Valor familiar
veio para ficar”, destacou o presidente.
O presidente da Cocari, Vilmar
Sebold, salientou o que representa a
cultura para o Estado, não em quanti-
Solução para mão-de-obra
escassa
dade de áreas, mas pelo valor familiar
Esta edição do Dia de Campo de
que o café tem. “Hoje, a cafeicultura
Café da Cocari foi voltada à mecaniza-
no Paraná representa em torno de 2%
ção da cultura, de fundamental impor-
da produção nacional, de acordo com
tância nos tempos atuais, como bem
dados da Seab e Emater. Neste ano
lembrou Sebold. “A mão-de-obra está
temos projeção de produção em torno
muito escassa, se pegarmos os moleques
de 1 milhão e 200 mil sacas. Só que, em
que não são filhos de cafeicultores e en-
nossa região, a cafeicultura é um pouco
tregarmos uma peneira em suas mãos,
diferente e isso está bem exemplificado
eles pensarão que é para brincar, como
participaram do Dia de Campo de Café
mudanças nos levam a uma necessidade
neste evento. Temos aqui, em alguns
nós brincávamos quando éramos crian-
assistiram a duas palestras, sendo uma
crescente de mecanizar ao máximo as
casos, três gerações e a maioria com
ças, mas não saberão fazer o movimento
sobre mecanização da lavoura, com
mais diversas atividades, para trazer
duas gerações de famílias cultivando
para abanar café. Quando passamos
Roberval Simões Rodrigues, engenheiro
mais conforto e praticidade. Na agri-
café. A cafeicultura na região é uma
pelas lavouras vemos somente pessoas
agrônomo do Setor de Café da Coca-
cultura não é diferente, máquinas e
cultura de família”, afirmou.
mais velhas trabalhando com o café, a
ri, e outra com foco em secadores,
equipamentos cada vez mais avançados
“Quando éramos pequenos, nós
mão-de-obra está acabando e este tipo
ministrada pelo Dr. Adilio Flauzino de
em tecnologia propiciam ao agricultor
dessa turma que estamos perto dos 60
de dia de campo é fantástico porque
Lacerda Filho, da Universidade Federal
realizar tarefas em poucas horas, que
ou um pouquinho mais, fomos criados
nós precisamos tratar de mecanização,
de Viçosa-MG.
levariam vários dias caso fossem feitas
de maneira diferente de hoje. Chegan-
que não é só produtividade, também é
do na roça, o pai olhava embaixo do
redução de custos”, declarou.
Aproximadamente 200 pessoas participaram do dia de campo, vindas dos municípios que
produzem café na área de ação da cooperativa
manualmente”, frisou.
Mecanização do café
Como ressaltou Roberval, o uso
pé de café, para conferir se não tinha
Vilmar Sebold reforçou que a
Roberval Simões Rodrigues, enge-
de maquinários na cafeicultura vem se
cobra, e pedia para o piazinho de 7-8
permanência do produtor na cultura
nheiro agrônomo do Setor de Café da
tornando cada vez mais necessário. “O
anos limpar o tronco do pé de café. E
do café dependerá, cada vez mais, da
Cocari, falou sobre o tema: “Mecani-
que já ocorria com equipamentos das
quando chegava o final de semana, o pai
mecanização do cafeeiro. “Se nós não
zação em lavouras de café com alta
culturas de milho e soja, que vieram
ia na venda e comprava uma casquinha
conseguirmos evoluir, dar esse passo,
produtividade”. Durante a palestra, ele
para facilitar o trabalho, chegou para os
com maria-mole ou uma paçoca para o
esse salto para a mecanização da colhei-
apresentou experiências de produtores
cafeicultores, com os maquinários para
piazinho que tinha ajudado ele durante
ta, nós realmente teremos dificuldades
de café de Mandaguari que ditam a me-
substituir a mão-de-obra em falta. Este
a semana. Se ele estivesse muito feliz,
pela frente”, apontou. “Temos todo
canização e estão buscando inovar para
momento da cafeicultura paranaense
comprava uma Sodinha pra gente,
respeito pelos cafeicultores. A Cocari co-
permanecer na atividade. Ele explicou
é ímpar e a mecanização vai colocar o
furava a tampinha com um preguinho
meçou com café e até 1975 trabalhava
também o funcionamento dos maquiná-
Paraná no lugar que o Estado merece”,
e o moleque ficava lambendo a espu-
basicamente com café. Estamos em uma
rios e implementos para a cafeicultura,
concluiu. O engenheiro agrônomo falou
minha para não acabar. Era mais ou
região com condição para a produção de
destacando comparativos de valores e
sobre as máquinas e implementos neces-
menos desse jeito. Hoje mudou tudo, as
café de alta qualidade, que depende de
formas de manejo do solo.
sários para a cultura do café, destacan-
crianças com menos de um ano já estão
clima e depois da colheita e dos cuida-
O engenheiro agrônomo chamou
do o funcionamento do rastelo; trincha;
passando o dedinho na tela do celular
dos no terreirão para definir bebida”,
atenção para a evolução que os ma-
rastelo – enleirador; recolhedora de
para escolher o desenho ou jogo que
comentou o presidente da Cocari.
quinários foram trazendo ao longo do
café; derriçador manual ou de arrasto;
tempo no cultivo das lavouras. “As
e da colhedora.
querem, e essa é uma diferença que
Os cooperados e familiares que
“Temos aqui, em alguns casos, três gerações e a maioria com duas gerações de famílias
cultivando café” - Vilmar Sebold, presidente da Cocari
O engenheiro agrônomo do Setor de Café da Cocari, Roberval Simões Rodrigues, apresentou
experiências de produtores que estão buscando inovar para permanecer na atividade
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Valor familiar Solução para mão-de-obra escassa