A BOLSA DE VALORES E AS PME
MIGUEL ATHAYDE MARQUES
26 DE OUTUBRO DE 2006
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A Bolsa da Valores e as PME - Miguel Athayde Marques
IX Congresso dos ROC – 26 e 27 de Outubro de 2006
A BOLSA DE VALORES E AS PME
MIGUEL ATHAYDE MARQUES
Euronext Lisbon
Congresso dos ROC, Estoril, 26 Outubro 2006
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A Bolsa da Valores e as PME - Miguel Athayde Marques
IX Congresso dos ROC – 26 e 27 de Outubro de 2006
A BOLSA DE VALORES E AS PME
• O Tecido Empresarial Português
• Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
• A Bolsa no Centro da Estratégia de Crescimento das Empresas
• Mercados Alternativos
• O que fazer
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O Tecido Empresarial Português
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O Tecido Empresarial Português
Constituído predominantemente por PME:
• Confrontadas com forte concorrência externa;
• Com estruturas accionistas limitadas e de cariz
eminentemente familiar;
• Excessivamente dependentes do crédito bancário e do
leasing na sua estrutura de financiamento.
• Muitas empresas portuguesas encontram-se fortemente
descapitalizadas.
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O Tecido Empresarial Português
• Com fraca cultura bolsista, com reflexos:
• No reduzido recurso ao mercado de capitais como fonte de
financiamento, em particular pelas empresas dos sectores mais
• Com efeito, em Portugal os capitais próprios das PME representam
cerca de um terço dos recursos totais (contra mais de 40% em
Espanha)*.
* Fonte: IAPMEI
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
• No curto espaço de dez anos, o mercado bolsista nacional conheceu
profundas e radicais transformações, tanto a nível institucional, como no
quadro legal e regulamentar e, bem assim, nas suas funcionalidades
operativas.
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
• Com efeito:
• Até Março de 1992, existiam 2 bolsas de valores: a BVL e a BVP,
que eram instituições auxiliares de crédito pertencentes ao sector
público.
• Em Março de 1992, a BVL e a BVP foram transformadas em
associações civis sem fins lucrativos (a ABVL e a ABVP), detidas
pelos seus associados: as sociedades financeiras de corretagem e
as sociedades corretoras.
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
• Em Fevereiro de 2000, a ABVL e a ABVP foram transformadas em duas
sociedades anónimas: a BVL e a BDP que, nessa mesma data, foram
fundidas e deram origem à BVLP - Sociedade Gestora de Mercados
Regulamentados, SA.
• Em 2002, a BVLP passou a fazer parte integrante do Grupo Euronext,
com a designação de Euronext Lisbon.
• O Grupo Euronext integra as Bolsas de Lisboa, Paris, Bruxelas e
Amesterdão, bem como a Bolsa londrina de derivados, a Liffe.
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
• A Euronext é, ela própria, uma empresa cotada, reflectindo as
tendências internacionais do sector.
• O sistema de governação da Euronext assegura a correcta
representatividade de todos os mercados, nomeadamente a do
Português, uma vez que contempla uma presença portuguesa,
quer no supervisory board, quer no managing board.
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Euronext Lisbon: a Bolsa Portuguesa
Indicadores da Evolução da Actividade
da Bolsa Portuguesa
1991
2005
Jan-Set 2006
Peso (% )das transacções de
acções no total negociado no
ano
26,0
94,4
95,0
Peso (% )da capitalização
bolsista das acções nacionais no
PIB no final do ano
11,1
38,6
s/s
Valor médio diário dos negócios
sobre acções realizados nas
sessões normais
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6 milhões de
euros
121,3 milhões de 210,4 milhões de
euros
euros
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
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O Mercado de Capitais
Fontes Clássicas de Financiamento das Empresas
TIPO DE EMPRESA
Pequena,
Muito pequena,
sem garantias, c/ potencial de crescimento,
historial limitado
sem historial
Média,
com historial,
pode dar garantias
Grande,
muito conhecida,
amplas garantias
FONTES DE CAPITAL
Capital
Semente
Empréstimos Bancários de
Curto-Prazo
Empréstimos Bancários de Médio-Prazo
Financiamento
Mezzanine
Papel
Comercial
Medium
Term Notes
Colocações Privadas
Obrigações Cotadas
Venture
Capital
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Acções Cotadas
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• O dinamismo e crescimento em valor registado na Bolsa portuguesa
nos últimos 5 anos, não tem, porém, sido acompanhado (ao contrário
do verificado por todo o mundo) pela entrada de novas empresas.
• Isto não obstante, por um lado, muitas empresas portuguesas se
encontrarem descapitalizadas e, por outro, a grande potencialidade de
crescimento que o recurso ao mercado bolsista lhes oferece
(nomeadamente pelo acesso que permite a investidores estrangeiros
em acções e outros instrumentos financeiros).
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Com efeito, as empresas podem recorrer à Bolsa não só para listar as
acções resultantes de aumentos de capital, mas também para abrirem
o seu capital, mediante a realização de ofertas públicas iniciais (IPO),
que lhes facultam uma estrutura diversificada de accionistas.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Em qualquer das situações, o recurso à Bolsa traz significativas
vantagens para as empresas emitentes através de um mecanismo de
financiamento:
- ... muito mais amplo;
- ... muito mais flexível;
- ... muito mais transparente;
- ... muito mais adaptado às necessidades específicas e à
estratégia da empresa emitente.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Além disso, no caso concreto das acções cotadas na Euronext Lisbon,
o facto de serem negociadas na plataforma do Grupo Euronext confere
às empresas emitentes uma exposição internacional e possibilita-lhes
o acesso directo aos mercados francês, holandês, belga e inglês (por
via da Euronext.Liffe).
• Em suma, facilita-lhes o recurso a opções de financiamento
diversificadas, tanto ao nível dos produtos como dos investidores.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Aliás, para as empresas que pretendam seguir a via da
internacionalização, a simples inserção na lista das empresas cotadas
no Grupo Euronext pode funcionar como uma primeira etapa na
concretização desse processo.
• Na realidade, a integração da bolsa portuguesa no Grupo Euronext fez
com que os investidores nacionais passassem a contar com:
• Uma oferta mais diversificada de valores mobiliários;
• Um processo de negociação mais simples; porque completamente
integrado;
• Menores custos de negociação;
• Maior liquidez.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• E as entidades emitentes obtivessem:
• Maior visibilidade, notoriedade e credibilidade;
• Uma base accionista mais ampla dividida por perfis de
investimento e nacionalidades;
• Maior exposição internacional;
• Mais fácil acesso a outros mercados europeus;
• Possibilidade de recurso a fontes de capital mais diversificadas.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Nos últimos 2 anos, a actividade de IPO nas Bolsas mundiais tem vindo
a evidenciar um forte crescimento, contribuindo de forma relevante para
o reforço da competitividade dos países de onde provêm as empresas
emitentes. De facto:
• O número de IPO realizadas em 2005 aumentou 33% face ao
ano anterior;
• Não apenas países desenvolvidos registam IPO; países em vias
de desenvolvimento têm vindo a conhecer uma forte actividade
em termos de entrada de empresas em Bolsa;
• Os IPO têm atraído volumes elevadíssimos de investimento
canalizando poupança para o mercado de capitais.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
• Não obstante as referidas vantagens e as tendências verificadas na
Europa e no mundo, nos últimos anos, em Portugal, o número de novas
empresas cotadas na Bolsa, bem como o de IPO realizados têm tido
uma expressão muito reduzida.
• Apenas 5 nos últimos quatro anos.
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A Bolsa no Centro da Estratégia de
Crescimento das Empresas
Exemplos de IPO em 2005:
Bolsas
Nº de IPOs
Capital Atraído (milhões de
€)
França
58
18.291
Bélgica
14
2.767
Reino Unido
117
8.138
Alemanha
23
4.707
Itália
16
3.245
Grécia
8
1.051
Polónia
27
1.530
Rep. Checa
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Fonte: Euronext e Ernst & Young “Global IPO Trends 2006”
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Mercados Alternativos
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Mercados Alternativos
• Da análise das operações de IPO realizadas em 2005 ressalta, a par do
seu elevado crescimento, o facto de na Europa uma grande parte do
recente sucesso desta actividade ter a ver com o dinamismo do AIM –
Alternative Investment Market (ligado à London Stock Exchange).
• Aliás, reconhecendo as vantagens do modelo do AIM, outras praças
europeias abriram mercados similares, como foi o caso, em 2005, do
Alternext Paris (Euronext Paris), do Irish Enterprise Exchange (IEX,
bolsa irlandesa) e do Entry Standard (DB, bolsa alemã) e, em 2006, do
Mercado Alternativo Bursátil (BME) e do Alternext Brussels (Euronext
Brussels).
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Mercados Alternativos
• Trata-se de “mercados alternativos”, regulados pelas bolsas, dedicados
às pequenas e médias capitalizações, que oferecem:
• Acesso simples ao mercado de capitais, com requisitos e
obrigações à medida da empresa emitente.
• Regras menos exigentes de difusão de informação aos
investidores.
• Estes mercados constituem uma “saída” para o capital de risco e o
private equity.
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Fontes de Financiamento para PME
TIPO DE EMPRESA
Pequena,
Muito pequena,
sem garantias, c/ potencial de crescimento,
historial limitado
sem historial
Média,
com historial,
pode dar garantias
Grande,
muito conhecida,
amplas garantias
FONTES DE CAPITAL
Capital
Semente
Empréstimos Bancários de
Curto-Prazo
Empréstimos Bancários de Médio-Prazo
Financiamento
Mezzanine
Papel
Comercial
Medium
Term Notes
Colocações Privadas
Obrigações Cotadas
Venture
Capital
Acções Cotadas em Mercado Regulamentado
Acções Cotadas em Mercado Alternativo
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N.º de IPO na Euronext NV
3
40
20
41
38
2002
2003
Outros Mercados
28
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52
58
2004
2005
Alternext Paris
62
2006 (até 25/10)
Alternext Brussels
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Mercados Alternativos
• Como se verifica no gráfico anterior, desde a sua criação, em Maio de
2005, o Alternext Paris tem registado forte procura, sintoma do robusto
dinamismo do mercado bolsista francês, que é aliás extensível a vários
outros mercados.
• O que fazer, então, para que o mercado português conheça idêntica
evolução?
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O que fazer
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O que fazer
Para além da concretização do programa de privatizações, que este ano
teve um auspicioso início com a entrada, esta semana, na Euronext
Lisbon da Galp Energia,...
... O que poderá estimular a entrada em Bolsa das empresas nacionais,
especialmente das PME?
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O que fazer
• Trata-se, naturalmente, de um processo que tem de contar com a
actuação conjugada dos vários intervenientes no mercado de capitais e
da participação activa dos profissionais ligados à área financeira e
contabilística das empresas, em particular os ROC.
• No seu âmbito específico, a Euronext Lisbon tem preparado o
lançamento, logo que a procura por parte de empresas o justifique, de
um “mercado alternativo” destinado às PME, com condições de acesso
mais facilitadas, possibilitando ligações directas aos mercados de
capitais internacionais e acesso directo a investidores especializados
em toda a Europa.
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O que fazer
• Por fim, importa ter presente que Basileia II vai:
• Esbater as diferenças, actualmente existentes, entre a quantidade
e qualidade da informação que é necessário disponibilizar por uma
empresa cotada e por uma não cotada.
• Penalizar mais as insuficiências de capitais próprios, em termos
de disponibilidade de plafonds de crédito e respectivo pricing (por
via do impacto dessas insuficiências na notação das empresas
junto dos bancos).
• E consequentemente, o recurso ao mercado de capitais surge
como a condição indispensável para o crescimento sustentado
das empresas.
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