V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
A Inclusão de Pessoas com Deficiência pelo Turismo
A Democratização de Benefícios na Atividade Turística
1
Marisa Macedo Moreira2
Resumo
O tema Inclusão vem sendo cada vez mais debatido pela sociedade. Os
profissionais de Turismo não podem ficar alheios ou ignorar essa discussão, pois 10% da
população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil, de acordo com o Censo
Demográfico de 2000, 24,5 milhões de pessoas disseram ter alguma deficiência. Esse enorme
grupo não pode ser ignorado, seja pelo aspecto social ou pelo econômico. Visando a estudar
essa atual situação, foi realizada uma pesquisa de campo com entrevista a treze atletas do
Instituto Benjamin Constant, sobre suas necessidades e impressões dos processos de Inclusão
percebidos durante suas viagens para competições pelo Brasil e pelo Mundo.
Palavras-chave: Turismo; Inclusão; Pessoas com Deficiência
A definição de Turismo utilizada pela Organização Mundial de Turismo (OMT)
apresentada por Ignarra (2001, p. 23) diz que “o deslocamento para fora do local de residência
por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por razões não econômicas”
configuraria uma atividade turística. Nesse momento, no entanto, não nos cabe definir as
modalidades ou características dos deslocamentos turísticos, portanto nos bastará essa
conceituação para a discussão a ser realizada. Para efeito de metodologia, considerou-se o
turismo como uma atividade ligada ao lazer, e suas práticas descontextualizadas do exercício
profissional das competições pelos entrevistados. Embora não seja difícil dissociar as duas –
as viagens para competir e o exercício de atividades inerentes ao turismo – o objetivo
principal era o de pesquisar o efeito que esses deslocamentos, essas viagens podem produzir
nos entrevistados. Além, é claro, de melhor conhecer esse público, sobre o qual ainda se tem
tão poucas informações.
De acordo com Krippendorf (2003), a experiência das férias e do lazer longe de
nossas casas pode criar grandes oportunidades na busca do enriquecimento interior e no
exercício da liberdade, da compreensão mútua e da transposição para nosso cotidiano dessas
novas sensações. John Urry (1996) também afirma que a diferença constrói “olhares” do
1
Trabalho apresentado ao GT 4 “Turismo para Pessoas Especiais” do V Seminário de Pesquisa em Turismo do
MERCOSUL – Caxias do Sul 27 e 28 de junho de 2008
2
Bacharel em Turismo, Guia de Turismo, Advogada, Mestranda ouvinte da disciplina Antropologia do
Turismo do PPCIS- Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro – UERJ e.mail: [email protected]
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turista. O turismo pode enfim ser considerado um exercício informal da diplomacia.
Quando tem-se oportunidade de conhecer um ambiente diferente
tomamos
consciência de nossa própria viagem interna, descobrindo o caminho que por fim leva a nosso
próprio ser, ainda segundo Krippendorf (2003). É a partir desse descobrir que se pode e deve
imaginar o processo da inclusão, de dentro para fora e de fora para dentro também. Para
incluir o outro é importante que nos sintamos, nós mesmos incluídos, é está sensação de
pertenecimento a alguma sociedade que nos permitirá trazer para ela aqueles com quem
convivemos.
A relação com o Outro, percebida pelo conceito da alteridade é que nos possibilita um
convívio social mais profundo e significativo. Segundo Silva (8 ago. 2006) “a palavra
alteridade, que possui o prefixo alter do latim possui o significado de se colocar no lugar do
outro na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e diálogo com o
outro.” Nada além do que ser capaz de não fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que nos
fosse feito. É a diversidade entre todos que deve ser catalisada e contabilizada nesse grande
contexto da Inclusão.
O tema “inclusão” tem sido recorrente em inúmeras pesquisas nos últimos anos, nas
diversas áreas do saber. Iniciativas como a elaboração pela Organização das Nações Unidas,
em 1975, da Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, dispositivos da Constituição
Federal do Brasil, de 1988, e uma infinidade de Leis, Tratados e outras referências no âmbito
internacional e nacional embasam políticas que visam a garantir a toda pessoa com deficiência
seus direitos básicos: liberdade, saúde, educação, trabalho, cultura e lazer.
O Código de Ética Mundial para o Turismo,
de 1999, também
alerta para a
importância do Turismo, exercido de forma ética, como forma de compreensão internacional,
um exercício da paz, da liberdade, tolerância e respeito à diversidade, desenvolvimento
individual e coletivo, para todos, sem exceção. O Plano Turismo no Brasil 2007 / 2010, do
Ministério do Turismo também prevê exercícios no sentido de trabalhar a questão da
acessibilidade ao Turismo de uma forma geral, prevê ações com relação ao Turismo Social,
disponível a um número maior de pessoas e ações nas escolas também.
Talvez, no que se diga respeito à legislação,
guarnecidos, mesmo que nem sempre, na prática,
já estejamos suficientemente
aquelas sejam cumpridas. Embora
importantes, não são apenas as questões de ordem filosófica, jurídica ou arquitetônica que
devem ser pensadas.
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Analisando sob o aspecto econômico, observamos a inserção, embora de forma lenta,
de um grande contingente de mão-de-obra no mercado de trabalho e, conseqüentemente, uma
orda de novos consumidores inclusive de produtos turísticos e relacionados à cultura e ao
lazer. Segundo Werneck (1999, p.30):
Nesse contexto, vem surgindo um novo tipo de direito, o cultural, para garantir que os
cidadãos mantenham e satisfaçam a diversidade e as necessidades de seus modos de vida.
Os direitos culturais são parte dos direitos humanos: TODAS as pessoas devem participar
plenamente da vida cultural de suas comunidades
Este é o momento de tomarmos parte, como pensadores do Turismo, nessa discussão e
tentarmos ocupar os enormes vácuos que ainda existem na sociedade brasileira com relação
ao cumprimento dos direitos básicos do cidadão, em geral e, especialmente, das pessoas com
deficiência. Não podemos pensar que a inclusão é um mero favor, uma mera concessão. Ela
deve ser no mínimo uma obrigação, um dever de cada um e de todos nós. Não devemos ser
marcados por nossas limitações, mas podemos sê-lo por nossas competências e habilidades.
O tema Turismo para pessoas com deficiência já é levado a sério em vários países do
mundo. Nos Estados Unidos, foi criada há trinta anos, a Society for Accessible Travel &
Hospitality (SATH), que representa viajantes com deficiências. Na França, também existe a
Association Tourism & Handicaps, que entre outros programas tem atuado em um projeto de
certificação de locais acessíveis a pessoas com deficiência. Há inúmeras outras iniciativas
nesse sentido, o que reforça a importância de se pensar a esse respeito e discutir com a
sociedade a importância de criar meios de tornar o Turismo cada vez mais acessível sob todos
os pontos de vista.
É importante, no entanto, definir o que são essas deficiências e como se apresentam.
De acordo com o Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
aproximadamente 24,5 milhões de brasileiros, 14,5% da população total, manifestaram ter
alguma incapacidade ou deficiência. Mapeando essas deficiências, observamos que a
deficiência mental representa 8,3 % , a física 4,1 % , a motora 22,9 % , a auditiva 16,7 % e,
finalmente a visual, com 48,1 % daquele total. Contabilizando-se nesses números, as pessoas
com ao menos alguma deficiência de ordem física ou mental, e certa dificuldade para se
locomover, ouvir ou enxergar e pessoas idosas distribuídas nas diversas categorias.
Uma vez que representa proporcionalmente quase a metade da população de pessoas
com algum tipo de deficiência, a visual foi escolhida para ser estudada no âmbito do
Turismo e suas derivações. A pesquisa foi realizada junto a treze atletas, de diversas
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modalidades esportivas, do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. A classificação
oftalmológica escolhida pela Federação Internacional de Esportes para Cegos – IBSA
(International Blind Sports Federation) divide em três categorias os atletas com deficiência
visual, conforme dados do CBDC –Confederação Brasileira de Desportos para Cegos, a saber:
B 1: De nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com
incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B 2: Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou
campo visual inferior a 5 graus.
B 3: Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5
graus e menos de 20 graus.
Todas as classificações deverão considerar ambos os olhos, com melhor correção (isto é,
todos os atletas que usarem lente de contato ou lentes corretivas deverão usá-las para
classificação, mesmo que durante as competições não pretendam usá-las) .
Em 1989, foi fundado o Comitê Paraolímpico Internacional - IPC, e conseqüentemente
comitês paraolímpicos foram criados em vários países. Em 1993, a idéia de um comitê
paraolímpico no Brasil passou a ser debatida por entidades ligadas ao setor. Porém, apenas
em 9 de fevereiro de 1995, seria fundado o Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPB com sede
na cidade de Niterói, RJ. Seu principal objetivo é consolidar o movimento paraolímpico no
Brasil, visando ao pleno desenvolvimento e à difusão do esporte de alto rendimento para
pessoas com deficiência em nosso País.
A princípio, a existência de competições específicas para pessoas com deficiências
pode parecer por si mesma, na visão de Sassaki (1997), segregadora, porém aquelas
(competições) são formatadas e conduzidas de forma a garantir a participação de todos os que
assim o desejarem uma vez que estes eventos buscam “(...) o alto nível de cada atleta e não o
atleta de alto nível” (SENATORE, 1997, p. 309). Os atletas participantes da pesquisa atuam
em várias modalidades esportivas, sendo que alguns em mais de uma, podemos citar como
principais : Atletismo, Goalball e Natação.
O Atletismo é atualmente o esporte mais praticado dentre os setenta países filiados à
IBSA (International Blind Sports Federation). Além dos Jogos Paraolímpicos, constam do
calendário Maratonas, Jogos Mundiais e Campeonatos Mundiais para Jovens. Segundo dados
da CBDC (31 out. 2006) a modalidade possui quase todas as provas que compõem a
Federação Internacional de Atletismo - I.A.A.F., com exceção das provas de salto com vara,
lançamento do martelo, corridas com barreira e obstáculos. As provas são divididas de acordo
com o grau de deficiência visual (B1, B2 e B3) . As regras são adaptadas para os atletas B1 e
B2 para quem é permitido o uso de sinais sonoros e de um guia, que corre ao lado do
competidor para orientá-lo. Eles competem unidos por uma corda presa às mãos e o atleta
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deve estar sempre à frente. As modalidades para os competidores B3 seguem regras
semelhantes ao do atletismo regular.
O goalball, de acordo com dados da mesma Confederação (31 out. 2006), é uma
modalidade esportiva criada especialmente para deficientes visuais. No ano de 1946, o
austríaco Hanz Lorenzen e o alemão Sett Reindle criaram a atividade com o objetivo de
ajudar no processo de reabilitação de soldados que se tornaram deficientes visuais após sua
participação na Segunda Guerra Mundial. Em 1976, foi exibido sem fins de disputa, durante
os jogos Paraolímpicos de Toronto. Em 1980, na Holanda, já passou a fazer parte do quadro
de competições. Em 1984, as mulheres passaram a disputá-lo nos jogos de Nova York. Tratase de um esporte coletivo do qual participam duas equipes com três jogadores cada e mais três
atletas reserva. Os atletas também competem de acordo com suas categorias B1, B2 e B3,
separados em equipes masculina e feminina. Em jogo, uma bola com guizos desenvolve
trajetórias que são percebidas através da audição pelos atletas. Daí a importância do silêncio
absoluto durante as competições. O objetivo é marcar o maior número de gols no campo
adversário em dois tempos de dez minutos cada. Os três jogadores atacam e defendem.
Na natação, conforme dados divulgados pela mesma Confederação (31 out. 2006),
provas disputadas são equivalentes às modalidades praticadas historicamente: livre, costas,
peito e borboleta, e também são divididas por categorias de acordo com a classificação
oftalmológica B1, B2 e B3, sendo que cada uma disputa entre si. No início da década de
1980, foi introduzido o tapper nas provas para atletas B1 e B2, que é um técnico que fica à
beira da piscina segurando um bastão com uma bola de tênis na ponta, com a qual toca nas
costas do atleta para que ele saiba a hora exata da virada. Para os nadadores B1, é obrigatório
o uso de uma venda totalmente opaca.
Análise das entrevistas realizadas com os atletas do Instituto Benjamin Constant
As entrevistas para este artigo foram realizadas na sede do Instituto Benjamin
Constant, nos dias 24 e 30 de outubro de 2006. Várias perguntas abertas e fechadas foram
realizadas, com o objetivo de mapear o quadro de atuação desses atletas, seu comportamento
e suas impressões durante suas viagens para
internacionais. Das
participar de competições nacionais e
treze entrevistas realizadas, oito foram com homens e cinco com
mulheres, uma vez que parece haver proporcionalmente um número maior de rapazes em
competição, embora em termos de resultados as mulheres sejam tão competentes quanto os
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homens. Informamos, também, que a faixa etária dos entrevistados varia dos 15 aos 26 anos.
No que diz respeito à renda familiar, 69,23% encontram-se na faixa de 1 a 3 salários
mínimos, 23,07% perfazem de 4 a 6 salários, e apenas 7,69 % mantém-se entre 9 e 15
salários. A partir dos dados básicos as perguntas passaram a ser mais específicas .
Questionados sobre quantas vezes viajavam por ano, aí consideradas viagens nacionais
e internacionais 61,53% responderam de 3 a 5 vezes, e 38,46% acima de 5 vezes. Há
campeonatos regionais e circuitos que acontecem durante todo ano, o que permite a maioria
dos atletas viajarem com uma boa freqüência. O motivo da viagem – trabalho ou lazer,
levanta um dado curioso: todos já viajam com certa freqüência a trabalho, mas apenas dois,
15,38% também viajam a lazer. Se compararmos esse a outro quesito, sobre as maiores
dificuldades que sentem para viajar, podemos tecer algumas conclusões: 46,15% dos
entrevistados alegaram falta de recursos financeiros, 23,07 % apontaram a falta de espaços
adequados (aqui considerado também como acessibilidade), 7,69 % acreditam faltar produtos
turísticos adequados a suas necessidades específicas, 23, 07 % citaram outros problemas de
cunho pessoal e nenhum deles justificou-se por falta de interesse.
A partir desses dados podemos constatar que se não viajam mais a lazer, isso se deve
muito mais à falta de recursos financeiros e de produtos do que à falta de interesse. Todos
têm, de alguma forma, interesse em viajar. Com o objetivo de constatar a maior ou menor
facilidade em viagens internacionais, foram realizadas perguntas sobre o conhecimento de
outros idiomas. Do total, 30,76% tem algum conhecimento da língua inglesa ou espanhola, e
69,23% desconhecem outros idiomas além do português. Porém todos responderam que
gostariam de aprender inglês ou espanhol para melhor se comunicarem com os atletas
estrangeiros durante as competições internacionais.
Quanto ao meio de transporte preferido, a pergunta dividiu as alternativas entre os
modais e alcançou os seguintes resultados: rodoviário (76,92%), aéreo (30,76 %), ferroviário
(0 %) e aquaviário (0% ), curioso observar que o total não soma os 100% . Um dos
entrevistados escolheu dois meios: O rodoviário pela integração com os companheiros de
esporte e o aéreo pela rapidez. Além da possibilidade de confraternização e diversão com os
colegas, foi dada como razão de escolha do rodoviário, o medo de avião. A escolha do
transporte aéreo também deveu-se à praticidade. Embora não tenha sido citado diretamente,
alguns disseram que a viagem ferroviária seria interessante, assim como a aquaviária. Luis
Pereira da Silva Filho, atleta do Goalball, afirma que a viagem de ida “é mais legal, mas a
volta seria sempre mais confortável se fosse feita de avião”.
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Ao serem inquiridos sobre a época do ano em que preferiam viajar, a quase totalidade
alegou indiferença ao fato, apenas dizendo que preferia poder evitar épocas de chuvas.
A pergunta seguinte diz respeito à necessidade de viajar acompanhado. Do total, 61,53
% afirmaram sim, enquanto 38,46% não sentem necessidade de acompanhamento durante as
viagens. Dentre os que disseram sim, alguns ressaltaram que precisavam de alguém quando
em direção a lugares desconhecidos. Uma outra pergunta foi estabelecida com relação a que
tipo de companhia preferiam ao viajar: nenhum respondeu preferir a companhia de um guia
de turismo; 15,38 % escolheram algum membro da família; 30,78% optaram por amigos, e
61,53 disseram outros, diga-se namorado (a) ou treinadores. Sendo que o primeiro foi eleito
pela maior parte como principal escolha, o que aponta um pendor de caráter afetivo e não
necessariamente de dependência. Poderia ser também interessante se fazer uma busca mais
detalhada com relação aos motivos de ninguém ter escolhido a resposta Guia de Turismo: se
por desconhecer sua função ou simplesmente por não achá-la necessária ou útil. No entanto,
nossa pesquisa não possuía instrumentos para dirimir essa dúvida.
Uma outra pergunta tentava traçar a preferência de destinos dos diversos entrevistados.
Foram listadas dez opções: Estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste, Brasil, América do Sul,
América Central, América do Norte, Europa, África, Ásia e Oceania. Além da curiosidade de
conhecer novos lugares, a vontade de rever amigos também foi apontada como motivo da
escolha. A pergunta foi aberta a múltiplas respostas e as mais freqüentes foram Brasil e
Europa, com cinco respostas para cada uma. Dentro da Europa, Espanha e França foram as
preferidas. América do Norte e Ásia contaram cada uma com duas referências. A primeira foi
apontada por atletas que participaram de uma competição no Colorado. Dentro do continente
Asiático, o Japão foi o país escolhido. O Estado do Rio de Janeiro foi preferência de apenas
um dos atletas, que associou a proximidade e a facilidade do deslocamento como principal
causa de sua escolha. A Oceania também foi apontada por um dos atletas, que fez referência à
Austrália. Os demais quesitos não foram especificamente citados. Luiz Fernando Alves da
Conceição, praticante do Goalball e do Futsal, afirma que não tem preferência por um lugar,
mas pela possibilidade de encontrar amigos.
As duas questões, a seguir, mantinham uma certa relação com a anterior, e perguntavase quais teriam sido a melhor e a pior viagem que os atletas haviam feito. Examinando as
respostas, percebe-se que há uma certa relação entre o fato de o atleta ter obtido bons ou maus
resultados nas competições e ter gostado ou não do local. As viagens tornaram-se mais
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marcantes pelo fato de o atleta ter ganho uma medalha de ouro, por exemplo, ou de sua equipe
ter vencido. Há casos em que a longa distância percorrida em más condições das estradas
também se tornaram estafantes, principalmente, na viagem de volta. Condições precárias nos
alojamentos e instalações durante as competições também contribuíram para a má impressão
causada pelas cidades apontadas. O fator violência também foi apontado como ponto
negativo. Felipe de Souza Gomes, do Atletismo, alegou que sua melhor viagem foi para a
Holanda, principalmente, pelo fato de ter ganho uma medalha de prata e ter-se classificado
para a para-olimpíada de 2008.
Os participantes da entrevista responderam também a questões sobre os meios de
transporte nas cidades palco das competições nos quesitos: ótima, muito boa, boa, regular,
ruim, péssima. Do total, 15,38 % responderam muito boa, 15,38% boa, 30,76% regular,
38,46 % não responderam. Os demais quesitos não foram apontados. Dos que preferiram não
responder, a alegação principal é de que não tiveram oportunidade de utilizar os meios de
transporte convencionais, pois o traslado dos estádios era feito em veículos fretados, para o
evento. Um dos entrevistados, Pedro Rafael Oliveira Pinto, praticante de natação e atletismo
deu um importante depoimento: “Para o visual é fácil, as pessoas são solícitas em ajudar a
pegar o ônibus, mas para os deficientes físicos é mais complicado”. Apontando que não há
muito o que se adaptar nos meios de transporte para pessoas com deficiência visual, embora
haja projetos arquitetônicos e estruturais que tornariam
mais acessíveis os meios de
transporte, através de painéis eletrônicos, por exemplo, que indicariam ao motorista que há
pessoas esperando por ele ou avisassem aos primeiros que seus ônibus estão chegando.
Sobre a forma de recepção e atendimento nos hotéis com respostas divididas entre
ótima, muito boa, boa, regular, ruim e péssima, os resultados foram: 7,69% de ótimo, 15,38%;
muito boa, 46,15%; boa, 30,76%; regular, e nenhum ruim ou péssimo. É importante observar,
que nem sempre quando viajam para competir, os atletas ficam hospedados em hotéis. Muitas
vezes os competidores são alojados em centros esportivos ou universitários, por exemplo. O
atleta do goalball Luis Pereira da Silva Filho se sente muito bem recebido pelos recepcionistas
“igual a todos” com quem convive durante suas viagens. O nadador Pedro Rafael Oliveira
Pinto, comenta que em determinadas competições têm pessoas do comitê organizador que
instruem os funcionários dos hotéis sobre a “melhor forma de ajudar os atletas”.
Dentre os entrevistados, a adaptação dos meios de hospedagem foi considerada: muito
boa, por 7,69%; boa, por 15,38%; regular, por 38,46%. Um total de 38,46% não opinaram
diretamente nos quesitos apontados indicando como “normal” a categoria mais condizente
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com suas opiniões. Embora faltem avisos em braille, como afirma a atleta Giselle da Silva,
nadadora, a deficiência visual não necessita de adaptações como as exigidas pelos deficientes
físicos, segundo comentários do atleta Rodrigo Machado. Quesitos como ótimo, ruim e
péssimo não foram escolhidos.
Com relação à adaptação dos locais de competição, os maiores índices ficaram entre
boa – 30,76 % e regular – 38,46 % Luciano Cesar da Costa Alves, do atletismo, resumiu
com uma frase a situação : “a gente se adapta ao local”. As opções ótima, muito boa, ruim
ficaram em média com 7,79 % cada, péssima não foi escolhida por ninguém. As competições
são realizadas nos mesmos locais em que participam os não deficientes. A nadadora Sueli
Cristina Carvalho de Souza sugeriu que as instalações poderiam ser melhoradas se houvesse,
por exemplo, degraus e guias ao redor das piscinas para facilitar a percepção.
A segurança nos locais de competição também foi questionada e assim respondida:
ótima, 7,69 %; muito boa, 23,07%; boa, 7,69%; regular, 30,76%; ruim, 7,69 %; péssima,
15,38%; outros 7,69 % . Ana Carolina Duarte Ruas Custódio, da equipe do goalball, por
exemplo, afirma que embora tenha sempre muita gente ajudando, poderia ter mais segurança
de uma forma geral. Fabiane Cristina Alves, praticante de atletismo, goalball e Remo, afirma
que são os árbitros das competições que também contribuem para a melhora das condições de
segurança dos locais apontados, uma vez que estes atuariam não apenas exercendo suas
funções, mas também garantido a título de gentileza a segurança física dos atletas.
Embora nem sempre tenham tempo para o contato com a população dos locais
visitados, quando questionados a esse respeito os atletas responderam: muito boa 30,76 % ,
boa 46,15% , regular 7,69% , outros 15,38 %. As respostas ótima, ruim e péssima não
apareceram Anderson Dias da Fonseca, do Goalball, e do Futsal, diz que muitas vezes as
pessoas “não sabem como chegar”, talvez por falta de informação. Por sua vez, Liwisgton da
Silva Costas, do Futsal e do Atletismo, afirmou que na maioria dos locais visitados o fato de
ser carioca já atrai de antemão a simpatia das pessoas. Valéria Moura, do goalball e do
atletismo, observou que uma vez que a deficiência visual não é tão aparente, não se sente
discriminada: embora, em função da rigidez dos horários de competição, não só ela mas os
atletas em geral não têm muito tempo de passear pelas cidades.
As duas últimas perguntas dizem respeito aos processos de reabilitação e inclusão pelo
Turismo respectivamente. A primeira delas foi: Acredita que o Turismo possa ajudar na
reabilitação de pessoas que ficaram deficientes durante a infância, adolescência ou fase
adulta? Do total 92,30 % responderam que sim , que a possibilidade de praticar o Turismo,
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realizar viagens pode colaborar nos processos de reabilitação, por motivos como: a
possibilidade de “desenvolver a percepção das coisas e dos espaços” – (Luiz Fernando Alves
da Conceição; “novas perspectivas de como é o mundo”- (Pedro Rafael. O. Pinto); “o fato de
estar em atividade já é importante” (Suely Cristina C. de Souza); saber que ”pode fazer tudo
como qualquer outra pessoa” (Ana Carolina D. R. Custódio), “comunicação e independência”
(Luis P. da Silva Filho) ; “provar para os outros que você pode tudo” (Valéria Moura), além
de uma série de outros comentários. O único atleta que disse não, embora tenha dito que
também ajuda na reabilitação, apontou que o principal fator não é externo, é de ordem interna,
psicológica.
Finalmente, a última pergunta foi: Acredita que o Turismo colabore com a Inclusão de
Pessoas com deficiência? Foi a única unanimidade das 24 questões: 100% responderam sim e
teceram comentários como: “Ver mais deficientes” (Luiz Fernando A. Conceição), “Fazer
mais amizades” (Anderson Dias), “as pessoas ainda não estão muito acostumadas a lidar com
pessoas portadoras de deficiências. ... se elas se conscientizarem que é importante viajar, não
se privar, podem sair ganhando muito nisso” (Pedro Rafael O. Pinto); “conhecer, saber mais,
mais informação, menos preconceito”(Ana Carolina D. R. Custódio), entre outra tantas
observações.
A partir da análise dos resultados das pesquisas é possível chegar a algumas
conclusões. A falta de informação é e será sempre o grande problema que alimenta o
preconceito e a deficiência. Cada ser humano tem suas peculiaridades, suas limitações e
deficiências, aparentes ou não.
Esses atletas, que lutam muito e enfrentam muitas vezes a falta de patrocínio e apoio,
que assistem à falta de divulgação de seus importantes resultados pela mídia, que não tem a
menor pretensão de carregar bandeiras, mas que sem saber o fazem, estão por aí, enchendo
nosso país de medalhas e títulos como durante os Jogos Para-pan americanos de 2007
realizado no Rio de Janeiro, fazendo do mundo um lugar um pouco melhor.
As empresas de uma forma geral, as Companhias Aéreas em especial, deveriam
prestar muito mais atenção a esses atletas. Comercialmente, eles poderiam chamar muito mais
atenção que os atletas não deficientes, e indubitavelmente, no contexto da “Responsabilidade
Social” em que vivemos atualmente, agregariam muito mais valor às suas marcas,
patrocinando atletas com necessidades especiais.
O Turismo pode e deve sim contribuir nos processos de Inclusão. Não basta que os
locais estejam adaptados, não basta que o discurso seja bem elaborado. É a prática diária que
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fará a diferença. A prática do respeito, da abertura de espaços e oportunidades para o que
Werneck (1999, p.30) chama de “desabrochar, valorizando sempre a heterogeneidade” de
cada um de nós e dos outros também.
Não é preciso que se realizem muitas mudanças ou adaptações especiais para que
deficientes visuais façam Turismo. Os espaços arquitetônicos não carecem de sofrer grandes
alterações. Maquetes dos monumentos e construções poderiam ser colocadas na entrada das
atrações para que ao toca-las os visitantes com deficiência visual pudessem saber como são.
As grandes Operadoras não teriam nem mesmo que criar pacotes especiais ou pensar em uma
estrutura de acompanhantes especializados, posto que companheiros, amigos e familiares são
normalmente os escolhidas.
A escolha do meio de transporte rodoviário pela grande maioria indica também que o
ser humano é por natureza gregário, e que a possibilidade de estar inserido na sociedade é
uma opção natural, na troca de experiências, no compartilhar de momentos e alegrias. Quanto
ao transporte utilizado para locomoção dentro das cidades, embora não seja preciso um
grande processo de modificação para os deficientes visuais especificamente, seria
fundamental que esses meios de transporte estivessem adaptados para os seus próprios
moradores com deficiência, e seria naturalmente adequado a seus visitantes que deles
necessitassem.
Considerando a mão-de-obra utilizada pelo mercado do Turismo em geral, também
não se faz necessária uma preparação minuciosa ou exclusiva, além daquela voltada ao
consumidor em geral. O tratamento deve ser respeitoso, desprovido de qualquer sentimento
menor de piedade, medo ou preconceito. O aumento da freqüência com que recebe pessoas
com as mais variadas deficiências fará com que seja cada vez mais natural para esses
profissionais lidar com as diferenças.
Para a adaptação dos quartos (unidades habitacionais) desses hotéis, além daquelas
unidades já obrigatoriamente adaptadas para deficientes físicos, indicações em braille de
avisos de saídas de emergência,
listas de opções de serviços de quarto e lavanderia,
indicadores de voltagem e quaisquer outros avisos, seriam importantes e pouco dispendiosas
Quanto à população de centros receptores de Turismo, campanhas educativas sobre
sua importância no recebimento de divisas, distribuição de renda entre tantas outras vantagens
do turismo não predatório, já poderia ser a primeira etapa na estruturação de uma política
específica. A chegada de turistas com deficiências em pequenas ou grandes cidades afeta
também a maneira como seus moradores os vêm e consideram o que possibilita uma mudança
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de atitude e o repensar de seus próprios limites. Desse convívio harmonioso surgem novos
paradigmas e possibilidades.
Esses turistas também se modificam, também mudam sua atitude. Surgiria a partir de
toda essa troca um novo homem, um novo turista que viaja em busca de novas sensações e
experiências. É assim que essa grande rede que o Turismo representa poderia funcionar: o
turista ou o viajante, mais preocupado em experimentar do que em reproduzir um contexto de
consumo desenfreado e férias em bolhas de isolamento, sai de sua casa despreocupado com
seus problemas do dia a dia, com mais espaços para apreciar, sentir e experimentar.
Impregnado desse sentimento de descoberta e redescoberta, encontra pessoas diferentes,
heterogêneas e por isso mesmo especiais. Percebe que essas pessoas têm no fundo o mesmo
desejo de serem felizes, independente de suas culturas, raças, cores,
deficiências ou
carências.
Esse ser voltará provavelmente à sua casa muito mais humano, mais treinados para
admirar as diferenças que nos criam como somos, e naturalmente, sem melindres, trará para
seu convívio qualquer um que enriqueça o seu viver. Dentro do seu campo profissional, ele
também será segundo Werneck (1999, p.55), “reeducado sob a perspectiva da Inclusão”,
assim sendo há uma grande possibilidade dessa rede se ampliar mais e mais atingindo um
número cada vez maior de pessoas, até que um dia, não precisemos mais falar de Inclusão.
Criar um estímulo natural para que todos possam viajar, descobrir as inúmeras possibilidades
que um passeio turístico pode proporcionar.
Mas como se cria esse novo turista ou viajante tão mais preocupado em experimentar
do que conhecer? Krippendorf (2003, p.180) afirma que esse processo poderá se dar dentro
das escolas: “o aluno aprende a olhar, a compreender e respeitar a natureza e o modo de vida
do próximo”. Não precisa haver especificamente uma matéria para o Turismo. Em cada área
de conhecimento, seja matemática, física, biologia, geografia ou qualquer uma e todas elas,
esse aluno estará sendo alertado sobre a importância de pensar no todo, na relação que há
entre cada atitude que se toma e como isso pode modificar a vida de alguém. E esses
aprendizes levarão às suas casas esses novos olhares, que através de seus pais ou daqueles que
os criam será perpetuado e assim sucessivamente.
Será que então não bastaria que as escolas fossem inclusivas, que tivéssemos
oportunidade de aprender a conviver com todos dentro das nossas salas de aula, que sairíamos
todos já inclusos na sociedade? Seria o ideal. Mas até que seja uma realidade, essas escolas
precisarão ser alimentadas com pessoas e atitudes que efetivamente permitam sua
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concretização. Indubitavelmente, o Turismo pode ser um grande gerador de novos elementos
para a discussão sobre os mais variados temas.
Aí surge um novo paradoxo: o Turismo é um bem verdadeiramente acessível a todos?
Se pensarmos nas caríssimas viagens pelos melhores hotéis do Mundo, nas passagens
executivas dos belos aviões, nos cruzeiros e até viagens espaciais certamente que não. Porém,
se imaginarmos novas e criativas possibilidades, acessíveis a qualquer pessoa, partindo do
princípio que cada um de nós tem direito ao lazer e a escolher de que forma desfrutá-lo, talvez
sim. A diferença pode estar naquela pequena excursão que se organiza para ver o time de
futebol do coração jogar na cidade vizinha ou na viagem que se faz para visitar um parente ou
amigo querido, ou mesmo, naquele dia de folga em que tiramos para conhecer nossa própria
cidade, explorando lugares como se fossemos realmente visitantes de nós mesmos.
Se nós profissionais de Turismo não lutarmos para derrubar a noção de que o Turismo
não é um direito apenas de uma elite, de privilegiados, mas de qualquer um que queira
praticá-lo, estaremos nós mesmos, sendo agentes do preconceito e da segregação. Não será
preciso que as viagens espaciais sejam possíveis para qualquer um, pelo menos até que os
recursos financeiros sejam igualmente distribuídos e todos possam conhecer o espaço, o que
ainda é um devaneio e um desafio para os Agentes de Viagens do final deste século.
Nesse imenso processo de democratização do acesso à atividade turística, há um
mercado de enorme potencial pronto a ser descoberto e explorado que pode vir a contribuir
enormemente na discussão do respeito ao Outro e, conseqüentemente, em uma maior
possibilidade de Inclusão.
Assim, entre os primeiros passos a dar, estaria o de ler e conhecer em profundidade o
projeto Turismo no Brasil 2007/2010, descobrir nele mecanismos em que já pudéssemos
começar a atuar e cobrar como cidadãos e atores nesse imenso palco que é o Turismo.
Referências Bibliográficas
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Turismo no Brasil – 2007 / 2010 . Disponível em www.turismo.gov.br, acesso em 30 out.
2006 às 11h e 29 min.
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SASSAKI, Romeu. Terminologia Sobre Deficiência na Era da Inclusão. Disponível em
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Association Tourisme et Handicaps – disponível em www.tourisme-handicaps.org, acesso
em 07 nov. de 2006, às 12 h e 45 min.
The Society for Accessible Travel & Hospitality SATH – disponível em www.sath.org,
acesso em 07 nov. 2006, às 12 h e 55 min.
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A Inclusão de Pessoas com Deficiência pelo Turismo