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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
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AVM FACULDADE INTEGRADA
Por: Anecita Cássia Araujo Soares Costa
DO
CU
M
EN
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ID
O
MÉTODO BOBATH NO DESENVOLVIMENTO MOTOR
Orientadora:
Prof.ª Maria Esther de Araújo
Co-orientadora:
Prof.ª Giselle Böger Brand.
Santa Izabel do Pará- PA
2014
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
MÉTODO BOBATH NO DESENVOLVIMENTO MOTOR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicomotricidade.
Por: Anecita Cássia Araujo Soares Costa.
AGRADECIMENTOS
3
.... Em primeiro lugar agradeço a Deus
pela capacidade concedida, ao meu
marido
Daniel
pelo
amor
e
compreensão e aos meus pais, meu
exemplo de vida. Agradeço também as
minhas queridas professoras Giselle e
Maria Esther, pelas orientações e por
tudo que aprendi. Muito obrigada a
todos os amigos que de alguma forma
colaboraram com o termino deste
trabalho.
DEDICATÓRIA
4
.....dedica-se aos meus pais, Felipe e
Concita
e meu esposo, Daniel Costa.
Amo vocês!.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo mostrar a importância do Método
Bobath no Desenvolvimento Motor, visando seus conceitos e benefícios
oferecidos. O tema foi escolhido por tratar-se de uma patologia bastante
5
presente nos dias atuais. Muitos pais e até mesmos profissionais de saúde
muitas vezes tem apresentado alguma dificuldade para lidar com a criança
com atraso motor.
O Método Bobath tem como base a compreensão do desenvolvimento
normal utilizando todos os canais perceptivos para facilitar os movimentos e as
posturas que aumentem a qualidade das funções, ou seja, o desenvolvimento
de posturas e movimentos normais. Neste trabalho tivemos como proposta
mais uma técnica que tem apresentado inúmeros resultados positivos.
METODOLOGIA
Este trabalho será realizado a partir de uma revisão bibliográfica,
utilizando como método de pesquisa publicações em língua espanhola, inglesa
e portuguesa, relacionadas aos temas: desenvolvimento motor da criança dos
0 aos 03 anos, fatores de risco para o mau desenvolvimento, método bobath e
6
princípios básicos no tratamento do atraso motor. Utilizaremos para a pesquisa
bancos de dados científicos eletrônicos (Medline, Bireme, Google Acadêmico,
entre outros), além de livros voltados ao tema (Tecklin, JS., Ratliffe KT. e
Haywood KM, Getchell N).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................08
CAPÍTULO I - Atraso Motor..............................................................................10
1.1-Gestação.................................................................................................10
1.1.1- Período da Gestação...................................................................10
7
1.2- Desenvolvimentos motor da criança dos
0
aos
3
anos..........................................................................................12
1.3- Atraso Motor.........................................................................................17
1.3.1- Principais causas........................................................................18
1.3.2- Características do atraso motor..................................................19
CAPÍTULO II - Método Bobath..........................................................................21
2.1- Historia....................................................................................................21
2.2- Definição.................................................................................................22
2.3- Organização
do
comportamento
e
controle
motor
no
método
bobath....23
2.4- Objetivos.................................................................................................24
2.5- Materiais utilizados..................................................................................24
CAPÍTULO III – Princípios utilizados pelo Método Bobath no atraso motor.....26
3.1- Principais princípios utilizados pelo método bobath...............................26
3.2- A importância da técnica.........................................................................26
3.3- Indicações do método............................................................................27
3.4- Estimulação precoce................................................................................27
3.5- Técnicas .................................................................................................28
3.5.1- Pontos-chaves de controle...........................................................28
3.5.2- Estimulação proprioceptiva e tátil................................................29
3.5.3- Desenvolvimento neuromotor normal..........................................30
CONCLUSÃO....................................................................................................3
2BIBLIOGRAFIA
................................................................................................33
ÍNDICE..............................................................................................................35
INTRODUÇÃO
Segundo a Associação Brasileira de Fisioterapia em Neurologia para o
Desenvolvimento e Divulgação dos Conceitos Neurofuncionais, o atraso motor
é uma patologia que vem crescendo muito nos últimos anos e, portanto tem
8
sido objeto de estudo em diversos seguimentos tais como educação, saúde,
entre outros.
Tem-se desenvolvido técnicas na área da saúde com a finalidade de
tratar o mais precoce a criança para que a mesma tenha um desenvolvimento
funcional normal. Dentre estas muitas técnicas existe o método Bobath, criado
para
promover
melhora
no
atraso
e
estimular
o
desenvolvimento
neuropsicomotor. Portanto faz-se a seguinte pergunta: Quais os principais
benefícios oferecidos pelo método Bobath para o desenvolvimento motor?
Este trabalho foi elaborado com o objetivo de mostrar a importância
deste método visando seus conceitos e benefícios oferecidos. O tema foi
escolhido por tratar-se de uma patologia bastante presente nos dias atuais.
Muitos pais e até mesmos profissionais de saúde tem apresentado alguma
dificuldade para lidar com a criança com atraso motor. Este trabalho vem para
facilitar uma melhor compreensão do que é o atraso e como esse método temse se mostrado eficaz no tratamento desta desordem
O Método Bobath tem como base a compreensão do desenvolvimento
normal utilizando todos os canais perceptivos para facilitar os movimentos e as
posturas que aumentem a qualidade das funções, ou seja, o desenvolvimento
de posturas e movimentos normais.
Com
este
trabalho
abordaremos
desde
a
gestação
até
o
desenvolvimento motor da criança de 0 a 03 anos. Verificar o que acontece em
cada fase tanto no aspecto motor, neurológico e psicológico. Cada fase
apresenta peculiaridades interessantes por isso torna-se importante inclui-las
neste trabalho.
Assim sendo, este estudo foi dividido em três capítulos. No Primeiro
Capitulo pretendeu-se analisar como a criança se desenvolve. Sabemos que
para que uma criança tenha um desenvolvimento normal o mesmo envolve a
gestação, habilidades adquiridas com o amadurecimento motor, neurológico e
psicológico. Abordaremos também as principais causas e características do
atraso motor.
Já no Capitulo Dois, iremos mostrar o que é o Método Bobath, sua
historia, definição, objetivos e quais os materiais utilizados nesta técnica. E por
9
fim, no Terceiro Capitulo conheceremos os princípios utilizados pelo Método
Bobath no tratamento do atraso motor.
Propomos chegar a seguinte conclusão, de que através desta técnica é
possível diminuir a espasticidade muscular e introduzir os movimentos
automáticos e voluntários, a fim de preparar o paciente para os movimentos
funcionais, onde o tônus anormal pode ser inibido e os movimentos mais
normais, facilitados. Desta forma acriança obtém um desenvolvimento dentro
do esperado.
CAPÍTULO I
ATRASO MOTOR
Toda mulher que deseja ser mãe precisa conhecer como funciona seu
corpo. É importante saber a anatomia e fisiologia de cada órgão que compõe o
10
assoalho pélvico, pois durante a gravidez inúmeras mudanças irão ocorrer,
mudanças normais como anormais.
1.1 - Gestação
A gestação segundo a Enciclopédia Wikipédia (2013) se refere ao
estado resultante da fecundação de um óvulo pelo espermatozoide,
envolvendo o subsequente desenvolvimento do feto gerado no útero, que
dura cerca de nove meses, até seu nascimento.
1.1.1 – Período da Gestação
De acordo com a Enciclopédia Wikipédia (2013) a idade embriológica da
gestação é contada a partir da fecundação do óvulo. No entanto, é
praticamente impossível a identificação do momento em que ocorreu a
fecundação ou a data correta do coito ou da ovulação. Por isso, convencionouse contar a idade da gravidez a partir de um marco mais fácil de identificar: o
primeiro dia do último período menstrual da mulher. Trata-se da idade
obstétrica da gravidez.
Quando o clínico ou o ultrassonografista se refere a qualquer idade
gestacional, está usando como marco esta data. É evidente que no período
entre o início do ciclo menstrual e a fecundação (supostamente ocorrida 14
dias depois do início do ciclo menstrual) ou a nidação (considerando-se o início
fisiológico da gravidez na mulher) não há ainda a gravidez. Trata-se de
marcador impreciso, mas é o único disponível. Sendo assim, a idade
gestacional (IG) é definida como o tempo transcorrido entre o primeiro dia da
última menstruação (DUM) e a data atual, medido em semanas e dias. A
duração da gravidez tendo-se como base a DUM é, em média, de 280 dias ou
40 semanas, 10 meses lunares (de 4 semanas).
Devemos nos lembrar de que a duração da gestação varia segundo as
características da mãe e do concepto. Também pode haver imprecisão na
caracterização do último período menstrual. Segue abaixo algumas imagens
referentes a esse período:
11
Estágios no desenvolvimento pré-natal com as semanas e os meses numerados por idade gestacional
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez_humana, em 11/08/2013).
Segundo a Enciclopédia Wikipédia (2013) a gravidez pode ser: Gravidez
a termo entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas. Gravidez
pós-termo - 42 semanas completas e mais. Gravidez pré-termo ou prematura Menos de 37 semanas e mais de 20-21 semanas completas. Período de
abortamento - Concepto com menos de 500g (gravidez de menos de 20-22
semanas).
1º mês
mês
7º mês
2º mês
8º mês
3º mês
4º mês
5º mês
6º
9º mês
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez_humana, em 11/08/2013)
1.2– Desenvolvimento motor da criança dos 0 aos 3 anos
O desenvolvimento da criança envolve três etapas: psicológico,
neurológico e motor. Apesar de o desenvolvimento ter fases e etapas bem
definidas, cada bebê irá definir o seu. Segundo Haywood KM, Getchell N
(2004) o bebê ao nascer ainda não senta, não anda, devido ao seu sistema
nervoso que ainda está imaturo em vários aspectos, entre eles o tônus
muscular está diminuído no pescoço e tronco e aumentado em braços e
pernas. E para que o mesmo adquira habilidades, este sistema nervoso
12
precisará amadurecer o que ocorre no primeiro ano de vida, e vai até três anos
de idade.
De acordo com Burns (1999) o amadurecimento do sistema nervoso se
fará em duas direções: da cabeça para o pescoço e da região proximal para a
mais distante, ou seja, a criança controla o pescoço antes de controlar o
tronco, e controla os ombros antes das mãos. Burns continua dizendo que:
“Todo esse processo é gradativo, e cada fase alcançada
habilita a criança a avançar para a etapa seguinte. Esse
processo é lento e diário. O amadurecimento do sistema
nervoso depende da boa saúde global do bebê que é
obtido através do aleitamento materno, controle de
infecções e doenças com a ajuda das vacinas, o cuidado
da própria mãe e o estímulo saudável do meio ambiente.”
(BUMS,1999,p 25)
No primeiro ano de vida, o desenvolvimento da criança se baseia na
área motora grossa, passando a entender o mundo a partir dessa experiência.
Com esse processo ocorre o desenvolvimento da percepção. As noções de
longe e perto, raso, fundo, frio, quente, etc., passam a ser percebidas através
do corpo da criança. Tudo ela sente no seu corpo (feedback).
Com maior controle sobre os movimentos a criança aprimora seu
conhecimento sobre o mundo. Segundo Haywood e Getchell (2004) nos seis
primeiros meses o controle antigravitário se dará na horizontal (nas posturas
mais baixas), e depois desta idade o controle se dará na vertical (nas posturas
mais altas). No final do primeiro ano conseguirá controlar todos os movimentos
antigravitário. Haverá uma maior integração dos movimentos já adquiridos
Abaixo segue a classificação de cada fase entre 0 e 3anos segundo Haywood
e Getchell (2004) :
• RECÉM-NASCIDO: Considerado até 28 dias de vida. Fase de
adaptação ao meio; hipertonia flexora (fisiológica); reação automática;
sem controle de cabeça – criança “molinha”; pélvis em retroversão;
reflexo de preensão palmar E reação cervical de retificação.
13
.
• PRIMEIRO MÊS: Sem controle de cabeça/cifose; Reflexo de Moro –
primeira fase (abdução de braço + extensão de tronco); diminuindo a
flexão = aumento da extensão; em supino acompanha objetos até certo
ponto; pélvis retrovertida;
reação automática;
reflexo de preensão
palmar; marcha automática (pode ou não estar presente) e não faz
simetria.
• SEGUNDO MÊS: Puxado para sentar, a cabeça cai para trás – oscila;
pelve diminuindo a retroversão; pouca flexão; terminando a marcha
automática (ataxia – abasia); pernas fletidas; em supino acompanha
mais objetos (reação óptica de retificação); diminuindo o reflexo de
preensão palmar; RTCA esporádico (discreta assimetria); reação de
colocação dos pés- presença do Galant; reação cervical de retificação.
• TERCEIRO MÊS: Primeiro marco do desenvolvimento do bebê: Mais
simétrico; reação labiríntica de retificação (puppy); orientação na linha
média; extensão do tronco em puppy alcança torácica alta (controla
melhor a cabeça); aumenta a anteroversão do quadril; desaparecendo o
RTCA; acompanha objetos; diminuição da preensão palmar (retém por
pouco tempo); desaparece Galant; termina reação de colocação dos
pés e terminando reação cervical de retificação.
• QUARTO MÊS: simétrico; bom controle de cabeça; extensão do tronco
em prono chega à região lombar; apoio nos cotovelos (+ alinhados);
entrando a reação corporal de retificação; inicia o rolar – começa a
entrar
a
dissociação
de
cinturas
devido
aos
movimentos
de
flexão/extensão realizados pela cabeça quando a criança esta em prono
dando assim maior mobilidade ao tronco; retificação lateral da cabeça
(visto no rolar); pelve em supino faz ântero e retroversão, mas com
pouco controle; boa visualização; termina os reflexos da face; a maioria
dos reflexos estão abolidos; termina a primeira fase do Moro/ inicia a
14
segunda (+ discreta com adução dos braços e flexão de tronco); não
tem preensão voluntária; inicia Landau (brinca de mata – borrão).
• QUINTO MÊS: ótimo controle de cabeça (extensão de tronco chegando
à região lombar)- puxado para sentar participa do movimento –
permanece com apoio; simétrico; inicia preensão voluntária; leva objetos
à boca; presente reação corporal de retificação (rola de prono para
supino); sustenta a posição de pé por momentos com ajuda; inicia
reação de equilíbrio em prono; inicia o arrastar (introdução à reação
anfíbia); em supino inicia levar pés à boca (alonga músculos
extensores); aumenta a reação de Landau.
• SEXTO MÊS: Segundo marco no desenvolvimento do bebê: vence
gravidade em supino; sentado apoia-se na mão à frente; em supino
brinca com os pés (aprimorando ainda mais a musculatura extensora);
em prono a extensão do tronco já chega aos quadris exercendo peso
sobre eles; pelve anterovertida; senta quando colocada com apoio à
frente (sem muita transferência – caindo); puxada para sentar estende
os joelhos; alcança objetos; inicia reação de equilíbrio em supino; rola
melhor, com dissociação; arrasta com facilidade; reação anfíbia madurareação de extensão protetora para frente; termina a segunda fase do
Moro; suporta mais peso sobre o quadril favorecendo o controle sobre a
cabeça, tronco e MMSS. Uma vez que começa a receber peso, o quadril
se torna mais estável ganhando mais extensão, e nas posições em
supino, prono e sentado à criança tem liberdade e segurança de
movimento do quadril para cima; inicia a rotação propriamente dita –
aumenta a dissociação; reação de Landau + aprimorada devido a
extensão do quadril; em pé com ajuda coloca peso nas duas pernas
(inicia propriocepção dos MMII) suporta + peso.
• SÉTIMO MÊS: Inicia maior independência da criança em posturas
baixas – começa a explorar o ambiente: arrasta (transferência de peso
15
em prono; inicia gatas (balanceios) ou meio urso; sentado sozinho pega
objetos e os transfere de uma mão a outra;
reação corporal de
retificação bem atuante – movimentos rotacionais do tronco; inicia o
sentar a partir de 4 apoios; se puxam para de pé- sentam sem apoio
(braços não cruzam a linha média); inicia extensão protetora para os
lados.
• OITAVO MÊS: Terceiro marco do desenvolvimento da criança:
engatinha usando mais a flexão lateral; mantém postura sentada com
bom equilíbrio; em supino já se levanta para sentar; inicia a extensão
protetora para os lados; aumenta dissociação (inicia rotação oposta
durante as reações de equilíbrio); diminuindo o reflexo de preensão
plantar; boa mastigação (mastigar simétrico – movimento da mandíbula
para cima e para baixo); se puxa para ficar de pé usando semiajoelhado; fica de pé com ajuda de uma única mão – inicia rotação do
tronco sobre extremidade inferior; inicia a sequência joelho para semiajoelhado e desta para de pé; escala móveis; de pé com apoio transfere
peso sobre MMII (3 planos – p/frente, p/trás e p/os lados); inicia marcha
lateral.
• NONO E DÉCIMO MÊS: Não fica mais deitado. Fase com muita quebra
de padrões. Dissociação aprimorada. Começa independência em
posturas altas: engatinha bem com contra rotação (explora + o
ambiente); escala com mais facilidade, mas não consegue descer; urso;
equilíbrio de gatas; iniciando equilíbrio de joelhos; elaboram conceitos
perceptivos; extensão protetora para trás; ótimo controle entre
flexão/extensão (quebra de padrão); descobre a terceira dimensão;
marcha lateral + refinada – tenta soltar uma das mãos; ótima
transferência de peso.
• ONZE MESES: inicia marcha com aumento da base sem equilíbrio a
curta distância de um móvel a outro – cai sentado; anda segurada pelos
16
braços; de pé pega objetos no chão e volta se apoiando nos móveis;
urso.
• 1 ANO: Quarto marco do desenvolvimento da criança: anda seguro por
uma das mãos, mas pode tentar andar sozinho;
assume cócoras
(oscila) – se abaixa para catar objetos; bom equilíbrio em todas as
posturas;
iniciando equilíbrio de pé;
reação de retificação bem
integradas na maioria dos movimentos; mastiga com + dissociação
(diagonal) próximo a forma adulta.
• 1 ANO E 3 MÊSES: anda sozinho (braços para cima e base alargada
compensando equilíbrio na postura, mas cai muito ainda); cócoras +
aprimorado; levanta do chão partindo de urso; sobe e desce escada
com 4 apoios (engatinhando); fica sobre uma perna com ajuda.
• 1 ANO E 6 MÊSES: sobe e desce escada com apoio sem alternar MMII
(com ajuda de alguém); mais independente – cai ainda; desce do sofá
com + facilidade; muito agachamento; bom equilíbrio de pé; inicia ficar
sobre uma perna sozinha, ainda desequilibra; começa a empilhar.
Cubos (3)
• 2 ANOS: sobe e desce escada sozinha; começa a correr; inicia o pular
com 2 pés;
equilíbrio
anda para trás; boa base de suporte;
dinâmico;
termina
reações
aprimorando
associadas;
ego-motor
(representação mental do corpo – sabe o que fazer com ele).
• 3 ANOS: Último marco do desenvolvimento motor. Criança totalmente
integrada em diversos níveis. Motoramente pronta: integração total entre
as reações de retificação e as de equilíbrio (integração de todos os
níveis cerebrais; inicia equilíbrio sobre 1 pé só;
boa desenvoltura
motora; se expressa melhor; controla esfíncteres; pula com os 2 pés;
faz construções de 8 à 9 cubos
17
• Complementando:
• De 3 a 4 anos: grande atividade motora: corre, pula com os dois pés,
salta; anda de triciclo; quer experimentar tudo; é curiosa e inquiridora;
fica sobre uma perna.
• De 5 a 7 anos: pula alternado- pula com um pé só; consciente do seu
corpo (propriocepção das facilidades e das dificuldades em relação ao
espaço).
1.3 – Atraso Motor
Segundo Ferreira, Dias e Santos (2006) a definição para atraso motor seria:
“O Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor pode
ser definido como um atraso significativo em vários
domínios do desenvolvimento, nomeadamente ao nível da
motricidade fina/grosseira, da linguagem, da cognição,
das competências pessoais e sociais, das atividades da
vida diária, etc.” (FERREIRA, DIAS E SANTOS, 2006,
p.1)
1.3.1- Principais causas
Segundo Haywood KM (2004) o desenvolvimento motor é considerado
como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade cronológica,
pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades
motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a
execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas. O
processo de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é suscetível a ser
moldado a partir de inúmeros estímulos externos.
18
Para Tecklin (2002) a interação entre aspectos relativos ao indivíduo,
como suas características físicas e estruturais, ao ambiente em que está
inserido e à tarefa a ser aprendida são determinantes na aquisição e
refinamento das diferentes habilidades motoras. Sabe-se que o surgimento de
movimentos e seu posterior controle ocorrem em uma direção cefálo-caudal e
próximo-distal, porém este processo não se apresenta de forma linear,
incluindo períodos de equilíbrio e desequilíbrio. Apesar disso, costuma cumprir
uma sequência ordenada e até previsível de acordo com a idade.
Diversos fatores podem colocar em risco o curso normal do
desenvolvimento de uma criança. Tecklin (2002) define como fatores de risco :
“uma série de condições biológicas ou ambientais que aumentam a
probabilidade de déficits no desenvolvimento neuropsicomotor da criança”
(p.57). Dentre as principais causas de atraso motor segundo o autor
encontram-se:
baixo
peso
ao
nascerem,
distúrbios
cardiovasculares,
respiratórios e neurológicos, infecções neonatais, desnutrição, baixo condições
socioeconômicas, nível educacional precário dos pais e prematuridade. Quanto
maior o número de fatores de risco atuantes, maior será a possibilidade do
comprometimento do desenvolvimento.
1.3.2- Características do atraso motor
Como foi visto anteriormente, existe o desenvolvimento motor,
neurológico e psicológico. Segundo Ratliffe (2000) quando o desenvolvimento
motor atípico não se vincula, obrigatoriamente, à presença de alterações
neurológicas
ou
estruturais,
podem
surgir
e
comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor.
apresentar
algum
Ratliffe(2000) diz o
seguinte:
“Estudos descrevem prejuízos mais comumente ligados à
memória, à coordenação visiomotora e à linguagem.
Neste sentido, crianças com desenvolvimento motor
atípico, ou que se apresentam com risco de atrasos,
merecem atenção e ações específicas, já que os
problemas de coordenação e controle do movimento
19
poderão se prolongar até a fase adulta. Além disso,
atrasos motores frequentemente associam-se a prejuízos
secundários de ordem psicológica e social, como baixa
autoestima, isolamento, hiperatividade, entre outros, que
dificultam a socialização de crianças e o seu desempenho
escolar.” RATLIFFE, 2000, p. 36)
Complementando o que foi citado acima Ferreira, Dias e Santos (2006)
citam alguns sinais de alerta, que indicam alguma possível alteração motora:
a) Motricidade grosseira: não rebola, não puxa, não fica de pé, não anda
em linha reta;
b) Motricidade fina: não segura, não junta às mãos, não faz construções,
tem dificuldades de preensão;
c) Linguagem: não diz palavras, não constrói frases, não compreende, não
fala de um modo inelegível;
d) Cognição: não procura, não se interessa por jogos, não categoriza
semelhanças, não sabe o nome próprio ou apelido, não sabe contar,
não sabe as cores ou qualquer letra;
e) Psicossocial: não ri, não estranha, não se consola nem aceita mimos,
agride sem provocação, não brinca com outras crianças.
Qualquer sinal diferente é importante sempre orientar os pais a procurar o
médico para possível diagnostico clinico adequado.
20
CAPÍTULO 2
MÉTODO BOBATH
Dentre os inúmeros tratamentos utilizados no tratamento do
atraso motor, escolhemos para estudo o Método Bobath.
2.1– História
Segundo a enciclopédia WIKIPEDIA, Busse Berta nasceu em Berlim em
1907, inicialmente estudou na escola de ginástica e dança "Anna Hermann",
após a sua formação como Fisioterapeuta, permanece na escola como
21
instrutora até 1933. Karel Bobath nascido no mesmo distrito de Berlim Berta,
ambos se conheceram durante o período da adolescência e depois se
separaram. Karel Bobath graduou-se como Médico Pediatra da Universidade
de Berlim em 1932.
Em 1939, foi para Londres. Posteriormente, devido a
Segunda Guerra Mundial Berta também vai para Londres, onde ela se
encontra com Karel Bobath e se casam em 1941.
Em 1943 Berta foi chamada para atender um pintor famoso com uma
hemiplegia grave direita. O braço estava rigidamente em flexão, à mão inchada
e com Síndrome ombro-mão. Inicialmente ela fez vibração no deltóide e
percebeu que nada acontecia e começou a mover o braço e observar as
reações do paciente. Ela estendeu o braço até ela sentir resistência.
Repedindo a tentativa de estender o braço ela percebeu que o braço cedia
cada vez mais e finalmente ela conseguiu estender o braço todo. Mrs. Bobath
concluiu então que podia influenciar e/ou modificar o tônus muscular através
do
manuseio-movimento.
Ela
observou
também
que
a
redução
da
espasticidade no cotovelo resultava em menos espasticidade no punho e
dedos, e conclui então que trabalhando aproximadamente na cintura escapular
poderia influenciar e reduzir a espasticidade de todo o braço. Junto com a
espasticidade o paciente apresentava a dificuldade de perceber o braço. O
esquema corporal estava alterado devido um desvio da propriocepção.
Verificou-se a alteração de tônus muscular cursa muitas vezes também com
alteração da sensação.
Juntos, Bert a partir da clínica e Karel da neurociência disponíveis na
época desenvolveram o conceito Bobath no tratamento de crianças e adultos
com transtorno neuromotor. Tanto do seu local de residência, bem como viajar
ao redor do mundo, ensinado e treinado vários profissionais. Tão grande foi o
impacto do conceito que motivou muitas formas de reconhecimento em todo o
mundo. E juntos eles desenvolveram o seu trabalho. Ambos receberam muitas
honras por seu trabalho pioneiro e inovador. Faleceram em 1991.
2.2- Definição
22
Segundo a enciclopédia WIKIPEDIA esta é uma terapia especializada
aplicada para tratar perturbações do movimento e postura, resultante de uma
lesão
neurológica
central.
Tendo
como
base
à
compreensão
do
desenvolvimento normal, utilizando todos os canais perceptivos para facilitar os
movimentos e as posturas seletivas que aumentam a qualidade das funções.
No Conceito Bobath, o paciente aprende a sensação do movimento, e
não o movimento em si.
reorganizar,
significa
que
Tem como base a capacidade do cérebro para
as
áreas
não
afetadas
irão
desenvolver
circunstâncias pode compensar as funções que foram anteriormente
desempenhadas pelas regiões cerebrais danificadas. O pré-requisito para isso
é, no entanto, um
estímulo aplicado ao paciente pelo fisioterapeuta ou
terapeuta profissional.
O conceito tem alcançado grande sucesso na recuperação. O valor
principal do Conceito Bobath é uma forma de equilibrar o corpo, em termos de
funcionalidade e mobilidade. Outro conceito fundamental é mudar os padrões
anormais resultantes da lesão e facilitar a circulação para obter a função,
sempre seguindo o marcos alcançados no desenvolvimento neurológico
neurofisiológico humano. (WIKIPEDIA, 2013)
2.3- Organização do comportamento humano e controle motor
no Método Bobath.
O comportamento humano envolve uma interação entre o indivíduo, o
ambiente e a tarefa (atividade ou função). Quando as habilidades motoras são
aprendidas, a pessoa se concentra na tarefa e não os componentes de
movimento específicos da tarefa (Woollacott e Shumway-Cook, 1990).
Um modelo de controle do motor que é relevante para o conceito Bobath é
a teoria dos sistemas (Hochstenbach, Anderson, Van Limbeek, Mulder.
2001). Este consiste em três princípios básicos.
•
O sistema não hierárquico, de auto-organização com base na entrada
sensorial múltipla.
•
A interação dos processos motores com processos cognitivos e de
percepção.
23
•
A interação entre o contexto ambiental e de estado do corpo, o que
configura a saída ou a execução da ação.
Mayston, Harrison, Stephens (1999) estende esses princípios em cinco
aspectos a serem levados em conta no controle de movimento.
•
Aspectos motores - postura e as tarefas relacionadas com a atividade.
•
Aspectos sensoriais - atenção seletiva pelo sistema nervoso central de
estímulos relevantes.
•
Cognição - motivação, julgamento, planejamento e solução de
problemas.
•
Perceptual - espacial e visual de figura-fundo.
•
Biomecânica - controle neural complementar e aspectos biomecânicos.
Massion (1994) apresenta um modelo de controle do motor que engloba
tanto movimento e controle postural. Este modelo enfatiza a importância da
adaptabilidade e flexibilidade dos sistemas posturais. A organização dos
sistemas posturais requer a interação entre as forças externas (gravidade), a
mecânica e cinética do corpo, insumos multissensoriais, e as respostas de
adaptação aos movimentos voluntários.
2.4- Objetivos
O objetivo dessa técnica é diminuir a espasticidade muscular e introduzir
os movimentos automáticos e voluntários, a fim de preparar o paciente para os
movimentos funcionais, onde o tônus anormal pode ser inibido e os
movimentos mais normais, facilitados. O Método Bobath trabalha com a
facilitação do movimento, ou seja, solicitam-se ajustamentos automáticos na
postura, a fim de produzir reações automáticas de proteção, endireitamento e
equilíbrio.
A facilitação, então, baseia-se nas reações de endireitamento (são
reações estático-cinéticas que estão presentes desde o nascimento e se
desenvolvem, obedecendo a uma ordem cronológica) e nas reações de
equilíbrio, a partir dos movimentos que produzem adaptações posturais
possíveis para mantê-lo. Dentro da compreensão do movimento normal,
24
incluindo a percepção, usa-se a facilitação de movimentos e posturas
seletivas, objetivando-se um aprimoramento da qualidade de vida do paciente.
2.5- Materiais utilizados
A Bola de Bobath ou bola Suíça, é um dos equipamentos mais utilizados
neste conceito. Outros equipamentos são: o rolo, o andador, o espelho,
brinquedos, prancha de equilíbrio, tatame, escada/rampa.
Muitos recursos podem ser utilizados no tratamento da criança com
atraso, além dos citados acima. Orientações à família, acompanhantes,
verificar como é o dia-a-dia da mesma, entre outros, podem contribuir de
alguma forma também. Abaixo segue uma imagem contendo alguns materiais
utilizados:
(FONTE: http://www.slideshare.net/FisiocursosManaus/nocoesdometodobobath-reflexos-primitivos em 20/10/2013)
A indicação do(s) equipamento(s) depende(m) do comprometimento
neuromotor e da inabilidade dos movimentos de cada paciente. O profissional
que não dispõe destes recursos deve usar a criatividade para atender a
criança, oferecendo a qualidade esperada.
25
CAPITULO 3
Princípios utilizados pelo Método Bobath no atraso
motor
O SNC (Sistema Nervoso Central) é um órgão de reação e não de ação, ou
seja, ele responde a partir de estímulos internos e externos ao corpo que lhe
são oferecidos. As células do SNC- excitar ou inibir- facilitando atividades uteis
e impedindo movimentos indesejados. O Método Bobath apresenta princípios e
técnicas importantes no desenvolvimento normal.
3.1- Principais princípios utilizados pelo método Bobath.
Abaixo segue os princípios, segundo International Bobath Instructors
Training Association (IBITA):
- Padrão muscular mais próximo do normal;
-Abordagem de posturas de inibição reflexa;
- Suprimi padrões anormais antes que possam ser introduzidos;
- Paciente recebe o máximo de informações proprioceptivas e esteroceptivas,
seja no nível automático, seja em um nível voluntário;
26
- Tratamento individualizado;
- Paciente deve ser visto sob um aspecto global.
3.2- A importância da técnica
Esta técnica enfatiza a inibição/integração de padrões posturais primitivos,
promove o desenvolvimento de reações posturais normais, e tem uma meta
importante: a normalização do tônus anormal. É dirigida para a melhora da
função motora. Com os estímulos de transferência de peso, tais como
exercícios em bola suíça, rolos, andadores, entre outros, o paciente aprende a
obter um maior controle proprioceptivo e noção espacial.
Segundo Bobath Centre, o tratamento deve ser o mais precoce possível. Se
a criança ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primários que
anormais, podemos auxiliá-la a estabelecer os esquemas mais fundamentais
de um modo quase normal seguido tão de perto quanto possível às etapas do
desenvolvimento motor da criança normal.
3.3 – Indicações do método
Segue abaixo algumas indicações para o uso do método bobath segundo a
International Bobath Instructors Training Association (IBITA):
- Variar posturas;
- Aumentar o controle sobre esta postura;
- Simetria do corpo;
- Alongamento;
- Propriocepção;
- Aumentar ou diminuir tônus muscular;
- Estimular reação de proteção e equilíbrio;
- Estimular extensão de cabeça, tronco e quadril nas crianças hipotônicas;
- Suporte de peso para as mãos;
- Trabalhar as rotações do tronco;
- Trabalhar a dissociação de cintura pélvica e escapular, facilitando a marcha.
27
3.4- Estimulação precoce
É aplicado no tratamento precoce de bebês abaixo de um ano, antes que
se estabeleçam desordens de postura e movimentos, que em muitos casos
podem ser evitadas.
De acordo com a Associação Brasileira de Fisioterapia em Neurologia para
o Desenvolvimento e Divulgação dos Conceitos Neurofuncionais o tratamento
inclui movimentos ativos e passivos. É uma técnica de reabilitação
neuromuscular, que usa reflexos e estímulos sensitivos para inibir ou provocar
uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais.
Aqui os pontos chaves de Bobath correspondem às partes do corpo onde o
tônus anormal pode ser inibido e os movimento normais facilitados, solicitando
ajustamentos automáticos da postura e produzindo uma atividade através de
reações automáticas de proteção, endireitamento e equilíbrio.
3.5- Técnicas
As técnicas segundo a International Bobath Instructors Training Association
(IBITA):
- Pontos - Chaves;
-Padrões de Inibição- Reflexa;
- Estimulação Proprioceptiva e tátil;
- Padrões de Movimento ativo;
-Desenvolvimento Neuromotor Normal.
Dentre as muitas técnicas citadas iremos destacar algumas.
3.5.1 – Pontos-chaves de controle
São as partes do corpo através dos quais podemos controlar e modificar os
padrões postura e de movimento em outras partes do corpo. Eles podem inibir
facilitar e estimular. Estes pontos chave podem ser:
28
a- Cabeça;
b- Proximais: ombros e quadris;
c- Mediais: cotovelos e joelhos;
d- Distais: punhos e cotovelos.
Pontos chave nos braços e na cintura escapular proporcionam:
- ROTAÇÃO INTERNA: leva à flexão global;
- ROTAÇÃO EXTERNA: leva à extensão global;
- ABDUÇÃO HORIZONTAL com rotação externa e supinação mais extensão
de cotovelos: Inibe flexão global e leva a postural igual a descrita em MMII;
- ELEVAÇÃO dos braços com rotação interna: inibe a flexão e pressão para
baixo dos braços e cintura escapular e auxilia na extensão de tronco,
quadris e MMII. Na EXTENSÃO dos braços na diagonal para trás ocorre à
mesma função;
- ABDUÇÃO DO POLEGAR com braço em supinação: facilita a abertura dos
dedos (o punho deve estar em extensão).
Pontos chaves em pernas e pelve:
- FLEXÃO DAS PERNAS: facilita a abdução, rotação externa e dorsiflexão;
-ROTAÇÃO EXTERNA com extensão: facilita a abdução e dorsiflexão;
3.5.2- Estimulação Proprioceptiva e tátil
São técnicas usadas para modular o tônus, facilitar o controle postural e a
direção do movimento em pacientes com hipotonia ou com deficiência na
inervação recíproca. Tem a função de interagir ação de músculos agonistas e
antagonistas.
Principais técnicas de estimulação:
1) Suporte de peso, pressão (compressão), resistência: Em crianças
espásticas (aumento do tônus muscular envolvendo hipertonia e hiperreflexia,
no momento da contração muscular) as posturas estáticas devem ser evitadas.
Devem-se estimular os movimentos de ajustamento através de transferência
de peso constante em grandes amplitudes, para os lados, para frente, para
trás, e diagonalmente, enquanto damos pressão e resistência. Isso pode ser
feito em várias posições e atividades (supino, prono, sentada, em pé e
29
andando). Em criança atáxica (flutuações entre hipotônico e normal) ou
atetóide: as mesmas técnicas de forma mais estática em pequenas amplitudes.
2) Placing (Colocação) e Holding (Manutenção): Placing é um termo usado
para descrever a habilidade do paciente em interromper um movimento em
qualquer etapa, automaticamente ou voluntariamente. No tratamento o corpo e
membros do paciente são colocados em várias posições e ele é requisitado a
manter (holding) e controla-los sem ajuda, em grande variedade de padrões
funcionais e em várias etapas e em diversas amplitudes de um movimento.
3) Tapping: Tapping é usado frequentemente em combinação com placing. É
usado para aumentar o tônus postural do tronco e dos membros através de
estimulação proprioceptiva e tátil em atáxicos e atetóides. Não deve ser usado
na presença de espasticidade ou hipertonia. Nos espásticos pode ser usado
para estimular as reações de equilíbrio. É dividido em quatro diferentes formas:
Tapping de Inibição: Ativa grupos musculares fracos que não conseguem
contrair-se como resultado da atividade excessiva dos músculos antagonistas
hipertônicos); Tapping de Pressão: Serve para aumentar o tônus postural para
a manutenção da postura contra gravidade; É feito para obter co-contração
para manutenção da postura; Ativa a contração simultânea de agonistas e
antagonistas; É usado em atetóides e atáxicos que tem mobilidade excessiva,
falta de fixação e não sustentação do tônus postural. Tapping Alternado: Serve
para obter graduação apropriada da inervação recíproca e para estimular as
reações de equilíbrio. Tapping por Deslizamento: Serve para ativar padrões
sinérgicos da função muscular pela estimulação de grupos musculares
específicos responsáveis por aquela ação, com um movimento de alisar firme
na direção do movimento desejado.
3.5.3-Desenvolvimento Neuromotor normal
Esta é a sequencia do Desenvolvimento Neuropsicomotor:
-Controle da cabeça;
-Rolar para os dois lados;
-Rolar para prono;
-Braços sobre antebraços (puppy);
30
-Braços em extensão;
- Controle de tronco;
-Gato;
-Sentar-se sobre os calcanhares;
-Ajoelhado;
-Sem i- ajoelhado
-Em pé.
Como vimos acima, as técnicas utilizadas pelo método Bobath tem
grande importância no tratamento de varias desordens. Neste capitulo
revisamos as principais técnicas que estão diretamente ligadas no
tratamento do atraso motor. Cabe ao profissional devidamente preparado
utilizar esses princípios na prevenção e tratamento.
31
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como foco de estudo a utilização do Método Bobath
na reabilitação da criança com atraso motor. Para que se obtenha um
tratamento mais adequado faz-se necessário um conhecimento geral do
assunto em questão. Portanto no capitulo 1 vimos como ocorre uma gestação
e o desenvolvimento da criança, o que ocorre em cada fase e as principais
causas do atraso motor. Foi escolhida a idade de 0 a 3 anos por ser o
momento em que a criança apresenta os primeiros reflexos e movimentos
primitivos. Quanto mais precoce se inicia o tratamento, melhores serão as
chances para bons resultados.
O atraso motor é uma patologia que vem crescendo bastante na qual
tem-se observado que muitos pais e até mesmo profissionais da saúde tem
apresentado alguma dificuldade em lidar com essa situação. Por isso com este
estudo tivemos a oportunidade de entender e aprender no capitulo 2 o que é o
Método Bobath, sua historia, definição, objetivos e quais os materiais utilizados
nesta técnica e no capitulo 3 conhecemos os princípios utilizados pelo Método
Bobath no tratamento do atraso motor.
A Fisioterapia, enquanto área de conhecimento tem a responsabilidade
de contribuir com as pesquisas envolvendo o desenvolvimento infantil,
especialmente as relacionadas à evolução da motricidade, tanto em lactentes
saudáveis quanto nos expostos a fatores de risco. Portanto, conclui-se que o
Método Bobath com todas suas peculiaridades, contribui de forma eficaz para
o tratamento do atraso motor.
32
BIBLIOGRAFIA
1- HAYWOOD KM, Getchell N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 3ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2004;
2- TECKLIN, JS. Fisioterapia pediátrica. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002;
3- RATLIFFE KT. Fisioterapia na clínica pediátrica: guia para a equipe de
fisioterapeutas. São Paulo: Santos Livraria e Editora, 2000;
4- BURNS YR, MacDonald J. Fisioterapia e crescimento na infância. São
Paulo: Santos Livraria e Editora, 1999;
5- HOCHSTENBACH JB, Anderson PG, VAN LIMBEEK J, Mulder TT.
(2001). Is there a relation between neuropsychologic variables and quality of
life after stroke? Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 82(10):13606;
6-MAYSTON MJ, HARRISON LM, STEPHENS JA (1999). A neurophysiological
study of mirror movements in adults and children. Annals of Neurology, 45, 583
- 594.
7- SHUMWAY-COOK A, WOOLLACOTT M. Motor Control: Theory and
Practical Applications, 2nd ed. Baltimore, MD: Lippincott, Williams and Wilkens,
1990;
33
WEBGRAFIA
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Acesso em: 15/12/2013
3- http://www.ibita.org/: International Bobath Instructors Training Association
(IBITA). Acesso em: 15/12/2013
4- http://www.abradimene.org.br/: - Associação Brasileira de Fisioterapia em
Neurologia
para
o
Desenvolvimento
e
Divulgação
dos
Conceitos
Neurofuncionais. Acesso em: 15/12/2013
5- http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/bobath.htm;.
Acesso em: 15/12/2013
6--http://www.slideshare.net/FisiocursosManaus/nocoes-dometodobobathreflexos-primitivos. Acesso em: 15/12/2013
7- http://www.abradimene.org.br/artigos-materias/conceito-bobath. Acesso em:
15/12/2013.
8-http://www.slideshare.net/FisiocursosManaus/nocoes-dometodobobathreflexos-primitivos . Acesso em: 20/10/2013
9- http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez_humana. Acesso em: 11/08/2013
34
ÍNDICE
FOLHA
DE
ROSTO
..........................................................................................02
AGRADECIMENTO
..........................................................................................03
DEDICATÓRIA..................................................................................................04
RESUMO...........................................................................................................0
5
METODOLOGIA................................................................................................0
6
SUMÁRIO..........................................................................................................0
7
INTRODUÇÃO..................................................................................................08
CAPÍTULO I - Atraso Motor..............................................................................10
1.1-Gestação.................................................................................................10
1.1.1- Período da Gestação...................................................................10
1.2- Desenvolvimentos motor da criança dos
0 aos 3
anos..........................................................................................12
1.3- Atraso Motor.........................................................................................17
1.3.1- Principais causas........................................................................18
1.3.2- Características do atraso motor..................................................19
CAPÍTULO II - Método Bobath..........................................................................21
2.1- Historia....................................................................................................21
2.2- Definição.................................................................................................22
2.3- Organização do comportamento e controle motor no método
bobath....23
2.4- Objetivos.................................................................................................24
2.5- Materiais utilizados..................................................................................24
35
CAPÍTULO III – Princípios utilizados pelo Método Bobath no atraso motor.....26
3.1- Principais princípios utilizados pelo método bobath...............................26
3.2- A importância da técnica.........................................................................26
3.3- Indicações do método............................................................................27
3.4- Estimulação precoce................................................................................27
3.5- Técnicas .................................................................................................28
3.5.1- Pontos-chaves de controle...........................................................28
3.5.2- Estimulação proprioceptiva e tátil................................................29
3.5.3- Desenvolvimento neuromotor normal..........................................30
CONCLUSÃO....................................................................................................3
2BIBLIOGRAFIA
................................................................................................33
WEBGRAFIA.....................................................................................................3
4
ÍNDICE..............................................................................................................35
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Anecita Cássia Araujo Soares Costa