SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA
fatores condicionantes da transferência de tecnologia
para pequenas e médias indústrias químicas
RICARDO DE GIL TORRES
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA:
fatores condicionantes da transferência de tecnologia
para pequenas e médias indústrias químicas
Banca Examinadora
Prof. Dr. José Calos Barbieri (FGV/EAESP) (Orientador)
Prof. ....................................................................
Prof. ...................................................................
Prof. ...................................................................
Prof. ...................................................................
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
RICARDO DE GIL TORRES
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA
fatores condicionantes da transferência de tecnologia
para pequenas e médias indústrias químicas
Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da FGV/EAESP
Área de Concentração: Produção e Operações Industriais como
requisito para obtenção do título de Doutor em Administração
de Empresas
Orientador: Prof.Dr. José Carlos Barbieri
SÃO PAULO
2004
TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores condicionantes
da transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004.
182 p.
Orientador: Barbieri, José Carlos
Tese (doutorado) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
Palavras chave: serviços de informação, informação tecnológica, tecnologia, inovação
tecnológica, transferência de tecnologia, empreendedor, pequena empresa, química
v
DEDICATORIA
A Carmen, Elizabeth, Camila e Milly, pela ordem de chegada
em minha vida.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Professor Doutor José Carlos Barbieri por despertar em mim, há quase 20 anos, o
interesse no estudo da Gestão de Tecnologia e por, ao longo de todos esses anos, em especial
durante o desenvolvimento da tese, de ter servido de guia nessa área que, por sua vastidão e
encantos, facilmente, deixa os navegantes inexperientes perdidos em sua imensidão.
Agradeço aos profissionais de serviços de informação que se dispuseram a destinar um espaço em
suas agendas para explicar a operação dos serviços prestados por suas organizações. Dentre esses
profissionais, agradeço, em especial, aos amigos com os quais, ao longo dos anos, tantas vezes
discutimos sobre a melhor maneira de prestar esses serviços, e que nos encaminharam a novos
amigos para discutir o assunto.
Agradeço aos amigos Francisco Alves e Sérgio de Oliveira, sócios da Editora Signus, que
patrocinaram a confecção e postagem dos questionários da pesquisa e emprestaram a credibilidade
da revista Química Industrial, uma das líderes no segmento, ao trabalho.
Agradeço ao apoio do Conselho Regional de Química – 4ª Região, na pessoa do jornalista Carlos
de Souza, que disponibilizou o endereço de todas as pequenas e médias indútrias químicas do
Estado de São Paulo e divulgou a pesquisa em dois números consecutivos do Informativo do
Conselho, com uma tiragem superior a 70.000 exemplares.
Agradeço aos empresários que responderam aos questionários e, em especial, ao químico industrial
João Dias e ao engenheiro Karl Falk, proprietários, respectivamente, da Jaltex Ltda. e da Phanter
Ltda., que nos receberam por diversas vezes em suas empresas explicando como faziam a gestão de
tecnologia e, indicando as áreas que poderiam ser melhoradas nos serviços de informação.
Agradeço a toda as pessoas e instituições que colaboraram para a realização desse trabalho,
eximindo-as, desde já, de qualquer responsabilidade pelas opiniões emitidas no mesmo, que
representam o ponto de vista do autor.
vii
RESUMO
TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores
condicionantes da transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004.
As micro, pequenas e médias empresas tem uma participação significativa no Produto
Interno Bruto e no número de empregos na maioria dos países. Em todo o mundo,
diversos são os programas criados para dar suporte e aumentar a competitividade
dessas empresas. Entre esses estão os serviços de informação tecnológica que
procuram facilitar o acesso das pequenas e média empresas aos produtores de
tecnologia, na forma de universidades e institutos de pesquisa. No Brasil foi criada uma
grande rede de núcleos de informação tecnológica, nos anos 80/90, que com o passar
dos anos se desestruturou devido à falta de demanda por parte das pequenas empresas.
Foi feito um trabalho de pesquisa com o objetivo de identificar os motivos da falta de
demanda mencionada, uma vez que a necessidade de informações por parte das
pequenas empresas está longe de ser resolvida. Foram pesquisados tanto a fonte das
informações, na forma dos serviços de informação quanto os receptores da informação,
na forma das pequenas empresas. Verificou-se uma falta de sintonia entre os serviços
de informação e seu público alvo que fez com que este aos poucos se afastasse. Esse
fenômeno atinge serviços de informação não apenas no Brasil. Em todo o mundo esses
serviços estão se reestruturando para atender melhor as necessidades de seu público
alvo e se tornarem auto suficientes financeiramente. O trabalho propõe alternativas para
a forma de atuaçãos dos serviços de informação tecnológicas brasileiros nessa fase de
transição
Palavras chave: serviços de informação, informação tecnológica, tecnologia, inovação
tecnológica, transferência de tecnologia, empreendedor, pequena empresa, indústria
química
viii
ABSTRACT
TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores condicionantes da
transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004.
Micro, small and medium size enterprises have a significant participation in the gross national
product and the number of jobs of most countries. All around the world, several programs
has been developed to support and increase the competitiveness of these enterprises.
Among them, technological information services were created to facilitate the access of small
and medium enterprises to the technology producers, namely universities and research
Institutes. In Brazil a wide network of technological information centers was created during
the 1980’s and 1990’s which, throughout the years, was dismantled due to lack of demand
from small enterprises.
This study was conducted with the purpose of identifying the reasons behind this lack of
demand, since the need of information by small companies is far from being fulfilled. The
sources of information, namely information services, and the receivers of information, namely
small companies, were both analyzed. A gap was observed between information services
and their target public which gradually repelled the latter. This phenomenon does not affect
information services only in Brazil. All over the world, these services have been restructuring
themselves in order to better meet their target public’s needs and to become financially selfsufficient. This study gives suggestions as to how Brazilian technological information services
should act during transition stage.
Key-words: information services, technological information, technology, innovation,
technological innovation, technology transfer, entrepreneurship, small and medium
enterprises, chemical industry
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1
Definição estatística de Bolton para pequena empresa
Tabela 1.2
Definição da Comunidade Européia para o porte de empresas
Tabela 1.3
Definição do SEBRAE para o porte de empresas
Tabela 1.4
Distribuição percentual do número de empresas, do pessoal assalariado e de
salários e outras remunerações, segundo o pessoal ocupado - Brasil - 1999
Tabela 1.5
Distribuição do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal
ocupado em percentagem do total da seção, segundo o setor de atividade - Brasil 1999
Tabela 1.6
Distribuição percentual do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas
de pessoal ocupado em percentagem do total por faixa de pessoal ocupado,
segundo o setor de atividade - Brasil - 1999
Tabela 1.7
Fatores que impedem o acesso das microempresas à tecnologia
Tabela 1.8
Percentual de empresas que recorreu a apoio externo segundo diversas pesquisas
Tabela 1.9
Fontes de Apoio Externo
Tabela 1.10
Comparação das Taxas de Mortalidade de Diversos Estudos
Tabela 1.11
Especificidades das Pequenas e Médias Empresas
Tabela 2.1.
Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado e
por Setor de Atividade
Tabela 3.1.
Dois tipos de Conhecimento
Tabela 3.2.
Quatro tipos de conhecimento
Tabela 4.1.
Rede de Núcleos de Informação Tecnológica - 1ª Fase
Tabela 4.2.
Rede de Núcleos de Informação Tecnológica - 2ª Fase
Tabela 4.3.
Atividades da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica
x
Tabela 5.1.
Indústria Químicas por setor de Atividade
Tabela 6.1
Diagnóstico das Empresas do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista
Tabela 6.2
Comparação da Jaltex com a Phanter
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1.
Participação das Empresas no PIB
Figura 1.2.
Participação das Empresas no Faturamento
Figura 1.3.
Número de Empresas Exportadoras
Figura 1.4.
Valor Exportado
Figura 1.5.
Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Região
Figura 1.6.
Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Setor de Atividade
Figura 2.1.
Importância Relativa das Fontes de Tecnologia para os Setores de Atividade da
Indústria Química
Figura 2.2.
Motivação para a Inovação nos Setores de Atividade da Indústria Química
Figura 3.1.
Sistema de Comunicação com Ruído
Figura 3.2.
Quatro Modos de Conversão do Conhecimento
Figura 3.3.
Modelo linear bi-direcional de relacionamento entre ciência e inovação tecnológica
Figura 3.4.
Ciclo de Vida de um Produto
Figura 3.5.
Ciência, Pesquisa e Ciclo de Vida de um Produto
Figura 3.6.
Os Atores do Processo de Transferência de Tecnologia
Figura 4.1.
Número de Publicações Anuais sobre Serviços de Informação
Figura 6.1.
Percentual de empresas por área de atividade na indústria química
Figura 6.2.
Percentual de empresas por porte com base no faturamento anual.
Figura 6.3.
Percentual de empresas por porte com base no número de funcionários
Figura 6.4.
Percentual de empresas por grupo de idades
Figura 6.5.
Percentual dos executivos segundo a escolaridade
Figura 6.6.
Alocação percentual do tempo dos executivos
xii
Figura 6.7.
Percentual dos funcionários segundo a escolaridade
Figura 6.8.
Percentual dos funcionários segundo a qualificação
Figura 6.9.
Percentual do tipo de computador
Figura 6.10.
Aplicativo utilizado
Figura 6.11.
Atividades realizadas na Internet
Figura 6.12.
Situação de Programas de Qualidade
Figura 6.13.
Utilização do laboratório
Figura 6.14.
Número de equipamentos do laboratório
Figura 6.15.
Idade média dos principais equipamentos
Figura 6.16.
Origem dos principais equipamentos
Figura 6.17.
Flexibilidade das instalações de produção
Figura 6.18.
Controle de processos
Figura 6.19.
Número de reatores
Figura 6.20.
Consumo de utilidades
Figura 6.21.
Nível tecnológico
Figura 6.22.
Motivadores de inovação
Figura 6.23.
Fontes de tecnologia
Figura 6.24.
Relacionamento com universidades
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ARIST
Agence Régionele d'Information en Sciences et Technologie
CEBRAE
Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa
CEBRAE
Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa
CECAE
Coordenadoria Executiva de Cooperação e Atividades Especiais da USP
CEP
Código de Endereçamento Postal
CEPED
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia
CETEC
Fundação Centro Tecnológico
CETEMO
Centro Tecnológico do Mobiliário
CETESB
Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo
CETIN
Centre Technique des Industries Mécaniques
CETIND
Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro
CETIQT
Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil
CIC
Central de Informações Comerciais
CIENTEC
Fundação de Ciência e Tecnologia
CNAE95
Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNI
Confederação Nacional das Indústrias
CNPq
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoABIMAQ:
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
CODETEC
Companhia de Desenvolvimento Tecnológico
CRIQ
Céntre de la Recherche du Québec
CRQ-IV
Conselho Regional de Química - 4ª Região
xiv
CTCCA
Centro Tecnológico de Couros, Calçados e Afins
DAMPI/CNI
Departamento de Apoio às Micro e Pequenas Indústrias da Confederação
Nacional da Indústria
DTI
Danish Technological Institute
FGV/EAESP
Fundação Getúlio Vargas / Escola de Administração de Empresas de São
Paulo
FIESP
Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IEL
Instituto Euvaldo Lodi
INET
Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
INFOTEC
Información y Servicios Tecnologicos
INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial
INPI
Instituto Nacional de Propriedade Industrial
INT
Instituto Nacional de Tecnologia
IPT
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ITAL
Instituto de Tecnologia de Alimentos
ITUFES
Instituto Tecnológico da UFES
NIT
Núcleos de Informação Tecnológica
NUTEC
Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial
PADCT
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
PAEP
Pesquisa da Atividade Econômica Paulista
PIB
Produto Interno Bruto
SBA
Small Business Administration
SEADE
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
xv
SEBRAE
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SIMPI
Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo
SINPROQUIM
Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para fins Industriais e da
Petroquímica no Estado de São Paulo
TECPAR
Instituto de Tecnologia do Paraná
UFES
Universidade Federal do Espírito Santo
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
UNIDO
United Nations Industrial Development Organizations
USP
Universidade de São Paulo
xvi
SUMÁRIO
DEDICATORIA.........................................................................................................................................................................V
AGRADECIMENTOS............................................................................................................................................................. VI
RESUMO .................................................................................................................................................................................VII
ABSTRACT...........................................................................................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................................................. IX
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................................................. XI
LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................................................................................XIII
SUMÁRIO ...........................................................................................................................................................................XVIII
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................19
PROBLEMA ...........................................................................................................................................................................19
QUESTÃO DA PESQUISA .....................................................................................................................................................21
OBJETIVO ..............................................................................................................................................................................21
HIPÓTESES DA TESE ...........................................................................................................................................................21
JUSTIFICATIVA DA TESE ....................................................................................................................................................22
ESTRUTURA DA TESE .........................................................................................................................................................23
1.
2.
3.
MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.......................................................................................................25
1.1.
DEFINIÇÃO DE M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS.................................................................................25
1.2.
IMPORTÂNCIA DAS M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS.........................................................................28
1.3.
M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS....................................................................................28
1.4.
M ORTALIDADE E NATALIDADE DE M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS............................................35
1.5.
PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS PAULISTAS......................................................................................................39
1.6.
DIRIGENTES DE PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS..............................................................................................42
INDÚSTRIA QUÍMICA...............................................................................................................................................44
2.1.
INDÚSTRIA QUÍMICA NO BRASIL ...........................................................................................................................47
2.5.
PEQUENAS E M ÉDIAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS PAULISTAS................................................................................49
INFORMAÇÃO TECNOLOGICA.............................................................................................................................55
3.1.
INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO..........................................................................................................................55
3.2.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA .........................................................................................................................................58
xvii
3.3.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ......................................................................................................................................59
3.4.
SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO......................................................................................................................62
3.5.
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ........................................................................................................................63
4. SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ......................................................................................................66
5.
6.
4.1.
IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA .....................................................................67
4.2.
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL................................................................................................................68
4.3.
IPT - INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS................................................................................................71
4.4.
INT - INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA...................................................................................................73
4.5.
SEBRAE-SP - SERVIÇO BRASILEIRO DE A POIO ÀS M ICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SP ............................75
4.6.
INPI - INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ........................................................................76
4.7.
DISK TECNOLOGIA DA USP ....................................................................................................................................79
4.8.
A VALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO.....................................................................................................80
4.9.
A VALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL ..................................................................................82
METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................................................................84
5.1.
PESQUISA NAS PEQUENAS E M ÉDIAS INDÚSTRIAS..............................................................................................84
5.2.
PESQUISA NOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ..............................................................................89
RESULTADOS DA PES QUISA.................................................................................................................................91
6.1.
QUESTIONÁRIO ENVIADO PARA AS EMPRESAS ...................................................................................................91
6.2. ESTUDO DE CASO COM EMPRESAS ..........................................................................................................................116
6.3. A NÁLISE DE RESULTADOS........................................................................................................................................125
7.
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................135
8.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................................................138
ANEXO 1 ................................................................................................................................................................................147
QUESTIONÁRIO ENVIADO PELO CORREIO ....................................................................................................................147
ANEXO 2 ................................................................................................................................................................................152
QUESTIONÁRIO DISPONIBILIZADO NA INTERNET ......................................................................................................152
ANEXO 3 ................................................................................................................................................................................164
DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO INFORMATIVO CRQ-IV NOV/DEZ 2002..................................................................164
ANEXO 4 ................................................................................................................................................................................166
DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO INFORMATIVO CRQ-IV JAN/FEV 2003 ...................................................................166
ANEXO 5 ................................................................................................................................................................................168
DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO SÍTIO DO CRQ-IV NOV/DEZ 2002...........................................................................168
xviii
ANEXO 6 ................................................................................................................................................................................170
DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO SÍTIO DO CRQ-IV JAN/FEV 2003.............................................................................170
ANEXO 7 ................................................................................................................................................................................172
ROTEIRO DE ENTREVISTA COM PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO ..................................................172
ANEXO 8 ................................................................................................................................................................................174
PROFISSIONAIS ENTREVISTADOS ....................................................................................................................................174
ANEXO 9 ................................................................................................................................................................................176
PRODUTOS DA JALTEX LTDA .........................................................................................................................................176
ANEXO 10..............................................................................................................................................................................177
PRODUTOS DA PHANTER LTDA ......................................................................................................................................177
19
INTRODUÇÃO
Problema
A importância da Ciência & Tecnologia e das Pequenas Empresas para o crescimento sustentado
do país é uma unanimidade no discurso dos homens públicos do país. O Presidente Luís Inácio Lula
da Silva, em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito do Brasil, de uma só vez,
destacou essas duas prioridades (FOLHA, 2002). Segundo o Presidente:
“A construção dessa nova perspectiva de crescimento sustentado e de
geração de emprego exigirá a ampliação e o barateamento do crédito,
o fomento ao mercado de capitais e um cuidadoso investimento em
ciência e tecnologia. Exigirá também uma inversão de prioridades no
financiamento e no gasto público, valorizando a agricultura familiar,
o cooperativismo, as micro e pequenas empresas e as diversas formas
de economia solidária.”
Infelizmente, a vontade política por si só não consegue produzir os resultados esperados. O
desenvolvimento da área de ciência e tecnologia no Brasil, ao longo de toda sua história, vem
ocorrendo de maneira desordenada. Somente após a Segunda Guerra Mundial, no governo de
Getúlio Vargas, começou a ser delineada, no Brasil, uma política de ciência e tecnologia. As
pequenas empresas, por sua vez, somente vieram a receber atenção em 1964, no governo de
Castelo Branco, com a instituição de um programa de financiamento para a pequena e média
empresa pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (VALENTIM, 2002; SEBRAE,
2004).
A união das duas prioridades mencionadas, isto é, a aproximação da Ciência & Tecnologia das
Pequenas Empresas somente veio a ter início em 1984, com a entrada em operação da Rede de
Núcleos de Informação Tecnológica. O objetivo da Rede era interligar os produtores de tecnologia,
na forma de institutos de pesquisa e universidades, com os consumidores de tecnologia identificados
como quase 140.000 unidades produtivas, em todo o Brasil, das quais 85% classificadas como
microempresas. Em função das características do público alvo, a Rede foi, a princípio, coordenada
20
pelo Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa (hoje SEBRAE) e pela Secretaria de Tecnologia
Industrial do Ministério da Indústria e Comércio (VIEIRA, 1996).
Na primeira fase da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica, que vai de 1984 a 1993, foram
implantados 17 Núcleos com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (PADCT). A atividade desses núcleos se concentrava na prestação de serviços de
consultas rápidas (80% dos Núcleos ofereciam esse serviço) e busca bibliográfica (80% dos
Núcleos ofereciam esse serviço) (VIEIRA, 1996).
A segunda fase da Rede, já sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT), tem início em 1993, com recursos do PADCT. Nessa fase são implantados
seis núcleos regionais e 14 núcleos especializados, sendo que alguns dos antigos núcleos não se
recredenciaram. A Rede reforça suas parcerias com outras instituições tais como o Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Departamento de Apoio às Micro e Pequenas
Indústrias da Confederação Nacional da Indústria (DAMPI/CNI), Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e com a Rede Antares, criada com recursos do PADCT e
coordenada pelo IBICT, que chegou a reunir mais de 200 Serviços de Informação em Ciência e
Tecnologia (VIEIRA, 1996).
Apesar da imensa quantidade de recursos investidos na montagem da infraestrutura da Rede de
Núcleos de Informação Tecnológica esta foi se esvaziando, aos poucos, a ponto de alguns Núcleos
de Informação Tecnológica (NIT), como o de Química, que funcionava na Federação das
Indústrias dos Estado de São Paulo (FIESP) e do qual o autor foi responsável pela implantação, foi
desativado por falta de consultas. As consultas sobre química, entretanto, quando da criação do
NIT de Química, representavam uma parcela significativa da demanda de serviços de apoio
tecnológico para pequenas e médias empresas na década de 1990, tais como o serviço Disk
Tecnologia – USP (CECAE/USP 1996).
A desestruturação da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica e da Rede Antares, que reunia
mais de 200 Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia leva à conclusão de que estas Redes
21
não estavam atendendo, de maneira adequada, à demanda de seu público alvo, que eram as micro,
pequenas e médias empresas.
Questão da Pesquisa
O presente trabalho parte da seguinte questão: porque os serviços de informação tecnológica no
Brasil não atenderam seus objetivos de dar suporte às pequenas e médias empresas no aumento de
sua capacitação tecnológica e competitividade?
Objetivo
O objetivo do trabalho é estudar os serviços de informação tecnológica.e seus público alvo, que são
as pequenas e médias empresas, para determinar os fatores responsáveis pela falta de sintonia entre
fonte e receptor da informação tecnológica que, em última instância, levaram as pequenas empresas
a não mais procurar esses serviços.
Hipóteses da Tese
Quatro são as hipóteses formuladas para explicar a pequena penetração dos serviços de informação
tecnológica junto ao segmento que teria um maior potencial para se beneficiar desses serviços. As
hipóteses, e seus desdobramentos, são que as pequenas e médias empresas:
1. desconhecem a existência dos serviços de informação tecnológica;
a. a divulgação dos serviços não é feita de maneira adequada.
2. utilizam outras fontes de informação tecnológica;
3. tiveram experiências mal sucedidas na utilização de serviços de informação tecnológica;
a. os provedores de informação não conseguem entender as necessidades de
informação das indústrias;
b. falta qualificação técnica às indústrias para explicitar suas necessidades de
informação;
22
c. falta incentivo para profissionais qualificados de instituições de pesquisa e
ensino darem suporte aos serviços de informação; e
d. os receptores de informação tecnológica não conseguem decodificá-la e fazer
com que esta passe a fazer parte do acervo de conhecimento da empresa.
4. não utilizam serviços de informação tecnológica.
a. uma série de condicionantes estabelecem uma trajetória tecnológica que passa
ao largo da consulta a serviços de informação.
Justificativa da Tese
A tese tem como unidade de trabalho a pequena e média indústria química. Na maioria dos
processos de produção dessa indústria a tecnologia não vem “embarcada” nos equipamentos,
sendo portanto, necessário desenvolvê-la internamente ou obtê-la externamente.
Não existem informações sobre as atividades tecnológicas da pequena indústria química além das
obtidas por FREITAS (1992), num estudo exploratório, de caráter geral. A identificação das fontes
iniciais de tecnologia das pequenas e médias indústrias químicas lança uma luz sobre os mecanismos
de absorção de tecnologia e mostra caminhos para novas absorções.
Os serviços de informação tecnológica em todo o mundo passam por uma reestruturação de suas
atividades em busca da autosuficiência financeira e de modelos de operação mais adequados às
necessidades de seus clientes. A identificação de pontos que podem ser melhorados na operação de
serviços de informação tecnológica seria um importante subsídio para esses serviços nesse momento
de transição.
MASTEN et al (1995) observam que apesar do desconhecimento, pelas pequenas empresas, da
existência de serviços de informação, estas, após a primeira vez, voltam a utilizá-los no futuro. Dessa
forma, a viabilização de um primeiro contato entre pequenas empresas e serviços de informação, em
função de um melhor conhecimento das mesmas, é um primeiro passo para a utilização futura desses
serviços.
23
A indústria química é responsável por 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ocupando a
segunda posição, com 12,5% do PIB da indústria de transformação, atrás somente do setor de
alimentos e bebidas, com 14,9% do total (ABIQUIM, 2003). A indústria química é responsável por
5,8% das posições de trabalho na indústria paulista (SEBRAE, 1998).
Estrutura da Tese
A tese está estruturada em 8 Capítulos.
No Capítulo 1 é ressaltada a importância social e econômica das pequenas empresas e são
apresentados diversos indicadores, sobre as mesmas, que costumam ser citados freqüentemente
com valores conflitantes. São apresentados dados sobre taxas de mortalidade e utilização de
serviços de apoio às empresas, além de dados sobre a participação no número total de empresas,
de empregos e no Produto Interno Bruto.
No Capítulo 2 é narrada a história da química desde a sua origem, seu desenvolvimento na Europa
e introdução no Brasil. É mostrado que, no final do século XIX, quando as indústrias alemã, inglesa
e norte americana disputavam a liderança na área química, o Brasil foi deixado para trás, mas que
com a maturidade tecnológica e econômica da indústria química temos nova oportunidade nessa
área.
No Capítulo 3 são discutidos os conceitos de Informação & Conhecimento e Ciência & Tecnologia.
Esses conceitos se desdobram nos tópicos de Inovação Tecnológica e Sistemas Nacionais de
Inovação. O capítulo é concluído com o tópico de Transferência de Tecnologia em que os tópicos
anteriormente abordados são reunidos enfatizando o aspecto da aprendizagem.
No Capítulo 4 são discutidos os Serviços de Informação Tecnológica, sua origem, forma de
operação e de avaliação. É feito um levantamento da operação de cinco dos mais importantes
serviços de informação tecnológica no país. Observa-se que a operação dos serviços de
24
informação, de uma maneira geral, tem sido duramente criticada pelos profissionais da área devido a
uma falta de sintonia com o público que pretendem atender.
No Capítulo 5 é apresentada a Metodologia da Pesquisa que teve início na forma de um
questionario enviado a mais de 2.000 pequenas empresas químicas do Estado de São Paulo com o
objetivo de identificar os motivos da falta de demanda nos serviços de informação tecnológica.
Paralelamente foram entrevistados profissionais de serviços de informação tecnológica. O trabalho
de campo foi concluído com um estudo de caso em duas empresas químicas de pequeno porte.
No Capítulo 6 são discutidos os resultados do levantamento de campo com base nas respostas aos
questionários, no estudo de caso e nas entrevistas com profissionais da área de informação.
Verifica-se que em função da falta de demanda, alguns serviços de informação tecnológica mudaram
seu foco de atuação. Discute-se, entretanto, que se a demanda latente que existe no país por
informações tecnológicas fosse direcionada para os serviços de informação existentes os mesmos
não teriam capacidade de atender nem a uma pequena parcela dessa demanda.
No Capítulo 7 são apresentadas as Conclusões e Recomendações Finais com ênfase na proposta
de uma estrutura de serviços de informação organizado pela iniciativa privada na forma de, por
exemplo, uma associação de indústrias, com o objetivo específico de dar suporte às empresas. Essa
proposta parte da constatação que os maiores serviços de informação tecnológica no país estão
sediados em instituições cujos interesses e formas de avaliação conflitam com o atendimento
tecnológico a pequenas e médias empresas.
.
25
1. MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
1.1. Definição de Micro, Pequenas e Médias Empresas
Não existe uma definição única para pequena empresa. Em função da diversidade das atividades
econômicas, uma empresa, que devido às suas características, seria considerada grande em um
segmento empresarial, poderia ser considerada pequena em outro segmento.
BOLTON (1971), citado por STOREY (1994), propôs uma definição econômica e outra
estatística como maneira de definir com maior precisão o que é uma pequena empresa. Segundo a
definição econômica, as pequenas empresas:
•
teriam pequena participação de mercado;
•
seriam administradas pelos proprietários sem uma estrutura administrativa formalizada;
•
seriam independentes, não fazendo parte de uma empresa maior.
A definição estatística de Bolton levava em conta o número de empregados e o faturamento, além
de outros fatores como o segmento empresarial. Na Tabela 1.1 são apresentados os parâmetros
para a classificação estatística de Bolton.
Tabela 1.1 Definição estatística de Bolton para pequena empresa
Setor
Manufatura
Construção
Mineração
Varejo
Serviços
Venda de Automóveis
Atacadista
Transporte rodoviário
Fornecimento de refeições
Fonte: BOLTON (1971) apud STOREY (1994)
Definição
< 200 empregados
< 25 empregados
< 25 empregados
Faturamento < £ 50.000/ano
Faturamento < £ 50.000/ano
Faturamento < £ 100.000/ano
Faturamento < £ 200.000/ano
< 5 veículos
Todos com exceção de cadeias
26
A Small Business Administration (SBA), que é o órgão do governo norte-americano responsável
pela área de pequenas empresas, utiliza os critérios de faturamento ou número de empregados, em
função do ramo de atividade, para identificar as empresas habilitadas a se beneficiar dos programas
para pequenas empresas. De acordo com os critérios da SBA, empresas de alguns segmentos da
indústria química, com até de 1.000 empregados, são consideradas pequenas empresas (EUA,
2002).
A EUROPEAN COMMISSION (1996) estabeleceu uma definição única de micro, pequena e
média empresas. Essa definição, apresentada na Tabela 1.2, utilizada por toda a Comunidade
Européia, está sendo atualizada com a elevação dos valores de faturamento e balanço.
Tabela 1.2 Definição da Comunidade Européia para o porte de empresas
Critério
Micro
Empregados
< 10
Faturamento
--Total do Balanço
--% de propriedade de uma ou
--mais empresas que não
satisfazem o mesmo critério
Fonte: EUROPEAN COMMISSION (1996)
Pequena
< 50
< 7 milhões de Euros
< 5 milhões de Euros
< 25%
Média
< 250
< 40 milhões de Euros
< 27 milhões de Euros
< 25%
No Brasil, o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte conceitua microempresa
como a pessoa jurídica com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00. De acordo com o
Estatuto a pequena empresa se caracteriza por apresentar uma receita bruta anual superior a R$
240.000,00 e inferior a R$ 1.200.000,00. Empresas de pessoas físicas residentes no exterior ou de
outra pessoa jurídica estão excluídas da classificação acima (BRASIL, 1999).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera como pequenas e médias
empresas aquelas com menos de 500 empregados (IBGE, 1999). O Serviço Brasileiro de Apoio à
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) utiliza, na sua área de pesquisas, a classificação
apresentada na Tabela 1.3 (SEBRAE, 2002a).
27
Cada uma das classificações de porte de empresas tem suas limitações. A classificação por número
de empregados, por exemplo, não leva em consideração as características específicas dos diversos
segmentos empresariais tais como desenvolvimento tecnológico, qualificação da mão de obra e
produtividade. A utilização de valores monetários dificulta a comparação de empresas ao longo do
tempo e entre países diferentes.
Tabela 1.3 Definição do SEBRAE para o porte de empresas
Porte
Microempresa
Empresa de Pequeno Porte
Empresa de Médio Porte
Empresa de Grande Porte
Empregados
No comércio e serviços até 9 empregados
Na indústria até 19 empregados
No comércio e serviços de 10 a 49 empregados
Na indústria de 20 a 99 empregados
No comércio e serviços de 50 a 99 empregados
Na indústria de 100 a 499 empregados
No comércio e serviços mais de 99 empregados
Na indústria mais de 499 empregados
Fonte: SEBRAE, 2002a
No presente trabalho utilizamos a mesma definição de porte de empresa utilizada pelo SEBRAE,
com base no número de empregados, em função dessa instituição ser a maior fonte de pesquisas
sobre pequenas e médias empresas no Brasil. Essa padronização permitirá a comparação dos
resultados do trabalho com outros trabalhos de pesquisa já realizados ou que venham a ser
realizados no país.
Devido às características específicas da indústria química de processos a utilização do número de
empregados para classificação de seu porte seria mais adequada utilizando-se o padrão de número
de empregados da Comunidade Européia. Isso porque na indústria química a produção é feita em
reatores que precisam de poucos operários para sua operação se comparado com uma indústria
mecânica. O produto final da indústria química é muitas vezes vendido a granel não necessitando de
linhas de embalagem que exigem grande número de embalagens.
28
1.2. Importância das Micro, Pequenas e Médias Empresas
As micro, pequenas e médias empresas têm uma participação significativa no Produto Interno Bruto
e no número de empregos da maior parte dos países. ROBBINS et al (2000), em uma pesquisa
realizada em 48 estados norte americanos durante 10 anos, verificaram que estados com maior
percentagem de empresas com menos de 20 empregados apresentam maiores taxas de crescimento
de produtividade e produto interno e, ao mesmo tempo, menores taxas de inflação e desemprego.
As microempresas, em tempos de taxas elevadas de desemprego, aparecem como alternativa de
auto-emprego, como mostram as experiências de microcréditos em Bangladesh (ALAMGIR, 2000)
e os programas de alguns estados norte americanos de apoio a desempregados para que abram seu
próprio negócio (BENUS, 1994; GEORGELLIS & WALL, 2000). No Brasil, o Ministério do
Trabalho e Emprego também tem propostas nessa área com a criação de linhas de crédito em três
modalidades específicas: Micro & Pequenas Empresas, Auto-Emprego e Associações e
Cooperativas (BRASIL, 2003).
O custo para a criação de postos de trabalho nas pequenas empresas é significativamente menor do
que nas grandes empresas. Segundo estimativas do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do
Estado de São Paulo (SIMPI, 2003) o custo de geração de um posto de trabalho numa pequena
empresa é de cerca de R$ 30.000, enquanto nas empresas maiores esse valor sobe para valores de
R$ 200.000 a R$ 1,5 milhão, dependendo da tecnologia e do ramo de atividade.
1.3. Micro, Pequenas e Médias Empresas Brasileiras
O número de total de empresas ativas no Brasil, segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE
(1999), era de 3.872.075. Essas empresas ocupavam 29.232.929 pessoas, sendo 23.814.290
assalariadas e 5.418.639 proprietárias e sócias. Desse total de empresas, 99,9% eram micro,
pequenas e médias empresas, o que correspondia a 54,1% dos empregos. Essa situação de
predominância das pequenas empresas se mantém em quase todas as áreas de negócios com
29
exceção da área de produção e distribuição de eletricidade, gás e água e da área de administração
pública defesa e seguridade social (Tabelas 1.4 e 1.5).
Pelo menos 2.103.458 empresas, isto é, 54,3% do total, podem ser consideradas como autoemprego pois nelas trabalhavam apenas os proprietários e sócios, sem empregados assalariados.
Descontando-se essas empresas e as grandes empresas que eram, aproximadamente, 3.872,
sobram 1.764.745 micro, pequenas e médias empresas que empregavam 11.811.888 pessoas, o
que correspondia a 49,6% dos empregos no Brasil (Tabela 1.4).
Tabela 1.4 Distribuição percentual do número de empresas, do pessoal assalariado e de salários e
outras remunerações, segundo o pessoal ocupado - Brasil – 1999
Faixas de Pessoal Ocupado
Total
0 a 4 pessoas ocupadas
5 a 9 pessoas ocupadas
10 a 29 pessoas ocupadas
30 a 49 pessoas ocupadas
50 a 99 pessoas ocupadas
100 a 499 pessoas ocupadas
500 e mais pessoas ocupadas
Fonte: IBGE, 1999
Nº de empresas
Distribuição (%)
Pessoal assalariado
100,0
82,0
10,2
5,6
0,9
0,6
0,5
0,1
100,0
4,5
7,4
12,2
5,2
6,8
18,1
45,9
Salários e outras
remunerações
100,0
2,3
3,5
6,6
3,4
5,3
16,7
62,3
Entre as microempresas, que representavam 92,2% das empresas ativas em 1999, o comércio e a
prestação de serviços de pequenos consertos correspondiam a 51,5% do número de empresas. À
medida que o porte das empresas aumenta a participação do comércio se reduz ao mesmo tempo
em que aumenta o número de empresas indústriais. A indústria correspondia a 23,9% das empresas
com número de empregados entre 10 e 99 e a 27,1% das empresas com mais de 100 empregados
(Tabela 1.6).
As Tabelas 1.4, 1.5 e 1.6 foram incluídas no trabalho como forma apresentar números confiáveis
(IBGE, 1999) referentes às pequenas empresas ativas formalmente constituídas, uma vez que é
comum nos deparamos com valores, sem informações sobre sua fonte, premissas e período a que
30
se referem. Esses valores pouco precisos se devem, em parte, à tentativa de incluir as empresas
informais nas estatísticas. Alguns documentos chegam a estimar a existência de 17 milhões de
empresas de trabalhadores autônomos ou com até cinco empregados (IETS, 2002) e 12,9 milhões
de empreendedores e trabalhadores do setor informal (SEBRAE, 2002b).
Diversos são os valores citados para a participação das pequenas empresas no Produto Interno
Bruto – PIB do país. GONÇALVES (2002) acredita que o valor mais confiável ainda seja o
calculado pelo SEBRAE (1991), que atribui 39,4% do PIB às micro, pequenas e médias empresas.
Esse valor foi calculado com base nos dados do Censo Econômico de 1985 do IBGE. A não
realização de outros censos econômicos após o de 1985, impossibilita cálculos mais atualizados.
Segundo GONÇALVES (2002), como esses valores são antigos, muitas vezes é divulgada a
participação das micro, pequenas e médias empresas no total do faturamento do setor privado
brasileiro, como sendo sua participação no PIB, o que corresponderia a 43,6% (SEBRAE, 2002c).
Nas Figuras 1.1 e 1.2 esses valores são apresentados para efeito de comparação.
As micro, pequenas e médias empresas representaram 83,3% das 16.016 empresas exportadoras
no ano de 2000. Entretanto, foram responsáveis por apenas 30,7% do valor total das exportações
no ano que foi de US$ 55,06 bilhões (FUNCEX, 2002). Nas figuras 1.3 e 1.4 esses valores são
apresentados segundo o porte das empresas.
31
Tabela 1.5 Distribuição do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total da seção,
segundo o setor de atividade – Brasil – 1999
Setor de Atividade
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração forestal
Pesca
Indústrias extrativas
Indústrias de transformação
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
Construção
Comércio, reparação de veículos automotores,
objetos pessoais e domésticos
Alojamento e alimentação
Transporte, armazenagem e comunicações
Intermediação financeira
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a
empresas
Administração pública, defesa e seguridade social
Educação
Saúde e serviços sociais
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
Fonte: IBGE, 1999
Distribuição por faixas de pessoal ocupado (%)
0 a 9 pessoas ocupadas
10 a 99 pessoas ocupadas 100 e mais pessoas ocupadas
Empresas
Pessoal
Empresas
Pessoal
Empresas
Pessoal
assalariado
assalariado
assalariado
83,7
5,8
14,4
27,5
1,9
66,7
92,5
84,1
81,6
58,2
85,1
95,4
15,3
9,1
7,6
0,4
8,4
33,8
6,9
6,5
16,6
27,2
13,5
4,5
50,2
42,5
31,5
5,6
40,5
39,9
0,6
0,5
1,8
14,5
1,4
0,1
34,5
48,5
60,9
94,0
51,1
26,4
92,7
89,5
94,3
93,6
27,1
6,9
3,7
20,0
7,1
9,0
4,9
5,8
51,0
19,5
9,7
24,9
0,2
1,6
0,7
0,6
21,9
73,7
86,6
55,0
39,5
79,9
84,5
94,4
0,2
6,0
8,8
16,1
17,8
18,3
13,7
5,1
1,7
29,4
26,5
32,1
42,8
1,7
1,8
0,4
98,2
64,6
64,7
51,7
32
Tabela 1.6 Distribuição percentual do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total por
faixa de pessoal ocupado, segundo o setor de atividade - Brasil - 1999
Distribuição por faixas de pessoal ocupado em percentagem
do total por faixa de pessoal ocupado (%)
Setor de Atividade
0 a 9 pessoas ocupadas
10 a 99 pessoas ocupadas
100 e mais pessoas ocupadas
Empresas
Pessoal
assalariado
Empresas
Pessoal
assalariado
Empresas
Pessoal
assalariado
Total
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração forestal
Pesca
Indústrias extrativas
Indústrias de transformação
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
Construção
Comércio, reparação de veículos automotores, objetos
pessoais e domésticos
100,0
0,6
0,0
0,3
9,0
0,0
2,5
51,5
100,0
0,6
0,0
0,3
13,2
0,0
2,6
45,0
100,0
1,3
0,0
0,6
23,9
0,1
5,2
31,7
100,0
1,5
0,0
0,7
26,7
0,2
6,1
26,3
100,0
1,8
0,0
0,4
27,1
0,7
5,6
9,9
100,0
1,4
0,0
0,3
19,5
1,4
2,9
6,5
Alojamento e alimentação
Transporte, armazenagem e comunicações
Intermediação financeira
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a
empresas
7,5
3,1
1,3
13,0
7,1
3,2
0,8
16,3
7.5
4,0
0,9
10,5
6,6
4,5
1,0
10,0
1,9
7,3
1,4
10,6
1,1
6,4
3,4
8,3
0,1
1,3
1,8
7,9
0,3
1,9
2,8
5,8
0,8
4,0
3,9
5,6
1,7
19,0
3,9
5,4
4,8
37,6
3,9
3,8
3,5
Administração pública, defesa e seguridade social
Educação
Saúde e serviços sociais
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
Fonte: IBGE, 1999
4,2
5,7
33
Figura 1.1. Participação das Empresas no PIB
Figura 1.2. Participação das Empresas no Faturamento
Fonte: SEBRAE (1991)
Fonte: SEBRAE (2002c)
34
Figura 1.3. Número de Empresas Exportadoras
Figura 1.4. Valor Exportado
Fonte: FUNCEX, 2002
Fonte: FUNCEX, 2002
35
1.4. Mortalidade e Natalidade de Micro, Pequenas e Médias Empresas
O primeiro estudo sobre mortalidade de empresas brasileiras foi realizado pelo CEBRAE – Centro
Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (CEBRAE, 1989). Esse estudo, realizado entre
maio e novembro de 1988, envolveu cerca de 150 pesquisadores em todos os estados brasileiros,
com exceção do estado de São Paulo. A amostra de 1.185 microempresas (88% abertas e 12%
fechadas) correspondeu a 0,5% das firmas individuais e sociedades limitadas criadas em todo o
território nacional no ano de 1984.
O estudo do CEBRAE envolveu a aplicação de questionários semi-estruturados e realização de
mesas redondas. Esse estudo, embora não tenha calculado taxas de mortalidade e natalidade,
apresentou um painel bastente completo das principais causas de mortalidade e sobrevivência das
microempresas brasileiras (CEBRAE, 1989).
Observou-se que as empresas fechadas receberam menos orientação técnica que as abertas e que a
primeira coisa que os empresários malsucedidos fariam, se fossem iniciar um novo negócio, seria
procurar orientação técnica, principalmente na área gerencial (59%). A orientação na área
tecnológica também se mostrou necessária, pois apenas 25,4% das empresas abertas e 9,3% das
fechadas declararam a possibilidade de acesso a novas tecnologias. Os principais motivos que
impediam o acesso das empresas à tecnologia são apresentados na Tabela 1.7 (CEBRAE, 1989).
Podemos verificar que, excetuando a falta de financiamento e de técnicos habilitados, todos os
outros motivos que impediam o acesso das empresas à tecnologia poderiam ser minimizados pela
atuação efetiva de serviços de informação.
Em 1997, o SEBRAE de Minas Gerais realizou uma pequisa piloto no Estado para determinar os
fatores condicionantes da mortalidade de empresas e a taxa de mortalidade das mesmas. Foram
rastreadas 385 empresas abertas em 1995 e 388 empresas abertas em 1996. Foram realizadas
extensas entrevistas com 243 empresas (82% abertas e 18% fechadas). As empresas foram
escolhidas aleatóriamente dos Registros da Junta Comercial de Minas Gerais sem distinção quanto
36
ao porte das mesmas. Chegou-se a uma taxa de mortalidade de 36% no primeiro ano e, em termos
acumulados, 47% no segundo ano (SEBRAE, 1997a).
Tabela 1.7 Fatores que impedem o acesso das microempresas à tecnologia
Fatores
Empresas Abertas
Falta de Financiamento
37,7
Desconhecimento dos Canais de Acesso
21,5
Desconhecimento de Novas Técnicas
11,6
Falta de Assistência Tecnológica
10,6
Dificuldade de Atendimento por Centros de
9,4
Pesquisa
Falta de Técnicos Habilitados
9,2
Total
100,0
Fonte: CEBRAE, 1989
Empresas Fechadas
28,7
14,3
19,0
19,0
9,5
9,5
100,0
Em 1999, o SEBRAE de São Paulo realizou uma pesquisa com o objetivo de calcular a taxa de
mortalidade das empresas paulistas nos seus três primeiros ano de vida e, identificar determinantes
para o processo de fechamento e sobrevivência das mesmas. A pesquisa foi realizada com 3.000
empresas abertas entre os anos de 1995 e 1997 e escolhidas aleatóriamente dos Registros da Junta
Comercial de São Paulo sem distinção quanto ao porte das mesmas. Na média, a taxa de
mortalidade das empresas foi de 35% no primeiro ano e, em termos acumulados, de 46% no
segundo ano e 56% no terceiro ano. Foram realizadas entrevistas com 509 empresas para identificar
as características das empresas que fecharam e das que sobreviveram (SEBRAE, 1999).
Em 2001, o SEBRAE de São Paulo atualizou o estudo de 1999 ampliando o período de
abrangência para cinco anos. Foi feito o rastreamento de 1.750 empresas constituídas na segunda
metade da década de 90 escolhidas aleatóriamento dos Registros da Junta Comercial de São Paulo
sem distinção quanto ao porte das mesmas, mas limitando-se às Firmas Individuais e às Sociedades
Limitadas. Verificou-se uma taxa de mortalidade de 32% no primeiro ano de atividade e, em termos
acumulados, de 44%, 56%, 63% e 71%, respectivamente, para os anos seguintes (SEBRAE,
2001). Valores tão elevados de mortalidade merecem uma reflexão sobre as suas causas e se não
poderiam ter sido significativamente reduzidos com programas de apoio ao pequeno empresário.
37
Verifica-se dos estudos acima citados que a experiência prévia no ramo, o planejamento antes da
abertura da empresa e uma administração eficiente do fluxo de caixa e da adequação do produto às
necessidades do cliente aumenta significativamente as chances de sucesso de uma empresa.
Empresas com menos de um ano de vida e com até dois empregados são as que tem maior
probabilidade de fechar. Na pesquisa realizada em 1989 em nivel nacional e na pesquisa realizada
em 1997 em Minas Gerais, verificou-se que um nível de escolaridade básico amplia as chanches de
sobrevivência de uma empresa. Essa constatação não foi verificada nas pesquisas no Estado de São
Paulo.
Na Tabela 1.8, que reune dados das quatro pesquisas acima citadas, pode se verificar que a
utilização de apoio externo, que poderia aumentar significativamente as chances de sucesso das
empresas, vem aumentando lentamente ao longo dos anos. Na Tabela 1.9 verificamos que o apoio
externo consiste, na maioria das vezes, na utilização de serviços de contabilidade. Os serviços do
SEBRAE, empresas de consultoria, entidades de classe e associações de empresas que oferecem
apoio para as micro, pequenas e médias empresas ainda são muito pouco utilizados.
Tabela 1.8 Percentual de empresas que recorreu a apoio externo segundo diversas pesquisas
Pesquisas
Empresas Abertas
CEBRAE (1989)
21,0
SEBRAE (1997a)
31,6
SEBRAE (1999)
33
SEBRAE (2001)
nd
Obs: nd: dado não disponível
Empresas Fechadas
23,5
26,4
25
nd
Total de Empresas
nd
nd
nd
42
NAJBERG et al (2000), num estudo sobre natalidade e mortalidade das empresas brasileiras,
verificaram que as empresas de menor porte apresentam as maiores taxas tanto de natalidade
quanto de mortalidade. Entretando, esse saldo foi positivo com maior impacto na criação de
empregos, do que o das empresas de maior porte. Os autores propõem a criação de políticas
públicas de redução da mortalidade das pequenas empresas como forma de criação e manutenção
de empregos. Entre essas políticas podemos ressaltar o fortalecimento dos serviços de apoio às
pequenas empresas.
38
Tabela 1.9 Fontes de Apoio Externo
Apoio Externo
Contador
SEBRAE/CEAG
Pessoas que conheciam o ramo
Empresas de Consultoria / Consultores
Entidades de Classe
Associação de Empresas
Junta Comercial
Centro Tecnológico
Banco de Desenvolvimento
SENAI/SENAC
Outros
CEBRAE (1989)
SEBRAE (1997a)
SEBRAE (1999)
SEBRAE (2001)
Abertas Fechadas Abertas Fechadas Abertas Fechadas
59,0
52,2
14,0
10,0
66,0
27,5
42,1
26,2
21,7
9,0
9,0
22,0
13,1
17,4
14,0
12,0
26,0
4,8
2,6
3,3
5,0
1,0
7,0
1,6
4,4
1,0
1,0 \
3,0
2,6
13,2
0,0
0,0
3,0
1,0 /
14,4
13,2
1,8
2,6
3,9
0,0
0,0
0,0
2,0
2,0
0,0
45,0
26,3
6,6
4,4
3,0
39
O estudo de NAJBERG et al (2000) investigou cerca de dois milhões de estabelecimentos formais
com registro no Ministério do Trabalho e Emprego no período de dez/1995 a dez/1997. Foi
utilizado o banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Os autores
verificaram que empresas jovens, pequenas e sem vínculos com outros estabelecimentos têm maior
probabilidade de encerrarem suas atividades. Esse resultado, condiz com estudos realizados em
outros países e, é explicado pela dificuldade dessas empresas terem acesso ao capital financeiro e
humano. Uma empresa com alguns anos de vida adquire experiência sobre seu ramo de atividade.
Uma filial pode recorrer à matriz em busca de apoio financeiro e técnico. Uma grande empresa tem
maior facilidade de acesso ao mercado financeiro. Uma jovem e pequena empresa têm alternativas
limitadas.
Na Tabela 1.10 são comparadas as taxas de mortalidade encontradas nos diversos estudos citados.
Como já ressaltado, os dados da pesquisa mais recente, elaborada pelo SEBRAE em 2001 inpiram
preocupação ao verificarmos que de 100 empresas abertas, ao final do quinto ano,71 já encerraram
suas atividades.
Tabela 1.10 Comparação das Taxas de Mortalidade de Diversos Estudos
Estudo
SEBRAE (1997a)
SEBRAE (1999)
SEBRAE (2001)
NAJBERG et al (2000)
Local Período
MG
95/96
SP
95/97
SP
95/99
BR
96/97
1 Ano
36
35
32
30,1
2 Anos
47
46
44
54,2
3 Anos
4 Anos
5 Anos
56
56
54,2
63
54,2
71
54,2
1.5. Pequenas e Médias Empresas Paulistas
O SEBRAE-SP realizou, durante os anos de 1991 e 1992, uma pesquisa com 1.389 empresas, de
um universo de 22.796 pequenas e médias empresas segundo o Cadastro da Secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo. Nesse trabalho os aspectos de inovação tecnológica, qualidade e
produtividade foram enfocados através de uma pesquisa com 76 indústrias da cidade de São José
dos Campos. A maioria das empresas (63,2%) se considerava atualizada tecnológicamente ou à
frente das tecnologias médias empregadas no setor e 78,9% de seus funcionários estavam
40
motivados ou parcialmente motivados para o processo de inovação. Entretanto, 86,8% das
empresas não era pioneira em qualquer inovação e 73,7% não adotava qualquer programa de
qualidade e produtividade. Esses indicadores, aliados ao fato de que 51,3% não tinha funcionários
com nível superior e 27,6% não tinha funcionários com o segundo grau completo, levava à
conclusão de que os empresários adotavam uma postura pouco realista em relação a tecnologia. Um
dado que reforçava essa conclusão é que 43,4% dos entrevistados declarar não existir ou não saber
qual a principal inovação tecnológica na sua área de atividade (SEBRAE, 1993).
Outra pesquisa do SEBRAE-SP identificou um círculo vicioso em que a alta rotatividade dos
empregados nas pequenas empresas desestimula os empresários a investir na qualificação da mão
de obra levando a uma baixa produtividade da empresa. Essa baixa produtividade não permite o
pagamento de melhores salários desestimulando a permanencia dos empregados. O círculo vicioso é
reforçado pelas características do mercado que utiliza tecnologia de fácil acesso, mão de obra
intensiva e escalas reduzidas o que implica em baixa produtividade. (SEBRAE, 1997b).
No Estado de São Paulo, o setor industrial é responsável por 40,7% dos empregos formais.
Entretanto, é nos setores Comércio e Serviços, que representam cerca de 70% do número de
empresas formais, que se concentra o maior número de pequenas empresas. (SEBRAE, 1998). O
fato se deve ao menor número de barreiras de entrada nos setores Comércio e Serviços onde o
empreendedor pode iniciar seu negócio com um pequeno investimento.
Outro estudo realizado pelo SEBRAE-SP constatou que praticamente não existe diferença entre as
taxas mortalidade de empresas paulistas localizadas na Região Metropolitana de São Paulo e no
interior do Estado. Verificou-se, entretanto, que a taxa de mortalidade é maior na área do comércio
(SEBRAE, 1999). Nessa área, conforme comentado anteriormente, as barreiras de entrada são
menores o que permite a criação de um maior número de empresas por empreendedores
despreparados. Os resultados desse estudo são apresentados nas Figuras 1.5 e 1.6.
As especificidades das pequenas empresas apresentadas por LEONE (1990) são muito adequadas
à discussão sobre mortalidade de empresas. Se por um lado, a pequena empresa tem uma gestão
centralizada que permite a tomada de decisões ágeis, por outro lado, a simbiose entre vida pessoal,
41
a falta de recursos e de maturidade organizacional podem ter influência decisiva na longevidade da
empresa (Tabela 1.11).
Figura 1.5.Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Região
56%
60%
50%
40%
44%
35%
55%
47%
35%
30%
20%
10%
0%
Empresas com 1 ano
Empresas com 2 anos
Empresas com 3 anos
Região Metropolitana Interior
Fonte: SEBRAE (1999)
Figura 1.6. Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Setor de Atividade
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
59%
51%
50% 49%
44%
39%
32%
37%
30%
Empresas com 1 ano
Empresas com 2 anos
Comércio
Fonte: SEBRAE (1999)
Indústria
Empresas com 3 anos
Serviços
42
1.6. Dirigentes de Pequenas e Médias Empresas
A gestão das micro, pequenas e médias empresas tem características próprias que a diferencia da
gestão de empresas de maior porte. A afirmação de que não existem pequenos empresários e sim,
empresários que dirigem pequenas empresas esconde uma inverdade. A afirmação faz supor,
erroneamente, que o dirigente bem sucedido de uma pequena empresa teria igual sucesso num
grande empresa, e vice-versa.
FILION (1999) acredita que seja impossível falar de pequenas empresas sem considerar a figura do
empreendedor. Numa pequena empresa a personalidade e história de vida do empreendedor tem
fundamental importância no sucesso da empresa. As atividades profissionais anteriores do
empresário e de seus pais têm influência até no índice de mortalidade de sua empresa (CEBRAE,
1989).
A classe de pequenos empresários é bastante heterogênea em suas origens, formação e motivação.
FILION (1999) propõe uma definição de empreendedor que inclui as características de
criatividade, capacidade de estabelecer e atingir objetivos e alto nível de consciência do ambiente
em que vive, para depois resumir sua definição em “uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões”
LEONE (1999) propõe que as pequenas empresas sejam estudadas segundo três vertentes que
estão intimamente associadas às características pessoais dos empresários. Essas vertentes seriam a
organizacional, a individual e a decisional. A falta de recursos e sistemas simples de informação,
duas especificidades da vertente organizacional das pequenas empresas, são os principais
limitadores ao desenvolvimento tecnológico. As caracteristicas das das pequenas e medias empresas
apresentadas neste capítulo são características de ordem geral. Valem para qualquer empresa de
pequeno porte. No próximo capítulo abordaremos uma série de carcterísticas específicas das
pequenas industrias químicas.
43
Tabela 1.11 Especificidades das Pequenas e Médias Empresas
Organizacionais
Individuais
Decisionais
•
Falta de recursos
• Onipotência do empresário
•
Tomada de decisão intuitiva
•
Gestão centralizada
•
Horizonte de curto prazo
•
Falta de controle do ambiente
externo
• Identidade entre pessoa física e
jurídica
•
Falta de dados quantitativos
•
Autonomia decisional
•
Falta de maturidade
organizacional
•
Falta de poder de barganha no
mercado
•
Estrutura simples e leve
•
Falta de planejamento formal
•
Estratégia intuitiva e pouco
formalizada
•
Falta de especialização
• Dependência de alguns
empregados
• Influência pessoal do
empresário
• Simbiose entre o patrimônio
social e pessoal
• Propriedade dos capitais
• Propensão a riscos calculados
• Sistema simples de
informações
Fonte: Elaborado a partir de LEONE (1999)
• Racionalidade econômica,
política e familiar
44
2.
INDÚSTRIA QUÍMICA
O ser humano desde o tempo das cavernas faz uso das transformações químicas para sua
sobrevivência. A obtenção do fogo, pelo homem neolítico, pode ser considerada como a primeira
reação química controlada, da mesma forma que a cocção de alimentos pode ser considerada como
o primeiro processo químico (COBB & GOLDWHITE, 1995).
A agricultura e a consequente fixação do homem à terra, por volta de 4.000 a.C., marcam o início
da civilização. A tecnologia começou a amadurecer. A metalurgia foi uma das primeiras dessas
tecnologias a ser documentada pelos historiadores modernos. Além dos metais puros e suas ligas os
primeiros químicos conheciam um grande número de compostos químicos que eram utilizados para
diversos fins, entre os quais a farmacologia. Também eram conhecidos diversos pigmentos e entre
3.000 e 2000 a.C. a produção do vidro já era dominada (COBB & GOLDWHITE, 1995 ;
PARTINGTON, 1989).
A indústria química, no início, era basicamente inorgânica, ligada à agricultura e quase totalmente
empírica. A partir de uns poucos compostos tais como sal, sal amoníaco, salitre, cal, vitríolos,
alúmen e, junto com materiais comuns tais como areia, gordura, alcatrão, carvão e cascas de
árvores era possível fabricar sabão, vidro, tintas e mordentes para tecidos, além de ácidos e bases
(RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991).
O sal era obtido pela evaporação da água do mar e de salmouras ou de minas de sal. O sal
amoníaco era importado do Egito onde era produzido pela evaporação da urina de camelos. O
salitre era extraído com água a partir de excrementos misturados com cinza de madeira. O cal era
produzido pela queima de giz ou calcáreo em cavernas ou fornos. O vitríolo verde era extraído com
água de pilhas de pirita deixadas ao ar livre para oxidar. O alumen era produzido pela adição de
cloreto de potássio, das águas residuais da fabricação de sabão, às águas de lavagem de pilhas de
sedimentos aluminosos deixados ao tempo (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991).
A utilização da máquina a vapor na indústria textil gerou uma enorme demanda na área química. A
indústria de sabão ganhou um novo impulso devido à industria textil e, em 1789, a primeira grande
45
indústria de sabão foi criada na Inglaterra. A necessidade de branqueamento e tingimento de
grandes quantidades de tecidos levou ao desenvolvimento de novos processos de produção de
pigmentos, mordentes e branqueadores. Em 1798, foi concedida a patente para a produção do
branqueador hipoclorito de cálcio que se tornou um dos mais importantes produtos químicos no
século XIX. A partir de 1843, a extração com solventes, de óleos vegetais permitiu que essa
matéria prima, disponível agora em abundância, substituisse o sebo na fabricação do sabão
(RUSSELL, 1985).
O ácido sulfúrico fumegante era, a princípio, produzido a partir do aquecimento de vitriol verde.
Com a introdução do processo das câmaras de chumbo, em 1746, a produção do ácido passou a
ser feita em escala industrial. Somente em 1895, o processo catalítico de produção do ácido
sulfúrico foi dominado produzindo um ácido de concentração superior ao das câmaras de chumbo
(RUSSELL, 1985).
A revolução industrial também aumentou muito a demanda por vidro. Até essa época, o álcali para a
produção de vidro e sabão era obtido a partir das cinzas de plantas marinhas ou de madeira. Em
1791, o químico francês Leblanc desenvolveu um processo para a fabricação de carbonato de
sódio a partir de sal e ácido sulfúrico. Apesar do inconveniente de gerar resíduos poluidores, o
processo Leblanc foi bastante empregado. Só a Inglaterra, no ano de 1866, produziu mais de
270.000 ton. de carbonato de sódio utilizando o processo. Um dos resíduos do processo Leblanc
era o ácido clorídrico que, a partir de 1836, passou a ser absorvido em água e posteriormente
oxidado para o produção de cloro gasoso (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991).
O processo Leblanc, ao final do século XIX, estava ultrapassado pelo processo Solvay de
produção de carbonato de sódio e pelo processo eletrolítico de produção de cloro e soda a partir
de salmoura. O processo Leblanc, apesar de ter permitido que a Inglaterra assumisse a liderança
mundial no mercado químico, era conduzido por técnicos sem formação química e que
desconheciam os mecanismos das reações envolvidas no processo. A produção de pigmentos, por
outro lado, exigia a compreensão de reações químicas e seu controle. Aos poucos, os químicos
passaram a dominar a indústria, e a Alemanha, que tinha a melhor escola de química (Laboratórios
46
de Justus von Liebig), já em 1914 detinha 75% do mercado mundial de produtos químicos
(RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991; HEATON, 1994).
A necessidade de um profissional que passasse para a escala industrial os desenvolvimentos dos
químicos de laboratório deu origem à engenharia química. Em 1888, teve início no Massachusetts
Institute of Technology o primeiro curso de quatro anos de duração de Engenharia Química.
Entretanto, para muitos químicos, formados em escolas alemãs, essa especialidade era
desnecessária e era atendida pelo trabalho conjunto de engenheiros mecânicos e pesquisadores
químicos que, dessa maneira, podiam dedicar-se ao lado criativo da pesquisa química sem se
envolver com o dimensionamento de equipamentos (PAFKO, 2003).
A indústria química norte americana do início do século era fundamentalmente diferente da indústria
alemã. A indústria americana se concentrava na produção de uns poucos produtos com grande
mercado, como o ácido sulfúrico, que não envolviam grande complexidade do ponto de vista
químico, mas que requeriam conhecimentos complexos de engenharia para viabilizar a produção
econômica em grande escala, em processos contínuos, desses produtos com pequeno valor unitário.
A indústria alemã, por sua vez, se concentrava na produção de produtos de elevada complexidade
química, como pigmentos, que eram produzidos em pequena escala em processo de bateladas, em
instalações não muito diferentes das de um laboratório químico. Essa diferença de enfoque se
manteve por muitos anos a ponto dos primeiros engenheiros químicos só aparecerem na Alemanha
nos anos 1960 (PAFKO, 2003).
A indústria química internacional sofreu grandes transformações durante a Primeira Guerra Mundial.
A Alemanha transformou sua indústria de corantes em indústria de produtos bélicos, produtos
farmacêuticos e borracha sintética. A indústria química inglesa experimentou um crescimento
notável. Os Estados Unidos mantiveram sua posição de segunda potência química mundial com
destaque para a tecnologia de produtos inorgânicos, que era bastante desenvolvida em comparação
com a de produtos orgânicos (WONGTSCHOWSKI, 1999).
O período entre as duas Guerras Mundiais foi caracterizado por grande atividade na área de
pesquisa e desenvolvimento aplicados. Com o início da Segunda Guerra Mundial e a conseqüente
47
escassez de matérias primas a indústria química foi chamada a desenvolver novas tecnologias e a
produzir
as
substâncias
necessárias
à
guerra
a
partir
de
matérias
primas
locais
(WONGTSCHOWSKI, 1999).
Os Estados Unidos, após a Segunda Guerra, assumiram a posição de liderança na indústria química
mundial. A tecnologia química apresentou grandes avanços principalmente na área de polímeros. A
transição dos processos em batelada para os processo contínuos com o suporte da engenharia
química foi um dos grandes diferenciais que permitiram aos Estados Unidos assumirem a liderança
na área química (WONGTSCHOWSKI, 1999).
2.1. Indústria Química no Brasil
A indústria do açúcar a partir da cana de açucar, que teve início no século XVI e atingiu seu auge
no século XVIII, foi a primeira atividade química no Brasil. Até a chegada da família real portuguesa
ao Brasil, em 1808, a produção química era pequena e restringia-se ao sabão, óxido e hidróxido de
cálcio, corantes vegetais, sal, salitre e pólvora. Também eram fabricados medicamentos, potassa,
barrilha, cloreto de amônio e resinas vegetais (WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994).
A chegada de D.João VI ao Brasil deu impulso à indústria química. Nesse período até à
Proclamação da República, o Brasil já contava com indústrias na área de extração mineral, vegetal e
animal, indústrias siderúrgicas e de cimento, entre outras. Também era grande o número de
produtos químicos produzidos. A crise cafeeira de 1896-1897 restringiu as importações e dificultou
a expansão industrial, que só veio a ganhar força a partir de 1906. Com a chegada da Segunda
Guerra Mundial a indústria química brasileira sentiu falta de matérias primas, que eram importadas
(WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994).
No período entre as duas Grandes Guerras, o crescimento industrial brasileiro se situou bem abaixo
daquele registrado nas primeiras décadas do século. Nesse período, e na década seguinte,
entretanto, é que se dá a expansão das indústrias metalúrgicas, de cimento e químicas, além da
48
entrada de diversas indústrias transnacionais no Brasil, tais como a Lever, Dupont e Union Carbide
(WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994).
No final da década de 50 e início da década de 60, tem início a consolidação da indústria química
brasileira que se concentra no Estado de São Paulo, responsável por 50% da produção nacional.
Nas décadas seguintes são implantados os pólos petroquímicos de São Paulo (1972), Nordeste
(1978) e Sul (1982). A complementação da indústria química nacional ocorre na década de 1980
com a implantação de indústrias de química fina tais como intermediários para a indústria de
defensivos agrícolas, produtos farmacêuticos, pigmentos, etc (WONGTSCHOWSKI, 1999;
VANIN, 1994).
A brusca abertura da economia brasileira às importações, no início da década de 1990, teve
impacto significativo na indústria química. As empresas mais competitivas resistiram à concorrência
externa, chegando a aumentar significativamente as suas exportações. Entretanto, um bom número
de empresas foi obrigada a fechar suas portar por não conseguir competir com os produtos
estrangeiros (WONGTSCHOWSKI, 1999).
ACHILLADELIS et al (1990) demonstraram, com base na análise de patentes solicitadas pelas
principais empresas químicas entre 1950 e 1980, que a indústria química mundial, após seu auge
nos anos 1970, atingiu no final do século XX um estágio de maturidade. A análise, em questão,
envolveu as áreas de plásticos, detergentes, pigmentos, pesticidas e fibras sintéticas e corroborou
um estudo feito anteriormente nos Estados Unidos, por CHAKRABARTI (1988) utilizando uma
metodologia similar.
Num estágio de maturidade, como o da indústria química, as inovações tecnológicas ocorrem de
forma incremental e não, através de grandes saltos. Nesse cenário, empresas com um razoável
domínio de sua tecnologia de produção e aplicação, como é o caso de algumas pequenas e médias
indústrias químicas brasileiras, têm a oportunidade de, em seus nichos de atuação, apresentarem
uma liderança tecnológica. As duas empresas utilizadas para o estudo de caso do presente trabalho
se enquadram nesse caso disputando a liderança de mercado no seu nicho com empresas
multinacionais de grande porte.
49
2.5. Pequenas e Médias Indústrias Químicas Paulistas
FREITAS (1992) realizou uma pesquisa com 13 pequenas indústrias químicas paulistas dedicadas,
em sua maioria, ao mercado de especialidades químicas. Esse tipo de indústria química é voltada
para produtos diferenciados produzidos em pequena escala visando atender necessidades
específicas dos clientes. A complexidade desses processos de produção não é muito elevada,
envolvendo muitas vezes, apenas a mistura das matérias primas sem que ocorra reação química
entre elas. Nas empresas pesquisadas o investimento inicial em equipamentos é, relativamente,
elevado, diferentemente do que ocorre em outros segmentos industriais. Os equipamentos
empregados são multi-propósito devido à constante necessidade de diversificação das linhas de
produtos. A maioria das empresas pesquisadas nunca recebeu apoio governamental ou de órgãos
voltados para assistência de pequenas empresas.
A Fundação SEADE, entre os meses de agosto de 1997 e dezembro de 1998, realizou uma
Pesquisa da Atividade Econômica Paulista – PAEP. Após o encerramento dos trabalhos de campo
a PAEP teve como resultado quase 22 mil questionários respondidos. Destes questionários, 1.846
se referiam a indústrias químicas paulistas distribuidas pelas 9 áreas de atividade apresentadas na
Tabela 2.1 (SEADE, 1999).
Com o objetivo de facilitar a visualização da grande massa de resultados da PAEP, foi elaborado
um gráfico em que a percentagem de respostas correspondentes a cada tipo de fonte é multiplicada
por um peso relativo à sua importância para a empresa. Foi atribuído peso um às fontes indiferentes
ou de pouca importância, peso dois às fontes importantes, peso três às fontes muito importantes e
peso quatro às fontes cruciais. O resultado desse tratamento dos dados é apresentado na Tabela 2.1
em que se verifica que as principais fontes de tecnologia para as indústrias químicas são, pela
ordem, os clientes, os fornecedores de matérias primas e os competidores.
O destaque dos clientes como fonte de tecnologia pode ser explicada pela tendência cada vez maior
das empresas de terceirizarem parte de suas operações para empresas de menor porte que
industrializam em suas instalações industriais os produtos dos clientes utilizando tecnologia fornecida
50
pelos próprios. As duas empresas utilizadas para o estudo de caso do presente trabalho prestam
esse tipo de serviço para empresas de maior porte.
BELL & PAVITT (1993) propuseram uma classificação de empresas baseadas em tecnologia.
Nessa classificação as pequenas empresas aparecem num extremo como dependentes da tecnologia
de seus fornecedores de matérias primas e equipamentos ou, no outro extremo, como fornecedoras
especializadas em que o seu domínio de uma tecnologia em especial lhes garante uma vantagem
competitiva. A maior parte das pequenas empresa se enquadra na classificação dos autores como
empresas dominadas pelo fornecedor. Nesse tipo de empresa observa-se que os seus clientes são
bastante sensíveis ao preço. Fato esse que impede a geração de fundos para investimento em
atividades tecnológicas de médio e longo prazo. O principal foco dessas atividades tecnológicas por
sua vez se concentra na redução de custos, pois é uma forma de manter margem diante de clientes
sensíveis a preço. Por isso as pesquisas relatadas anteriormente mostram o grande impacto dos
custos e dos serviços de contabilide. Outra característica dessas indústrias é que as principais fontes
de tecnologia estão relacionadas com a aquisição de equipamentos e os processos decorrentes de
suas operações de manutenção. Daí a importância do fornecedor para esse tipo de empresa.
O aparecimento, na PAEP, dos fornecedores como segunda principal fonte de tecnologia das
pequenas empresas químicas é explicado pela atuação da maior parte dessas empresas em setores
dominados por fornecedores como é o caso dos setores de sabões & detergentes, cosméticos e
tintas & vernizes.
A classificação dos competidores como terceira fonte de tecnologia pode se dever a um trabalho de
“benchmarking” desenvolvido pelas pequenas empresas ou ao processo de utilização da tecnologias
de outras empresas a partir da cópia pura e simples que, como registram SÁBATO &
MACKENZIE (1981), é um dos mais antigos processos de obtenção de novas tecnologias.
O mesmo método de elaboração da Figura 2.1, utilizando pesos, foi utilizado para a elaboração da
Figura 2.2, em que são apresentados os resultados da PAEP em relação à motivação para a
inovação nas indústrias químicas. Ao contrário do caso anterior, nenhum motivo se destaca
51
acentuadamente dos demais. As motivações maiores foram qualidade, custos, segurança e meio
ambiente e mercado.
As pequenas indústrias químicas atuando, em sua maioria, em segmentos dominados pelos
fornecedores de matérias primas e, em alguns casos de equipamentos, não encontram motivações
maiores para a inovação tecnológica uma vez que, resignadas com essa posição de dependência
tecnológica procuram se diferenciar no mercado por aspectos que foram lembrados como
motivação para a inovação tais como qualidade, custos, segurança e meio ambiente e mercado. A
informação tecnológica tem o potencial de dar a essas pequenas empresas a opção entre fazer seu
próprio caminho ou continuar na dependencia de seus fornecedores.
O treinamento do pequeno empresário na resolução de seus próprio problemas tecnológicos além
de atender suas necessidades imediatas também o qualifica para no futuro, com esse conhecimento
adquirido resolver problemas sem necessidade de suporte externo. A maior parte dos problemas de
natureza tecnológica relacionada com qualidade, custo segurança, meio ambiente e mercado nas
pequenas e médias empresas pode ser resolvida com soluções do tipo “troubleshouting” que pode
ser provida pelo fornecedor ou por um sistema de informação tecnológica. No primeiro caso a
solução do problema perpreta a dependência, no segundo caso existe a possibilidade de gerar
processo de aprendizagem interna, que é o primeiro passo
52
Tabela 2.1. Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado e por Setor de Atividade
Total Global
> 1000
500 a 999
100 a 249
50 a 99
30 a 49
1 a 19
20 a 29
Indústrias Químicas - Setor de Atividade
250 a 499
Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado
nº %
nº
%
nº
%
nº
%
nº
% nº % nº % nº %
nº
%
Produtos Químicos Inorgânicos
73 57
4
3
10
8
14 11
9
7
7
6 10 8
0
128
100
Produtos Químicos Orgânicos
34 43
3
3
19 24 13 16
4
5
1
2
4 5 2 3
79
100
Resinas e Elastômeros
13 22 17 27
5
6
10 4
7
3 5 2 3
62
100
Fibras, Fios, Cabos e Filamentos Continuos
7 24 19 63
0
0
0 1 3
29
100
Produtos Farmacêuticos
83 31 29 11 34 12 43 16 31 12 19 7 25 9 7 3
271
100
Defensivos Agrícolas
0
0
11
100
1
11
0
3
2
14 1 13
Sabões, Deterg., Prod. Limpeza e Artigos de Perfum.
304 64 53 11 54 11 24
5
22
4 11 2
5 1 7 2
479
100
Tintas, Vernizes, Esmaltes, Lacas e Produtos Afins
91 46 38 19 14
7
28 14 18
9 10 5
0 1 0
200
100
Produtos e Preparados Químicos Diversos
348 59 51
8
65 11 51
9 13 2
3 1 5 1
586
100
Total
954 52 214 12 185 10 206 11 143 8 68 4 49 3 25 1
1.846
100
49
12
9
40
9
1
11 18
4
Fonte: SEADE, 1999
0
8
0
53
Figura 2.1. Importância Relativa das Fontes de Tecnologia para os Setores de Atividade da Indústria Química
16,1
18,00
10,0
10,4
10,3
9,9
8,9
7,4
7,0
7,3
5,9
5,9
6,6
3,8
2,6
4,1
4,4
5,4
4,2
5,0
5,2
5,4
5,7
4,6
5,3
3,8
4,0
4,2
5,0
7,1
6,8
7,0
5,9
6,7
5,3
3,5
1,5
1,8
2,0
1,0
1,0
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
1,0
1,0
1,0
2,00
1,5
1,5
1,7
2,1
2,2
2,4
2,9
3,4
3,6
7,4
7,2
6,8
5,0
5,7
4,3
4,3
7,5
7,5
7,6
7,7
8,1
8,2
8,2
8,4
8,7
9,0
7,4
7,1
5,8
5,4
5,7
6,5
6,6
6,3
7,0
7,1
7,1
5,5
5,5
5,2
3,7
4,00
8,4
8,7
8,2
8,3
7,9
5,9
6,00
5,4
8,00
9,9
10,2
9,4
10,00
11,1
11,2
10,7
10,9
11,0
12,00
12,1
12,4
13,2
14,00
13,2
16,00
0,00
Produtos
Químicos
Inorgânicos
Clientes
Fornec Mat
Produtos
Químicos
Orgânicos
Competidores
Resinas e
Elastômeros
Universidade
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1999
Fibras, Fios,
Cabos e
Filamentos
Contínuos
Fornec Bens Cap
Produtos
Farmacêuticos
Dept P&D
Defensivos
Agrícolas
Outros Depts
Sabões, Deterg., Tintas, Vernizes,
Prod. Limpeza e Esmaltes, Lacas e
Artigos de
Produtos Afins
Perfum.
Outras Empr Grupo
Inst Pesq
Conf Public
Produtos e
Preparados
Químicos
Diversos
Feiras
Outros
54
Figura 2.2. Motivação para a Inovação nos Setores de Atividade da Indústria Química
6,1
5,9
6,1
6,7
7,6
8,5
8,7
7,8
7,7
7,5
7,3
10,8
9,4
9,8
10,2
10,3
8,7
8,5
8,2
7,7
6,8
10,7
10,3
11,8
11,9
13,1
12,8
10,2
11,6
10,2
11,2
9,1
9,9
9,9
9,9
9,5
8,4
7,7
7,3
6,6
7,6
8,00
9,9
9,6
11,0
10,5
10,8
10,4
9,3
9,2
8,9
9,0
10,00
10,4
10,0
9,7
10,2
10,5
10,1
12,00
12,2
12,2
12,0
12,5
14,00
13,8
14,6
14,4
13,6
14,0
14,3
13,8
16,00
3,9
3,6
1,0
1,0
1,0
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
2,00
1,5
2,3
4,00
4,0
5,3
6,00
0,00
Produtos
Químicos
Inorgânicos
Qualidade
Produtos
Químicos
Orgânicos
Custos
Resinas e
Elastômeros
Seg Trabalho
Fibras, Fios,
Cabos e
Filamentos
Contínuos
Meio Ambiente
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1999
Produtos
Farmacêuticos
Partic Mercado
Defensivos
Agrícolas
Novos Mercados
Sabões, Deterg., Tintas, Vernizes,
Prod. Limpeza e Esmaltes, Lacas e
Artigos de
Produtos Afins
Perfum.
Mix Produtos
Obsolescência
Flexib Produção
Produtos e
Preparados
Químicos
Diversos
Outros
55
3. INFORMAÇÃO TECNOLOGICA
3.1. Informação e Conhecimento
A palavra informação tem origem no latim informare, que significa dar forma a um material como a
pedra, a madeira ou o couro. Com o passar do tempo a palavra informação passou a designar a
ação de informar, formação ou moldagem da mente e do caráter, treinamento, instrução,
ensinamento, comunicação de conhecimento instrutivo. O conceito de informação está intimamente
ligado ao de sistemas organizados que precisam trocar informações para se manterem
(SCARROTT, 1994). A Teoria da Informação de SHANNON (1948) revolucionou esse conceito
ao caracterizar um sistema de informação como sendo formado por uma fonte, um transmissor, um
canal (sujeito a ruídos), um receptor e um destinatário. Nesse sistema de informação o significado
da informação não tem importância, o que importa é que a informação transmitida seja igual a
recebida (Figura 3.1).
Figura 3.1. Sistema de Comunicação com Ruído
Fonte
Transmissor
Canal
Receptor
Destinatário
Ruído
Fonte: SHANNON (1948)
No campo da Ciência da Informação é feita uma distinção entre dados, informação e conhecimento.
Dados são todos os tipos de caracteres que podem ser armazenados, transmitidos e recuperados e
56
aos quais pode ser atribuído um significado. Conhecimento é a compreensão ganha através de
experiências passadas ou associações. Informação é novo conhecimento (GOLDMANN, 1992).
Segundo NONAKA & TAKEUCHI (1997), os pesquisadores ocidentais vêem a organização
como uma máquina de processamento de informações e não fazem distinção entre dados,
conhecimento e informação. Desse pecado não escapam, nem mesmo, autores consagrados como
Peter Drucker. Alvin Toffler, por exemplo, em seu livro Powershift utiliza as palavras “dados”,
“informação” e “conhecimento” de forma intercambiável de modo a “evitar repetições tediosas”.
NONAKA & TAKEUCHI (1997) classificam o conhecimento em dois tipos (Tabela 3.1). O
primeiro é o conhecimento explícito que pode ser expresso na linguagem formal, falada ou escrita. O
segundo tipo é o conhecimento tácito, que é o mais importante e difícil de ser articulado na
linguagem formal, dificultando a sua transmissão. Esse conhecimento diz respeito à experiência
pessoal de cada um e a própria pessoa que o possui não se dá conta de sua extensão. É o caso do
artesão experiente que é incapaz de explicitar os princípios técnicos e científicos envolvidos no
trabalho, que desenvolve com perfeição.
Tabela 3.1. Dois tipos de Conhecimento
Conhecimento Tácito
(subjetivo)
Conhecimento da experiência
(corpo)
Conhecimento simultâneo
(aqui e agora)
Conhecimento análogo
(prática)
Fonte: NONAKA & TAKEUCHI (1997)
Conhecimento Explícito
(objetivo)
Conhecimento da racionalidade
(mente)
Conhecimento seqüencial
(lá e então)
Conhecimento digital
(teoria)
NONAKA & TAKEUCHI (1997) utilizam a definição de conhecimento como uma “crença
verdadeira justificada” que, diferentemente da informação, diz respeito a crenças e compromissos e
está relacionado à ação e, da mesma forma que a informação, diz respeito ao significado. A
informação proporciona uma nova perspectiva sobre eventos e objetos, dessa maneira, a
“informação é um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento”. Enquanto a
57
informação é um fluxo de mensagens, o conhecimento é o resultado desse fluxo interagindo com as
crenças de seu detentor.
O conhecimento só pode ser criado pelas pessoas. A criação ocorre por meio da interação entre o
conhecimento tácito e o conhecimento explícito de quatro maneiras possíveis (Figura 3.2):
socialização (de conhecimento tácito para tácito); externalização(de conhecimento tácito para
explícito); internalização(de conhecimento explícito para tácito); e combinação(de conecimento
explícito para explícito) (NONAKA & TAKEUCHI 1997).
Figura 3.2. Quatro Modos de Conversão do Conhecimento
Socialização
Externalização
(Conhecimento Compartilhado)
(Conhecimento Conceitual)
Conhecimento tácito
Conecimento tácito
Conhecimento tácito
Conhecimento explícito
Internalização
Combinação
(Conhecimento Operacional)
(Conhecimento Sistêmico)
Conhecimento explícito
Conhecimento tácito
Conhecimento explícito
Conhecimento explícito
Fonte: NONAKA & TAKEUCHI (1997)
GORMAN (2002) classifica a informação como um tipo de conhecimento, dentre os quatro tipos
de conhecimento descritos em seu modelo que, além da informação, considera também as
habilidades, julgamento e sabedoria como tipos de conhecimento. Esses conhecimentos podem ser
declarativos (explícitos) ou tácitos (implícitos) conforme apresentados na Tabela 3.2.
58
Tabela 3.2. Quatro tipos de conhecimento
Declarativo
Tácito
(explícito)
(implícito)
Informação (o que)
Memorização
Reestruturação
Habilidade (como)
Algoritmos
Heurística
Julgamento (quando)
Regras
Modelos mentais
Sabedoria (por que)
Códigos
Imaginação moral
Fonte: GORMAN (2002)
3.2. Ciência e Tecnologia
O termo ciência tem origem na palavra latina scientia que significava saber e conhecimento. Num
sentido mais amplo, ciência é uma sistematização do conhecimento na forma de um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos. A ciência é
desenvolvida utilizando o método científico que surgiu como uma tentativa de organizar o
pensamento com o objetivo de alcançar conhecimentos válidos e verdadeiros. No método indutivo
o conhecimento é o resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento
empírico. No método dedutivo o conhecimento é adqurido através da elaboração lógica de
hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação (BELLO, 2000).
BUNGE (1980) faz distinção entre ciência básica, ciência aplicada e tecnologia. Tanto a ciência
básica quanto a ciência aplicada fazem uso do método científico. Entretanto, a ciência básica não se
preocupa com a utilização do conhecimento gerado, enquanto a ciência aplicada estuda problemas
com possível interesse social. A diferença entre a ciência, básica ou aplicada, e a pesquisa
tecnológica é que a preocupação desta última não é o conhecimento pelo conhecimento e sim a
utilização prática desse conhecimento.
A distinção entre ciência básica e aplicada está cada vez mais tênue. A preocupação de ambas é a
ampliação do conhecimento da humanidade. Esse conhecimento é divulgado em publicações de
59
circulação mundial podendo ser utilizado livremente por qualquer um sem qualquer retribuição ao
pesquisador além de uma eventual citação de seu nome e título do trabalho. O número de vezes que
um trabalho é citado é utilizado como indicador de sua qualidade no meio acadêmico. Esse tipo de
avaliação dos trabalhos científicos leva, por vezes, a distorções apontadas há mais de 30 anos por
SAGASTI (1986). Pesquisadores, de países com escassos recursos para pesquisa, acabam
trabalhando em assuntos desvinculados das necessidades de seus países mas, com maiores chances
de serem citados, por atenderem às necessidades dos países que lideram a pesquisa científica
mundial. BUNGE (1980), entretanto, acredita que qualquer tentativa de direcionamento da pesquisa
básica, para assuntos mais relevantes para as necessidades econômicas e sociais dos países, “é a
forma mais eficiente de acabar com ela”.
“Tecnologia é o conjunto organizado de todos os conhecimentos – científicos, empíricos ou
intuitivos – empregados na produção e comercialização de bens e de serviços” (LONGO, 1984). O
aspecto comercial da tecnologia faz com que sua circulação não seja tão livre quanto a da ciência
básica. As inovações tecnológicas são, geralmente, objeto de patente obrigando o interessado em
fazer uso dela a pagar royalties para o detentor do documento de patente.
As fronteiras entre ciência e tecnologia também estão se aproximando, da mesma maneira que as
fronteiras entre ciência básica e ciência aplicada. NARIN & OLIVASTRO (1992) verificaram que
é cada vez maior o número de referências à literatura científica nos documentos de patente, e que o
prazo para a citação dessas referências é quase o mesmo que para a citação delas em periódicos
científicos.
3.3. Inovação Tecnológica
O termo inovação técnica ou, simplesmente, inovação é usado para descrever a introdução e
difusão, na economia, de produtos e processos novos ou aperfeiçoados. Por outro lado, inovação
tecnológica é utilizado para descrever avanços no conhecimento (FREEMAN, 1982).
60
A importância da inovação no processo de desenvolvimento econômico foi enfatizada por
Schumpeter que definiu inovação não apenas como novos produtos e processos, mas também,
como novas formas de organização, novos mercados e novas fontes de matérias primas
(SCHUMPETER, 1988).
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se a idéia de que a ciência básica
era a origem do todo o desenvolvimento econômico. De acordo com esse modelo linear do
relacionamento entre ciência e inovação tecnológica, se cientistas competentes fossem contratados e
dispusessem de recursos financeiros e tempo para desenvolver ciência básica, as instituições
científicas dariam origem a novos produtos e processos que resultariam em vendas, lucros e
crescimento econômico. Esse modelo, chamado de “science push” (ciência empurrando) teve amplo
apoio da comunidade científica e serviu de argumento para maciços investimentos governamentais
em ciência básica (CLARK & WET, 1995; FREEMAN, 1995).
Nos anos 1960, surgiu um novo modelo como resposta ao insucesso do modelo “science push” em
atender às necessidades do mercado. Esse novo modelo incorporava o mercado ao modelo anterior
na forma de um modelo bi-direcional com as componentes “science push” e “market pull” (mercado
puxando) como apresentado na Figura 3.3 (CLARK & WET, 1995).
Figura 3.3. Modelo linear bi-direcional de relacionamento entre ciência e inovação tecnológica
Science Push
Ciência básica
Ciência aplicada
Desenvolvimento
Market Pull
Fonte: CLARK & WET, 1995
Produção
Marketing
61
Nas décadas de 1970/80, os países ocidentais, que investiam maciçamente em ciência, enfrentavam
dificuldades econômicas, enquanto, países orientais, sem tradição de investimentos em ciência
básica, apresentavam pronunciado desenvolvimento econômico. Nessa situação, os modelos
anteriormente apresentados passaram a ser questionados quanto à sua validade de representar o
complexo relacionamento entre ciência, tecnologia e desenvolvimento econômico. Verificou-se que
a falha desses modelos era a associação de ciência com pesquisa, como no modelo de ciclo de vida
de um produto apresentado na Figura 3.4, que é bastante similar ao da Figura 3.3 (CLARK &
WET, 1995).
Figura 3.4. Ciclo de Vida de um Produto
Pesquisa
Design
Desenvolvimento Industrialização Produção Utilização e Suporte
Fonte: CLARK & WET, 1995
Figura 3.5. Ciência, Pesquisa e Ciclo de Vida de um Produto
Conhecimento / Ciência
Pesquisa
Tecnologia
Pesquisa
Design
Desenvolvimento Industrialização Produção Utilização e Suporte
Fonte: CLARK & WET, 1995
62
Na realidade, o papel da pesquisa deveria ser de obtenção de conhecimento não só sobre os
aspectos científicos mas, também, sobre todas as tecnologias envolvidas no restante do ciclo de vida
do produto, conforme o modelo apresentado na Figura 3.5. As pequenas empresas, em função de
suas especificidades e limitações, comentadas anteriormente, não tem como atuar em todas as
etapas do ciclo de vida, limitando-se as etapas de produção, utilização e suporte. Os serviços de
informação tecnológica se propõe a conectar as pequenas empresas com o conhecimento
necessário para sua operação de forma competitiva. Esse conhecimento não seria representado pela
ciência e sim pela tecnologia, de que a pequena empresa é carente.
3.4. Sistema Nacional de Inovação
A constatação de que o processo de inovação é um processo interativo levou os estudiosos a
começar a pensar no mesmo na forma de um sistema, abandonando os modelos lineares
apresentados anteriormente. O economista sueco Lundvall, em 1985, utilizou o conceito de “sistema
de inovação” para englobar o relacionamento entre laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e
institutos tecnológicos com o sistema produtivo. Esse conceito, que teve origem nos trabalhos de
Friedrich List, foi ampliado para “sistemas nacionais de inovação” ao considerar as diferenças entre
os diversos países com respeito aos mercados organizados, relacionamento universidade-indústria,
sistema educacional, políticas governamentais, tradições culturais e vários outros aspectos
(LUNDVALL, 1999; FREEMAN, 1995)
List, em 1841, propôs uma série de políticas relacionadas com o aprendizado e aplicação de novas
tecnologias visando o desenvolvimento da Alemanha. Graças aos trabalhos de List, e de outros
economistas alemães, a Alemanha desenvolveu um dos melhores sistemas de educação técnica em
todo o mundo, que lhe permitiu ultrapassar a Inglaterra em meados do século XIX. Foi também na
indústria química alemã de pigmentos que, em 1870, foi implantado o primeiro departamento formal
de pesquisa e desenvolvimento dentro de uma indústria (FREEMAN, 1995).
63
ALBUQUERQUE (1996) propôs uma tipologia para os sistemas nacionais de inovação. Na
primeira categoria foram incluídos Estados Unidos, Japão e Alemanha seguidos da Inglaterra,
França e Itália. Esses sistemas de inovação capacitam os países a manterem liderança tecnológica.
Na segunda categoria foram incluídos países pequenos de alta renda (Suécia, Dinamarca, Holanda e
Suiça) e países asiáticos de desenvolvimento recente e acelerado tais como Coréia do Sul e Taiwan.
Nesses países o objetivo principal do sistema de inovação é a difusão de inovações. O Brasil
aparece numa terceira categoria onde estão os países cujos sistemas de ciência e tecnologia não se
transformaram, ainda, em sistemas de inovação devido a uma baixa capacidade de absorção da
difusão tecnológica mundial.
FREEMAN (1988) enfatiza que os sistemas de inovação são efetivos “apenas na medida em que
eles apoiem os setores-chave da economia, processos de learning by doing e learning by
interacting”. LUNDVALL (1999) reforça a importância do aprendizado ao afirmar que, a longo
prazo, formação de habilidades gerenciais e competências centrais é o mais importante, e ao citar a
frase de SENGE (1999) de que “a única fonte continuada de vantagem competitiva é a habilidade
de aprender”.
3.5. Transferência de Tecnologia
A expressão “transferência de tecnologia” é utilizada, de uma maneira geral, para designar tanto a
passagem de conhecimentos de um ambiente para outro, interna ou extermamente a uma
organização, quanto o processo comercial envolvido nesse processo (BARBIERI, 1990;
LEONARD-BARTON & SINHA, 1993).
As diversas descrições do processo de transferência de tecnologia fazem uma analogia de forma
direta (WALLENDER III, 1979) ou indireta (BARBIERI, 1990, URDANETA, 1992) com a
Teoria da Informação, destacando uma entidade fonte e outra receptora entre às quais acontece uma
transferência de conhecimento, conforme demonstrado na Figura 3.6.
64
Figura 3.6. Os Atores do Processo de Transferência de Tecnologia
Fonte: WALLENDER III (1979) apud DUARTE (2001)
A transferência de tecnologia implica numa forma de aprendizagem e adaptação por parte dos
receptores de tecnologia, sendo uma transferência de conhecimento. Essa abordagem é a mais
adequada para “se analisar o papel da informação científica e tecnológica no processo de inovação”
(CYSNE, 1996). A conceituação de informação científica e tecnológica ainda é objeto de
discussões (JANNUZZI & MONTALLI 1999), entretanto, utilizamos as definições de AGUIAR
(1991), que já se tornaram clássicas:
“a informação científica é [...] o conhecimento que constitui, em um certo
momento da evolução da ciência, um acréscimo ao entendimento universal
então existente sobre algum fato ou fenômeno, tendo-se tornado disponível
como resultado de uma pesquisa científica, ou seja, de um trabalho de
investigação conduzido segundo o método científico”,
e “informação tecnológica é todo tipo de conhecimento relacionado com o
modo de fazer um produto ou prestar um serviço, para colocá-lo no
mercado”.
DUARTE (2001) analisa os determinantes para o sucesso de um processo de transferência de
tecnologia e identifica três grupos de fatores principais. O primeiro grupo são fatores externos
65
relacionados com o macro ambiente. A seguir vêm os fatores internos relacionados com a empresa
receptora da nova tecnologia. Finalmente, vêm os fatores de integração tanto entre os agentes
internos da empresa receptora quanto entre a empresa receptora e o fornecedor de tecnologia.
LEONARD-BARTON & SINHA (1993) definem o sucesso na transferência de tecnologia em
termos da satisfação do usuário que poderia ser medida segundo três dimensões. A primeira seria o
impacto da tecnologia na eficiência. A segunda a facilidade do processo de transferência de
tecnologia e a terceira seria o atingimento dos objetivos.
O sucesso do processo de transferência de tecnologia pode ser determinado na medida em que o
receptor da tecnologia incorpora esse conhecimento ao seu dia a dia e melhora essa tecnologia com
base em seus próprios conhecimentos. Entretanto, não se pode perder de vista a necessidade de
avaliação do retorno de investimento e aumento da vantagem competitiva da empresa.
Os modos de conversão do conhecimento entre suas formas explícitas e implícitas apresentado por
NONAKA & TAKEUCHI (1997) se adequa com precisão ao processo de transferência de
tecnologia e a operação dos serviços de informação tecnológica. Estes serviços tem como objetivo
transformar um conhecimento que na maioria das vezes se encontra sob forma explícita, como
documento impresso, em conhecimento absorvido pelo pequeno empresário, que só após a
internalização desse conhecimento terá condições de utilizá-lo.
66
4. SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA
Os serviços de informação tecnológica tiveram sua origem na tentativa de transferir tecnologia para
o parque industrial de um país, especialmente para as pequenas e médias empresas que tem maior
dificuldade de obter informações. Os serviços originalmente surgiram como um desdobramento das
atividades de bibliotecas técnicas. Em função dessa origem, durante muito tempo, os serviços de
informação atuaram na forma de “balcão” onde o interessado solicitava a informação desejada e
recebia em resposta uma série de documentos escritos sobre o assunto.
A história dos serviços de informação no Brasil tem início com a engenheira química Ângela
Pompeu que, recebendo a incumbência de estruturar um serviço de informações tecnológicas no
Instituto Nacional de Tecnologia (INT) no início da década de 70. Após uma pesquisa sobre os
serviços de informação existentes na época, foi escolhido o Danish Technological Institute (DTI),
que na época era referência mundial sobre o assunto, para servir de modelo ao serrviço de
informações tecnológicas do INT.
Os serviços de informação tecnológica, no princípio, prestavam apenas serviços relacionados à área
de biblioteconomia tais como: informações referenciais, que consistia em consultas básicas a normas
técnicas e publicações do acervo do serviço de informações e pesquisas bibliográficas. Atendendo
solicitações dos usuários, fonte não tão acadêmicas, como listas de “páginas amarelas”, passaram a
ser utilizadas para obter informações de fornecedores. O passo seguinte foi a incorporação aos
acervos dos serviços de informação de catálogos de equipamentos, que durante muito tempo foram
os itens mais procurados pelos pequenos empresários.
A constatação que os simples serviços de “balcão” não estavam atendendo plenamente às
necessidades dos usuários levou a incorporação de engenheiros às equipes dos serviços de
informação tecnológica por falarem a “mesma língua que os empresários”. Ainda hoje, a maior parte
dos profissionais atuando em serviços de informação são bibliotecárias ou engenheiros.
67
Subsequentemente novos serviços, com maior valor agregado, passaram a ser prestados pelos
serviços de informação tecnológica. A resposta técnica, por exemplo, consiste na preparação de um
dossiê sobre o assunto da consulta, com base em pesquisa em diversas fontes, até mesmo a
profissionais da área consultada. A resposta técnica, entretanto, não se preocupa em analisar os
documentos fornecidos nem a coerência entre as diversas informações passadas para o usuário,
presupondo que este tenha qualificação técnica para analisar os documentos recebidos.
Depois da resposta técnica os próximos produtos por ordem de quantidade de valor agregado são a
assistência técnica, ou tecnológica, a consultoria, e no nível mais alto, o desenvolvimento de projetos
tecnológicos.
Nos serviços de informação a resposta a consulta é, geralmente, entregue na forma de relatório cujo
conteudo o usuário deverá internalizar para, só então, fazer uso desse novo conhecimento. Essa
forma de atendimento, chamada de “balcão de informações” foi a forma padrão de atendimento dos
serviços de informação, que não julgavam ser seu papel ir além desse tipo limitado de fornecimento
de informações. A constatação de que o processo de internalização do conhecimento não ocorria
da parte do pequeno empresário se ele não contase com algum tipo de suporte fez com que os
serviços de informação iniciassem um processo de transformação que ainda não ocorreu totalmente
em muitos deles. Esse processo de transformação observado em serviço de informação de alguns
países têm como fator central o desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o aprendizado e
não apenas o atendimento de uma solução tópica. Outra transformação importante é a análise de
problemas muito comuns com o objetivo de criar pacotes de soluções para serem disponibilizadas
ampliando o atendimento dos serviços de informação e reduzindo a necessidade de atenção
individualizada.
4.1. Importância dos Serviços de Informação Tecnológica
O fenômeno da globalização dos mercados e a redução dos ciclos de vida dos produtos têm
forçado as empresas a inovar continuamente seus produtos e processos. Em função disso, a maior
68
parte dos programas de apoio às pequena empresas têm como objetivo aumentar a capacidade de
inovação e absorção de novas tecnologias pelas pequenas empresas. Independentemente da área de
atuação, a internalização do conhecimento é uma etapa necessária no desenvolvimento do
conhecimento dentro das empresas (NONAKA, TAKEUCHI 1997)
A existência de uma infraestrura econômica e tecnológica, só disponível por grandes empresas é,
normalmente, um pré-requisito para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Entretanto, em
alguns segmentos as pequenas empresas conseguem levar vantagem sobre as maiores em termos de
inovação tecnológica. Uma área crítica em que as pequenas empresas ficam em desvantagem em
relação às grandes, é a obtenção de informação cientifica e tecnológica (ROTHWEL, 1992; ACS &
AUDRETSCH, 1990).
Organismos internacionais, tal como a UNIDO - United Nations Industrial Development
Organization, desenvolvem programas visando a difusão de informações para pequenas e médias
indústrias como forma de alavancar a economia de países em desenvolvimento. No Brasil, políticas
governamentais visando a modernização industrial deram origem a diversos serviços dedicados ao
fornecimento de informações para as pequenas e médias empresas. Dentre essas iniciativas destacase a Rede de Núcleos de Informação Tecnológica incorporada ao PADCT - Programa Brasileiro
de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, viabilizado através de convênio com o
Banco Mundial (VIEIRA, 1996).
4.2. Serviços de Informação no Brasil
O Centro de Informações Tecnológicas do Instituto Nacional de Tecnologia, tendo à frente Ângela
Pompeu, no início dos anos 70, foi a iniciativa pioneira de serviço de informação tecnológica no
Brasil. Esses serviços, entretanto, somente procuraram atingir o pequeno empresário nos anos 80
através da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica implantada com recursos da primeira e
segunda fase do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT)
(VIEIRA, 1996; ARAUJO, FREIRE, MENDES 1997). As Tabelas 4.1 e 4.2 apresentam os
69
Núcleos componentes da Rede, que na primeira fase totalizavam 17 Núcleos e na segunda fase, 20
Núcleos.
O Estudo da Oferta e da Demanda Nacional por Serviços Tecnológicos elaborado pelo Instituto de
Tecnologia do Paraná (TECPAR) e pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) identifica
253 instituições no Brasil que prestam algum tipo de serviço tecnológico, sendo que 75% delas são
privadas. Serviços de informação tecnológica são prestados por 38% dessas empresas
(TECPAR/CNI 2001). Não se têm informações sobre o volume de serviços prestados pelos
serviços privados de informações tecnológicas. Na Tabela 4.3 são apresentados dados obtidos para
alguns Núcleos da Rede de Informação Tecnológica.
Tabela 4.1. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica – 1ª Fase
1. Núcleo de Normas Técnicas – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - RJ
2. Núcleo de Normas Técnicas – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO) - RJ
3. Núcleo de Patentes – Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - RJ
4. Núcleo Regional Intersetorial do Ceará – Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial
(NUTEC) - CE
5. Núcleo Regional Intersetorial do Espírito Santo – Instituto Euvaldo Lodi (IEL) / Instituto
Tecnológico da UFES (ITUFES) – ES
6. Núcleo Regional Intersetorial de São Paulo – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP
7. Núcleo Setorial de Alimentos – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) – SP
8. Núcleo Setorial de Conservação de Energia – Fundação Centro Tecnológico (CETEC) - MG
9. Núcleo Setorial de Couro – Centro Tecnológico de Couros, Calçados e Afins (CTCCA) - RS
10. Núcleo Setorial de Desenho Industrial – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP) – SP
11. Núcleo Setorial de Maquinário Agrícola – Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC) –
RS / IPT – SP
12. Núcleo Setorial de Metal Mecânica – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – SC
13. Núcleo Setorial de Mobiliário e Madeira – Centro Tecnológico do Mobiliário do SENAI
(CETEMO) - RS
14. Núcleo Setorial de Plástico e Borracha – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado
da Bahia (CEPED) – BA
15. Núcleo Setorial de Química Fina – Companhia de Desenvolvimento Tecnológico
(CODETEC)
16. Núcleo Setorial Têxtil e Confecção Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria Química e
Têxtil do SENAI (CETIQT) – RJ
17. Núcleo Setorial de Corrosão – Instituto Nacional de Tecnologia (INT) – RJ*
OBS: * Não dependente de recursos do PADCT.
Fonte: VIEIRA (1996)
70
Segundo SILVA (2002) os serviços de informação tecnológica brasileiros estão reestruturando suas
operações, passando a oferecer produtos com maior valor agregado e procurando obter sua
autonomia financeira pois, mesmo as instituições públicas estão tendo seus orçamentos reduzidos.
Nas seções seguintes são feitos pequenos descritivos das atividades dos Núcleos Regionais da
Rede de Informação Tecnológia em São Paulo e no Rio de Janeiro. Aproveitamos a oportunidade
para relatar as atividades do SEBRAE-SP, do INPI e do Disk-Tecnologia da USP. O SEBRAESP foi selecionado pois, apesar de não pertencer à Rede, é a porta de entrada da maioria das
consultas de pequenos empresários. O INPI é lembrado com um objetivo de alertar para o seu
abandono. O Disk-Tecnologia foi incluido por ser uma experiência bem sucedidade de atuação de
uma universidade na prestação de serviços de informação tecnológica.
Tabela 4.2. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica – 2ª Fase
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
Núcleo Regional de São Paulo – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP
Núcleo Regional do Ceará – Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (NUTEC) - CE
Núcleo Regional do Espírito Santo – Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – ES
Núcleo Regional do Paraná – Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) - PR
Núcleo Regional de Minas Gerais – Fundação Centro Tecnológico (CETEC) - MG
Núcleo Regional do Rio de Janeiro – Instituto Nacional de Tecnologia (INT) – RJ
Núcleo Especializado em Máquinas e Equipamentos – Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) - SP
Núcleo Setorial de Design – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) – SP
Núcleo Setorial de Plástico – Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro (CETIND) – BA
Núcleo Setorial de Mobiliário e Madeira – Centro Tecnológico do Mobiliário do SENAI
(CETEMO) - RS
Núcleo Setorial Têxtil e Confecção Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria Química e
Têxtil do SENAI (CETIQT) – RJ
Núcleo Setorial de Alimentos – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) – SP
Núcleo Setorial de Gemas, Jóias e Bijuterias – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais
Preciosos (IBGM) - DF
Núcleo Setorial de Processamento de Peles, Couros e Tratamento de Resíduos Industriais –
Centro Tecnológico do Couro (CTC) - RS
Núcleo Setorial de Automatização Industrial – Centro de Automatização da Manufatura
(SENAI) - SP
Núcleo Setorial de Normas Técnicas – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP
Núcleo Setorial de Patentes – Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - RJ
Núcleo Setorial de Construção Civil - Instituto Euvaldo Lodi (IEL) - GO
Núcleo Setorial de Materiais – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - SP
Núcleo de Capacitação de Pessoal em Informação Tecnológica – Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) - MG
Fonte: VIEIRA (1996)
71
Tabela 4.3. Atividades da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Atividade
Ano
Núcleo Regional de São Paulo
Núcleo Regional do Ceará
Núcleo Regional do Espírito Santo
Núcleo Regional do Paraná
Núcleo Regional de Minas Gerais
Núcleo Regional do Rio de Janeiro
Resp. Tec.
1997
190
237
20
37
117
100
Resp. Tec.
1998
457
-9
-213
--
Ext. Tec.
1997
3
81
132
89
100
34
Ext. Tec.
1998
2
-195
-143
--
* Resp.Tec.: Resposta Técnica
** Ext. Tec.: Extensão Tecnológica
Fonte: SILVA (2002)
4.3. IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Em 1899, foi instalado, num pequeno pavilhão anexo à recém fundada Escola Politécnica de São
Paulo, o Gabinete de Resistência dos Materiais, que não tinha autonomia sendo utilizado para as
atividades práticas das cadeiras da Escola Politécnica. O Gabinete após passar por diversas
ampliações e modernizações, em 1926, é chamado de Laboratório de Ensaios de Materiais e a
partir de 1934, de Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Em 1976, o IPT transforma-se em
sociedade anônima ganhando mais autonomia para ampliar laboratórios, contratar especialistas e
atender às necessidades tecnológicas do parque industrial brasileiro. Nesse mesmo ano, tem início as
atividades dos serviços de informação no Departamento de Engenharia Naval, onde a bibliotecária
Sonia Wada pesquisava informações para atender à demanda interna do Departamento. Esse
serviço, aos poucos, foi estendido para outros Departamentos, mas sempre, tendo como principal
cliente, o público interno.
Em 1985, foi criado o Departamento de Informação Técnico-Industrial (DITI) que ganhou um
impulso adicional com os recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico e passou a dar uma atenção maior ao usuário externo. Em 1994, foi criado o Centro de
Informação Tecnológica (CITEC) com o objetivo atender ao próprio IPT e ao setor produtivo
público e privado. O CITEC reúne importante acervo de livros, periódicos, normas técnicas e
catálogos de produtos industriais, acessa bases de dados nacionais e internacionais e, está integrado
72
à Rede Nacional de Núcleos de Informação Tecnológica Industrial do PADCT, coordenada pelo
IBICT/CNPq – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.
As principais áreas de atuação do CITEC são engenharia civil, economia, engenharia de sistemas,
produtos florestais, química, embalagens, transportes, mecânica, eletricidade, geologia, metalurgia,
informação tecnológica, couros e calçados, informática e telecomunicações. O CITEC conta com
um quadro de 44 funcionários sendo 32 próprios e 12 bolsistas, dos quais 30 com graduação, um
com especialização e um com mestrado.
O CITEC presta serviços de informação com um maior ou menor nível de agregação de valor às
informações inicialmente levantadas. Entre os serviços com pequeno valor agregado estão:
•
Levantamento de Fornecedores,
•
Pesquisa e Recuperação Bibliográfica,
•
Informação Referencial (sobre normas técnicas e acervo bibliográfico da instituição),
•
Atualização de Acervo de Normas Técnicas (das empresas que usam o serviço), e
•
Informação para Prospecção e Estudos.
Desses serviços, o levantamento de Informação para Prospecção e Estudos é o que exige um maior
esforço e preparo do pesquisador que busca as informações solicitadas nas mais diversas fontes.
São consultados desde relatórios de patentes a bases de dados on-line, passando por periódicos
técnico-científicos até a internet.Os serviços com maior valor agregado são:
•
Resposta Técnica,
•
Assistência Tecnológica, e
•
Assessoria Tecnológica.
Os três serviços com maior valor agregado guardam uma semelhança muito grande entre eles
diferindo apenas no grau de complexidade da resposta. A Resposta Técnica é uma compilação de
informações, obtidas em diversas fontes (livros, periódicos, entrevistas com especialistas, Internet,
etc.) e organizadas de forma a facilitar a compreensão do cliente de um processo produtivo.
Também são fornecidas normas e uma listagem de fornecedores de matérias-primas e equipamentos
73
relacionados ao processo, além das referências consultadas. O principal público-alvo deste serviço
é o empreendedor, ou seja, aquele indivíduo que deseja iniciar um pequeno negócio, mas não possui
conhecimentos profundos a respeito deste. Com as informações fornecidas pela Resposta Técnica
este indivíduo poderá dar seus primeiros passos de forma muito mais certeira, cotando preços de
máquinas, equipamentos, matérias-primas e tomando um primeiro contato com o processo industrial
que pretende desenvolver.
A Assistência Tecnológica tem a mesma estrutura da Resposta Técnica, entretanto, as respostas são
mais específicas uma vez que as consultas provêm de pequenas ou médias empresas que identificam
o problema pontual a ser resolvido. Em muitos casos, é identificado um pesquisador do IPT apto
dar uma resposta à consulta e esta é transmitida ao cliente. O atendimento para micro e pequenas
empresas pode ser realizado com apoio do Programa SEBRAETEC, no qual o SEBRAE-SP
custeia uma parcela significativa das horas técnicas utilizadas.
A Assessoria Tecnológica é prestada da mesma forma que os dois serviços vistos anteriormente.
Entretanto, as consultas são mais extensas e relacionadas ao desenvolvimento de processos e
produtos necessitando, muitas vezes, de uma etapa de implantação. Micro e pequenas empresas
podem, também, contar com o apoio financeiro do SEBRAE-SP.
4.4. INT - Instituto Nacional de Tecnologia
O Instituto Nacional de Tecnologia foi criado em 1933 a partir da Estação Experimental de
Combustíveis e Minérios criada em 1921. A Biblioteca do INT iniciou suas operações em 1936. Os
serviços de informação a tecnológica só tiveram início no final da década de 1960.
Entre 1969 e 1973, sob a coordenação da engenheira química Ângela Pompeu, os serviços de
informação tecnológica do INT tiveram sua primeira fase. Ângela Pompeu estudou os serviços de
informação tecnológica de diversos países em busca do modelo que mais se adapta-se à
necessidade brasileira. O modelo escolhido foi o do Danish Technological Information (DTI).
74
O INT atravessou sérias dificuldades financeiras durante a década de 1970, o que afetou os
serviços de informação tecnológica. Estes só vieram a ganhar novo impulso no começo dos anos 80,
com a contratação da bibliotecária Gilda Massari, em 1983, e de vários outros técnicos nos anos
seguintes. No início os serviços se restringiam às pesquisas e aos alertas bibliográficos, que
consistiam no envio para os usuários de listas de publicações recentemente acrescidas ao acervo da
instituição nas áreas previamente selecionadas pelos usuários. Em 1982 foi criado o Programa de
Informação em Química de Básica e Tecnológica, em convênio com a Fundação de Tecnologia
Industrial (FTI) e o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). Em 1985 foi criado um Núcleo de
Informação em Corrosão que expandiu a atuação da área puramente bibliográfica para a de
respostas técnicas. A metodologia de atendimento a respostas técnicas teve que ser desenvolvida
toda de novo, pois nada restara da experiência anterior do início dos anos 70.
Nos anos 90 o serviço de respostas técnicas se consolidou juntamente com o de buscas em bancos
de dados online (Dialog, STN, etc). Em 1993 foi firmado um convênio com o SEBRAE para
atendimento de pequenos empresários pelo INT. Em 1996, o INT passou a fazer parte da Rede de
Tecnológia do Rio de Janeiro. Os clientes dos serviços de informação do INT eram, em sua
maioria, pequenas empresas e empreendedores encaminhados pelo SEBRAE. A avaliação da
qualidade dos serviços era feita pelo SEBRAE que enviava questionários aos clientes atendidos
obtendo um retorno de 60%, sendo que a maior parte das avaliações era positiva.
O SEBRAE, enquanto fazia a intermediação entre os pequenos empresários e o INT, foi aos
poucos dominando a metodologia de elaborar respostas técnicas, uma vez que, depois de certo
tempo elas começam a se repetir. O SEBRAE montou um repositório das respostas às consultas
mais comuns e passou a enviar as consultas mais complexas ao INT que viu a demanda pelos
serviços de informação tecnológica cair com o passar do tempo.
A Divisão de Informação Tecnológica do INT (DINT) tem um quadro de 18 funcionários sendo 12
próprios e seis bolsistas, dos quais cinco com especialização, seis com mestrado e dois com
doutorado. A DINT ainda presta diversos serviços de informação tecnológica tais como
75
prospecção tecnológica e respostas técnicas, entretanto, está migrando cada vez mais para a
prestação de serviços com maior valor agregado. Entre os motivos para a migração está o maior
retorno financeiro desses novos serviços que permitem ao INPI caminhar no sentido de uma
autosustentação financeira já que os recursos destinados pelo Estado estão cada vez menores. A
Inteligência Competitiva é a principal das novas atividades do INT, na qual já foi criado, inclusive,
um curso de especialização em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
4.5. SEBRAE-SP - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas - SP
O Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (CEBRAE) foi criado em 17 de
julho de 1972, vinculado ao Ministério do Planejamento. Em 9 de outubro de 1990, o CEBRAE foi
transformado num serviço social autônomo, desvinculado do setor público, e mudou de nome para
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Hoje, o SEBRAE atua no
Brasil inteiro através de uma rede com 600 pontos de atendimento. Apesar da capilaridade desse
sistema é muito difícil atender a uma demanda de quase 4 milhões de micro e pequenas empresas
em todo o país. Por esse motivo o SEBRAE tem procurado desenvolver parcerias para multiplicar
sua capacidade de ação. Outra maneira de otimizar a aplicação de seus recursos é o de atendimento
a grupos de empresários, seja na forma de cursos ou consultorias.
Na área tecnológica o SEBRAE tem como metas para os próximos anos a ampliação dos
programas de inovação tecnológica de produtos e serviços voltados à competitiva das pequenas
empresas. Outras metas são o desenvolvimento de parques tecnológicos e incubadoras de
empresas, a valorização de profissionais das universidades e centros tecnológicos e o fortalecimento
das redes tecnológicas estaduais.
O serviço de informação tecnológica do SEBRAE-SP está incluído no Programa SEBRAE de
Consultoria Tecnológica (SEBRAETEC) através do qual o pequeno empresário recebe consultoria
tecnológica a baixos custos. Normalmente, o empresário com um problema tecnológico é
76
encaminhado para um grupo de outros empresários com problemas similares de reduzir os custos de
atendimento e ampliar a atuação do SEBRAE-SP. Caso esse grupo não exista, procura-se
identificar se existem outros empresários com as mesmas dificuldades de modo a viabilizar a
formação de um grupo.
O SEBRATEC opera com um quadro de quatro funcionários que têm a função de gerenciar as
demandas recebidas direcionando-as para serem atendidas por parceiros. Nos últimos 10 anos o
SEBRAETEC já fez mais de 10.000 atendimentos. Destes, cerca de 10% com um complexidade
maior que exigiu a criação de projetos.
A consultoria tecnológica é prestada por parceiros do SEBRAE-SP tais como institutos de
pesquisa, universidades e escolas técnicas. A maioria das consultas não envolve muitas horas de
trabalho do consultor para serem resolvidas. O baixo custo da consultoria (R$ 30/h) associado aos
subsídios que o SEBRAE-SP oferece de 80% para consultas de até 2 horas, 60% para consultas
entre 2 e 10 horas e 40 % para consultas entre 11 e 20 horas, fazem com que o programa seja um
excelente negócio para o empresário com dificuldades tecnológicas.
Problemas tecnológicos mais complexos acabam exigindo a elaboração de um projeto que, se
considerado relevante pode ser financiado por meio do Apoio Direto à Inovação (ADI) que é uma
uma linha de crédito Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) voltada para micro e pequenas
empresas.
4.6. INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é uma autarquia federal, criada em 1970, em
substituição ao Departamento Nacional de Propriedade Industrial. O INPI tem como principal
atividade executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial, tendo em
vista a sua função social, econômica, jurídica e técnica. O INPI concede marcas e patentes, averba
77
contratos de transferência de tecnologia, registra programas de computador, contratos de franquia
empresarial, registros de desenho industrial e de indicações geográficas.
Os documentos de patente são uma forma de reserva de mercado que garante ao seu titular a
exclusividade de exploração de seu invento por um determinado período de tempo. Os documentos
de patente possuem uma descrição técnica do invento que os torna uma valiosa fonte de informação
tecnológica que pode ser utilizada após o término do período de exclusividade concedida ao
inventor ou se a patente não tiver sido registrada no país. O INPI dispõe de um acervo de cerca de
20 milhões de documentos de patente dos quais mais de 90% pode ser usado livremente, sem a
necessidade de pagamento de direitos ao inventor.
Um dos primeiros e mais bem sucedidos produtos de informação tecnológica do INPI é o
PROFINT – Programa de Fornecimento Automático de Informação Tecnológica criado no início
dos anos 80, mas que só teve um grande impulso a partir de 1985. O PROFINT visa atender
empresas que tenham capacitação para utilizar os documentos de patente como fonte de informação
tecnológica e desenvolvam atividades de pesquisa e desenvolvimento. Para tanto, antes de ingressar
no PROFINT a empresa é avaliada quanto à sua capacitação, sendo necessário que a empresa
tenha uma estrutura de Pesquisa & Desenvolvimento interna. Desde a criação do PROFINT uma
média de 100 empresas tem utilizado esse serviço. Atualmente o maior número de empresas que
utilizam o PROFINT são da área químico (37%), seguidas das empresas mecânicas (19%). Em
meados dos anos 90, foi feita uma avaliação do serviço junto às empresa contratantes e o
PROFINT foi muito bem avaliado. Não existem registros, entretanto, dessa avaliação.
O PROFINT envia regularmente cópia das páginas de rosto das patentes concedidas em todos os
países desenvolvidos de modo a permitir que as empresas que utilizam esse serviço se mantenham a
par do “estado da arte” da tecnologia.
Por volta de 1985 foi criado um Programa de Apoio à Pequena Empresa para atender as pequenas
empresas que, embora não estivessem capacitadas a utilizar o PROFINT, muito se beneficiariam da
utilização das informações contidas em documentos de patente. Esse Programa, entretanto, não teve
78
muito sucesso pela falta de capacitação das pequenas empresas. Essa falta de capacitação incluia
desde a falta de domínio do idioma inglês, no qual está redigida a maior parte dos documentos de
patentes, até a falta de capacidade de entender a terminologia empregada nos documentos. Sentiuse a necessidade de um elemento que fizesse um trabalho de intermediação tornando mais acessível
a linguagem do documento de patente para o pequeno empresário, já que o INPI não tinha recursos
humanos e materiais para fazê-lo.
O pequeno empresário, entretanto, além do problema de intermediação, não tem disponibilidade de
tempo e recursos para investir em tecnologia. Esse empresário, na maioria das vezes, só procura o
INPI quando é objeto de um processo movido contra ele por infração de propriedade intelectual.
Infelizmente, a infraestrutura do INPI não permite o atendimento desses empresários nos prazos
necessários. Um prazo razoável de resposta a uma consulta de tecnologia deveria ser, no máximo,
de 10 dias e uma consulta que envolvesse um processo judicial deveria ser respondida a tempo de
ser útil no processo, o que, às vezes significa uma resposta imediata. O Setor de Informação
Tecnológica do INPI, para permitir esse nivel de atendimento deveria contar com um número maior
de funcionários. Entretanto, nos últimos anos o quadro de funcionários foi reduzido de 12 para 6
engenheiros.
O Setor de Informação Tecnológica do INPI faz cerca de 2.000 atendimentos por ano. 500 desses
atendimentos são pesquisas de informação e, 1.500 são orientação de pessoas que fazem as
pesquisas por conta própria, por ser mais barato. Esse número de atendimentos é irrisório frente a
riqueza do acervo do INPI e do número de empresas existentes no país. O ideal seria que esse
número de atendimentos fosse muito maior, entretanto, o INPI não tem infraestrutura para atender
uma demanda maior que a atual. Se a demanda fosse incentivada o INPI não teria condições de
atendê-la.
O INPI dispõe, atualmente, de 100 engenheiros qualificados para trabalhar com propriedade
intelectual e procura desenvolver o interesse na capacitação de pessoal dentro das pequenas
empresa através de palestras e cursos. Entretanto, esses esforços não têm surtido os resultados
esperados.
79
Para atender à necessidade de informações de patentes do país, o INPI necessitaria de mais
técnicos e recursos financeiros. O INPI, entretanto, passou no ano de 2002 por uma das maiores
crises financeiras de sua história com um corte de 48% de seu orçamento para custeio e
investimento, sendo obrigado a demitir profissionais, paralizar treinamentos e atrasar o, já baixo,
ritmo de prestação de serviços (BINPI, 2002). Alguns projetos de automação que estão em curso
poderão amenizar essa situação. Entre esses projetos destaca-se a disponibilização do banco de
patentes do INPI através da Internet, que resolveria parte do impedimento para utilização de
documentos de patente como fonte de informação tecnológica. Ficaria faltando treinar os pequenos
empresários para que fizessem uso dos documentos. Nos defrontaríamos, então com o caso já
citado de dificuldade de internalização do conhecimento uma vez que o fato de ter um documento
nas mãos não é garantia de qualquer transferência de tecnologia.
4.7. Disk Tecnologia da USP
Em 1991, foi criado o Projeto Disk-Tecnologia na Coordenadoria Executiva de Cooperação e de
Atividades Especiais (CECAE) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Sindicato
da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (SIMPI). O Projeto tinha por objetivo atender
consultas dos pequenos empresários não apenas nas áreas técnicas mas também nas administrativas.
A partir de um banco de dados com a formação e linha de pesquisa dos professores da USP foi
montado um cadastro de Especialistas e Especialidades, com os professores que se dispuseram a
participar do projeto. As consultas recebidas eram direcionadas para os especialistas da respectiva
área.
Após um tempo da existência do Programas verificou-se que havia um certo número de perguntas
que se repetiam com frequência e para as quais não era mais necessário consultar um professor para
solucioná-la. Bastava apenas uma consulta ao arquivo de casos resolvidos. Os casos consultados
com maior frequência foram disponibilizados via Internet de modo a agilizar o atendimento dos
80
usuários. Embora na sua maioria das vezes as consultas sejam feitas por empresários, um número
significativo (30%) de profissionais liberais e particulares.também consultam o serviço.
As consultam levam cerca de dez dias para serem atendidas e o Disk-Tecnologia, ao longo desses
anos de existência, já fez mais de 15.000 atendimentos e recebe em media 15 chamados por dia.
Para não sobrecarregar os professores com esse imenso número de consultas, que muitas vezes não
precisam de um profisional com uma qualificação tão grande quanto a dos professores para serem
atendidas, a maior parte dessas consultas são repassadas paras as empresas juniores da USP.
4.8. Avaliação dos Serviços de Informação
O desempenho dos serviços de informação depende de fatores econômicos, sociais e tecnológicos,
o que aumenta a complexidade da avaliação de suas atividades. Uma maneira direta de avaliar os
serviços de informação tecnológica seria comparar os resultados obtidos com os objetivos da
instituição. Estes objetivos, entretanto, são, normalmente vagos, redigidos em termos de missão, tais
como aumento de competitividade das empresas e desenvolvimento econômico e social da região.
O desenvolvimento de ferramentas robustas de avaliação é ainda um desafio para os gerentes de
serviços de informação (SHAPIRA, YOUTIE & ROESSNER, 1996)
Indicadores relacionados à lucratividade, faturamento, empregos criados e exportação de produtos
são utilizados. Entretanto, a maneira mais comum de acompanhamento dos serviços de informação é
o registro do número de atendimentos, o nome das empresas atendidas e o tipo de consulta
(WOOD 1994, SHAPIRA, YOUTIE & ROESSNER, 1996).
SILVA (2002) verificou, através de análise bibliométrica, que entre 1970 e 2000, o número de
publicações sobre “serviços de informação” atingiu um ponto máximo em 1990, passando a cair
desde então (Figura 4.1). As causas dessa queda não são claras e merecem um estudo mais
aprofundado. A autora sugere a possibilidade de que novos termos de indexação tenham surgido
para o assunto dando uma falsa impressão de queda de interesse no mesmo.
81
Figura 4.1. Número de Publicações Anuais sobre Serviços de Informação
1 2 0 0
1 0 0 0
8 0 0
6 0 0
4 0 0
N ú m e r o d e
P u b l i c a ç õ e s
2 0 0
20
00
19
98
19
96
19
94
19
92
19
90
19
88
19
86
19
84
19
82
19
80
19
78
19
76
19
74
19
72
19
70
0
A n o
Fonte: SILVA (2002)
SILVA (2002), ao mesmo tempo, verifica em sua pesquisa que grandes serviços de informação
tecnológica, que serviam de referência para o restante do mundo, mudaram sua forma de operar,
sendo que alguns não prestam mais serviços de informação. Entre esses serviços estão a Agence
Régionele d’Information en Sciences et Technologie (ARIST) e o Centre Technique des Industries
Mécaniques (CETIM) ambos na França, o Centre de Recherche Industrialle du Québec (CRIQ) no
Canadá, o Danish Technological Institute (DTI) na Dinamarca, o Instituto Nacional de Engenharia e
Tecnologia Industrial (INETI) em Portugal e o Información y Servicios Tecnologicos (INFOTEC)
no México. No Brasil, nessa última década, também houve o fechamento e/ou mudança do tipo de
serviços prestados por muitos dos antigos Núcleos da Rede de Informação Tecnológica. Entre os
que fecharam está o NIT de Química que fucionava na FIESP. Entre os que mudaram parcialmente
o tipo de serviço estão o IPT e o INT, os dois centros regionais da Rede de Núcleos,
respectivamente, de São Paulo e do Rio de Jabneiro.
4.9. Avaliação de Serviços de Informação no Brasil
TARGINO & BARRETO (1990) observam que apesar dos esforços, as instituições latino
americanas destinadas a fornecer informações para as empresas não têm atingido seus objetivos. As
autoras acreditam que o fato se deve ao predomínio de instituições governamentais que enfrentam
82
problemas que vão desde a falta de autonomia administrativa até a falta de treinamento do pessoal
técnico.
PINHEIRO (1991) acredita que o distanciamento entre os serviços de informação e os usuários se
deve ao “equívoco” de imaginarem que as necessidades do usuários das pequenas empresas têm as
mesmas necessidades que pesquisadores na área de ciência e tecnologia”
MENDONÇA (1992) verificou a existência, nos serviços de informação brasileiros, ao mesmo
tempo de técnicos bem qualificados e de gerentes ineficientes sem noções de estratégia,
comportamento empreendedor ou interesse em satisfazer o cliente. MONTALI (1997) questiona se
o percentual insignificante de profissionais com títulos de mestres e doutores nos serviços de
informação não se reflete em uma falta de visão macroscópica dos problemas da área de informação
para empresas do país.
A falta de infra-estrutura física, humana e sócio econômica das empresas é um dos principais
obstáculos à transferência efetiva de tecnologia no Brasil, entretanto, os serviços de informação
também precisam ser redesenhados urgentemente para atenderem com mais objetividade as
necessidades do país (CYSNE 1996). Segundo a mesma autora não existe uma infra-estrutura de
serviços de informação no país capaz de transferir tecnologia (CYSNE 1999).
Estudos realizados no Brasil por MONTALLI (1991), FREITAS (1992), TASCA et al (1993) e
CNI/DAMPI & SENAI/CIET (1997) mostram que a maioria das empresas desconhece ou tem
pouca informação sobre os serviços de informação existentes. Pesquisa elaborada pela
ABIMAQ/SINDIMAQ (1996) verificou que apenas 51% dos pequenos empresários tinham
utilizado alguma vez um serviço de informação tecnológica, sendo que, em 65% das vezes essas
consultas visavam identificar fornecedores de máquinas e equipamentos. Estudos realizados na
indústria de eletrodomésticos e de confecções mostraram que as principais fontes de informação
utilizadas pelas empresas eram outras empresas da mesma cadeia produtiva (MARIOTTO 1992).
83
As justificativas para essa série de avaliações negativas pode estar na metodologia com que são
avaliados internamente os serviços de informação. Na abordagem tradicional o que se media era a
quantidade de informações fornecidas ao usuário e não, quantas delas eram de interesse do mesmo.
A nova abordagem é chamada de “centrada no usuário” e faz muito mais sentido do ponto de vista
de atendimento das necessidades do cliente (FERREIRA 1997; SILVA, FERREIRA, BORGES
2002).
SILVA, FERREIRA, BORGES 2002 fizeram um levantamentos sobre as pesquisas de
necessidades de informações de setores industriais brasileiros nos últimos anos. Foram identificados
13 estudos de demanda dos quais, quatro foram analisados em profundidade. Em todos os estudos
analisados a componente da abordagem tradicional foi mais forte do que as abordagens centradas
nos usuários. Entretanto, em três dos estudos já é possível sentir um interesse maior em entender as
necessidades dos usuários a partir do entendimento dos processos empresariais.
O entendimento do processos internos das empresas e da maneira como é utilizada a informação é
fundamental para que o profissional que está desenvolvendo o sistema de informações para o setor
tenha como adequá-lo às necessidades do cliente. O processo de desenvolvimento do sistema de
informações deve ser interativo para que não se perca de vista as necessidades do cliente.
O procedimento, bastante usual, de entregar junto com o relatório da consulta um questionário para
que o cliente avalie a qualidade dos serviços tende a gerar falsas ilusões de que se está fornecendo
um serviço adequado. No momento em que recebe em suas mãos um relatório, dificilmente o
usuário tem condições de avaliar se este atende suas necessidades de informação. Para livrar-se da
obrigação e ser simpático com os atendentes do serviço as avaliações são, via de regra, positivas.
84
5.
METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente trabalho de tese consiste numa pesquisa de campo em que se procura testar as hipóteses
apresentadas na Introdução (SELLTIZ, WRIGHTSMAN & COOK 1987). São pesquisados as
fontes e os receptores da informação tecnológica. Em função das características distintas dos dois
grupos, utilizaram-se métodos diferentes para cada um.
O Estado de São Paulo foi escolhido pela facilidade de acesso, por representar cerca de 40% do
Produto Interno Bruto do país, por concentrar algumas das melhores instituições de ensino, pesquisa
e desenvolvimento e por ter um cadastro atualizado de empresas.
5.1. Pesquisa nas Pequenas e Médias Indústrias
A escolha de questionários como instrumento de pesquisa das pequenas e médias empresas
químicas foi a escolha natural em função de seu elavado número e dispersão por todo o Estado de
São Paulo.
O questionário foi elaborado com o objetivo de obter o máximo de informações possíveis sobre a
empresa sem, entretanto, ser extremamente longo e cansativo, o que desmotivaria o empresário a
preenchê-lo. As questões foram divididas em oitos grandes grupos totalizando 43 perguntas
(Anexo 1).
O primeiro grupo de perguntas versava sobre a EMPRESA. Não foi solicitado o nome da empresa
de modo a preservar o sigilo, entretanto, solicitou-se o Código de Endereçamento Postal (CEP)
para possibilitar o agrupamento, e análise, das empresas por região. Foi solicitado, também, a área
de atividade da empresa, principal produto, faturamento e número de empregados.
85
No segundo e terceiro grupos de perguntas procurou-se saber sobre a formação e experiência
profissional do PRINCIPAL EXECUTIVO e dos RECURSOS HUMANOS da empresa. No
quarto e quinto grupo de perguntas indagou-se sobre a utilização da INFORMÁTICA e programas
da QUALIDADE.
No sexto e sétimo grupos de perguntas procurou-se saber sobre as instalações do
LABORATÓRIO e INSTALAÇÕES INDUSTRIAS. O último e maior grupo de perguntas trata
de TECNOLOGIA. Nessas perguntas procura se saber o estágio tecnológico atual da empresa e
seu relacionamento / utilização com serviços de informação tecnológica, institutos de pesquisa e de
ensino.
O questionário, antes de enviado, foi avaliado pelo químico industrial João Dias e pelo engenheiro
químico Eduardo Maso, proprietários respectivamente, da Jaltex Química Ltda. e da Midland
Química do Brasil Ltda. O engenheiro químico Paulo Kokot, com mais de 30 anos de experiência
de consultoria em empresas químicas, também avaliou o questionário. Em função das modificações
mínimas sugeridas, optou-se por apenas essas três avaliações preliminares do questionário.
Os endereços para o envio dos questionários seriam originários do Primeiro Recadastramento
Empresarial do Estado de São Paulo, realizado pela Junta Comercial do Estado de São Paulo, e
disponibilizados no mercado pela empresa CIC – Central de Informações Comerciais, com
atualizações trimestrais. Esse cadastro fornecia, além do nome e endereço das empresas, o capital,
ramo de atividade, número de funcionários, área ocupada e consumo de energia elétrica, entre
outras informações. Infelizmente, a Junta Comercial do Estado de São Paulo decidiu não mais
disponibilizar esse cadastro, obrigando a busca de cadastros alternativos.
A FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo comercializa um cadastro com cerca
de 1.000 micro, pequenas e médias empresas químicas. A CETESB - Companhia de Tecnologia e
Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo também comercializa um cadastro de empresas
químicas com cerca de 1.000 indústrias. O cadastro mais completo de indústrias químicas paulistas,
que foi identificado, pertence ao Conselho Regional de Química – 4ª Região (CRQ-IV) que
86
contava, no final de 2002, com 2.210 indústrias com menos de 500 funcionários e em situação
regular perante o Conselho. Essas indústrias se distribuíam por diversos setores de atividades da
indústria química, classificados conforme a Resolução Normativa nº 122 do Conselho Federal de
Química, de 09/11/1990 . Na tabela Tabela 5.1 são apresentados os percentuais de empresas por
setor de atividade.
Tabela 5.1. Indústria Químicas por setor de Atividade
Setor de Atividade
% de Indústrias
Sabão e detergente
20,30%
Perfumaria e cosméticos
16,82%
Tintas e vernizes
13,70%
Desinfetantes
8,43%
Óleos, graxas e lubrificantes
7,91%
Fertilizantes
7,23%
Preparados para limpeza e polimento
6,74%
Concentrados aromáticos
4,11%
Químicos inorgânicos
3,26%
Gases industriais
2,59%
Químicos orgânicos
2,18%
Resinas fenólicas
1,95%
Outros setores
4,78%
Fonte: Conselho Regional de Química – 4ª Região
O cadastro do CRQ-IV foi o escolhido por ser o mais completo. O fato desse cadastro reunir
somente empresas em situação regular perante o Conselho é uma garantia extra de que essas
empresas têm um mínimo de estruturação e já saíram do estágio de “fundo de quintal”.
Um estudo realizado por ALPAR & SPITZER Jr. (1989) verificou que não existe uma diferença
significativa no padrão de respostas de pequenos empresários quando comparados ao público em
geral. Infelizmente, esse resultado foi de pouca utilidade na elaboração e envio de questionários da
pesquisa porque parece não haver consenso entre os diversos autores sobre as variáveis que afetam
o número e a qualidade de respostas a pesquisas por correio.
87
Revisões bibliográficas sobre os fatores que afetam a taxa de resposta a pesquisas são publicadas
com uma freqüência grande por autores norte americanos (DUNCAN, 1979; YU & COOPER,
1983; YAMMARINO, SKINNER, CHILDERS, 1991; CAVUSGIL & ELVEY-KIRK, 1998).
Entretanto, não existe consenso nem mesmo se incentivos monetários aumentam a taxa de resposta.
Em função desses resultados e, considerando, mesmo que houvesse um consenso, os resultados não
poderiam ser transpostos diretamente para o Brasil sem levar em consideração a componente
cultural, decidimos agir com base no bom senso e na única pesquisa brasileira que encontramos.
O trabalho brasileiro foi elaborado por BECKER et al (1982) que verificaram que a menção ao
patrocínio da pesquisa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul aumentou
consideravelmente a taxa de retorno. Por esse motivo, mencionamos no questionário que se tratava
de uma pesquisa de um aluno de doutorado da Fundação Getúlio Vargas, com o apoio do
Conselho Regional de Química – 4ª Região e da Revista Química Industrial.
Outras iniciativas tomadas para aumentar a taxa de resposta da pesquisa foram a elaboração de um
questionário pouco extenso e o envio dos questionários com a resposta paga. A Editora Signus, que
edita a revista Química Industrial, uma das maiores e mais respeitadas publicações brasileiras
dirigidas à indústria química, patrocinou a diagramação, impressão e envio dos 2.210 questionários
com resposta paga.
No questionário enviado pelo correio foi informada a possibilidade de resposta pela Internet no
endereço http://quimica.cjb.net (Anexo 2). Foi solicitando que, se possível, fosse utilizada a opção
da Internet por facilitar a tabulação dos resultados das pesquisa. O questionário foi hospedado
gratuitamente
no
serviço
Yahoo!Geocities
no
endereço
http://geocities.yahoo.com.br/tecnologiaquimica/. Para facilitar o acesso a esse endereço foi utilizado
o serviço de redirecionamento gratuito oferecido por http://www.cjb.net onde o endereço Geocities
foi cadastrado como http://quimica.cjb.net.
As respostas dos questionários preenchidos pela Internet eram enviadas, pelo serviço de
processamento gratuito de formulários Response-O-Matic (http://www.response-o-matic.com/)
88
diretamente para o endereço eletrônico do pesquisador, sendo a seguir copiadas para a planilha de
tabulação de respostas sem a necessidade de redigitação das mesmas.
Como forma de sensibilizar as empresas para responder ao questionário foi feita uma matéria de
meia página no Informativo CRQ-IV que é a revista distribuída bimensalmente pelo Conselho
Regional de Química – 4ª Região aos seus associados (Anexo 3). O Informativo CRQ-IV tem
tiragem de 74.000 exemplares e todas as empresas que receberam o questionário, bem como seus
profissionais com formação em química, receberam o Informativo e o questionário no início de
dezembro de 2002.
Em alguns dos estudos citados sobre taxas de resposta, é sugerido o estabelecimento de uma data
limite para o recebimento das respostas como forma de aumentar o número de respostas e a rapidez
da devolução. Por esse motivo foi estabelecida a data limite de 31 de dezembro de 2002 para o
envio dos questionários preenchidos. Nesse intervalo de tempo, foram recebidas somente 41
respostas aproveitáveis do total de 2.210 questionários enviados configurando um percentual
resposta de 1,85%. No início de fevereiro, foi divulgada nova matéria de meia página solicitando a
resposta ao questionário e ampliando a prazo de recebimento dos questionários para 31 de março
de 2003 (Anexo 4). A divulgação inicial da pesquisa e da prorrogação do prazo também foi feita no
sitio da Internet do CRQ-IV (Anexos 5 e 6). Infelizmente não foram recebidas respostas adicionais
em função dessa nova matéria.
A possibilidade de cobrar a resposta das empresas que não responderam ficou limitada em função
de não termos acesso direto ao cadastro do CRQ-IV. As etiquetas com os endereços foram
enviadas diretamente para um posto dos Correios da confiança do CRQ-IV e, lá, foram coladas
nos envelopes por nós remetidos para a agência. A alternativa mais viável seria o reenvio dos
questionários para todas as empresas novamente. Essa alternativa tinha o inconveniente do custo e
da falta de certeza de que daria resultado, pois verificamos, informalmente, que algumas empresas
descartavam sistematicamente qualquer correspondência proveniente do CRQ-IV que não fosse
uma cobrança. A queixa dos empresários é que os Conselhos Regionais só sabem cobrar não
oferecendo algo em troca.
89
Dentre as 41 empresas que responderam ao questionário, 36 empresas puderam ser identificadas,
por terem fornecido o nome ou por meio de seu endereço de correio eletrônico, sendo contatadas
por telefone para complementar as informações prestadas. Essa complementação se deu
principalmente nas perguntas referentes à utilização de Serviços de Infomação, que foram deixadas
em branco pela maior parte das empresas. Verificou-se que a falta de respostas se deveu a não
utilização desses Serviços pela maioria das empresas.
Não é possível tirar conclusões com base estatística da tabulação das respostas dos 41
questionários recebidos no primeiro momento, somadas às dos três questionários cujo
preenchimento foi obtido posteriormente em empresas conhecidas. As respostas, entretanto,
bastante consistentes, e apresentadas no Capítulo 6, nos levaram a redirecionar o trabalho de
pesquisa para um estudo de caso.
YIN (2003) aponta o estudo de casos do tipo explanatório como a melhor estratégia quando se
quer responder às perguntas “como” e “porque”, não se tem controle sobre os eventos e o foco é
um assunto contemporâneo num contexto de vida real. A nossa pergunta era: porque os seviços de
informação tecnológica são pouco procurados?
Duas empresas químicas da Cidade da Jandira, na região da Grande São Paulo, foram escolhidas
para o estudo de caso. O motivo principal da escolha foi que há 7 anos essas empresas
participaram, junto com mais 14 indústrias químicas da região, do Projeto Piloto do Setor Químico
Paulista, em que o autor atuou como consultor e, posteriormente, coordenador da atividades do
Sindicato da Indústrias Químicas do Estado de São Paulo (SINPROQUIM).
5.2. Pesquisa nos Serviços de Informação Tecnológica
Paralelamente ao envio dos questionários foram feitas entrevistas semi-estruturadas com
profissionais de serviços de informação e de associações de empresas. Foram entrevistados
profissionais dos Núcleos Regionais da Rede de Informação Tecnológica da 2ª Fase do PADCT
90
do Estado de São Paulo (IPT) e do Estado do Rio de Janeiro (INT). Em função da proximidade do
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que era o Núcleo Setorial de Patentes, do INT,
aproveitou-se a viagem ao Rio de Janeiro para entrevistar profissionais de ambos os Núcleos. O
SEBRAE, embora não faça parte da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica, é a porta de
entrada do pequeno empresário nesses Núcleos. Em função disso, foram entrevistados profissionais
do SEBRAE-SP e o Sr. Mauro Arruda, Assessor do Presidente do SEBRAE Nacional.
Como preparação para as entrevistas foram pesquisados os serviços de informações, que seriam
visitados, em periódicos da área de Ciência da Informação e na Internet. O material coletado serviu
como uma boa base para preparação da tese uma vez que, mesmo os entrevistados com grande
número de anos de trabalho, não se lembravam de detalhes da história ou das operações de suas
instituições. Cumpre aqui destacar a importância, para essa fase do trabalho, da tese de doutorado
de Cícera Henrique da Silva, Tecnologista Sênior do INT (SILVA, 2002).
As entrevistas foram importantes para a validação de alguns pontos pouco claros nos sítios na
Internet das instituições e para captar opiniões pessoais e sugestões sobre a operação da instituição
ou do sistema brasileiro de informações para a indústria como um todo, uma vez que a maior parte
dos profissionais entrevistados trabalha há pelo menos 10 anos na área. Nesse sentido, as
entrevistas tiveram como maior importância dar subsídios para o capítulo de Conclusões e
Recomendações da tese do que, propriamente, para obter detalhes da operação dos serviços de
informação.
Em função da constatação de que a utilidade maior das entrevistas não era o conhecimento
aprofundado da operação dos serviços de informação tecnológica, informações essas facilmente
obtidas em outras fontes, deu-se uma ênfase maior em entrevistar profissionais, não
obrigatoriamente ligados a serviços de informações no momento da entrevista, mas com grande
experiência no setor. No Anexo 7 é apresentado o roteiro inicial das entrevista com profissionais de
serviços de informação e no Anexo 8 uma lista de profissionais entrevistados e suas instituições.
91
6.
RESULTADOS DA PESQUISA
6.1. Questionário Enviado para as Empresas
O pequeno número de respostas ao questionário (2% do total enviado) não permite a aplicação de
técnicas estatísticas aos dados. Entretanto, se não é possível se chegar a conclusões com rigor
estátistico dos dados obtidos, estes servem para dar uma visão geral, sem muitas distorções do
pequeno empresáro da indústria química paulista.
6.1.1. Empresa
Questão 1: CEP
Aproximadamente 40% das empresas que responderam ao questionário localizam-se na Grande
São Paulo (CEP iniciado pelo dígito zero) e os restantes 60% localizam-se no interior (CEP iniciado
pelo dígito um). Esssa distribuição é o inverso da distribuição dos destinatários do questionário que
eram compostos por aproximadamente 40% de empresas da Grande São Paulo e 60% do interior.
92
Questão 2: Atividade da empresa (CNAE95)
Questão 4: Principais produtos fabricados
O perfil de atividades das empresas que responderam à pesquisa é diferente do perfil geral da
indústria química paulista fornecido pelo Conselho Regional de Química – 4ª Região e apresentado
na Tabela 5.1. Entretanto, como seria de esperar, pelo fato da amostra ser de pequenas empresas, é
bastante semelhante ao perfil obtido na Pesquisa de Atividade Econômica Paulista (PAEP) para
indústrias químicas de pequeno porte apresentado na Tabela 2.1. As atividades que se destacaram
foram a produção de Sabões & Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes e os produtos
responsáveis pelas maiores parcelas de faturamento foram especificados genericamente como
detergentes, xampus e tintas, respectivamente, para cada uma das atividades. Na Figura 6.1 é
apresentado o percentual de empresas pesquisadas por área de atividade.
Figura 6.1. Percentual de empresas por área de atividade na indústria química
50
45
45
40
37,5
35
30
25
20
15
10
10
7,5
5
0
Outros
Sabões e Detergentes
Cosméticos
Tintas e Vernizes
93
Questão 3: Faturamento anual da empresa
O Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte classifica as empresas em micro, com
um faturamento anual inferior a R$ 240.000, e pequenas, com um faturamento anual entre
R$ 240.000 e R$ 1.200.000. Com base nessa classificação, somente 41% das empresa que
responderam à pesquisa são micro ou pequenas empresas embora essas empresas sejam as mais
numerosas no Estado e devessem ser as mais numerosas na amostra da pesquisa. Na Figura 6.2. é
apresentado o percentual de empresas por porte com base no faturamento anual.
Figura 6.2. Percentual de empresas por porte com base no faturamento anual.
70,0
59,0
60,0
50,0
40,0
30,0
25,6
20,0
15,4
10,0
0,0
Micro
Pequena
Média
94
Questão 5: Número de funcionários (inclui a direção da empresa)
O número de funcionários de uma empresa, da mesma forma que seu faturamento, pode ser
utilizado para classificá-la quanto ao porte. Entretanto, utilizando esse parâmetro temos resultados
muito diferentes dos que obtivemos na questão anterior e as micro e pequenas empresas, que eram
minoria em nossa amostra, passam a ser maioria. O valor médio encontrado de faturamento por
funcionário na amostra foi de R$ 118.000. Na Figura 6.3. é apresentado o percentual de empresas
por porte com base no número de funcionários.
Figura 6.3. Percentual de empresas por porte com base no número de funcionários
60,0
50,0
48,7
46,2
40,0
30,0
20,0
10,0
5,1
0,0
Micro
Pequena
Média
95
Questão 6: Ano de fundação da empresa
As empresas que fazem parte da amostra são maduras com uma média de idade de nove anos e
todas com mais de três anos de existência. Considerando os elevados índices de mortalidade de
pequenas empresas apresentados no Capítulo 1, essas empresas são “sobreviventes” e já passaram
pela fase mais crítica de mortalidade. Na Figura 6.4. é apresentado o percentual de empresas por
grupo de idade.
Figura 6.4. Percentual de empresas por grupo de idades
30,0
25,6
25,0
23,1
20,0
17,9
17,9
15,4
15,0
10,0
5,0
0,0
0-5 anos
6-10 anos
11-15 anos
16-20 anos
>20 anos
96
6.1.2. Principal Executivo
Questão 7: Formação do Principal Executivo
A Figura 6.5 mostra o percentual de executivos segundo sua escolaridade. A maior parte dos
executivos das empresas pesquisadas tem formação superior (66%). A parcela dos executivos que
tem o curso superior incompleto (10%) é igual à dos que tem segundo grau completo (10%).
Somente 2% dos executivos tem apenas o primeiro grau, sendo que 12% dos executivos não
informou sua formação. Um número elevado de executivos (29%) tem formação superior na área
química. É importante lembrar que como as empresas pesquisadas estavam com a situação
regularizada no Conselho Regional de Química (CRQ) todas elas deveriam ter pelo menos um
químico no seu quadro de funcionários. É possível o conjunto das empresas que não esteja em
situação regular com o CRQ tem um número menor de químicos.
Figura 6.5. Percentual dos executivos segundo a escolaridade
70,0
60,0
27,8
50,0
40,0
30,0
20,0
38,9
2,8
10,0
2,8
8,3
11,1
5,6
2,8
2º Grau
Graduação Incompleta
0,0
1º Grau
Curso Regular
Outros
Química
Graduação
Pós-Graduação
97
Questão 8: Administração do tempo pelo principal executivo
Na análise da administração do tempo pelo executivo foram calculados dois valores para cada
atividade. O primeiro valor é a percentagem do tempo do executivo gasto com essa atividade. O
segundo valor é o percentual de executivos que citaram a atividade e é uma maneira de verificar
quais são as atividades consideradas mais importantes pelos executivos ainda que eles não tenham o
tempo necessário para executá-la.
Podemos verificar da Figura 6.6 que a maior parte do tempo dos executivos é dedicada ao contato
com clientes (19,1%). Num segundo patamar, estão os aspectos ligados à produção/tecnologia,
respectivamente, 15 e 12,7%, planejamento (14,2%) e fornecedores (13,4%). Apesar dos
executivos dedicarem parcelas de tempos diferentes para cada uma dessas atividades, elas foram
citadas um número de vezes muito próximo o que pode significar que os executivos dão a esse
conjunto de atividades a mesma importância. Isso confirmaria a situação relatada na literatura de que
o pequeno empresário tem que dividir-se entre um grande número de atividades todas do mesmo
nível de prioridade.
Figura 6.6. Alocação percentual do tempo dos executivos
100,0
94,4
94,4
88,9
90,0
88,9
86,1
80,6
80,6
80,0
66,7
70,0
61,1
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
19,1
15,0
14,2
13,4
12,7
8,3
10,0
8,0
5,5
3,7
0,0
Clientes
Produção
Planejamento
Fornecedores
Tecnologia
Tempo Dedicado à Atividade (%)
Contabilidade Funcionários
Empresas que Citam a Atividade (%)
Burocracia
Manutenção
98
6.1.3. Recursos Humanos (inclui a direção da empresa)
Questão 9: Escolaridade dos Funcionários
Na Figura 6.7 podemos verificar que boa parte dos funcionários (44%) tem o segundo grau
completo sendo que quase 9% são técnicos químicos. O bom número de graduados e de pós
graduados não permite o raciocínio simplista de que a falta de preparo do pequeno empresário é o
que faz com que ele não procure os serviços de informação.
Figura 6.7. Percentual dos funcionários segundo a escolaridade
50,0
45,0
40,0
8,7
35,0
5,7
30,0
25,0
20,0
36,5
29,8
15,0
4,4
10,0
11,5
5,0
1,2
2,2
0,0
1º Grau
2º Grau
Curso Regular
Graduação
Outros
Química
Pós-Graduação
99
Questão 10: Qualificação dos Funcionários
A Figura 6.8 apresenta uma série de conhecimentos/atividades que seriam desejáveis num processo
de transferência de tecnologia. Verificamos que 85,7% das empresas tem funcionários trabalhando
em pesquisa e desenvolvimento e que 74,3% dos funcionários tem conhecimentos de inglês técnico.
Os dois valores percentuais parecem um pouco acima da média usualmente verificada e podem ser
atribuidos a uma amostragem reduzida do universo em estudo.
Figura 6.8. Percentual dos funcionários segundo a qualificação
90,0
85,71
80,0
74,29
68,57
70,0
60,0
50,0
37,14
40,0
30,0
20,0
10,0
8,3
11,43
5,5
8,57
6,8
1,8
0,2
0,2
0,0
Conhecimentos
Indispensáveis de
Processos
Atuando em P&D
Conhecimento de
Inglês Técnico
Funcionários (%)
Conhecimento de
Espanhol Técnico
Empresas que citaram (%)
Conhecimento de
Francês Técnico
Conhecimento de
Alemão Técnico
100
6.1.4. Informática
Questão 11: Número de computadores (incluindo portáteis)
Como podemos verificar da Figura 6.9, a maior parte das empresas tem computadores pessoais
relativamente novos. Somente as empresas muito pequenas não utilizam o computador. 87,8% das
empresas pesquisadas possuem pelo menos 1 computador sendo que a média é de 0,33
computadores por funcionário.
Figura 6.9. Percentual do tipo de computador
84,7
12,3
3,1
Computadores Pentium
Computadores 486
Outros Computadores
101
Questão 12: Principais aplicativos utilizados
Na análise dos aplicativos utilizados foram calculados dois valores para cada aplicativos. O primeiro
valor é a percentagem das empresas que citam o aplicativo. O segundo valor é o total das notas
atribuidas a cada um dos aplicativos, ajustado em relação ao total obtido pelo aplicativo planilha de
cálculo, que obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. Podemos verificar na
Figura 6.10 que a pontuação atribuida aos aplicativos guarda uma certa relação com a citação dos
mesmos. Os aplicativos mais utilizados, como seria de esperar, são a planilha eletrônica, o
processador de texto e os navegadores de Internet. O aparecimento de bancos de dados em
segundo lugar na lista surpreende um pouco por não ser um aplicativo de uso tão simples como os
outros três.
Figura 6.10. Aplicativo utilizado
120,0
100,0
96,7
100,0
88,3
78,4
78,4
87,5
80,8
78,4
80,0
74,2
70,3
73,3
67,5
64,9
62,2
59,5
56,860,0
59,5
56,8
60,0
50,8
35,133,3
40,0
20,0
Empresas que citam o Aplicativo (%)
ec
R
de
o
tã
es
G
Pontuação atribuida ao Aplicativo
s
os
ro
ut
O
um
sH
so
ur
ad
gr
te
In
as
em
st
Si
an
tã
es
de
os
de
le
tro
on
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to
en
am
Pl
an
ej
G
od
Pr
rô
et
El
io
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or
C
A
o
ão
uç
co
ni
ad
lid
bi
on
C
te
nd
ta
C
de
to
en
im
sa
es
oc
Pr
e
es
lie
ex
eT
sd
re
do
or
ad
eg
av
nt
to
et
rn
te
In
de
es
co
an
B
N
Pl
an
ilh
as
de
de
C
D
ál
ad
cu
os
lo
0,0
102
Questão 13:.Principais atividades realizadas na Internet
Na análise das atividades foram calculados dois valores para cada atividade. O primeiro valor é a
percentagem das empresas que citam a atividade. O segundo valor é o total das notas atribuidas a
cada uma das atividades, ajustado em relação ao total obtido pela atividade correio eletrônico, que
obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. Podemos verificar na Figura 6.11 que o
pequeno empresário químico além de utilizar seu correio eletrônico, passa um bom tempo
conectado na Internet fazendo pesquisas. A disponililidade de acesso fácil à Internet pode ser um
dos motivos do esvaziamento dos serviços de informação tecnológica uma vez que se tornou fácil a
realização de consultas. A possibilidade de encontrar soluções de forma simplificada em
organizações assemelhadas deve ser considerada como uma ameça aos produtos rotineiros dos
sistema de informação tecnológica. Por outro lado sabendo que uma grande quantidade de uso da
internet é para pesquisas como identificado na Figura 6.11 uma recomendação para o serviço de
informação tecnológica seria criar acessos online e padronizar soluções rotineiras.
Figura 6.11. Atividades realizadas na Internet
120,0
100,0
100,0
91,2
94,1
94,1
89,2
87,7
80,0
73,5
55,4
60,0
55,9
40,8
40,0
38,2
25,4
20,0
0,0
Correio Eletrônico
Pesquisas Técnicas
Pesquisas Comerciais
Empresas que citam a Atividade (%)
Exposição de
Produtos
Vendas
Pontuação atribuida à Atividade
Outros
103
6.1.5. Qualidade
Questão 14: Procedimentos documentados
Questão 15: Procedimentos conhecidos e praticados
Questão 16: Melhorias propostas são incorporadas
Questão 17: Satisfação do cliente
Questão 18: Lotes identificados
Podemos verificar na Figura 6.12 que os princípios da qualidade estão razoavelmente disseminados
na pequena indústria química. As soma das avaliações positivas (Concordo Fortemente e
Concordo) somam em todos os casos mais de 80%.
Figura 6.12. Situação de Programas de Qualidade
80
70
70
65
60
52,5
50
50
40
40
40
35
32,5
30
30
25
20
12,5
10
12,5
7,5
10
7,5
5
2,5
2,5
0
Os procedimentos da
Os procedimentos são
As melhorias propostas pelos
empresa são documentados conhecidos e praticados por funcionários são incorporadas
na forma de manuais, normas
todos
nos processos de produção
e roteiros
Concorda fortemente
Concorda
Neutro
Discorda
O grau de satisfação do
cliente é avaliado
periodicamente
Discorda fortemente
Os lotes de produção são
identificados
104
6.1.6. Laboratório
Questão 20 / 21:. Utilização do laboratório
Podemos verificar a partir da Figura 6.13 que os laboratórios, apesar de serem utilizados
principalmente para o controle de qualidade, são também utilizados bastante para o desenvolvimento
de produtos. Esses desenvolvimentos não devem envolver operações sofisticadas em função do
limitado aparelhamento dos laboratórios que verificamos na próxima questão.
Figura 6.13. Utilização do laboratório
70
60
60
57,5
50
37,5
40
37,5
30
20
10
2,5
2,5
2,5
0
Concorda fortemente
Concorda
Controle de qualidade
Neutro
Desenvolvimento de produtos
Discorda
105
Questão 22:.Número de Equipamentos de Laboratório.
Verificamos a partir da Figura 6.14 que a maior parte das empresas tem seus laboratórios
equipados com o mínimo necessário para as análises de rotina. Quaisquer análises mais complexas
terão que ser feitas fora da empresa. O pequeno número de capelas é preocupante pois a sua
ausência evidência um problema de saúde ocupacional.
Figura 6.14. Número de equipamentos do laboratório
120
97,3
100
81,1
80
60
40
54,1
37,8
36
30
24,3
20
20
16,2
14
9
6
0
Balança
Phmetro
Capela
Ocorrenc.
Espectro-fotometro
% que tem
Colorímetro
Cromatografo
106
6.1.7. Instalações Industriais
Questão 23:.Idade média dos principais equipamentos
A Figura 6.15 nos mostra que as instalações das empresas pesquisadas são relativamente novas,
com menos de cinco anos de utilização. Considerando que a idade média das empresas pesquisadas
é de 9 anos e que equipamentos industriais tem uma vida útil de pelo menos 20 anos, essas
empresas devem ter feito investimentos em novos equipamentos recentemente para explicar uma
baixa idade média dos mesmos. Essa questão será melhor abordada na questão 24.
Figura 6.15. Idade média dos principais equipamentos
66,7
25,0
8,3
0 a 5 anos
6 a 10 anos
10 a 20 anos
107
Questão 24:.Origem dos principais equipamentos
Tradicionalmente o pequeno empresário químico tem utilizado equipamentos usados para iniciar
seus negócios. A resposta sobre a origem dos equipamentos, apresentada na Figura 6.16,
eventualmente, aponta para uma mudança no comportamento dos empresários. Talvez uma das
razões para poucas empresas solicitarem serviços de informação seja o fato de que 50% dos
equipamentos são novos e nessa fase inicial a assistência técnica do fornecedor é suficiente para
resolver os problemas.
Figura 6.16. Origem dos principais equipamentos
47,5
30,0
12,5
10,0
Novos
Novos na Maior Parte
Usados na Maior Parte
Usados
108
Questão 25: Flexibilidade das instalações de produção
Questão 26: Utilização da flexibilidade de produção
A partir da Figura 6.17 verificamos que a maior parte das empresas tem equipamento multi
propósito que lhes dá grande flexibilidade de produção, e que as empresas fazem uso dessa
flexibilidade . A possibilidade de industrialização de produtos para terceiros é devida a essa
flexibilidade.
Figura 6.17. Flexibilidade das instalações de produção
57,5
59,0
35
30,8
5
5,1
5,1
2,5
Concorda fortemente
Concorda
Flexibilidade de Produção
Neutro
Discorda
Utiliza Flexibilidade de Produção
Discorda fortemente
109
Questão 27: Tipo de controle de processo
Questão 28: Número de malhas de controle
A Figura 6.18 nos mostra que praticamente todo o controle da produção das pequenas empresas é
feito manualmente. Isso além de evidenciar um atraso tecnológico implica em que não é
recomendável a utilização dessas instalações para processos em que se corra o risco de perder o
controle como, por exemplo, os processos altamente exotérmicos.
Figura 6.18. Controle de processos
77,5
13,67
12,5
7,5
2,5
Manual
2,75
Pneumática
% de empresas
Eletrônica
Nº de malhas
Pneumática e Eletrônica
110
Questão 29: Número de reatores
A Figura 6.19 nos mostra que a maior parte das empresas tem reatores de produção e também
reatores piloto para desenvolvimentos. Seria interessante tentar descobrir como as empresas que
não tem reatores viabilizam sua produção.
Figura 6.19. Número de reatores
68
60
36
28
3,13
Reatores Encamisados c/ Agitador
4,18
2,14
Reatores c/ Agitador e sem Camisa
% que tem
Outros tipos de Reatores
Nº de reatores
1,11
Reator Piloto
111
Questão 30:Produção de vapor
Questão 31:Vazão de água de resfriamento
Pelos valores observados na Figura 6.20 verificamos que são poucas as empresas que tem
processos um pouco mais complexos que necessitem de aquecimento e/ou resfriamento. Essa
constatação da utilização de processos simples, que já tinha sido feita no comentário sobre controle
de processos, e confirmada pelas respostas dessas questões.
Figura 6.20. Consumo de utilidades
45,00
21,95
14,63
1,68
Produção de Vapor (t/h)
Vazão de Água de Resfriamento (m3/h)
% que tem
Quantidade
112
6.1.8. Tecnologia
Questão 33: Tecnologia empregada em relação ao “mundial”
Questão 34: Tecnologia empregada em relação aos concorrentes
A soma dos resultados apresentados na Figura 6.21 dos empresários que se julgam atrasados em
relação ao “estado da arte” é de quase 50% o que é preocupante. Quando se trata da tecnologia
utilizada pelos concorrentes esse total tem uma queda significativa para cerca de 13%. Imaginamos
que por boa parte das pequenas empresas atuarem em mercados dominados pelos fornecedores, os
dados devem estar corretos exintindo uma certa homogenidade nas tecnologias utilizadas no país.
Figura 6.21. Nível tecnológico
56,4
43,6
35,9
15,4
15,4
12,8
10,3
5,1
2,6
Muito atrasada
2,6
Atrasada
Mesmo nível
Mundial de ponta
Adiantada
Concorrência
Muito adiantada
Não sabe
113
Questão 35: Fatores motivadores de inovação
Observando os resultados apresentados na Figura 6.22 verificamos que eles são bastante parecidos
com os obtidos na pesquisa do PAEP (Figura 2.2) em que não havia nenhum fator que se
destacasse como motivador da inovação tecnológica.
Figura 6.22. Motivadores de inovação
120,0
100,0
100,0
94,9
100,0
87,2
84,5
84,5
76,9
80,0
83,1
80,3
79,6
76,9
74,4
69,2
69,2
58,5
60,0
59,0
59,0
56,3
53,8
51,4
40,0
20,0
2,6 3,5
s
ro
ut
cê
es
ol
bs
O
O
nc
ia
es
or
rn
Fo
da
ili
ib
ex
Fl
Total
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Citada (%)
ed
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eP
ad
lid
ua
Q
N
to
o
çã
du
ro
sP
sto
Cu
do
0,0
114
Questão 36: Principais fontes de tecnologia
Podemos verificar que fornecedores e clientes, ao lado de literatura técnica e catálogos são as
grandes fontes de informação tecnológica para os pequenos empresários da área química. Num
segundo patamar de utilização estão a Internet, congressos, feiras e consultores.
Na Figura 6.23 são apresentados dois valores para cada fonte de informação tecnológica. O
primeiro valor é o total das notas atribuidas a cada uma das fontes, ajustado em relação ao total
obtido pela fonte fornecedores, que obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. O
segundo valor corresponde ao percentual de empresários que citaram a fonte, independentemente
de lhe terem atribuido, ou não, uma boa nota.
Figura 6.23. Fontes de tecnologia
100
100
90
80,17
80
76,32
76,03
68,42
70
68,42
71,90
68,42
60,53
60,53
60
52,63
51,24
50,41
47,37
50
52,63
50,41
47,93
44,63
44,74
42,15
40,50
39,47
39,47
39,47
36,84
40
34,21
30,58
30
34,21
29,75
26,45
31,58
24,79
19,83
20
34,21
28,95
25,62
18,18
14,05
7,89
10
2,48
ia
nc
ce
Li
Total ajustada
% citada
s
ro
ut
O
id
ad
es
SE
do
BR
re
AE
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es
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ra
nt
Ca
ie
ra
tu
or
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te
Li
ec
rn
Fo
Cl
es
0
115
Questão 37: Tipo de relacionamento com universidades
Na elaboração dessa questão foi usado como base a tipologia de BONACCORSI, PICCALUGA
1994 para o relacionamento entre empresa e universidade. Os resultados apresentados na
Figura 6.24 fazem supor um relacionamento mais forte do que o que realmente verificamos existir
quando da complementação da pesquisa utilizando contato telefônico com os empresários. Os
relacionamentos são classificados numa escala que começa no relacionamento informal, passa pelo
relacionamento formal na forma de cursos ou estágios, e evolui para convênios formais com
objetivos definidos. Um estágio intermediário que o autor também inclui é o relacionamento por
meio de associações de classe ou institutos de pesquisa.
Figura 6.24. Relacionamento com universidades
100
90
100
89,74
86,67
80,00
80
74,36
70
66,67
60,00
60
48,72
50
40
30
20
10
0
Rel Informal
Rel Formal
Rel Terceiros
Total ajustada
% citada
Proj Formal
116
Questão 38: Desenvolvimento de projetos em conjunto com outras empresas
Questão 39: Resultados do projeto
Somente 34% das empresas informaram ter desenvolvido um projeto com parceiros. Em todos os
casos havia a relação de cliente / fornecedor e foi desenvolvido um novo produto. Não foram
fornecidos detalhes sobre os novos produtos.
6.2. Estudo de Caso com Empresas
No início de 1997 foi feita uma parceria entre o Programa de Apoio Integrado a Setores
Empresariais (PAISE) do SEBRAE-SP, o Sindicato das Indústrias Químicas do Estado de São
Paulo (SINPROQUIM) e a Associação Industrial de Jandira (ASSIJA) para a viabilização do
Projeto Piloto do Setor Químico Paulista.
O objetivo do Projeto, que se estendeu de março de 1997 a fevereiro de 1998, era descentralizar e
ampliar o apoio do SEBRAE-SP às micro e pequenas empresas químicas paulistas por meio de
parcerias com sindicatos, associações de empresas e instituições de ensino e pesquisa incentivandoos a desenvolver atividades de interesse das pequenas empresas. Um dos produtos resultantes do
Projeto foi a elaboração e validação de uma metodologia de diagnóstico de pequenas empresas,
que se fosse adequada serviria de modelo para outros projetos desse mesmo estilo em outras
cidades. O Projeto começou com a participação de 16 indústrias químicas da Cidade da Jandira, na
região da Grande São Paulo, e ao longo do tempo três indústrias abandonaram o Projeto.
Ao elaborarmos um estudo de caso com essas empresas, levamos em conta a recomendação de
YIN (2003) que sugere que se siga uma lógica de “replicação” estudando múltiplos casos. Por esse
motivo, foram selecionadas as duas empresas que, pelo diagnóstico desenvolvido, se classificaram
em quinto e sexto lugar entre as 13 finalistas. Ao analisarmos a Tabela 6.1 verificamos que o estudo
de caso das empresas Jaltex e Phanter, que foram identificadas na tabela como A e B, pode ser
considerado como um experimento em “duplicata”, em função das características muito próximas
entre elas.
117
Tabela 6.1 Diagnóstico das Empresas do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista
118
6.2.1. Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda
A Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda. é uma empresa nacional, fundada em 1984, instalada
no Centro Industrial de Jandira/SP. A empresa tem 20 funcionários e um faturamento anual de
R$ 3.000.000.
O químico Industrial Superior João Pereira Dias, após anos de trabalho na indústria de
galvanoplastia fundou a Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda. no início de 1984. A empresa
iniciou suas atividades focada no mercado de tratamento de superfícies metálicas, para o qual
comercializava ácidos e hidróxido de sódio. A Jaltex, desde o início de suas atividades, também
produziu aditivos para banhos de galvanoplastia tais como inibidores, tensoativos, além de
especialidades químicas.
A Jaltex tem clientes nos ramos de anodização, pré-pintura, galvanização, zincagem, metalurgia e
trefilação, entre outros e oferece, como um diferencial, uma assistência técnica personalizada. Para o
desenvolvimento de produtos e assistência técnica é utilizado o laboratório próprio ou são feitas
parcerias com pesquisadores externos.
O químico João Dias destaca como um dos maiores sucessos da Jaltex o desenvolvimento do
sulfato de estanho em pó que é produzido no país por apenas outra empresa, controlada por uma
multinacional. Até a introdução no mercado do sulfato de estanho, era utilizado o sulfato de cobalto.
O sucesso comercial do sulfato de estanho não se deveu apenas ao desenvolvimento do processo
de produção mas, também, a um trabalho de assistência técnica junto ao cliente. Além de mostrar
ao cliente a superioridade do sal de estanho, foi necessário orientá-lo numa série de modificações
em seu processo, necessárias para trabalhar com a nova matéria prima. Esse trabalho junto ao
cliente não foi feito pelo concorrente o que garantiu um destaque à Jaltex.
O mercado de galvanoplastia é extremamente dinâmico e obriga as empresas, como a Jaltex, que
atuam nesse segmento, a constantemente desenvolverem novos produtos. Em função de sua atuação
na área administrativa da empresa sobrava pouco tempo para químico João Dias dedicar-se à
119
atividade técnica o que fez com que buscasse o apoio de algumas instituições sem muito sucesso. Há
cerca de 6 anos a contadora Cristiane Dias, filha do químico João Dias, passou aos poucos a
assumir as funções administrativas do pai. Atualmente, Cristane domina a área administrativa da
empresa, tendo elaborado um planejamento estratégico bastante ambicioso de crescimento da
empresa e liberado o químico João Dias para atuar na área de desenvolvimento.
A introdução, em breve, no mercado de uma nova linha de produtos de massas para polimento é
resultado dessa maior disponibilidade de tempo do químico João Dias. A exemplo do que
aconteceu no caso do sulfato de estanho, a Jaltex pretende investir fortemente na orientação dos
clientes na utilização da nova linha de produtos como forma de garantir um bom posicionamento no
mercado antes que a concorrência copie seus produtos. O químico João Dias nunca se preocupou
em patentear seus desenvolvimentos, entre os quais, produtos e processos para clientes específicos
e aditivos que não agridem o meio ambiente. No seu entender, o patenteamente apenas facilitaria a
cópia mais rápida de seus desenvolvimentos.
A Jaltex já procurou o apoio de diversas intituições, tais como USP, FIESP e SEBRAE, para o
desenvolvimento de novos produtos. Infelizmente a empresa nunca teve sucesso nessas tentativas.
Numa universidade estadual o valor cobrado pelo apoio técnico era extremamente elevado o que
impediu o progresso nos contatos. Em outra universidade estadual, a Jaltex foi atendida pelos
integrantes da empresa júnior, que apesar de serem bons alunos, não tinham conhecimentos técnicos
nem visão empresarial suficientes para ajudar a empresa. O Projeto Jandira, anteriormente
mencionado, teve como maior benefício para a Jaltex o fato de conhecerem o engenheiro químico e
consultor de negócios Paulo Kokot que ainda hoje presta serviços para a empresa. Do ponto de
vista tecnológico, que era a maior necessidade da Jaltex, o Projeto não ajudou em nada.
O químico João Dias acredita que projetos como o que está sendo desenvolvido pela Universidade
de São Carlos junto com a Fundação Theodorato Souto, que busca associar pesquisadores
universitários com profissionais com experiência no mercado, tem boas chances de atender às
necessidade de tecnologia de pequenas empresas. Entretanto, nesse caso específico, a Jaltex tem
poucas possibilidades de vir a ser beneficiada, pois um dos técnicos, com experiência no mercado,
120
que foi convidado foi o próprio João Dias, que não tem tempo nem interesse de divulgar seus
conhecimentos para a concorrência. Para resolver esse impasse, o ideal seria que os profissionais
com experiência, que fossem recrutados, estivessem aposentados de modo a evitar o conflito de
interesses.
O irônico da situação é que mesmo agora, dispondo de mais tempo para o desenvolvimento de
produtos, o químico João Dias sente necessidade de um apoio técnico e descobre que entre os mais
qualificados para prestar esse apoio está ele mesmo!
A Jaltex planeja crescer atingindo o mercado externo e para isso precisará de algum tipo de apoio
comercial. A Jaltex faz todos seus investimentos com capital próprio não recorrendo a bancos nem
mesmo para o desconto de duplicatas em função dos elevados juros de mercado. É provável,
entretanto, que para viabilizar os planos de crescimento da empresa ela tenha necessidade de uma
alavancagem financeira.
A preocupação da Jaltex com o atendimento rápido das necessidades dos clientes levou a empresa
a manter uma frota própria para agilizar as entregas além de receber pedidos, solicitações de
cotação e fazer assistência técnica através da Internet.
6.2.2. Phanter Oils Ltda
A Phanter Oils Ltda. é uma empresa nacional, fundada em 1983, instalada no Centro Industrial de
Jandira/SP. A empresa tem 13 funcionários e um faturamento anual de R$ 5.000.000.
O engenheiro mecânico Karl Falk, após uma longa carreira internacional, veio para o Brasil dirigir as
operações da empresa Sintex, fabricante de lubrificantes para a indústria têxtil. No ano de 1983, a
matriz da Sintex decidiu focar seus investimentos no mercado asiático e retirar-se do Brasil. Ao
engenheiro Falk coube a tarefa de encerrar as operações da Sintex no Brasil antes de ser relocado
para a Ásia. Entretanto, durante o processo de fechamento da empresa, o engenheiro Falk recebeu
solicitação de diversos clientes para que continuasse as operações.
121
Falk, percebendo a existência de um nicho de mercado, decidiu permanecer no Brasil após o
fechamento da Sintex, e fundou a Phanter Oils Ltda., em 1983. A empresa começou a operar com
um único produto, um lubrificante para a indústria têxtil. Em pouco tempo, em função da grande
experiência na área de lubrificantes de seu proprietário, a Phanter desenvolveu novos produtos.
Foram desenvolvidos, além de produtos para a indústria têxtil, aditivos para a fabricação de óleos
lubrificantes e para a elaboração de fluidos solúveis lubrorefrigerantes e anti-corrosivos.
A Phanter, em 1999, passou a importar com exclusividade os óleos sintéticos automotivos
fabricados pela Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh. Esses lubrificantes de última geração são
indicados para motores de alta performance, turbo aspirados, movidos a gasolina, álcool, gás natural
e diesel. Os óleos da Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh são homologados, e tem seu uso
recomendado, pelas maiores indústrias automobilísticas, entre as quais a BMW, a Volkswagen, a
Audi e a Porsche.
A Phanter Oils está instalada no Centro Industrial de Jandira/SP, em moderna planta industrial de
5.800m², sendo 2.000m² de área construída, contando com equipamentos para capacidade de
produção equivalente a 300 toneladas de produtos por mês. Em função da capacidade instalada e
da diversidade de equipamentos multi-propósito da Panther, a empresa possui uma linha de
especialidades químicas, desenvolvida para os mais diversos segmentos, por especificações de seus
clientes, atendendo empresas dos setores de construção civil, borracha, polietileno, compostos de
PVC e outros polímeros plásticos. A Phanter Oils também industrializa produtos para terceiros em
suas instalações.
A Phanter, apesar de ter um laboratório limitado em termos de pessoal técnico e equipamento,
mantem estreitas relações com fábricas e laboratórios do Brasil, EUA e Alemanha, além de outros
países para comprovação ou extensão dos testes de aplicação de seus produtos. O químico da
Phanter tem uma boa experiência no desenvolvimento de novos produtos. Entretanto, a falta de
conhecimentos mais aprofundados faz com que, algumas vezes, esse desenvolvimento se faça em
sucessivas etapas de tentativa e erro. A Phanter já teve um pesquisador com doutorado em seus
122
quadros, entretanto, os resultados obtidos não cobriam os custos de manter um profissional com um
salário da ordem de 4.000 dólares mensais.
O desenvolvimento de um lubrificante, para a extrusão de polipropileno, à base de óleo de mamona
sulfonado é um exemplo de desenvolvimentos internos bem sucedidos. Entretanto, o mercado em
que a Phanter atua é extremamente dinâmico e os concorrentes ou copiam ou procuram desenvolver
produtos alternativos a preços mais baixos, obrigando a um contínuo esforço de desenvolvimento de
novos produtos.
A tecnologia utilizada no desenvolvimento de produtos na Phanter, não é uma tecnologia de ponta.
Muitas vezes ela já se encontra disponível sob a forma de documentos de patente que precisam ser
analisados para, a partir deles, desenvolver um processo. O engenheiro Falk se queixa dessa falta
de apoio tecnológico por parte dos serviços de apoio às pequenas empresas. Nos institutos de
pesquisa os custos são proibitivos e nas universidades a burocracia é muito grande, o
desenvolvimento é lento e os resultados nem sempre são os esperados. Como alternativa, sempre
aparecem pesquisadores “bem intencionados” dispostos a ajudar na pesquisa utilizando os
equipamentos e reagentes da instituição pública e recebendo uma “ajuda de custo” “por fora”. O
engenheiro Falk, embora não tenha recorrido a esses pesquisadores, vê a situação como uma
consequência previsível das condições de trabalho dos pesquisadores.
O engenheiro Falk acredita que a disponibilização de meios de acesso à tecnologia e ao mercado
externo seriam as duas principais formas de ajudar as pequenas empresas. Iniciativas como as
desenvolvidas pelo Projeto Jandira, anteriormente mencionado, que disponibilizava um consultor por
um determinado número de horas para fazer um diagnóstico na empresa acabam tendo um impacto
muito pequeno em empresas como a sua.
O engenheiro Falk sugere como exemplo de suporte tecnológico um tipo de serviço existente na
Alemanha e subsidiado pelas associações de indústrias. Esse serviço, que utiliza profissionais
experientes, muitos dos quais aposentados, e dispõe de uma completa infraestrutura de laboratórios,
orienta as indústrias no desenvolvimento de novos produtos e realiza as análises necessárias durante
123
o desenvolvimento. Uma vez concluído o desenvolvimento de um produto, esse serviço realiza os
ensaios de certificação do produto e indica potenciais compradores. Dessa forma, o pequeno
empresário não precisa investir pequenas fortunas na instalação de laboratórios próprios e tem apoio
qualificado para o desenvolvimento, certificação e comercialização de novos produtos.
O engenheiro Falk sugere a China como exemplo de agilidade na viabilização do comércio
internacional. Ele cita contatos que teve com missões comerciais chinesas que em poucos dias
disponibilizaram para a Phanter nomes e endereços de empresas chinesas que teriam interesse em
comprar e/ou vender os produtos especificados. Além dessa lista, foi fornecida outra com produtos,
que por similaridade, poderiam ser do interesse da Phanter produzir ou comprar, com os nomes das
empresas interessadas. A Phanter exporta para o Mercosul. A empresa já exportou para a África e
Oriente Médio mas teve grandes dificuldades em receber.
A Phanter vem concentrando recursos, investimentos e tecnologia na produção e comercialização de
óleos para ensimagem têxtil, óleos lubrificantes automotivos, óleos industriais, aditivos para
formuladores de óleos de processo, produtos especiais para indústrias de plásticos, curtumes,
cosméticos, eletroeletrônica, aceleradores de vulcanização para borrachas e desmoldantes para
formas de concreto.
O crescimento da Panther é a maior comprovação de sua aceitação pelos clientes. A Panther
domina 80% do mercado, no seu segmento, atendendo, principalmente, empresas multinacionais e
grandes empresas brasileiras que se dispõe a pagar um pouco mais por um produto com qualidade
assegurada e com nota fiscal. O restante desse mercado é atendido por empresas multinacionais
entre as quais se destaca a multinacional alemã Henkel. A sobrecarga tributária é apontada pelo
engenheiro Falk como um dos principais motivos da baixa rentabilidade da empresa (3 a 5%) e falta
de competitividade com empresas de menor porte que burlam o fisco. Devido à baixa rentabilidade
e às elevadas taxas de juros do mercado financeiro a Phanter faz todos seus investimentos com
capital próprio nunca tendo utilizado o desconto de duplicatas.
124
A Phanter tem condições, segundo o engenheiro Falk, de explorar diversas oportunidades de
mercado aumentando, em pelo menos 5 vezes, sua produção que é, atualmente, de cerca de 120
toneladas por mês. Isso, entretanto, demandaria uma dedicação maior do mesmo aos negócios da
empresa o que não é de seu interesse por ter 60 anos e desejar aproveitar melhor sua velhice. O
engenheiro Falk não vê motivos para fazer a Phanter crescer uma vez que não tem para quem deixála pois seu filho mora na Alemanha e não tem intenção de vir para o Brasil administrar a empresa.
Os motivos acima levaram o engenheiro a estudar, nos últimos tempos, algumas propostas de
compra da Phanter (US$ 2,5 milhões).
6.2.3. Análise Comparativa
As duas empresas estudadas, como já tinhamos ressaltado, tem bastantes pontos em comum que
vão desde a localização no Centro Industrial de Jandira, a menos 1000 metros de distância uma da
outra até seu tempo de vida. Essas empresas podem ser caracterizadas como “spill-over” de
grandes empresas porisso a fonte original de tecnologia são os proprietários. Ambas têm
experiências negativas com respeito a serviço de informação tecnológica, universidades e institutos
de pesquisa. A avaliação dessas empresas é importante por serem ativas em termos tecnológicos.
Tabela 6.2 Comparação da Jaltex com a Phanter
Ano de fundação
Número de empregados
Faturamento anual
Área de atuação
Jaltex
Phanter
1984
1983
20
13
3 milhões
5 milhões
Produtos para tratamento de Galvanoplastia
superfícies
Fonte original de tecnologia
Proprietário
Proprietário
Formação do Proprietário
Químico Industrial
Eng. Mecânico
Interno
Interno
Desenvolvimento de tecnologia
125
Propriedade intelectual
Não patenteia
Utiliza patentes como fonte de
informação tecnológica
Proteção contra imitação
Não patenteia
Altos salários
Proprietário é o único que
Documentação dos
detem o conhecimento
procedimentos
Industrialização para terceiros
Sim
Sim
6.3. Análise de resultados
Primeira Hipótese
A pesquisa através do envio de questionário teve um aproveitamento limitado dos dados obtidos em
função da pequena taxa de resposta, que impede a utilização de ferramentas estatísticas para análise
dos resultados. A pesquisa serviu, entretanto, para evidenciar o desconhecimento quase total dos
serviços de informação por parte das empresas. As perguntas relativas a esses serviços foram
praticamente todas deixadas em branco ou respondidas de forma equivocada.
Duas empresas deram respostas mencionando a solução de problemas por pessoal interno. Outras
duas mencionam o suporte de fornecedores para resolver problemas encontrados. E, finalmente,
outras duas empresas mencionaram, acertadamente, consultas feitas ao IPT. Para ter certeza que o
motivo da falta de respostas era a não utilização e/ou desconhecimento desses serviços, foi feita uma
complementação da pesquisa utilizando o telefone.
Foram contatadas por telefone 36 das empresas que responderam ao questionário e que puderam
ser identificadas por terem fornecido nome ou endereço de correio eletrônico. Como esperado, com
exceção das duas empresas que tinham tido um contato com o IPT, nenhuma empresa sabia do
conhecimento desse tipo de serviço. Quando perguntadas sobre que fatores aumentariam a
126
utilização desse tipo de serviço todas destacaram uma maior divulgação, confirmando a Primeira
Hipótese, do desconhecimento da existência dos serviços de informação.
O desdobramento da Primeira Hipótese, de que a divulgação dos serviços não é feita de maneira
adequada, acaba sendo uma consequência imediata da verificação da Primeira Hipótese. Entretanto,
temos motivos para acreditar que essa má divulgação seja proposital como forma de evitar a
sobrecarrega dos serviços de informação. Durante uma entrevista no INPI, obtivemos uma
declaração de que se a demanda de serviços fosse maior do que a atual não haveria como atendêla. Essa situação, embora não explicitada tão abertamente pelos outros serviços de informação
tecnológica, parece se aplicar a todos. A capacidade restrita de atendimento desses serviços pode
ser verificada pela infra estrutura dos mesmos e pelo reduzido número de consultas atendidos pelos
Núcleos Regionais da Rede de Informação Tecnológica (Tabela 4.3), frente ao público potencial.
Diante desse público, até mesmo os 10.000 atendimentos feitos pelo SEBRAETEC nos últimos 10
anos parecem muito pouco.
A situação faz lembrar uma campanha no início dos anos 90 quando o conhecido ator Lima Duarte
fez a divulgação num comercial de televisão do recém criado Balcão SEBRAE onde o
empreendedor e pequeno empresário teriam todos seus problemas resolvidos. A expectativa criada
foi muito alta e não houve como atender a avalanche de pessoas buscando orientação.
A maioria dos serviços de informação tecnológica não tem capacidade de auto sustentação
dependendo de recursos de suas instituições mantenedoras, que com o passar dos anos, estão
reduzindo esses recursos. Essa situação, retratada por SILVA (2002) é global e atinge até serviços
de informação tecnológica que eram referências mundiais como o DTI e o INFOTEC. Para fazer
frente a essa nova situação, e sobreviver, os serviços de informação estão diversificando sua
atuação para atividades em áreas tais como a Gestão de Conhecimento (reutilização da informação
e experiência para aumentar a velocidade da inovação e resposta a mudanças) e a Inteligência
Competitiva (informação para a tomada de decisão com o objetivo de manter ou aumentar a
competitividade) que, por serem novas e agregarem valor significativo à informação, são melhor
remuneradas.
127
Trabalhando ainda sobre o desdobramento da Primeira Hipótese, de que a divulgação dos serviços
não é feita de maneira adequada, nos perguntamos de que maneira pode ser classificado o caso do
IPT. Esse Instituto, que é sinônimo de qualidade em serviços, firmou uma reputação no mercado de
apresentar propostas de projetos com valores extremamente elevados para a realidade de uma
pequena empresa. Seria essa fama um boato maldoso ou um intencional “marketing ao contrário”
com o objetivo de reduzir a demanda de seus serviços mantendo o número de consultas dentro do
limite de atendimento da instituição.
A posição dos técnicos do IPT consultados a respeito da fama de “careiros” é de que ela não tem
fundamento, e mesmo que tivesse, os projetos de pequenas empresas podem ser financiados através
de linhas de crédito especiais. Os empresários consultados, entre os quais, um dos que respondeu
ao questionário, afirmam o contrário. Segundo este empresário, ele recebeu uma proposta de
levantamento inicial do problema de sua empresa no valor de R$ 7.000,00 e declinou da proposta
por não ter dinheiro e imaginar que se o estudo inicial tinha esse valor, o projeto completo não sairia
por menos de R$ 70.000,00. Por uma fração desse valor, o empresário acredita que poderia
contratar os serviços “por fora” de alguns técnicos e professores universitários que prestam
consultoria utilizando os recursos de suas instituições e cobrando valores acessíveis.
Segunda Hipótese
A Segunda Hipótese do trabalho, de que os pequenos empresários, utilizam fontes de informação
tecnológicas alternativas em lugar dos serviços de informação pode ser verificada pelas respostas à
questão de número 36 do questionário de pesquisa (Tabela 6.23). Podemos verificar que
fornecedores e clientes, ao lado de literatura técnica e catálogos são as grandes fontes de
informação tecnológica para os pequenos empresários da área química. Num segundo patamar de
utilização estão a Internet, congressos, feiras e consultores.
Na análise das respostas da questão 36 são apresentados dois valores para cada fonte de
informação tecnológica. O primeiro valor é o total das notas atribuidas a cada uma das fontes,
ajustado em relação ao total obtido pela fonte fornecedores, que obteve maior pontuação e teve sua
128
nota fixada em 100. O segundo valor corresponde ao percentual de empresários que citaram a
fonte, independentemente de lhe terem atribuido, ou não, uma boa nota.
A fonte de informação fornecedores obteve a maior nota é foi a fonte mais citada. O mesmo
ocorreu, em ordem decrescente, com as fontes literatura, clientes e catálogos comprovando sua
liderança como fontes de informação. É interessante verificar que existem fontes que apesar de
bastante lembradas, talvez em função de algum condicionamento, não recebem notas equivalentes a
esse “lembrança”. É curiosa a maneira como a cópia é tratada como fonte de informação. A cópia,
apesar de bastante lembrada, no que poderia ser um “ato falho”, na hora de receber notas não se
sai tão bem.
A presença dos fornecedores como fonte de informação tecnológica é algo previsível, especialmente
no caso de pequenas empresas atuando em segmentos “dominados pelos fornecedores” onde se
enquadram uma boa parte das pequenas indústrias químicas atuando nos ramos de Sabões &
Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes (BELL & PAVITT, 1993).
O destaque dado aos concorrentes como fonte de informação tecnológica na Pesquisa da Atividade
Econômica Paulista (PAEP) ( Figura 2.1) associado com o destaque dado à cópia como fonte de
informação, pode indicar que a cópia tem um grande grupo de adeptos na pequena indústria
química. Esse fato, entretanto, não configure automaticamente um caso de “pirataria” uma vez que
essa cópia poderia estar sendo feita de concorrentes não diretos ou que não exista relacionamento
entre as duas pesquisas.
Ambas as empresas acompanhadas no estudo de caso desenvolvem seus próprios produtos e
processos e tem grande preocupação com a perda de informações tecnológicas para a
concorrência. Essa perda de informações é feita, não pelo roubo de formulas secretas ou algo
parecido, mas sim pela contratação de profissionais que além do conhecimento explícito que levam
da empresa na forma de literatura e anotações, também levam o conhecimento tácito.
129
A forma de evitar a pirataria varia entre as duas empresas. A Phanter paga salários acima de
mercado para seu pessoal chave e afirma que seus empregados sabem que mesmo que
conseguissem salários melhores em outras empresas, após poucos meses de trabalho, quando
tivessem repassado todo o conhecimento de que dispõe, seriam descartados. A Jaltex, nunca
patenteou algum desenvolvimento com medo de ser copiada. Na Jaltex todo o conhecimento
tecnológico que é o diferencial da empresa no suporte aos seus clientes é detido por seu proprietário
que conseguiu passar suas atribuições administrativas para a filha, mas que se resente da falta de um
"herdeiro” para seus conhecimentos tecnológicos. A passagem dessa herança tecnológica é vital
para os planos de crescimento da empresa e para sua sobrevivência após o afastamento do atual
proprietário. A utilização de métodos não técnicos como os utilizados pelas duas empresas, como
proteção contra imitações é apontado por BELL & PAVITT (1993) como uma das características
de pequenas empresas atuando em mercados dominados por fornecedores.
A condenação dos métodos piratas de obtenção de tecnologia, por parte destes empresários, não
leva em conta que, de alguma maneira, estes também trouxeram para suas empresas conhecimentos
adquiridos em outras empresas. O “spill over” apesar de, algumas vezes desmotivar o investimento
da empresas em tecnologia, é uma das maiores fontes de informação tecnológica para as pequenas
empresas (ACS, AUDRETSCH, FELDMAN 1994).
Terceira Hipótese
A Terceira Hipótese considera que os empresários já tiveram uma oportunidade de interagir com os
serviços de informação tecnológica e, a partir de uma má experiência, deixaram de fazer uso desse
serviços. Essa hipótese não se verificou verdadeira como justificativa para a pequena utilização dos
servicos de informação uma vez que o número de empresários que alguma vez foram atendidos por
serviços de informação é muito pequeno em relação ao universo de empresários que poderiam ser
atendidos. Esse pequeno número de empresários atendidos pode ser verificado pelo pequeno
número de empresários que na pesquisa, complementar ao questionário, por telefone afirmou
conhecer e ter utilizado algum serviço de informação tecnológica.
130
Como outra maneira de verificar a Terceira Hipótese procuramos obter informações do grupo de 16
empresas do Projeto Piloto de Jandira. Verificamos que passados 7 anos os empresários se
lembram do projeto mas, sem grande entusiasmo. A menção ao fato do autor ter participado do
Projeto não foi um incentivo para o preenchimento dos questionários da pesquisa levados
pessoalmente, nem abriu portas junto as empresas. Para algumas delas o Projeto deixou a desejar
por se concentrar na área administrativa enquanto esse grupo, em particular, buscava apoio
tecnológico. Conclui-se que, apesar do Projeto Jandira não ter sido um sucesso estrondoso, isso
não gerou uma predisposição contra os serviços de informação embora possa ter deixado alguns
empresários céticos quanto aos possíveis resultados de programas similares.
O primeiro desdobramento da Terceira Hipótese de que os provedores de informação não
conseguem entender as necessidades da indústria, verificou-se válido. Essa comprovação pode ser
feita com base nas inúmeras autocríticas feitas por profissionais da área e após ouvir as queixas dos
empresários. É bastante repetida a história de que em resposta a uma consulta um empresário
recebeu um pacote de documentos de patente num idioma que não dominava. Ao tentar explicar
que não era exatamente isso o que esperava receber o empresário foi informado secamente que a
parte que cabia ao serviço de informações já tinha sido feita e que cabia agora a ele fazer a parte
dele. Apesar da história em questão ter poucas chances de ser verídica, ela é emblemática pois da
uma boa ideia da falta de sintonia entre provedores de informação e empresários. Essa falta de
sintonia, certamente, faz com que o empresário além de não voltar a procurar serviços de
informação, ainda espalhe esse tipo de histórias entre os conhecidos.
O segundo desdobramento da Terceira Hipótese de que falta qualificação técnica às indústrias para
explicitar suas necessidades de informação. Não parece ser o caso da indústria química que
conforme verificamos na pesquisa e no estudo de casos tem uma qualificação média dos
profissionais bastante razoável. Histórias folclóricas como a do empresário que procura uma
“química” para aumentar a vida de prateleira de sua pizza congelada, que é fornecida para o
mercadinho do bairro, que descobre que não tem necessidade de “química” e sim de higiene no
manuseio dos alimentos, tem menores chances de ocorrer em indústrias químicas. A própria
exigência do Conselho Regional de Química da existência de um químico responsável na indústria é
131
uma garantia da presença de profissionais qualificados na empresa. A existência de profissionais
responsáveis por uma empresa que raramente a visitam, comum em algumas profissões, não é tão
comum assim na indústria química em função da necessidade de um profissional acompanhando o
dia a dia da empresa.
Normalmente, o químico sabe exatamente o que perguntar mas não encontra quem lhe possa dar a
resposta procurada. O proprietário da Phanter conta o caso do desenvolvimento de um produto em
que foi necessário passar quase que um mês num processo de tentativa e erro para encontrar as
concentrações mas adequadas dos reagentes para a melhor conversão das matérias primas. O
processo em questão estava sendo desenvolvido a partir de informações disponíveis em documento
de patente não registrado no Brasil. As empresas multinacionais fornecedoras das matérias primas
diziam não conhecer o processo e os pesquisadores de instituições de pesquisa e/ou ensino também
não.
A falta de incentivo para profissionais qualificados darem suporte aos serviços de informação é o
terceiro desdobramento da Terceira Hipótese que pode ser verificado na pesquisa, no estudo de
casos e em conversas com profissionais.
Não identificamos uma maneira, em nossa pesquisa, de verificar a validade do quarto
desdobramento da Terceira Hipótese de que os receptores da informação não conseguem
decodificá-la fazendo com que esta passe a fazer parte do acervo de conhecimentos da empresa.
Imaginávamos ao elaborar a pesquisa que nos casos de insucesso de transferência de tecnologia
esse seria um dos motivos mais citados, mas não tivemos notícia de nenhum caso em que esse fosse
o fator decisivo. A situação de falta de informações não nos permite aceitar nem refutar esse
desdobramento da Terceira Hipótese.
No caso da Phanter, a empresa acabou descobrindo por conta própria a concentração dos
reagentes. O processo de descoberta desses parâmetros de produção deve ter se incorporado ao
acervo de conhecimentos da empresa e será útil num próximo desenvolvimento. Entretanto, é certo
que um melhor embasamento teórico não apenas agilizaria essa pesquisa como também, no caso da
132
informação ter sido obtida externamente, facilitaria sua absorção por se encaixar num modelo mental
já estruturado.
A Phanter utiliza a documentação dos procedimentos internos como objetivo de capturar o capturar
o conhecimento da empresa e explicitá-lo na forma de manuais reduzindo a vulnerabilidade da
empresa a posíveis “roubos” de profissionais.
A questão 36 do questionário foi elaborada com o objetivo de obter maiores informações sobre o
relacionamento universidade-empresa. Observamos que cerca de 30% da empresas tinha algum
relacionamento com a universidade embora ele se concentrasse nas formas de consultoria informal
ou de relacionamentos através de vículos formais como estágios ou cursos de pós-graduação. Os
relacionamentos na forma de convênios formais com objetivos definidos tais como projetos de
pesquisa e treinamento foram poucos. O relacionamento através de terceiros tais como associações
ou institutos de pesquisa foi muito pequeno. Não foi possível identificar se isso ocorre por uma falha,
ou falta de interesse, dessas instituições em intermediar esse relacionamento ou se parte dos
proprios empresários a busca do contato direto com a universidade.
A informação obtida do estudo de caso é que são poucos os pesquisadores dispostos a darem
apoio às empresas sem receberem uma remuneração por suas atividades, como no caso do DiskTecnologia. Essa remuneração, que no entender dos empresários é justa, acaba sendo paga “por
fora” devido à burocracia da universidade, a necessidade de um suporte pontual que não justificaria
o estabelecimento de convênios formais e a necessidade de respostas rápidas.
Os pesquisadores da universidades e institutos de pesquisa não podem arcar com toda a culpa por
essa situação que é antes de tudo estrutural. Apesar de terem uma carga reduzida de aulas, os
professores são cobrados por produtividade científica. Isto é, a publicação de artigos técnicos em
publicações especializadas. Este é o mais importante parâmetro na avaliação não só dos
profissionais quanto das instituições em que atuam. Em função disso alguns departamentos de
grandes universidades estaduais tem verbas para pagarem “prêmios” aos professores que publicam.
Esses valores chegam a R$ 2.000 por trabalho publicado em periódico nacional e até o dobro para
133
periódicos estrangeiros. Um pesquisador com boa produtividade, que publique um trabalho por
mês, além do “prêmios” por publicações se qualifica a receber bolsas de Produtividade em Pesquisa
do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) que engorda um pouco mais seus rendimentos com
cerca de R$ 1.000 por mês. Pesquisadores “produtivos” também recebem benefícios indiretos tais
como pagamento de viagens para congressos nacionais e internacionais e aquisição de equipamentos
para laboratórios.
A Quarta Hipótese de que “uma série de condicionantes estabelecem uma trajetória tecnológica que
passa ao largo da consulta de informação” se verificou parcialmente nas empresas analisadas no
estudo de caso. O conceito de “trajetória tecnológica” foi estabelecido por DOSI (1982) e
explicado em palavras simples pelo próprio autor significaria seguir uma linha de raciocínio ou de
ação que seria “o normal a fazer”. No caso, para algumas empresas, que estariam seguindo uma
“trajetória tecnológica” a utilização de serviços de informação não seria algo “normal” a fazer.
O empreendedor ou pequeno empresário que procure informações sobre como implantar uma
pequena indústria química tem acesso a quantidade abundante de informações disponíveis tanto da
rede de suporte ao pequeno empresário, da qual o SEBRAE é o representante mais conhecido,
quanto de fornecedores de matéria prima e equipamentos.
Esses novos empreendimentos na indústria química, geralmente são nas áreas de Sabões &
Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes. A motivação do empresário, quando não é da área
química, é a visualização de oportunidades de negócio, reais ou imaginárias. As empresas da área
de matérias primas para essas pequenas indústrias tem dificuldades de se estabelecer se não derem
suporte técnico aos seus clientes e fornecerem “receitas” para os diversos produtos utilizando suas
matérias primas.
As pequenas empresas criadas dessa maneira que conseguiram sobreviver e crescer, aos poucos
começam a desenvolver suas próprias formulações, entretanto, mantem a dependência dos
fornecedores de matérias primas como provedores de informações. Para essa empresas, que
formam uma parcela significativa do universo de pequenas empresas, faz pouco sentido entrar em
contato com serviços de informações tecnológicas quando elas tem o suporte que precisam de seus
134
fornecedores. Essas empresas utilizam os serviços de apoio a pequenas empresas, principalmente,
para suporte nas áreas administrativas.
As empresas que tem necessidade de informações tecnológicas tem uma gênese diferente da
descrita anteriormente. Essas empresas são criadas por profissionais da área química que trazem
conhecimentos de sua vida acadêmica, ou com maior frequência, de outras empresas em que
trabalharam anteriormente. Para esses empresários a informação tecnológica tem fundamental
importância por ser a base sobre a qual vão competir com seus antigos empregadores. O desafio é
produzir produtos com características tão boas quanto os produtos “copiados” mas com preços
menores em função de uma estrutura empresarial mais enxuta. Uma dificuldade, relatada nos dois
estudos de caso, é a obtenção de pequenas quantidades de matérias primas a preços que permitam
que seu produto final seja competitivos. Porém como verificado em estudos de caso e na pesquisa o
sistema de informação tecnológica estão aquem das necessidades dessas empresas. Provavelmente
o serviço de origem, qual seja a de serem concebidos dentro de uma proposta de “science-push”.
A concepção de um sistema ofertista que está por trás desse modelo pode ser razoavelmente eficaz
para grandes empresas que possuem unidades de pesquisa e desenvolvimento, mas não para
aquelas como as que foram objeto deste trabalho. É possível fazer uma analogia entre a empresa
que precisa de informação tecnológica e a empresa que precisa de dinheiro no sistema bancário.
Quem tem dinheiro consegue dinheiro, quem não tem não consegue. No caso da informação
também são as empresas que produzem muito conhecimento através das suas atividades de
pesquisa e desenvolvimento as que estão aptas de se beneficiar do sistema de informação criados
desde a década de 80.
135
7.
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pequenas empresas desempenham um importante papel na economia nacional pelo seu potencial
de gerador de empregos e inovações. Como forma de dar suporte as pequenas empresas já foram
criados diversos programas, em geral voltados para a parte administrativa da pequena empresa. O
potencial de inovação da pequena empresa é geralmente esquecido. Na década de 80, com
recursos do PADCT e coordenada pelo IBICT, foi criada uma Rede de Núcleos de Informação
Tecnológica que tinha como objetivo fazer a ligação entre os detentores da tecnologia, que seriam as
universidades e institutos de pesquisa, entre outros, com os pequenos empresários. A Rede no início
contava com 17 núcleos, que numa segunda fase, a partir de 1993, foram ampliados para 20, sendo
seis Núcleos regionais e 14 Núcleos especializados. Paralelamente à estruturação dessa rede de
núcleos, e a ela interligada, foi criada a Rede Antares reunindo mais de 200 Serviços de Informação
em Ciência e Tecnologia. Com o passar do tempo a Rede de Núcleos foi se desestruturando.
Alguns Núcleos foram extintos for falta de demanda da pequena empresa, enquanto outros, aos
poucos tem mudado sua atividade principal para áreas como qualidade, inteligência competitiva e
gestão do conhecimento.
O trabalho de tese procurou verificar os motivos da falta de demanda aos serviços de informação
tecnológica. Verificou-se que o desconhecimento da existência desses serviços por parte do
pequeno empresário é a maior causa da pequena demanda. Por outro lado, também verificamos
que, se a demanda aumentasse, por pouco que fosse, a maior parte dos serviços de informação não
teria como atendê-la. Em função do exposto e com base nas informações obtidas no trabalho de
tese propomos a possibilidade de se pensar em novas estruturas para os serviços de informação
tecnológica com um maior suporte da iniciativa privada na forma de associações de empresas.
As associações de empresas químicas são formadas por umas poucas centenas de empresas de
grande porte que movimentam a maior parte do mercado químico nacional. A presença de
pequenas empresas nas associações é bastante reduzida uma vez que elas tem uma atuação bastante
tímida em relação as essas empresas.
136
A falta de sintonia dessas associações com as pequenas.empresas vai desde o estabelecimento de
anuidades proibitivas à participação de pequenas empresas até a negociação de pisos salariais e
programas de metas ambientais totalmente fora da realidade das pequenas empresas.
Uma associação de empresas que estabeleceu condições especiais para a participação de pequenas
empresas enfrentou uma revolta interna das grandes empresas que temiam que um grande número
de pequenas empresas se associasse e juntas “tomassem o poder” o que levou a não divulgação das
condições especias de associação para as pequenas empresas. Passados alguns anos do ocorrido, a
participação das pequenas empresas na associação em questão continua bastante reduzida. Embora
seja questionável o interesse das pequenas empresas, se soubessem das condições especiais de
associação, de participar de uma entidade em que são tão “bem vistas”.
Numa época em que a palavra de ordem é parceria, associações de empresas químicas poderiam
desempenhar um papel de destaque na “inclusão tecnológica” das pequenas empresas. As grandes
empresas químicas são as maiores fornecedoras de matérias primas para as pequenas. Dentro do
espírito dos programas da industria química internacional que no programa Atuação Responsável de
coloca como responsável pelos seus produtos desde o momento em que são concebidos, passando
pelo uso, até a disposição final, seria coerente dar um suporte à utilização das matérias primas
adquiridas por seus clientes.
A criação de uma estrutura de suporte para a pequena indústria química com o apoio da grande
indústria, a exemplo do caso alemão citado pelo engenheiro Falk não seria difícil de concretizar
fazendo uso de programas de incentivos e renúncias fiscais existentes. Boa parte do necessário já
existe na forma de laboratórios equipados em institutos de pesquisa e profissionais qualificados em
universidades e serviços de apoio a indústria. O desafio é fazê-los trabalhar de maneira coordenada
pois cada instituição tem objetivos distintos e é avaliada de forma distinta, como já pudemos
comentar no caso das universidades. Cabe, então, a pergunta se vale apena enfrentar o desafio ou,
se não seria melhor, partir do zero e criar uma nova estrutura.
137
A estrutura proposta não precisaria ser, obrigatoriamente, deficitária. A maioria dos serviços de
informação de todo o mundo estão profissionalizando suas administrações e buscando a auto
sustentação. A prestação de serviços tecnológicos está se tornando um bom negócio. O Estudo da
Oferta e da Demanda Nacional por Serviços Tecnológicos (TECPAR/CNI) ressalta que 50,2% das
instituições que atuam no setor são empresas privadas o que “demonstra que a oferta de serviços
tecnológicos é um mercado que se tem tornado atraente para a iniciativa privada, além desta possuir
maior sintonia com a própria demanda”
Uma queixa frequente dos empresários com respeito a soluções acadêmicas é que elas são muitas
vezes “elegantes” mas desvinculadas da realidade do chão de fábrica e do mercado. Tendo em
conta a importância da visão multidisciplinar, em lugar de super consultores com experiências
poderia ser pensada uma solução em que a multidiciplinariedade não estivesse concentrada numa só
pessoa mas num grupo delas cada uma com uma especialidade distinta.
Profissionais aposentados com dezenas de anos de experiência prática tem sido empregados com
sucesso em outros países na consultoria para pequenas empresas. No Brasil, a utilização desses
profissionais, que não precisariam ter, obrigatoriamente, curso de graduação seria uma maneira de
manter esses profissionais ativos numa ocupação de tempo parcial e complementaria suas
aposentadorias. Dessa maneira uma quantidade imensa de conhecimentos adquiridos por esses
profissionais, ao longo de toda a vida, deixaria de ser perdida para ser incorporada aos
conhecimentos de outras empresas.
O consultores “seniores” poderiam passar períodos prolongados de tempo dentro das empresas em
consultorias que se estendessem por vários meses de modo que seu conhecimento pudesse ser
transmitido da melhor maneira possível através de processos como o “aprendendo fazendo”,
“aprendendo observando” e outros descritos nas disciplinas de gestão do conhecimento. O
consultor “senior” poderia ser acompanhado, durante sua estadia nas empresas, de um consultor
“júnior” para o qual funcionaria como “mentor” tendo a responsabilidade de repassar seus
conhecimentos.
138
Concluindo, propomos o estudo da possibilidade de criação de serviços de apoio tecnológico da
indústria para a indústria, que seriam operados por associações de indústrias. Esses serviços seriam
auto suficientes financeiramente e teriam como missão o desenvolvimento tecnológico das empresas,
e, em última instância do país. Na área de consultoria seriam privilegiados os aspectos de
transferência do conhecimento utilizado o enorme potencial de contribuição de profissionais
aposentados.
O presente trabalho teve uma série de limitações dentre as quais partir do cadastro de empresas de
uma agência reguladora da atividade profissional (CRQ-IV) que inclui apenas as empresas em
situação regular. Embora, no universo de pequenas empresas químicas, esse viés introduzido não
deva ser muito grande, a utilização desse cadastro foi em parte responsável pelo pequeno número
de respostas obtidas, que é outra falha do trabalho.
Ao concluirmos o trabalho verificamos diversas possibilidades de ampliação do mesmo, seja pela
replicação em outros segmentos indústriais seja pelo estudo específico de casos de sucesso e
insucesso na prestação de serviços de informação tecnológica. Uma linha de pesquisa que nos
chamou a atenção por ser vivida pela empresa Jaltex, e no qual pretendemos nos aprofundar, é o
tratamento da sucessão familiar na área tecnológica pelas empresas.
139
8.
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148
ANEXO 1
Questionário enviado pelo correio
Pequena e Média Indústria Química
Pesquisa sobre Informação Tecnológica
Após o preenchimento do questionário basta dobrá-lo e
O questionário a seguir faz parte de uma pesquisa de
doutorado na Fundação Getúlio Vargas e conta com o apoio
colocá-lo numa caixa dos Correios. Não é necessário selar.
do Conselho Regional de Química – 4ª Região e da revista
Se possível, solicitamos que o questionário seja res-
Química Industrial. A pesquisa procura entender o porque
pondido através da internet, o que nos ajudaria na tabulação
da pequena penetração dos serviços de informação para a
dos resultados. O endereço do questionário na Internet é
indústria junto ao seu público alvo, que seriam as peque-
http://quimica.cjb.net.
Se conhecer algum pequeno ou médio empresário da
nas e médias indústrias.
O questionário é dirigido às indústrias químicas em
indústria química, que não tenha recebido o questionário, so-
função de sua importância econômica e da grande quanti-
licitamos o favor de fornecer-lhe uma cópia do presente ques-
dade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos
tionário ou indicar-lhe o endereço do questionário na Internet.
serviços de informação existentes.
A data final para recebimento dos questio-nários é 31
Solicitamos que o questionário seja respondido pelo
de dezembro de 2002. Esperamos, com o nosso trabalho,
principal executivo da empresa ou por alguém indicado por
poder contribuir para o sucesso de atividade empresarial e
ele. O tempo estimado para o preenchimento do questioná-
para isso contamos com sua colaboração, respondendo ao
rio é de cerca de 15 min.
questionário.
As informações fornecidas serão tratadas com
Para receber uma cópia dos resultados da pequisa,
confidencialidade e apresentadas de maneira agregada de
indique no questionário, o e-mail para onde os resultados
modo a impedir uma eventual identificação da empresa. As
deverão ser enviados.
conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma
Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questi-
de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de infor-
onário e eventuais sugestões e comentários sobre o traba-
mação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados
lho podem ser endereçadas para Ricardo Torres no e-mail
para o atendimento da indústria química.
[email protected] ou no telefone (0xx11)3742-3885.
Questionário
EMPRESA
1.CEP
( _____________ — _______ )
2.Atividade da empresa (CNAE95)
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Fabricação de cloro e álcalis
) Fabricação de intermediários para fertilizantes
) Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos
) Fabricação de gases industriais
) Fabricação de outros produtos inorgânicos
) Fabricação de produtos petroquímicos básicos
) Fabricação de intermediários para resinas e fibras
) Fabricação de outros produtos químicos orgânicos
) Fabricação de resinas termoplásticas
) Fabricação de resinas termofixas
) Fabricação de elastômeros
) Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos artificiais
) Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos sintéticos
) Fabricação de produtos farmoquímicos
) Fabricação de medicamentos para uso humano
) Fabricação de medicamentos para uso veterinário
) Fabricação de materiais para usos médicos, hospitalares e
odontológicos
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Fabricação de inseticidas
) Fabricação de fungicidas
) Fabricação de herbicidas
) Fabricação de outros defensivos agrícolas
) Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos
) Fabricação de produtos de limpeza e polimento
) Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos
) Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
) Fabricação de tintas de impressão
) Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins
) Fabricação de adesivos e selantes
) Fabricação de explosivos
) Fabricação de catalisadores
) Fabricação de aditivos de uso industrial
) Fabricação de chapas, filmes, papéis e outros materiais e
produtos químicos para fotografia
( ) Fabricação de discos e fitas virgens
( ) Fabricação de outros produtos químicos não especificados ou não
classificados
3.Faturamento anual da empresa
R$ ( ________________ )
4.Principais produtos fabricados e suas participações no faturamento da empresa
Produto 1: ____________________________________________________
Participação do Produto 1 no faturam.(%): (_____)
Produto 2: ____________________________________________________
Participação do Produto 2 no faturam.(%): (_____)
Produto 3: ____________________________________________________
Participação do Produto 3 no faturam.(%): (_____)
5.Número de funcionários (incluir a direção da empresa)
6.Ano de fundação da empresa
) Consulta de informações técnicas
) Consulta de informações comerciais
) Exposição de produtos (Home Page)
) Vendas
) Comunicação com clientes e fornecedores (e-mail)
) Outras finalidades
QUALIDADE
( _______ )
7.Formação do Principal executivo
_____________________________________________________________
8.Indique que percentual do tempo do principal executivo é dispendido nas
seguintes atividades. Considere os últimos 12 meses.
___
___
___
___
___
___
___
___
___
(
(
(
(
(
(
( ______ )
PRINCIPAL EXECUTIVO
(
(
(
(
(
(
(
(
(
13.Selecione as cinco principais atividades realizadas na Internet atribuindo notas
de 1 (menos utilizada) a 5 (mais utilizada). Não dê nota se a atividade não é realizada:
) Lidando com funcionários
) Burocracia (manutenção de arquivos, preenchimento de formulários, etc)
) Vendas e Contato com clientes
) Produção
) Manutenção
) Compras e Contato fornecedores
) Contabilidade, Finanças e Contato com bancos
) Planejamento de mudanças e crescimento da empresa
) Tecnologia (desenvolvimento de produtos e processos)
14.Os procedimentos da empresa são documentados na forma de manuais,
normas, roteiros, etc
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
15.Os procedimentos são conhecidos e praticados por todos
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
16.As melhorias propostas pelos funcionários são incorporadas nos processos de produção
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
17.O grau de satisfação do cliente é avaliado periodicamente
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
( ) Neutro
( ) Discorda
18.Os lotes de produção são identificados
RECURSOS HUMANOS:
(considerar a direção da empresa)
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
9.Número de funcionários cujo grau de instrução mais alto é:
(
(
(
(
(
(
(
(
___
___
___
___
___
___
___
___
) 1º grau completo
) Curso Técnico de Química
) Outros Cursos Técnicos
) 2º grau completo
) Graduação em Química e/ou Engenharia Química
) Outros cursos superiores
) Pós-graduação em Química e/ou Engenharia Química
) Outros cursos de pós-graduação
10.Número de funcionários:
( ___ ) Indispensáveis por serem os únicos a conhecer os processos
de produção
( ___ ) Envolvidos em pesquisa e desenvolvimento
( ___ ) Com conhecimento de inglês técnico
( ___ ) Com conhecimento de espanhol técnico
( ___ ) Com conhecimento de frances técnico
( ___ ) Com conhecimento de alemão técnico
( ) Concorda
LABORATÓRIO
19.O laboratório é usado para controle de qualidade
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
20.O laboratório é usado para desenvolvimento de novos produtos
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
21.Número de:
(
(
(
(
(
(
___
___
___
___
___
___
) pHmetros
) Cromatógrafos
) Espectrofotômetros
) Colorímetros
) Balanças
) Capelas
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS
INFORMÁTICA
11.Número de computadores (incluir portáteis)
( ___ ) Microcomputadores Pentium
( ___ ) Microcomputadores 486 e anteriores
( ___ ) Outros
12.Selecione os cinco principais aplicativos utilizados atribuindo notas de 1
(menos utilizado) a 5 (mais utilizado). Não dê nota se o aplicativo não é utilizado:
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Planilhas eletrônicas
) Processadores de texto
) Bancos de Dados
) Navegadores de Internet
) Programas de e-mail
) Programas de Contabilidade
) Programas de Planejamento e Controle da Produção
) Programas de RH e Folha de Pagamento
) Sistemas Integrados de Gestão (ERP)
) Atendimento / Cadastro de Clientes
) Outros programas
22.Idade média dos principais equipamentos (anos)
( _____ )
23.Os principais equipamentos foram comprados
( ) Novos
( ) Usados
( ) Novos na maior parte
( ) Usados na maior parte
24.Instalações permitem a produção de diversos produtos nos mesmos
equipamentos
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
( ) Neutro
( ) Discorda
25.Essa flexibilidade de produção é utilizada
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Concorda
26.O controle de processo é feito de forma
( ) Manual
( ) Pneumática
( ) Eletrônica
27.Número de malhas de controle
( ___ ) Pneumático
( ____ ) Eletrônico
( ) Pneumática e Eletrônica
28.Número de reatores
(
(
(
(
___
___
___
___
37.A empresa já desenvolveu projetos em conjunto com outras empresas?
) Com camisas de aquecimento e/ou resfriamento e agitadores
) Com agitadores e sem camisa
) Piloto para desenvolvimento de novos produtos
) Outros tipos de reatores
29.Produção de vapor (ton/h)
( _____ )
( _____ )
31.Existe um programa de manutenção preventiva das instalações
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
TECNOLOGIA
32.Como a empresa se situa em relação à tecnologia de ponta mundial do seu setor
( ) Está muito atrasada
( ) Não sei
( ) Está atrasada
( ) Está no mesmo nível
33.Como a empresa se situa em relação à tecnologia utilizada pelos concorrentes
( ) Está muito atrasada
( ) Está adiantada
( ) Está atrasada
( ) Está muito adiantada
( ) Está no mesmo nível
( ) Não sei
34.Selecione as cinco principais fatores motivadores de inovação
tecnológica dentro da empresa, atribuindo notas de 1 (menos importante)
a 5 (mais importante):
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Substitução de produtos em processo de obsolescência
) Ampliação da linha de produtos
) Manutenção e/ou ampliação de participação no mercado
) Fornecedores
) Criação de novos mercados
) Aumento de flexibilidade de produção
) Redução dos custos de produção
) Preservação do meio ambiente
) Melhoria da qualidade do produto
) Melhoria das condições e segurança do trabalho
) Outros. Cite _________________________________
35.Selecione as cinco principais fontes de tecnologia, atribuindo notas de
1 (menos importante) a 5 (mais importante):
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
( ) Sim. Cite _____________________________________
38.Quais foram os resultados desse(s) projeto(s) conjunto(s)?
_____________________________________________________________
39.Último atendimento em Serviço de Informação Tecnológica
30.Vazão de água de resfriamento (m3/h)
( ) Concorda fortemente
( ) Discorda fortemente
( ) Não
) Licenciadores nacionais de tecnologia
) Licenciadores estrangeiros de tecnologia
) Clientes
) Fornecedores
) Cópia de concorrentes
) Desenvolvimento conjunto com concorrentes
) Empresas coligadas
) Consultores independentes
) Congressos
) Feiras
) Literatura Especializada
) Internet
) Catálogos Técnicos
) Universidades
) Institutos de Pesquisa
) Associações de Classe
) Patentes (sem pagamento de licenças)
) SEBRAE
) Disk-Tecnologia
) Outros. Cite _________________________________
36.Se a empresa mantém algum relacionamento com universidades,
selecione o tipo de contato, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 4
(mais importante). Não dê nota se o tipo de contado não é praticado:
( ) Relacionamento informal com acadêmicos (consultoria paga ou
não, troca de informações, etc.)
( ) Relacionamento com acadêmicos através de vínculos formais com
a universidade (estágios, pós-graduação, etc.)
( ) Relacionamento com a universidade através de terceiros
(associações de classe, institutos de pesquisa, etc.)
( ) Convênios formais com objetivos definidos (pesquisa contratada,
treinamento de funcionários, etc.)
a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema?
_____________________________________________________________
b. Qual era o problema?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
c.Serviço de Informação procurado:
_____________________________________________________________
d.Mês/Ano
( ______ / _____ )
e.Tempo de resposta (dias)
( _____ )
f.Tempo de resposta:
( ) Muito rápido
( ) Rápido
( ) Médio
( ) Muito demorado
( ) Demorado
g.Tipo de resposta:
( ) Orientação verbal
( ) Orientação escrita
( ) Relatório
( ) Projeto de pesquisa
( ) Outra. Cite __________________________________
h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada
( ) Concorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
( ) Discorda fortemente
40.Penúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica
a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema?
_____________________________________________________________
b. Qual era o problema?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
c.Serviço de Informação procurado:
_____________________________________________________________
d.Mês/Ano
( ______ / _____ )
e.Tempo de resposta (dias)
( _____ )
f.Tempo de resposta:
( ) Muito rápido
( ) Rápido
( ) Médio
( ) Muito demorado
( ) Demorado
g.Tipo de resposta:
( ) Orientação verbal
( ) Orientação escrita
( ) Relatório
( ) Projeto de pesquisa
( ) Outra. Cite __________________________________
h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada
( ) Concorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
( ) Discorda fortemente
41.Antepenúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica
a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema?
_____________________________________________________________
b. Qual era o problema?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
c.Serviço de Informação procurado:
_____________________________________________________________
d.Mês/Ano
( ______ / _____ )
e.Tempo de resposta (dias)
( _____ )
f.Tempo de resposta:
( ) Muito rápido
( ) Rápido
( ) Médio
( ) Demorado
( ) Muito demorado
g.Tipo de resposta:
( ) Orientação verbal
( ) Orientação escrita
( ) Relatório
( ) Projeto de pesquisa
( ) Outra. Cite __________________________________
h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada
( ) Concorda fortemente
( ) Concorda
( ) Neutro
( ) Discorda
( ) Discorda fortemente
COMENTÁRIOS:
_____________________________________________________________
42.Selecione os cinco principais fatores que aumentariam a utilização de
serviços de informação tecnológica pela empresa, atribuindo notas de 1
(mais importante) a 5 (menos importante):
(
(
(
(
(
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
) Respostas com maior rapidez
) Respostas com maior qualidade
) Maior proximidade dos Centros de Informação
) Visita de consultores à empresa
) Outros. Cite _________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
43.Indique o e-mail para o qual você deseja que seja enviada uma cópia do
trabalho de pesquisa:
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
colar aqui
dobrar aqui
dobrar aqui
PRT/SP - 6413/98
UP-AC BROOKLIN
PAULISTA
DR/SPM
CARTÃO-RESPOSTA
NÃO É NECESSÁRIO SELAR
O SELO SERÁ PAGO POR
04602-999 – SÃO PAULO - SP
153
ANEXO 2
Questionário disponibilizado na Internet
Pesquisa sobre Serviços de Informação
Tecnológica
para a Pequena e Média Indústria Química
O questionário a seguir faz parte de uma de pesquisa de
doutorado na Fundação Getúlio Vargas e conta com o
apoio do Conselho Regional de Química - IV Região e da
revista Química Industrial. A pesquisa procura entender o
porque da pequena penetração dos serviços de
informação para a indústria junto ao seu público alvo,
que seriam as pequenas e médias indústrias.
O questionário é dirigido às indústrias químicas em função
de sua importância econômica e da grande quantidade
de consultas técnicas feitas por esse segmento aos
serviços de informação existentes.
Solicitamos que o questionário seja respondido pelo
principal executivo da empresa ou por alguém indicado
por ele.
O tempo estimado para o preenchimento do questionário
é de cerca de 15 min. Se preferir responder ao
questionário em outra ocasião, clique aqui para salvá-lo
na sua lista de Favoritos e poder voltar facilmente ao
mesmo.
As informações fornecidas serão tratadas com
confidencialidade e apresentadas de maneira agregada
de modo a impedir uma eventual identificação da
empresa.
As conclusões da pesquisa serão apresentadas como
forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços
de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os
voltados para o atendimento da indústria química. Para
receber uma cópia do trabalho de pequisa, indique no
questionário, o e-mail para onde o trabalho deverá ser
enviado.
Se conhecer algum pequeno ou médio empresário da
indústria química, que não tenha recebido o questionário,
solicitamos o favor de indicar-lhe o endereço do
questionário na Internet (http://quimica.cjb.net).
A data final para recebimento dos questionários é 31 de
março de 2003. Esperamos, com o nosso trabalho, poder
contribuir para o sucesso de atividade empresarial e para
isso contamos com sua colaboração, respondendo ao
questionário.
Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do
questionário e eventuais sugestões e comentários sobre
o trabalho podem ser endereçadas para Ricardo Torres
no e-mail [email protected] ou no telefone (0xx11)
3742-3885.
Clique na figura do químico abaixo para iniciar o
preenchimento do questionário.
Pesquisa sobre Serviços de Informação
Tecnológica
para a Pequena e Média Indústria Química
SUBSTITUA O TEXTO DENTRO DAS CAIXAS DE RESPOSTA PELA
SUA RESPOSTA
EMPRESA:
Localização da empresa (Basta preencher o CEP)
CEP
Cidade
Bairro
UF
Atividade da empresa (CNAE95)
Atividade da empresa
Faturamento anual
Faturamento
da empresa
R$
Principais produtos fabricados e suas participações no
faturamento da empresa
Produto 1
% do Faturamento
Produto 2
% do Faturamento
Produto 3
% do Faturamento
Número de funcionários (incluir a direção
da empresa)
Funcionários
Ano de fundação da empresa
Fundação
PRINCIPAL EXECUTIVO:
Formação do
Principal
executivo
Formação
Indique que percentual do tempo do principal executivo
é dispendido nas seguintes atividades. Considere os
últimos 12 meses.
Lidando com funcionários
Funcionários
Burocracia (manutenção de arquivos,
preenchimento de formulários, etc)
Burocracia
Vendas e Contato com clientes
Clientes
Produção
Produção
Manutenção
Manutenção
Compras e Contato fornecedores
Fornecedores
Contabilidade, Finanças e Contato
com bancos
Planejamento de mudanças e
crescimento da empresa
Tecnologia (desenvolvimento de
produtos e processos)
Contabil. / Finanças
Planejamento
Tecnologia
RECURSOS HUMANOS: (considerar
a direção da empresa)
Número de funcionários cujo grau
de instrução mais alto seja:
1º grau completo
1º grau
Curso Técnico de Química
Técnico de Química
Outros Cursos Técnicos
Outros Cursos Técnicos
2º grau completo
2º grau completo
Graduação em Química e/ou
Engenharia Química
Graduação em Química
Outros cursos superiores
Outros cursos superiores
Pós-graduação em Química e/ou
Engenharia Química
Pós em Quím. / Eng.Quím.
Outros cursos de pós-graduação
Outras pós-graduações
Número de funcionários:
Indispensáveis por serem os únicos a
conhecer os processos de produção
Envolvidos em pesquisa e
desenvolvimento
Processos de produção
Pesquisa e Desenvolv.
Com conhecimento de inglês técnico
Inglês técnico
Com conhecimento de espanhol
técnico
Espanhol técnico
Com conhecimento de francês técnico
Francês técnico
Com conhecimento de alemão técnico
Alemão técnico
INFORMÁTICA:
Número de computadores: (incluir
portáteis)
Microcomputadores Pentium
Pentium's
Microcomputadores 486 e abaixo
486's e abaixo
Outros computadores
Outros computadores
Selecione os cinco principais aplicativos utilizados
atribuindo notas de 1 (menos utilizado) a 5 (mais
utilizado). Não dê nota se o aplicativo não é utilizado:
Planilhas eletrônicas
Planilhas eletrônicas
Processadores de texto
Processadores de texto
Bancos de Dados
Bancos de Dados
Navegadores de Internet
Navegadores de Internet
Programas de e-mail
Programas de e-mail
Programas de Contabilidade
Programas de Planejamento
e Controle da Produção
Programas de Contabilidade
Programas de RH e Folha de
Pagamento
Sistemas Integrados de
Gestão (ERP)
Atendimento / Cadastro de
Clientes
Outros programas
Programas de PCP
Programas de RH e Folha
Sistemas Integrados de Gestão(ERP)
Atendimento / Cadastro de Clientes
Outros programas
Selecione as cinco principais atividades realizadas na
Internet atribuindo notas de 1 (menos utilizada) a 5
(mais utilizada). Não dê nota se a atividade não é
realizada:
Consulta de informações técnicas
Informações técnicas
Consulta de informações comerciais
Exposição de produtos (Home
Page)
Vendas
Comunicação com clientes e
fornecedores (e-mail)
Informações comerciais
Outras finalidades
Outras finalidades
Home Page
Vendas
E-mail
QUALIDADE:
Os procedimentos da empresa são
documentados na forma de manuais,
normas, roteiros, etc
Os procedimentos são conhecidos e
praticados por todos
As melhorias propostas pelos
funcionários são incorporadas nos
processos de produção
O grau de satisfação do cliente é
avaliado periodicamente
Os lotes de produção são
identificados
Procedimentos
Prática
Propostas
Satisfação do cliente
Identificação de lotes
LABORATÓRIO:
O laboratório é usado para
controle de qualidade
O laboratório é usado para
desenvolvimento de novos
produtos
Número de:
Controle de qualidade
Novos produtos
pHmetros
pHmetros
Cromatógrafos
Cromatógrafos
Espectrofotômetros
Espectrofotômetros
Colorímetros
Colorímetros
Balanças
Balanças
Capelas
Capelas
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS:
Idade média dos principais
equipamentos (anos)
Os principais equipamentos
foram comprados
Instalações permitem a
produção de diversos produtos
nos mesmos equipamentos
Essa flexibilidade de produção é
utilizada
O controle de processo é feito de
forma
Número de malhas de controle:
Idade dos equipamentos
Origem dos equipamentos
Flexibilidade das instalações
Utilização da flexibilidade
Tipo de controle
Malhas de controle pneumático
Malhas pneumáticas
Malhas de controle eletrônico
Malhas eletrônicas
Número de reatores:
Reatores com camisas de
aquecimento e/ou resfriamento e
agitadores
Reatores com agitadores e sem
camisa
Piloto para desenvolvimento de
novos produtos
Encamisados com agitador
Com agitador
Piloto
Outros reatores
Outros reatores
Produção de vapor (ton/h)
Vapor
Vazão de água de resfriamento
(m3/h)
Existe um programa de
manutenção preventiva das
instalações
Água de resfriamento
Manutenção das instalações
TECNOLOGIA:
Como a empresa se situa em
relação à tecnologia de ponta
mundial do seu setor
Como a empresa se situa em
relação à tecnologia utilizada
pelos concorrentes
Selecione as cinco principais
fatores motivadores de inovação
tecnológica dentro da empresa,
atribuindo notas de 1 (menos
importante) a 5 (mais
importante):
Nível tecnológico
Nível tecnológico
Substitução de produtos em
processo de obsolescência
Ampliação da linha de produtos
Manutenção e/ou ampliação de
participação no mercado
Fornecedores
Obsolescência
Ampliação da linha
Mercado
Fornecedores
Criação de novos mercados
Aumento de flexibilidade de
produção
Redução dos custos de produção
Novos mercados
Preservação do meio ambiente
Meio ambiente
Melhoria da qualidade do produto
Melhoria das condições e segurança
do trabalho
Outros
Qualidade do produto
Cite outros fatores
Flexibilidade de produção
Redução dos custos
Segurança
Outros
Outros fatores
Selecione as cinco principais
fontes de tecnologia, atribuindo
notas de 1 (mais importante) a 5
(menos importante):
Licenciadores nacionais de
tecnologia
Licenciadores estrangeiros de
tecnologia
Clientes
Licenciadores nacionais
Fornecedores
Fornecedores
Cópia de concorrentes
Desenvolvimento conjunto com
concorrentes
Empresas coligadas
Cópia de concorrentes
Consultores independentes
Consultores independentes
Congressos
Congressos
Feiras
Feiras
Literatura Especializada
Literatura
Internet
Internet
Catálogos Técnicos
Catálogos
Universidades
Universidades
Institutos de Pesquisa
Institutos
Associações de Classe
Associações
Licenciadores estrangeiros
Clientes
Desenv. com concorrentes
Empresas coligadas
Patentes (sem pagamento de
licenças)
SEBRAE
Patentes
SEBRAE
Disk-Tecnologia
Disk-Tecnologia
Outros
Outros
Cite outras fontes
Se a empresa mantém algum
relacionamento com
universidades, selecione o tipo de
contato atribuindo notas de 1
(menos importante) a 4 (mais
importante). Não dê nota se o
tipo de contado não é praticado:
Relacionamento informal com
acadêmicos (consultoria paga ou
não, troca de informações, etc.)
Relacionamento com acadêmicos
através de vínculos formais com a
universidade (estágios, pósgraduação, etc.)
Relacionamento com a universidade
através de terceiros (associações
de classe, institutos de pesquisa,
etc.)
Convênios formais com objetivos
definidos (pesquisa contratada,
treinamento de funcionários, etc.)
A empresa já desenvolveu
projetos em conjunto com outras
empresas?
Que tipo de projetos
Quais foram os resultados desse
(s) projeto(s) conjunto(s)?
Outras fontes
Informal
Formal
Através de terceiros
Convênios formais
Projetos conjuntos
Tipo de Projetos
Resultados Projetos Conjuntos
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO:
Último atendimento em Serviço
de Informação Tecnológica:
Qual era o cargo da pessoa que
identificou o problema na
empresa ?
Cargo de quem identificou
Qual era o problema?
Problema
Nome do Serviço de Informação
procurado
Serviço de Informação
Data do atendimento
Mês
Tempo de resposta (dias)
Tempo (dias)
Tempo de resposta (avaliação)
Tempo (avaliação)
Tipo de resposta
Tipo de resposta
Cite outros tipos de resposta
A resposta atendeu às
necessidades e foi
implementada
Penúltimo atendimento em
Serviço de Informação
Tecnológica:
Qual era o cargo da pessoa que
identificou o problema na
empresa ?
Qual era o problema?
Nome do Serviço de Informação
procurado
Data do atendimento
Outros tipos de resposta
Implementação
Cargo de quem identificou
Problema
Serviço de Informação
Mês
Tempo de resposta (dias)
Tempo (dias)
Tempo de resposta (avaliação)
Tempo (avaliação)
Tipo de resposta
Tipo de resposta
Cite outros tipos de resposta
A resposta atendeu às
necessidades e foi
implementada
Antepenúltimo atendimento em
Serviço de Informação
Tecnológica:
Qual era o cargo da pessoa que
identificou o problema na
empresa ?
Qual era o problema?
Nome do Serviço de Informação
procurado
Data do atendimento
Ano
Ano
Outros tipos de resposta
Implementação
Cargo de quem identificou
Problema
Serviço de Informação
Mês
Ano
Tempo de resposta (dias)
Tempo (dias)
Tempo de resposta (avaliação)
Tempo (avaliação)
Tipo de resposta
Tipo de resposta
Cite outros tipos de resposta
A resposta atendeu às
necessidades e foi
implementada
Outros tipos de resposta
Implementação
Selecione os cinco principais fatores que aumentariam a
utilização de Serviços de Informação Tecnológica pela
empresa, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 5
(mais importante):
Respostas com maior rapidez
Maior rapidez
Respostas com maior qualidade
Maior proximidade dos Serviços de
Informação
Visita de consultores à empresa
Maior qualidade
Outros
Outros
Cite outros fatores
Proximidade
Consultores
Outros fatores
COMENTÁRIOS:
Indique o e-mail para o qual você
deseja que seja enviada uma
cópia do trabalho de pesquisa
E-mail
Selecione o botão "Enviar" para enviar suas respostas.
Enviar
Limpar
165
ANEXO 3
Divulgação da Pesquisa no Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2002
Pesquisa
Estudo apurará transferência de
tecnologia para pequenas empresas
Com o apoio do CRQ-IV e da Revista Química Industrial, o engenheiro químico Ricardo Torres está
realizando uma pesquisa que procurará entender a pequena penetração
dos serviços de informação sobre
transferência de tecnologia para as pequenas e médias indústrias. A pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na
Fundação Getúlio Vargas.
O questionário é dirigido às indústrias químicas em função de sua importância econômica e da grande
quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de
informação existentes.
As indústrias químicas com menos
de 500 empregados e registradas no
CRQ-IV receberão, pelos Correios,
um questionário que, uma vez preenchido, poderá ser colocado numa
caixa dos Correios sem necessidade
de selar. Às empresas que tiverem
disponibilidade de acesso à Internet,
é pedido que respondam ao questionário no endereço http://quimica.cjb.
net, o que ajudará na tabulação dos
resultados.
As informações fornecidas serão
tratadas com confidencialidade e as
conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma de subsídio para o
aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e,
em especial, os voltados para o atendimento da indústria química.
A data final para recebimento dos
questionários é 31 de dezembro de
2002 e os resultados da pesquisas
serão enviados aos interessados.
Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questionário e eventuais sugestões poderão ser enviadas
para o e-mail [email protected].
ABC fará congresso
em maio de 2003
Ciclo de Palestras
retornará em março
A Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC)
realizará de 13 a 15 de maio de 2003 o 17º Congresso
Brasileiro de Cosmetologia. O ano marcará o trigésimo
aniversário de fundação da entidade e por essa razão o
congresso repercutirá a atuação da ABC como agente
de transformação do setor. O Congresso acontecerá
no Transamérica Expo Center, em São Paulo/SP.
Para justificar o tema do evento (ABC: 30 anos
incentivando a ciência e a tecnologia cosméticas), a
associação convidou especialistas de reconhecimento
internacional para apresentação de conferências
magistrais e cursos.
Profissionais também poderão participar enviando
trabalhos que serão apresentados durante do congresso.
A data limite para remessa dos resumos é 10 de fevereiro. Mais informações podem ser obtidas pelos
telefones (0xx11) 5044-5466/5528 ou pelo site www.
abc-cosmetologia.org.br.
O Ciclo de Palestras CRQ-IV, que só neste ano
atendeu a mais de 700 profissionais e estudantes em
nas 24 apresentações técnicas realizadas, será
retomado a partir de março do ano que vem. A idéia
é manter o formato em vigor, com as palestras ocorrendo sempre às sextas-feiras, das 9h às 12h. Existe,
entretanto, a possibilidade de serem feitas palestras
aos sábados e/ou no período noturno.
Profissionais e empresas que desejarem participar
do Ciclo apresentando palestras podem manter
contato desde já com a Assessoria de Comunicação
do Conselho, telefone (0xx11) 3061-6017 ou pelo
e-mail [email protected]. Além de promoverem
seus nomes pelo Informativo CRQ-IV (que tem
tiragem de 74 mil exemplares e é distribuído à todas
empresas e profissionais), os colaboradores ganham
o direito de utilizar gratuitamente as salas de treinamento do Conselho para realizar cursos..
Informativo CRQ-IV
5
Nov-Dez/2002
167
ANEXO 4
Divulgação da Pesquisa no Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2003
Mídia
Informativo passa a aceitar anúncios
Objetivo é reduzir custos e oferecer espaço numa das maiores publicações do setor
A partir desta edição, o Informativo CRQ-IV passa a disponibilizar
espaços para empresas e profissionais
interessados em anunciar seus produtos e serviços. O jornal do Conselho
entra assim nuna nova fase, na qual
se buscará reduzir os custos de produção do períodico – sem abrir mão de
sua linha editorial –, e ao mesmo
tempo criar uma opção de mídia econômica e ao mesmo de grande penetração no setor químico.
O Informativo é hoje uma das
publicações brasileiras da área com
maior tiragem. São mais de 70 mil
exemplares distribuídos a cada bimestre e gratuitamente a todos os profissionais e empresas do setor químico
dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Também recebem o jornal
cerca de 12 mil estudantes matriculados em cursos profissionalizantes de
nível médio e superior, escolas técnicas, universidades e entidades de trabalhadores e patronais ligadas ao
setor químico. Trata-se, portanto, de
um público bastante diversificado e
com inegável potencial de consumo.
Apesar da sua grande penetração
e da qualidade de sua impressão (papel couchê e quatro cores), o que
eleva substancialmente as possibilidade de rápido retorno do investimento feito em publicidade, o jornal
estabeleceu uma tabela de preços das
mais competitivas.
Além de pagar menos, o interessado não terá despesas extras – e
consideráveis – com a produção de
fotolitos, bastando que entregue um
arquivo digital do seu anúncio (importante: o Conselho não faz a criação da peça publicitária)
É importante salientar ainda que o
Informativo CRQ-IV
Informativo não depende de anúncios. Isso significa que sempre haverá
a garantia de que sua circulação acontecerá dentro dos prazos estipulados
(a partir da segunda quinzena dos
meses pares).
Além da versão impressa, o
Informativo também está disponível no formato PDF, que é distribuído a partir do site da entidade
(www.crq4.org.br). Assim, os anúncios veiculados no jornal são em
seguida transportados para a
Internet, o que amplia ainda mais
o público com potencial de consumo.
COMO ANUNCIAR
Para obter mais informações sobre
como anunciar no Informativo CRQIV basta entrar em contato com a
Assessoria de Comunicação do Conselho, telefones (0xx11) 3061-6017,
3061-6025 ou então pelo e-mail
[email protected].
Adiado prazo para
entrega da pesquisa
Foi adiado para 31 de março o prazo para que as empresas respondam à
pesquisa que o engenheiro químico
Ricardo Torres está realizando com o
objetivo de levantar os motivos que
explicam a pequena penetração dos
serviços de informação sobre transferência de tecnologia para as pequenas
e médias indústrias. Conforme divulgado na última edição do Informativo,
a pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na
Fundação Getúlio Vargas e é apoiada
pelo CRQ-IV e pela revista Química
Industrial.
O questionário é dirigido às indústrias químicas com menos de 500
empregados e registradas no CRQ IV.
O segmento foi escolhido em função
de sua importância econômica e da
grande quantidade de consultas técnicas
feitas por esse segmento aos serviços
de informação existentes.
As empresas que concordaderem
12
em participar desse importante levantamento
devem acessar o questionário existente no endereço http://quimica.cjb.net.
As informações fornecidas serão
tratadas com confidencialidade e as
conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma de subsídio para
o aperfeiçoamento dos serviços de
informação tecnológica brasileiros e,
em especial, os voltados para o atendimento da indústria química.
O engenheiro Ricardo Torres continua disponível para sanar dúvidas,
prestar quaisquer outros esclarecimentos e receber sugestões. Contatos
devem ser feitos pelo e-mail rgtorres@
gvmail.br.
Jan-Fev/2003
169
ANEXO 5
Divulgação da Pesquisa no Sítio do CRQ-IV Nov/Dez 2002
.
Edição Novembro/ Dezembro 2002
vers ão resumida.
mat éria anterior
Pesquisa
Estudo apurará transferência de tecnologia
para pequenas empresas
Trabalho é apoiado pelo CRQ-IV e Revista Química Industrial
Com o apoio do CRQ-IV e da Revista Química Industrial ,
o engenheiro químico Ricardo Torres está realizando uma
pesquisa que procurará entender a pequena penetração
dos serviços de informação sobre transferência de
tecnologia para as pequenas e médias indústrias. A
pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres
está fazendo na Fundação Get úlio Vargas.
O questionário é dirigido às indústrias químicas em função
de sua importância econ ômica e da grande quantidade de
consultas té cnicas feitas por esse segmento aos servi ços
de informação existentes.
As indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ-IV
receberão, pelos Correios, um questionário que, uma vez preenchido, poderá ser colocado
numa caixa dos Correios sem necessidade de selar. Às empresas que tiverem
disponibilidade de acesso à Internet, é pedido que respondam ao questionário no
endereço http://quimica.cjb.net , (colocar link aqui) o que ajudará na tabulação dos
resultados.
As informações fornecidas ser ão tratadas com confidencialidade e as conclus ões da
pesquisa serão apresentadas como forma de subs ídio para o aperfeiçoamento dos
serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o
atendimento da indústria química.
A data final para recebimento dos questionários é 31 de dezembro de 2002 e os
resultados da pesquisas serão enviados aos interessados.
Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questionário e eventuais sugestões poder ão
ser enviadas para o e-mail [email protected].
topo
voltar
171
ANEXO 6
Divulgação da Pesquisa no Sítio do CRQ-IV Jan/Fev 2003
.
Edição Janeiro/ Fevereiro 2003
vers ão resumida.
mat éria anterior
Sondagem
Adiado prazo para entrega da pesquisa
Estudo quer a opinião de empresas de pequeno porte
Foi adiado para 31 de março o prazo para que as
empresas respondam à pesquisa que o engenheiro
químico Ricardo Torres está realizando com o objetivo de
levantar os motivos que explicam a pequena penetração
dos serviços de informação sobre transferência de
tecnologia para as pequenas e médias indústrias.
Conforme divulgado na última edição do Informativo, a
pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres
está fazendo na Fundação Getúlio Vargas e é apoiada pelo
CRQ-IV e pela revista Química Industrial.
O questionário é dirigido às indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ IV. O segmento foi escolhido em função de sua importância econômica e da
grande quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de
informação existentes.
As empresas que concordaderem em participar desse importante levantamento devem
acessar o questionário existente no endereço http://quimica.cjb.net. As informações
fornecidas serão tratadas com confidencialidade e as conclusões da pesquisa ser ão
apresentadas como forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação
tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da ind ústria
química.
O engenheiro Ricardo Torres continua disponível para sanar dúvidas, prestar quaisquer
outros esclarecimentos e receber sugestões. Contatos devem ser feitos pelo e-mail
[email protected].
topo
voltar
173
ANEXO 7
Roteiro de Entrevista com Profissionais de Serviços de Informação
A.
Trajetória da instituição
•
Data de início de atividades.
•
Pessoas de destaque/fundador e formação dos mesmos.
•
Número de funcionários/formação na época da fundação e atualmente.
•
Público alvo inicial.
•
Produtos e serviços iniciais.
•
Produtos de sucesso/fracasso.
•
Marcos na história da instituição.
•
Obtenção de cópia de folhetos sobre a instituição.
B.
Público
•
Público alvo da instituição.
•
Público efetivamente atendido.
•
Perfil do público atendido.
•
Característica de destaque em empresas que procuram a instituição.
C.
Produtos & Serviços
•
Produtos e serviços da instituição
•
Consulta típica. (% do total de consultas?)
•
Descrição do processo de atendimento de consulta típica com tempos médios e
documentos envolvidos (workflow).
•
Obtenção de cópia de folhetos sobre os produtos e serviços da instituição.
•
Obtenção de cópia de documentos utilizados no processamento de uma consulta (se
possível preenchidos).
174
D.
Avaliação dos Serviços de Informação
•
Critérios de avaliação interna do serviço (nº de atendimentos, resultados econômicos
para a instituição, resultados econômicos para os clientes, reconhecimento pela
comunidade, etc).
•
Desempenho da instituição em cada um dos critérios.
•
Avaliação da instituição pelos clientes ( % clientes que fazem, solicitação rotineira?)
•
Queixas quanto ao desempenho. (percentagem, como são tratadas?)
•
Obtenção de cópia de documentos utilizados no processo de avaliação dos serviços
(internamente e pelos clientes).
E.
Qualificação da Mão de Obra
•
Formação dos gerentes.
•
Formação dos atendentes.
•
Políticas de incentivo à qualificação.
F.
Melhoria de atendimento
•
Principais dificuldades.
•
Programas em andamento.
175
ANEXO 8
Profissionais Entrevistados
CIETEC – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas
Av. Prof. Lineu Prestes, 2.242
05508-000 São Paulo SP
1.
Maurício Valter Susteras - Chefe do Departamento de Tecnologia
FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
Av. Paulista, 1313
01113-293 São Paulo SP
2.
Anita Teresa Dedding - Chefe do Departamento de Tecnologia
3.
Valdir Tonnon – Consultor de Tecnologia Sênior
INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial
Praça Mauá, 7
20081-240 Rio de Janeiro RJ
4.
Cláudio Treigger - Chefe de Centro de Documentação e Informação Tecnológica
5.
Raul Suter - Chefe do Centro de Informação Tecnológica
INT - Instituto Nacional de Tecnologia
Av. Venezuela, 82
20081-310 Rio de Janeiro RJ
6.
Cícera Henrique da Silva – Tecnologista Sênior
7.
Gilda Massari - Chefe da Divisão de Informação Tecnológica
176
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
Av. Prof. Almeida Prado, 532
São Paulo SP
8.
Sérgio Yamashita – Consultor do Centro de Informação Tecnológica
9.
Sônia Wada - Pesquisadora do Centro de Informação Tecnológica
Objeto Brasil
Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 270
05415-020 São Paulo SP
10.
Joice Joppert Leal - Diretora
SEBRAE -Nacional
SEPN Qd.515 Bloco C Loja 32
70770-900 Brasília DF
11.
Mauro Arruda – Assessor do Presidente
SEBRAE -SP
Rua Vergueiro, 1.117
01504-001 São Paulo SP
12.
Antonio Carlos Larubia – SEBRAE- Tec Soluções
13.
Márcio Landes Claussen - Coordenador do Programa de Apoio Integrado a Setores
Empresariais / Química
14.
Tarso de Azevedo – SEBRAE- Tec Projetos
177
ANEXO 9
Produtos da Jaltex Ltda.
Produtos comercializados:
Ácido clorídrico
Ácido fenolsulfônico
Ácido fosfórico
Ácido nítrico
Ácido sulfúrico
Ácido toluenosulfônico
Hidróxido de amônio
Óxido de magnésio
Soda caústica escamada, perolada e líquida 50%
Sulfato de níquel
Produtos industrializados:
Complexantes
Cromatizantes
Desengraxantes
Emulsionantes
Espumantes
Fosfatizantes
Fosfocromatizantes
Inibidores
Massas para polimento
Passivadores
Reducionadores
Refinadores
Soda ativada
178
ANEXO 10
Produtos da Phanter Ltda.
LINHA ADITIVOS
Aditivos indicados na fabricação de óleos lubrificantes e aditivos particularmente desenvolvidos para
elaboração de fluidos solúveis lubrorefrigerantes e anti-corrosivos.
Anchor
•
ANCHOR 032 - Fluído refrigerante mineral emulsionável, destinado à formuladores.
•
ANCHOR 162 - Éster de trimetilol propano de ácidos graxos modificados.
•
ANCHOR RC 100 - Ácido rícinoleico polimerizado.
•
ANCHOR 2024 - Aditivo destinado para formulação de óleos protetivos.
•
ANCHOR 2430 - Semi elaborado para formulação de óleos protetivos desaguantes com
película oleosa.
•
ANCHOR 2432 - Semi elaborado para formulação de óleos protetivos desaguantes com
película graxa.
•
ANCHOR 3010 - Sulfonato de Sódio.
•
ANCHOR 3020 - Sulfonato Básico de Bário
•
ANCHOR 6628 - Composto nitrogenado de ácidos graxos vegetais.
•
ANCHOR 6932 - Condensado bórico, inibidor de corrosão para sistemas aquosos.
•
ANCHOR 6953 - Emulsionante para óleo mineral de base parafínica.
•
ANCHOR 6958 - Emulsionante para óleo mineral de base naftênica.
LINHA ESPECIALIDADES
A Phanter Oils, possui uma linha de especialidades químicas, desenvolvida para os mais diversos
segmentos, por especificações de seus clientes, atendendo empresas dos setores de construção civil,
borracha, polietileno, compostos de PVC e outros polímeros plásticos.
Produtos
•
PHANLUB FR 201 - Pó lubrificante externo, atuando como agente de "flow" e auxiliar de
desmoldagem nos compostos de PVC, polietileno e outros polímeros plásticos.
179
•
PHANLUB FR 202 - Pó lubrificante interno e externo, atuando como agente de 'flow" e
auxiliar de desmoldagem nos compostos de PVC, polietileno e outros polímeros plásticos.
•
PANTOL AVB 09 - Acelerador de vulcanização para borracha.
•
PHANDESMOL UNIVERSAL - Emulsão desmoldante para formas de concreto.
PANTOL DESMOLD NC - Desmoldante emulsionável para formas de concreto prémoldado.
•
DESMOLD SPRAY - Desmoldante integral para formas de concreto, de baixa
viscosidade, possibilitando aplicação através de pulverização.
•
PANTOL ALBAQ - Bactericida e fungicida, indicado para tintas e óleos emulsionáveis
minerais ou sintéticos.
LINHA LUBRIFICANTES PANTOL
Lubrificantes industriais
•
SUPER VL 70 - Vaselina líquida.
•
WHITE - Vaselina sólida.
•
PP - Lubrificação geral de máquinas, minerais puros.
•
CILINDER - Lubrificação geral, altas temperaturas.
•
GUIA - Lubrificação de guias e barramentos.
•
TURBINE OIL - Lubrificação de sistemas turbinas.
•
ZENIT HLP - Sistemas hidráulicos e Circulação.
•
LUBRIGEAR - Redutores de Velocidade.
•
TF - Produto função tríplice, indicado para corte, hidráulico e lubrificação geral.
•
FR HD - Fluido hidráulico resistente ao fogo.
•
LUB RENT 600 - Correntes e mancais, altas temperaturas.
•
LUB SINT CR - Correntes e mancais, altas temperaturas.
•
SIL OIL 455 - Correntes e mancais, altas temperaturas.
•
WAXFREE F - Compressores de refrigeração.
•
PLATINA 7 - Lubrificante têxtil para agulhas de teares circulares.
•
NG EH - Lubrificante não gotejante para teares circulares.
•
LUB PEEM-25 - Lubrificante sólido.
180
Óleos de processos industriais
•
SOLÚVEL E - Solúvel mineral convencional
•
SOLÚVEL PREMIUM - Solúvel mineral EP
•
SS 1000 - Fluído emulsionável semi sintético usinagem, e retífica de metais.
•
SINT CUT 2000 - Fluído sintético emulsionável, biodegradável, usinagem e retífica de
metais.
•
GRIND - S - Fluído emulsionável para operações de retífica.
•
TC 20 - Fluído emulsionável para trefila de metais.
•
TR 055 - Óleo integral para trefila de metais
•
STAMPING COMPOUND - Fluído emulsionável para estampagem e repuxo de metais.
•
PRES-LUB 100 - Óleo integral par aestampagem e repuxo de metais
•
TANGER - 2500 - Óleo integral de alta viscosidade para operações severas de
estampagem e repuxo de metais
•
CUT EA - Óleo de corte sulfurado ativo
•
SUPER CUT HD - Óleo de corte sulfurado ativo.
•
LUBCUT - Óleo de corte sulfurado inativo.
•
ULTRA CUT NF - Óleo de corte sulfurado inativo.
•
RA 600 - Usinagem de alumínio
•
AUXPEN S / RES - Óleo par aeletroerosão
•
GEL 400 - Lapidação finish, acasalamento de engrenagens
•
NO RUST ND-S - Fluído anti corrosivo não desaguante
•
NO RUST DW 500/900 - Fluído anti corrosivo desaguante
•
NO RUST W 30/50 - Fluído anti corrosivo com película cerôsa
•
OXID TEMP-2025 - Óleo protetivo emulsionável
LINHA LUBRIFICANTES WINTERSHALL
A Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh, por intermédio da Phanter Oils, com exclusividade,
coloca à disposição no mercado brasileiro sua linha de óleos lubrificantes minerais, mundialmente
reconhecidos. homologados e seu uso recomendado pelas maiores indústrias automobilísticas, entre
181
elas: Volkswagen, Scania, Volvo, Ford, Caterpillar, Mercedes-Benz, Massey-Ferguson, Suzuki,
Chryler, Evinrude, Johnson.
Lubrificantes convencionais
•
Wintershall Antikorrol - SAE 10W, 20W-20,20,50 e 20W-30 APISF/CC MIL-L-21260C
-Lubrificante de base mineral, com alto poder anti-corrosivo, utilizado para amaciamento de
motores.
•
Wintershall Rekord - SAE 10W e 20W-30, API SG/CE - Lubrificante monograu de alta
performance.
•
Wintershall Rekord 15/40 - SAE 15W40, API - SG/CE - Lubrificante multiviscoso,
indicado para motores à diesel.
•
Wintershall Turbo-Rekord - SAE 15W40, API CE - Lubrificante multiviscoso, de alta
performance, para moto turbo e intercooler, recomendado para 50.000Km.
•
Wintershall Primanol - SAE 10W-30)W-40, API SF/CE - Lubrificante especialmente
desenvolvido para equipamentos agrícolas.
•
Wintershall Bitaktol - KX - KS PLUS - Super 3, ISO-LETC, API-TC - Lubrificantes para
motorres dois tempos, inclusive marítimos.
•
Wintershall Bitaktol - LS 1, API-TC, Jaso FC e LS 2, API-TC, Global GD
•
Lubrificantes de alta performance, indicado para motores dois tempos, reduzindo emissão
de fumaça.
Lubrificantes Sintéticos Automotivos
•
Wintershall VIVA 1 Synth - SAE 5 W 40. API - SJ, SH/CF/EC
•
Wintershall VIVA 1 Syinth - SAE 15 W 50, API - SG
•
Wintershall VIVA 1 Semi-sintético - SAE 10 W 50, API - SG
LINHA TÊXTIL
Produtos destinados às industrias têxteis, empregados na lubrificação de fibras têxteis (ensimagens) e
lubrificantes laváveis, utilizados em processos mecânicos onde se requeiram excelente poder
lubrificante e protetivo, aliado à total eliminação através de banhos de purga convencionais ou não.
182
•
Pantol 051 - Óleo utilizado em fibras sintéticas, para aplicação em banho de enxague final
pós tingimento, cuja aplicação dispensa o repasse na conicaleira, evitando a formação de
oligômeros nos processos subsequentes.
•
Pantol 105 - Óleo para texturização, conicalagem e urdimento de multifilamento de nylon e
polyester de alta e média titulagem.
•
Pantol 400 - Óleo para extrusão ( spin finish) de multifilamentos de polyester.
•
Pantol 550 - Óleo para texturização, conicalagem e urdimento de multifilamento de nylon e
polyester de baixa e média titulagem.
•
Pantol 655 - Óleo para extrusão de multifilamentos de polipropileno e para fiação de fibras
mistas de polyester e de viscose e suas misturas.
•
Pantol Lub Cotton - Produto utilizado na fiação de algodão, causando redução de poeira e
fibrilas em até 90%
•
Pantol P 11 - Spray lubrificante e desmoldante à base de silicone utilizado nas fieiras de
fiação de fibras sintéticas
•
Pantol Platina 7 - Produto 100% solúvel, utilizado na lubrificação de pés de agulha e platinas
de teares circulares e em anéis e viajantes de retorcedeiras e filatórios.
•
Pantol Super AV 70 - Óleo anti-splash (anti-respingo) para maquinas texturizadoras
modernas, onde altas velocidades de trabalho são empregadas. Utilizado principalmente
para fios de baixa e média titulagem.
•
Pantol Super AV 95 - Óleo anti-splash (anti-respingo) para maquinas texturizadoras de altas
velocidades. Para fios de alta e média titulagem.
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