Entrevista:
Carlos Eduardo
Corrêa Nogueira
C
arlos Eduardo Corrêa Nogueira é Diretor de Negócios Internacionais da vinícola brasileira Miolo, uma das maiores
do País. Em entrevista a Textos do Brasil, Nogueira comenta as qualidades dos vinhos brasileiros e relata um pouco da bem-sucedida história do plantio de uvas e da produção de vinhos
finos no Brasil. Segundo o engenheiro agrônomo, pelo fato de a tradição vinícola brasileira ser
pouco conhecida no exterior, seus produtos ainda encontram certa resistência em alguns mercados, não obstante seu alto padrão de qualidade.
Desse modo, Nogueira relata algumas iniciativas
que estão sendo empreendidas para romper os
estereótipos que, por vezes, são impostos ao vinho brasileiro, a fim de transformá-lo no mesmo
sucesso internacional em que se constituem a caipirinha e a cachaça brasileiras.
Sabores do Brasil
157
158
Barris.
Fonte: Vinícola Miolo Ltda
Textos do Brasil . Nº 13
TB: Quais as origens da produção
vinícola no Brasil?
CECN: O primeiro registro de vitivinicultura no Brasil data de 1538 com Brás Cubas, no
litoral paulista, que começou a estudar o desenvolvimento da cultura. Depois disso, algumas
mudas foram propagadas, principalmente pelos
jesuítas. Instalou-se na região de Sete Povos das
Missões e nas ilhas do estuário do rio Guaíba.
Mas, efetivamente, como uma atividade comercial, o início da vitivinicultura se deu a partir de
1875, com a imigração dos italianos para o Brasil
TB: No Brasil a tradição vinícola,
apesar de toda essa longevidade, ainda
é pouco conhecida. Quais os trabalhos
das instituições relacionadas ao
mundo do vinho para melhorar a
imagem dos vinhos brasileiros?
CECN: As instituições, hoje, têm trabalhado intensamente com sua divulgação. A idéia
principal é divulgar. A Uvibra, especificamente,
já tem 40 anos, atuando em âmbito nacional. É
o principal fórum de defesa da vitivinicultura
brasileira e de gestão junto aos governos. Sua
principal ação, e que queremos desenvolver ainda mais, é a promoção do vinho brasileiro por
meio de campanhas publicitárias, de divulgação
do consumo do vinho e das suas características
benéficas à saúde. Essa é a principal missão das
entidades, além de defender o setor e de trabalhar junto ao Governo na elaboração de políticas
setoriais.
TB: Existe algum plano de divulgação
da Uvibra ou dos produtores de
vinhos? Como é feito esse processo
de divulgação, principalmente no
exterior?
Sabores do Brasil
Efetivamente, como
uma atividade
comercial, o início da
vitivinicultura se deu
a partir de 1875, com a
imigração dos italianos
para o Brasil
CECN: A divulgação, principalmente no
exterior, é feita através do Wines from Brazil, que
é a nossa grande entidade representativa da vitivinicultura nacional em termos de exportação. É
um programa setorial integrado, feito com apoio
da APEX (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), no qual outras entidades,
como o Sebrae, se aliam como parceiras. A ação
do Wines from Brazil visa justamente à promoção
do vinho brasileiro no exterior. Hoje, se não me
engano, são 17 vinícolas associadas. Essas vinícolas se reúnem para promover o Brasil no exterior,
participando de feiras; fazendo visitas técnicas a
mercados; fazendo eventos de promoção – como
jantares harmonizados com vinho –, eventos de
degustação em hotéis, restaurantes e nas próprias embaixadas (o corpo diplomático tem nos
auxiliado bastante). Na área internacional, essas
são as principais atividades.
TB: Quais são os mercados que estão
sendo mais receptivos e quais os mais
indiferentes em relação ao vinho
brasileiro?
CECN: Os mercados mais receptivos são
os tradicionais consumidores de vinho, como o
mercado europeu e o americano. Esses mercados
já maduros reconhecem qualidade. Não adianta
159
A grande diversidade,
não só climática
e de solo, mas, até
mesmo, cultural, faz
com que tenhamos
uma diversidade de
produção muito grande,
conseguindo oferecer
produtos que outros
países, tradicionais
produtores, não
conseguem.
tentar vender um produto de qualidade para alguém que não sabe reconhecê-la. Portanto são os
mercados mais maduros os que aceitam o nosso
produto, essencialmente porque o vinho brasileiro, hoje, apresenta excelente relação custo/benefício, principalmente nas categorias premium
para cima. O Brasil, atualmente, não está se posicionando para brigar na questão de preços de
vinhos com Argentina e Chile, principalmente
por uma questão de volume de produção. O Brasil produz cerca de 40 milhões de litros de vinho
fino, enquanto a Argentina produz 1,2 bilhão e o
Chile 900 milhões. Eles têm condição de produzir
vinhos com menor preço, em função da economia
de escala. Entretanto, em termos de qualidade, o
Brasil, por ter uma diversidade climática muito
maior que esses países, produz vinhos desde o
extremo Sul até o Nordeste. No Chile e na Argentina, por exemplo, todos os vinhedos são irrigados com água gelada dos Andes; na Austrália,
160
por sua vez, a maioria dos vinhedos encontramse em regiões semidesérticas. Essa grande diversidade, não só climática e de solo, mas, até
mesmo, cultural, faz com que tenhamos uma diversidade de produção muito grande, conseguindo oferecer produtos que outros países, tradicionais produtores, não conseguem. Isso tem sido
o nosso grande diferencial no mercado externo.
Não estamos nos mostrando como mais alguém
que chegou para vender vinho barato; estamos
levando vinhos sofisticados, diferenciados e de
valor agregado. Esse é o principal posicionamento dos vinhos brasileiros. Portanto, mercados já
maduros, que reconhecem qualidade, que sabem
abrir duas garrafas de vinho e dizer: “bom, essa
aqui realmente vale mais do que a outra”, são os
mercados mais receptivos.
Os mercados menos receptivos são os pouco maduros, que ainda não conhecem vinhos,
que compram por reputação. O Brasil, por não
ter uma tradição vinícola muito grande e ainda
não ser reconhecido internacionalmente como
um grande produtor de vinho, muitas vezes sofre preconceitos e não consegue entrar em mercados emergentes, como China e América Latina,
os quais ainda não têm a cultura e o hábito de
consumir vinhos. Nossos principais mercados
são: Estados Unidos, Suíça, França, Alemanha,
Inglaterra. Todos tradicionais produtores de vinho, fora a Inglaterra.
TB: Além desse problema da falta de
conhecimento do vinho brasileiro,
quais são os outros desafios para a
promoção do vinho no exterior?
CECN: O primeiro desafio é tornar o Brasil um país conhecido como produtor de vinho.
É necessário conseguir incutir na mente do consumidor internacional que falar de vinho e falar
Textos do Brasil . Nº 13
Sabores do Brasil
Parreiras.
Fonte: Vinícola Miolo Ltda
161
Atualmente o Brasil
está se focando em
vinhos com qualidade
premium para cima,
que têm maior valor
agregado. Portanto o
nosso segundo desafio
é, justamente, fazer
com que o consumidor
internacional
reconheça essa
qualidade que estamos
oferecendo.
do Brasil não é uma coisa tão absurda. O que,
hoje, ainda é corrente, embora isso já esteja mudando. O segundo passo é mostrar que o vinho
brasileiro é um produto de alta qualidade e que
apresenta uma relação custo/beneficio acima da
média. Atualmente o Brasil está se focando em
vinhos com qualidade premium para cima, que
têm maior valor agregado. Portanto o nosso segundo desafio é, justamente, fazer com que o
consumidor internacional reconheça essa qualidade que estamos oferecendo. O terceiro desafio,
em uma etapa bem mais avançada, é conseguir
diferenciar as regiões internas do Brasil para o
consumidor internacional. Serão necessários ainda alguns anos de apresentação e de comunicação do produto brasileiro no exterior, para que se
consiga reconhecer um vinho da região do Vale
dos Vinhedos, um da região Nordeste brasileira,
um de Santa Catarina, ou um vinho da região
162
da Campanha no Rio Grande do Sul. Desejamos
que, no futuro, essas tipicidades regionais sejam
reconhecidas, como acontece na maior parte dos
países do mundo que já têm esse trabalho avançado.
TB: Já existem denominações de origem
no Brasil? Quais são?
CECN: Sim. A primeira denominação de
origem que surgiu no Brasil, o Vale dos Vinhedos, data de 2001. É uma indicação geográfica.
Outras regiões estão trabalhando para isso, mas,
atualmente, com reconhecimento do INPI como
indicação geográfica, só o Vale dos Vinhedos.
Existem no Brasil zonas de produção, o que é
obrigatório para exportação, caso contrário, o
mercado não reconhece como vinho fino. Há a
zona de produção da fronteira, que abrange a
região sul do Rio Grande do Sul, a zona de produção da Serra Gaúcha e a zona de produção
do Vale do Rio São Francisco, que engloba toda
a zona de produção no Nordeste. A idéia é que
se ampliem e que se criem novas zonas de produção, principalmente, com o desenvolvimento
da região. Em Santa Catarina, por exemplo, desenvolvem-se trabalhos muito bons, o que pode
fazer com que, em um futuro próximo, vire uma
zona de produção e, quem sabe até, algumas indicações de procedências.
TB: Muitos especialistas afirmaram
que o Brasil não teria condições de
produzir vinhos de alta qualidade,
dada sua tropicalidade. Quais os
fundamentos dessa afirmação?
CECN: Quem pôs fim a essa teoria de que
vinhos de qualidade somente poderiam se produzidos em regiões temperadas, entre os paralelos 40 e 45 norte e sul, foram os neozelandeses,
que produzem vinhos de ótima qualidade acima
Textos do Brasil . Nº 13
de 45° de latitude sul. Os canadenses também,
com os ices wines, ajudaram a derrubar essa teoria. Então acredito que o Nordeste vai acabar totalmente com essa idéia. Na verdade, existe uma
universalidade de produção de uva. Já está perfeitamente comprovado que se pode produzir
desde a Groelândia até o Nordeste brasileiro. Países que eram piadas no mundo do vinho, como
a Inglaterra, da qual se dizia “isso é raro como
vinho inglês”, hoje, produzem excelentes vinhos.
Esse lobby de uma região preferencial, foi posto
abaixo há muitos anos. Hoje, o Brasil, com a sua
dimensão continental, só não tem produção de
vinho na Amazônia. No restante do País, há regiões de produção bastante interessantes, vinhos
bem interessantes, projetos muito bem desenvolvidos, que vêm avançando rapidamente.
TB: Como está atualmente o projeto
de plantio de uva no São Francisco?
Muitos, afirmavam que não seria
possível produzir uvas de qualidade,
mas, atualmente, se produz duas
safras de uva ao ano.
CECN: Exatamente. Esse projeto do Vale
do São Francisco é muito interessante e bastante antigo, pois foi iniciado na década de 40 pela
Cinzano, que lá produzia vermute. Em 1970, a
fazenda Milano, do grupo Persico Pizzamiglio,
desenvolveu um projeto muito interessante, também na parte de produção de vinhos. Em 1980,
por sua vez, a vinícola Aurora deu início a um
projeto chamado “Bebedouro”, que incentivava
a migração de famílias produtoras de uva para
aquela região. Atualmente, vários projetos estão se estabelecendo lá, como Garziera do Brasil, Garziera da Itália, Bianchetti Tedesco, Ouro
Verde, Botticelli, que já é bem antigo, e, mais
recentemente, a Rio Sol, que surgiu da união da
portuguesa Dão Sul, grupo Raimundo da Fonte
Sabores do Brasil
e da importadora Expand. Com isso, observa-se
que esse projeto não é invenção recente, pois se
trata de 67 anos de desenvolvimento, que já deixou de ser, há algum tempo, um desafio ou uma
curiosidade, para ser tornar uma realidade. Um
dos comentários da principal crítica de vinhos
inglesa, Jancis Robinson, foi da qualidade dos vinhos produzidos no Nordeste do Brasil, que possuem alguns varietais bem desenvolvidos, bem
característicos e plenamente adaptados à região.
Entre eles, podemos citar o Shiraz e o Moscatel.
O que se está buscando hoje no Nordeste são novas variedades de uvas adaptadas à região para
ampliar a gama de produção. Mas as variedades
já instaladas, como Cabernet Sauvignon, Shiraz,
Moscatéis e Chenin Blanc, estão plenamente desenvolvidas, estão no mercado internacional e já
são reconhecidas.
TB: Onde se encontra a maior parte da
produção de vinhos no Brasil ?
CECN: Pode-se considerar que a maior
parte da produção nacional, uns 90%, no que diz
respeito a vinhos finos, está no Rio Grande Sul.
Apenas de 5% a 7% da produção está concentrada no Nordeste brasileiro. No Brasil, existe uma
grande diferença entre vinhos finos e vinhos
comuns. Para se ter uma idéia, o total do mercado brasileiro está ao redor de 350 milhões de
litros. Dessa quantia, 268 milhões, são de vinhos
comuns, que são os elaborados de uvas híbridas
americanas. O restante, 82 milhões de litros, é de
vinhos finos, os que se originam de uvas vitiviníferas (Cabernet, Merlot, Chardonnay, etc ).
TB: Quais as principais qualidades do
vinho brasileiro?
CECN: Acho que falar do vinho brasileiro
como um todo é um pouco complicado. Nós temos uma diversidade de produção muito gran163
de. Podemos falar das características dos vinhos
da Serra Gaúcha, das características dos vinhos
da região Nordeste, dos vinhos de Santa Catarina. Cada região tem uma característica muito
diferente. Agora, o que se pode dizer é que a
maior produção está no Rio Grande do Sul. As
principais características seriam leveza e uma
forte presença de fruta. São vinhos muito frutados, com um excelente equilíbrio entre estrutura e acidez. Como são muito equilibrados na
graduação alcóolica, isso faz com que tenhamos
vinhos leves e agradáveis de beber. Mas, como
eu disse, o Brasil é muito grande. Temos, dentro
do próprio Rio Grande do Sul, a região da Fronteira ou a região da Campanha, onde pela excelente condição climática e do solo, temos vinhos
também muito frutados, muito estruturados,
mas com uma graduação alcóolica mais elevada
em função do grande déficit hídrico na época de
colheita. Entretanto, via de regra, pode-se dizer
que a principal característica do vinho brasileiro
é ser frutado, leve, aromático e bem equilibrado
na graduação alcóolica.
TB: O vinho nacional ainda sofre
preconceito por parte dos próprios
brasileiros? Qual é o vinho preferido
pelo paladar brasileiro?
CECN: Sim, sofre bastante preconceito
ainda. O Brasil se enquadra naqueles países que
ainda não estão maduros. O nosso consumo per
capita está ao redor de 1,8 litros/ano. Segundo dados de 2007, o total da venda de vinhos finos no
Brasil é de 70 milhões de litros: 22 milhões são
nacionais e 48 milhões são importados. No que
diz respeito aos espumantes, o mercado é de 12
milhões de litros: 7 milhões e 600 mil são nacionais e 4 milhões e 500 mil são importados. O que
se percebe é que, à medida que a cultura cresce,
164
o consumo de vinho aumenta e há maior valorização do produto nacional. Isso acontece muito
no exterior, onde os consumidores já sabem reconhecer um produto de qualidade. Acredito que,
no Brasil, isso logo se reverterá.
Logicamente, não é total responsabilidade
do consumidor. Os produtores têm grande participação nessa má percepção do vinho brasileiro. Nos últimos 10 anos é que houve um grande
investimento na produção nacional de vinhos
finos e um aumento incrível em qualidade. Muitos consumidores brasileiros não acompanharam
essa evolução e ainda têm a imagem de que o vinho brasileiro é um produto de baixa qualidade.
Antigamente, essa imagem distorcida até se justificava em alguns produtos pela baixa tecnologia
oferecida, mas, atualmente, o Brasil está à frente
de muitos países antigos e tradicionais produtores, porque adquirimos tudo que há de mais
moderno em termos de elaboração de vinho; as
principais vinícolas brasileiras têm consultores
internacionais que auxiliam na elaboração e no
aporte de tecnologia. Isso fez com que, em um
período de dez anos, o vinho brasileiro entrasse
num patamar de qualidade internacional, tanto é
que está sendo reconhecido mundo afora como
um produto exportável.
TB: Existem diferenças entre os
vinhos brasileiros consumidos no País
e os que são destinados à exportação?
CECN: São basicamente os mesmos produtos, inclusive são embalados no mesmo momento. A diferença está somente no rótulo, porque o
do vinho exportado apresenta as características
legais do país de destino. O que se observa é que,
com relação ao vinho exportado, o mercado procura e consome vinhos de maior valor agregado,
premium para cima.
Textos do Brasil . Nº 13
TB: A qualidade do espumante
brasileiro o coloca entre os melhores
no mundo. Quais suas características?
CECN: A principal região de produção
de espumantes é a Serra Gaúcha. As variedades
como Chadornnay, Pinot Noir, os próprios proseccos, se adaptaram muito bem à essa região
que, por causa do solo e do clima, faz com que
esses produtos apresentem frescor e muita jovialidade. O espumante brasileiro é um produto
bastante aromático, cujo frescor é proporcionado
pelo excelente balanço entre acidez e estrutura.
Nas regiões onde não se tem essa estrutura e
acidez, os espumantes são menos refrescantes, e
essa característica de frescor do espumante brasileiro faz com que ele se destacasse internacionalmente. Pode-se dizer que, nos últimos cinco
anos, o Brasil somente perdeu para a região de
Champagne, na França, em termos de número de
prêmios internacionais de espumantes.
TB: E como é a receptividade dos
espumantes brasileiros no exterior?
CECN: O grande problema com relação
à exportação de espumantes é que o Brasil não
produz espumantes comuns, nossa exportação
está focada em espumantes premium, e o mercado está dominado por espumantes baratos,
principalmente as cavas espanholas e os proseccos italianos – produtos que dominam o mercado
no patamar de preços baixos. Já nos produtos de
valor agregado, os franceses por toda reputação
que têm, praticamente dominam sozinhos o mercado. Mas o mercado está mudando. O consumo
de espumantes que não era muito grande no
mundo, limitava-se a ocasiões de festas e a momentos de celebração já está começando a entrar
no consumo diário. Já se vê, no Brasil e no mundo, as champanharias – bares que vendem espumantes – onde se começa a valorizar a qualidade
Nos últimos cinco
anos, o Brasil somente
perdeu para a região
de Champagne, na
França, em termos
de número de prêmios
internacionais de
espumantes.
e a dar importância ao preço. Nesse nicho, quando você quer qualidade e não está disposto a pagar um preço muito alto, entram os espumantes
brasileiros, que são produtos de qualidade, mas
não tão caros. É nesse mercado que o Brasil está
se inserindo em termos de espumantes.
TB: O sucesso no exterior da
caipirinha e da cachaça brasileiras,
quase como ícones pátrios, inibe a
projeção externa dos nossos vinhos?
CECN: Tudo o que você fala e apresenta de
qualidade do Brasil no mundo ajuda o vinho brasileiro. No exterior, fala-se muito bem da caipirinha, que é um ícone brasileiro, e também dentro
do nosso País ela é considerada um excelente
drink. As diferentes iniciativas, sejam as da cachaça, dos vinhos, dos nossos estilistas, das nossas modelos, ou dos nossos jogadores de futebol,
fazem um sucesso internacional fantástico. Tudo
que se divulga, mostrando um Brasil sofisticado,
alegre, com todo o seu lado bom, ajuda, sim, a
promoção do vinho brasileiro. A Alemanha, hoje,
é um dos principais consumidores de caipirinha
do mundo, e um dos principais mercados para a
cachaça, e a Alemanha é igualmente um excelente importador de vinhos brasileiros.
Download

Entrevista: Carlos Eduardo Corrêa Nogueira