I
COP 17
Guia de Estudos
“17ª Conferência das Partes”
por
Felipe Ribeiro Rodrigues Magalhães - Diretor
Henrique Abaurre Costa Andrade - Diretor Assistente
Guia de Estudos - COP 17
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Sumário
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Apresentação
"Sou Felipe Ribeiro Rodrigues Magalhães, já participei de três
simulações, sendo duas Mini-Onu e uma SIA, todas como delegado.
Minhas duas Mini-Onu foram relacionadas à temas ambientais, a ECO
92 e a COP 15. Gostei muito das discussões, e o tema, visto a atual
situação global, é muito pertinente, por isso propus a criação deste
comitê para a segunda edição da SIA. Pela primeira vez serei diretor de
um comitê, e espero que possamos, juntos, crescer muito com essa
fantástica experiência que é simular."
"Sou Henrique Abaurre Costa Andrade e a segunda edição da SIA
será minha terceira simulação, e segunda como diretor. Já participei da
SINUS em Brasília como delegado no CTC em 2010 e da primeira edição
da SIA como diretor do ECOSOC. Apesar de possuir grande interesse
pelos temas ambientais essa será minha primeira simulação sobre o
assunto. Tenho bastante expectativa em relação a SIA 2011 e desejo a
todos os delegado uma ótima atuação, pois, a cada novo evento,
as questões tornam-se mais elaboradas e promovem o desenvolvimento
do senso crítico dos alunos, com questões da atualidade e de grande
importância mundial."
" Sou Carolina Hermont Paes, e estou no 9º ano, assim sendo,
nunca tive a oportunidade de participar da SIA, nem de nenhuma outra
simulação. Interessei-me pelo projeto porque assim como vocês, terei
a oportunidade de crescer e tirar grande proveito dele. Estarei
ajudando ambos os diretores, e aprendendo com os processos
logísticos e burocráticos da mesa, podendo dar continuidade á SIA
nos próximo anos."
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Introdução
Desde o surgimento da humanidade, o homem vem explorando e
usufruindo da terra e do meio onde vive. Isso não é algo negativo, muito pelo
contrário, o ser humano precisa ,de alguma forma, obter seu sustento, se
abrigar, proteger-se das ameaças da natureza, enfim: sobreviver. Tais
atividades, porém, necessitam de recursos da natureza, como água, terra,
minerais, frutos, etc. Mas o que exatamente impede que esses recursos
acabem? Justamente a capacidade que a Terra tem de renová-los e de
absorver o produto gerado pela utilização desses recursos , garantindo assim
que a existência da vida possa continuar. Porém, um problema veio surgindo
à medida que o ser humano foi se agrupando em civilizações e evoluindo: Era
preciso desenvolver, melhorar as diversas técnicas até então conhecidas,
aprimorar o estilo de vida. Um momento marcante desse processo foi a
Revolução Industrial, que através da mecanização das atividades visava uma
maior agilidade dos meios de produção e portanto maior lucro final. Um
efeito colateral desse processo é que o homem começou então a gastar mais
recursos naturais do que a capacidade da terra de renová-los e de absorver o
"lixo" gerado por esse consumo. O homem não mais estava usando a
natureza como um meio de sobreviver, mas esbanjando e utilizando-a de um
modo insensato, que no decorrer dos anos viria a prejudicar sua própria
existência.
Foi então que se tornou evidente a influência humana sobre o
meio-ambiente, e com isso surgiu toda a problemática ambiental:
constatou-se que a média da temperatura global estava subindo,
principalmente devido à excessiva quantidade de CO2 sendo emitida
(acentuando o efeito estufa) e que a camada de ozônio estava sendo
gradativamente destruída (principalmente pelos CFCs). Tentando entrar em
acordo e achar uma solução para o problema climático, que a cada segundo
se tonara mais grave, a ONU convocou os países para uma conferência sobre
o meio ambiente, a UNCED (United Nations Conference on Environment and
Development), que ocorreu em 1992, de 3 a 14 de Junho, no Rio de Janeiro; A
UNCED também é popularmente conhecida como ECO 92 ou RIO 92. Mesmo
havendo praticamente duas semanas de conferência e muitos debates,
pouco foi decidido na ECO 92. Os países não chegavam a um consenso, o que
constatava a multidisciplinaridade do problema, poucas decisões efetivas
foram tomadas. Uma delas foi a criação do UFCCC (United Nations Framework
Convention on Climate Change), um tratado internacional que visava
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estabilizar o níveis dos GEE (Gases do Efeito Estufa) em uma quantidade que
não afetaria o sistema climático. Esse tratado em si não fixou inicialmente
limites obrigatórios para as emissões de GEE, mas foi feito de maneira a
permitir "atualizações", os chamados protocolos, como é o caso do famoso
protocolo de Kyoto. Os países membros dessa convenção passaram então a
reunir-se anualmente nas chamadas Conferência das Partes (COP), para
tratar dos assuntos ambientais e tentar chegar à uma solução desse
complicado problema. A primeira conferência ocorreu em 1995, em Berlim e
desde então vem acontecendo anualmente, sendo que a última, COP 16,
ocorreu em 2010, na cidade de Cancún. Estaremos simulando na SIA 2ª Edição
a COP 17, que ocorrerá no final de 2011, na África do Sul.
Fotos das discussões na COP 16
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Protocolo de Kyoto
Países se comprometeram a reduzir emissão de gases
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional entre os países integrantes
da Organização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se
reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e o consequente
aquecimento global.
Redigido e assinado em Kyoto (Japão), em 1997, o Protocolo criou diretrizes
para amenizar o impacto dos problemas ambientais causados pelos modelos
de desenvolvimento industrial e de consumo vigentes no planeta.
De acordo com o Protocolo, as nações se comprometem a reduzir a emissão
de gases causadores do efeito estufa em 5,2%, comparando-se com os níveis
de 1990. O principal alvo é o dióxido de carbono (CO2), pois especialistas
acreditam que a emissão desenfreada desse e de outros gases está ligada ao
aquecimento global, fenômeno que pode ter efeitos catastróficos para a
humanidade durante as próximas décadas.
A intensidade do corte nas emissões de gases poluentes varia, contudo, de
país para país, e só foram obrigadas a seguir o compromisso acima as nações
consideradas desenvolvidas.
O Protocolo entrou em vigor a partir de 2004 e prevê que suas metas sejam
atingidas entre 2008 e 2012, quando ele expirará, dando lugar a outro acordo.
Esse novo protocolo deve ser negociado, redigido e aprovado até a
realização da conferência da ONU prevista para ocorrer no final de 2009, em
Copenhague, na Dinamarca.
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Mecanismos e medidas
O Protocolo de Kyoto propõe três mecanismos para auxiliar os países a
cumprirem suas metas ambientais. O primeiro prevê parcerias entre países na
criação de projetos ambientalmente responsáveis. O segundo dá direito aos
países desenvolvidos de comprarem "créditos" diretamente das nações que
poluem pouco. Por fim, também foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), conhecido como o mercado de créditos de carbono.
Segundo o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm de tomar
algumas medidas para atingir as metas de redução de gases:
 Aumento da eficiência energética em setores relevantes da economia;
 Proteção e aumento de sumidouros e reservatórios de gases de efeito
estufa sobre o meio ambiente, como as florestas;
 Promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento
e reflorestamento;
 Promoção de formas sustentáveis de agricultura;
 Pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas
novas e renováveis de energia;
 Promoção e pesquisa de tecnologias de sequestro de dióxido de
carbono;
 Promoção e pesquisa de tecnologias ambientalmente seguras, que
sejam avançadas e inovadoras;
 Redução gradual ou eliminação de incentivos fiscais, isenções
tributárias e tarifárias, e também de subsídios para todos os setores
emissores de gases de efeito estufa que sejam contrários ao objetivo
do protocolo;
 Convenção e aplicação de instrumentos de mercado que reduzam as
emissões de gases poluentes;
 Estímulo a reformas adequadas em setores relevantes, objetivando
promover políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de
gases de efeito estufa;
 Limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de sua
recuperação e utilização no tratamento de resíduos, bem como na
produção, no transporte e na distribuição de energia;
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 Cooperação, compartilhamento de informações sobre novas
tecnologias adotadas.
Fonte, e mais em: http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1694u388.jhtm
Histórico das COPs
COP 1 – 1995 (Berlim, Alemanha)
A primeira conferência iniciou o processo de negociação de metas e prazos
específicos para a redução de emissões de gases de efeito estufa pelos países
desenvolvidos. As nações em desenvolvimento não foram incluídas na
discussão sobre metas, respeitando ao princípio da Convenção que fala sobre
“Responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Foi então sugerida a
criação de um protocolo a ser apresentado dois anos depois, em 1997, que
viria a ser o Protocolo de Quioto.
Nessa primeira conferência também houve avanço nos debates sobre
cooperação internacional entre nações ricas e países em desenvolvimento.
Foram aprovadas as “Atividades Implementadas Conjuntamente” com o
objetivo de ampliar a implantação de projetos de suporte financeiro e
transferência de tecnologia.
COP 2 – 1996 (Genebra, Suíça)
Foi durante a COP 2 que as Partes decidiram pela criação de obrigações legais
de metas de redução por meio da Declaração de Genebra. Um importante
passo foi dado referente a apoio financeiro: foi decidido que os países em
desenvolvimento poderiam solicitar à Conferência das Partes apoio financeiro
para o desenvolvimento de programas de redução de emissões, com recursos
do Fundo Global para o Meio Ambiente.
COP 3 – 1997 (Quioto, Japão)
A terceira Conferência das Partes foi marcada pela adoção do Protocolo de
Quioto, que estabelece metas de redução de gases de efeito estufa para os
países desenvolvidos, chamados “Países do Anexo I”. De modo geral, as
metas são de 5,2% das emissões de 1990, porém alguns países assumiram
compromissos maiores: Japão – 6%, União Européia – 8% e Estados Unidos,
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que acabaram não ratificando o acordo, 7%. A entrada em vigor do acordo
estava vinculada à ratificação por no mínimo 55 países que somassem 55% das
emissões globais de gases do efeito estufa, que aconteceu apenas em 16 de
fevereiro de 2005, quando a Rússia decidiu se comprometer. Os Estados
Unidos se retiraram do acordo em 2001.
COP 4 – 1998 (Buenos Aires, Argentina)
A COP 4 centrou esforços para implementar o Protocolo de Quioto. Foi o
chamado Plano de Ação de Buenos, que levou para o debate internacional
um programa de metas que levaram em consideração a análise de impactos
da mudança do clima e alternativas de compensação, atividades
implementadas conjuntamente (AIC), mecanismos financiadores e
transferência de tecnologia.
COP 5 – 1999 (Bonn, Alemanha)
O destaque da COP 5 foi a implementação do Plano de Ações de Buenos
Aires, mas também o início das discussões sobre o Uso da Terra, Mudança de
Uso da Terra e Florestas. A quinta conferência discutiu ainda a execução das
Atividades Implementadas Conjuntamente em caráter experimental e do
auxílio para capacitação de países em desenvolvimento.
COP 6 – 2000 (Haia, Holanda)
Começam a surgir impasses mais acentuados entre as Partes e as
negociações são suspensas pela falta de acordo entre, especificamente, a
União Européia e os Estados Unidos, em assuntos relacionados ao
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, mercado de carbono e
financiamento de países em desenvolvimento, além de discordância sobre o
tema Mudanças no uso do solo.
COP 6 ½ e COP 7 – 2001 (2ª fase da COP 6 ), (COP 7 - Marrakech, Marrocos)
Uma segunda fase da COP-6 foi então estabelecida em Bonn, na Alemanha,
em julho de 2001, após a saída dos Estados Unidos do Protocolo de Quioto
sob a alegação de que os custos para a redução de emissões seriam muito
elevados para a economia americana. Os EUA também contestaram a
inexistência de metas para os países em desenvolvimento. Foi então
aprovado o uso de sumidouros para cumprimento de metas de emissão,
discutidos limites de emissão para países em desenvolvimento e a assistência
financeira dos países desenvolvidos.
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Os Acordos de Marrakesh definiram os mecanismos de flexibilização, a
decisão de limitar o uso de créditos de carbono gerados de projetos florestais
do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o estabelecimento de fundos de
ajuda a países em desenvolvimento voltados a iniciativas de adaptação às
mudanças climáticas.
COP 8 – 2002 (Nova Delhi, Índia)
O ano de 2002 também foi marcado pela Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), encontro que influenciou a discussão
durante a COP 8 sobre o estabelecimento de metas para uso de fontes
renováveis na matriz energética dos países. Essa COP também marca a
adesão da iniciativa privada e de organizações não-governamentais ao
Protocolo de Quioto e apresenta projetos para a criação de mercados de
créditos de carbono.
COP 9 – 2003 (Milão, Itália)
A COP 9 teve como centro dos debates a regulamentação de sumidouros de
carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,
estabelecendo regras para a condução de projetos de reflorestamento que se
tornam condição para a obtenção de créditos de carbono.
COP 10 – 2004 (Buenos Aires, Argentina)
As Partes aprovam as regras para a implementação do Protocolo de Quioto e
discutiram a regulamentação de projetos de MDL de pequena escala de
reflorestamento/florestamento, o período pós-Quioto e a necessidade de
metas mais rigorosas. Outro destaque foi a divulgação de inventários de
emissão de gases do efeito estufa por alguns países em desenvolvimento,
entre eles o Brasil.
COP 11 – 2005 (Montreal, Canadá)
Primeira conferência realizada após a entrada em vigor do Protocolo de
Quioto. Pela primeira vez, a questão das emissões oriundas do
desmatamento tropical e mudanças no uso da terra é aceita oficialmente nas
discussões no âmbito da Convenção. Também foi na COP 11 que aconteceu a
primeira Conferência das Partes do Protocolo de Quioto (COP/MOP1). Na
pauta, a discussão do segundo período do Protocolo, após 2012, para o qual
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instituições européias defendem reduções de emissão na ordem de 20 a 30%
até 2030 e entre 60 e 80% até 2050.
COP 12 – 2006 (Nairóbi, África)
Financiamento de projetos de adaptação para países em desenvolvimento e a
revisão do Protocolo de Quioto foram os destaques da COP 12. O governo
brasileiro propõe oficialmente a criação de um mecanismo que promova
efetivamente a redução de emissões de gases de efeito estufa oriundas do
desmatamento em países em desenvolvimento, que mais tarde se tornaria a
proposta de Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação.
COP 13 – 2007 (Bali, Indonésia)
Nessa reunião, foi criado o Bali Action Plan (Mapa do Caminho de Bali), no
qual os países passam a ter prazo até dezembro de 2009 para elaborar os
passos posteriores à expiração do primeiro período do Protocolo de Quioto
(2012). A COP 13 estabeleceu compromissos mensuráveis , verificáveis e
reportáveis para a redução de emissões causadas por desmatamento das
florestas tropicais.
Também foi aprovada a implementação efetiva do Fundo de Adaptação, para
que países mais vulneráveis à mudança do clima possam enfrentar seus
impactos. Diretrizes para financiamento e fornecimento de tecnologias
limpas para países em desenvolvimento também entraram no texto final, mas
não foram apontadas quais serão as fontes e o volume de recursos suficiente
para essas e outras diretrizes destacadas pelo acordo, como o apoio para o
combate ao desmatamento nos países em desenvolvimento e outras ações
de mitigação.
COP 14 – 2008 (Poznan, Polônia)
O encontro de Poznan ficou como um meio termo político entre a COP 13 e a
expectativa pela COP 15, tendo em vista o cenário político mundial, com a
eleição do presidente americano Barack Obama. Um avanço em termos de
compromisso partiu das nações em desenvolvimento, como Brasil, China,
Índia, México e África do Sul que demonstraram abertura para assumir
compromissos não obrigatórios para a redução das emissões de carbono.
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COP 15 – 2009 (Copenhague, Dinamarca)
A Conferência do Clima de Copenhague (COP 15) terminou sem grandes
avanços em torno de um acordo climático global. No entanto, deixou abertos
os trilhos de negociação e ainda conseguiu evoluir em temas de importância
para os países em desenvolvimento, como a discussão sobre um mecanismo
de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). Ao final
do evento, a ONU “tomou nota” do Acordo de Copenhague, que reconhece a
necessidade de limitar o aumento da temperatura global para não subir mais
de 2º C. Em relação a financiamento, os países desenvolvidos se
comprometeram a fornecer US$ 30 bilhões entre 2010 e 2012 e que tem como
objetivo mobilizar US$ 100 bilhões por ano em 2020, ambos os recursos para
ações de mitigação e adaptação em países em desenvolvimento.
COP 16 - 2010 (Cancún, México)
Foi realizada entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro de 2010 a CPO 16,
(conferência das partes) em Cancún, México. A resolução final possui três
pilares. No primeiro deles, os países se comprometem a ingressar na segunda
etapa do Protocolo de Kyoto, que entra em vigor em 2013. O Protocolo de
Kyoto, como se sabe, foi assinado em dezembro de 1997, mas várias questões
ficaram pendentes, que foram base de discussões que só terminaram em 2001.
Falta definir as metas quanto aos cortes de gases responsáveis pelo efeito
estufa que cada país terá que respeitar. Esses números serão definidos na COP
17, na África do Sul.
O segundo pilar foi o Acordo Redd - Redução por Emissão por Desmatamento
e Degradação Florestal que prevê investimentos de países desenvolvidos para
preservarem áreas florestais em países em desenvolvimento.
O terceiro pilar é o que designa o Banco Mundial - (BIRD) - como o organismo
que irá centralizar as doações para o financiamento aos países mais vulneráveis
às mudanças climáticas.
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O Problema
Apesar dos diversos problemas ambientais da atualidade, como
biopirataria, chuva ácida, extinção de espécies, poluição da água potável e
outros mais, é inegável que o principal deles seja o aquecimento global, que
por sua vez tem diversas causas, mas uma delas se destaca: O Efeito Estufa.
Resumidamente, o efeito estufa é a capacidade que a terra tem de armazenar
o calor proveniente dos raios solares, o que acontece devido à presença de
gases na atmosfera, que impedem o escapamento desse calor pro espaço. Ao
contrário do que muitos pensam, ele não é ruim, pelo contrário, é
extremamente necessário para a manutenção da vida na terra, sem ele
enfrentaríamos temperaturas baixíssimas na superfície terrestres, que
impediriam a vida como é hoje. O problema é que com a acentuada emissão
de GEE na atmosfera, o efeito estufa intensificou-se, e a temperatura da terra
está aumentando gradativamente.
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/efeito-estufa.htm
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Existem várias consequências para esse progressivo aquecimento da
Terra, como o derretimento das calotas polares (aumentando o nível dos
oceanos e inundando cidades ou até países inteiros), a mudança das
correntes de vento, podendo vir a gerar ciclones, tornados e outros
fenômenos em alguns locais que naturalmente não teriam esses desastres.
Existe um órgão internacional chamado de IPCC (Intergovernmental Panel on
Climate Change) que é responsável por pesquisar e criar relatórios sobre as
previsões das mudanças climáticas. Seu último relatório, publicado em 2007,
prevê, entre outras coisas, que no século XXI as temperaturas médias vão
aumentar de 1,1 a 6,4 ºC e que o nível dos mares vai aumentar de 18 a 59 cm.
Apesar de numericamente parecer pouco, mesmo se a mudança ocorrida for
a menor dessas prevista, catastróficas consequências ocorrerão, países
inteiros podem ficar submersos. Segue alguns gráficos e imagens
motivadoras para debate do problema:
Fonte: http://www.wunderground.com/blog/JeffMasters/archive.html?year=2009&month=07
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Por mais grave que seja a situação climática, que prejudica a todos e
ameaça a própria existência humana, sua resolução está longe de ser algo
simples. Devido ao fato de que os GEE continuam na atmosfera por muitas
décadas após emitidos, não é possível interromper ou reverter a mudança
climática a curto prazo e por essa razão as medidas a serem tomadas devem
ser tanto mitigadoras, no sentido de diminuir o impacto de tais mudanças, e
adaptadoras, no sentido de criar mecanismos de adaptação às mudanças que
irão ocorrer, como a inevitável inundação de algumas ilhas. Estamos hoje
sofrendo as consequências das excessivas emissões do passado. O que
emitimos hoje não só nos afetará, mas continuará na atmosfera por vários
anos que ainda virão. Por isso devemos nos preocupar não só em nos adaptar
às mudanças que estão ocorrendo, mas impedir que elas continuem ao longo
do tempo, diminuindo drasticamente as emissões de GEE.
A principal dificuldade em diminuir as emissões de GEE é que o atual
modelo econômico mundial e o estilo de vida da grande maioria é muito
carbono-intensivo. Os combustíveis fósseis predominam, é difícil ver algum
produto que não precisou do petróleo em alguma etapa, seja na sua
produção ou no seu transporte.
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Conflito entre os Países
Para entendermos o impasse existente entre os países, precisamos de
analisar um pouco a história. Alguns países, por diversas circunstâncias, se
industrializaram primeiro, e puderam então prosperar, tornando-se inclusive
grandes potências na atualidade, como os EUA. Outros porém, devido por
exemplo, à tardia colonização e independência, além de outros fatores,
iniciaram seu processo de industrialização, e hoje são "países do sul", do
terceiro mundo, subdesenvolvidos, em desenvolvimento ou qualquer outra
nomenclatura que virá a aparecer para representá-los. Todo processo de
industrialização polui, portanto é correto afirmar que os países já
desenvolvidos, são os que mais poluíram até agora. Porém toda a discussão
ambiental começou e acentuou-se depois de eles já terem se desenvolvido, e
portanto os maiores afetados são então os países em desenvolvimento, que
não podem desenvolver livremente como os outros. Sim, existe a tecnologia
de produção energética limpa, como painéis fotovoltaicos, energia eólica,
etc. Mas essa tecnologia é cara, e estamos falando de países em
desenvolvimento, que precisam de investir seu capital em outras áreas,
usando então combustíveis fósseis, que são mais baratos, e muitas vezes
recém descobertos em seu território. Os países desenvolvidos estão
acusando os em desenvolvimento de estarem poluindo muito e os em
desenvolvimento afirmam que isso é de direito deles, visto que os
desenvolvidos também já poluíram antigamente. Isso em certa parte é
correto, pois caso contrário os países em desenvolvimento serão eternos
"escravos econômicos" dos já desenvolvidos. Porém realmente o problema
ambiental é muito grave para ser desconsiderado. Uma solução é necessária,
a exportação de tecnologia está entre as possíveis, e é algo que deve ser
levado em consideração.
Esse deve ser um dos mais difíceis temas para discutir, pois ele é
multidisciplinar. Para o mundo adotar um estilo de vida mais ambientalmente
correto, mudanças na área política, social, e econômica de vários países
devem acontecer. Um bom exemplo são os países do Oriente Médio, que tem
sua economia totalmente baseada na exportação petrolífera. O que irá
acontecer com essas sociedades se o petróleo for substituído por outras
fontes de combustível? Outro fato a ser considerado é a proliferação dos
combustíveis verdes, como o biodiesel feito da mamona e do milho.
Realmente eles poluem bem menos que os fósseis, mas em contrapartida
ocupam grandes áreas de plantio, antes destinadas a bens alimentícios. Será
correto substituir alimentos por combustível?
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Posição dos Atores
Cada país tem um ponto de vista em relação à problemática ambiental.
É consenso que algo deve ser feito para salvar o planeta, mas cada país visa
também seu lucro e desenvolvimento, dificultando na elaboração e
cumprimento de um plano definitivo.
Representações Presentes nas Conferência:
Votantes:
Angola, Antígua e Barbuda, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bahamas,
Bahrein, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
Equador, Egito, Estados Unidos da América,Banco Mundial, Emirados Árabes
Unidos, Espanha, Fiji, França, Haiti, Ilhas Salomão, Índia, Iran, Iraque, Itália, Japão,
México, Omã, Rússia, Tuvalu, União Européia, Vanuatu.
Não Votantes:
Agência Internacional de Energia, Fundo Monetário Internacional, Green Peace,
IPCC.
 Países Industrializados
Muito se espera dos países industrializados como o EUA e China que
poluem excessivamente e pouco se comprometeram a salvar o meio
ambiente nas conferências passadas. Porém a economia desses países
depende fortemente da produção industrial, e um compromisso em
reduzir drasticamente os GEEs pode afetá-la de uma maneira muito
prejudicial. Portanto os delegados devem procurar soluções que visam
não afetar a economia de seus países, que são muito
carbono-dependentes.
 Países em Desenvolvimento
Os países em desenvolvimento, como Brasil e México, devem visar
maneiras de continuar seu desenvolvimento, porém minimizando o
impacto ambiental. Uma maneira de isso acontecer é o
desenvolvimento e a exportação de tecnologia limpa por parte dos
países desenvolvidos, para que os em desenvolvimento possam se
industrializar sem poluir, algo que deve ser debatido na conferência,
tentando um acordo com os países industrializados.
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 Países produtores de Petróleo
Os países produtores de petróleo, como os Emirados Árabes Unidos e
Omã, devem propor medidas para melhorar a situação ambiental que
não englobem a mudança de matriz energética, pois dependem
fortemente do petróleo. Caso essa sugestão venha a tona, os
delegados desses países devem mencionar os impactos ambientais
causados pelas outras energias, seus riscos e portanto defender o
petróleo. Porém caso aceitem a mudança da matriz energética, devem
buscar ajuda dos outros países para que isso não afete tanto sua
economia e sociedade.
 Países Insulares
Os países insulares, como Ilhas Fiji e Tuvalu, devem a todo custo
incentivar medidas preservadoras do meio ambiente e propor metas à
todos os outros países, pois são os principais afetados do aumento do
nível do mar. Como o aquecimento global é algo que vai continuar nos
próximo anos, é interessante que esses países também busquem ajuda
dos outros países para seus atuais e futuros refugiados de tragédias
ambientais.
 Organizações não Estatais
 O BIRD e o FMI devem propor ajuda monetária aos projetos e
medidas que virão a ser apresentados, além de ajudar os países
em situações críticas, como os insulares.
 O Green Peace deve buscar estratégias de modo a ajudar na
resolução de conflitos entre os países, propondo soluções,
sempre visando a preservação do meio-ambiente. O delegado
do Green Peace tem que propor temas relevantes para a
discussão, possibilitando o bom andamento da discussão.
 O IPCC deve pesquisar e levar à conferência dados sobre a
influência antrópica ao meio ambiente, previsões de mudanças,
como o aumento do nível do mar nos próximos anos caso a
emissão de GEEs não diminua, etc. O delegado deve apresentar
esses dados de modo a motivar as discussões e incentivar os
países a tomarem medidas para resolver o problema.
 A Agência Internacional de Energia tem como papel trazer
questões referentes às matrizes energéticas, propor
alternativas e melhorias aos países, apresentando fatos sobre a
utilização de cada tipo energético e orientar politicamente os
países sobre como adotar essas mudanças.
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Conclusão
Aquecimento global é um problema moderno e complicado que
envolve todo o planeta e questões delicadas como pobreza,
desenvolvimento econômico e aumento populacional. Lidar com essas
questões não será fácil, mas ignorá-las será pior. O mundo precisa de líderes
capazes de achar soluções para esse problema, caso contrário tudo o que
hoje conhecemos está fadado a desaparecer. Espero que com esse guia eu
tenha aberto-lhes a mente para a seriedade do problema e os motivado a
pesquisar mais sobre o assunto. Esse guia é apenas um suporte para o início
do estudo dos senhores, espero que vocês pesquisem muito mais e cheguem
preparados para as discussões. O retorno que vocês terão dependem do nível
de participação e dedicação, e garanto a vocês que todos tirarão um ótimo
aprendizado desse comitê.
Sugestões
 Leitura:
 Guia de Estudos Mini-Onu 2010 COP 15, disponível em:
http://www.ri.pucminas.br/2010/ominionu/arquivo/gui68.pdf
 Filmes:
 O Dia Depois de Amanhã (2004)
 Uma Verdade Inconveniente (2006)
 A Última Hora (2007)
 A era da Estupidez (2009)
Eu, Felipe Ribeiro, juntamente com Henrique Abaurre e Carolina Paes
esperamos ansiosos por vocês na COP17! Nos vemos lá!
Guia de Estudos - COP 17
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