SAÚDE
RINCIPAL alimento da criança quando
nasce, o leite materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Mas,
e depois? Muitas mães têm dúvidas
sobre como e quando incluir novos
alimentos na dieta dos filhos. Que tipo de alimentos oferecer nos primeiros meses de vida?
Como criar hábitos saudáveis nos pequenos?
Joice Mara Diniz Xavier, nutricionista do
Núcleo de Promoção à Saúde da Secretaria
de Estado da Saúde, confirma que a mulher
deve iniciar a amamentação imediatamente
após o parto. “O leite materno é completo e
funciona como verdadeira vacina, protegendo o bebê de muitas doenças. Amamentar
deve ser uma prática frequente, dia e noite.
Outros alimentos não devem ser oferecidos,
nem mesmo água”, destaca.
P
Do peito à colher
MINAS GERAIS QUINTA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2011 - 8
‰ Nutricionista mostra como alimentar o bebê depois
dos primeiros seis meses de amamentação
JÚNIA GUTIERREZ
O leite materno é
completo e funciona
como vacina,
protegendo o bebê
de muitas doenças
Acontece que, depois dos seis meses, a
amamentação precisa ser complementada
com outros alimentos. Deve-se acrescentar
uma refeição salgada e porções de fruta, mas a
amamentação pode continuar até dois anos ou
mais. Segundo a nutricionista, o contato inicial
com novos alimentos é muito importante para
a criança, pois “a introdução de novos alimentos na dieta irá ajudar a definir os hábitos alimentares do futuro adulto”.
Alimentação complementar
A introdução da alimentação complementar deve ser gradual. Se feita de forma precoce
– antes do sexto mês – pode causar problemas
à saúde do bebê, como sobrecarga renal, alergias, alteração da flora intestinal e infecções,
risco de desenvolver doença celíaca e
superalimentação. De outro lado, a introdução
tardia de outros alimentos também pode provocar deficiências nutricionais, retardo do crescimento, deficiência imunológica e desnutrição.
“A mãe precisa ter muita paciência. Os alimentos devem ser introduzidos um a um, com
intervalos de três a quatro dias. A rejeição no
primeiro contato com o sabor é comum.
Muitas vezes, há a necessidade de várias tentativas, até que a criança identifique e aceite o
novo sabor. Se depois disso a criança ainda
rejeitar o alimento, é porque não gosta
dele”, explica Joice.
A mudança de textura dos alimentos também precisa obedecer a um processo
gradativo. Os bem cozidos e peneirados devem
ser introduzidos depois dos seis meses e oferecidos até os oito meses. Daí em diante, podem
ser oferecidos mal amassados ou em
pedacinhos. “A alimentação deve ir ficando
cada vez mais sólida. Finalizado o primeiro ano
de vida, a criança conhece todos os grupos alimentares com seus gostos, sabores e texturas.
Nessa fase é preciso ter mais cuidado com a
água, já que a necessidade hídrica aumenta”,
diz a nutricionista.
Dicas para uma boa papinha
A nutricionista explica que uma boa
papinha deve ser feita com cuidados e atenção em relação aos componentes
nutricionais. Para ser completa, precisa
variar os tipos de alimentos e incluir, principalmente, proteína, ferro, zinco e vitamina A.
“A mãe pode utilizar cereais como arroz e
milho, devendo evitar os integrais, associados
com legumes. Tubérculos como batata, inhame, mandioca e batata-doce complementam
a energia dos cereais. Leguminosas como
feijão, lentilha, ervilha e soja podem ser
amassadas. Hortaliças como cenoura, abóbora, couve, agrião e couve-flor podem aparecer à vontade na dieta”, diz.
Carnes com baixo teor de gorduras,
como as de boi e frango, podem ser oferecidas, mas é aconselhável, segundo Joyce, evitar carne suína e peixe. As frutas em forma
de suco ou papas devem ser oferecidas nos
intervalos das mamadas ou como complementação a refeição de sal.
Alimentos ricos em fibras e taninos
(chá), alimentos industrializados (aditivos/corantes), mel, refrigerantes/açúcar, café
e alimentos potencialmente alergênicos
como tomate, clara de ovo, mariscos, amendoim, farinha de trigo, leite e carne de porco
devem ser evitados. “É importante evitar
também alimentos crus e integrais nos primeiros anos de vida do bebê. Em relação a
gorduras e sal, é necessário ter cuidado, porque não devem ser utilizados em excesso.
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Nutricionista mostra como alimentar o bebê depois dos primeiros