considerados como condicionantes da estrutura organizacional.
SEÇÃO 4
Função organização e ambiente externo
Uma vez definida a tecnologia a ser empregada na
empresa, você ainda tem uma questão a resolver: como
organizar o que foi planejado diante do ambiente
externo que a organização possui?
Você já percebeu que o ambiente externo é um fator que possui
grande interferência sobre o planejamento estratégico. Aqui, na
função organização, essa realidade não é diferente.
É cada vez maior o número de empresas que, devido à alta
concorrência existente e ainda à exigência de seus clientes, se
organiza ou se reorganiza para atingir patamares ainda melhores
de competitividade.
Desse modo, para que os objetivos traçados no planejamento
estratégico sejam atingidos, pode-se fazer uma pesquisa junto à
concorrência, o chamado benchmarking, para tornar a empresa
mais ágil, mais enxuta e mais flexível do que seus concorrentes. É
a lei da sobrevivência.
110
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Observe, portanto, que as empresas, devido às grandes mudanças
ambientais que temos atualmente, tendem a se organizar a fim de
se tornar mais orgânicas.
Mas isso é um assunto que será tratado na próxima seção.
Acompanhe!
SEÇÃO 5
Estrutura organizacional
Uma vez definidas as estratégias, identificadas e escolhidas as
tecnologias e analisado o ambiente externo, o gestor ainda deve
determinar os conjuntos ou planos de ações para cada estratégia e,
por conseguinte, os responsáveis pelas suas consecuções.
Quando a empresa ainda não estiver montada, começase a agrupar os responsáveis pelas ações de determinada estratégia, sob o comando do responsável pela
estratégia.
A partir de então, a estrutura organizacional passa a ser delineada,
definindo-se:
„
sistema de comunicações: resultado dos fluxos hori-
zontal, diagonal/tranversal e vertical das informações da
empresa;
„
sistema de autoridade: resultado da distribuição do
poder legítimo (veja a unidade 5), o qual vai diminuindo
à medida que se descem os níveis hierárquicos.
„
sistema de responsabilidade: resultado da alocação das
atribuições que competem a cada pessoa na empresa, a
qual deve prestar contas a quem lhe atribuiu tal responsabilidade.
„
sistema de tomada de decisões: resultado da escolha
sobre as informações.
Unidade 4
111
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
E quando uma empresa já estiver estruturada, em funcionamento, deve-se utilizar a função organização, se
necessário, para redefinir sua estrutura organizacional.
Neste caso, a função organização também terá o papel
de integração.
Ou seja, integrar as atividades das diversas unidades organizacionais (departamentos, áreas, divisões) aos objetivos do planejamento. Desse modo, a estrutura organizacional que já está
montada, também influenciará no uso que se fará da função organização. Olha o ambiente interno aí!
Uma estrutura organizacional pode ser montada ou reestruturada
de uma ou outra forma, dependendo da maneira como você fará
uso da função organização para atingir os objetivos traçados no
planejamento e ainda dos condicionantes da estrutura (estratégias, tecnologias e ambiente externo).
Existem, por conseguinte, diversos formatos organizacionais que variam dentro de um continuum entre a
organização burocrática e a organização orgânica.
A organização burocrática ou mecanicista fundamenta-se na
escola da burocracia. E, é sempre bom recordar que não há como
estudar a função organização sem nos remetermos ao “pai” dessa
função - Max Weber.
A organização orgânica, por sua vez, possui características quase
que opostas à organização burocrática.
No quadro 4.1 você poderá visualizar algumas das características
da organização burocrática e orgânica.
112
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Organização burocrática
„
„
„
„
„
„
„
„
„
„
grande divisão do trabalho, gerando um
alto nível de especialização das pessoas;
rigoroso conjunto de regras e regulamentos;
relacionamento impessoal;
contratação e promoção somente baseadas no mérito técnico;
relações claras de autoridade e responsabilidade;
comunicações formais;
procedimentos bem definidos;
funcionamento previsível da organização
e das pessoas que a compõe;
alto nível de complexidade, formalização
e centralização;
baixo nível de integração.
Organização orgânica
„
„
„
„
„
„
„
„
„
„
„
pequena divisão do trabalho, gerando
profissionais generalistas-especialistas;
poucas regras e regulamentos;
relacionamento impessoal e pessoal;
contratação e promoção baseadas tanto
no mérito técnico como na capacidade
de relacionamento, dentre outras;
relações baseadas todas as fontes de
poder;
comunicações informais;
tarefas não padronizadas;
organização flexível e adaptável;
pessoas com elevadas capacidades
técnica e de condução de adversidades;
baixo nível de complexidade, formalização e centralização;
alto nível de integração.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Quadro 4.1 Características das organizações burocrática e orgânica
Antes de aprofundar seus conhecimentos a respeito dos tipos
de estrutura organizacional, na próxima seção, é importante que
você tenha claro os seguintes princípios:
„
Órgãos de linha são unidades de comando;
„
Assessorias ou staffs são unidades organizacionais
(departamentos) ou uma pessoa que presta serviços especializados ou de consultoria técnica, para um ou mais
órgãos de linha.
„
„
Quando uma unidade de linha ou de staff for terceirizada,
deve-se representá-la no organograma com caixas pontilhadas;
Os staffs são representados de forma diferenciada no
organograma, e não são considerados como nível hierárquico, conforme o exemplo do organograma a seguir
(figura 4.3) que possui apenas dois níveis hierárquicos:
Unidade 4
113
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.3 Representação de órgãos de linha e de staff
SEÇÃO 6
Critérios de departamentalização
Uma organização e, portanto, as empresas de varejo e de serviços
podem utilizar um ou mais critérios de departamentalização,
sendo que a maioria utiliza uma estrutura organizacional mista,
ou seja, composta por mais de um tipo de departamentalização.
Mas o que é departamentalização?
É o agrupamento de atividades, pessoas, materiais e
equipamentos em unidades organizacionais, segundo
critérios de homogeneidade.
Desse modo, formam-se os critérios de departamentalização.
De acordo com os critérios de departamentalização utilizados,
uma estrutura organizacional pode ser classificada como tradicional ou inovativa. Acompanhe esse pensamento a seguir.
114
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
6.1 Estruturas Tradicionais
Uma estrutura pode ser considerada como tradicional, quando
utiliza um ou mais dos seguintes critérios de departamentalização:
a) Funcional:
Agrupamento segundo as áreas técnicas. É o mais comum
critério de departamentalização utilizado pelas organizações.
A figura 4.4 mostra o exemplo de uma empresa que utiliza tal
critério de departamentalização.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.4 Departamentalização Funcional
b) Geográfica ou por região ou territorial
Agrupamento segundo as áreas geográficas nas quais a organização atua. É muito comum em empresas que possuem várias
lojas, em regiões geográficas diferentes.
A figura 4.5 mostra um exemplo de uma empresa que atua em
três regiões diferentes de um estado, oferecendo atendimento
diferenciado e/ou uma equipe capacitada para atender cada uma
das regiões.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.5 Departamentalização Geográfica
Unidade 4
115
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
c) Por processo ou processual
Agrupamento segundo as fases de um processo produtivo ou
de prestação de serviços. Na figura 4.6 você pode observar esse
critério de departamentalização em um drive-tru, por exemplo.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.6 Departamentalização Por Processo
d) Por clientes
Agrupamento segundo os tipos de clientes que uma organização
possui ou atende. A figura 4.7 dá o exemplo de uma empresa
de assistência técnica que possui três tipos distintos de clientes,
prestando atendimento diferenciado para cada um deles.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.7 Departamentalização Por Clientes
Outros exemplos de empresas que utilizam esse critério de
departamentalização são: bancos (pessoas físicas e jurídicas) e
lojas de departamentos (masculino, feminino e infantil).
e) Por produtos ou por serviços
Agrupamento segundo tipos ou linhas de produtos, ou ainda
tipos ou linhas de serviços. Nas empresas de varejo e de serviços
que possuem tal critério de departamentalização, é muito comum
observar o gerenciamento de categorias (produtos ou serviços),
que com o crescimento da empresa pode levar a uma departamentalização Por Centros de Lucro, ou seja, por Unidades de
Negócio.
116
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
É muito comum no varejo de confecção, conforme ilustrado na
figura 4.8.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.8 Departamentalização Por Produtos
Outros exemplos de empresas que utilizam esse critério
de departamentalização são: supermercados (higiene,
limpeza, padaria, etc.) e oficinas (elétrica e mecânica).
Observe que esta última é uma departamentalização
por serviços, tendo em vista que a empresa oferece a
seus clientes os serviços de elétrica e mecânica.
f) Por período ou por tempo
Agrupamento segundo os turnos que a organização possui. É
muito comum em organizações que trabalham em mais de
um turno. Na figura 4.9 você pode observar uma empresa que
trabalha em três turnos.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.9 Departamentalização Por Período
g) Por amplitude de controle ou por tamanho ou por quantidade
Agrupamento segundo o número máximo de pessoas que uma
unidade organizacional pode supervisionar. É importante
observar que cada um dos departamentos desenvolve as mesmas
atividades, ou seja, a divisão é feita somente para facilitar a supervisão. Na figura 4.10 você tem o exemplo de uma empresa que
possui 3 equipes.
Unidade 4
117
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.10 Departamentalização Por Amplitude de Controle
É muito comum em empresas de telemarketing onde as mesmas
possuem ilhas de atendimento supervisionadas e também na
lavoura de corte de cana de açúcar, na qual existem capatazes
fiscalizando grupos específicos de cortadores.
7.2 Estruturas Inovativas
a) Por Projetos
Agrupamento segundo os projetos nos quais as pessoas estão
envolvidas. Na figura 4.11 você tem um exemplo de uma empresa
que desenvolve projetos em três áreas diferentes.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.11 Departamentalização Por Projetos
Esse critério de departamentalização é comumente encontrado
em empresas de consultoria e de desenvolvimento de software.
b) Por Centros de Lucro
Agrupamento segundo os centros de lucro existentes na empresa.
Pode utilizar qualquer um dos critérios tradicionais ou inovativos de departamentalização, dividindo a empresa em, pelo
menos, duas unidades (Unidades de Negócios) com elevado grau
de autonomia, como se fossem empresas isoladas. No entanto,
“a descentralização não é total porque o sistema financeiro, as
decisões estratégicas e as políticas físicas permanecem centralizadas” (, , 2000, p. 24), conforme pode ser
observado na figura 4.12 a seguir.
118
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.12 Departamentalização Por Centros de Lucro
Grandes multinacionais, com diversas linhas de produtos
possuem esse tipo de estrutura.
Uma outra empresa que possui esse tipo de estrutura organizacional é a Intelbras, empresa catarinense com sede na Grande
Florianópolis, líder latino-americana na fabricação de centrais
e aparelhos telefônicos, que está dividida em duas unidades de
negócio independentes: Unidade de Telefones (convencionais e
sem fio) e Unidade de Centrais Telefônicas.
c) Celular
Agrupamento de pessoas em equipes multifuncionais. Dentro
das equipes, costuma haver uma classificação dos envolvidos
conforme sua experiência e formação.
Sua principal característica é “a quase ausência de estrutura e alta
flexibilidade” (, , 2000, p. 25).
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.13 Estrutura Celular
Unidade 4
119
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Como a departamentalização Por Projetos, a Estrutura Celular
também é habitualmente encontrado em empresas de consultoria
e de desenvolvimento de software.
d) Para Novos Empreendimentos
Agrupamento segundo os novos empreendimentos que a organização possui. Cria-se uma estrutura para atender com exclusividade às demandas dos novos empreendimentos nos quais a
organização está trabalhando. Trata-se de uma equipe responsável pelo planejamento do novo empreendimento. Quando esse
novo empreendimento for aprovado e entrar em operação, ele
será transferido para uma área operacional da organização, a qual
assumirá o controle.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.14 Departamentalização Para Novos Empreendimentos
Esse critério de departamentalização é freqüentemente encontrado em empresas voltadas para a pesquisa e desenvolvimento de
seus bens e/ou serviços.
e) Matricial
É uma combinação da departamentalização por projetos com
algum critério de departamentalização tradicional.
É uma estrutura caracterizada pela multiplicidade de comando,
ou seja, um profissional que esteja envolvido em um projeto
estará subordinado ao mesmo tempo ao gerente de projetos e
ao seu superior da departamentalização tradicional, até que o
projeto seja finalizado.
120
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
As atividades podem ser realizadas de modo:
„
Intercalado.
Por exemplo: uma pessoa pode trabalhar 4 dias na
semana em sua área de origem e 1 dia na área de
projeto;
„
ou contínuo.
Por exemplo: a pessoa fica trabalhando apenas na área
de projeto até que o mesmo seja finalizado.
Em ambos os casos, ao término do projeto, os envolvidos
retornam a suas atividades “normais”, ou seja, a sua área de
origem.
É importante que você observe que existe mais de um
tipo de estrutura matricial: matriz balanceada, matricial
funcional e matricial projetos. O exemplo a seguir é de
uma matriz balanceada, a qual “divide igualmente a
autoridade entre os gerentes de projetos e os gerentes
funcionais” (VASCONCELLOS, HEMSLEY, 2000, p. 53).
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 4.15 Estrutura Matricial
Unidade 4
121
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Observe na figura 4.15 que os gerentes de projetos precisam
“recrutar” as pessoas das áreas técnicas, por isso a representação
pontilhada.
Para finalizar, é importante que você tenha claro que
uma organização com estrutura tradicional tende a ser
uma organização mais burocrática, já uma organização
com estrutura inovativa, busca ser uma organização
mais orgânica.
122
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Atividades de auto-avaliação
Para ficar mais fácil o entendimento do conteúdo desta
quarta unidade, realize as atividades de auto-avaliação.
Para tal, leia os enunciados com atenção e responda as
questões que a seguir:
1. Descreva, com suas palavras, o que é organização estratégica.
2. Escolha uma das variáveis (estratégia, tecnologia, ambiente
externo e estrutura organizacional) e explique qual a interdependência entre ela e a função organização.
Unidade 4
123
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
3. Identifique as características abaixo com um B se representar
uma particularidade da organização burocrática e com um O se
representar uma característica da organização orgânica.
1) (
) Alto grau de formalização de procedimentos;
2) ( ) Tomada de decisão descentralizada, orientada pelas
políticas gerais de gestão;
3) ( ) Trabalho fracionado e segmentado;
4) (
) Tudo é regido pela obediência à autoridade superior;
5) ( ) Cada funcionário é um especialista no seu cargo;
6) (
) Colaborador generalista com uma sólida especialização;
7) ( ) Elevada previsibilidade do comportamento humano.
5. Associe cada tipo de estrutura organizacional, conforme
indicação abaixo, às características correspondentes.
(1) Estrutura Funcional.
(3) Estrutura Matricial.
(5) Estrutura por Área Geográfica.
(
(2) Estrutura por Produto.
(4) Estrutura por Cliente.
(6) Celular.
) Caracteriza-se pelo agrupamento de pessoas em equipes
multifuncionais.
( ) Caracteriza-se pela reunião, em uma mesma unidade de
trabalho (divisão), de todos os recursos envolvidos com um
produto ou um grupo de produtos relacionados.
(
) Justifica-se pela necessidade de proximidade com as características da região, oferecendo atendimento diferenciado
e/ou uma equipe capacitada para atender cada uma das
regiões.
(
) A estrutura é resultante da combinação simultânea de dois
tipos diferentes de estrutura, caracterizando-se pela multiplicidade de comando.
( ) Cada unidade/setor, nesse tipo de estrutura, corresponde a
uma função principal.
( ) Nesse tipo de estrutura, cada gestor da unidade é encarregado de um conjunto de produtos/serviços específicos a um
tipo de cliente para os quais se destinam.
124
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Síntese da unidade
Nesta quarta unidade, na qual você aprendeu a respeito
da organização estratégica em empresas de varejo e de
serviços, você estudou que:
„
„
„
„
„
„
„
„
organizar estrategicamente é o processo de arrumar e alocar
os recursos humanos, materiais e financeiros da organização,
definindo autoridade e responsabilidade, a fim de atingir os
objetivos traçados no planejamento estratégico;
a partir da função organização, cada empresa, dependendo de suas estratégias, de suas tecnologias e ainda de
seu ambiente externo, que são os condicionantes de uma
estrutura organizacional, monta estruturas diferentes;
uma estrutura organizacional é composta por sistemas
de autoridade, responsabilidade, tomada de decisões e
comunicações;
existem diversos formatos organizacionais que variam
dentro de um continuum entre a organização burocrática
e a organização orgânica;
departamentalização é o agrupamento de atividades,
pessoas, materiais e equipamentos em unidades organizacionais, segundo critérios de homogeneidade;
existem diversos critérios de departamentalização;
uma organização pode utilizar um ou mais critérios de
departamentalização;
de acordo com os critérios de departamentalização utilizados, uma estrutura organizacional pode ser classificada
como tradicional ou inovativa.
Agora, você já está apto a passar para a quinta unidade. A direção
estratégica vem aí!
Unidade 4
125
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Saiba mais
Para aprofundar seu conhecimento a respeito das escolas de
estratégia empresarial, leia o livro:
MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce, LAMPEL,
Joseph. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.
Para obter maiores informações a respeito
desse livro acesse o seguinte endereço eletrônico:
http://shopping.terra.com.br/artmed/product.asp?de
pt%5Fid=&pf%5Fid=25674&tpceid=K39P0L6KSEB
M8MV6FRCJ3P9GDCTG2D4D
Leitura complementar: A seguir você terá
a oportunidade de fazer a leitura de um texto que engloba os
conhecimentos obtidos nesta quarta unidade e ainda os da
segunda unidade a respeito do ciclo de vida das organizações.
126
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Estruturando a Firma Empreendedora
Em algum momento, o empreendedor bemsucedido descobre que não pode fazer tudo
sozinho. Mais pessoas devem ser contratadas. O empreendedor deve decidir qual é o
arranjo estrutural mais apropriado para realizar as atividades da firma de forma eficaz.
Sem algum tipo de organização estrutural
adequada, o empreendimento pode ver-se
em uma situação caótica em pouco tempo.
Em firmas pequenas, a estrutura da organização tende a desenvolver-se com
pouco planejamento consciente por
parte do fundador ou proprietário. Em
sua maioria, elas parecem uma estrutura
simples. À medida que o empreendimento
cresce e o proprietário ou fundador acha
cada vez mais difícil continuar sozinho,
mais empregados são acrescentados para
desempenhar certas funções ou tarefas
que o empreendedor já não consegue
mais realizar. Estes indivíduos tendem a
continuar fazendo as mesmas funções à
medida que a empresa amadurece. Assim
surge a estrutura funcional, na qual cada
um ou a maior parte dos aspectos funcionais do empreendimento – como contabilidade, marketing, recursos humanos
e assim por diante – é controlado por
um administrador. E é normal que esta
estrutura funcional se desenvolva gradualmente, em vez de ser criada em um único
movimento rápido.
Com a evolução no sentido de uma estrutura mais explícita, vem um conjunto
inteiramente novo de desafios para o
empreendedor. Subitamente, ele tem que
delegar a autoridade e a responsabilidade
operacional para outros. Isto é uma das
coisas mais difíceis para um empreendedor – deixar outra pessoa tomar as decisões. Afinal de contas, raciocina ele, como
alguém pode conhecer esse negócio tão
bem quanto eu? Além disso, o que funcionava na atmosfera razoavelmente informal
e flexível agora não acontece mais.
Muitos empreendedores estão muito
preocupados em manter a atmosfera de
“empresa pequena”, mesmo quando suas
organizações evoluem no sentido de arranjos estruturais mais elaborados.
No entanto, uma organização “estruturada”
não implica ter que desistir da flexibilidade, da adaptabilidade e da liberdade.
Na verdade, muitos dos projetos organizacionais mais recentes, como a estrutura
baseada em equipes e a organização sem
fronteiras, são particularmente apropriados às firma pequenas.
Os projetos e arranjos fluidos dessas estruturas contemporâneas podem dar à firma
empreendedora tanto a abertura quanto a
rigidez das quais ela precisa.
Fonte: ROBBINS, S., COULTER, M. Administração. Rio de Janeiro, Prentice-Hall do Brasil,
1998, p.226.
Unidade 4
127
UNIDADE 5
Direção estratégica
em empresas de
varejo e de serviços
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
„
Entender o que é direção estratégica;
diferenciar autoridade, poder e liderança;
compreender a importância da delegação e da
tomada de decisão para a função direção;
visualizar como pode ser feita a implementação de
um planejamento.
Plano de estudo
Seção 1
Seção 2
Seção 3
Seção 4
Seção 5
Seção 6
O que é direção estratégica?
Autoridade × Poder
O que é liderança?
Como realizar a delegação?
Como fazer a tomada de decisões?
Como implementar o planejamento
estratégico desenvolvido?
5
Para início de conversa
Na unidade anterior, você estudou a função organização e como as empresas de varejo e de serviços
a utiliza para alcançarem o objetivo traçado
anteriormente, no planejamento estratégico.
Neste momento, você passará a estudar
a função direção, a fim de que o que foi
planejado e organizado possa ser, efetivamente,
colocado em prática.
Convido-o a aprender a dar direção à empresa!
SEÇÃO 1
O que é direção estratégica?
Apesar de você, juntamente com sua equipe, ter desenvolvido
um planejamento e estruturado sua empresa para que o que foi
planejado possa ser atingido, ainda sua função de gestor não
chegou ao fim. Neste momento, você deverá estar ainda mais
presente para poder coordenar e dar direção ao planejamento
estratégico desenvolvido, e implementá-lo.
É importante que você tenha claro que:
Direcionar estrategicamente é o processo de influenciar,
dirigir e motivar as pessoas a realizarem suas atividades.
130
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Aqui, motivação é a “chave do negócio”, e você se deparará com
elementos fundamentais para dar direção à empresa.
A tomada de decisão, um dos aspectos principais da função
direção, estará presente no seu dia-a-dia para que você decida,
Por exemplo:
„
„
„
„
qual a melhor fonte de poder a ser utilizada;
que tipo de líder deverá ser;
em delegar ou não a autoridade; e
de que forma deverá implementar o planejamento
estratégico desenvolvido.
SEÇÃO 2
Autoridade × Poder
A direção de uma organização pode ser dada, utilizando-se da
autoridade e do poder
Autoridade é o direito que uma pessoa tem em
influenciar outra, em virtude do cargo que ocupa.
Poder é a capacidade que uma pessoa tem em influenciar outra.
Em ambos os casos, deve-se entender que a influência é uma
ação que causa mudança na forma de agir de uma pessoa.
Observe que a autoridade é sempre legítima, ou seja, advém de
um cargo ocupado. Já o poder, pode ou não advir de um cargo.
Por exemplo:
O poder que um colega de trabalho tem sobre o modo
de agir de um outro.
Unidade 5
131
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2.1 Quais são os tipos de autoridade?
Um gestor pode usar três tipos de autoridade:
„
Autoridade de linha: é aquela que um superior tem sobre
seus subordinados imediatos.
Gerente de Recursos Humanos sobre o Auxiliar de
Recursos Humanos.
„
Autoridade de assessoria: Enquanto a autoridade de
linha pode exigir que algo seja executado, a autoridade
de assessoria somente pode aconselhar, recomendar ou
propor. Existem dois tipos de autoridade de assessoria:
1) A autoridade que uma assessoria tem sobre o pessoal
de linha.
Assessoria de Qualidade sobre o Gerente de Serviços,
quando propõe a este, que sejam realizadas supervisões/avaliações mais freqüentes nas prestações de serviços. Observe que sua sugestão, se aceita pelo Gerente
de Serviços, afetará funcionários subordinados a este.
2) A autoridade que um especialista tem sobre o pessoal
de linha.
Gerente de Recursos Humanos sobre a Administração
Geral, quando recomenda a esta, um percentual de
ajuste sobre os salários de todos os colaboradores da
empresa. Mais uma vez, a decisão cabe a Administração
Geral.
132
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
Autoridade funcional: ocorre quando uma assessoria ou
então um especialista tem o direito de dar ordens diretas
sobre o pessoal de linha. Portanto, existem dois tipos de
autoridade funcional, quais sejam:
1) A autoridade que uma assessoria tem sobre o pessoal
de linha.
Assessoria de Qualidade sobre os subordinados do
Gerente de Serviços (Equipe Prestadora de Serviços),
quando informa diretamente aos referidos subordinados, que deverão ser realizadas supervisões/avaliações
mais freqüentes nos serviços prestados.
2) A autoridade que um especialista tem sobre o pessoal
de linha.
Gerente de Recursos Humanos sobre os funcionários
da organização quando determina que todos terão que
participar de um programa de capacitação.
Todos os exemplos que foram apresentados podem ser melhor
visualizados no organograma a seguir (figura 5.1).
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 5.1 Organograma
Unidade 5
133
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2.2 Quais são as fontes de poder?
De acordo com o estudo clássico de French e Raven,
existem cinco fontes de poder:
1. Poder legítimo: é sinônimo de autoridade, ou seja,
é o direito que uma pessoa tem em exercer influência
sobre outra devido ao cargo que ocupa.
2. Poder de recompensa: é a capacidade que uma
pessoa tem em recompensar outra por ordens cumpridas.
3. Poder coercitivo: é a capacidade que uma pessoa
tem em punir outra por ordens não cumpridas.
4. Poder de competência: e é a capacidade que uma
pessoa tem em influenciar outra pela crença de que sua
capacidade, conhecimento ou competência seja superior.
5. Poder de referência: é a capacidade que uma
pessoa tem em influenciar outra pelo desejo do
influenciado em ser parecido com o influenciador ou
então por se identificar com o mesmo.
Nas empresas de varejo e de serviços, é muito comum que se faça
uso de todos os tipos de poder, e você, futuro gestor, deve estar
atento para poder diagnosticá-los entre seus colaboradores, e
também para saber em que situação e sobre quem ou que grupo
deverá utilizá-los, a fim de alcançar os objetivos traçados no
planejamento estratégico.
Ao contrário do que se possa pensar, e do termo que, coloquialmente, é utilizado como algo negativo, o poder pode
trazer inúmeros benefícios à empresa e às pessoas quando bem
empregado.
Por exemplo, suponha que...
...a sua empresa já tenha desenvolvido um planejamento estratégico, já se reorganizou, definindo ações
para todas as pessoas da organização, mas, mesmo
assim, ainda não está conseguindo ver os envolvidos
no processo entusiasmados. O que fazer?
134
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Por que não utilizar a função direção e especialmente
as fontes de poder para dar uma “animada” na empresa?
Acompanhe a seguir exemplos de como você pode aplicar cada
tipo de poder:
As fontes de poder, portanto,
podem ser vistas como meio de
motivar as pessoas, ou seja, de
induzi-las a atingir objetivos
organizacionais, enquanto
tentam atingir seus objetivos
pessoais.
Por exemplo, você, como gestor, poderia utilizar o
seu poder legítimo (ou autoridade) para marcar uma
reunião com todos os envolvidos. Como você é o gestor
do negócio, e, portanto, possui um cargo hierárquico
superior a de seus colaboradores, é muito provável que
esse tipo de poder seja bem aceito e, portanto, seus
colaboradores tenderão a comparecer à reunião.
Durante a reunião, você pode
definir, juntamente com os
participantes, como poderão ser
utilizadas as demais fontes de poder
na empresa.
O poder de recompensa poderá ser utilizado como fonte motivacional aos que alcançarem suas metas, ou em grupo, ou individualmente. Dessa forma, você poderá estipular premiações em:
dinheiro;
„ privilégios (dia de folga, viajem, dentre outros);
„ reconhecimento (funcionário ou equipe destaque); e
„ promoções.
„
É sempre bom levar em consideração que o que motivará um
grupo ou um indivíduo, não necessariamente, motivará outro, e
que o gestor deverá estar atento a isso.
O poder coercitivo, por outro lado, poderá ser utilizado como
uma forma de punir aquele(s) que não alcançar(em) as metas
estipuladas, retirando as premiações que foram dadas ou ainda
deixando claro que não serão distribuídas premiações aos que não
alçarem suas metas. A idéia da utilização deste poder não é a de
amedrontar a pessoa, mas sim de fazer com ela se sinta um pouco
pressionada e se mexa para alcançar suas metas.
Unidade 5
135
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
É muito comum observarmos esse tipo de poder sendo utilizado
nas organizações de forma antiética. Penso que você já ouviu falar
de pessoas que ascenderam em suas carreiras, ou que “derrubaram”
colegas de trabalho com ameaças e chantagens.
O poder de competência poderá ser utilizado por todos aqueles
que, reconhecidamente, são “feras” no assunto. No entanto, é
sempre interessante que o gestor “dê uma mãozinha” e coloque
essas pessoas como líderes ou então como membros de uma
equipe responsável em alcançar metas cujas atividades envolvam
seu indiscutível conhecimento a respeito do assunto.
Já o poder de referência depende do estilo ou da personalidade daquele que o detém, sendo conveniente colocar na mesma
equipe pessoas que se identifiquem ou que achem “o máximo”
o líder de sua equipe. É uma tarefa das mais complicadas, mas
que você, como gestor, poderá realizá-la, utilizando seu feeling,
ou seja, sua intuição em “caçar” celebridades. As pessoas bemsucedidas ou mais experientes tendem a ter este tipo de poder, o
de referência.
Stoner e Freeman (1999) lembram que o poder sempre
causa sentimentos ambivalentes, visto que ao mesmo
tempo uma pessoa pode admirar ou cobiçar o poder
de outra que o detém. Por outro lado, é preciso cautela
ao utilizá-lo e também uma boa percepção para poder
identificá-lo em uma empresa.
O poder tenderá a ser sempre benéfico, mesmo que estejamos
falando do poder coercitivo, quando utilizado de forma a
conciliar os objetivos individuais, com os do grupo e ainda com
os da empresa, respeitando o ser humano. E essa é uma tarefa
para um “Super Gestor”.
Kotter (apud STONER, FREEMAN, 1999) afirma que os
gestores que exercem o poder com sucesso:
„
„
136
mantêm suas ações coerentes com as expectativas
das pessoas;
utilizam a fonte de poder mais apropriada para cada
situação, pessoa ou grupo, visto que reconhecem os
custos, riscos e benefícios de cada tipo de poder;
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
„
„
sabem que cada uma das fontes de poder possui seus
méritos;
buscam papéis (cargos) lhes permitam desenvolver e
usar as fontes de poder;
sentem-se confortáveis usando o poder.
SEÇÃO 3
O que é Liderança?
Agora que você já tem claro os conceitos de autoridade e poder, que tal você passar a estudar um outro
aspecto importante da função direção que é o de liderança?
O conceito de liderança está muito próximo do conceito de
direção estratégica, tendo em vista que:
Liderança é o processo de influenciar as atividades individuais ou grupais para o alcance de objetivos.
Observe que, assim como a direção estratégica, a liderança é um
processo que utiliza as fontes de poder. Mas então, o que difere
uma da outra?
A direção advém de um cargo, e sempre faz uso do poder
legítimo (ou autoridade) e também, se necessário, das outras
fontes de poder. Já a liderança pode ou não fazer uso do poder
legítimo. Podem surgir líderes em grupos onde todos os membros
possuem o mesmo cargo, por exemplo.
O importante é que você lembre que não há como
ser um gestor eficaz sem ser um líder eficaz, ou seja, a
função direção depende da capacidade de liderança do
gestor. Em contrapartida, ser um gestor envolve muito
mais do que ser um líder, pois, além da função direção,
ele também terá que fazer uso das funções planejamento, organização e controle.
Unidade 5
137
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Embora possuam várias teorias de liderança, uma classificação
bastante utilizada e pode-se dizer clássica, é de Lewin, que divide
os líderes segundo a forma com que fazem uso da liderança, em
três tipos básicos de líderes. São eles:
„
líder autocrático: ou também chamado de autoritário,
é aquele que centraliza a autoridade e toma todas as
decisões, limitando a participação de seus liderados;
„
líder democrático: é aquele que envolve seus liderados no processo de tomada de decisões, trabalhando
em equipe; e
„
líder laissez-faire: é aquele que deixa seus liderados
tomarem as decisões, sem muita direção.
No entanto, existem traços comuns que caracterizam os líderes,
conforme o quadro 5.1 a seguir.
1. Disposição: Os líderes mostram um grande nível de esforço. Eles
possuem um desejo de realização relativamente elevado, são ambiciosos, têm muita energia, são incansavelmente persistentes em suas
atividades e mostram iniciativa.
2. Desejo de liderar: Eles possuem um forte desejo de influenciar e
liderar outros. Demonstram a disposição de assumir responsabilidade.
3. Honestidade e integridade. Eles constroem relações de confiança
com seus seguidores sendo sinceros e confiáveis e mostrando alta
coerência entre o discurso e a prática.
4. Autoconfiança. Os seguidores procuram nos líderes a ausência da
insegurança. Assim, eles precisam mostrar autoconfiança de modo a
convencer os liderados do acerto dos objetivos e decisões.
5. Inteligência. Os líderes precisam ser suficientemente inteligentes
de forma a reunir, sintetizar e interpretar grande volume de informações; e estar aptos a criar visões, resolver problemas e tomar decisões
corretas.
6. Conhecimento relacionado ao trabalho. Os líderes eficazes
possuem um grande conhecimento relacionado à empresa, à indústria
e a assuntos técnicos. O conhecimento profundo permite que eles
tomem decisões esclarecidas e compreendam as implicações dessas
decisões.
Fonte: Kirkpatrick e Locke (apud ROBBINS, COULTER, 1998, p. 361).
Quadro 5.1 Seis traços que distinguem os líderes dos não líderes
138
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
SEÇÃO 4
Como realizar a delegação?
Você se lembra quando estudou na segunda unidade o ciclo
de vida das organizações? Pois é, a terceira fase do ciclo é a de
delegação, onde, inevitavelmente, o gestor deve abrir mão de
muitas de suas responsabilidades, delegando parte de sua autoridade. Portanto, a delegação é o processo de atribuir a um subordinado autoridade pela realização de atividades específicas. a
Em outras palavras:
Delegar é transferir o poder legítimo (autoridade) de
um superior para seu subordinado.
Ao assumir essa autoridade, o subordinado terá novas responsabilidades.
Observe que a delegação está intimamente ligada com a descentralização da autoridade na organização, uma vez que
A descentralização demonstra o quanto de poder legítimo (autoridade) foi passado de um nível hierárquico
superior para os demais níveis hierárquicos.
Uma organização altamente centralizada é aquela cuja concentração do poder e da autoridade está nas mãos do gestor ou então
no nível estratégico. Por outro lado, uma organização altamente
descentralizada é aquela que distribui o poder e a tomada de
decisão em todos os níveis da organização.
Observe que a autoridade
é delegável, já a responsabilidade
não!
Neste momento, porém, você pode estar se perguntando: Delegar
para quê?
Unidade 5
139
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Delega-se para que:
se possa desenvolver novas e desafiadoras atividades
(busca de oportunidade, monitoração interna e externa,
dentre outras), voltando-se para a eficácia das empresas;
„ a tomada de decisões esteja mais próxima do executor;
„ a tomada de decisões seja mais rápida, tendo em vista
que, ao surgir o problema, o próprio executor possa
resolvê-lo;
„ a autoconfiança e a iniciativa dos subordinados sejam
elevadas; e
„ os colaboradores aprendam e se desenvolvam para
assumir, se necessário, novas responsabilidades no futuro.
„
A delegação talvez seja uma das decisões mais difíceis de serem
tomadas pelo gestor, por razões, tais como:
acreditar que somente ele é capaz de executar, com
eficácia, determinadas atividades;
„ pensar que a delegação demandará muito tempo em
capacitação;
„ temor de que seu subordinado desenvolva as atividades
com eficácia superior, ameaçando sua posição; e
„ sensação de perda de poder.
„
Para delegar, é necessário que, primeiro, a barreira
de resistência seja ultrapassada, e ainda, na visão de
Stoner e Freeman (1999), que o gestor:
„
„
„
„
„
140
analise a cultura organizacional, as exigências e as
capacidades de seus subordinados;
decida quais tarefas devem ser delegadas e quem
deve receber a delegação;
ofereça apoio para ajudar seus subordinados a
tomarem suas decisões;
realmente esteja disposto a dar liberdade aos seus
subordinados para tomarem suas decisões, mesmo
que essas venham a ser diferentes das que ele usualmente escolheria; e
encoraje seus subordinados a tomarem suas decisões,
deixando claro que foram escolhidos pela competência que possuem, e que devem acreditar em suas
capacidades.
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Pode-se acrescentar, também, que as barreiras à delegação podem
ser superadas melhorando a comunicação entre os níveis hierárquicos, capacitando os colaboradores; estabelecendo controle
sobre as decisões tomadas como forma de melhoria contínua,
dentre aspectos.
Stoner e Freeman (1999) chamam a atenção para o que
não é delegação. (conforme colocado no quadro 2 a
seguir)
1. Não é abdicação: não é simplesmente uma questão de designar trabalhos para as pessoas e mandar que elas os realizem. Quando é utilizada essa abordagem raramente se alcança os resultados pretendidos
ou esperados pelo administrador. As pessoas que recebem esse tipo
de delegação são postas numa situação de importância secundária no
final do trabalho.
2. Não é abandono da responsabilidade do administrador.
3. Não significa que o administrador perde o controle.
4. Não significa que o administrador evita tomar decisões: o administrador que delega continua tomando decisões. O ponto importante
é que ele pode se concentrar nas decisões e nas questões de maior
importância, e deixar que os subordinados tomem determinadas decisões que só o contato direto com o problema permite.
Fonte: Stoner e Freeman (1999, p. 261)
Quadro 5.2 O que a delegação não é
SEÇÃO 5
Como fazer a tomada de decisões?
A todo o momento no seu dia-a-dia você toma decisões.
Desde a mais corriqueira: - Em que restaurante almoçar? Até
uma decisão que poderá afetar toda sua vida: - Devo dizer sim ou
não ao Juiz de Paz?
Independente do tipo de decisão que será tomada, você, primeiramente, tende a verificar quais são os custos e os benefícios da
decisão. E qualquer tomada de decisão envolverá riscos.
Unidade 5
141
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Em uma organização isso não é diferente. E, portanto, como você
deve ter observado, a função direção não é tão simples assim de
ser exercida devido às inúmeras decisões que devem ser tomadas
pelo gestor. Por esse motivo, é importante que você saiba que
Tomada de decisão é o processo de identificar problemas e/ou oportunidades visando à escolha de um
curso de ação.
Mas, o que é um problema?
Um problema deve ser entendido como algo que pode dificultar
o alcance dos objetivos traçados, podendo ser:
„
Um desvio em relação ao desempenho da empresa.
Queda no faturamento.
„
Um desvio em relação ao que foi planejado.
Atraso no cumprimento de determinada meta.
„
Uma dificuldade trazida por outras pessoas.
Reclamação do modo de agir de certo colaborador.
„
Uma mudança ambiental.
Colocação por um concorrente de um novo produto no
mercado.
142
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
E, o que é uma oportunidade?
Uma oportunidade deve ser entendida como algo que pode
proporcionar à empresa, a oportunidade de superar os objetivos
traçados, podendo ser:
„
Um desvio em relação ao desempenho da empresa.
Aumento do faturamento.
„
Um desvio em relação ao que foi planejado.
Antecipação no cumprimento de determinada meta.
„
Uma novidade trazida por outras pessoas.
Informação até então desconhecida, sobre a capacidade de determinado colaborador, em desenvolver
alguma atividade necessária para atingir os resultados
esperados.
„
Uma mudança ambiental.
A quebra do contrato entre um concorrente e um
potencial cliente.
E o que um gestor deve fazer diante de um problema
e/ou oportunidade?
Unidade 5
143
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Primeiramente, ele deve verificar se o problema e/ou a oportunidade é de sua competência, se pode ser delegado(a), ou então,
se deve ser atribuído(a) a uma hierarquia superior. Se for de
sua competência, e se convier, pode compartilhar sua responsabilidade com as pessoas que serão afetadas pelo curso de ação
escolhido, de modo que estas também possam ser e sentirem-se
envolvidas. No entanto, a responsabilidade final pela tomada de
decisão e por sua implicação é e será do gestor neste caso.
De qualquer forma, e a quem competir o problema e/ou a oportunidade, uma decisão deve ser tomada. Para tanto, foi até mesmo desenvolvido um modelo, o chamado “modelo racional de tomada de
decisão”, dividido em quatro estágios, conforme a figura 5.2 a seguir.
1. Examinar a situação
„
„
„
Definir o problema
e/ou a oportunidade
Diagnosticar as causas Identificar conseqüências da decisão
3. Avaliar as alternativas e selecionar a
melhor
2. Criar alternativas
„
„
Buscar alternativas
Não avaliar ainda
4. Implementar e monitorar a decisão
„
„
„
Avaliar as alternativas Escolher a melhor
alternativa
„
„
Planejar a implementação
Implementar o plano
Monitorar a implementação e fazer os
ajustes necessários
Fonte: Adaptado de Stoner e Freeman (1999, p. 186).
Figura 5.2 Processo Racional de Tomada de Decisão
O que é importante observar nesse modelo é que ele é bastante
completo e que é muito útil para decisões que envolvem
problemas e/ou oportunidades incomuns e significativos(as),
ou seja, que podem causar grande risco ou então mudanças na
empresa.
Já problemas e/ou oportunidades mais corriqueiros(as), muitas
vezes, podem ser tratados(as) seguindo-se as políticas e as normas
da empresa, sem que seja necessário utilizar o modelo racional de
tomada de decisão.
Há ainda problemas e/ou oportunidades cujos cursos de ação não
podem ser minuciosamente estruturados e que envolvem muito
mais a intuição do que o raciocínio lógico.
É importante que você saiba que, independente do
modo como o gestor tomará a decisão, o fundamental
é que ela esteja apoiada em informações consistentes.
144
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
SEÇÃO 6
Como implementar o planejamento
estratégico desenvolvido?
O processo de implementação do planejamento estratégico pode
ser deflagrado de diversas maneiras, dentre outras:
em uma reunião com todos envolvidos;
„ em uma reunião apenas com os níveis superiores e posteriormente destes com os seus subordinados; ou
„ em uma confraternização fora da empresa.
„
É importante também que o responsável ou os responsáveis pela
implementação sejam pessoas flexíveis e que tenham quatro habilidades diferentes, conforme sugerido por Bonoma (apud ,
, 1993). Quais sejam:
„
habilidade de interação: capacidade de entender o senti-
mento dos demais para poder negociar e gerenciar o
comportamento das pessoas;
„
habilidade de alocação: capacidade de visualizar a
melhor distribuição dos recursos para a implementação
do planejamento estratégico desenvolvido;
„
habilidade de monitoração: capacidade em tomar
decisões rápidas e eficazes para a correção de problemas
ou oportunidades que possam surgir;
„
habilidade de organização: capacidade de criar redes de
relacionamento (organização informal) que possam servir
para detectar problemas ou oportunidades e corrigir as
falhas.
Unidade 5
145
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Brodwin e Bourgeois (apud , , 1993) chegaram a
desenvolver cinco abordagens de implementação, com base em
diversos estudos realizados. Em cada abordagem, fica evidente a
utilização de diferentes formas de gestão estratégica, de acordo
com o estilo de cada gestor. São elas:
1.
2.
3.
4.
5.
Abordagem do Comandante;
Abordagem da Mudança Organizacional;
Abordagem Colaborativa;
Abordagem Cultural; e
Abordagem Crescente.
No quadro 5.3 a seguir, você poderá visualizar a comparação
entre as cinco abordagens.
Abordagem
Fator
Comandante
Mudança
Colaborativa
Cultural
Crescente
Como as metas são
definidas
Ditadas de cima
Ditadas de cima
Negociadas
dentro da alta
hierarquia
Embutidas na
cultura
Declaradas
vagamente de
cima, refinadas
de baixo
O que o sucesso
de planejamento
e implementação
significa
Um bom plano
se julgado pelos
critérios econômicos
Organização e
estrutura que
combinam com
a estratégia
Um plano
aceitável com
amplo apoio
administrativo
Um exército de
implementadores ocupados
Estratégias
sólidas com
campeões por
trás delas
Fatores que são
considerados no
planejamento
Econômicos
Econômicos e
políticos
Econômicos,
sociais e
políticos
Econômicos e
sociais
Econômicos,
sociais, políticos
e comportamentais
Nível de esforço da
organização durante
(1) o planejamento e
(2) a implementação
(1) Baixo
(1) Baixo
(1) Alto
(1) Alto
(1) Alto
(2) N/A
(2) Alto
(2) Baixo
(2) Baixo
(2) Baixo
Nível de conhecimento do gestor para
o sucesso da implementação
Alto
Alto
Moderado
Baixo
Baixo
Nível de poder do
gestor para impor
um plano detalhado
de implementação
Alto
Alto
Moderado
Moderado
Moderado
Fonte: adaptado de Certo e Peter (1993, p. 180-181).
Quadro 5.3 As cinco abordagens de implementação
146
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
6.1 A abordagem do Comandante
Ao adotar essa abordagem, o gestor concentra-se no planejamento, formulando-o sozinho ou então, supervisionando uma
equipe que o faça. Cabe aos subordinados apenas a implementação do que foi desenvolvido, o que pode provocar resistência e
desmotivação.
Observe que existe uma clara diferenciação entre o
planejador e o implementador.
É uma maneira bastante comum e efetiva de desenvolvimento
e implementação de planejamentos em organizações pequenas
e com ambiente estável. Como também quando o gestor tem o
perfil de líder autocrático, fazendo-o sentir-se “poderoso”.
6.2 A abordagem da Mudança Organizacional
Aqui, mais uma vez, o planejamento é definido pelo gestor, o que
pode ocasionar os mesmos problemas motivacionais. No entanto,
sua implementação é bastante diferente, uma vez que o gestor é
envolvido e responsável pela mesma.
Toda a empresa, se necessário, poderá ser alterada para que o
alcance do que foi planejado possa ser atingido, o que pode
acarretar um grande problema em empresas com ambiente
mutável, visto que uma alteração de estratégia resultaria em uma
necessidade de mudança organizacional, e uma manobra desse
tipo demoraria muito tempo.
6.3 A abordagem Colaborativa
Nessa abordagem, o desenvolvimento do planejamento é
conduzido pelo gestor, que coordena uma equipe geralmente
composta por diretores, quando se tratar de uma organização
maior, ou então de pessoas-chave.
Unidade 5
147
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Esse tipo de abordagem possui vantagens que as duas primeiras
não contemplam:
„
„
qualidade da informação, visto que os planejadores estão
mais próximos das operações; e
implementação mais eficiente, uma vez que parte dos
implementadores também desenvolveu o planejamento,
aumentando o nível de comprometimento.
Por outro lado, ela possui a desvantagem de gastar bem mais
tempo em desenvolvimento, o que pode levar a organização a
perder oportunidades em ambientes mutáveis.
6.4 A abordagem Cultural
Aqui, o gestor é o condutor da organização e não do planejamento, assumindo, efetivamente, sua função de direção. Ele guia
a empresa, divulgando e propondo seu ponto de vista sobre a
missão global da mesma, deixando que todos desenvolvam seus
planos de ações. Desse modo, quando uma estratégia é escolhida,
todos podem decidir como melhor implementá-la, por exemplo.
Salienta-se que para a utilização dessa abordagem há a
necessidade do desenvolvimento de uma forte cultura
organizacional, a qual influencia o comportamento de
seus membros, moldando suas crenças e valores para a
tomada de decisão.
Possui a desvantagem de consumir muito tempo para o desenvolvimento do planejamento e ainda de levar as pessoas a pensarem
de uma forma bastante homogênia, dificultando a visualização da
necessidade de mudança.
Essa abordagem tende a quebrar as barreiras entre planejadores e
implementadores e é muito comum em empresas bastante desenvolvidas e de porte maior.
148
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
6.5 A abordagem Crescente
Como na abordagem de mudança organizacional, na abordagem
crescente, o gestor está envolvido tanto no desenvolvimento
quanto na implementação do planejamento. No entanto, o
que difere é que os funcionários também participam dos dois
processos.
O planejamento formulado é resultado das diversas propostas dos colaboradores, as quais são recebidas e moldadas pelo gestor.
É indicada pelos estudiosos para ser utilizada em organizações grandes, complexas e diversificadas, uma vez que o gestor
não tem condições de conhecer toda a organização e tampouco
desenvolver o planejamento sozinho.
Possui as vantagens de:
„
„
encorajar todos os níveis hierárquicos a formularem seus
planejamentos, aumentando a motivação geral; e
os planos de ações tem a probabilidade de serem mais
rapidamente implementados por terem sido feitos pelos
próprios executores.
Por outro lado, somente tenderá a ser implementada com
sucesso, em organizações descentralizadas, e nas quais o gestor
for tolerante para suportar falhas e também para receber idéias
contrárias as suas.
Unidade 5
149
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Atividades de auto-avaliação
Para ficar mais fácil o entendimento do conteúdo desta quinta
unidade, realize as atividades de auto-avaliação. Para tal, leia os
enunciados com atenção e responda as questões que seguem:
1. Descreva, com suas palavras, seu conceito da direção estratégica.
2. Relacione a 1ª. com 2ª.:
1) Poder de referência
2) Poder de recompensa
3) Poder coercitivo
4) Poder legítimo/Autoridade
5) Poder de competência
150
( ) Emana do conhecimento
( ) Emana do cargo
( ) Emana da punição
( ) Emana da carisma
( ) Emana do cumprimento de ordens
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
3. Volte à mesma empresa em que você desenvolveu a atividade
3 da primeira unidade e identifique qual o(s) tipo(s) de liderança
exercido pelo gestor. Justifique sua resposta com base nas características de cada um dos tipos.
4. Descreva, com suas palavras, qual a importância da delegação
para a direção estratégica.
Unidade 5
151
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
5. Descreva, com suas palavras, qual a importância da tomada de
decisão para a direção estratégica.
6. Na mesma empresa, pergunte ao gestor ou à pessoa escolhida
para a entrevista, como é o processo de implementação do planejamento (de qualquer tipo) na empresa. Quem participa desse
processo?
152
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Síntese da unidade
Ao terminar esta quinta unidade, na qual você aprendeu
como os gestores podem guiar uma empresa, você
estudou que:
„
„
„
„
„
„
„
„
a direção estratégica é o processo de influenciar, dirigir e
motivar as pessoas a realizarem suas atividades, e que se
utiliza da autoridade e do poder;
autoridade é o direito que uma pessoa tem em influenciar
outra, em virtude do cargo que ocupa;
poder é a capacidade que uma pessoa tem em influenciar
outra;
existem três tipos de autoridade (de linha, de assessoria
e funcional) e cinco fontes de poder (legítimo, coercitivo,
de referência, de competência e de recompensa);
a função direção depende da capacidade de liderança do
gestor, sendo que existem três tipos de líderes (autocrático, democrático e laissez-faire);
delegar é transferir o poder legítimo de um superior para
seu subordinado;
tomada de decisão é o processo de identificar problemas
e/ou oportunidades visando à escolha de um curso de
ação;
o processo de implementação do planejamento pode ser
deflagrado e conduzido de diversas maneiras.
A partir de agora, você já pode passar para a sexta e última
unidade e estudar como os gestores controlam estrategicamente
as empresas de varejo e de serviços.
Unidade 5
153
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Saiba mais
Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, leia o
curioso artigo a seguir, sobre as decisões de gestão que foram
tomadas desde antes de Cristo e que afetaram a humanidade
para sempre.
50 Melhores DECISÕES de sempre
Algumas são famosas, outras controversas e
a maioria surpreendentes. Eis as 50 decisões
de gestão que mudaram o mundo. A seleção
é da autoria de um painel de peritos internacionais, entre os quais se destaca Philip
Kotler.
A dinastia chinesa Qin (221-206 a. C.) produziu a grande Muralha da China — uma
fantástica mostra de gestão e engenharia.
Desenvolveu também o que é considerado como o primeiro sistema fiável de
peso e de medida.
Cerca de 59 a. C., Júlio César mantinha
a população informada através de folhas
escritas à mão que eram distribuídas à
população ou estrategicamente colocadas
em diversos sítios de Roma. A avaliação
da grandeza dos líderes mediante a sua
capacidade de comunicação teve aqui as
suas raízes.
À medida que expandiam o seu
império, durante o século xv, os Incas
compreenderam que a comunicação e a
logística eram vitais para qualquer organização vasta e dispersa. Por isso, decidiram
criar uma rede de centros administrativos
e de armazéns para alimentos, ao mesmo
tempo que construíram muitos milhares
de quilômetros de estradas.
154
A Sociedade de Jesus, também conhecida como os Jesuítas, foi fundada em
1540, por Ignatius de Loyola. Tratou-se
de um modelo organizacional que deu
maior ênfase ao trabalho e ao ensino do
que à contemplação ou oração. Segundo
Peter Drucker, «é a organização mais bem
gerida do mundo em termos de recursos
humanos».
Em 1850, Julius Reuter utilizava
pombos-correio para comunicar os preços
das ações entre o fim da linha de telégrafobelga, em Bruxelas, e o final da linha
alemã, em Aachen. Era o início do negócio
das notícias e da informação.
Em 1896, o barão Pierre de Coubertin,
um famoso professor francês, teve a idéia
de reinstituir a tradição dos Jogos Olímpicos, uma competição nascida em Atenas
em 776 (d. C.). Esta decisão deu origem ao
maior acontecimento mediático à escala
global deste século.
No final do século xix, Andrew Carnegie decidiu importar do Reino Unido
para os Estados Unidos o aço e respectivo
processo de fabrico. A decisão permitiu
o desenvolvimento desta indústria nos
Estados Unidos e Andrew Carnegie tornouse o maior empresário da época.
Pierre du Pont decidiu que a empresa
DuPont precisava gerir melhor o dinheiro
que movimentava. Durante o seu reinado
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
na empresa (1902-1940) desenvolveu
a moderna contabilidade empresarial,
incluindo conceitos como o das partilhas
dobradas e o retorno da rentabilidade do
investimento (ROI).
A decisão de Henry Ford de criar a sua
própria empresa, em 1903, deu origem à
primeira linha de produção em massa de
automóveis e lançou um gigante empresarial. Levou ainda ao estabelecimento de
várias indústrias e constituiu um símbolo
da produção industrial do século xx.
Em 1905, a Sears, Roebuck and Co.
abriu a sua primeira fábrica em Chicago,
com o intuito de oferecer vendas por
correio. O famoso catálogo Sears disponibilizou a compra de bens de consumo
para uma audiência inteiramente nova. E
a logística da Sears revolucionou a distribuição.
William Hoover temia que o automóvel pudesse matar o seu negócio, que
era o de acessórios de cabedal para carruagens. Logo, decidiu lançar a Electric
Suction Sweeper Co., em 1908, que criou
um mercado de massas para os seus
famosos aspiradores a vácuo.
Uma agressiva campanha de marketing feita pela Bayer, uma empresa alemã
de produtos químicos, em 1910, alterou
a natureza da indústria farmacêutica.
Confrontada com a oposição cerrada da
American Medical Association, a empresa
venceu a guerra ao publicitar a ligação
entre o seu produto por excelência, a Aspirina, e o nome da marca, Bayer.
Em 1920, os co-fundadores da retalhista Marks & Spencer decidiram que
poderiam responder melhor às necessidades dos consumidores do que os produtores. Assim, resolveram inverter a lógica
da indústria pedindo aos fabricantes para
conceberem produtos segundo as suas
especificações.
Wallace Dohan, da Universidade de
Harvard, decidiu lançar, em 1922, a revista
Harvard Business Review. Foi o início de
uma história de sucesso desta publicação de referência do mundo da gestão e
um notável reforço para uma prestigiada
marca chamada Harvard.
Durante a década de 20, a lâmpada
para bicicletas era um produto sem
sucesso lançado por um jovem empresário, de seu nome Matsushita. Depois
de ordenar à sua equipa de vendas que
colocasse uma lâmpada em cada loja, esta
acção de merchandising fez disparar as
vendas e a empresa.
Em 1924, Thomas Watson, Sr., mudou
o nome da sua empresa de ComputingTabulating-Recording Company para
International Business Machines (IBM),
embora não operasse internacionalmente.
Acabou, contudo, por criar uma poderosa
marca global.
Walt Disney deu, afortunadamente,
ouvidos à sua mulher, quando ela o aconselhou a escolher o nome Mickey em vez
de Mortimer para o cartoon do rato que
tinha criado. O entretenimento nunca mais
foi o mesmo depois da estréia de Mickey e
Minnie no filme Steamboat Willie, em 1928.
Henry Luce cria, em 1929, a revista
Fortune, que iria dar origem à famosa
Fortune 500. Esta listagem das 500
maiores empresas mundiais é uma obra
de referência à escala global, tornando-se
uma inteligente estratégia de marketing,
que garantiu a notoriedade mundial desta
publicação.
No início da década de 30, a Motorola
tinha um desempenho mediano. O seu
presidente, Paul Galvin, foi forçado pelos
principais acionistas a esconder esse fato
dos restantes. Ele sempre recusou. «Em
primeiro lugar porque acredito na verdade
e em segundo porque eles acabariam por
saber, mais cedo ou mais tarde.» Hoje, a
Motorola continua a apostar na transparência.
Em 1931, a Procter & Gamble introduziu o seu sistema de gestão de marcas
e a figura do brand manager. Foi um
modelo de gestão que foi seguido desde
então entre as multinacionais de grande
consumo.
Unidade 5
155
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Os dois escritórios da prestigiada consultora McKinsey & Co. separaram-se em
1939. A. T. Kearney lançou a sua própria
empresa em Chicago. Mas Marvin Bower
manteve o nome McKinsey em Nova
Iorque, convencendo os clientes de que
ele se envolveria em cada contrato celebrado. A McKinsey passou a ser conhecida
como «A Firma», tal o seu poder e aceitação no mercado.
Durante a Segunda Guerra Mundial
(1939-45), Robert Woodruff, presidente
da Coca-Cola, empenhou-se a vender as
suas garrafas de refrigerante aos membros
das forças armadas por uns escassos
tostões. Conquistar a lealdade ao cliente
nunca custou tão pouco nem foi tão lucrativo.
Em 1943, Paul Garrett, da General
Motors, pediu a um jovem austríaco,
professor e escritor, para estudar a sua
empresa. A carreira de Peter Drucker, o
mais prestigiado pensador da área da
gestão, considerado o visionário do século,
tinha começado.
Quando Masaru Ibuka e Akito Morita
criaram a Tokyo Tsushin Kogyo, logo após
a Segunda Grande Guerra, a sua primeira
decisão estratégica foi a de escrever a filosofia da empresa. Os seus produtos iniciais
— componentes de rádios e uma panela
para cozinhar arroz — não foram bem
sucedidos, mas a filosofia da Sony perdura
até hoje.
No Japão destroçado pela Segunda
Guerra Mundial, a Toyota escutou
um obscuro estatístico americano, W.
Edwards Deming, que chegou ao país em
1947. Deming apresentou a Toyota as suas
técnicas de gestão da qualidade, dando
origem a um movimento que conquistou
o mundo.
Em 1938, Chester Carlson conseguiu,
através de processos xerográficos, reproduzir uma imagem. Em 1947, a empresa
Haloid Co. adquiriu a licença para usar a
sua patente. E, em 1949, lançou a primeira
copiadora xerográfica, o Modelo A. Em
1960, a empresa mudou o seu nome para
Xerox Corp.
156
Em 1948 foi lançada a primeira câmara
instantânea, a Polaroid Land Camera
Model 95. A Polaroid decidiu corajosamente vendê-la por cerca de 15 contos
contra a Baby Brownie da Kodak, vendida
a 600 escudos. O stock inicial de apenas 56
unidades foi inteiramente vendido logo no
primeiro dia.
Em 1950, Frank McNamara encontravase num restaurante e sem dinheiro para
pagar a sua refeição. Foi então que teve
a idéia de lançar o Diners Club Card. Este
foi o primeiro cartão de crédito do mundo
e que alterou radicalmente o negócio do
retalho.
Quando a família Wilson decidiu fazer
uma viagem de carro pelo interior dos
Estados Unidos concluiu que os motéis
eram demasiado caros e impessoais. Então
Kemmons Wilson decidiu construir o seu
próprio hotel, o Holiday Inn, que foi inaugurado em Memphis em 1952.
Ray Kroc gostava tanto dos hamburgers, batatas fritas e batidos vendidos
pelos irmãos Mac e Dick McDonald num
stand em São Bernardino, Califórnia, que
decidiu abrir o seu próprio restaurante,
em 1955. A McDonald’s Corp., fundada por
Kroc, foi pioneira do franchising e soube
criar um vasto mercado global para o
negócio da fast food.
No início dos anos 60, a Philip Morris
reposicionou a Marlboro como «o cigarro
digno de um homem». Este posicionamento de marca e o ícone do famoso
cowboy Marlboro ajudaram a criar uma
das mais bem sucedidas e duráveis marcas
em todo o mundo.
Em 1961, Jean Nidetch foi submetida
a uma rigorosa dieta pela clínica de obesidade do Departamento de Saúde nova-iorquino. Ela convidou seis amigas, também
em dieta, para se encontrarem uma vez
por semana. Esta decisão deu origem ao
grupo Weight Watchers e à indústria dietética.
Em 1962, a decisão de Thomas Watson,
Jr., presidente da IBM, de criar a família
de computadores System/360 custou à
empresa cerca de 870 milhões de contos,
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
mais do que os custos de desenvolvimento da bomba atômica. Embora os
estudos de mercado tenham sugerido
que só seriam vendidas duas unidades no
mundo inteiro, a persistência de Watson
conduziu ao nascimento da primeira mainframe.
O segundo Conselho do Vaticano (196265), convocado pelo Papa João XXIII, foi
um dos maiores programas de gestão da
mudança da história. O modelo de gestão
da Igreja Católica passou a ser descentralizado e pouco hierarquizado, resistindo
heroicamente ao teste do tempo.
Em 1965, Giuliana Benetton decidiu
tecer uma camisola repleta de cores que
os vizinhos adoraram. Trinta anos mais
tarde, Giuliana e os seus três irmãos
possuem uma cadeia de retalho com mais
de sete mil lojas espalhadas em 120 países.
A sua especialidade continua a ser a roupa
colorida.
Em 1968, a família Carr, proprietária do
jornal inglês News of the World, decidiu
criar uma parceria com um desconhecido
australiano, Rupert Murdoch, para evitar
que Robert Maxwell ficasse com o seu
jornal. Murdoch abandonou rapidamente
os Carr, tornando-se o rei da indústria dos
media.
Em 1970, Spencer Sylver, da 3M,
inventou o famoso bloco-de-notas Postit. Mas foi só em 1979 que Arthur Fry
reconheceu a sua utilidade. Os Post-it
permanecem como uma máquina de fazer
dinheiro interminável.
Durante a década de 70, o gigante
japonês Matsushita desenvolveu o vídeo
VHS e decidiu licenciar a sua tecnologia. A
Sony desenvolveu um sistema bastante
superior, o Betamax, mas não o licenciou.
Resultado: o standard mundial é o VHS e
o Betamax passou, irreversivelmente, à
história.
Em Abril de 1978, John Larson, da
McKinsey & Co., pediu, à última hora, que
um seu colega fizesse uma apresentação
sobre uma pesquisa que tinha efetuado.
O colega era Tom Peters e a apresentação
deu origem ao livro In Search of Excellence.
O mercado de livros de negócios nunca
mais foi o mesmo desde este best-seller
que criou a indústria dos gurus da gestão.
Em 1979, um engenheiro da Hewlett
Packard descobriu que ao aquecer o
metal de uma certa forma este explodia.
A exploração desta descoberta lançou o
negócio das impressoras a jacto de tinta,
o que impulsionou as receitas da HP para
valores superiores a mil milhões de contos.
Ernest Thomke desenvolveu, em
1979, o relógio Swatch, que despertou a
indústria relojoeira suíça de um profundo
estado de letargia. Uma humilde peça
transformou-se num acessório de moda. A
quota de mercado suíça da indústria dos
relógios cresceu de 15% para mais de 50%.
O presidente da Sony, Akito Morita,
apercebeu-se que os jovens gostavam
de ouvir música onde quer que estivessem. Daí ter decidido lançar o primeiro
walkman, em 1980. O produto foi sucessivamente melhorado sem a Sony ter recorrido aos estudos de mercado. «O público
não sabe o que é possível fazer-se. Nós
sabemos», afirmou Morita.
Ignorando os estudos de mercado,
Ted Turner lançou a CNN — Cable News
Network, em 1980. Ninguém acreditava
que uma rede de informação que operava
globalmente durante 24 horas pudesse
funcionar. Mas funcionou.
Em 1981, Bill Gates vendeu a licença
do MS-DOS à IBM, enquanto esta abandonava o controlo do licenciamento para
todos os PC que não fossem IBM. Este
facto deu origem ao sucesso estrondoso
da Microsoft e à queda da poderosa IBM,
vítima das imitações dos rivais.
Jan Carlzon, o novo presidente da
companhia aérea SAS, enviou, em 1981,
cerca de 10 mil gestores para um seminário de dois dias e 25 mil gestores para
um curso de três semanas. Ambos sobre a
excelência no serviço. Em quatro meses, a
SAS tornou-se na companhia aérea mais
pontual da Europa e os seus níveis de
serviços foram completamente rejuvenescidos.
Unidade 5
157
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Em 1982, a Johnson & Johnson retirou
do mercado os comprimidos Tylenol,
depois de neles se ter descoberto veneno.
A empresa colocou a segurança do consumidor à frente dos lucros, e o seu presidente, Jim Burke, deu uma bela lição em
termos de gestão de crise e de abertura à
imprensa.
A Apple decidiu apostar na venda de
PC, criando uma indústria. O Apple I deu
origem ao Apple II, ao que se seguiu o
VisiCalc e, finalmente, o famoso e elegante
Mac, comercializado em 1984, e que criou
uma legião de fiéis.
Em 1987, Percy Barnevick surpreendeu o mundo com a decisão de criar a
fusão entre a sueca ASEA e a suíça Brown
Boveri. O gigante, avaliado em cinco mil
milhões de contos, que resultou na Asea
Brown Boveri, é considerado como o
158
modelo organizacional por excelência dos
nossos tempos.
Michael Dell decidiu, no início da
década de 90, passar a vender PC directamente e sob encomenda. Actualmente,
toda a gente nesta indústria está a tentar
imitar a estratégia da Dell Computer. Será
demasiado tarde?
Em 1993, Lou Gerstner foi nomeado
presidente da IBM. Foi uma decisão muito
contestada, já que ele vinha da Nabisco.
Lou decidiu não dividir a empresa — uma
decisão que o anterior presidente, John
Akers, se preparava para tomar — e preferiu apostar na revitalização dos seus
quadros.
Fonte: http://www.centroatl.pt/edigest/
edicoes/ed50manf1.html
UNIDADE 6
Controle estratégico
em empresas de varejo
e de serviços
Objetivos de aprendizagem
„
„
„
Compreender o que é controle estratégico e sua
importância;
entender como se dá o processo de controle;
visualizar os tipos de controle que podem ser
utilizados na gestão estratégica.
Plano de estudo
Seção 1
Seção 2
Seção 3
Seção 4
Seção 5
O que é controle estratégico?
A importância do controle estratégico.
O processo de controle.
Quais os tipos de controle?
Controlando o planejamento estratégico.
6
Para início de conversa
Na unidade anterior, você estudou que a implementação do
planejamento estratégico depende da função direção, a qual busca
a motivação de todos os envolvidos, utilizando-se de fontes de
poder e de estilos de lideranças. Para tanto, é fundamental que o
gestor tome decisões eficazes.
A partir de agora, você estudará a função controle, a qual é
utilizada para, principalmente, corrigir desvios que levaram a
empresa a não alcançar o objetivo definido, ou então, a outro
objetivo.
Você está convidado a aprender a aplicar o controle estratégico
nas empresas de varejo e de serviços.
SEÇÃO 1
O que é controle estratégico?
O controle estratégico é utilizado pelo gestor para intervir na
realidade organizacional, com a finalidade de garantir que os
objetivos traçados sejam atingidos, ou então, que sejam reformulados.
Mas por que estratégico?
160
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Porque se refere ao controle a longo prazo dos aspectos globais
da empresa.
Geralmente, para desenvolver esse tipo de controle, o
gestor ou a cúpula da empresa se baseia em resumos e
relatórios contábeis e orçamentários; demonstrativos
de lucros e perdas; e em retorno sobre o investimento.
Já o controle tático refere-se ao controle a médio prazo dos
aspectos específicos dos subsistemas organizacionais (departamentos, unidades, setores).
Normalmente, é realizado por meio de observações
pessoais (supervisão) e de controles orçamentários.
E há ainda o controle operacional que é realizado no nível
operacional da organização e está voltado para o curto prazo.
Enfoca cada função, cargo ou atividade.
São exemplos de instrumentos desse tipo de controle
os quadros de produtividade e o controle de qualidade.
Observe que o planejamento estratégico traça o caminho a ser
percorrido e a função controle estratégico mantém a organização
na direção traçada.
Os autores a seguir definem a função controle como o processo de:
“garantir que as atividades realizadas se igualem às atividades planejadas” (STONER, 1999, p. 440);
“monitorar as atividades de forma a assegurar que elas
estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir quaisquer desvios significativos” (ROBBINS, COULTER,
1998, p. 414);
“assegurar que os objetivos organizacionais e administrativos sejam alcançados” (MEGGINSON, MOSLEY,
PIETRI JR, 1998, p.466).
Unidade 6
161
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Com base nessas definições, é possível chegar a seguinte
definição:
O controle estratégico consiste em monitorar o
ambiente, avaliar o desempenho organizacional, e
ainda assegurar que os objetivos planejados sejam
atingidos, por meio da intervenção na realidade.
Observe que, assim como a direção estratégica, o controle estratégico também deve estar apoiado em informações consistentes
para que uma decisão eficaz possa ser tomada.
SEÇÃO 2
A importância do controle estratégico
O controle estratégico é uma importante função para a gestão
estratégica, tendo em vista que permite à organização:
fazer um elo do processo iterativo de gestão estratégica;
„ dar um retorno do processo de implementação do planejamento estratégico;
„ aumentar o nível de delegação;
„ estar atenta à mudanças ambientais;
„ identificar se os objetivos organizacionais estão ou foram
atingidos;
„ alcançar, de maneira mais eficaz, seus objetivos;
„ promover os ajustes necessários no planejamento estratégico desenvolvido;
„ definir que mudanças devem ser tomadas futuramente; e
„ identificar a necessidade de um novo planejamento estratégico.
„
162
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
SEÇÃO 3
O processo de controle
Diversos estudiosos dividem o processo de controle em etapas
a fim de que o mesmo possa ser melhor compreendida. Desse
modo, a seguir se encontra uma divisão segundo a minha interpretação do processo de controle.
As etapas do processo de controle são:
1. Medir o desempenho: esse processo deve ser realizado
de acordo com o que foi definido no planejamento.
Podem ser feitas medições durante a implementação do
planejamento ou ao término deste, por meio de observações pessoais, depoimentos e/ou relatórios.
Analisar o relatório de vendas em um determinado
período.
Após terem sido feitas as medições, a seqüência é partir
para a segunda etapa do processo de controle.
2. Comparar as medidas com os padrões: nesta etapa são
comparadas as medições realizadas com os padrões e
medidas de desempenho estabelecidas no planejamento.
„
„
Se estiverem de acordo com os padrões, nenhuma
ação corretiva deve ser tomada e a implementação do
planejamento, se ainda não tiver terminada, segue seu
curso previsto, apenas fazendo-se um feedback;
Por outro lado, se as medições não estiverem de
acordo com os padrões, deve-se passar para a terceira
etapa do processo de controle.
Unidade 6
163
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Verificar se o volume vendido está de acordo com a
meta (padrão) estabelecida no planejamento, ou então
dentro de um intervalo de variação aceitável. Se estiver,
deve ser dado um feedback aos envolvidos a fim de
informá-los e reconhecer o bom desempenho. Se não
estiver, passa-se para a próxima etapa.
3. Identificar as causas (internas e externas) da variação
entre o padrão e o desempenho: se o que foi medido
não estiver de acordo com o planejado, devem ser identificadas as causas dessa variação de desempenho. Se for
algo que comprometa a continuidade do planejamento,
será necessário alterá-lo ou então desenvolver um novo.
Nesse caso, novos padrões e medidas de desempenho
deverão ser estabelecidos. Se for algo que não comprometa a continuidade do planejamento estratégico, devese passar para a quarta etapa do processo de controle.
Identificar porque o desempenho em vendas está
abaixo do estabelecido, sendo que as causas podem
ser:
„
externas (um concorrente com um produto novo; a
mudança de gosto do cliente; a alteração do perfil de
cliente, etc.) ou
„
internas (pouco comprometimento da equipe de
vendas com o planejamento; insatisfação com o
percentual estabelecido de comissão; número insuficiente de vendedores, etc.).
Quase sempre, quando se tratar de causas externas, as
quais não podem ser controladas, é preciso fazer uma
alteração no planejamento, ou até mesmo um novo
planejamento. Por outro lado, quando se tratar de causas
internas, normalmente deve-se passar para a próxima
etapa do processo de controle.
164
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
4. Tomar ações corretivas: quando as causas de variação
entre o padrão e o desempenho forem internas, geralmente não é preciso reformular o planejamento, mas sim
apenas tomar algumas ações corretivas.
Oferecer benefícios; negociar um novo percentual de
comissão; contratar novos vendedores, etc. Deve-se,
a partir de então, dar um feedback aos envolvidos e
também continuar com a implementação do planejamento.
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 6.1 O processo de controle e as funções do administrador
Unidade 6
165
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Observe que todas as etapas do processo de controle podem ser visualizadas na figura 6.1, e que
ainda cabe fazer as seguintes observações para
que você possa melhor interpretá-la:
„
a figura busca representar, além das etapas de controle, outras etapas que envolvem as demais funções
administrativas. Desse modo, o que estiver destacado
em cinza claro faz parte das funções de planejamento e organização, e o que estiver destacado em
cinza escuro faz parte da função direção.
„
após você ter identificado que será necessário mudar
o planejado, deve-se ou alterar o planejamento ou
então desenvolver um novo. Cabe ressaltar apenas
que quando for identificada apenas a necessidade
de redefinir os padrões e medidas de desempenho,
entende-se como tal a própria reformulação do planejamento. Não obstante, esta pode ainda ser bem
mais complexa, exigindo, primeiramente, a redefinição de outros fatores do planejamento, além de
padrões e medidas de desempenho.
SEÇÃO 4
Quais são os tipos de controle?
Muitas tipologias de controle podem ser encontradas.
A seguir, está uma divisão adotada por Stoner (1999) que reparte
o controle em quatro tipos, de acordo com o momento temporal
em que ocorrerem. São eles:
„
controle pré-ação (pré-controle): é o controle que tem a
finalidade de prevenir as possíveis ocorrências indesejáveis, sendo realizado durante o planejamento e antes da
implementação do mesmo.
Um orçamento financeiro e operacional ou então um
cronograma, todos desenvolvidos durante o planejamento, podem ser considerados como controles
prévios uma vez que visam antecipar os gastos, os
recursos e o tempo de implementação do planejamento, respectivamente.
166
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
controle de direção (controle atual): é o controle
realizado durante a implementação do planejamento,
pelo próprio executante, com a finalidade de detectar
possíveis desvios no que foi planejado, para que se possa
corrigir o processo em andamento e atingir os objetivos
traçados no planejamento.
Quando uma pessoa observa que não está desenvolvendo seu plano de ações com a eficiência que deveria
e que por isso não irá alcançar seu objetivo, ela pode
fazer um controle de antecipação, promovendo os
ajustes necessários para que o que foi planejado possa
ser atingido.
„
controle de triagem: é também realizado durante a
implementação do planejamento, quando alguma ação
não prevista precisa ser executada e, para tanto, o executante deve solicitar aprovação de outra pessoa.
Quando um gasto não previsto no planejamento
precisa ser feito e a pessoa deve pedir aprovação de um
superior.
„
controle pós-ação (pós-controle): realizado depois da
implementação do planejamento ou de parte do mesmo,
para avaliar os eventos, verificando se ocorreram de
acordo com o planejado. Caso tenham ocorrido fatos
indesejáveis, tem a finalidade de prevenir que os mesmos
ocorram futuramente.
Depois que o planejamento já foi implementado ou
pelo menos após a execução de um plano de ações,
pode ser feito um pós-controle a fim de medir os resultados alcançados, dando um feedback (retorno) aos
envolvidos.
Unidade 6
167
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Fonte: Elaborada pela professora autora
Figura 6.2 Os tipos de controle e as funções do administrador
SEÇÃO 5
Controlando o planejamento estratégico
Neste momento, você pode estar se perguntando:
É sempre necessário fazer uso do controle estratégico
no planejamento estratégico?
Sim. Até mesmo quando se observa que a organização está
andando nos “trilhos” do planejamento estratégico elaborado, o
controle estratégico é utilizado para dar um retorno (feedback) aos
envolvidos na implementação do planejamento.
Outras vezes, apesar dessa implementação estar correndo a mil
maravilhas, a partir do controle estratégico, podem-se identificar
mudanças ambientais internas e externas não previstas, as quais
exigirão correções, ou até mesmo um novo planejamento.
168
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Lembre, mais uma vez, da necessidade que toda
e organização possui de adaptar-se aos seus
ambientes interno e externo.
Como você já viu na Unidade 3, esta última etapa de uma gestão
estratégica, poderá ser melhor desenvolvida se o gestor fizer a
monitoração, a avaliação e o controle do planejamento estratégico desenvolvido.
Observe que você, como gestor, poderá fazer uso de pelo menos
três tipos de controle:
„
o controle de triagem;
Se alguma mudança ambiental (interna ou externa)
for detectada na monitoração e for definido que novas
ações, não previstas no planejamento, devem ser formuladas, e que para tanto, precisa-se de aprovação
superior.
„
o controle de direção;
Se durante a avaliação houver algum desempenho não
satisfatório de um colaborador e o mesmo tiver que ser
substituído por outro;
„
o controle pós-ação;
Se for observado na avaliação que um plano de ações
não atingiu a meta traçada, necessitando-se de um
ajuste nos demais planos de ações ainda não implementados, garantindo que o objetivo do planejamento
estratégico seja atingido.
Unidade 6
169
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Atividades de auto-avaliação
Para facilitar o entendimento do conteúdo desta última unidade,
realize as atividades de auto-avaliação. Para tal, leia os enunciados
com atenção e responda as questões que seguem:
1. Descreva, com suas palavras, o conceito e a importância do
controle estratégico.
170
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
2. Volte à mesma empresa em que você desenvolveu a atividade
3 da primeira unidade, e as atividades 3 e 4 da quinta unidade,
pergunte ao gestor ou então à pessoa escolhida para a entrevista,
como se dá o processo de controle na organização.
Dica: você pode melhor conduzir sua entrevista se utilizar como base a
seção 3.
3. Relacione a 1ª coluna com a 2ª:
1) Controle pró-ação
2) Controle de direção
3) Controle de triagem
4) Controle pós-ação
5) Controle estratégico
6) Controle tático
7) Controle operacional
( ) demonstrativos de lucros e perdas
( ) realizado pelo próprio executante para
corrigir o processo em andamento.
( ) quadros de produtividade
( ) medir o resultado alcançado
( ) precisa de aprovação e é realizado durante a
implementação do planejamento
( ) orçamento financeiro
( ) controle orçamentário
Unidade 6
171
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Síntese da unidade
Ao finalizar esta última unidade, na qual você aprendeu como
os gestores controlam as empresas de varejo e de serviços, você
estudou que o controle:
„
„
„
„
„
172
pode ser classificado em estratégico quando ocorrer
no nível estratégico da organização e que ainda pode
existir o controle tático e o controle operacional, os quais
ocorrem nos níveis tático e operacional, respectivamente;
consiste em monitorar o ambiente, avaliar o desempenho organizacional, e ainda assegurar que os objetivos
planejados sejam atingidos, por meio da intervenção na
realidade;
é muito importante porque faz um elo do processo
iterativo de gestão estratégica, identificando se os
objetivos organizacionais estão ou foram atingidos,
promovendo os ajustes necessários no planejamento
estratégico para permitir que a organização alcance de
maneira efetiva seus objetivos;
é composto por quatro etapas:
1) medida de desempenho;
2) comparação das medidas com o padrão;
3) identificação das causas da variação entre o padrão e o
desempenho; e
4) tomada de ações corretivas;
pode ser classificado em quatro tipos, de acordo com o
momento temporal em que ocorrem:
1) controle pré-ação;
2) controle de direção;
3) controle de triagem; e
4) controle pós-ação.
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Saiba mais
Para expandir seus conhecimentos, sugiro que você acesse, periodicamente, o site de uma revista eletrônica que traz interessantes
artigos em diversas áreas. Na área de varejo, você poderá consultar
a “Revista do Varejo”. Para tanto, acesse http://www.empreendedor.com.br e clique no ícone “Revista do Varejo”. Observe que
o site irá pedir login e senha. Daí é só seguir os passos para se
cadastrar gratuitamente no site.
Unidade 6
173
Para concluir o estudo
Ao longo desta disciplina, você estudou aspectos relevantes da
gestão estratégica, compreendendo a importância da visão e do
raciocínio estratégicos para as empresas de varejo e serviços.
Desse modo, ampliou seu universo teórico e prático a respeito
das funções administrativas, capacitando-se em analisar, desenvolver e implementar a gestão estratégica nas empresas de varejo
e serviços.
E, agora?
Nossa caminhada chegou ao fim, e a sua terá que continuar,
buscando, incansavelmente, o conhecimento.
Nessa nova etapa que se inicia, só resta dizer:
Resgate sempre o seu lado criança: permita que seus olhos brilhem
a cada descoberta e faça seu coração disparar todos os dias!
Profa. Ana Paula Reusing Pacheco
Sobre a professora conteudista
Ana Paula Reusing Pacheco é doutoranda em Engenharia e
Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa
Catarina () e mestre em Engenharia de Produção e Sistemas
pela mesma universidade. É graduada em Administração ()
pela Universidade do Estado de Santa Catarina (). É
professora da Universidade do Sul de Santa Catarina ()
desde 1999, tendo lecionado, em nível de especialização, a disciplina de Planejamento Estratégico no curso de Gestão Pública
das Organizações. Em nível de graduação, leciona as disciplinas
de Gestão Estratégica I e Gestão Estratégica II no curso de
Administração na modalidade presencial. No ensino a distância,
é professora autora e tutora da disciplina de Gestão Estratégica
I e Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e Serviços, além
de coordenar o Curso Superior de Tecnologia em Gestão de
Varejo e de Serviços. Como acadêmica, desenvolveu trabalhos
de pesquisa, tendo publicações em anais de eventos científicos;
foi Diretora de Projetos da Empresa Júnior de Consultoria em
Administração e Gerência ( ), coordenando e desenvolvendo consultorias junto à micro e pequenas empresas; atingiu
a nota máxima no Estágio Curricular Final do curso de Administração; e ainda foi premiada pelo Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (/), por ter alcançado a melhor
média nas Disciplinas Específicas do mesmo curso.
Referências
AMBONI, N. Base estratégica corporativa. Revista Brasileira de
Administração. Brasília, ano XII, n. 37, p. 08-16, junho, 2002.
CERTO, S. C., PETER, J. P. Administração estratégica: planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books,
1993.
CHIAVENATO, I. Administração de empresas: uma
abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
FISHMANN, A. M., ALMEIDA, M. I. R. de. Planejamento
estratégico na prática. São Paulo: Atlas, 1991.
GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração Estratégica de Serviços: operações para satisfação do
cliente. São Paulo: Atlas, 1994.
LACOMBE, F. J. M., HEILBORN, G. L. J. Administração:
princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.
MEGGINSON, L. C., MOSLEY, D. C., PIETRI JR, P. H.
Administração: conceitos e aplicações. São Paulo: Harbra, 1998,
p.466
MINTZBERG, H., AHLSTRAND, B. LAMPEL, J. Safári
de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico.
Porto Alegre: Bookman, 2000.
OLIVEIRA, D. P. R.. Planejamento estratégico: conceitos,
metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 2002.
________. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem
gerencial. São Paulo: Atlas, 2001.
PARENTE, J. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo:
Atlas, 2000.
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
ROBBINS, S., COULTER, M. Administração. Rio de Janeiro,
Prentice-Hall do Brasil, 1998.
STONER, J. A., FREEMAN, R. E. Administração. Rio de
Janeiro: LTC, 1999.
TAVARES, M.C. Planejamento estratégico: a opção entre
sucesso e fracasso empresarial. São Paulo: Harbra, 1991.
VASCONCELLOS, E., HEMSLEY, J.R. Estrutura das organizações. São Paulo: Pioneira, 2000.
WRIGHT, P., KROLL, M. J., PARNELL, J. Administração
estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.
180
Respostas e comentários das
atividades de auto-avaliação
A seguir acompanhe as respostas e comentários sobre as atividades de auto-avaliação apresentadas durante as unidades da
disciplina de Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de
Serviços.
Para melhor aproveitamento do seu estudo, realize as conferências de suas respostas somente depois de realizar as atividades
propostas.
Unidade 1
1. Com base nas informações obtidas nesta unidade desenvolva
com suas próprias palavras, o seu conceito de gestão estratégica.
Observação: estude a unidade e procure desenvolver sem consultá-la para
não correr o risco de copiar o texto.
Resposta: Observe se o conceito elaborado por você contem as
definições presentes na seguinte afirmativa:
Gestão estratégica é definir de maneira explícita, participativa e
com base em um diagnóstico 3atual e futuro de seus ambientes
interno e externo, o rumo que se pretende dar à organização,
formulando missão, visão e valores, além de implementar e
controlar os objetivos, estratégias e planos de ações definidos.
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
2. Na 2ª. coluna estão elencados aspectos relacionados aos planejamentos financeiro, em longo prazo e/ou estratégico e/ou ainda
à Gestão Estratégica. Relacione as colunas, colocando o número
equivalente:
Obs.: todas as alternativas (a, b, c, d, e) devem ser relacionadas!
1) Planejamento financeiro
a) (2)
2) Planejamento em longo prazo
3) Planejamento estratégico
b) (4) Capacitação organizacional
c) (3)
4) Gestão estratégica
Projeção do futuro sem previsão
de mudanças
Planejamento desenvolvido com
base em análise ambiental
d) (4) Prospecção do ambiente externo
e) (1)
Projeção anual de gastos
3. Descreva, com suas palavras, como as quatro funções do administrador (planejamento, organização, direção e controle) podem
ser relacionadas com as fases da Gestão Estratégica. O que é
feito em cada fase?
Resposta: Observe se a sua descrição refere que as quatro funções
do administrador estão diretamente relacionadas com as fases da
gestão estratégica da seguinte maneira:
„
1ª. Fase: função planejamento: Nessa fase, é feita uma
análise situacional da empresa, formulando-se missão,
visão, negócio, valores e objetivos;
„
2ª. Fase: funções planejamento e organização: Nessa fase,
são definidas as estratégias e planos de ações, de modo
a estruturar a empresa, ou seja, definindo responsabilidades;
„
3ª. Fase: função direção: Nessa fase, é implementado
o planejamento desenvolvido, sendo que os gestores
procuram dirigir, influenciar e motivar os integrantes da
organização;
182
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
4ª. Fase: função controle: Nessa fase, são realizadas
avaliações para verificar se os objetivos estão ou não
sendo atingidos, e também controles para garantir que os
objetivos traçados sejam alcançados.
4. Escolha uma empresa varejista e de serviços que você tenha
acesso fácil para conversar com o gestor ou com uma pessoa
que também tenha conhecimento da parte gerencial da mesma.
Identifique e descreva as principais vantagens do tipo de planejamento (financeiro, em longo prazo ou estratégico) utilizado pela
empresa, ou ainda da implantação da administração estratégica,
se a empresa já estiver nesta fase.
Dica: Mesmo que a empresa não tenha um planejamento formalizado (por
escrito), algum tipo de planejamento sempre existe na “cabeça” do gestor.
Resposta: Nesta questão o esperado é que você consiga fazer uma
interpretação das informações obtidas na empresa, ligando-as
com as características das fases. Desse modo, você deverá identificar em qual fase a empresa se encontra. Depois, você deve
relatar as informações que o entrevistado lhe passou, de modo a
descrever as vantagens (benefícios/melhorias) do planejamento
adotado ou então da administração estratégica implementada.
Unidade 2
1. Em relação às organizações e às empresas de varejo e de
serviços, cite 1 (um) exemplo de organização e 1 (um) exemplo
de empresa de varejo e serviços que você conheça.
Resposta: Nesta questão você poderá obter como resposta, por
exemplo:
Organização: Cooperativa agrícola
„ Empresa: Lojas Renner
„
2. De acordo com a propriedade, classifique o exemplo citado
de empresa de varejo e serviços, marcando a alternativa correta.
Justifique sua resposta.
… Independente
: Rede
… Franquia
183
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
… Departamento Alugado
… Sistema Vertical de Marketing
Resposta: Esta questão poderá ser desenvolvida, marcando um “x”
na segunda alternativa (rede) e depois justificando sua escolha da
seguinte maneira:
O exemplo dado refere-se a uma rede, tendo em vista que a
Renner é uma de empresa varejista e de serviços que possui
diversos estabelecimentos com controle/direção e propriedade
comuns.
3. Na 1ª. coluna leia com atenção as afirmativas sobre o ciclo
de vida das organizações. Em seguida relacione as colunas,
colocando o número equivalente à 2ª coluna:
(2) A primeira fase é aquela do
improviso operacional e gerencial.
Porque a empresa está estruturada
de uma forma centralizada.
(5) Na segunda fase ocorre a crise de
liderança. Porque os colaboradores
estão reivindicando mais poder.
(4) Na terceira fase criam-se assessorias.
Porque é nesta fase que a empresa
busca a expansão de seu mercado.
(3) A quarta fase é a da consolidação
organizacional. Porque a empresa
está voltada para a expansão de seu
mercado.
(1) Na quinta fase é fundamental que
exista autodisciplina. Porque é a
fase da participação de todos os
membros na gestão.
184
1) se as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a
primeira.
2) se as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a
primeira.
3) se a primeira é verdadeira e a
segunda é falsa.
4) se a primeira é falsa e a segunda
é verdadeira.
5) se as duas são falsas
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Unidade 3
1. Na 2ª. coluna estão elencados aspectos relacionados aos planejamentos estratégico, tático e operacional. Relacione as colunas,
colocando o número equivalente:
(1)
(2)
(3)
Planejamento Estratégico
Planejamento Tático
Planejamento Operacional
(3)
(2)
(1)
(3)
(2)
(1)
Planos de Ações
Médio Prazo
Envolve a empresa como um todo
Curto Prazo
Subsistemas Organizacionais
Longo Prazo
2. Descreva, com suas palavras, porque as empresas de varejo e
de serviços planejam.
Resposta: As organizações planejam para:
identificar suas necessidades, fixando objetivos a serem
atingidos;
„ verificar quais são os objetivos prioritários a serem perseguidos;
„ quantificar os objetos traçados, definindo metas;
„ definir estratégias e ações a serem implementadas;
„ estabelecer os responsáveis pelo desenvolvimento das
ações, dos objetivos, e de todo o planejamento;
„ delinear os recursos humanos, materiais e financeiros que
serão necessários;
„ garantir a implantação e o acompanhamento do que foi
planejado.
„
185
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
3. Realize o diagnóstico interno e externo da Farmácia ,
uma empresa varejista que vende somente produtos alopáticos.
Relacione as variáveis da empresa e de seu ambiente (descritas
abaixo) aos seguintes aspectos da análise :
(A) Ponto Forte
(B) Oportunidade (C) Ponto Fraco
(D) Ameaça
(A) Lucros elevados.
(B) Surgimento no mercado de novos equipamentos (de alta
tecnologia) otimizando o processo de controle de estoques.
(A) Marca forte, em função dos investimentos sucessivos em
Marketing.
(D) Novos concorrentes potenciais fortes.
(C) Custos mais altos que os concorrentes.
(C) Falta de integração entre os sistemas de gestão.
(D) Queda de crescimento do mercado.
(C) Inexistência de uma Plano de Cargos e Salários.
(D) A procura por medicamentos homeopáticos tem crescido
bastante.
(A) Atendimento diferenciado ao cliente.
(B) Aumento de renda da população.
(C) Sistema de comunicação ineficaz entre os diversos departamentos e níveis hierárquicos.
4. Dentre os objetivos organizacionais abaixo, identifique qual
possui o maior nível de gravidade e/ou de urgência e/ou de
tendência, justificando sua resposta.
Obs.: qualquer um dos objetivos pode não aparecer na sua resposta, aparecer uma vez, duas vezes ou até três vezes.
Objetivo 1: Expandir o mercado de atuação
Objetivo 2: Reestruturar internamente a organização
Objetivo 3: Desenvolver um plano de benefícios aos funcionários
Resposta: Lembrando que não há uma única resposta correta e
que o mais importante neste tipo de questão é a justificativa da
resposta dada, a qual mostrará seu conhecimento em relação ao
que é gravidade, urgência e tendência.
186
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
Você poderá responder esta questão da seguinte maneira:
a) O objetivo 2 tem o maior nível de gravidade porque a equipe
de colaboradores hoje não é mais suficiente para suprir as necessidades da empresa e ainda observa-se alguns colaboradores que
devem ser realocados para outros cargos. Esses fatos, portanto,
fazem com que a empresa tenha que ter, neste momento, um
maior cuidado em relação a sua reestruturação interna.
b) O objetivo 2 tem o maior nível de urgência porque a ordem
lógica de implementação dos objetivos acima é justamente
primeiro priorizar a reestruturação interna, para que em um
segundo momento a empresa possa desenvolver um plano de
benefícios aos colaboradores e, por último, expandir seu mercado
de atuação já organizada e valorizando seus colaboradores. A
“casa” deve ser arrumada primeiro!
c) O objetivo 1 tem o maior nível de tendência porque se a
empresa não se preocupar com a expansão de seu mercado, ela
correrá o risco de, futuramente, seus concorrentes aumentarem
seu “market share”, ou seja, suas fatias de mercado. Deixando a
referida empresa estagnada ou até mesmo em declínio.
5. Em relação aos objetivos da questão anterior, selecione o que
você identificou com maior nível de urgência e:
Resposta: Mais uma vez, é importante salientar que as repostas
desenvolvidas abaixo podem ser feitas de diversas formas, dependendo da visão pessoal de cada um.
Você poderá responder esta questão da seguinte maneira:
a) Estabeleça uma meta para o mesmo, quantificando-o.
Reestruturar internamente 100% da empresa até julho de 2005-.
b) Defina 3 (três) estratégias e 3 (três) metas que serão necessárias para que o objetivo selecionado seja alcançado.
Lembre-se: A meta é a quantificação da ação!
Estratégia 1: Contratar vendedores para atuar na região sul do
Estado.
Meta 1: Contratar 3 vendedores até junho de 2005.
187
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
Estratégia 2: Realocar a equipe de vendas.
Meta 2: Promover os 2 vendedores mais eficazes da empresa para
o cargo de Gerente de Vendas até junho de 2005.
Ação 3: Oferecer capacitação para os vendedores que serão
contratados.
Meta 3: Disponibilizar 1 dos Gerentes de Vendas durante todo
o mês de julho de 2005 para capacitar e acompanhar os recém
contratados vendedores em suas atividades do dia-a-dia.
6. “A monitoração abrange a aferição (ou verificação) do desempenho em relação aos padrões determinados no planejamento
estratégico e, se necessário, o estabelecimento de ações corretivas”.
A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique sua resposta.
Resposta: A afirmativa é falsa.
Justificativa: A monitoração consiste em refazer, periodicamente,
o diagnóstico estratégico, ou seja, a análise dos ambientes interno
e externo. A aferição do desempenho em relação aos padrões
determinados no planejamento estratégico faz parte da avaliação.
Já o estabelecimento de ações corretivas é o controle em si.
Unidade 4
1. Descreva, com suas palavras, o que é organização estratégica.
Resposta: Observe se o conceito elaborado por você contem as
definições presentes na seguinte afirmativa: organizar estrategicamente uma empresa é o processo de arrumar e alocar os recursos
humanos, materiais e financeiros da mesma, definindo autoridade e responsabilidade, a fim de atingir os objetivos traçados no
planejamento estratégico
2. Escolha uma das variáveis (estratégia, estrutura organizacional,
tecnologia e ambiente externo) e explique qual a interdependência entre ela e a função organização.
Resposta: Nesta questão você deve escolher uma das quatro
variáveis: estratégia, tecnologia, ambiente externo e estrutura
organizacional; e descrever qual a interdependência ente a mesma
e a função organização. Se você escolheu:
188
Gestão Estratégica de Empresas de Varejo e de Serviços
„
estratégia: você pode explicar que a função organização
também depende das estratégias formuladas e escolhidas, tendo em vista que as mesmas promoverão, juntamente com a tecnologia e o ambiente externo, o ajuste, a
mudança, a organização ou reorganização da estrutura
organizacional;
„
tecnologia: você pode esclarecer que a tecnologia impõe
necessidade de adaptação da empresa, fazendo com que
esta deva escolher sobre o emprego de uma ou outra
tecnologia, para poder competir adequadamente, reorganizando-se, para que o que foi planejado possa ser
atingido.
„
ambiente externo: você pode comentar que o ambiente
externo “exige” adaptação constante da empresa, devido
às grandes mudanças ambientais, e essa adaptação é a
função organização entrando em ação.
„
estrutura organizacional: você pode explanar que a
função organização determina as estruturas organizacionais e estas, quando já estruturadas, influenciam no
modo que se fará uso da função organização.
3. Identifique as características abaixo com um B se representar
uma particularidade da organização burocrática e com um O se
representar uma característica da organização orgânica.
1) (B) Alto grau de formalização de procedimentos;
2) (O) Tomada de decisão descentralizada, orientada pelas
políticas gerais de gestão;
3) (B) Trabalho fracionado e segmentado;
4) (B) Tudo é regido pela obediência à autoridade superior;
5) (B) Cada funcionário é um especialista no seu cargo;
6) (O) Colaborador generalista com uma sólida especialização;
7) (B) Elevada previsibilidade do comportamento humano.
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Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Varejos e de Serviços
5. Associe cada tipo de estrutura organizacional, conforme
indicação abaixo, às características correspondentes.
(1) Estrutura Funcional.
(3) Estrutura Matricial.
(5) Estrutura por Área Geográfica.
(6)
(2)
(5)
(3)
(1)
(4)
(2) Estrutura por Produto.
(4) Estrutura por Cliente.
(6) Celular.
Caracteriza-se pelo agrupamento de pessoas em equipes
multifuncionais.
Caracteriza-se pela reunião, em uma mesma unidade de
trabalho (divisão), de todos os recursos envolvidos com um
produto ou um grupo de produtos relacionados.
Justifica-se pela necessidade de proximidade com as características da região, oferecendo atendimento diferenciado
e/ou uma equipe capacitada para atender cada uma das
regiões.
A estrutura é resultante da combinação simultânea de dois
tipos diferentes de estrutura, caracterizando-se pela multiplicidade de comando.
Cada unidade/setor, nesse tipo de estrutura, corresponde a
uma função principal.
Nesse tipo de estrutura, cada gestor da unidade é encarregado de um conjunto de produtos/serviços específicos a um
tipo de cliente para os quais se destinam.
Unidade 5
1. Descreva, com suas palavras, seu conceito da direção estratégica.
Resposta: Observe se o conceito de direção estratégica elaborado
por você contem as definições presentes na seguinte afirmativa: direcionar estrategicamente uma empresa é o processo de
influenciar, dirigir e motivar as pessoas a realizarem suas atividades.
2. Relacione a 1ª. coluna com a 2ª.:
1) Poder de referência
2) Poder de recompensa
3) Poder coercitivo
4) Poder legítimo/Autoridade
5) Poder de competência
190
(5)
(4)
(3)
(1)
(2)
Emana do conhecimento
Emana do cargo
Emana da punição
Emana da carisma
Emana do cumprimento de ordens
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3. Volte à mesma empresa em que você desenvolveu a atividade
3 da primeira unidade e identifique qual o(s) tipo(s) de liderança
exercido pelo gestor. Justifique sua resposta com base nas características de cada um dos tipos.
Resposta: Nesta questão, o esperado é que você consiga fazer
uma interpretação das informações obtidas na empresa e ainda
de seu feeling, tendo em vista que você já conhece um pouco a
organização, definindo qual o(s) tipo(s) de liderança exercido
pelo gestor. Desse modo, você poderá justificar sua resposta com
base nas características de liderança apresentadas na seção 3.
4. Descreva, com suas palavras, qual a importância da delegação
para a direção estratégica.
Resposta: Observe se descrição elaborada por você contem as
definições presentes na seguinte afirmativa: a delegação é importante para a direção estratégica porque:
faz com que a tomada de decisões seja mais rápida tendo
em vista que está mais próxima do executor;
„ permite que a pessoa que delegou, possa desenvolver
novas e desafiadoras atividades, voltando-se para a
eficácia organizacional;
„ faz com que os funcionários aprendam e se desenvolvam
para assumir, se necessário, novas responsabilidades no
futuro.
„
5. Descreva, com suas palavras, qual a importância da tomada de
decisão para a direção estratégica.
Resposta: Observe se descrição elaborada por você contem as
definições presentes na seguinte afirmativa: No dia-a-dia, a
direção estratégica necessitará de inúmeras tomadas de decisões
para escolher um curso de ação, frente a problemas e/ou oportunidades surgidos(as). Desse modo, sem a tomada de decisão,
a empresa ficará sem resolver seus problemas e/ou ainda sem
191
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agarrar as oportunidades, não exercendo, de fato, sua função,
deixando a organização e as pessoas seguirem seus rumos, sem
influenciá-las nem dirigi-las.
6. Na mesma empresa, pergunte ao gestor ou à pessoa escolhida
para a entrevista, como é o processo de implementação do planejamento (de qualquer tipo) na empresa. Quem participa desse
processo?
Resposta: Nesta questão, o esperado é que você consiga fazer
uma interpretação das informações obtidas na empresa, descrevendo como e por quem é feito o processo de implementação do
planejamento na mesma.
Unidade 6
1. Descreva, com suas palavras, o conceito e a importância
controle estratégico.
Resposta: Observe se descrição elaborada por você contem as
definições presentes na seguinte afirmativa: o controle estratégico
consiste em monitorar o ambiente, avaliar o desempenho organizacional, e promover os ajustes necessários, para assegurar que os
objetivos planejados sejam atingidos de maneira efetiva.
2. Volte à mesma empresa em que você desenvolveu a atividade
3 da primeira unidade, e as atividades 3 e 4 da quinta unidade,
pergunte ao gestor ou então à pessoa escolhida para a entrevista,
como se dá o processo de controle na organização.
Dica: você pode melhor conduzir sua entrevista se utilizar como base a
seção 3.
Resposta: Nesta questão, relacionando com o conteúdo estudado,
você deve relatar as informações que o entrevistado lhe passou, de
modo a descrever como é realizado o controle do planejamento,
ou então dos objetivos, ou ainda das metas, que a empresa possui.
192
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3. Relacione a 1ª coluna com a 2ª:
1) Controle pró-ação
2) Controle de direção
3) Controle de triagem
4) Controle pós-ação
5) Controle estratégico
6) Controle tático
7) Controle operacional
(5)
(2)
(7)
(4)
(3)
(1)
(6)
demonstrativos de lucros e perdas
realizado pelo próprio executante para
corrigir o processo em andamento.
quadros de produtividade
medir o resultado alcançado
precisa de aprovação e é realizado durante a
implementação do planejamento
orçamento financeiro
controle orçamentário
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