* LITERATURA DE INFORMAÇÃO
• Crônicas de viagens e cartas.
* LITERATURA JESUÍTICA
• A arte como catequese.
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QUINHENTISMO – BRASIL –
• Tratado de Terra do Brasil, de Pêro de
Magalhães Gândavo;
• Tratado descritivo do Brasil, de
Gabriel Soares de Souza;
• A história do Brasil de Frei Vicente do
Salvador;
• Carta do Achamento do Brasil (carta
de Pero Vaz de Caminha).
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* LITERATURA DE INFORMAÇÃO
* Literatura descritiva sem grande
valor literário (maior valor histórico e
documental).
*Textos repletos de fantasias
moldados pela visão medieval.
e
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OBJETIVO:
* Fazer um levantamento da “terra
nova”, de sua fauna, de sua flora, de
sua gente.
• A arte como catequese.
José de Anchieta (cartas, sermões, uma
gramática da língua Tupi, 12 textos
teatrais, poemas em latim, autos)
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* LITERATURA JESUÍTICA
• A figura do diabo é associada a algum chefe ou
sacerdote indígena contrário aos portugueses.
• A língua e a religiosidade tupi são exploradas.
• Preocupação didática e moralizante.
• Adaptação às necessidades práticas da vida no
Brasil colonial.
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Características:
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Oscar Pereira da Silva, Desembarque de Cabral
em Porto Seguro, SP, Museu Paulista
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Carta do Achamento
Carta de Pero Vaz de
Caminha
Carta de Pero Vaz de Caminha (fragmentos)
posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os
outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do
achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta
navegação achou, não deixarei de também dar disso minha
conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda
que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos
fazer!
Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa
vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar
nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e
me pareceu.
(...)
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Senhor,
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A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de
bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa
de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca
disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de
baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de
comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso
de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos
pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o
beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazemno ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe
estorvo no falar, nem no comer e beber.
(...)
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem
novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos
pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e
tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos,
não se envergonhavam.
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(...)
Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que
uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual
deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em
volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o
estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência
desta gente é tal que a de Adão não seria maior -- com
respeito ao pudor.
Ora veja Vossa Alteza quem em tal inocência vive se se
convertera, ou não, se lhe ensinarem o que pertence à sua
salvação.
Acabado isto, fomos perante eles beijar a cruz. E
despedimo-nos e fomos comer.
(...)
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sextafeira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha.
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Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que
será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa
Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa
Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava.
Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa
Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta
Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o
desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como
em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de
ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer
singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório,
meu genro -- o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos peles espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
Pero Vaz se refere são vistas
como as meninas da gare (gare,
palavra francesa que significa
estação de estrada de ferro).
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Paródia da Carta de Caminha - Oswald de Andrade
Pero Vaz de Caminha
a descoberta
Seguimos nosso caminho por
este mar de longo
Oswald recria, poeticamente, a
Até a oitava da Páscoa
Carta de Caminha a D.
Manuel. Veja em As meninas de
Topamos aves
Gare a justaposição do histórico
ao moderno as indígenas a que
E houvemos vista de terra
Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas.
Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis, São Paulo.
Senhoras:
Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a
literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas
linhas de saudades e muito amor, com desagradável nova. É bem
verdade que na boa cidade de São Paulo — a maior do universo,
no dizer de seus prolixos habitantes — não sois conhecidas por
"icamiabas", voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas;
e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da
Hélade clássica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós,
Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir
conosco que, assim, ficais mais heroicas e mais conspícuas,
tocadas por essa platina respeitável da tradição e da pureza
antiga. Mas não devemos esperdiçarmos vosso tempo fero, e
muito menos conturbarmos vosso entendimento, com notícias de
mau calibre; passemos pois, imediato, ao relato dos nossos feitos
por cá.
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IX CARTA PRAS ICAMIABAS (in: Macunaíma, Mário de Andrade)
Olá meu amado Rei, aqui quem fala é o Pero Vaz. Está
me ouvindo bem?
Peguei emprestado o celular de um nativo aqui da nova
terra. Tudo bem, Capitão Pedro está lhe mandando um
abraço. Chegamos na terça, 21 de abril, mas deixei para
ligar no Domingo porque a ligação é mais barata.
É aqui tem dessas coisas. Os nativos ficaram espantados
com a nossa chegada por mar, não achavam que éramos
Deuses, Majestade. Acharam que éramos loucos de pisar
em um mar tão sujo.
A ligação está boa? Pois é, essa terra é engraçada. Tem
telefonia celular digital, automóveis importados, acesso
gratuito à Internet mas ainda tem gente que morre de
malária e está cheia de criança barriguda de tanto verme. É
meio complicado explicar.
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Paródia da Carta de Caminha
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Se já encontramos o chefe? Olha Rei, tá meio
complicado. Aqui tem muito cacique para pouco índio.
Logo que chegamos à Porto Seguro tinha um cacique lá
que dizia que fazia chover, que mandava prender e soltar
quem ele quisesse. É, um cacique bravo mesmo... Mais para
o Sul encontramos outra tribo, uma aldeia maravilhosa e
muito festiva, com lindas nativas quase nuas. Seguindo em
direção ao Sul, saímos do litoral e adentramo-nos ao
planalto. Lá encontramos uma tribo muito grande. A dos
índios Sampa. Conhecemos seu cacique, que tinha apito
mas que não apitava nada, coitado. Dizem até que ele
apanha da mulher. O senhor está rindo, Majestade? Juro
que é verdadeiro o meu relato. Como vossa Majestade pode
perceber, é uma terra fácil de se colonizar, pois os nativos
não falam a mesma língua.
http://www.oclick.com.br/colunas/humor10.html
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Sim, são pacíficos sim. É só verem um coco no chão para eles
começarem a chutá-lo e esquecerem da vida. Sabem, sabem ler,
mas não todos. A maioria lê muito mal e acredita em tudo que é
escrito. Vai ser moleza, fica frio..
Parece que há um "Cacicão Geral", mas ele quase não é visto.
O homem viaja muito. Dizem que se a intenção for evitar
encontrá-lo, é só ficar sentado no trono dele.
Engraçado mesmo é que a "indiaiada" trabalha a troco de
banana. É banana!!! Todo mês eles recebem no mínimo 151
bananas. Não é piada, Majestade.!! É sério!! Só vindo aqui prá
ver.
Olha, preciso desligar. O rapaz que me emprestou o telefone
celular precisa fazer uma ligação.
Ele é comerciante. Disse que precisa avisar ao povo que
chegou um novo carregamento de farinha. Engraçado... eles
ficam tão contentes em trabalhar... A cada mercadoria que chega,
eles sobem o morro e soltam rojões.
É uma terra muito rica, Majestade. Acho que desta vez
acertamos em cheio. Isso aqui ainda vai ser o país do futuro..
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JOSÉ DE ANCHIETA
SEGUNDO ATO
(Eram três diabos que querem destruir a aldeia com pecados, aos quais
resistem São Lourenço, São Sebastião e o Anjo da Guarda, livrando a
aldeia e prendendo os tentadores cujos nomes são: Guaixará, que é o rei;
Aimbirê e Saravaia, seus criados)
GUAIXARÁ
Esta virtude estrangeira
Me irrita sobremaneira.
Quem a teria trazido,
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira?
Só eu
permaneço nesta aldeia
como chefe guardião.
Minha lei é a inspiração
que lhe dou, daqui vou longe
visitar outro torrão.
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JOSÉ DE ANCHIETA – Auto de São Lourenço – Fragmento
Jean Léry
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Família Tupinambá
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Theodore de Bry
Mameluco
Índia Tupi
Índio Tupi
Índia Tapuia
Índio Tapuia
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Albert Eckhout
100 anos após o descobrimento
A convite de Maurício de Nassau
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Frans Post
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