Universidade Federal do Acre
Grupo de Estudos e Serviços Ambientais
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
CT-Hidro 37-2006, Processo 555413/2006-3
MEDIÇÕES DE VAZÃO E PLUVIOMETRIA NA BACIA DO RIO ACRE,
AMOSTRAGEM E ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA
Considerações sobre a bacia do rio Acre
Alejandro Fonseca Duarte
Relatório #1, Versão 2.3, para
contribuições e discussão.
10/11/2007
Rio Branco – AC
Novembro, 2007
1 ÍNDICE
0. INTRODUÇÃO.............................................................................. 3
1. A BACIA DO RIO ACRE............................................................... 4
1.1 Generalidades.......................................................................... 4
2. AS CHUVAS NA BACIA DO RIO ACRE ...................................... 9
2.1. Escolha do intervalo de trinta anos para a climatologia........ 10
2.2. Sazonalidade das chuvas ..................................................... 11
2.3. Classificação das chuvas...................................................... 12
2.4. Linha de tendência e eventos extremos de chuvas e seca .. 15
3. FLUVIOMETRIA DO RIO ACRE ................................................ 16
3.1. Aproximação zero ................................................................. 16
3.2. Reflexo de chuvas de 2006 e 2007 ...................................... 19
3.3. Rede pluviométrica da UFAC ............................................... 21
4. BALANÇO HÍDRICO .................................................................. 22
4.1. Sem equações ...................................................................... 22
4.1. Com equações...................................................................... 22
5. HIDROQUÍMICA......................................................................... 22
6. HIDROGEOQUÍMICA................................................................. 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 26
GLOSÁRIO ..................................................................................... 27
2 0. INTRODUÇÃO
Este documento visa juntar conhecimentos, realizações e resultados existentes
sobre a bacia hidrográfica do rio Acre, que possam servir de ponto de partida
para as atividades do projeto Hidrometria, que junta ensino, pesquisa e
extensão em função da capacitação de recursos humanos para: 1. Desenvolver
habilidades teóricas e experimentais em pluviometria, fluviometria e hidroquímica; 2. Realizar a modelagem da correlação entre chuvas na bacia do Rio
Acre e o comportamento do nível do Rio, principalmente em Rio Branco; 3.
Oferecer um mecanismo de previsão e alerta de riscos de cheias e vazantes
extremas, de utilidade para a população e os órgãos de governo.
Este documento tem forma de relatório e está em elaboração. A atual versão 2
é fruto de uma anterior, corrigida e ampliada, mas que ainda está submetida à
discussão de conteúdos. Importa agora o conteúdo, embora a forma não tenha
se descuidado tanto. Assim, nas versões futuras as citações e referências
serão organizadas segundo as normas de publicação vigentes, bem como se
aprimorarão outros aspectos formais.
Ao colocar este documento a sua consideração se espera obter algum retorno
quanto a valores, cálculos, estimativas, aproximações, que venham a conferir
ou contestar as aqui apresentadas, bem como quaisquer outras contribuições
que possam somar como bibliografia, abordagens, precisão, elementos
essenciais e substanciais à exposição.
Após a fase de implementação metodológica das pesquisas e das atividades
de capacitação, serão feitos outros relatórios destinados à descrição e
interpretação das observações realizadas e divulgação dos resultados
alcançados.
[email protected]
3 1. A BACIA DO RIO ACRE
1.1 Generalidades
A bacia amazônica está dividida em dez sub-bacias como se representa no
mapa da Figura 1, elaborado pela Agência Nacional de Águas. Elas estão
numeradas de 10 a 19. A de número 13 (Solimões, Purus, Coari: Figura 2)
abrange a microbacia do rio Acre.
Figura 1. Bacia amazônica: com suas sub-bacias: 10. Solimões, Javari, Iracuai; 11. Solimões,
Ica, Jandiatuba; 12. Solimões, Juruá, Japura; 13. Solimões, Purus, Coari; 14. Solimões, Negro,
Branco; 15. Amazonas, Madeira, Guaporé; 16. Amazonas, Trombeta; 17. Amazonas, Tapajós.
Jurena; 18. Amazonas, Xingu, Iriri, Paru; 19. Amazonas, Jari, Pará. (ANA,2007)
Figura 2. Sub-bacia Solimões, Purus,
Coari. (ANA,2007)
Os termos bacia, sub-bacia e
microbacia
são
totalmente
equivalentes e se correspondem
com a definição de bacia
hidrográfica,
somente
se
distinguem convencionalmente
em termos de escala.
4 Cada microbacia (sub-bacia e bacia) apresenta uma fisiografia similar,
determinada pela topografia, que conforma uma espécie de funil irregular,
coletor das águas de chuva, que escoam superficialmente e que também se
infiltram no subsolo por múltiplas vias, levando as águas e o material
sedimentar como deposições, componentes do solo, da vegetação e poluentes,
para um curso fluvial único, rio principal ou exutório, que no caso da microbacia
do rio Acre é o próprio rio Acre. Na Figura 3 se mostra a microbacia do rio Acre.
A escala menor, cada afluente, igarapé ou córrego é também um exutório, que
define sua própria bacia, neste caso, uma sub-microbacia do rio Acre.
Figura 3. Microbacia do rio Acre, parte da sub-bacia
Solimões, Purus, Coari. Aparece, também o rio Acre e
seus principais afluentes. 1
1
http://www.geomatica.ita.br/purus/descricao.asp 5 A topografia elevada nas bordas da microbacia (sub-bacia e bacia) funciona
como divisor de água que separa a drenagem entre duas bacias adjacentes. A
escala diferente, a bacia constitui o território de uma rede fluvial de drenagem.
Os divisores de água da microbacia do rio Acre são: as regiões do seringal São
Pedro do Icó e Projeto de Assentamento Oriente, do INCRA, que separam as
águas que correm para o rio Acre daquelas que vão para o rio Yaco; as regiões
de fronteira com o Departamento de Madre de Dios, que separam as águas
que correm para o rio Acre das que vão para as bacias Yarua e Purus (no
Peru); as regiões de fronteira com o Noroeste da Bolívia, que separam as
águas que correm para o rio Acre daquelas que vão para o rio Abunã; as
regiões ao Sul do Amazonas, que separam as águas que correm para o rio
Acre das que vão para o rio Purus.
A rede fluvial de drenagem da microbacia do rio Acre está formada pelo rio
Acre, seus principais afluente: rio Xapuri e Riozinho do Rola; outros afluentes
menores, igarapés, córregos e cursos de escoamento, inclusive de esgotos
urbanos. A projeção horizontal da superfície da microbacia é sua área de
drenagem.
As chuvas que caem na microbacia, fluem no solo por gravidade. Essas chuvas
se constituem na precipitação efetiva, responsável do escoamento superficial
que leva as águas até o rio. O rio Acre corre no sentido Sudoeste-Nordeste
originando-se no Peru, próximo a Assis Brasil, verte suas águas no rio Purus,
em Boca do Acre.
Segundo a Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes 2 o rio Acre
nasce numa altitude ao redor de 300 m. Seu alto curso, até o seringal
Paraguaçu, atua como divisa entre Brasil e Peru e deste ponto até Brasiléia
como divisa entre Brasil e Bolívia. A partir daí, adentra em território brasileiro.
Percorre mais de 1.190 km desde suas nascentes até a sua desembocadura,
na margem direita do rio Purus.
As principais cidades instaladas à beira do rio são: Cojiba, Brasiléia, Xapuri,
Rio Branco, Porto Acre e Boca do Acre. O período de águas altas prolonga-se
de janeiro a maio, aproximadamente, e o de águas baixas de junho a
dezembro. O trecho de Boca do Acre a Rio Branco é navegável, tem 311 km de
extensão e uma profundidade mínima de 0,80 m em 90% do percurso. Entre
Rio Branco e Brasiléia, as profundidades são mais reduzidas, possibilitando a
navegação apenas durante a época das cheias. São 635 km de percurso, com
acentuada sinuosidade e larguras inferiores a 100 m. O trecho à jusante de Rio
Branco até a foz em Boca do Acre, é considerado a continuação da hidrovia do
rio Purus, para acesso à capital do Estado do Acre.
2
http://www.transportes.gov.br/bit/hidro/detrioacre.htm 6 A Figura 4 apresenta o relevo do estado do Acre (Miranda, 2007), se destaca, a
microbacia do rio Acre, delimitada pela linha em verde. As elevações da bacia
na sua parte alta estão em torno de 300 m e na foz do rio, de 100.
Figura 4. Microbacia do rio Acre, no seu contexto geográfico, delimitada por uma linha fechada
verde.
7 Segundo a Prefeitura de Rio Branco 3 , numerosos canais de primeira ordem
confluem para o rio Acre, alguns dos quais chegam a secar na época de
estiagem. O rio Acre apresenta um perfil longitudinal de meandros, embora
possua alguns trechos de forma retilínea, chamados de estirões pela
população. A morfometria e morfologia das sub-microbacias, em particular
daquelas pertencentes à área urbana, lhes conferem um caráter de sistema
ambiental complexo, que se expressa nas interações entre o meio físico-natural
e o socioeconômico. Tanto num aspecto como no outro não existe a suficiente
caracterização do sistema. Por exemplo, os problemas de renda, moradia,
educação e saúde da população residente nas sub-microbacias alagáveis e
poluídas carecem de solução. A dinâmica geomorfológica, muito comum e
visível, está ligada ao deslizamento das margens do rio, o que obedece às
variações de regime fluvial de cheias e vazantes e ocasiona o assoreamento. O
rio transporta grandes quantidades de material sólido em suspensão, oriundos
de processos erosivos.
A medição cartográfica da bacia de drenagem do rio Acre resulta no valor de
25.000 km2, sendo de 16.500 km2 à montante de Rio Branco.
Na Figura 5 se mostra o mapa do estado do Acre 4 , com as suas principais vias
e cidades, alguma delas mencionadas no texto, como Rio Branco, Assis Brasil,
Brasiléia, Xapuri e Porto Acre.
Figura 5. O estado do Acre e suas principais cidades, vias e hidrovias.
3
4
http://www.riobranco.ac.gov.br/v3/index.php?option=com_content&task=view&id=140&Itemid=50 http://www.transportes.gov.br/bit/estados/port/ac.htm 8 2. AS CHUVAS NA BACIA DO RIO ACRE
No artigo de DUARTE (2006) se discute a introdução do intervalo de trinta
anos, 1971 – 2000, para a climatologia do Acre. As fontes de observações para
a climatologia das várias regiões da Amazônia brasileira são diferentes:
estações agro-meteorológicas, meteorológicas e hidrológicas. Em geral a
distribuição espacial e o tempo contínuo de operação das redes de estações
são deficientes, com espaços e tempos descobertos, falta de medições em
intervalos curtos; quer dizer, falta das informações para seguir o
desenvolvimento dos fenômenos meteorológicos; não obstante, tem sido
possível observar tendências das chuvas na região (Marengo, 2004).
As estações meteorológicas convencionais operadas pelo Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET) na Amazônia são 64, assim localizadas: Acre 5 (2),
Amazonas (13), Amapá (1), Maranhão (12), Mato Grosso (12), Pará (15),
Rondônia (1), Roraima (2), Tocantins (6).
As estações operadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
são 43: Acre 6 (2), Amazonas (3), Maranhão (13), Mato Grosso (2), Pará (10),
Rondônia (10), Roraima (2), Tocantins (1).
No total, em torno de 100, uma por cada 50 mil quilômetros quadrados. No
caso do Acre, uma por cada 76 mil quilômetros quadrados. Obviamente,
obstaculizando-se qualquer acompanhamento meteorológico e estudos
climatológicos a partir de observações in-situ. Existem outras estações
operadas por entidades relacionadas com Energia, Hidrologia, Agricultura e
Transporte, mas em geral não aportam muito, principalmente, pela insuficiente
continuidade operacional. Por esses motivos se faz necessária a otimização e
idealização de uma rede de monitoramento meteorológico no Acre (Duarte,
Cunha, Lima; 2006).
Assim, os estudos de micro-escala na Amazônia, ao nível de sítios de
observação meteorológica durante tempos prolongados, não estão presentes
na fundamentação dos estudos de meso-escala e de larga-escala, tanto quanto
é preciso. Daí a necessidade de uma revisão desse aspecto, enquanto as
condições de monitoramento meteorológico e ambiental vão cobrindo
adequadamente a região. Desta forma as generalizações (extrapolações) para
toda a Amazônia a partir de resultados característicos de uma região e as
interpolações baseadas nesses resultados, envolvendo áreas intermediárias
possivelmente de diferente clima, desconhecem os cenários, inclusive de
mudanças, nos âmbitos locais e regionais.
Em conseqüência, para iniciar o estudo da bacia do rio Acre foi necessário:
5
Só duas estações, localizadas em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, podem ser consideradas para estudos de
tempo e clima. Outras estações não podem ser consideradas pelas razões expostas no texto.
6
Idem; 9 •
Estabelecer a climatologia das chuvas, temperaturas, umidade relativa,
evaporação, pressão, velocidade do vento, insolação e cobertura de
nuvens para o leste do Acre com base no período 1971 – 2000;
•
Caracterizar as chuvas do leste do Acre, classificando os meses e anos
em sete categorias desde extremamente seco a extremamente chuvoso.
•
Instalar pluviômetros e estações meteorológicas no leste do Acre.
2.1. Escolha do intervalo de trinta anos para a climatologia
A climatologia elaborada e divulgada pelo INMET, com base nos padrões da
Organização Meteorológica Mundial (OMM) 7 , se fundamenta no período de
trinta anos entre 1961 – 1990, mas para o caso não existem registros
anteriores a 1970, e assim a condição prevista pela OMM não está presente.
O primeiro intervalo de trinta anos de dados disponíveis vai de 1970 a 1999,
mas os padrões de comparação da OMM sugerem selecionar o intervalo de
1971 a 2000. Embora nesse período acontecesse uma marcada variabilidade
interanual das chuvas e uma tendência monótona crescente, com máximo em
torno de 1990, e decrescente a continuação (Duarte, 2005), o conjunto de
valores de chuvas anuais é homogêneo, como se demonstra mais adiante.
A variabilidade interanual mencionada representa de fato o caráter aleatório da
série de valores envolvidos, o que se deduz do resultado da aplicação do teste
de Thom (1966), na forma descrita por Back (2001), e Casademonti e Villanova
(2006).
Na Tabela 1 se mostra a série de n = 30 valores correspondentes às chuvas
anuais; o valor médio do conjunto é 1956 mm; a mediana, 1892 mm; o desvio
padrão, 223 mm; a quantidade de oscilações dos valores acima e abaixo da
mediana R = 13.
Tabela 1. Chuvas totais por ano, no intervalo 1971 – 2000.
Ano 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 Chuvas (mm) 1885 1633 1824 1634 1795 1774 2132 2100 1824 1849 Ano 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 Chuvas (mm) 1674 2219 1709 2052 2110 2425 1785 2356 2207 2040 Ano 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Chuvas (mm) 1730 1880 1988 2166 1691 1899 2121 2226 2172 1794 7
http://www.worldweather.org/136/c01079.htm 10 A aplicação do teste verifica a homogeneidade do conjunto de valores. A
hipótese nula é aceita, para o nível de significação de 5 %, quando:
Módulo de Z =
n+2
2 < 1,96 n ( n − 2)
4( n − 1)
R−
(1)
No caso Z = 0,04 , pelo qual a série de valores de chuvas entre 1971 e 2000 é
homogênea.
2.2. Sazonalidade das chuvas
Na Figura 6 se apresenta a sazonalidade anual das chuvas, no leste do Acre;
se ressaltam os valores médios e os desvios-padrão.
500
450
Chuvas (mm)
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Figura 6. Variabilidade anual das chuvas.
O mês mais seco é junho e o mais chuvoso fevereiro. A estação chuvosa se
estende de outubro a abril; maio é o mês de transição entre a estação chuvosa
e a seca; a estação seca se estende de junho a agosto; setembro é o mês de
transição entre a seca e a estação chuvosa.
De fevereiro a junho (cinco meses) as chuvas se reduzem à razão de 52
mm/mês. De julho a janeiro (sete meses) as chuvas aumentam a razão de 36
mm/mês. As chuvas se iniciam e se estabelecem lentamente; a seca chega
mais rapidamente.
A Tabela 2 resume as normais climatológicas das chuvas, dadas neste trabalho
para os anos 1971 – 2000 e as determinadas pelo INMET para 1961 – 1990,
onde existem dados faltantes.
11 Tabela 2. Normais climatológicas das chuvas mensais (média e desvio padrão,
mm) para os 1971 – 2000 (este trabalho) e 1961 – 1990 (INMET).
Média Desvio P Jan 293 96 Fev 301 80 Mar 252 91 Abr 182 76 Média 288 286 228 174 1971 ‐ 2000 Mai Jun 93 33 52 29 1961 ‐ 1990 102 46 Jul 43 39 Ago 50 34 Set 104 57 Out 154 66 Nov 204 63 Dez 249 65 42 40 96 172 206 264 Embora as médias sejam quantitativamente
qualitativamente diferentes, como se destaca:
comparáveis,
elas
são
O acumulado das chuvas durante os quatro primeiros meses do ano é
maior que o caracterizado pela climatologia para 1961 – 1990.
O mínimo das precipitações acontece em junho e não em agosto como
apontado na climatologia para 1961 – 1990.
O aumento das precipitações na transição da seca para a estação
chuvosa até dezembro acontece com uma inclinação de 31 mm/mês,
menor do que o previsto pela climatologia para 1961 – 1990, que é de 37
mm/mês.
Mas, outras características climatológicas são semelhantes:
A distribuição das chuvas por trimestres expressa que o acumulado de
janeiro a março é 43 % do total anual; de abril a junho, 16 %; de julho a
setembro, 10 %; de outubro a dezembro, 31 %. (41, 16, 9 e 33 %,
respectivamente, para a climatologia de 1961 – 1990).
A distribuição das chuvas por quadrimestre expressa que o acumulado
de janeiro a abril é 53 % do total anual; de maio a agosto, 11 %; de
setembro a dezembro, 36 %. (50, 12, 38 %, respectivamente, para a
climatologia de 1961 – 1990).
A climatologia para ambos os intervalos de dados encontra que de
outubro a abril, época das chuvas, acontece 83 % do volume das
precipitações anuais.
2.3. Classificação das chuvas
O critério utilizado para a classificação das chuvas, tanto mensais quanto
anuais, se baseia no método dos quantis, segundo Xavier, Silva e Rebelo
(2002). Os quantis Qp são valores de chuvas limites entre as categorias:
Extremamente Seco (ES), Muito Seco (MS), Seco (S), Normal (N), Chuvoso
(C), Muito Chuvoso (MC) e Extremamente Chuvoso (EC), definidos em termos
da probabilidade p, como segue:
12 MS, se a altura da chuva acumulada não excede de Q0,15
S, se a altura da chuva acumulada e maior do que Q0,15 e não excede de Q0,35
N, se a altura da chuva acumulada e maior do que Q0,35 e não excede de Q0,65
C, se a altura da chuva acumulada e maior do que Q0,65 e não excede de Q0,85
MC, se a altura da chuva acumulada excede de Q0,85
A categoria Extremamente Seco (ES) se define quando a chuva acumulada
não excede de Q0,05, e a categoria Extremamente Chuvoso (EC), quando
excede de Q0,95. Estas duas categorias são importantes para a caracterização
de eventos extremos de chuvas.
A Tabela 3 e a Figura 7 mostram os valores Qp, que definem os limites das
categorias.
Tabela 3. Valores dos quantis Qp (mm), que definem as categorias ES, MS, S,
N, C, MC e EC por meses e anual.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual 1200
Categorias (mm)
1000
Q0,05 171 161 114 50 22 1 0 2 16 51 105 132 1686 Q0,15 205 206 171 99 43 4 6 12 35 81 126 183 1715 Q0,35 219 261 222 163 74 20 17 31 61 131 162 228 1834 Q0,65 311 338 300 194 116 38 47 75 137 181 204 280 2076 Q0,85 440 390 371 278 129 70 70 98 167 253 281 311 2211 Q0,95 461 452 472 342 211 85 137 128 209 281 290 381 2387 Muito Seco
Seco
Norm al
Chuvoso
Muito chuvoso
800
600
400
200
Figura 7. Categorias definidas
segundo os valores da Tabela
5: ES ≤ Q0,05; Q0,05 < MS ≤
Q0,15; Q0,15 < S ≤ Q0,35;
Q0,35 < N ≤ Q0,65; Q0,65 < C
≤ Q0,85; Q0,85 < MC ≤
Q0,95; EC > Q0,95.
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
13 A categorização é importante para classificar o caráter das chuvas fora das três
décadas de referência. Observou-se que: 1970 com 1547 mm de chuvas foi
Muito Seco; 2001 com 1900 mm, Normal; 2002 com 1910 mm, Normal; 2003
com 1804 mm, Seco; 2004 com 2089 mm, Chuvoso; 2005 com 1742 mm
Seco; e 2006 com 2038 mm, Normal.
Em 2005, janeiro foi o mais seco em 36 anos de registro pluviométrico, com
somente 140 mm, classificando-se como Extremamente Seco; fevereiro com
394 mm classifica-se como Muito Chuvoso; março com 219 mm classifica-se
como Normal, embora 63 % desse acumulado aconteceu em só dois dias, 2 e
28; abril com 229 mm classifica-se como Chuvoso, embora 71 % desse
acumulado aconteceu em só três dias, 22, 23 e 26; maio com 49 mm classificase como Seco; junho com 17 mm classifica-se como Seco; julho com 6 mm
classifica-se como Muito Seco; agosto com 0 mm classifica-se como
Extremamente Seco; setembro com 22 mm, no dia 26, classifica-se como Muito
Seco.
No quadrimestre maio – agosto de 2005 só se acumulou 72 mm de chuva, um
terço do valor esperado.
Na Tabela 4 e na Figura 8 aparecem a média de dias com chuvas em cada
mês, para os anos 1971 – 2000 e 1961 – 1990.
Tabela 4. Quantidade de dias com chuva e desvio padrão segundo as
climatologias para 1971 – 2000 e para 1961 – 1990.
Jan 21 3 Fev 20 3 Mar 20 3 Abr 16 3 Média 21 20 19 15 Dias chuvosos
Dias Desvio P 1971 ‐ 2000 Mai Jun 10 5 3 2 1961 ‐ 1990 9 4 30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Jul 4 3 Ago 5 3 Set 8 2 Out 13 3 Nov 16 2 Dez 20 3 4 5 7 12 16 19 Figura 8. Dias com chuvas.
Ja n F e v M a r A b r M a i Ju n J u l A g o S e t O u t N o v D e z
14 2.4. Linha de tendência e eventos extremos de chuvas e seca
Na Figura 9 se mostra a linha de tendência das chuvas no leste do Acre, ela
exibe uma ascensão e uma posterior diminuição, expressando que: enquanto
para 1970 a média diária das chuvas estava em torno de 4,5 mm/dia, para
finais da década dos anos oitenta e inicio dos anos noventa esse valor
alcançava um máximo próximo a 5,6 mm/dia; seguidamente as chuvas
diminuíram: para o ano 2000 a média diária foi de 5,2 mm/dia. E para 2006 e
2007 a média diária fica em torno de 5,0 mm/dia.
Figura 9. Variabilidade
interanual das chuvas no
leste do Acre e sua tendência
para a diminuição continuada
a partir de 1990.
NOTA: No extremo oeste do Acre, em Cruzeiro do Sul, Região do Juruá,
Latitude S 07º 36’ e Longitude W 72º 40’, as chuvas apresentam um regime
mais abundante, com média anual de 2166 mm e uma variabilidade interanual,
aparentemente sem tendências de aumento ou diminuição.
Embora tenha havido a enchente de fevereiro de 2006, as chuvas dos meses
de janeiro, março, junho, julho e outubro ficaram abaixo da média (anomalias
negativas). Nos meses de abril, maio, agosto, setembro e novembro choveu
em torno da média. E choveu um pouco acima da média no mencionado
fevereiro e no mês de dezembro (anomalias positivas). Assim, estes dois
meses contribuíram para que as chuvas de 2006 não ficassem quase tão
escassas quanto no ano de 2005.
No leste do Acre, o valor esperado de chuvas em dezembro é de 250 mm. Mas
desta vez, dezembro de 2006 chegou a 900 mm, no Bairro Cidade Nova, e, em
geral, esteve entre 330 e 580 mm em outros bairros de Rio Branco. Valores
altíssimos de anomalias positivas de precipitação.
Em outras partes do leste do Acre, em dezembro, choveu dentro da
normalidade, por exemplo, em Capixaba 268 mm, em Acrelândia 267 mm, em
Xapuri 278 mm. Na fazenda Alfenas, no quilômetro 40 da rodovia
Transacreana, choveu 287 mm. Mas na fazenda Catuaba, no quilômetro 101
da BR 364, sentido Porto Velho, somente choveu 80 mm, um terço do normal.
Esse valor de chuva registrado em Catuaba, foi 35 % menor do que a chuva
15 registrada na mesma fazenda no dia 28 de agosto em só 45 minutos (114 mm
de chuva). Um evento extremo de chuva, num dia da estação seca que
superou todo o acumulado de chuva de dezembro, no mesmo sítio, em um mês
da estação chuvosa.
3. FLUVIOMETRIA DO RIO ACRE
3.1. Aproximação zero
O comportamento entre chuvas na microbacia do rio Acre e a vazão do rio em
diferentes localidades tem estreita relação com a área da bacia à montante
dessa localidade bem como com o ponto de tributação das águas dos canais
das sub-microbacias para o rio principal.
As relações entre os valores médios mensais das chuvas, vazão e nível 8 do rio
Acre em Rio Branco se dão nas Figuras 10 e 11; dados de ~ 30 anos.
Nível (cm), Vazão (m3/s), Chuvas (mm) Figura 10. Resposta do rio Acre, em Rio Branco,
às chuvas na bacia.
Figura 11. Curva-chave para o comportamento
médio do rio Acre, em Rio Branco.
A seção transversal do rio Acre na maioria dos percursos pode se aproximar
mediante uma parábola, como exemplificado na Figura 12.
Figura 12. Aproximação parabólica da seção transversal do rio Acre, perto da ponte metálica,
por exemplo. A água está representada em amarelo.
8
Os dados de nível e vazão do rio Acre têm sido amplamente divulgados pela Defesa Civil do Estado do Acre e a Agência Nacional de Águas. Não existe estação para medições de vazão em Rio Branco. 16 Na Figura 12, a largura das águas do rio, no canal, é dada por 2X sendo Y o
valor do nível. Na Tabela 5 se mostram os valores correspondentes da largura,
do nível das águas e da área da seção transversal do rio.
Tabela 5. Largura, nível das águas e área da seção transversal do rio.
2x (m) Y (m) A (m2) 0,0 20,0 20,8 21,6 22,4 23,2 24,0 24,8 25,6 26,4 27,2 28,0 28,8 29,6 30,4 31,2 32,0 32,8 33,6 34,4 35,2 36,0 36,8 37,6 38,4 39,2 40,0 40,8 41,6 42,4 43,2 44,0 44,8 45,6 46,4 47,2 48,0 0,00 0,45 0,49 0,52 0,56 0,61 0,65 0,69 0,74 0,78 0,83 0,88 0,93 0,99 1,04 1,10 1,15 1,21 1,27 1,33 1,39 1,46 1,52 1,59 1,66 1,73 1,80 1,87 1,95 2,02 2,10 2,18 2,26 2,34 2,42 2,51 2,59 2,68 0,0 6,0 6,7 7,6 8,4 9,4 10,4 11,4 12,6 13,8 15,1 16,5 17,9 19,5 21,1 22,8 24,6 26,5 28,4 30,5 32,7 35,0 37,4 39,9 42,5 45,2 48,0 50,9 54,0 57,2 60,5 63,9 67,4 71,1 74,9 78,9 82,9 87,2 48,8 2x (m) 54,4 55,2 56,0 56,8 57,6 58,4 59,2 60,0 60,8 61,6 62,4 63,2 64,0 64,8 65,6 66,4 67,2 68,0 68,8 69,6 70,4 71,2 72,0 72,8 73,6 74,4 75,2 76,0 76,8 77,6 78,4 79,2 80,0 80,8 81,6 82,4 83,2 84,0 Y (m) 3,33 3,43 3,53 3,63 3,73 3,84 3,94 4,05 4,16 4,27 4,38 4,49 4,61 4,72 4,84 4,96 5,08 5,20 5,33 5,45 5,58 5,70 5,83 5,96 6,09 6,23 6,36 6,50 6,64 6,77 6,91 7,06 7,20 7,34 7,49 7,64 7,79 7,94 A (m2) 120,7 126,1 131,7 137,4 143,3 149,4 155,6 162,0 168,6 175,3 182,2 189,3 196,6 204,1 211,7 219,6 227,6 235,8 244,2 252,9 261,7 270,7 279,9 289,4 299,0 308,9 318,9 329,2 339,7 350,5 361,4 372,6 384,0 395,6 407,5 419,6 431,9 444,5 2x (m) Y (m) A (m2) 89,6 9,03 539,5 90,4 9,19 554,1 91,2 9,36 568,9 92,0 9,52 584,0 92,8 9,69 599,4 93,6 9,86 615,0 94,4 10,03 630,9 95,2 10,20 647,1 96,0 10,37 663,6 96,8 10,54 680,3 97,6 10,72 697,3 98,4 10,89 714,6 99,2 11,07 732,1 100,0 11,25 750,0 100,8 11,43 768,1 101,6 11,61 786,6 102,4 11,80 805,3 103,2 11,98 824,3 104,0 12,17 843,6 104,8 12,36 863,3 105,6 12,55 883,2 106,4 12,74 903,4 107,2 12,93 923,9 108,0 13,12 944,8 108,8 13,32 965,9 109,6 13,51 987,4 110,4 13,71 1009,2 111,2 13,91 1031,3 112,0 14,11 1053,7 112,8 14,31 1076,4 113,6 14,52 1099,5 114,4 14,72 1122,9 115,2 14,93 1146,6 116,0 15,14 1170,7 116,8 15,35 1195,1 117,6 15,56 1219,8 118,4 15,77 1244,8 119,2 15,98 1270,3 17 49,6 50,4 51,2 52,0 52,8 53,6 2,77 2,86 2,95 3,04 3,14 3,23 91,5 96,0 100,7 105,5 110,4 115,5 84,8 85,6 86,4 87,2 88,0 88,8 8,09 8,24 8,40 8,55 8,71 8,87 457,4 470,4 483,7 497,3 511,1 525,2 120,0 120,8 121,6 122,4 123,2 124,0 16,20 16,42 16,63 16,85 17,08 17,30 1296,0 1322,1 1348,5 1375,3 1402,5 1430,0 Os cálculos anteriores são meramente figurativos, pois os dados de partida não
obedecem às condições experimentais nem o desenho metodológico adequado
ao tipo de análise, mas oferecem uma idéia da ordem dos valores envolvidos,
bem como podem fazer visíveis os erros e fontes de erros presentes na
determinação dos parâmetros fluviométricos.
Neste entendimento, se determina seguidamente o hidrograma da enchente do
rio Acre em Rio Branco em fevereiro de 2006, Figura 13; enquanto na Tabela 6
se mostram os níveis do rio para os meses de janeiro a março e o cálculo da
vazão a partir da curva-chave da Figura 11.
21/Fev
10/Fev
15/Jan
24/Mar
Figura 13. Hidrograma da enchente de 2006, rio Acre, em Rio Branco.
A enchente se prolongou por mais de um mês o que significou que
praticamente toda a área da bacia a montante de Rio Branco participara com
chuva efetiva, primeiro à manutenção e depois ao crescimento monótono da
vazão até a fase descendente do hidrograma. Logicamente, contar com um
monitoramento pluviométrico de longo prazo e regularmente distribuído na
bacia é uma condição importante para as análises. Daria para quantificar, por
exemplo, a distribuição espacial e temporal das chuvas, bem como a sua
intensidade, superfície da área de drenagem participante da chuva efetiva, e
com isso interpretar os hidrogramas de eventos de chuvas ou de enchentes
como um retrato da bacia quanto às suas características morfológicas.
18 Tabela 6. Vazão Q (m3/s) e nível (m) do rio Acre, enchente de 2006.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Nível Vazão
Janeiro 7,24
350,0
6,94
317,5
6,75
297,9
6,83
306,1
6,74
296,9
6,88
311,3
6,86
309,2
6,56
279,0
6,19
244,1
6,09
235,1
5,98
225,5
6,03
229,8
5,84
213,5
5,93
221,2
6,32
256,0
8,75
541,1
10,84
885,6
11,08
931,4
10,26
780,4
9,82
705,6
10,50
823,0
10,65
850,3
11,07
929,4
11,09
933,3
10,95
906,4
10,84
885,6
10,39
803,3
10,00
735,7
9,86
712,2
10,14
759,6
10,35
796,2
Nível Vazão Fevereiro 9,99
734,0
10,48
819,4
10,85
887,5
10,84
885,6
10,90
896,9
10,80
878,1
10,32
790,9
10,31
789,2
11,82
1080,7
12,64
1260,9
13,46
1457,1
14,50
1729,1
14,92
1846,5
15,30
1956,4
15,50
2015,7
15,87
2128,1
16,21
2234,5
16,39
2291,9
16,55
2343,7
16,64
2373,2
16,72
2399,5
16,62
2366,6
16,21
2234,5
15,78
2100,5
15,22
1933,0
14,54
1740,1
14,10
1621,4
13,26
1407,7
Nível Vazão Março 12,38
1202,1 12,21
1164,4 12,62
1256,3 12,37
1199,8 11,42
998,4 10,48
819,4 9,75
694,0 9,07
587,7 8,48
503,5 8,05
446,7 7,68
400,9 7,22
347,8 6,98
321,8 7,16
341,2 7,42
370,3 7,67
399,7 8,56
514,5 8,40
492,6 7,90
427,8 7,96
435,3 8,63
524,2 8,14
458,3 7,86
422,8 9,15
599,7 10,70
859,5 10,48
819,4 10,26
780,4 10,30
787,4 10,34
794,5 10,39
803,3 10,34
794,5 3.2. Reflexo de chuvas de 2006 e 2007
As sub-microbacias do rio Acre, localizadas na região de floresta influenciam
marcadamente sua dinâmica de vazão e nível. O gráfico 9 da Figura 14,
oferece informação sobe o nível do rio Acre em Rio Branco para 2006 e até
agosto de 2007. Nota-se o declínio do nível até 5 m em fevereiro de 2007, o
que representa menos da metade do nível médio para a época.
9
Boletim IMAC, 20/08/2007. 19 18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Boletim do IMAC, 20 de agosto de 2007
2006
dez
nov
out
set
ago
jul
jun
mai
abr
mar
fev
1,93
jan
nível do rio (m)
Nível do Rio Acre em Rio Branco em 2006 e 2007
2007
Figura 14. Evidencia do nível baixo do rio Acre, em Rio Branco, em fevereiro de 2007, como
reflexo da ausência de chuvas na floresta.
Por outro lado, da Tabela 7, onde se oferecem dados do monitoramento
pluviométrico na região de floresta, no seringal São Pedro do Icó, projeto de
assentamento Oriente 10 , nas coordenadas Lat: S 9º 56’ 3,0’’ Lon: W 68º 44’
46,8’’ Alt: 265 m, fronteira com a bacia hidrográfica do rio Yaco, se observa a
ausência total de chuvas de 23 de janeiro e fevereiro de 2007.
Tabela 7. Ausência de chuvas (mm) na floresta, de 23 de janeiro e fevereiro, se
reflete na baixa do nível do rio Acre, em Rio Branco, em fevereiro de 2007.
Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Jan 5,8 6,4 0,0 1,8 0,3 42,4 0,0 16,8 1,8 10,2 6,1 0,0 0,0 0,0 20,1 0,0 Fev 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Mar 0,0
0,0
0,0
0,0
0,3
27,4
0,3
0,0
5,1
2,8
45,7
6,1
4,3
1,3
11,4
0,0
Dia 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Total Jan 0,0 2,8 0,8 0,5 8,4 80,5 22,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 227 Fev 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Mar 0,0 4,6 11,9 9,6 0 0,3 4,1 50,5 13,7 0,3 0,5 15,2 14,2 10,2 27,7 4,3 272 10
http://aafd.educar.pro.br/PluvD_Oriente07.html 20 Desta análise pode se inferir que a enchente do rio Acre em fevereiro de 2006
foi devida a abundantes chuvas em áreas florestais da bacia, mas este asserto
não pode ser comprovado diretamente, dada a falta de cobertura pluviometria
em áreas da floresta, naquela época.
Quanto a chuvas abundantes vale mencionar o evento extremo acontecido na
região da sub-microbacia do rio São Francisco, nas coordenadas Lat: S 9º 57’
25,5’’ Lon: W 68º 9’ 54,5’’, no dia 21 de janeiro de 2007, em que das 01:29 h
até as 23:34 h caíram 114 mm de chuva, fazendo com que nas primeiras horas
da manhã do dia 22 de janeiro uma forte enxurrada alagasse os moradores das
áreas de risco às margens do igarapé São Francisco em vários bairros de Rio
Branco.
3.3. Rede pluviométrica da UFAC
A rede pluviométrica da Universidade Federal do Acre, conta com estações
meteorológicas, pluviômetros digitais e do tipo Ville de Paris. Está distribuída
como se mostra na Figura 15, e seus dados de monitoramento se
disponibilizam em internet. 11
70º W
10º S
Nome Apolônio Sales Alfenas Alto Alegre Bahia Nova Bosque Calafate Capixaba Catuaba Espalha Esperança Floresta Itucumã Novo Horizonte Oriente Santa Maria Tucandeira UFAC Xapuri Longitude Wo
67,82885
68,16510
67,82155
67,83008
67,80908
67,88402
67,68191
67,60252
68,66213
67,84210
67,83349
67,74216
67,83202
68,74630
67,75999
66,87663
67,86527
68,48858
Latitude So
9,92750
9,95709
9,91764
9,98906
9,95764
9,98470
10,57889
10,06070
10,19142
9,96961
9,97778
10,06978
9,97836
9,93417
10,06047
9,82222
9,95331
10,66195
Figura 15. Localização das estações meteorológicas e pluviométricas da UFAC, no leste do
Acre, inclusive em regiões de floresta como os seringais Espalha e Oriente (São Pedro do Icó).
11
http://aafd.educar.pro.br 21 4. BALANÇO HÍDRICO
4.1. Sem equações
Quando de janeiro a dezembro chove normalmente à montante de Rio Branco,
passam por baixo das três pontes da cidade sob o rio Acre um estimado de
11.700 milhões de metros cúbicos de água e desembocam no rio Purus 17.000
milhões.
Em épocas de enchentes ou de estiagem esses valores mudam, logicamente.
Por exemplo só entre o dia 15 de janeiro e o dia 24 de março, durante a
enchente de 2006, o rio transportou pelo Rio Branco, 7 mil milhões de metros
cúbicos de água, mais da metade do que ordinariamente.
Não toda a água que cai na bacia é transportada pelo rio, parte dela fica em
reservatórios ou depressões superficiais do terreno, parte se infiltra no solo e
fica retida temporalmente no subsolo, parte evapora diretamente ou após
participar do metabolismo dos animais e das plantas.
Assim, a chuva efetiva, aquela cujas águas chegam ao rio, faz escoar através
de Rio Branco quase 12 mil milhões de metros cúbicos de água ao longo de
um ano de chuvas normais. A chuva total que cai anualmente, então, pode ser
estimada em 32 mil milhões de metros cúbicos, um pouco mais de 60 % dela
evapora, evapotranspira, infiltra ou fica em depressões do terreno, e cerca de
40 % escoa e corre pelo rio: 12 mil milhões de metros cúbicos.
Este é o balanço hídrico, ele fecha, pois 11.700 milhões de metros cúbicos ≈ 12
mil milhões de metros cúbicos.
Ainda fecharia melhor considerando a resposta destas perguntas: Qual o
consumo de água da população? E quanto desse consumo volta em forma de
esgoto para o rio? A agricultura e a pecuária quanta água utilizam do rio e dos
açudes? Quanta dessa água volta para o rio?
Na água que corre pelo rio já está calculada a que se infiltra no solo, se
movimenta por correntes subterrâneas e depois entra no rio. Ela forma parte da
vazão do rio, sobretudo na época da seca.
4.1. Com equações
Este balanço será feito depois da realização do monitoramento pluviométrico e
fluviométrico previsto na pesquisa, alguns de cujos aspectos se tratam no
presente relatório sobre conhecimentos existentes sobre o tema.
5. HIDROQUÍMICA
As águas da chuva são geralmente ácidas, com pH inferior a 5,6, em quanto as
águas fluviais são menos ácidas ou básicas. A determinação de valores de pH
em água de chuva, em Rio Branco, tem mostrado o seguinte comportamento,
22 para um período relativamente longo, de
monitoramento 12 , entre 2003 e 2005, Tabela 7.
mais
de
dois
anos
de
Tabela 7. Valores de pH da água de chuva em Rio Branco.
Media Desvio P Moda Assimetria Intervalo Mínimo Máximo 5,29
0,60
4,82
0,96
2,56
4,42
6,98
Alem dos valores de pH e da condutividade elétrica da água da chuva
(manifestação da presença de sólidos dissolvidos), no momento se estuda
também a presença de metais pesados e outros elementos e substancias
vindos na deposição úmida.
Furtado & Marques (2005) encontraram valores de pH entre 6,25 e 7,75 no
estudo das águas do Rio Acre no entorno urbano de Rio Branco, identificando
nitidamente os valores mais baixos de pH nos períodos de cheia e os mais
altos nos períodos de seca e vazante.
MASCARENHAS et al. (2004) avaliaram a presença de mercúrio em
sedimentos do rio Acre entre Assis Brasil e Brasiléia, bem como mediram as
propriedades da água do rio quanto a pH e condutividade elétrica. As
concentrações de mercúrio encontradas estão abaixo dos valores de referência
para os rios da bacia amazônica sem contaminação por esse metal. Em quanto
ao pH das águas observaram seu pH de neutro a levemente ácido.
6. HIDROGEOQUÍMICA 13
Os principais rios que drenam o estado do Acre são classificados como rios de
águas brancas (limnologicamente são eutróficos). Estes rios apresentam em
suas águas grande carga de sedimentos na fração silte-argila como material
em suspensão; podendo na região amazônica ser comparados ao caudal
Solimões-Amazonas (Rego et. al 2004).
MASCARENHAS (2004) realizou algumas análises físico-químicas no rio Acre
e encontrou valores de pH entre 6,40, a 6,95 com média de 6,73, o que indica
um meio levemente ácido. Também detectou valor médio de condutividade de
12
Duarte A. F., Vieira Guedes E., Cunha, A. Valores de pH e condutividade da água de chuva em Rio Branco – AC, Acta Amazônica (Submetido). 13
Colaboração da Dra. Adivane Terezinha Costa 23 412,40 μS/cm, de sólidos totais dissolvidos de 245,27 mg/L e temperatura da
água entre 24,5 e 29,0 ºC.
A bacia do Rio Acre drena um substrato formado em grande parte por
unidades geológicas muito jovens, a Formação Solimões e os Terraços
Aluvionares Antigos que acompanham as principais drenagens e os
sedimentos recentes dos rios (Almeida et. al. 2004).
A formação Solimões é constituída predominantemente por rochas
sedimentares argilosas sílticas fossilíferas, intercaladas por arenitos finos com
estratificação cruzada, depositados em um sistema de leques aluviais, com
nascentes nos contrafortes andinos peruanos. Os Terraços Aluvionares Antigos
são constituídos de areia, silte e argila. O material em suspensão trazido pelo
rio é depositado nas planícies aluvionares atuais e antigas que incluem
depósitos de barras em pontal (praias) e planícies de inundação. As praias
(Barras em Pontal) são constituídas de sedimentos essencialmente finos de
deposição recente, expostas durante a estiagem normalmente nos meandros
dos rios (Almeida et al. 2004).
As várias praias (barras em pontal) freqüentes na bacia do rio Acre são
intensamente cultivadas pelos ribeirinhos com cultura de subsistência de
pequeno ciclo: feijão (Vignaunguiculata (L) Walp), milho (Zea- Mays) e
melancia (Citrullus Lanatus). Nestes ambientes são depositados os sedimentos
particulados em suspensão durante a quiescência das águas de inundação,
essenciais na dinâmica de nutrientes (P, K, N) e responsáveis pela alta
fertilidade das planícies e barras em pontal. Entretanto, estes sedimentos
também apresentam grande capacidade de sorção de metais pesados e
metalóides como As, Hg, Cd, Cu, Zn, Pb etc (Costa, 2003, 2005) que são
caracterizados pela sua elevada toxicidade.
Os sedimentos praianos da bacia do rio Acre foram caracterizados como
arenosos finos a sílticos com fragmentos de ossos fósseis, angulosos com
pouca esfericidade, constituídos de quartzo, feldspatos esmectita, illita e
caulinita (Almeida, 2004). As correlações observadas entre Al2O3 e os metais
alcalinos (Na e K), alcalinos terrosos (Ca e Mg) e P indicam que os
argilominerais, como a esmectita, podem estar adsorvendo esses metais, que
constituem macronutrientes importantes para os cultivares das praias do Acre
(Almeida 2004). Estas características implicam na alta fertilidade destes
ambientes que aliadas à granulometria síltico-arenosa, permitem o cultivo sem
utilização de queimadas, minimizando danos ambientais.
Com relação a estudos de sorção de metais pesados pelos sedimentos
praianos da bacia do rio Acre, MASCARENHAS (2004) realizou estudos de
análises somente de mercúrio e constatou concentrações relativamente baixas
em sedimentos de fundo e particulado .
24 Entretanto, o Projeto SelenMer desenvolveu na região um estudo de
geomedicina em áreas praianas do Acre, a fim de conhecer a inter-relação
sedimento/vegetal/humano, ou seja, a transferência destes metais na cadeia
alimentar da população ribeirinha. Análises químicas de As e Hg indicam que a
contribuição de Hg e As é baixa em sedimentos e em folhas de feijão e milho,
entretanto foram encontradas concentrações elevadas de mercúrio no cabelo
humano (4,91·103 µg/kg) que parecem estar correlacionadas às altas
concentrações deste elemento em peixes que segundo Silva et al.(2000)
apresentaram concentrações de Hg em torno de 1,287 µg/kg .
As barras em pontal e as planícies de inundação (Figura 16) são zonas
intermediárias do sistema fluvial que controla processos hidrológicos
superficiais e subsuperficiais. Poluentes orgânicos e inorgânicos em águas de
superfície podem ser transferidos para a planície de inundação e barras em
pontal, ambientes usados como pastos e para cultivo, e também para as águas
subsuperficiais que são utilizadas para usos múltiplos inclusive para
abastecimento domiciliar. Contudo, estes ambientes apresentam um papel
importante na dinâmica de poluentes e nutrientes que podem ser introduzidos
na cadeia biológica que por sua vez deve ser bem compreendida, a partir de
estudos interdisciplinares.
Figura 16. Ilustração dos ambientes de deposição e formas de leito desenvolvidos em
ambientes de planícies de inundação e barras em pontal (praias) freqüentes na bacia do rio
Acre.
25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasília: Thesaurus, p. 51-87, 2002. 140 p.
GLOSÁRIO
A
Área de drenagem: Projeção plana horizontal compreendida dentro dos limites
estabelecidos pelos divisores de água da bacia hidrográfica.
B
Bacia hidrográfica: Área pela qual escoam as águas de chuva até um
exutório.
C
Canais de primeira ordem: Aqueles que não possuem tributários.
D
Densidade de drenagem: Relação entre o comprimento total dos cursos
d’água de uma bacia e a sua área total.
27 Divisor de águas: Linha fechada que une os pontos de máxima cota em torno
da bacia. Divide as águas de chuvas nas que escoam para a própria bacia e as
que o fazem para as bacias vizinhas.
Drenagem: Escoamento dos cursos d'água por caminhos preferenciais, de
acordo com o relevo da bacia.
E
Exutório: Curso d'água onde se dá todo o escoamento superficial gerado na
bacia hidrográfica.
F
Fisionomia: Conjunto dos caracteres que distinguem a feição particular da
bacia.
Fisiografia: Existência de uma relação direta entre as propriedades externas
de uma paisagem e suas características internas, expressas nos perfis de
solos.
G
Geomorfologia: Estudo das formas do terreno, da terra, do solo.
M
Microbacia: Não se diferencia da definição de bacia, sub-bacia ou submicrobacia hidrográfica, a classificação é puramente convencional, atendendo
à escala.
Morfogênese: Origem das formas, geração das características da bacia
hidrográfica.
Morfometria: Caracterização espacial das formas e dimensões da bacia
hidrográfica.
Morfologia: Estudo das formas da bacia hidrográfica e suas transformações.
S
Sedimentos: Materiais sólidos ou viscosos transportados e depositados no
leito dos cursos de água ou reservatórios.
U
Unidade fisiográfica: Fisionomia reconhecível, que pode ser diferenciada das
vizinhas e delimita uma porção da superfície terrestre com uma morfogênese
específica dentro da qual se espera certa homogeneidade do solo.
V
Vazão: Volume de água que passa por uma seção transversal do exutório na
unidade de tempo.
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Considerações sobre a bacia do rio Acre