Movimentos de cooperação
na AL
Dr. Agemir de Carvalho Dias
Robert Speer (1867-1947)
O CONGRESSO DE EDIMBURGO
Foram as conferências missionárias que
possibilitaram uma proximidade e o diálogo das
diversas igrejas cristãs, que, no empenho da
causa maior de expansão do evangelho,
começaram um frutífero esforço de cooperação.
Personagem importante nesse esforço foi John
Mott, Prêmio Nobel da Paz, que em 1910 ajudou a
organizar e presidiu a Conferência Missionária
Mundial que se realizou em Edimburgo, um marco
no movimento ecumênico moderno. Foi Mott que
cunhou a expressão “evangelizar o mundo em
uma geração”.
REAÇÃO LATINO AMERICANA A
EDIMBURGO
Os representantes da América Latina na
Conferência
de
Edimburgo
não
concordaram com a decisão de considerar
esta parte do continente como sendo já
evangelizado
pela
Igreja
Católica
Apostólica Romana.
Em 1916 aconteceu a Conferência do
Panamá que foi convocada com o objetivo
de justificar a presença missionária
protestante na América Latina e definir
rumos para o movimento no continente.
O Congresso do Panamá
Em 1913 as sociedades missionárias das igrejas
americanas convocaram uma reunião em Nova York com o
objetivo de tratar da ação missionária na América Latina e
da obra de cooperação entre as juntas missionárias. Dessa
reunião surgiu o Comitê de Cooperação que escolheu como
secretário geral o Rev. Samuel Guy Inman que tinha sido
missionário da igreja dos Discípulos no México.
O comitê convocou uma reunião em Cincinatti, Ohio (1914),
para tratar dos problemas missionários no México por causa
da saída dos mesmos devido à Revolução Mexicana. Ali, o
comitê dividiu o México entre as diversas juntas missionárias
e resolveu convocar um Congresso no Panamá com o
objetivo de consolidar a obra de cooperação.
O Congresso do Panamá
No dia 10 de fevereiro de 1916 o Congresso do Panamá
iniciou os seus trabalhos com a participação de 235
delegados de 44 sociedades missionárias norte-americanas,
uma canadense e cinco britânicas. Foi um Congresso com a
maioria de norte-americanos, o idioma usado foi o inglês,
havendo apenas 27 latino-americanos presentes. Entre
delegados e visitantes contou com a participação de 481
pessoas.
Presidiu a reunião o Prof. Eduardo Monteverde, de
Montevidéu; dirigiu os debates o missionário Speer; e
Samuel Guy Inman foi eleito secretário executivo. Estava
também presente à reunião o incansável John Mott. Foram
oito temas tratados na reunião: exploração e ocupação;
mensagem e método; educação; publicação; trabalho
feminino; a igreja no campo; as bases no lugar de origem e
cooperação e promoção da unidade.
Congresso do Panamá
O Congresso do Panamá encarregou o Comitê de
Cooperação de desenvolver as políticas aprovadas. Foram
formados sete comitês de cooperação (Rio da Prata, Brasil,
Chile, Cuba, Porto Rico, México e Peru) que se
encarregariam de levar a nível nacional as realizações
concretas de cooperação: produção de literatura, a
educação e a formação de pastores.
O Comitê de Cooperação para América Latina (CCAL),
dirigido a partir dos Estados Unidos, representava a política
desse país para o continente Latino Americano. O Panamericanismo foi a política de Estado dos EUA nesse
período, que se manifestava em uma política de boa
vizinhança e o CCAL era um organismo religioso que atuava
muito estreitamente com o Departamento de Estado
Americano.
Congresso do Panamá
Longuini Neto fez uma avaliação negativa do Congresso do
Panamá, considerando-o equivocado nas suas análises e
propostas e o responsável por antigos problemas do
protestantismo latino-americano como as relações com o
catolicismo e a divisão entre as duas principais correntes do
protestantismo, uma mais comprometida com questões
sociais e outra mais eclesiástica.
Erasmo Braga, ao contrário, ressaltou os aspectos positivos
do Congresso do Panamá: “o estudo científico da situação
latino americana”, o efeito moral imediato tanto nos
representantes das igrejas latinas como nas igrejas mães, o
relacionamento estabelecido com outros latino-americanos.
O Congresso de Montevidéu
(1925)
Esse Congresso fazia parte do
planejamento do CCAL, que objetivou
dois encontros, um na América do Sul
e outro para a América Central e
Caribe. Em 1925 os protestantes na
América Latina eram um contingente
de 712444 batizados.
O Congresso de Montevidéu
(1925)
Nesse Congresso ainda houve a predominância
norte-americana. Dos 165 delegados, 45 eram
latino-americanos e os demais eram missionários
norte-americanos, a língua oficial do encontro foi o
espanhol, mas na prática o inglês foi que
predominou. Doze temas foram trabalhados: (1)
campos não ocupados; (2) povos indígenas; (3)
educação; (4) evangelismo; (5) movimentos
sociais; (6) igreja e comunidade; (7) educação
religiosa; (8) missões médicas; (9) literatura; (10)
relações entre obreiros nacionais e estrangeiros;
(11) problemas religiosos especiais; e (12)
cooperação e unidade.
O Congresso de Montevidéu
(1925)
Os problemas sociais foram abordados pela
primeira vez e reafirmou-se a necessidade de se
proclamar um evangelho prático e não dogmático.
Esse acento em questões sociais provocou
reações por parte de algumas missões
independentes marcadas pelo fundamentalismo.
O Congresso de Havana (1929)
O Congresso de Havana, diferentemente do de
Montevidéu, foi todo organizado por latinoamericanos. Lá estava Erasmo Braga, que
recebeu o título de presidente de honra do
Congresso, o mesmo tinha participado também do
Congresso Missionário em Jerusalém.
Esse Congresso reuniu as lideranças das igrejas
do Norte da América Latina e do Caribe.
O Congresso de Havana (1929)
A reunião deu-se sob a influência da revolução mexicana,
do Concílio Missionário em Jerusalém e sob uma forte
liderança latino-americana principalmente dos mexicanos. O
Congresso foi presidido pelo professor e ex-revolucionário
mexicano Gonzalo Baez-Camargo. Contou com 169
delegados oficiais (cerca de 200 participantes), sendo que
86 eram latino-americanos. Quatro temas centrais foram
tratados em onze conferências. Os temas foram
solidariedade evangélica, educação, ação social e literatura.
No Congresso de Havana falou-se pela primeira vez em
“latinizar” o protestantismo, pois já se percebia o perigo do
entrelaçamento do protestantismo com os Estados Unidos
O Congresso de Havana (1929)
Foi em Havana que se propôs, pela
primeira vez, a formação de uma
“Federação Internacional Evangélica”, que
foi aceita por unanimidade
pelos
presentes, e que só foi retomada vinte
anos depois com a Primeira Conferência
Evangélica Latinoamericana de Buenos
Aires, em 1949.
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O Movimento Pentecostal - agemir de carvalho dias