Quinto Alçado
Relação contínua entre cobertura e parede
JORGE PINHEIRO; JOSÉ DAVIDE COELHO; PAULA TEIXEIRA
C2faup
C2 LAB - Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Regente Professor Doutor Nuno Lopes Lacerda
Assistente Mestre Ana Luísa Costa
[email protected]
“Nós quando fazemos um lugar para viver, estendemos primeiro um toldo para projectar uma
sombra no terreno e, sob a luz pálida desta sombra, construímos a casa”
Jun’Ichiro Tanizaki
C2faup
QUINTO ALÇADO – RELAÇÂO CONTÍNUA ENTRE COBERTURA E PAREDE
Jorge Pinheiro; José Davide Coelho; Paula Teixeira
C2 LAB - Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
ABSTRACT
Em arquitectura, a cobertura é considerada o quinto alçado de um edifício. Um
espaço só é habitável se possuir cobertura. Torna-se, assim, um elemento
indissociável da arquitectura.
Tem vindo a ser alvo de muitos estudos e experiências, não só a nível técnico,
mas também plástico, pois permite, ao arquitecto, ter liberdade para expressar as
suas ideias de forma criativa, podendo ser incluída na leitura de um edifício como
um todo ou de se assumir como um elemento de excepção.
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QUINTO ALÇADO – RELAÇÂO CONTÍNUA ENTRE COBERTURA E PAREDE
Jorge Pinheiro; José Davide Coelho; Paula Teixeira
C2 LAB - Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
CONTEXTUALIZAÇÃO
• Os homens nos tempos primitivos, sendo nómadas sentiam a necessidade de
se abrigarem dos fenómenos naturais. Para isso, recorriam à própria natureza
como cavernas e abrigos rudimentares e temporários, feitos de ramos, folhas e
terra. Com a evolução de espécie humana houve a necessidade de se fixarem,
tornando-se sedentários. Com este novo modo de sobreviverem, o Homem
começou a construir habitações permanentes, o que requeria um tipo de
construção mais duradoura.
• Com o desenvolvimento do conhecimento adquirido nesta primeira
aproximação à habitação permanente, surgem novas tipologias, sendo a sua
cobertura em estrutura de madeira revestida a colmo.
• Posteriormente, tornou-se comum o uso da telha, que permite um melhor
isolamento, comparativamente ao colmo. A utilização do barro nas construções
originou as coberturas planas, muito comuns na cultura árabe e egípcia.
• As coberturas metálicas popularizaram-se sobretudo na construção de
fábricas, galerias, armazéns, salas de exposição, estações de caminho de
ferro, etc. e utilizavam-se essencialmente para vencer grandes vãos.
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QUINTO ALÇADO – RELAÇÂO CONTÍNUA ENTRE COBERTURA E PAREDE
Jorge Pinheiro; José Davide Coelho; Paula Teixeira
C2 LAB - Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
As coberturas em betão, uma das mais utilizadas nos dias de hoje, teve a sua
origem no tempo dos romanos. Este concebiam o betão misturando uma
argamassa de cimento, areia e àgua, com gravilha e pedra vulcânicas de baixa
densidade. O Pantheon, em Roma, é um dos edifícios que perdura ao longo do
tempo e possui uma cobertura com este tipo de material.
Actualmente, com a descoberta do betão armado, é possível atribuir às
coberturas uma melhor resistência, um melhor isolamento, assim como uma
maior capacidade de responder aos novos desafios colocados pela arquitectura.
Portanto, as coberturas em betão dividem-se em dois grupos. O primeiro definese pelas coberturas inclinadas podendo estas ser subdivididas principalmente em
coberturas de uma, duas ou mais àguas e orgânicas. O segundo, as coberturas
planas, decompõem- se sobretudo em coberturas praticáveis, ou não praticáveis,
e coberturas simples, em terraço ou ajardinadas.
CASA GARTMANN
Patrick Gartmann Chur, Suíça 20012004
A casa Gartmann situa-se num plano de urbanização, destinado à
construção de casas unifamiliares na periferia de Chur. Este terreno
localiza-se na encosta mais baixa do Monte Hochwang que se ergue
a oeste da cidade.
Nesta obra, o arquitecto utiliza uma estrutura de betão aparente,
tanto no exterior, como no interior. Para isso, utiliza uma parede
espessa de 46 cm. Devido a reduzida capacidade de isolamento
térmico do betão armado, obriga à associação de materiais
acessórios para compensar esta deficiência. Assim, Gartmann
desenvolveu um novo tipo de betão para sua casa, denominado por
“Betão Leca”.
KIOSK
W ELLMANN LADINGER DORNBIRN,
AÚSTRIA 2005
Acima de Dornbirn, numa área plana, junto ao lago Stanfensee,
encontra-se um quiosque projectado pelos arquitectos Judith
Wellmann e Martin Ladinger.
Construído para ser um ponto de abastecimento de caminhantes e
visitantes, possui a forma elementar de uma casa e é constituido
inteiramente por betão armado aparente. Claro e limpo em toda a
sua forma, a casa destaca-se da natureza envolvente.
O betão armado, que constitui as paredes e cobertura, tem uma
espessura constante de 25cm e foi cofrado, pelo exterior, com ripas
de madeira dispostas horizontalmente e de forma contínua.
CASA UNIFAMILIAR
Gigon Guyer
Zurique, Suíça 2001-2003
É uma casa trapezoidal ,que se assume como um volume hexagonal,
orientada a sul. A sua cobertura é inclinada e é complanar com os 5
planos verticais.
Nesta obra, o arquitecto utilizou uma parede estrutural em betão
aparente no seu exterior. As paredes foram cofradas com painéis
com altura dos pisos, para no alçado as juntas aparecem na
horizontal marcando a laje. Na transição da parede de cobertura, o
arquitecto tenta evidenciar o plano da cobertura, separando-o da
parede estrutural.
SWITCHING STATION
Gigon Guyer
Zurique, Suíça 1998 - 1999
Switching Station, marca a entrada em Zurique por oeste, sendo feita
tanto de carro, como de comboio. Situa-se numa zona de transição,
onde a convergência de duas realidades urbanas contribuem para
uma grande heterogeneidade paisagista.
Neste edifício a escolha do betão está relacionada com
necessidades programáticas. A armadura do betão forma uma gaiola
de Ferraday que protege os equipamentos electrónicos sensíveis,
situados no interior da edificação, de interferências externas. As
paredes exteriores funcionam também como um “envelope climático”
flexível.
A irregularidade do betão da parede exterior, foi conseguida através
da adição de um pigmento baseado em óxidos de ferro, que partilha
a mesma base química com o pó́ libertado pelos travões dos
comboios.
PORMENOR
CONSTRUTIVO 3D
CASA DA Música – rem koolhaas
Edifício vodafone – barbosa & guimarães
CASA UNIFAMILIAR EM BETÃO - AZL ARCHITECTS
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