CoP de Gestão do Conhecimento
Notas da sessão presencial de 24 de Março de 2014
Realizou-se dia 24 de Março, na Maia, nas instalações da Sonae Learning Center, a 6ª sessão da
CoP, desta vez presencial.
Estiveram presentes 31 pessoas, em representação de 16 organizações diferentes.
A sessão teve como tema, prostosto pela Sonae, a Open Innovation – Práticas de Ligação às
Universidades.
Assim como a Sonae, outras empresas, membros da CoP, entendem ser essencial a
aproximação da organização aos alunos e grupos de investigação, maximizando o valor das
parcerias Empresa-Universidade, pelo que esta sessão se focou na partilha de conhecimento,
experiências, metodologias e resultados obtidos.
O programa desta sessão, envolvia a partilha, por parte da Sonae (Marta Cunha) assim como
da Brisa (Tomé Canas), EDP (Jorge Simões) e Efacec (Cristina Mira Godinho e Renato Morgado),
de especificidades dos seus sistemas de inovação aberta, com foco na gestão das suas relações
com as Universidades e os Centros de Investigação, partilha esta completada com intervenções
dos restantes membros da CoP presentes, relativa à sua própria experiência na gestão da
inovação aberta.
Apresentação Sonae
Na Sonae, gestão da Inovação é abordada através de um modelo descentralizado, tendo em
vista a criação de facilitadores e processo para que a inovação aconteça, apesar desta não
acontecer na área de gestão da inovação.
A gestão da Inovação, feita pela Sonae, incide em 5 áreas/temáticas de trabalho:
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Criar e gerir redes colaborativas;
Gerar ideias e partilha de conhecimento;
Experimentar e desenvolver;
Financiar e reportar;
Reconhecer e comunicar.
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A criação e gestão de redes colaborativas engloba a gestão das relações entre a empresa e
diversos stakeholders externos, tais como o sector do retalho, assim como os restantes
sectores, a academia e o sector institucional, com a finalidade de criação de valor para todas as
partes envolvidas.
As tipologias listadas de relações/ colaborações com a Academia foram:
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Disciplinas curriculares (desafios reais levados às Universidades);
Case studies (pedidos vindos das Universidades);
Concursos (desafios de curto ou médio/ longo prazo propostos pela Sonae);
Mestrados/ Doutoramentos (teses orientadas para desafios específicos);
Propostas de colaboração (desafios propostos a equipas de investigação das
Universidades).
A Sonae considera com factores críticos de sucesso para o sucesso da relação/ colaboração
com os diferentes stakholders:
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Definição clara dos desafios perante a equipa envolvida;
Clareza de objectivos e expectativas para ambas as partes;
Processo de comunicação constante entre as partes envolvidas;
Clara definição de direitos de Propriedade Intelectual.
Apresentação Brisa
Na Brisa, a área de Investigação, que envolve a colaboração entre a empresa e as
Universidades, existe separada da área de Desenvolvimento, sendo que consideram crítico
gerir o conhecimento dos seus parceiros externos, para além do seu próprio conhecimento.
A identificação de áreas de foco em cada um dos seus parceiros (Universidade ou Centro
Tecnológico) é uma preocupação e prática da Brisa.
A Brisa considera que os objectivos de Grupos de Investigação diferem dos seus próprios
objectivos e que os produtos devem ser criados na empresa depois de serem investigados nas
Universidades ou Centros Tecnológicos.
Como competências necessárias para trabalhar em rede, a Brisa lista:
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Ser sistemático e objectivo;
Capacidade relacional;
Criação de linguagem comum;
Perceber os objectivos dos parceiros.
Assim, para a Brisa, trabalhar em rede tem as seguintes vantagens:
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Acelera o processo de inovação;
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Incrementa entradas e saídas de novas ideias, tecnologias e conhecimento;
Reduz potenciais riscos e custos;
Possiblita o acesso a novos mercados e áreas de conhecimento;
Cria um eco-sistema de inovação com competências aplicadas ao mercado.
Apresentação Efacec
A Efacec considera o conhecimento como um dos ingredientes de sucesso do seu negócio, pelo
que, este tem de ser gerido de forma a contribuir para a criação de valor dentro e fora da
organização. Para tal, existe na organização, um Comité de Tecnologia, cujos objectivos são:
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Funcionar como fórum de reflexão;
Contribuir para a análise de tendências;
Articular competências e responsabilidades;
Promover e vigiar a implementação.
Considerando que na perspectiva da Empresa e na das Universidades, as medidas de avaliação
de sucesso são divergentes, a Efacec aposta, como forma de derrubar barreiras, na
transmissão às Universidades de quais as vantagens para estas, em colaborar com a
organização no desenvolvimento de novas soluções, assim como no estímulo para que estas
façam parte do processo de criação de valor.
Apresentação EDP
Alocadas à EDP Inovação, estão 22 pessoas, que, uma vez que a inovação existe em cada área
de negócio do grupo, têm como objectivo estratégico promover a inovação e coordenar
actividades de inovação, no grupo, através de:
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Portofolio de tecnologias e modelos de negócio inovadores:;
Capturar oportunidades de crescimento;
Promoção a transferência de conhecimento dos projectos de inovação para a
organização.
Como forma de apoio ao empreendedorismo inovador, a EDP Inovação, constituiui o programa
EDP Starter que apoio projectos no sector das energias, desde a concepção da ideia até à sua
concretização e implementação.
Na fase inicial de concepção do projecto, utilizam o Prémio EDP Inovação (não exclusivo a
Universidades) e na fase seguinte, de construção de protótipo, funciona o FabLab EDP.
Este programa (EDP Starter) composto por cinco fases (projecto, protótipo, incubação,
projecto piloto e investimento, tem a particularidade de poder nem sempre ser percorrido de
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forma igual, sendo que por vezes , não é iniciado na primeira fase e quando chega à fase final,
nem sempre passou por todas as fases delineadas.
É utilizada pela empresa, uma ferramenta de gestão de ideias, que desde 2010 funciona como
bolsa de ideias, cuja avaliação é numa primeira fase, feita pelos colaboradores, através da
distribuição de 5 créditos por pessoas e, numa fase seguinte, feita por um grupo de pessoas
seleccionadas, agora sim com critérios de avaliação concretos.
Ferramentas de gestão de ideias
Das empresas presentes, apenas 3 referiram utilizar as suas ferramentas de gestão de ideias
abertas ao exterior.
As diversas plataformas referidas, pelos membros da CoP presentes, apresentam
características, tais como:
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Bolsa de ideias;
Lançamento de desafios periodicamente.
Ligação Empresa-Universidade
Mais do que esperar por desafios, as Empresas devem ir ao encontro das Universidades,
identificando à priori, quais as competências necessárias para que uma ideia ou um produto
seja desenvolvido.
Da mesma forma, as Universidades, ao procurar estabelecer ligações com as Empresas,
destinatárias dos seus projectos de investigação, devem também procurar saber quais as
necessidades e problemas destas.
Dada a sensibilidade das empresas para identificar que existe, por parte de alunos, no âmbito
de mestrados e doutoramentos, uma procura por temas de teses, foi sugerido a construção de
uma plataforma, comum a várias empresas, de forma a fazer a ligação entre as necessidades
de investigação inerentes às empresas e os alunos com necessidade de temas para
investigação.
A colaboração entre estes 2 actores (Empresas e Universidades) poderá também existir ao
nível da identificação dos próprios temas, uma vez que por vezes o produto final do projecto
de I&D poderá beneficiar da discussão inicial, conjugando as perspectivas dos 2 actores em
simultâneo.
Foi identificada a limitação sentida por parte das empresas, aquando produtos desenvolvidos
em Universidades chegam às Empresas, dada a dificuldade destas em dominar conhecimentos
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inerentes ao produto que à partida não domina, tendo sido sugerido um maior envolvimento
dos alunos na esfera das empresas, de forma a reduzir o impacto desta limitação constatada.
Propriedade Industrial
Uma das dificuldades sentidas pela maioria dos membros da CoP presentes nesta 6ª sessão
presencial, é a determinhação da posse de direitos de propriedade intelectual, que resultam
da realização de projectos em colaboração com as Universidades. A dificuldade de conceber
protocolos com as Universidades, adaptados para cada situação específica, é sentida pela
maioria dos membros da CoP.
Quando se coloca a questão a quem pertence o direito de propriedade intelectual (direitos de
autor ou direitos de propriedade industrial), estão envolvidos mais do que 2 actores, uma vez
que a identidade do aluno/investigador se distingue da identidade da Universidade. Por vezes,
dado que o know-how está associado em primeiro lugar ao aluno/investigador e só depois à
Universidade, a existência de protocolos ou contratos entre as Empresas e as Universidades,
que atribuem a estes direitos de propriedade industrial, não garante o desenvolvimento do
projecto aquando da separação entre aluno/investigador e Universidade.
Métricas de Inovação Aberta
Ainda não existe por parte da maioria das empresas presentes, sistemas de medição de
Inovação Aberta completamente estruturados. É dado o exemplo de um sistema de avaliação
estruturado que permite avaliar parceiros, tendo como base a identificação de
responsabilidades e contactos em cada um dos parceiros. Uma vez que este exemplo dado já
acumula um historial de avaliação, é possível á empresa proceder a outros tipos de avaliações.
Apesar de em geral, estas empresas ainda se encontrarem numa fase inícial, da definição de
sistemas de métricas de inovação aberta, foram deixadas algumas pistas que poderão
contribuir para aprofundar esta temática:
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As métricas a seleccionar de forma a construir um sistema de avaliação de inovação
aberta, podem e devem variar de acordo com as diferentes fases do processo de
inovação;
As métricas a seleccionar podem ter como objectivo avaliar qualitativamente e
quantitativamente as interações entre Empresa e Universidade ou por outro lado
avaliar a intensidade destas relações.
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Durante a realização desta sessão surgiu a seguinte proposta para uma futura sessão
presencial:
Tema: Propriedade Intelectual
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Objectivos:
o Capacitar os membros da CoP para antecipar questões;
o Partilhar mecanismos para resolver problemas;
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Partir de perguntas e/ou casos práticos concretos;
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Possível presença de Universidades, INPI, etc.
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Síntese da sessão