PROPOSTA
PEDAGÓGICA DO
SISTEMA COC DE ENSINO
EDUCAÇÃO
INFANTIL
Proposta Pedagógica do Sistema COC de Ensino – Educação Infantil
APRESENTAÇÃO
I. INTRODUÇÃO
II. FUNDAMENTAÇÃO
III. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
IV. OBJETIVOS GERAIS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
V. 1a ÁREA – LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
1 – LINGUAGEM PLÁSTICA ............................................................................................................ 20
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................20
FASES DO DESENHO INFANTIL ...................................................................................................................21
1a FASE – 18 MESES A 4 ANOS .............................................................................................................21
2a FASE – 4 A 7 ANOS ..........................................................................................................................23
3a FASE – 7 A 9 ANOS ..........................................................................................................................26
4a FASE – 9 A 11 ANOS ........................................................................................................................27
5a FASE – 11 A 13 ANOS ......................................................................................................................28
6a FASE – 13 A 18 ANOS ......................................................................................................................28
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM PLÁSTICA ............................................................................................28
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM PLÁSTICA ...................................................................................29
O DESENHO PODE REVELAR ......................................................................................................................30
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ....................................................................................................33
• OUTROS ELEMENTOS DE TRABALHO ...................................................................................................33
• APLICAÇÃO DE RECURSOS / MATERIAIS UTILIZADOS ...........................................................................33
• TÉCNICAS ........................................................................................................................................36
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..........................................................................................................39
2 – LINGUAGEM ORAL E ESCRITA .................................................................................................. 40
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................40
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA ..................................................................................42
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA .........................................................................43
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ....................................................................................................43
APLICAÇÕES DE RECURSOS ......................................................................................................................44
• CONVERSAS FORMAIS E CONVERSAS INFORMAIS .............................................................................44
• HORA DA NOVIDADE ........................................................................................................................44
• HORA DA HISTÓRIA ...........................................................................................................................46
• PALESTRAS ........................................................................................................................................48
• JOGOS DE RIMAS.............................................................................................................................48
• QUADRAS E POEMAS ........................................................................................................................49
• RECADOS ........................................................................................................................................51
2
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
ÍNDICE
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
• PRANCHAS DIDÁTICAS ......................................................................................................................51
• PRODUÇÃO ORAL ............................................................................................................................53
• FICHAS LITERÁRIAS ............................................................................................................................54
• ENTREVISTA .......................................................................................................................................54
• LIVROS .............................................................................................................................................55
• SUPORTE PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO..............................................................................55
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..........................................................................................................55
3 – LINGUAGEM CORPORAL ......................................................................................................... 56
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................56
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM CORPORAL ........................................................................................57
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM CORPORAL................................................................................58
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ....................................................................................................60
APLICAÇÕES DE RECURSOS ......................................................................................................................62
• AULAS HISTORIADAS ..........................................................................................................................62
• AULAS-PASSEIO .................................................................................................................................62
• JOGOS IMITATIVOS ...........................................................................................................................62
• PEQUENOS JOGOS ..........................................................................................................................62
• BRINQUEDOS FOLCLÓRICOS ............................................................................................................63
• RODAS CANTADAS ...........................................................................................................................63
• SAPATAS ...........................................................................................................................................63
• JOGUINHOS COM BOLA ..................................................................................................................63
• SALTO EM ALTURA E EM DISTÂNCIA ....................................................................................................64
• PNEUS ..............................................................................................................................................64
• BAMBOLÊS .......................................................................................................................................64
• JOGOS COM DEDOS .......................................................................................................................64
• RABISCAÇÃO ...................................................................................................................................64
• LABIRINTOS .......................................................................................................................................64
• UNIR OU LIGAR PONTOS ...................................................................................................................65
• PERFURAÇÃO ...................................................................................................................................65
• FIGURA FUNDO ................................................................................................................................65
• DOBRADURAS...................................................................................................................................65
• RECORTE..........................................................................................................................................65
• COLAGEM .......................................................................................................................................66
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..........................................................................................................66
4 – LINGUAGEM MUSICAL ............................................................................................................. 67
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................67
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM MUSICAL ............................................................................................68
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM MUSICAL....................................................................................69
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ....................................................................................................70
PP-EI-2011-PÁG.3
APLICAÇÕES DE RECURSOS ......................................................................................................................70
• OUVIR OS SONS DE SEU PRÓPIO CORPO ..........................................................................................71
• JOGO DO SILÊNCIO .......................................................................................................................71
• JOGO DO SILÊNCIO E DO SOM ......................................................................................................72
• EXPLORAR SONS AO AR LIVRE .........................................................................................................72
3
• JOGO DO SOM E DO RUÍDO............................................................................................................73
• JOGOS IMITATIVOS SONOROS ..........................................................................................................73
• AULA HISTORIADA CANTADA .............................................................................................................73
• RODAS E BRINQUEDOS CANTADOS...................................................................................................74
• PARLENDAS ......................................................................................................................................74
• MNEUMÔNICAS ...............................................................................................................................74
• CANTO .............................................................................................................................................74
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..........................................................................................................76
VI. 2a ÁREA – NATUREZA E SOCIEDADE
1 – LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL ................................................................................................. 77
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................77
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL .................................................................................78
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL ........................................................................78
AFETIVIDADE ..............................................................................................................................................79
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ....................................................................................................81
• CHORO FÁCIL ..................................................................................................................................82
• TIMIDEZ ............................................................................................................................................82
• DESOBEDIÊNCIA ...............................................................................................................................82
• CRIANÇA CARENTE ..........................................................................................................................83
• CRIANÇA SUPERDOTADA ..................................................................................................................83
• CRIANÇA AGRESSIVA........................................................................................................................83
• CRIANÇA DISTRAÍDA .........................................................................................................................83
• CRIANÇA DISLÉXICA .........................................................................................................................84
APLICAÇÕES DE RECURSOS ......................................................................................................................84
SOCIALIZAÇÃO .........................................................................................................................................86
O EDUCADOR: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ..................................................................................................87
APLICAÇÕES DE RECURSOS ......................................................................................................................90
• JOGO DO AMIGO ...........................................................................................................................90
• JOGO DO PRESENTE ........................................................................................................................90
• ANIVERSARIANTES .............................................................................................................................91
• “EXCURSÕES” PELA ESCOLA .............................................................................................................91
• PASSEIOS ..........................................................................................................................................91
• HISTÓRIAS .........................................................................................................................................91
• JOGOS ............................................................................................................................................91
• MÍMICA ............................................................................................................................................91
• DRAMATIZAÇÃO ...............................................................................................................................92
• ZUNZUM OU COCHICHO ..................................................................................................................92
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..........................................................................................................93
2 – CIÊNCIAS ............................................................................................................................... 94
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................94
OBJETIVOS GERAIS DE CIÊNCIAS................................................................................................................96
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE CIÊNCIAS.......................................................................................................96
4
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
• INSTRUMENTO MUSICAL: VIOLÃO .....................................................................................................72
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ..................................................................................................100
APLICAÇÕES DE RECURSOS ....................................................................................................................100
• COM UM ESPELHO .........................................................................................................................100
• COM O AR.....................................................................................................................................100
• COM OS FENÔMENOS DA NATUREZA .............................................................................................101
• COM PLANTAS: ...............................................................................................................................102
• COM OS ANIMAIS: .........................................................................................................................102
• COM OS ÍMÃS:...............................................................................................................................103
• COM A GRAVIDADE: ......................................................................................................................103
• COM OS SONS:..............................................................................................................................103
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS........................................................................................................104
3 – TECNOLOGIA........................................................................................................................ 105
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................105
OBJETIVOS GERAIS DA TECNOLOGIA .......................................................................................................106
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA TECNOLOGIA ..............................................................................................106
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ..................................................................................................107
APLICAÇÕES DE RECURSOS ....................................................................................................................107
PROGRAMAÇÃO DIGITAL ........................................................................................................................107
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS........................................................................................................108
VII. 3a ÁREA – MATEMÁTICA
1 – LINGUAGEM MATEMÁTICA .................................................................................................... 109
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................109
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM MATEMÁTICA ....................................................................................111
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM MATEMÁTICA ...........................................................................111
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ..................................................................................................112
APLICAÇÃO DE RECURSOS ......................................................................................................................113
• TAMPINHAS .....................................................................................................................................113
• PEDRINHAS .....................................................................................................................................113
• BOTÕES ..........................................................................................................................................113
• BLOCOS LÓGICOS .........................................................................................................................113
• CONTAS COLORIDAS .....................................................................................................................113
• BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS ........................................................................................................113
• CARTAZES ASSOCIADOS AO CONCRETO ........................................................................................114
• FIGURAS GEOMÉTRICAS .................................................................................................................114
• TANGRAM ......................................................................................................................................114
• DOBRADURAS (ORIGAMI) ................................................................................................................114
• CONTADORES ................................................................................................................................114
• RECEITAS CULINÁRIAS .....................................................................................................................115
PP-EI-2011-PÁG.5
• QUADRO DE CORTIÇA ...................................................................................................................115
• ÁBACO ..........................................................................................................................................115
• CORDAS ........................................................................................................................................116
• PALITOS DE FÓSFORO .....................................................................................................................116
• NÚMEROS E NUMERAIS ...................................................................................................................116
5
ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO — LIVRO: PARA APRENDER MAIS ......................................................... 117
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS..................................................................................................117
VIII. CONHECENDO AS CRIANÇAS EM SUAS FASES ESPECÍFICAS
1. CRIANÇAS DE UM ANO E MEIO A DOIS ANOS ......................................................................... 118
MATERNAL I – FASE 1 ...............................................................................................................................118
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................118
EDUCADOR: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ....................................................................................................119
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO ................................................................................................120
LINGUAGEM PLÁSTICA .......................................................................................................................120
LINGUAGEM ORAL.............................................................................................................................121
LINGUAGEM CORPORAL ...................................................................................................................122
LINGUAGEM MUSICAL .......................................................................................................................123
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE ........................................................................................................124
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL ............................................................................................................124
CIÊNCIAS ..........................................................................................................................................125
LINGUAGEM MATEMÁTICA .................................................................................................................126
2. CRIANÇAS DE TRÊS ANOS ....................................................................................................... 127
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................127
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ............................................................................................. 131
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO .................................................................................................132
LINGUAGEM PLÁSTICA .......................................................................................................................132
LINGUAGEM ORAL.............................................................................................................................132
LINGUAGEM CORPORAL ...................................................................................................................133
LINGUAGEM MUSICAL .......................................................................................................................134
2 ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE ........................................................................................................135
a
LINGUAGEM AFETIVO SOCIAL ............................................................................................................135
CIÊNCIAS ..........................................................................................................................................136
LINGUAGEM MATEMÁTICA .................................................................................................................138
3. CRIANÇA DE QUATRO ANOS .................................................................................................. 139
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................139
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO .................................................................................................141
LINGUAGEM PLÁSTICA .......................................................................................................................141
LINGUAGEM ORAL.............................................................................................................................142
LINGUAGEM CORPORAL ...................................................................................................................143
LINGUAGEM MUSICAL .......................................................................................................................144
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE .......................................................................................................145
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL ............................................................................................................145
CIÊNCIAS ..........................................................................................................................................147
3 ÁREA — MATEMÁTICA .........................................................................................................................148
a
LINGUAGEM MATEMÁTICA .................................................................................................................148
6
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
• FRUTAS E LEGUMES .........................................................................................................................116
STEFANO LUNARDI / DREAMSTIME.COM
4. CRIANÇAS DE CINCO ANOS .................................................................................................. 150
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................150
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO ................................................................................................152
LINGUAGEM PLÁSTICA .......................................................................................................................152
LINGUAGEM ORAL.............................................................................................................................153
LINGUAGEM CORPORAL ...................................................................................................................153
LINGUAGEM MUSICAL .......................................................................................................................154
2 ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE ........................................................................................................155
a
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL ............................................................................................................155
CIÊNCIAS ..........................................................................................................................................156
3 ÁREA — MATEMÁTICA .........................................................................................................................158
a
LINGUAGEM MATEMÁTICA .................................................................................................................158
IX. UNIDADES TEMÁTICAS
X. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
COORDENAÇÃO OU DIREÇÃO............................................................................................... 162
EDUCADOR ................................................................................................................................ 162
• O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ...............................................................................................164
• ATENDIMENTO AS CRIANÇAS ................................................................................................................167
XI. UTILIZAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
PARA OS EDUCADORES .............................................................................................................. 168
• LINGUAGENS DE EXPRESSÃO ................................................................................................................168
• MANUAL DO EDUCADOR......................................................................................................................168
• BANCO DE IDEIAS ................................................................................................................................168
PARA AS SALAS ........................................................................................................................... 169
• PRANCHAS DIDÁTICAS ESPECIAIS ..........................................................................................................169
PARA AS CRIANÇAS .................................................................................................................... 169
• LIVROS DE ATIVIDADES BIMESTRAIS ........................................................................................................169
• LIVROS “DESCOBRIR É DIVERTIDO” ........................................................................................................170
• LIVROS – PARA APRENDER MAIS (ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO) ................................................................171
XII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PP-EI-2011-PÁG.7
XIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7
APRESENTAÇÃO
A criança nasce em situação de total dependência e, pouco a pouco, torna-se autônoma.
Quando de sua entrada antecipada na escola, em torno de um ano e meio a dois anos, está começando a adquirir condições de realizar pequenas ações e a perceber as consequências de suas
escolhas. Para que haja um atendimento adequado e eficiente nesta fase inicial, é essencial oferecer possibilidades para que, paulatinamente, ela faça suas escolhas.
Os três primeiros anos de vida – período sensório motor – são caracterizados pela inteligência
prática. Para a criança, sua visão de mundo é algo a se experimentar, conhecer, por meio dos órgãos dos sentidos e das ações corporais. Suas ações são: olhar, agarrar, ouvir, alcançar com a boca
ou sentir com a pele. Necessita da presença de objetos concretos, pois a criança até dez anos não
faz abstrações.
O movimento é a linguagem que ela usa para se expressar. Ao entrar na escola, seu pensamento é simultâneo ao movimento. Cabe à escola incentivar os movimentos, tornando maior o
aprendizado da criança sobre si mesma e sobre os outros, havendo, assim, interação com o mundo
que a rodeia. Ao movimentar-se, também expressa emoções, sentimentos e pensamentos, ampliando, dessa forma, seu repertório corporal.
“A linguagem corporal, baseada na expressividade corporal da criança, é mais que um simples movimento, deslocamento do corpo no espaço: constitui-se de uma linguagem que permite às
crianças atuarem sobre o meio físico e sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio
de seu teor expressivo.” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
Cada criança possui características próprias, com significados que são constituídos aos poucos, de acordo com as necessidades, os interesses e as possibilidades corporais. Por meio da dança,
dos jogos, das brincadeiras e das práticas esportivas, ela tem oportunidade de se expressar com
gestos e posturas, já com alguma intenção. A escola pode oferecer um ambiente onde as crianças
sintam-se protegidas e acolhidas, para se sentirem encorajadas a se arriscar e a vencer desafios.
“Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhe possibilita a ampliação de conhecimentos acerca de si mesma, dos outros e do meio em que vivem.”
Referencial Curricular Nacional da
Educação Infantil.
Na escola, as experiências serão vivenciadas a fim de que sejam internalizadas, assimiladas.
A criança será desafiada a resolver situações problemas, a tomar decisões que são capacidades
indispensáveis para seu desenvolvimento intelectual.
8
I. INTRODUÇÃO
Segundo PIAGET, na Educação Infantil, o educador tem um papel importante, pois trabalha
com crianças em processo inicial de desenvolvimento, em uma etapa básica da formação a personalida estas. Um profundo conhecedor das caracteristicas das faixas etárias de zero a cinco anos,
estando a par sobre o que a ciência tem descoberto; por exemplo, o estudo do cérebro. O cotidiano
desse profissional pode ser diuturnamente transformado para que atenda a criança de forma diferenciada e pertinente, envolvendo-a para que adquira conhecimentos e para que tenha uma visão
ampliada do mundo em que vive.
O educador partirá sempre do concreto para o abstrato, do perto para o distante, do simples
para o complexo. As atividades planejadas e propostas terão alternância entre as mais calmas e as
mais movimentadas. Ele aproveitará todas as ações do dia a dia que possam despertar o interesse
das crianças, ato enriquecedor que muito ajudará no processo educativo. As unidades temáticas serão desenvolvidos em um clima lúdico, com jogos, brincadeiras etc. Estimulando a oportunidade,
a descontração, a alegria, assim o educador poderá conhecer o ritmo de aprendizagem de cada
criança, seu grau de atenção e motivação, sua maior ou menor facilidade em cada linguagem etc.
A novidade é o desafio e estará sempre presente nas propostas apresentadas pelo educador.
Uma reflexão importante é centrar a educação nas potencialidades da criança, e não em
seus pontos fracos, lembrando que esses poderão ser superados.
As funções psicomotoras e cognitivas serão desenvolvidas de acordo com o interesse e as
necessidades da criança. O desenvolvimento da autoimagem positiva vai influenciar a sua capacidade de aprender.
A estimulação verbal é muito importante, pois a fala é fundamental para o desenvolvimento da
capacidade de raciocinar. Sabemos que o repertório infantil, quando a criança entra para a escola, é
restrito, principalmente na idade entre dois e três anos. Essa restição também é presente entre as crianças com mais de 5 anos, caso não tenham recebido estímulo
em casa, no ambiente em que vivem. O educador, como
mediador, proporá regras simples, mas afetivas, procurando sempre valorizar as normas sociais: a cooperação, o respeito aos outros e aos objetos, a persistência
diante das dificuldades, a assiduidade, a pontualidade,
a expressão de sentimentos e de ideias e, assim, a criança sempre encontrará, na escola, ambiente propício
para que se sinta segura e capaz de aprender.
Os elogios também farão parte do trabalho do
PP-EI-2011-PÁG.9
educador; não aquele elogio meloso e sem sentido, mas
a menção aos pequenos progressos que a criança venha
a alcançar, elogiando-a, sempre que possível, no momento
em que ela atuar de maneira adequada e apropriada para
9
o educador, evitar rotular as crianças, pois elas se sentirão menosprezadas muitas vezes e não entenderão o próprio comportamento, ficando sem saber como lidar com este.
O verdadeiro, o legítimo educador, é aquele que constantemente avalia e reavalia seu desempenho, sem medo de reconhecer seus limites e suas falhas, podendo, assim, refletir sobre seu posicionamento em relação às crianças, aos colegas de trabalho e à escola. Como qualquer pessoa, o educador tem suas limitações. Reconhecendo suas próprias dificuldades sem procurar justificá-las, mas
sim sabendo aceitar as suas limitações, as dos pais e as das crianças e dos seus colegas, procurará
sempre aprimorar seus conhecimentos, acompanhando todo o processo que ocorrer na educação,
para que possa desempenhar seu papel com segurança, perspicácia e maturidade.
A Proposta Pedagógica da Educação Infantil está preparada para os desafios contemporâneos
e pretende apoiar o trabalho a ser realizado nas escolas parceiras, contribuindo para a melhoria da
qualidade da educação brasileira.
Nosso sistema também garantirá a todas as escolas parceiras uma base de conhecimento e de
competências, para que todas elas funcionem de fato como uma rede.
Apresentamos princípios que irão orientar a escola, visando a torná-la capaz de promover as
competências indispensáveis para que os desafios sociais, culturais e profissionais da atualidade sejam
enfrentados. Com isso, pretendemos propor princípios que irão orientar a prática educativa, a fim de
que se possa tornar cada escola parceira apta a preparar as crianças em idade escolar, as quais fazem parte da Educação Infantil, para esse nosso tempo.
Nossa proposta pedagógica é dirigida especialmente a todas as unidades escolares e aos seus
dirigentes e gestores, que as lideram e as apoiam: supervisores, diretores, coordenadores e educadores. Assim, pretendemos que a qualidade de ensino seja cada vez mais aprimorada, para que possa
atender eficazmente ao que ela se propõe.
Nossos princípios centrais de Educação Infantil são: o espaço para a cultura, os eixos de trabalho e a prioridade à competência de linguagens de expressão, marcas do nosso sistema que visam
sempre à articulação das competências para o aprendizado e para a contextualização no mundo
do trabalho.
10
AFP / ARCHIVES
II. FUNDAMENTAÇÃO
1
AFP / HARLINGUE / ROGER-VIOLLET
A proposta pedagógica da Educação Infantil do Sistema COC tem a finalidade de ser
2
uma fonte de consulta confiável, original, fecunda, alternativa e suplementar; um autêntico
3
vade-mécum (livro de referência), que, mesmo
sem ter a pretensão de esgotar todos os assuntos abordados, com certeza possibilitará informações e visões diversificadas.
Esta proposta foi revisada, aprimorada e
ampliada para que possa atender aos anseios
de uma educação moderna e competente.
Os conceitos e as opiniões, as teorias e as
teses sobre o tema educação sempre mereceram apreciações, análises e atenções de ilustres
estudiosos, respeitáveis autoridades, pensadores
4
e educadores, em sua grande maioria ligados às
5
áreas da sociologia, da psicologia e da pedagogia. Permitimo-nos aqui destacar os nomes de alguns deles, a partir do final do século XVIII e, em
sequência cronológica, pinçando sempre um feito,
um fato ou um destaque pertinente:
6
• Jean-Jacques Rousseau (1712/1778). “... a
verdadeira finalidade da educação é ensinar a crian1 - Jean-Jacques Rousseau
7
2 - Henri Wallon
ça a viver e a aprender a exercer a liberdade”; se o
3 - Friedrich Froebel
4 - Maria Montessori
analisarmos sob o contexto de sua época, concor5 - Johann Heirich Pestalozzi
6 - Ovide Decroly
daremos que ele formulou, com raro brilho, princípios
7 - Lev Semenovich Vygotsk
educacionais que permanecem até os nossos dias.
• Johann Heirich Pestalozzi (1746/1827). Sempre acreditou no poder da educação para
aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade; na instituição com o seu nome condenava a coerção, as
recompensas e as punições.
• Friedrich Froebel (1782/1852). Considerava muito importantes o desenho e as atividades
que envolviam movimento e ritmos e foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo e a atividade
lúdica; inspirou-se no amor à criança e à natureza e criou, em 1837, o célebre Kindergarten (Jardim
da Infância).
• Ovide Decroly (1871/1932). Criador dos famosos centros de interesse, em que a criança passava por três momentos: o da observação, o da associação e o da expressão; em suas escolas, viam-se
os alunos no campo, semeando conforme a estação do ano, e, sobre as mesas, legumes colhidos.
• Lev Semenovich Vygotsky (1896/1934). Psicólogo bielo-russo. As proposições acerca do
processo de formação de conceitos remetem à descrição das relações entre pensamento e linguagem, à questão da mediação cultural no processo da construção de significados por parte do
indivíduo, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento de
natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Suas concepções sobre o funcionamento
do cérebro humano fundamentam-se em suas ideias de que as funções psicológicas superiores são
construídas ao longo da história social do homem.
REPRODUÇÃO
ROGER_VIOLLET
/ AFP
RIA NOVOSTI / AFP
REPRODUÇÃO
11
• Maria Montessori (1870/1952). Médica, italiana, criou as Casas das crianças, que não visavam somente à instrução, mas eram locais de educação e de vida; a primeira Casa dei Bambini foi
fundada em Roma. O principal sustentáculo do seu método são as atividades motoras e sensoriais.
• Henri Wallon (1879-1962). Médico, filósofo e psicólogo; participante diretor da Escola nova,
teve sua atenção voltada para a criança. Enfocou o desenvolvimento infantil em seus domínios
afetivo, cognitivo e motor. Sua proposta, o desenvolvimento infantil tomado, pela própria criança,
como ponto de partida, busca compreender cada uma das manifestações no conjunto as possibilidades, sem a consulta da censura prévia adulta. Wallon dialoga com outras teorias, encontrando
complementaridade tanto na psicanálise quanto na teoria de Piaget. Wallon não propõe um sistema no
qual se dispõem, de forma bem arrumada, etapas e processos da evolução psíquica. Ao contrário, para
tratar o processo de desenvolvimento sob uma perspectiva abrangente, realiza um verdadeiro vaievem
de um campo a outro da atividade infantil e entre as várias etapas que compõem o desenvolvimento.
Para Wallon, Decroly foi um dos expoentes da escola nova e o que mais lhe agradava.
• Alexander Luria (1902/1977). Psicólogo, médico, russo, desenvolveu o processo psicodiagnóstico
como “método combinado motor” para diagnosticar processos de pensamento. Em 1924, reunido com
Vygotsky, cuja influência foi decisiva para moldar o seu futuro profissional, procurou estabelecer uma
abordagem da psicologia que permitiu “descobrir a forma como os processos naturais, como a maturação física e sensorial entrelaçada a mecanismos, para produzir as funções psicológicas de adultos.”
Deu ênfase especial ao papel da linguagem, “ferramenta das ferramentas”, para tornar especificamente
humanos formas de pensamento, sentimento e ação.
• Célestin Freinet (1896/1966). Sendo professor primário, foi também um marco na história da
pedagogia, pois partiu dessa base e impulsionou um movimento de renovação; deu ênfase à ação
educativa, possibilitada por meio das aulas-passeio. Para ele, o processo do desenvolvimento humano
assemelha-se a um pêndulo, continuando até a vida adulta. Estudando Piaget, deu o seu aval para que
a obra dele continuasse viva.
• Jean Piaget (1896/1980). Impossível que ele não venha a receber destaque quando se trata de
psicologia moderna; foi um estimulador da Educação Infantil pela sua teoria psicogenética, que reconhece que o processo de desenvolvimento pressupõe uma sucessão de etapas.
• Brunner (1915). Psicólogo inglês, com sua teoria da aprendizagem, com o reconhecimento do
valor da ciência com uma forma sofisticada do conhecimento humano e o relevo que o ensino das matérias científicas devem ter no currículo escolar. O ponto central é a importância concedida ao método
da descoberta que deveria ser aplicado em todas as escolas.
• Howard Gardner (1943). Psicólogo cognitivo e educacional americano, nascido em Scranton,
Pensilvânia, é conhecido pela Teoria das Inteligências múltiplas em muitos países, a qual proporciona
apoio para um fato que a maioria dos educadores (e a maioria dos pais) sabe: as crianças têm mentes
muito diferentes umas das outras, possuem forças e fraquezas diferentes e é um erro pensar que existe
uma única inteligência, em termos da qual todas as crianças podem ser comparadas. Como essa teoria é recente, os educadores precisam trabalhar de modo perseverante por alguns anos para dominar
as ideias e colocá-las em prática, sempre refletindo sobre aquilo que está funcionando bem e aquilo
que não está. O maior desafio, no dizer de H. Gardner, é conhecer cada criança como ela realmente
é, saber o que ela é capaz de fazer e centrar a educação nas capacidades, forças e interesses dessa
criança. O educador é um antropólogo, que observa a criança cuidadosamente, e um orientador, que
a ajuda a atingir os objetivos que a escola — ou o distrito ou a nação — estabeleceu.
• Regina Leite Garcia (1993). Quanto mais a Educação Infantil abrir para a criança a possibilidade
de acesso a diferentes linguagens, que estão postas no mundo, mais o seu universo cultural se ampliará;
quanto maior for o seu entendimento do real, menos avançada ficará para a possibilidade do novo.
12
PP-EI-2011-PÁG.13
• Nathalie de Salzmann de Etievan (1996). Educada na Suíça e na França, viveu no Rio de Janeiro
e radicou-se na Venezuela. Foi jornalista, tradutora, piloto, pintora, sobretudo educadora. Fundou vários
colégios na Venezuela, na Colômbia, no Peru e no Chile. Para ela, a criança, para que seja equilibrada
e harmoniosa, precisa de muito amor, muito afeto e também, como prova desse amor, firmeza e severidade, se for necessário. Consequentemente, as crianças pequenas devem receber muita firmeza, mas
também muito afeto. A exigência, a firmeza, o castigo dados com amor não frustram a criança. Por trás
da palavra frustração, esconde-se nosso comodismo: deixar a criança fazer sempre o que quer fazer.
Em certas oportunidades, temos de castigar, fazer de conta que estamos bravos ou tristes, não dentro de
nós mesmos, mas exteriormente, porque a criança precisa que lhe indiquemos, às vezes com rigor, que
não queremos que faça algo. Com a exigência, a criança adquire sua consciência, porque distinguir o
bem e o mal não é inato. Educar a sua consciência é formar nela a capacidade de discernir entre o
bem e o mal.
• Emília Ferreiro (1937). Psicóloga e pesquisadora argentina, — fez doutorado sob a orientação de
Jean Piaget, está viva e continua seu trabalho. Em 2001, recebeu do governo brasileiro a Ordem Nacional do Mérito Educativo. Ela não criou um método de alfabetização, mas sim procurou observar como
se realiza, na criança a construção da linguagem escrita. Muito antes de iniciar o processo formal de
aprendizagem de leitura/escrita, as crianças constroem hipóteses sobre esse objeto do conhecimento.
Até chegar à leitura e à escrita, a criança tem à sua frente uma longa estrada a percorrer. O seu processo
de construção da escrita se dá em quatro fases (psicogênese da escrita), cada uma delas com características próprias, que são percorridas por todas as crianças, no decorrer do processo de aprendizagem.
Sem dúvida alguma, é uma pesquisadora que deixou sua marca. Atualmente, com todo atendimento
que recebe, a criança inicia precocemente o processo de aprendizagem, e os educadores poderão
observar as fases que as crianças percorrem bem antes dos seis anos, independentemente do meio em
que vivem.
Em relação aos notáveis estudiosos, cujos nomes foram anteriormente relacionados e realçados,
cabe ainda destacar que:
• além da preocupação educacional, houve também em comum entre Rousseau, Pestalozzi, Piaget o fato de eles serem
suíços e Brunner inglês igualmente psicólogos;
• os pensadores Montessori, italiana,
e Decroly, belga, tinham formação em medicina;
• somente Froebel, alemão, e Freinet, francês, eram originalmente educadores;
• Vygotsky e Luria, ambos russos, pesquisaram as relações entre pensamento e linguagem;
• pela importância do que falaram
e fizeram, em torno deles sempre gravitaram
educadores de alto gabarito e centenas de
pensadores ligados aos diversos ramos do conhecimento, todos preocupados igualmente
com assuntos educacionais, porém de maneira muito particular, mais voltados ao desenvolvimento intelectual, psicossocial e emocional do ser humano, desde o seu nascimento.
13
III. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
Atualmente a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa
ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela terá todas as suas dimensões respeitadas.
Segundo Zabalza ao citar Fraboni: a etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela
“transformação” tecnológica-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os requisitos
para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente como
figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).
Organizamos e apresentamos o material didático para a Educação Infantil, com base no
RCNEI*, objetivando o desenvolvimento das potencialidades da criança, integrando o cuidar e o
educar ao mesmo tempo.
Sabemos que a criança se exprime e se manifesta, de modo natural, por meio de três àreas.
Dentre elas, elegemos três áreas em que as linguagens de expressão, ciências e tecnologia se encaixam, que consideramos básicas e, portanto, importantes:
1a ÀREA: LINGUAGENS DE EXPRESSÃO. Plástica, Oral, Escrita, Corporal e Musical.
2a ÀREA: NATUREZA E SOCIEDADE. Linguagem Afetivo-Social, Ciências e Tecnologia.
3a ÀREA: MATEMÁTICA. Linguagem Matemática.
ÁREAS
LINGUAGENS
DE EXPRESSÃO
Oral
Escrita
Plástica
Corporal
Musical
UNIDADES
TEMÁTICAS
NATUREZA E
SOCIEDADE
Afetivo-Social
Ciências
MATEMÁTICA
Linguagem Matemática
Tecnologia
RCNEI*. (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) criado em 1998. Trata-se de um documento que procura nortear o trabalho
realizado com crianças de 0 a 6 anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor o papel da Educação Infantil,
trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, o que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil.
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UNIDADES TEMÁTICAS
Desenvolver
Habilidades
para adquirir
novos conhecimentos
Desenvolver
Habilidades
para a inteligência
emocional
Estimular
o pensamento
criativo
UNIDADES
TEMÁTICAS
Desenvolver
a comunicação
ESTRUTURA DO MATERIAL
CONTEÚDOS
BASE DE APOIO RCNEI
SOLUÇÃO HÍBRIDA
INTERATIVIDADE
TEMAS TRANSVERSAIS
VERSATILIDADE
OFICINAS
LÚDICAS
JOGOS E
BRINCADEIRAS
CURIOSIDADES
Procuramos enriquecer o material didático, acrescentando, sempre de acordo com cada etapa ou estágio, atividades complementares: 1. Banco de Projetos Culturais e Sociais (anual); 2.Descobrir é Divertido (semestral); 3. Para Aprender Mais (atividades para fixação) em todos os estágios;
Livros: Eu para o Maternal I fase 2, Minha História para o Maternal II, Crescer para o 1o Estágio e Uma
letra outra letra, para o 2o Estágio.
PP-EI-2011-PÁG.15
A criança se expressa e se manifesta através de três áreas:
1a ÁREA – LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
Linguagens de Expressão (Linguagens Plástica, Oral, Escrita, Corporal e Musical);
As linguagens de expressão são assim definidas, em síntese:
15
• Linguagem Plástica. Oferece condições diferentes e até criadoras, proporcionando a exploração do fazer artístico por meio do desenvolvimento da imaginação, da sensibilidade e das capacidades de produção que a criança detém e que fazem parte da construção do seu aprendizado
simbólico, relacionando-o gradativamente com o mundo que a rodeia e com sua cultura.
• Linguagem Oral e Escrita. Possibilita o desenvolvimento da linguagem como um meio de
comunicação, permitindo à criança dominar o seu código linguístico e valorizar esse meio de comunicação. Toda criança tem seu potencial próprio, maior ou menor, dependendo dos estímulos recebidos da família e da escola. A relação entre o pensamento e a linguagem merece atenção. Para
aprender a ler e a escrever, a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual e
ampliar gradativamente sua linguagem oral e escrita. Esse processo ocorre pela familiarização com
textos, leitura e escrita de produções e livros, identificação do próprio nome e em outras situações do
cotidiano em que a linguagem é utilizada, resolvendo problemas de natureza lógica até chegar a
compreender de que forma a escrita alfabética representa a linguagem, condição indispensável ao
exercício pleno da cidadania. A partir desse contato, dessa constatação de que as crianças constroem conhecimentos sobre a escrita, percebemos a importância da Educação Infantil, não existindo
uma data, um mês ou uma etapa específica para esse aprendizado, mas sim uma participação
intensa de alguns anos em práticas sociais com a leitura e a escrita.
• Linguagem Corporal. Possibilita a criança se expressar corporalmente. A expressão corporal tem uma significação muito peculiar e importante. Com sua espontaneidade característica a
criança revela por meio de seu corpo, tudo o que sente. As habilidades corporais vão aos poucos
se aprefeiçoando de modo natural e espontâneo. Seu pensamento lógico busca compreender
causas e consequências para melhor se expressar.
Os sentimentos, as emoções e pensamentos vão sendo representados, ampliando as podssibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais.
O controle dos movimentos vai se ampliando para movimentos mais precisos e coordenados. Com
os estímulos que recebe o seu desenvolvimento sensório-perceptivo vai depender do que lhe é oferecido.
• Linguagem Musical. – “É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só
justifica sua presença no contexto da educação, de modo geral, e na Educação Infantil” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
2a ÁREA – NATUREZA E SOCIEDADE
• Linguagem Afetivo-Social. Transpassa as demais linguagens penetrando e invadindo cada
uma delas, visando incentivar a criança a descobrir e a assumir as regras de conduta social; por essa
o desenvolvimento infantil em atitudes básicas de aceitação, respeito, confiança para o acesso das crianças às mais diversas realidades culturais e sociais.
• Ciências. Não como linguagem de expressão, mas
fará parte integrante da nossa programação, proporcionando à
criança uma diversidade de temas e possibilitando o pensamento
16
MELINA 2010
linguagem será possível desenvolver nas crianças aprendizagens orientadas e que contribuam para
em situações direcionadas para explicações, soluções, respostas, opiniões, numa concepção de mundo que só a criança desenvolve por meio da construção de conhecimentos diferenciados, como animais, plantas, o próprio corpo e suas habilidades físicas
e motoras. A ecologia também terá um papel de destaque nas atividades propostas.
• Tecnologia. Outra novidade em nossa programação. Proporciona à criança
oportunidades para adentrar nesse conhecimento que já faz parte do seu cotidiano.
A interação com mais esse instrumento de ensino, no caso, o computador (Internet, MSN
e outros), proporciona uma vivência atualizada, contribuindo para que, no cotidiano do
aluno, a tecnologia se integre ao seu conhecimento.
3a ÁREA – MATEMÁTICA – LINGUAGEM MATEMÁTICA
• Linguagem Matemática. Possibilita à criança desenvolver o raciocínio, algumas operações
mentais, relacionando noções matemáticas ao seu cotidiano. “Os números, quantidades, classificações, dimensões, formas, medições, transformações, orientações, conservações, mudanças, espaços são explorações que pertencem espontaneamente às experiências cotidianas da vida, às brincadeiras, às negociações, ao pensamento e à fala das crianças”. As cem linguagens da criança.
Carolyn Edwards, Lella Gandini, George Forman.
“Fazer matemática é expor ideias próprias, escutar as dos outros, formular e comunicar procedimentos de resolução de problemas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que faltam para resolver
problemas, entre outras coisas.” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
As atividades de linguagem matemática, propostas em nosso material, proporcionam todas as
situações citadas, contribuindo para a formação de cidadãos capazes de pensar com autonomia e
organizar seus conhecimentos matemáticos.
Entendemos ser oportuno consignar os resultados de duas pesquisas sobre crianças na fase
pré-escolar, tendo em vista a importância e a coincidência de suas conclusões:
1. Nos Estados Unidos, Benjamin S. Bloom, citado por Sophia Kassar, demonstrou que: “...
2
metade dos trabalhos da inteligência humana é formada até os 2 (dois) anos e (dois terços) até
3
a idade dos 4 (quatro) anos”.
2. O educador francês e diretor de uma das divisões educacionais da Unesco, Henri Dieuzeide, de certo modo, confirma a demonstração de Bloom: “Do ponto de vista do desenvolvimento intelectual, pesquisas mais recentes e coincidentes indicam, em relação ao nível de inteligência geral
aos 17 anos, que metade de todo esse acervo intelectual acumulado já está fixado aos 4 (quatro)
anos, enquanto os 30% seguintes são adquiridos entre os 4 e os 8 anos de idade”.
À vista da oportunidade, vale ainda ressaltar que informações categorizadas sobre a estimulação, a observação e o acompanhamento de bebês, a despeito do caráter científico de sempre,
vêm sendo divulgadas de modo mais didático e com maior frequência, e que especialistas e estuPP-EI-2011-PÁG.17
diosos, inclusive os da área de Educação Infantil, não podem ignorá-las. Atualmente, existem muitas
publicações em jornais, revistas, entrevistas etc. sobre as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.
Parece que os pais e o público em geral estão acordando para a necessidade de um tratamento diferenciado às crianças nessa fase.
17
É com satisfação que vemos na atualidade ser mais bem reconhecido o valor da Educação
Infantil, pois, não muito tempo atrás, a criança entrava na escola somente aos 7 (sete) anos de idade, no 1o ano, e então, até esse primeiro contato, ela era preparada em casa pelos pais, principalmente pela mãe, que não realizava trabalhos fora de casa: o preparo era assistemático e acidental.
Contudo nos dias que correm, em sua grande maioria, as mulheres trabalham fora de casa e, como
decorrência natural, também aquele preparo inicial ficou como um encargo da escola.
Na mesma linha de raciocínio, podemos ainda afirmar que, se a Educação Infantil é entendida e é aceita como uma ação ou um processo educativo que tem um fim em si mesmo — independentemente do que ela significa para as fases escolares subsequentes —, a autossuficiência
desse entendimento, contudo, não pode prevalecer em relação à família, face à constância e à
obrigatoriedade das inter-relações e interdependências mantidas entre a família e a escola, e que
podem e devem ser altamente proveitosas e benéficas: a Educação Infantil não substitui a família
e nem por ela é substituída, mas permite, como riqueza suplementar, o conhecimento e a convivência diária com uma sociedade muito diferente da familiar, composta de um grande número de
crianças da mesma idade e com os mesmos interesses; a família é o liame constante, unindo as
diferentes idades da criança, enquanto a Educação Infantil representa um episódio da vida infantil;
embora a escola disponha de professora especialista e de locais e materiais que correspondem aos
desejos e às necessidades da criança, em um dado momento de sua evolução, sem o apoio e a
participação efetiva da família — com ênfase para os pais — o trabalho será sempre incompleto e
sempre haverá danos à criança.
Registramos anteriormente que o valor da Educação Infantil já é mais bem reconhecido, sendo crescente o interesse pelo que ele significa e oferece nessa fase da escolaridade. Cabe agora
acrescentar que tal interesse tem contribuído para o aumento, nesta década, do número de publicações sobre o assunto.
Assim, quando insistimos na necessidade básica de valorizarmos o desempenho e a atualização permanente do educador, chamamos a atenção não somente para esta obra com suas colocações e propostas, mas também para a atual posição privilegiada da Educação Infantil — como
ação educativa e como tema educacional — que precisa ser mais bem desfrutada pelos nossos
dedicados e incansáveis educadores.
Partimos sempre do interesse e das necessidades naturais da criança: tudo o que ela realiza
tem um valor específico e inestimável, e a sua realidade é diferente da do adulto. Assim, nosso
material visa não apenas a preparar a criança para ler e escrever, mas, também, para aprender a
enxergar — observando, dimensionando e discernindo — o todo e suas partes, com menos ou mais
detalhes, de acordo com cada faixa etária.
A Escola de Educação Infantil enseja todas as condições favoráveis
a um esmerado embasamento para a vida do futuro cidadão, pois tudo
o que é ensinado e realizado nessa fase da vida da criança corresponde
a registros, que são verdadeiros entalhes, e a aprendizados que jamais se
apagam.
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IV. OBJETIVOS GERAIS DA PROPOSTA
PEDAGÓGICA
• Busca de uma proposta completa e eficaz.
• Análise de muitas teorias, estudos para que as crianças da Educação Infantil do nosso sistema de ensino não fiquem aquém da evolução do ser humano e da atual sociedade.
• Respeito às novas gerações.
• Avanço na tecnologia com práticas pedagógicas diferenciadas.
• Condições para uma aprendizagem centrada na construção do conhecimento.
• Desenvolvimento de um material didático fundamentado nas três áreas, no qual linguagens
de expressão, ciências e tecnologia se encaixam e são recomendadas pelos referenciais curriculares da Educação Infantil.
• Abordagem do trabalho desenvolvido em Reggio Emília, região da Itália que possui destaque internacional nas escolas de Educação Infantil da atualidade.
• Cultivo e orientação ao potencial intelectual, emocional, social e moral da criança.
• Utilização das múltiplas linguagens simbólicas das crianças, extraindo sentido para o mundo
infantil pelos estímulos oferecidos.
• Trabalho constante da ludicidade nas atividades propostas.
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HONGQI ZHANG / DREAMSTIME.COM
• Inserção da teoria da descoberta (Brunner) na aprendizagem de ciências.
19
V. 1a ÁREA – LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
Neste capítulo passaremos a elencar as linguagens que fazem parte desta aula detalhadamente, para que se tenha um suporte adequado para o fazer pedagógico bem
fundamentado.
1 – LINGUAGEM PLÁSTICA
INTRODUÇÃO
Todas as iniciativas, concretizadas por meio de nossas ações e até de
algumas reações, terão importância capital em nosso processo de vida. Por
isso se credita um grande valor às buscas ou atitudes exploratórias, ao uso
continuado da livre expressão e à marca pessoal que se imprime em tudo
aquilo que é dito e que é feito em nosso dia a dia.
Nessa perspectiva é que a Linguagem Plástica, peça fundamental
no desenvolvimento da criança, representa uma excepcional contribuição para que alunos e educadores deem curso às suas diversas formas de
linguagem, com um sensível enriquecimento no processo de comunicação e expressão. Também
por isso lamentamos que a visão do adulto seja, muitas vezes, deficiente ou incompleta no que se
refere à aplicação prática dessa linguagem, fazendo com que as suas atividades de expressão não
sejam ministradas ou, ao serem ministradas, contem com horários reduzidos, sem tempo para que a
criança se expresse de modo pleno, descontraído e espontâneo.
É por meio da Linguagem Plástica que a criança procura, experimenta, descobre e toma consciência do seu próprio eu. Assim, de forma natural, melhor se avaliará o seu desenvolvimento emocional e intelectual e a sua capacidade criadora: as outras atividades de expressão são igualmente
aliadas e ajudam a descarregar tensões e a favorecer a manutenção do equilíbrio emocional.
Nessa fase da Educação Infantil, a criança tem um vocabulário restrito, mas gosta de desenhar, e o desenho, a sua primeira escrita, além de lhe proporcionar prazer, alegria e sentimento de
segurança, facilita-lhe a estruturação de espaço, cor e forma. “Toda criança desenha. Quando uma
criança toma posse de algum instrumento que deixa marcas, certamente ela irá utilizá-lo para desenhar”. Grafismo Infantil. José Dario Perondi, Dinorah Sanvitto Tronca, Flávio Zambon Tronca.
Desenhando com uma varinha na areia, com uma pedra na terra, com cacos de tijolos, com
moldes de gesso e com carvão nos muros, a criança vai deixando a sua
marca, muito importante para ela, pois essas marcas de cunho individual
não só correspondem a um encontro com ela mesma, como também poderão representar verdadeiros alicerces da sua afirmação pessoal.
Destacamos ainda que a criança inventa, ordena a repetição, descobre ritmos e redescobre os princípios do rebatimento e da alternância,
cujos detalhes serão enfocados a seguir, nas fases do desenvolvimento do
desenho infantil.
20
FASES DO DESENHO INFANTIL
É Importante ressaltar que as etapas do
desenvolvimento do desenho infantil ocorrem
independentemente do país onde a criança
vive.
Da importância do desenho na vida
da criança, há necessidade de o educador
saber, detalhadamente, as fases do desenho
infantil, para que, além de conhecer melhor
os seus alunos, possa também avaliar — não
com conceitos preestabelecidos — o que a
criança quer mostrar ao adulto.
São registrados a seguir conceitos, definições e comentários sobre as etapas do desenvolvimento do desenho infantil, que refletem
não apenas a nossa experiência, mas também
a visão de vários estudiosos do assunto.
1a FASE – 18 MESES A 4 ANOS
GARATUJA OU RABISCAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
A criança:
• Desenha por desenhar, não há uma intenção. São rabiscos desordenados, as folhas são rasgadas ou furadas com a ponta do lápis. Não há
preocupação com a cor, uma única a satisfaz;
• Descarrega as energias, o que é muito
salutar, e os movimentos são amplos e livres. O
adulto não pode interferir.
• Segura o lápis de diversas maneiras e
tem dificuldade em permanecer nos limites do
papel, que deve ser grande: 30x40 cm é o ideal.
• Muitas vezes nem olha para o papel:
surpreende-se com suas mãos agarradas a um
lápis e com o traço que fica no papel.
• Percebe os movimentos musculares e a
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posição dos membros: caráter cinestésio.
• Rabisca no chão, nas paredes e nos móveis.
21
GARATUJA INTENCIONAL OU CONTROLADA
CARACTERÍSTICAS DESTA FASE
A criança:
• Apresenta alguma intenção. A imaginação já começa a se delinear, mas não há ainda a
representação da figura humana.
• Já não são apenas rabiscos: aparecem os semicírculos de vários tamanhos; a cor não é
usada conscientemente e, às vezes, aparecem várias cores diferentes.
• Sente prazer em preencher a folha e ensaia novos movimentos para segurar o lápis, o giz
ou o curtom (lápis para crianças que já iniciaram o processo de aperfeiçoamento da cordenação),
além de se sentir confiante.
• Descobre que os traços no papel têm ligação com os movimentos e isto a estimula a variar
esses movimentos. Começa também a fazer ligação entre os movimentos e o mundo que a rodeia,
daí a atribuição de nomes às garatujas que faz.
O adulto pode compartilhar da alegria da criança em garatujar, e nem sempre precisa perguntar o que ela fez, ou o que está fazendo, pedindo explicações. Cabe ainda consignar que, nessa
fase, a criança não necessita de motivação especial para desenhar. Para ela, garatujar é tão natural
como dormir ou se alimentar.
É uma pena, mas os pais nem sempre guardam as garatujas que são feitas em casa ou na
escola: é a garatuja um dos registros mais importantes da vida infantil, pois representa o início da linguagem de expressão. Acrescente-se ainda que a maneira como as garatujas são recebidas pelos
pais e professores tem grande influência
no desenvolvimento da criança.
As técnicas usadas nas atividades
de expressão, nessa primeira fase, devem
ser bem simples, a criança está no início
de suas descobertas: tudo que lhe for
apresentado deverá ser adequado à sua
idade. Alguns exemplos: curtom, gizão,
canetas hidrográficas grossas, estacas,
pintura a dedo, tinta plástica não tóxica,
guache espesso etc.
22
2a FASE – 4 A 7 ANOS
PRÉ-ESQUEMÁTICA OU FIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA OU INÍCIO DA FIGURAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
A criança:
• Busca o conceito forma: esta busca da forma carece de qualquer ideia de proporção.
Acrescente-se que se trata de uma etapa egocêntrica.
• Busca uma forma – esquema – para a representação da figura humana. Os símbolos que
desenha variam muito: a figura humana desenhada pela manhã poderá ser substituída por outra à
tarde; e assim será, até que encontre o seu próprio esquema.
• Sua criatividade está diretamente relacionada com a respectiva experiência individual. Daí
a importância de se proporcionar vivências significativas e adequadas, para enriquecer o repertório
expressivo da criança.
• Seus temas preferidos: figura humana, casas, árvores e animais. As formas e os temas que a
criança começa a realizar refletem suas próprias experiências.
• A cor, nesta fase, é emocional: teríamos, como exemplo, uma árvore pintada de roxo e que
não tem relação com a realidade.
• O desenho e a pintura poderiam ser constantes e naturais, como andar, correr, falar, pensar,
comer, pois são básicos para a criança.
• As técnicas, nesta fase, podem ser elaboradas, mas não se esquecer das mais simples, com
as quais a criança se expressa melhor, já vivenciou e conhece o material.
• Pincéis de vários tipos serão apresentados, mas um de cada vez.
• As texturas e os tipos de papéis podem variar; tinta, não tão espessa, giz e cola, pintura a
dedo, curtom, anilina, cola plástica, não tóxica, terra e água (Leonardo da Vinci), anil e água.
Nessa fase, podem ser usadas várias técnicas para as atividades dirigidas, não somente o giz
de cera, como se vê atualmente. A criança assimilará que existem respostas diferentes e criativas, e
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o educador saberá aceitá-las.
O importante é o realizar e não o como realizar.
Essas atividades também necessitam do papel com um tamanho maior: 30x40 cm é o ideal.
A sucata do lar é um material precioso para as atividades de expressão.
23
5 ANOS
24
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6 ANOS
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3a FASE – 7 A 9 ANOS
FASE ESQUEMÁTICA OU FIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA OU ESQUEMATISMO
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
• Ultimamente, pela estimulação, esta fase já está presente na Educação Infantil. É o apogeu
do desenho infantil, quando a criança desenvolve o conceito definido da forma e descobre o seu
próprio esquema para cada coisa a ser representada.
• O esquema da figura humana é diferente de uma criança para outra, pois esse esquema é
muito individual e reflete o desenvolvimento de cada uma delas: a riqueza desse esquema depende
das experiências anteriores da criança, e não deve haver a interferência do adulto.
• A grande descoberta
é a existência de uma ordem
definida nas relações espaciais, e a criança não pensa
mais como na fase anterior:
uma casa, uma árvore, mas
sim que a casa está no chão,
e a árvore e o carro idem.
Em
suas
representa-
ções, aparece a linha base –
6 anos –, que corresponde a
um dos fatores de prontidão
para a alfabetização.
Rebatimento, transparência, linha base dupla.
26
Nesta etapa, a criança descobre que existe relação entre o objeto e a cor,
por isso sugere-se a introdução do uso do lápis de cor
nesta fase, e não nas anteriores.
As técnicas apresentadas devem variar bastante, e tudo o que rodeia a
criança deve ser aproveitado, como, por exemplo, as
sucatas do lar.
Devem ser explorados: as texturas de papéis
variados; os pincéis chatos,
largos, finos e grossos, roliços e com pelos macios ou
duros.
A despeito de ultrapassarem o período da Educação Infantil, as três fases
seguintes têm a finalidade
de oferecer, ao educador,
condições para conhecimento e avaliação mais
abrangentes da criança até
a sua adolescência.
4a FASE – 9 A 11 ANOS
FIGURAÇÃO REALÍSTICA OU PRINCÍPIO DO REALISMO OU REALISMO LÓGICO
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
Há maior consciência do eu e um afastamento do esquema das linhas geométricas.
Na figura humana, há diferenciação dos sexos e as linhas são mais realistas. Aquele esquema
PP-EI-2011-PÁG.27
da fase anterior é modificado. Descobrem-se os planos que existem.
Há relação subjetiva com as cores, com as pessoas e com os objetos; há também uma significação emocional.
27
5a FASE – 11 A 13 ANOS
PSEUDO-REALISMO OU FALSO REALISMO
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
Início da autocrítica, dramaticidade: “não sei fazer”; perda da autoconfiança.
Há necessidade de expressões tridimensionais e há a observação das cores nas mudanças
da natureza.
Fase do questionamento, início da adolescência: anticor.
Na figura humana, apresenta uma atenção especial nas articulações, nas proporções e nas
ações corporais.
6a FASE – 13 A 18 ANOS
REGRESSÃO OU CRISE DA ADOLESCÊNCIA
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE
Consciência crítica mais apurada do que na fase anterior. Há uma preocupação com o meio,
com a cor, com a aparência, com a autoexpressão. Enfoque emocional das experiências particulares, subjetivas. Abstração.
Na representação humana, aparece luz e sombra. Representação das impressões momentâneas, realistas e individuais. Há variação de tonalidades e reflexos.
As cores usadas têm um significado emocional e psicológico. Em torno dos 14 anos, o adolescente deixa de desenhar: a maioria reconhece que o desenho que faz não condiz com a realidade.
Após a maturidade, alguns retornam ao desenho. Para o artista, há o desabrochar.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM PLÁSTICA
Levar a criança a:
• se expressar plastificamente;
• conhecer os materiais pertinentes
para se expressar;
• observar seu desenho e o que ele
representa;
• experienciar todos os materiais
pertinentes que serão utilizados;
• perceber que poderá se expressar utilizando vários tipos de papel e lápis;
• perceber que existem, no mercado, muitos materiais que poderão ser
reutilizados;
• perceber que sucata não é lixo.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM PLÁSTICA
Levar a criança a:
• utilizar todo material básico para esta linguagem;
• observar e utilizar:
• lápis:
• curtom;
• gigantão ou estaca;
• de cera; • pincéis:
• grossos:
• chatos e roliços;
• finos:
• chatos e roliços.
• utilizar vários tipos de papel:
• gramatura 180 branco;
• rafael preto;
• cartolina branca e colorida;
• kraft;
• liso colorido;
• congruado branco e colorido;
• de seda (várias cores);
• crepom (várias cores);
• strong;
• sulfite branco e colorido;
• creative papers;
• camurça etc.
• manusear e utilizar:
• colas:
• branca;
• colorida;
• com glitter;
• plástica;
• utilizar as mãos para rasgar: (1a fase do recorte)
• utilizar tesoura com pontas arredondadas.
• conhecer e perceber as diferenças entre as canetas hidrográficas:
• ponta grossa (para crianças menores);
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• ponta fina (para crianças maiores);
• conhecer e utilizar massas para modelagem:
• argila;
• massa apropriada para criança.
29
O DESENHO PODE REVELAR
A criança que, na Escola de Educação Infantil, teve oportunidade de extravasar, exteriorizar,
colocar para fora tudo o que sentia, certamente reunirá condições muito mais favoráveis de se tornar
um adulto ajustado e feliz. Entretanto, se não lhe foram oferecidas oportunidades de livre expressão,
e ela então se limitou apenas a pintar contornos preestabelecidos e a receber e cumprir ordens do
tipo pinte aqui, contorne ali, essa criança deverá, infelizmente, carregar inseguranças e dependências até a vida adulta, com todas as agravantes decorrentes e inevitáveis.
Face ao ensejo e, independentemente da sequência, estão relacionados, a seguir, alguns
aspectos que poderão ser detectados por meio das atividades que a criança realiza.
• Como está o interior da criança e em qual fase do desenho ela se encontra. Às vezes, ela
está aquém, outras vezes, além da idade cronológica.
• O preto no desenho, não nos detalhes, mas com muita constância, é sinal de urgência.
Deve-se dar oportunidade para a criança colocar para fora o que está sentindo.
• Se o uso da cor preta for esporádico, não há motivo para preocupação, só na hipótese de
se persistir a utilização dela é que os pais serão informados e orientados.
• Se a criança só desenha uma casa, é porque ainda não saiu dela.
• O tamanho do desenho indica, de modo genérico, que criança tímida faz tudo pequeno
ou muito pequeno, e que criança expansiva faz desenhos grandes.
• As cores têm muito a ver com o emocional: na 1ª fase, apenas uma cor é suficiente. Depois,
a criança vai acrescentando outras; na 2ª fase (pré-esquemática), se a criança fizer, por exemplo,
uma copa de árvore azul se deve, não interferir, a cor é emocional.
• A criança tranquila pinta suavemente e a agressiva calca muito o lápis. São necessárias
muitas atividades a fim de que a criança coloque para fora a sua agressividade e equilibre o seu
emocional.
• As figuras humanas desenhadas por uma criança têm sempre o mesmo esquema; em algumas, ela pode acrescentar mais detalhes, mas o esquema é sempre o mesmo.
• Quando o motivo é sempre o mesmo, apesar das técnicas variadas, é porque de algum
modo ele marcou sua vida.
30
• O tamanho, comparativamente, revela muita coisa, por exemplo, o mesmo tamanho para
a casa e a flor, revela a maior importância da flor.
• Desenho de figura humana sem braços pode ser porque “a mãe bate muito”; com a boca
excessivamente grande, pode ser porque “a mãe grita muito”.
• A cautela é indispensável na avaliação de um desenho: se houver frequência, deve-se comunicar internamente e, se necessário, aos pais, mas com a devida orientação.
• Fatos marcantes, como o ataque às Torres Gêmeas (NY), os tsunamis, os furacões, os tufões,
as enchentes, por algum tempo, ganham atenção e motivam os desenhos das crianças.
• Criança “escanteada” desenha em um dos cantinhos do papel. Depois de identificar, devese incentivá-la a reagir positivamente.
• O desenho sujo é assunto de higiene, nada tendo a ver com a expressão artística.
• As letras no desenho indicam interesse por elas. A criança sabe que significam algo.
• Se a criança escrever o próprio nome com letras grandes, é porque deseja deixar a sua
marca naquilo que fez ou está fazendo.
• Ultrapassar a margem da folha é positivo: sinal de criatividade e autoconfiança.
• Desenhar antena ou fumaça na casa é sinal de que sabe que lá dentro existe vida.
• Sol no desenho indica a presença marcante do pai na vida da criança.
• As atividades de expressão artística acontecerão logo após uma atividade de aquisição de
conhecimentos — histórias, palestras etc. —, para que seja possível uma associação do novo com
o já visto (às vezes, isto não ocorre).
• Tudo será planejado com antecedência, nada de improvisações.
• O material será nomeado — nome correto de tudo que será usado — e experienciado individualmente pelos alunos, para a análise detalhada de cada um: se for uma lixa, deixar que sintam
a aspereza e o formato; se for um pincel, fazer com que sintam o pelo (macio ou duro) e o cabo
(tipo e formato).
• Deve-se ter conhecimento das fases do
desenho infantil, principalmente da fase que corresponde à faixa etária em que está trabalhando.
• O nome do aluno deve ser escrito no verso
dos trabalhos de arte e o que a criança disser que
desenhou também poderá ser registrado no mesmo local.
• As técnicas executadas poderão estar
sempre de acordo com os eixos temáticos ministrados no mês. Por exemplo, Escola: a técnica será
giz de lousa, colagem de aparas de lápis etc.
• O tamanho correto das folhas é fundamental – 30 cm x 40 cm é o ideal –, pois a criança
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não apenas necessita de espaço para se expressar,
como também não tem controle como o adulto.
• As texturas serão descobertas pelas crianças.
31
• O ambiente será tranquilo e motivador, para que as crianças
tenham liberdade de pintar ou fazer o que quiserem, passando para o
papel o que cada um tem dentro de si.
• Nunca interferir quando a criança está criando.
• Nunca dizer a ela o que fazer e quais cores usar.
• Jogar fora todos os moldes preestabelecidos; eles não serão utilizados nessas atividades de expressão.
• Quanto menor a criança, menor será o seu tempo de concentração. A atividade deve ter o tempo apropriado — menor ou maior —
conforme a idade.
• Nunca desenhar na frente dos alunos, isto limita o traço.
• Deve-se ter conhecimento prévio de todos os tipos de papel. A
atualização é fundamental.
• Atualização também em relação aos demais materiais, como os de desenho e os de pintura, por exemplo: lápis de cor sextavado, que é adequado para o 2º estágio da Educação Infantil;
lápis aquarela, caneta de escrever em papéis lisos plastificados, vidros, lápis triangular etc.
• A apreciação de um trabalho de arte é um problema muito sério:
• cada pessoa tem sua própria linguagem plástica e é difícil a avaliação;
• é recomendável que essa avaliação seja oral, sempre com palavras de incentivo;
• ao final de cada ano letivo, o educador conhecerá o tipo de linguagem plástica de cada
aluno;
• na verdade, entendemos que o trabalho de arte, na escola, não pode ser avaliado, e toda
criação deve ser respeitada;
• após a realização de um trabalho, pode ser pedido à criança que conte o que desenhou
ou pintou.
• Ao detectar problemas que a criança revele por meio das atividades de expressão, jamais
comentar algo com ela ou perto dela. Quanto aos pais, só informá-los se houver constância nos
motivos que são expressos pela criança.
• Jamais colocar todo o material misturado para ser usado, poderá haver pertinência do material a ser utilizado com as unidades temáticas enfocados a cada mês.
• Sempre que possível, compare os desenhos apresentados com os que a criança fez anteriormente. Nunca compare com os desenhos de outra criança. Nessa observação, vá registrando os
progressos, podendo atentar para as dificuldades, emocionais ou não, que serão reveladas através
do que a criança apresenta.
• O material será colocado em ordem para que as crianças tenham liberdade de escolher e
utilizar o que quiserem.
• Ao final da aula, é muito importante a “operação limpeza”, um hábito que deve ser ressaltado e introduzido na vida de cada um.
• Ter sempre em mente que a realidade da criança é diferente da do adulto.
Esses procedimentos relacionados são recomendados como um sumário de atitudes básicas,
que serão incorporados ao dia a dia do trabalho do educador, no mínimo, como uma fonte permanente de consulta.
32
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
• OUTROS ELEMENTOS DE TRABALHO
São diversos os modos, maneiras e processos por meio dos quais a criança se expressa livremente ou mediante estimulação, mas é na Linguagem Plástica que ela pode criar e recriar a sua
própria obra, e o educador pode acompanhar seu progresso.
Com igual destaque, há de ser registrado que todas as crianças são capazes de se expressar
livremente e de forma original quando não sofrem pressões ou inibições por parte do adulto.
A Linguagem Plástica é concretizada na Educação Infantil por intermédio de artes ou atividades plásticas, como o desenho, a pintura, a modelagem, o recorte e a colagem, a montagem e as
dobras livres; mas tem também como elementos de trabalho:
a) expressão corporal – danças espontâneas, mímicas, movimentos e ritmo;
b) expressão teatral – fantoches, bonecos, teatro de sombra e de bonecos, recitação,
pecinhas ou diálogos criados pela própria criança e dramatizações livres;
c) criatividade – precisa ser estimulada, e o educador, dentre outras coisas, saberá aceitar as observações e os questionamentos feitos pela criança, bem como as respostas diferentes e
criativas.
O educador estará preparado para ajudar a criança a explorar a criatividade e para valorizar
a obra por ela criada, sem que sejam estabelecidas comparações entre os trabalhos das crianças:
todos valem igualmente.
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• APLICAÇÃO DE RECURSOS / MATERIAIS UTILIZADOS
Tesouras:
• com pontas arredondadas para:
• recorte e colagem para atividades livres;
• para técnicas variadas.
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Lápis:
• curtom para crianças menores;
• giz de cera para os 1o e 2o estágios;
• de tamanhos diferenciados e de acordo com cada sala (gigantão);
• pastel;
• carvão;
• preto. (para o 2o Estágio).
Canetas:
• hidrocores:
• grossas para crianças menores;
• finas para crianças maiores.
Pincéis:
• chatos e largos no início;
• introdução de chatos mais estreitos;
• roliços grossos e finos;
• de pelos macios (marta) e mais duros (bovino);
• de cabelos humanos;
• com tiras de feltro etc.
Papéis:
• brancos gramatura 180 gramas:
• para pintura;
• para recorte e colagem;
• para técnicas variadas;
• kraft:
• pintura;
• recorte e colagem;
• colagem de tiras de papel colorido etc.
• seda:
• para recorte e colagem;
• para amassar e desamassar;
• para colagem etc.
• cartão ou cartolina:
• para recorte e colagem;
• camurça:
• para pintura;
• para recorte e colagem.
• espelho liso ou dobradura:
• para dobras livres;
• para dobraduras;
• para técnicas variadas.
• rafael preto:
• para recorte e colagem;
• para pintura.
• creative papers:
• para recorte e colagem.
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PHOTOEUPHORIA / DREAMSTIME.COM
• nacarado
• para o fundo;
• para amassar e desamassar;
• para colagem.
• lixa:
• para pintura com:
• curtom;
• tintas;
• cola plástica atóxica;
• carvão;
• giz branco.
• strong:
• para pintura:
• curtom;
• recorte e colagem.
Colas:
• para colagem com:
• botões grandes;
• figuras;
• sucata miúda;
• sobras de aniversário;
• sinhaninhas, rendas etc.;
• retalhos de tecidos;
• papéis de várias texturas;
• fios variados;
• chá usado e seco;
• palitos e pazinhas de sorvete;
• conchinhas etc.
Tintas:
• guache;
• pintura a dedo;
• aquarela;
• nanquim;
• fabricadas pelas crianças com:
• legumes e hortaliças;
• papel crepom com água;
• anil com água;
• terra com água.
Massas:
• para modelar:
• de sal;
• com cola e amido de milho;
• barro de olaria;
• papel machê.
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• TÉCNICAS
Papel branco gramatura 180 gramas
• Molhar com água toda a extensão da folha de papel. Pintar com nanquim e pincel grosso,
somente os contornos: o efeito será surpreendente.
• Pingar, com conta-gotas, guache ralo e de várias cores. Ir virando a folha de papel para que
a tinta faça caminhos diferentes.
• Pintar o verso de uma folha
natural com guache e, em seguida,
comprimi-la em uma folha de papel:
ficarão impressas as nervuras da folha
— ou pelo menos de maneira mais
nítida — uma vez que elas são mais
salientes.
• Desenhar no verso do estêncil sobre uma folha: lavar o desenho
todo.
• Colar vários tipos de sementes.
• Pintar o fundo com a cor escolhida pela criança. Colocar fios curtos de barbante no guache:
várias cores. A criança colocará fios, à vontade, sobre o fundo pintado e, com um rolo, imprimirá
deixando marcas no papel.
• Pintar com guache o motivo principal. Cobrir o restante do papel com nanquim. Lavar o
trabalho.
• Desenhar com velas. Cobrir toda a extensão com água e anil.
• Tinta fabricada com legumes e água, batidos no liquidificador.
• Giz de lousa molhado no leite.
• Pintura a dedo. Com pente, deslizar no papel com movimentos livres e espontâneos.
• Pintura com água e terra — tinta fabricada pela própria criança, como fazia Leonardo da
Vinci. Usar pincel adequado.
Papel branco gramatura 75 gramas
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• Recortar a dedo. Iniciar com figura grande. Colagem.
• Esfregar sobre o papel folhas naturais grossas, de várias cores.
• Desenhar com carvão.
• Recortar a dedo com creative papers. Colar montando uma cena.
• Amassar retalhos de crepom, formando bolinhas e colar.
• Colar sucata miúda.
• Desenhar com lápis de cor.
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Papel kraft
• Recortar e colar tiras de revistas coloridas.
• Colocar folhas naturais sob folha de sulfite e, com curtom deitado, pintar.
• Desenhar com cola: direto do tubo e cobrir com areia. Depois de seco, pintar com guache.
• Colar:
• grãos;
• cascas de ovos quebradinhas;
• dobraduras.
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Papel cartão ou cartolina
• Preparar a tinta guache na textura média. Pingar sobre o papel e assoprar.
• Rasgar papéis de várias texturas: colagem.
Papel rafael preto
• Desenhar com cola, diretamente do tubo e cobrir com areia.
• Recortar e colar:
• folhas de papel jornal;
• folhas coloridas de revistas;
• papel laminado, apenas na época do Natal.
Papel strong
• Colar:
• tiras de papel colorido de revista;
• papéis rasgados de várias texturas;
• sucata miúda.
• Desenhar com canetas hidrocores.
Papel lixa de madeira fina
• Desenhar e pintar com:
• curtom;
• cola plástica;
• giz de lousa colorido;
• giz branco.
Papel de seda
• Colar sobre uma folha de papel 40 quilos. Molhar o cotonete na água sanitária e desenhar, mas antes os alunos terão sido preparados.
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Montagem
• Com sucata miúda, pintar com guache após a secagem.
Dobras livres
• Com papel liso, colorido, em quadrados (10 x 10 cm), dobrar e recortar livremente. Desdobrar e colar a toalhinha sobre outro papel.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
A Linguagem Plástica, sem dúvida nenhuma, necessita de um estudo apurado, que pode ser
complementado com outras fontes para que o educador sinta-se seguro no seu fazer pedagógico.
No final de cada ano, o educador conhecerá a expressão plástica de cada aluno, não necessitando de nenhuma palavra escrita. Cada um tem a sua própria linguagem plástica tornando-a única
e especial.
“O desenho é uma expressão rica de intenções.”
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José Dario Perondi, Dinorah Sanvitto,
Dinorah Sanvitto Tronca, Flávia Zambon Tronca
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MONKEY BUSINESS IMAGES / DREAMSTIME.COM
2 – LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
INTRODUÇÃO
Linguagem oral, em definição simples e direta, é a forma pela qual utilizamos palavras e frases
para nos expressarmos verbalmente e comunicar ou transmitir a outra pessoa os nossos pensamentos e emoções.
A criança percebe e se comunica, mas só quando encontra um ambiente adequado. Tal
comunicação verbal constitui-se numa linguagem, representada por um conjunto de signos estruturados por meio de um código pessoal, por meio do qual a criança faz gestos, compõe imagens,
faz imitações e mímicas.
Essa linguagem começa a se delinear nos primeiros meses de vida. No início, a criança emite
sons que são produzidos naturalmente e, aos poucos, ela vai balbuciando algumas sílabas (ma, pa
etc.) até que haja o início da fala, que normalmente acontece em torno dos 18 meses.
O uso da chupeta não é recomendável porque, com ela na boca, a criança perde a oportunidade de experienciar os sons que irão estruturar a sua futura fala.
Se a criança teve estimulação e vivências em casa, ao chegar à escola já verbaliza algumas
palavras: “mamã”, “papa” e “aga” são algumas delas. Todavia, como esse vocabulário ou repertório oral é restrito, a criança será estimulada a se expressar. Tais estímulos podem ser bem variados e
programados para que surtam resultados positivos, eficazes e perceptíveis.
Se é sabido que, quanto menor a criança, mais ela percebe a comunicação não verbal das
pessoas em torno dela, cabe também ao educador, afora a simpatia pessoal, facilitar a criação
de condições favoráveis para que a criança não tenha inibições e inicie, de modo normal, o seu
processo de comunicação verbal.
A relação que existe entre a linguagem e o pensamento merece atenção: esse é um instru-
40
mento indispensável para a linguagem oral iniciar-se de modo correto. Aos poucos ela vai adquirindo as quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e futuramente escrever.
“O trabalho com a linguagem constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua
importância para a formação do sujeito, para interação com as outras pessoas, na orientação das
ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
Convém ressaltar que, no início, a linguagem é egocêntrica e figurativa porque a criança não
é capaz de separar a ação do pensamento: ela usa a linguagem egocêntrica sem se perturbar com
ela mesma e não se preocupa se estão ouvindo ou não. Após a socialização — quando descobre
o outro, ou seja, as pessoas que a rodeiam — começa a fase dos porquês. Ela pergunta sobre tudo.
O adulto estará preparado para, pacientemente, responder às perguntas, lembrando que as
respostas são muito importantes, pois, por meio delas, a criança construirá o seu conhecimento, que
é forjado nos anos iniciais da vida. Assim, aos poucos, o conhecimento vai sendo sedimentado.
As fases existem normalmente, porém existe variação de criança para criança, dependendo
dos estímulos recebidos.
Os obstáculos que aparecem podem criar problemas, mas a criança será sempre motivada a
verbalizar, evitando-se ao máximo dizer não a ela — existem estudos sobre quantos “nãos” a criança
recebe (que não a ajudam em nada), trata-se de um número assustador.
Para estimular o pensamento, é preciso orientar a observação da criança, que é mínima nos
anos iniciais. Essa observação é muito importante, pois a criança está numa fase de descoberta de
si mesma e do mundo que a cerca.
Pela observação acontecerá a comparação e, quando a criança compara coisas e objetos,
tem a oportunidade de conhecer melhor o que foi observado e, então, ocorrem “operações mentais” que são fundamentais para sua vida futura.
A imaginação da criança é muito rica e necessita de estímulo, em sala de aula ou fora dela,
durante todo o período da Educação Infantil.
O educador precisa saber que, para a criança se comunicar, existe um processo, um meio
para que isso aconteça.
Processo de Comunicação
EMISSOR
Palavras
Frases
Orações
Textos
Ouvir
Ver
Ler
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Falar
Desenhar
Escrever
RECEPTOR
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“Aprender a falar, portanto, não consiste apenas em memorizar sons e palavras. A aprendizagem da fala pela criança não se dá de forma desarticulada com a reflexão, o pensamento, e a explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos.” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
Conhecendo esse processo, o educador ajudará a criança a ser boa receptora e boa emissora.
O vocabulário é muito importante e há sempre a contribuição do educador para que ele seja
enriquecido em todas as oportunidades que surgirem: o trabalho tem de ser contínuo, abrangente e
constante. Mas a fala do educador será de acordo com o nível de entendimento da criança para
que haja melhor compreensão do que está sendo verbalizado.
“A construção da linguagem oral não é linear, ocorre em um processo de aproximações sucessivas com a fala do outro, seja ela do pai, da mãe, do professor, dos amigos ou aqueles ouvidos
pela televisão, rádio etc.” Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
LETRAMENTO
Com o advento das modernas tecnologias, a maneira de pensar, em relação à leitura e à escrita, transformaram-se consideralvelmente. Muitos teóricos postulam diferentes concepções diversas
a respeito do letramento, alguns chegam a afirmar que é sinônimo de alfabetização. Porém, Leda
Tfouni (1995) em sua obra "Letramento e Alfabetização" explicita concepçoes de alfabetização e
de letramento. Segundo a autora, o letramento pertence não somente aos sujeitos que adquiriram
a tecnologia de ler e escrever, como também àqueles que não a adquiriram. Distingue bem os termos alfabetização e letramento quando diz: "Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da
escrita por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócios-históricos
da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade".
Para Kleiman (1995), "letramento é um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos para objetivos específicos", Kleiman considera que a leitura e a escrita fazem parte de atividades sociais, tais como ler um
manual ou pagar contas. "O conceito atual de letramento, implica competências para usar a leitura
e a escrita, não basta alfabetizar: é preciso alfabetizar letrando!" (Kleiman Leda Verdiani Tfouni).
WAVEBREAKMEDIA LTD / DREAMSTIME.COM
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
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Por meio da dedicação e do trabalho do educador e do processo apropriado, essa linguagem de expressão levará a criança a:
• utilizar a oralidade para criar sistemas elaborados de comunicação;
• ter oportunidades variadas e múltiplas para que a sua capacidade de pensar e de expressar
ideias seja desenvolvida;
• ampliar sua capacidade de criação;
• enriquecer o repertório oral e favorecer a sociabilização, a compreensão de recados, avisos
e comunicações e o entendimento de fatos que estão ocorrendo;
• ter oportunidades de corrigir os erros de pronúncia, concordância etc.;
• desenvolver a atenção, a observação e a memória, que lhe permitirão fazer comunicações,
interpretações e compor histórias;
• desenvolver as habilidades necessárias à aprendizagem da leitura e à aprendizagem da
escrita.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
Levar a criança a:
• desenvolver gradativamente a sua habilidade verbal;
• ampliar o seu repertório oral;
• vivenciar atividades que desenvolvam a oralidade;
• desenvolver a capacidade de atenção para aprender a ouvir, para depois verbalizar;
• desenvolver habilidades necessárias para efetivar:
• produções orais;
• jogos de rima;
• adivinhações;
• quadrinhas;
• trava línguas;
• exercitar a memória;
• estimular:
• a imaginação;
• a observação;
• a concentração para que possa observar, para depois verbalizar o que foi observado.
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DENNYS82/DREAMSTIME.COM
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
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Na sequência, destacaremos e detalharemos algumas orientações didáticas que consideramos essenciais e que podem servir de auxílio e de colaboração para os educadores que militam na
área de Educação Infantil.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
• CONVERSAS FORMAIS E CONVERSAS INFORMAIS
São conversas que o educador terá, com palavras simples, bem à altura do conhecimento
próprio da idade da criança, não sendo limitadas “nas rodas de conversa”, mas sim em todos os
momentos que forem necessárias.
Nessas conversas, formais ou informais, são tratados assuntos do dia a dia sobre acontecimentos que interessarão às crianças.
Como a concentração é mínima, no início, as conversas serão rápidas e motivadoras.
Nas salas mais adiantadas, as conversas poderão acontecer no início da aula.
As perguntas podem ser feitas para que a criança se acostume a verificar e a lembrar fatos
acontecidos.
A criança terá oportunidade de contar, de falar de si; se isso não ocorrer, a indisciplina será
uma constante na sala.
O educador é uma peça importante, um estimulador das conversas, encaminhando o assunto à finalidade desejada, isso, nas conversas formais, e em todas as outras oportunidades.
• HORA DA NOVIDADE
Essa atividade será efetivada no início da aula. Após entrarem na sala, as crianças são convidadas a sentarem-se no chão, e o educador poderá sentar-se em uma cadeira baixinha ou também no
chão. A atividade será iniciada com perguntas sobre o que de novo cada criança tem para contar.
Essa atividade é um momento de aprendizagem e descobertas e visando a que a criança se
expresse com clareza; é preciso que cada uma tenha sua vez de falar para que os colegas tomem
conhecimento das novidades.
As crianças terão oportunidades de fazer perguntas quando não houver ninguém falando. O
educador poderá contar também as suas, lembrando que novidade é algo novo: acontecimento
do dia ou da véspera.
Depois de todos terem falado, deverá ser preparado algo diferente, como algumas das sugestões que seguem:
• assoprar penas;
• bolhas de sabão: detergente com canudinhos;
• apresentação de instrumentos musicais, que as crianças
terão oportunidade de apalpar, assoprar, manusear, percutir, conhecendo, assim, cada um deles;
• apresentação de blocos lógicos: material para o uso da linguagem matemática;
• concurso de caretas em frente a um espelho. Antes de iniciar
esse concurso, o educador proporá uma atividade como passar a
língua no céu da boca, nas bochechas, nos dentes de baixo, nos de
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cima e, na “porteirinha”, se houver alguma criança sem dentes, e também dobrar a língua; só após
esse preparo é que cada criança fará a sua careta e, no final, todos ganham palmas;
• qual é a música? O educador cantarola com “lá, lá, lá” músicas conhecidas das crianças
ou com a boca fechada ou ainda com a sílaba que está sendo aprendida na fase de alfabetização
(2o estágio);
• passeio imaginário, de acordo com o eixo de trabalho. De olhos fechados, elas irão imaginando o local, o que encontram nele etc., conforme o que disser o educador;
• passeio pela sala: riscar no chão o caminho, a ponte, o rio e, para cada criança, dar uma
“mala de mentirinha”, e, enquanto ela passeia, o educador vai descrevendo o caminho e dramatizando com gestos, com saltos para que, além de aprender, se divirtam;
• colocar dois fios de barbante presos no chão — saída e chegada da “corrida”. Os aviões
de dobradura serão soprados pelos alunos para ver qual chega primeiro: para crianças maiores
(2o estágio);
• dentro de uma caixa, colocar um objeto qualquer, pertinente ao assunto. As crianças terão
de adivinhar o que há dentro, pegando a caixa e percutindo, até que alguma criança descubra;
alguns exemplos: um pintinho vivo, palitos de fósforos, arroz, feijão, moedas e brinquedos pequenos;
• exploração de sons: com potinhos de plástico com areia, com grãos, com pedrinhas ou
com macarrão cortado etc.
• mímica;
• estátuas;
• brincar com ímãs;
• equilibrar caixas, livros etc.
• com sacos de supermercado, improvisar máscaras — abrir a boca e os olhos — e cada
criança será o que quiser, por exemplo, soldado, rei, rainha, palhaço etc.; a máscara poderá ser
levada para casa, no fim do período;
• em uma folha branca comum, “fazer um desenho para a mamãe”; fazer isso várias vezes em outras
oportunidades, não seguidas, e, quando a criança tiver
cinco ou seis desenhos, colocar uma capa, grampear
e mandar de presente para a mãe;
• passeio imaginário ao aeroporto, a um supermercado, a um shopping etc.;
• fabricar “tintas” com legumes e verduras para
serem usadas numa atividade do dia;
• com crepom e água, fabricar “tintas” para as
pinturas do dia;
• anil e água podem ser preparados para pintar;
• campeonato de blocos de madeira: o educaPP-EI-2011-PÁG.45
dor ajudará na construção — o mais alto, o mais baixo
e o mais bonito;
• pesar e medir os alunos;
• separar botões, pedrinhas etc.
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A esses exemplos poderão ser acrescentados muitos outros,
cabendo ao educador ser criativo para que os alunos tenham
oportunidades diversas de aprender, divertir-se, verbalizar e descobrir.
• HORA DA HISTÓRIA
Trata-se de um dos momentos mais férteis e produtivos, pois
a criança, prazerosamente e sem perceber, adquire conhecimentos e enriquece o próprio mundo infantil. Para esse momento
tão especial, o educador poderá:
• formar uma roda com as crianças sentadas no chão ou
em cadeirinhas; o educador também se sentará em uma cadeirinha ou no chão;
• verificar se as crianças estão voltadas para o educador e não para a porta, evitando assim
distrações que causam a desconcentração;
• com voz tranquila e “volume” que as crianças ouçam, pedir silêncio para iniciar;
• começar a contar a história escolhida após todos estarem quietos: “quando uma pessoa
fala, a outra escuta”, é uma norma desejável que adquirida desde a tenra idade.
A história a ser contada necessita de um preparo — ter sido lida anteriormente —, pois:
• as palavras difíceis deverão ser trocadas por sinônimos, de acordo com o grau de entendimento das crianças;
• necessitará também de uma análise sobre o vínculo com os eixos de trabalho que estarão
sendo trabalhados;
• poderá haver um enriquecimento de conhecimentos para a criança construir o seu saber.
A hora da história será motivadora, levando a criança a usar sua imaginação, a se identificar
com algum personagem ou, ainda, a questionar-se, fazendo correlações e associações com situações similares vividas por ela.
Quanto à adequação das histórias, iremos salientar que, além de estarem dentro do contexto
estudado, terão durações diferentes para cada faixa etária:
• para o curso Maternal I e II, os livros conterão poucas palavras, figuras grandes e bem
simples, sem muitos detalhes — os mais indicados são os livros sem palavras; conhecendo o livro anteriormente, o educador poderá explorar cada cena apresentada, procurando tirar todo o proveito
necessário. O enredo será curto, lembrando que nesta faixa — 2 a 4 anos — de 5 a 7 minutos é o
tempo adequado;
• para o 1o estágio — 4 a 5 anos — os livros escolhidos serão do tamanho grande, as figuras
também serão grandes com alguns detalhes, e o enredo não será tão curto como na fase anterior.
O tempo nessa faixa será de 10 a 12 minutos, mais ou menos;
• no 2o estágio — 5 a 6 anos — os livros poderão ser menores, com mais figuras, e com o
enredo um pouco ampliado. Nessa fase, o tempo ideal será de 10 a 15 minutos;
• A partir do 2º semestre, os livros podem ser de tamanho médio, com figuras mais detalhadas
e o enredo poderá ser mais longo; o livro escolhido estará dentro do contexto e a história poderá
ser lida em capítulos. O tempo ideal para essa etapa será de 10 a 20 minutos, ressaltando-se, nessa
fase, a importância do autor, da ilustração e da edição.
46
No caso da leitura, o educador poderá, conforme o enredo do texto, modular a voz, para
criar um clima de expectativa e fazer com que as crianças se interessem por conhecer os fatos que
compõem a história.
As histórias contadas são também muito bem aceitas pela criança. Apesar de ser uma estratégia bem antiga, não será esquecida. Com entonações diferentes, o educador irá narrando a história
e motivando o interesse da criança para ouvir e aprender, ampliando, assim, o vocabulário dela e
fazendo com que perceba o que está acontecendo.
Os contos de fada fascinam as crianças. O interesse pelo “Era uma vez” é irresistível, ele leva
a criança a imaginar e a sonhar algo maravilhoso, às vezes impossível, tornando-a mais sensível. Tais
momentos de sonho e enlevo são importantes para a vida da criança. Existem muitas coleções atualmente reeditadas que podem ser utilizadas com certa frequência, na faixa de 4 a 6 anos.
Outro recurso válido e interessante é colocar um fantoche ou um boneco para contar a história
escolhida, podendo ele permanecer, no restante do dia, dando ordens para lanches, atividades etc.
O boneco terá sempre o mesmo nome para não confundir a criança.
Há outras formas importantes de exploração do livro de histórias. As crianças, agrupadas em
um lugar tranquilo, poderão contar a história para o educador, apenas vendo as ilustrações. Além de
divertido é bem enriquecedor. Depois disso, o educador lerá para os alunos o que o autor escreveu.
Para todos os tipos de histórias lidas ou contadas haverá, no fim, uma recapitulação por meio de
perguntas simples e pertinentes, para que o aprendizado dos ouvintes, no caso as crianças, ocorra. O
local poderá ser variado: embaixo de árvores, num canto, numa escada sem movimento etc. As regras
serão obedecidas a fim de que a atividade contribua para a aquisição de novos conhecimentos.
Sempre que o educador perceber que a história lida ou contada não está interessando à criança, ele mudará imediatamente de atividade e, no fim do dia, avaliar se o preparo foi ineficiente, se o
vocabulário estava em desacordo com a idade ou se ocorreu outro fator a ser identificado.
Nas classes iniciais, pode-se inventar uma história junto com as crianças, colocando-se gravuras num flanelógrafo: isopor com alfinetes — exemplo: figuras que representem pai, mãe, crianças,
brinquedos e animais de estimação. Se houver interesse, em outra oportunidade, acrescentar outras
figuras deixando a história mais longa; é importante que ela seja inventada pelas próprias crianças.
Sempre que possível, após essa atividade, a criança poderá ter acesso a uma folha (30 cm x 40 cm)
e desenvolverá qualquer técnica escolhida — curtom, guache, giz etc.—, para que o educador observe se
houve ou não associação com algum fato ocorrido durante a história.
Uma pequena dramatização é muito salutar porque assim, além de ouvir, as crianças vivenciarão a história, que passará a fazer parte do seu conhecimento.
Os livros e as coleções serão atualizados anualmente para que haja reciclagem e modernização na atividade.
As lendas, as parlendas, os trava-línguas e as adivinhações, podem ser utilizados durante todo o ano letivo e, no mês de agosto, quando
é comemorado o folclore, dar a eles um realce especial.
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Quanto aos filmes infantis, haverá uma prévia preparação, porque,
normalmente, são longos, e a concentração das crianças fica em desacordo com a duração deles. Caso o educador considere importante, fará
um trailer verbal, para que os alunos se sintam motivados a assistir ao filme.
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• PALESTRAS
Sem dúvida, as palestras são outro meio importante para
a criança obter conhecimentos novos e mais abrangentes. Elas
serão sempre bem preparadas com cartazes, figuras bem adequadas à idade, com os objetos e com os livros pertinentes, para
que a criança, além de ouvir, visualize coisas novas e desconhecidas para ela.
Nas classes iniciais, tudo será no concreto, pois, nessa faixa,
ela poderá apalpar, tocar e manusear o que lhe for apresentado.
Os cartazes serão apresentados na medida em que forem
sendo mostrados e podem permanecer no lugar até o final do
período.
Os locais das palestras poderão ser variados e de acordo
com o que vai ser ensinado. Exemplos: plantas: embaixo de árvore ou em volta de canteiro; construção: perto dos pedreiros trabalhando. Deixar que olhem bem o local. O educador orientará
as crianças para que observem tudo o que as rodeia e, depois
que se sentarem, começará a palestra. Logicamente, nesse tipo de atividade não há necessidade
de outro material.
Os cartazes serão atualizados, anualmente, pois existem no mundo muitas novidades que
necessitam ser mostradas, para que a criança aprenda e introduza o conhecimento em sua vida.
As revistas serão atuais a fim de que as consultas e as figuras que serão retiradas para a confecção de cartazes possibilitem uma reciclagem constante e tornem o desempenho do educador
melhor e mais eficiente.
• JOGOS DE RIMAS
São “joguinhos” orais de que as crianças gostam muito. É uma atividade muito enriquecedora,
pois é, sem dúvida, um momento de descobertas.
Quando o educador verbaliza, ele emite sons que, aos poucos, vão sendo diferenciados pelas
crianças, quando a oralidade será trabalhada.
Nessa atividade, haverá um trabalho anterior, feito pelo educador, de palavras que rimam. É
muito difícil ter em mente todas, então, quando não há preparo, podem existir momentos, por parte
do educador, de titubeios, que não seriam recomendáveis ocorrer.
As rimas no início são as mais simples: rima pobre, de substantivos com substantivos. Para as
classes mais adiantadas, as rimas podem ser mais complexas: ricas, de substantivo com outras categorias de palavras.
Exemplos de rimas:
• pobre: pão, sabão, cordão etc;
• rica: dizia e Luzia; fiz e juiz etc.
Os sons das palavras aos poucos vão sendo distinguidos para que, futuramente, as crianças
possam reconhecer fonemas, hiatos, ditongos etc. É uma preparação para as fases futuras da oralidade.
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• QUADRAS E POEMAS
Nesta atividade, a criança terá oportunidade de desenvolver e exercitar a memória. Com esse
treinamento, ela memorizará, no futuro, muitas outras coisas, como fórmulas, datas etc.
Nas etapas iniciais, ensinar quadrinhas bem fáceis e, conforme as crianças forem memorizando-as, ampliar o exercício com poemas, isto já na última etapa, a de 5 anos. Exemplos:
• Para salas iniciais (2 a 4 anos)
DAVID JOHNSON / DREAMSTIME.COM
Quadrinhas
FICA NA PONTA
DE UM PALITO,
O GOSTOTSO
PIRULITO.
A ABELHINHA ZUMBE, ZUMBE
SEM PARAR,
ESTÁ SEMPRE PRONTA
A TRABALHAR.
• Para salas de 1o estágio (3 a 4 anos)
Poemas
Quem fez?
A borboleta
Eu já sei contar
ADIVINHE, SE PUDER
A RAINHA
EU JÁ SEI CONTAR
QUEM FEZ O CÉU?
DOS INSETOS
1, 2, 3, 4, 5
DE DIA O SOL
É A DONA
E COM OS MEUS DEDOS
Á NOITE A LUA
BORBOLETA.
EU BRINCO.
E AS ESTRELAS?
QUEM FEZ?
COM SUAS ASAS
1 – MINDINHO
ADIVINHE, SE PUDER.
COLORIDAS
2 – SEU VIZINHO
VAI VOANDO, VOANDO
3 – PAI DE TODOS
E A NATUREZA,
4 – FURA BOLO
ENFEITANDO.
E COM O 5o,
EU MATO PIOLHOS.
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49
• Para salas de 2o estágio (4 a 5 anos)
O ninho
AQUELA PEQUENA
SEMENTE,
FOI ENTERRADA
E DEPOIS
CRESCEU, CRESCEU
A minha casa
EU MORO
NUM SOBRADO
É TÃO ALTO
QUE FICA
PERTO DO CÉU
DEPOIS DE UM
NELE MORAMOS
TEMPÃO,
PAPAI, MAMÃE,
EM SEUS GALHOS
MEUS IRMÃOS
O PASSARINHO
E EU.
FEZ O SEU NINHO.
QUER CONHECER
ONDE EU MORO?
APAREÇA
EU TEREI MUITO PRAZER
EM LHE RECEBER
Na fazenda
LÁ NA FAZENDA
EU GOSTO DE OBSERVAR
QUANDO O GADO SAI
DO CURRAL, PARA PASTAR.
À TARDE QUANDO VOLTAM
É UM MU,MU, MU
A SE ESCUTAR
SE RECOLHEM
E FICAM ABRIGADOS
PARA DESCANSAR.
A minha casa
As quadrinhas e os poemas podem ser dramatizados, pois, além da linguagem oral, há o interagir com a
linguagem plástica — teatral.
Além das dramatizações, o coro falado é um tipo
de atividade que é bem aceito pela criança. É um ótimo
instrumento para a desinibição e a ampliação do vocabulário.
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NÃO HÁ MELHOR LUGAR,
PARA EU ESTAR.
DENTRO DELA,
TENHO TUDO QUE PRECISO,
ABRIGO, ALIMENTO
E MUITO, MUITO CARINHO.
NA MINHA CASA
MINHA FAMÍLIA ESTÁ
E MAIOR ALEGRIA
E MAIOR ALEGRIA
QUE ESSA, NÃO HÁ.
Os poemas e as quadrinhas devem ser escolhidos sempre de acordo com o tema de estudo
do mês.
Lembrete: Essas atividades levam a criança a ter autoestima e ampliam consideravelmente o
conhecimento da gramática e das estruturas básicas da língua portuguesa.
• RECADOS
Esse tipo de atividade não tem um momento específico para ser realizada. Nas salas iniciais,
os recados a serem transmitidos pelas próprias crianças terão apenas uma ordem. Assim, a criança
memoriza e verbaliza o que ouviu, transmitindo corretamente o recado.
Nas salas poderá haver vários “telefones”, feitos com latas e barbantes, para que, durante algumas atividades, as crianças brinquem de dar recados umas para as outras.
Em maio, quando os meios de comunicação serão trabalhados, os telefones podem ser usados mais amiúde.
As atividades serão prazerosas, uma vez que terão resultados positivos, na Linguagem Oral.
A criança terá oportunidades variadas para aprender a comunicar-se com clareza e com
precisão. As respostas serão trazidas ao educador, para que ele perceba se a ordem foi ou não
cumprida.
• PRANCHAS DIDÁTICAS
1. “LER IMAGENS"
Essas pranchas fazem parte do material. Outras pranchas são organizadas pelo educador. O
tamanho ideal é de 20 cm × 30 cm, de fácil manuseio. As pranchas são feitas com gravuras e bem
de acordo com cada faixa etária.
Para o Maternais fase 1 e 2, de 2 a 3 anos, são figuras bem nítidas e sobre vários assuntos que são
apresentados no material mensalmente.
Para o 1o Estágio da Educação Infantil, de 3 a 4 anos, essas pranchas didáticas que estão
apresentadas mensalmente de acordo com a unidade temática.
Para o 2o Estágio, de 4 a 5 anos. Mensalmente essas pranchas didáticas estão apresentadas
no material didático mensal. Outras pranchas didáticas poderão ser confecxionadas pelo educador,
PP-EI-2011-PÁG.51
veja alguns exemplos:
51
Inventar outras e graduar as dificuldades com mais letras e menos figuras.
No 2o Estágio poderá haver outros tipos de pranchas como os exemplos abaixo:
Antes do início dessa atividade, expliquer bem como ela será, o que representa e o que as crianças
farão. Peça atenção!
Algumas pranchas didáticas fazem parte do material, o que não impede que outras possam
ser elaboradas.
2. DESENVOLVIMENTO DO REPERTÓRIO ORAL
O vocabulário da criança é restrito e são necessárias oportunidades para que sua oralidade
seja trabalhada e assim ela possa verbalizar, com maior clareza, o que vê e o que sabe.
O educador poderá organizar outras pranchas didáticas de 15 cm × 22 cm, no tamanho
adequado ao manuseio para que a criança tenha outras oportunidades além das apresentadas no
material.
As figuras serão bem escolhidas, bonitas, coloridas e quanto menor a criança, maior as figuras
serão; serão no início, sem muitos detalhes e com contornos bem delineados.
As pranchas didáticas também podem ser feitas por assunto e serão várias que:
• serão “lidas” pelo educador, após breves momentos de “leitura” silenciosa;
52
• nesta atividade, a criança terá tempo suficiente para observar para depois verbalizar.
Às vezes, no início, ela não sabe nomear tudo que aparece. Terá outra oportunidade, o educador entregará novamente a ficha anterior para poder, assim, avaliar o progresso.
Outras pranchas didáticas serão organizadas, lembrando sempre que as figuras irão diminuindo aos poucos. Estas fichas para o desenvolvimento do repertório oral aparecerão mensalmente no
material.
• PRODUÇÃO ORAL
A criança vê globalmente. Existe uma necessidade de que, aos poucos, ela perceba os detalhes. No início da produção oral, as pranchas didáticas conterão figuras grandes com apenas
um elemento (maternal I), e, aos poucos, as figuras conterão 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro) ou mais
elementos dependendo de cada estágio. O educador poderá, além pranchas didáticas contidas
no nosso material didático, organizar outras, lembrando sempre de adequá-las a unidade temática
do momento.
Com perguntas desafiadoras e adequadas, o educador mostrará à criança qual será a resposta completa. A criança também tem grande capacidade de síntese e, com uma palavra apenas, ela responde, o que não é correto. O educador lembrará de que esta atividade é um preparo
para atividades da vida futura da criança, ou seja, a produção escrita.
O educador sentado no chão, ou em cadeirinha com uma figura ou uma bola, a ser explorada em suas mãos fará as perguntas.
— O que você está vendo ?
— Eu estou vendo uma bola.
— Qual é a cor desta bola ?
— A cor desta bola é vermelha.
— Qual é o tamanho dela ?
— O tamanho da bola é grande.
— O que mais você está vendo ?
— A bola é redonda.
Poderá haver um cuidado com todos as crianças. Cada uma, na sua vez, responderá a uma
pergunta. Quando o educador perceber que todos os detalhes foram explorados, fará uma síntese
das “coisas lidas” que foram vistas e irá apontando: “Nós estamos vendo uma bola; ela é vermelha;
é uma bola grande e muito bonita; fulano tem uma bola igual a esta, ela está em sua casa; a bola
rola, rola”. Em algumas oportunidades, sugerimos digitar o texto o qual será colado na atividade,
para que os pais e ou responsáveis acompanham o desenvolvimento da criança como também
valorize o trabalho do educador.
A cada faixa etária, o número de elementos das figuras aumentará. Começa-se com apenas
PP-EI-2011-PÁG.53
um elemento e, no final da Educação Infantil, as pranchas didáticas conterão mais elementos.
O educador procurará sempre figuras com linhas bem simples e sem muitos detalhes. Essa
estratégia é importante porque, com certeza, facilitará, e muito, as futuras produções escritas, tão
necessárias e comumente solicitadas nos trabalhos e nas provas escolares futuras.
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• FICHAS LITERÁRIAS
Aparecem no 2o estágio o nome do autor e da editora serão escritos pelo educador. A ilustração ficará a cargo das crianças. A ilustração é um instrumento valioso, podendo o educador, por
meio do desenho que a criança apresentar, constatar se houve alguma associação com o que foi
trabalhado; poderá também perceber o desenvolvimento da linguagem plástica, mais propriamente a fase do desenho em que a criança se encontra.
ADIVINHAS
O que é, o que é?
FICA DENTRO DO OVO
QUE SOBE MORRO
A NADAR
DESCE MORRO
SOU A ...........................(gema)
E NÃO SAI DO LUGAR?
SOU A ...........................(cerca)
FICA DENTRO OU FORA
SEM NELA
PÕE NA ÁGUA
NÃO SE CONSEGUE
E ELE BOIA?
NEM ABRIR OU FECHAR.
SOU A .....................(giz, boia, jiboia)
SOU A .....................(chave)
PASSA NA PONTE
NASCI COMPRIDO
E NÃO SE MOLHA?
AOS POUCOS
SOU A .....................(sombra)
VOU FICANDO
PEQUENINO.
SOU O .....................(lápis)
QUEM É QUE FICA
SEMPRE ESPERANDO
ALGUÉM COLOCÁ-LO
NA JANELA?
SOU O ........................(botão)
• ENTREVISTA
Ela representa outro recurso para o enriquecimento
da oralidade. Assim:
• será previamente preparada, podendo ser convidados os pais, os coordenadores, os educadores e os
funcionários da escola e outros. O preparo consiste em
passar para as crianças quem será o entrevistado e o
que poderá ser perguntado sobre a profissão, o trabalho
e a família;
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• as crianças poderão preparar uma lembrancinha, que será entregue no final da entrevista:
desenho, flor de dobradura etc;
• as crianças ficarão bem à vontade para que se sintam livres e perguntem além do que foi
preparado;
• a entrevista poderá ter a duração de poucos minutos porque, após esse tempo, há uma
dispersão da atenção e as crianças não assimilarão mais nada;
• o ambiente da sala também será preparado com cuidado para que o entrevistado sinta-se
homenageado, e as crianças percebam que, especialmente quando se recebe visitas, tudo estará
em ordem;
• por meio das entrevistas apresentadas pelos educadores, a criança não vai apenas memorizar sons e palavras; aos poucos, ela vai selecionando os sons, tentando descobrir o sentido do que
foi enunciado e poderá introduzi-los quando for verbalizar.
• LIVROS
1. EU — Maternal I
2. MINHA HISTÓRIA — Maternal II
3. CRESCER — 1o estágio
Esses livros fazem parte do nosso material didático. Foram elaborados pensando que a criança
terá um marco para cada idade da Educação Infantil. Poderão ser entregues no fim de cada ano,
sendo guardados para que, quando as crianças se tornarem adultas, possam lembrar e recordar o
que aconteceu quando tinham 1, 2, 3 ou 4 anos de idade.
• SUPORTE PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
O livro: Uma letra, outra letra... é um material diferenciado,
atendendo às solicitações de alfabetizadores. O livro apresentado
é anual, com programações bimestrais, podendo ser utilizado de
acordo com a realidade de cada sala.
Observação: Este item se encaixa em outras linguagens,
pois a oralidade, a grafia e o letramentro serão trabalhados con-
Uma letra,
outra letra...
comitantemente.
Suporte para o processo da Alfabetização
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
2o Estágio
Estejamos certos de que, se o trabalho tiver sido bem programado e realizado, ao fim de cada
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ano, teremos muitas alegrias para “curtir”. Sem qualquer dúvida, o repertório oral dos alunos terá
sido sensivelmente ampliado, e essa satisfação especial repousará, até o ano seguinte, nos louros
de uma conquista pessoal de múltiplos benefícios coletivos, que não têm preço e nem termo de
comparação.
55
3 – LINGUAGEM CORPORAL
INTRODUÇÃO
Por meio das habilidades corporais, a criança nos mostra, de modo espontâneo, o que pensa e
o que sabe. Na realidade, o corpo “fala” mesmo sem que se perceba; e, com atenção, poderemos
“ouvir” muitas coisas que a criança diz. Além disso, podemos identificar a homogeneidade de movimentos, o equilíbrio, a idade e em que nível está o desenvolvimento do esquema corporal da criança.
Quando a criança deseja transmitir sentimentos ou situações, ela organiza o pensamento lógico e busca compreender causas e consequências para melhor se expressar.
Ao movimentar-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando
as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto,
é mais do que um simples deslocamento do corpo no espaço, constitui-se em uma linguagem que
permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando
as pessoas por meio do seu teor expressivo. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
No início da vida, o controle de movimentos ocorre de modo precário, mas, aos poucos, esse
controle vai progredindo e, à medida que a criança vai crescendo, torna-se capaz de realizar movimentos mais precisos e coordenados, ao mesmo tempo em que sua capacidade de diferenciar
as coisas aumenta. O desenvolvimento sensório-perceptivo da criança depende basicamente da
qualidade e da variedade dos estímulos que lhe são oferecidos.
É importante a observação constante e sistemática por parte do educador, para que ele possa
acompanhar as alternâncias entre os estados de equilíbrio e desequilíbrio da criança em idade préescolar. Essas alternâncias não dependem unicamente de causas externas como as do ambiente,
56
do lar ou da escola, ou de qualquer atitude errada dos pais, mas também do fato de cada criança
ser diferente da outra, como diferentes podem ser — e geralmente são — as reações aos estímulos
que cada uma delas recebe.
A altura e o peso de uma criança poderão corresponder, proporcionalmente, aos do dia do
seu nascimento. Ter esses dados em mãos é tão importante quanto saber outros detalhes, como, por
exemplo, se a criança nasceu prematuramente. O educador também poderá ter conhecimento, para
saber como agir, dos problemas e casos de inapetência, alergia, intolerância ao leite, asma, verminoses, bem como de outros acontecimentos que possam alterar as ações ou reações da criança.
Os educadores ainda estarão preparados e atentos, porque sempre existirá aquela criança
que não tem desenvolvimento normal, apesar do esforço dos pais, do pediatra e do próprio educador, que, nesse caso, precisará de encorajamento e apoio.
Os educadores deverão ter o cuidado de nunca compará-la com outras crianças e de fazerem um preparo com os colegas de classe, sem a criança estar presente, para que evitem críticas
e apelidos.
Sobre a liberdade, nessa linguagem, é muito importante ponderar que a criança será acompanhada e não ficar sem limites. Os educadores a levarão a perceber os seus limites e quando irá
parar ou continuar. Se a criança se sentir impossibilitada de mover-se ou de gesticular, pode sentir
dificuldade de pensar e de manter a atenção. “Compreender o caráter lúdico e expressivo das
manifestações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a organizar melhor a sua prática,
levando em conta as necessidades da criança.”
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM CORPORAL
Levar a criança a:
• expressar-se corporalmente de forma adequada;
• observar e perceber os esquemas:
• global;
• corporal oral;
• corporal auditivo;
• corporal gustativo;
• corporal visual;
• corporal tátil;
• corporal olfativo.
• desenvolver as respectivas habilidades de cada esquema;
• estimular e desenvolver as habilidades corporais de forma
paulatina e harmoniosa;
• observar e desenvolver o controle do seu próprio corpo e exprimir-se por ele;
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• desenvolver força, resistência, flexibilidade e autoconfiança;
• estimular a respiração e a circulação;
• desinibir-se para se expressar adequadamente;
• saber que tem comando sobre seu corpo;
57
• contrair e descontrair partes do corpo;
• produzir e distinguir sons iguais e diferentes;
• mastigar, engolir e beber discriminando sabores;
• perceber diferenças, discriminar detalhes e descobrir figuras;
• colorir, pintar, recortar, colar, dobrar e encaixar; dar laços, laçadas e nós; amarrar,
abotoar e desabotoar; abrir e fechar: zíper, tampa e colchete; escrever, lixar, enrolar e desenrolar; perfurar, emparafusar, empilhar, rasgar, segurar, equilibrar e apalpar;
• agir, falar, corrigir e descobrir para depois interiorizar; obter um controle motor que
favoreça o desenvolvimento intelectual, com base em situações concretas;
• reforçar a percepção em níveis espaciais e temporais; reforçar a percepção da
lateralidade e, consequentemente, a do esquema corporal;
• localizar-se dimensionando o rápido, o simultâneo e o lento;
• movimentar as articulações, com ou sem material.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM CORPORAL
As atividades psicomotoras (maternal I e II) levarão a criança a:
• movimentar-se de forma natural e espontânea;
• conhecer as partes do seu próprio corpo e suas funções;
• correr sem levar tombos ou desequilibrar-se;
• saltar alturas de acordo com sua idade;
• subir e descer escadas, com maior ou menor número de degraus;
• saltar distâncias;
• pular cordas (em torno dos 5 anos);
• saltitar com menor ou maior desenvoltura;
• obedecer a ordens;
• dobrar e desdobrar papéis, guardanapos etc.;
• segurar e carregar;
• usar a massa de modelar;
• saber rasgar (1a fase do recorte);
• saber rasgar e amassar;
• manusear contas maiores e menores;
• movimentar-se nos jogos e nas brincadeiras, de modo a ir ganhando independência e capacidade de elaborar regras e não somente de segui-las;
• movimentar-se com exercícios de pernas e braços;
• movimentar-se acompanhando ritmos diferentes;
• identificar posições (lateralidade);
Observações:
Sobre as atividades psicomotoras desta fase, acrescentar-se-á que:
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estão ligadas ao esquema corporal global, envolvendo os aspectos mais significativos do conhecimento do corpo, razão pela qual a educação desse esquema será o
ponto central da ação educativa, principalmente dos 2 aos 6 anos;
58
• para que o esquema corporal seja desenvolvido, é preciso que haja, por parte do educador, conhecimento, estudo e preparo. As atividades terão características peculiares — que podem
ser chamadas de atividades físicas — e serem realizadas ao ar livre, onde as crianças tenham contato com a natureza e com espaço para se movimentarem;
• os movimentos serão amplos, levando-se em conta as limitações da idade, sem preocupação, nessa fase, com a perfeição de movimentos, mas apenas com o processo evolutivo, para que
no futuro a criança seja ajustada e tenha postura correta;
• as mudanças mais significativas ocorrem nos primeiros anos de vida e são as características
físicas de cada criança que predeterminam as respectivas capacidades ou possibilidades de execução de tarefas motoras.
Sobre as atividades psicomotoras desta fase, acrescentamos que:
• correspondem ao segundo aspecto do desenvolvimento corporal normal para todas as
crianças, sendo importante ressaltar que todas elas passam pelas duas fases e que pode haver defasagens, de acordo com a estimulação que a criança recebe em casa e no ambiente onde vive;
• nessa fase, as atividades têm uma profundidade diferente, pois há melhor resposta, já que a
criança está em plena fase de desenvolvimento. As atividades terão uma duração mais longa, com
exercícios e brincadeiras que tenham regras não mais tão simples. Poderão também ser inseridos “os
contestes” e as gincanas, para que a criança desde cedo seja estimulada a participar, mas nem
sempre vencer;
• nessa etapa, ocorrem também os exercícios motores, quando a criança é preparada, para
os exercícios da escrita:
• os educadores estarão atentos para que as crianças usem corretamente o lápis e, no futuro,
não tenham calos nos dedos; lembrar que o lápis sextavado foi desenhado para evitar justamente
PP-EI-2011-PÁG.59
esse problema.
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O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
A Linguagem Corporal, mais propriamente a expressão
corporal, está ligada a vários aspectos da motricidade, que é
a propriedade que certas células nervosas têm de determinar a
contração muscular.
A psicomotricidade é a habilidade motora que a criança terá em diversas atividades. Dependendo da idade em que
ela esteja, o conhecimento e o domínio do seu próprio corpo
podem ser bastante estimulados por meio de atividades prazerosas e interessantes. A propósito, convém observar que:
• com dois anos, a criança já apresenta um grau de habilidade para controlar os movimentos de seu próprio corpo;
• aos três anos, está na fase do equilíbrio e começa a
usar a tesoura, apanhar objetos, enfiar contas grandes;
• aos quatros anos, tem controle muscular das mãos e já
recorta com limitações;
• aos cinco, equilibra o corpo na ponta dos pés, sabe
abotoar e recorta melhor;
• aos seis, já tem equilíbrio perfeito do seu corpo, tem noção de suas funções, o recorte é quase perfeito e, dentre outras coisas, salta corda, segura o lápis e escreve com movimentos corretos.
A Linguagem Corporal é apresentada mediante sete esquemas, com as correspondentes
habilidades, que serão trabalhadas e desenvolvidas.
• Esquema global: corpo, braços, pernas, pés, barriga, costas, rosto, pescoço, ombros, cotovelos, joelho, nuca e tornozelos (de acordo com o que a criança nomeia, o educador saberá em
que grau de adiantamento ela está).
Habilidades: andar, pular, correr, saltar, marchar, engatinhar, subir e descer; flexionar o corpo,
as pernas, as mãos, os dedos e os pés; rastejar, balançar, chutar, puxar, empurrar, arremessar, contrair
e descontrair partes do corpo e os punhos e gesticular. Os jogos, atividades lúdicas por excelência,
podem ser ministrados dentro desta linguagem.
• Esquema corporal oral: boca, língua, dentes, bochechas, queixo e véu palatino.
Habilidades: movimentar a boca; esticar, dobrar e enrolar a língua; morder, apertar os lábios,
assobiar, beijar e sussurrar, produzir sons onomatopaicos e iniciais, rimas, frases, vogais e consoantes.
• Esquema corporal auditivo: ouvidos.
Habilidades: escutar e distinguir sons diferentes, ouvir e entender; discriminar sons (agudos ou graves, fortes ou fracos, dentro e fora da sala, sons agradáveis ou não).
• Esquema corporal gustativo: língua, dentes e saliva.
Habilidades: mastigar, engolir, lamber, beber, discriminar sabores (doce, salgado, azedo,
amargo, azumi, sem gosto).
• Esquema corporal visual: olhos, cílios, sobrancelhas.
Habilidades: movimentar, abrir e fechar os olhos (piscar); perceber diferenças, descobrir figuras, discriminar detalhes e letras; leitura.
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• Esquema corporal tátil: punho, mãos e dedos.
Habilidades: colorir, pintar, recortar, colar, dobrar e encaixar; dar laços, laçadas e nós; amarrar, abotoar e desabotoar;
lixar, enrolar, desenrolar, perfurar, emparafusar, empilhar, rasgar,
segurar, equilibrar, apalpar, abrir e fechar zíper, tampa e colchete;
escrever.
• Esquema corporal olfativo: nariz e narinas.
Habilidades: movimentá-los para discriminar odores (cheiros agradáveis e desagradáveis), nos aromas, nas fragrâncias e nos
perfumes de líquidos, nas coisas, nas flores, nas frutas etc.
Dentro do Esquema corporal global, as atividades visarão
ao desenvolvimento das respectivas habilidades e à prontidão
da coordenação motora grossa.
Nos demais esquemas, as atividades terão como objetivos
fundamentais o desenvolvimento da coordenação motora fina,
preparando a criança para as habilidades específicas anteriormente apresentadas.
A criança será estimulada e motivada para o desenvolvimento das respectivas habilidades.
Sem que ela perceba, estará se exercitando, aprendendo e contribuindo para que haja um desenvolvimento harmonioso dessas habilidades. Observe-se ainda que a duração das atividades será
adequada a cada faixa etária; que a música pode fazer parte dessa atividade e que as roupas das
crianças devem ser adequadas, para evitar desconforto ou dificuldade de movimentos.
Aos poucos, a criança irá se desinibindo, tornando-se, assim, mais capaz de controlar o próprio
corpo e de exprimir-se por meio dele.
As atividades dessa linguagem não estão limitadas a instantes específicos e poderão acontecer em variados momentos do horário escolar (por exemplo, em histórias, em dramatizações, na
recreação, nas dancinhas etc.).
Antes do início do trabalho com essa linguagem corporal, convém ressaltar que as habilidades
motoras, grossa e fina, caminharão juntas, logicamente levando-se em conta a idade da criança. Do
mesmo modo que ela for aprendendo a subir escadas, ela também aprenderá a segurar um lápis.
A ação educativa deve ter objetivos específicos para cada faixa etária, mas levando em
consideração o crescimento e o desenvolvimento, atendendo às necessidades básicas em seus
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aspectos cognitivo, motor e socioemocional.
Essa linguagem se inicia quando a criança começa a perceber o seu próprio corpo e os movimentos que consegue fazer com as mãos, com os pés etc. Seu esquema corporal, aos poucos, vai
se desenvolvendo, tendo cada criança seu ritmo quanto à organização temporal e espacial.
61
Cada criança traz dentro de si características físicas próprias, que predeterminam suas possibilidades de execução das tarefas motoras. A altura, o peso, a força e a organização nervosa estarão
dentro dos parâmetros normais, para que possam ser executados determinados movimentos.
As atividades serão pesquisadas e atribuídas conforme a idade, lembrando sempre que estarão em concordância com os eixos de trabalho.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
• AULAS HISTORIADAS
Ministradas de preferência fora da sala de aula, podem conter histórias inventadas ou ainda
adaptações das histórias mais conhecidas e simples: Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, poderá ser
dada em fevereiro ou março, quando a unidade temática é: Eu me conheço? Observe-se ainda que:
• os exercícios de imitação serão espontâneos e os movimentos naturais;
• o tom de voz do educador é muito importante e um ingrediente a mais para despertar o
interesse da criança;
• no final, os exercícios "de volta à calma" são indicados e eficazes para que a volta à sala
seja tranquila.
• AULAS-PASSEIO
Poderão ocorrer:
• sempre, cada vez tendo um objetivo, para que sejam divertidas e alegres, e as crianças
participem motivadas;
• no pátio e nos arredores da escola, mas o educador sempre terá uma pessoa habilitada
para auxiliá-lo a evitar problemas;
• As aulas-passeio ocorerão ocorrer somente quando as crianças tiverem sido bem preparadas.
• JOGOS IMITATIVOS
Existe uma grande variedade desses jogos, que são do agrado das crianças e que podem ser
usados em várias oportunidades, mas sempre lembrando da pertinência com os eixos de trabalho
(por exemplo, “O anão e o gigante”, “A sopa está quente”, “Vamos apagar a vela”, “O pato”, “O
sapo”, “A tartaruga” etc.).
• PEQUENOS JOGOS
• as regras desses jogos são bem simples, e somente depois é que serão introduzidas outros
com maiores dificuldades;
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• os jogos podem ser com bolas (rasteiras no início, depois utilizadas de várias outras formas);
• as cordas poderão fazer parte das atividades, lembrando sempre que as dificuldades irão
acontecer aos poucos;
• sugestão de alguns jogos: “Quatro cantos”; “O gato e o rato”; “Passa anel”; “Comprador de
fita”; “Barra-manteiga”; “Cabra-cega”; “Pique”; “Coelhinho na toca” etc.
• BRINQUEDOS FOLCLÓRICOS
Esses brinquedos:
• são desconhecidos pela maioria das crianças dos grandes centros, tão “plugadas” em TV;
• no interior, especialmente nas cidades menores, eles ainda acontecem; mesmo assim há
uma defasagem, pois os educadores também não conhecem a maioria deles, tanto pela não solicitação da direção da escola, como também pela carência de pesquisas pessoais;
• alguns exemplos desses brinquedos: “Seu lobo está pronto”; “Mãe pobre e mãe rica”; “Bela
manquinha”; “O símbolo da cruz”; “Inferno ou céu”; “Pirulito que bate, bate”; “Bota aqui o seu pezinho”; “Marcha soldado”; “Quente/frio”; “Macaco Simão disse”; “Cadeiras de Jerusalém”; “Duas fileiras
com bandeirinhas”; “Batata quente”; “Lenço atrás”.
• RODAS CANTADAS
Hoje também estão um pouco esquecidas, mas, se bem motivadas, serão um ótimo recurso
de que o educador dispõe, no mínimo para inovar as suas atividades. Alguns exemplos: “Que hora
são?”; “Francisco deu o sinal”; “Onde vai Maria”; “A canoa virou”; “Você gosta de mim?”;
“Dona Sanja”.
• SAPATAS
As sapatas são as amarelinhas que são usadas até hoje para alegrar as crianças:
• os quadrados, que serão “casas”, são riscados no chão;
• haverá uma pedra, ou pedaço de tijolo, que será arremessado, com cuidado, na direção da casa da vez;
• nos anos iniciais, a criança não absorverá as regras, apenas saltará nas casas;
• o número de casas poderá ser adaptado de acordo com os numerais que
elas já aprenderam.
• JOGUINHOS COM BOLA
A bola, que é sem dúvida um material rico, proporciona vários tipos de atividades que podem
ser um recurso importante:
• é usada para chutar, pegar, jogar na parede, jogar no chão e tornar a pegar ou jogar para
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um colega, com distâncias diferenciadas;
• alguns exemplos de joguinhos: “Bola atrás”; “Bola ao túnel”; “Bola no centro”; “Bola rasteira”;
“Passar a bola”.
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• SALTO EM ALTURA E EM DISTÂNCIA
É também um recurso de que as crianças gostam, podendo ser realizado no meio de uma
aula historiada, numa gincana ou em outro momento em que os educadores acharem conveniente.
• PNEUS
• Alguns exemplos de atividades: “saltar dentro e fora”; “sentar dentro”; “nas beiradas”; “juntar
e formar uma fila onde as crianças saltarão”; “rolar os pneus”; “gincanas” etc.
Observações:
• Material de fácil acesso, que poderá proporcionar à criança várias oportunidades para o
seu desenvolvimento.
• Ter o cuidado de guardá-los em lugares apropriados, para que não acumulem água de
chuva no seu interior.
• BAMBOLÊS
• Alguns exemplos de atividades: “sentar dentro ou fora”, “rodá-lo nos braços, cintura ou pés”,
“no joguinho de coelho na toca” etc.
Observações:
• Material de fácil aquisição.
• Guardá-los em lugares apropriados.
• JOGOS COM DEDOS
É uma brincadeira bem antiga, mas que pode ser utilizada em
momentos variados do dia a dia.
• “A igrejinha” e “Tum-tum” são exemplos de jogos que
todo educador de Educação Infantil passará para a criança. Tais
jogos proporcionam à criança exercícios para maior destreza de
seu dedos e mãos.
• RABISCAÇÃO
No início da vida escolar, é a primeira escrita. As crianças terão muitas oportunidades para
rabiscar, utilizando, por exemplo, o curtom, os pincéis, o carvão, a pintura a dedo, furando o papel e
fazendo experiências de pingar.
• LABIRINTOS
• Simples no início, aos poucos as dificuldades aumentarão.
• Serão realizados não somente com curtom, mas com tampinhas, com palitos, com sementes,
grãos etc.
• A variedade de materiais é necessária e importante para que a criança aprenda a dar respostas diferentes para o mesmo tipo de atividade.
• Poderão ser feitos no chão, nas mesinhas e, como última etapa, nas folhas do livro.
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• UNIR OU LIGAR PONTOS
• Realizar em primeiro lugar no concreto e, após várias repetições, efetivar no papel.
• No início, serão mais simples; aos poucos as dificuldades aumentarão.
• As linhas serão retas no início, depois virão as linhas curvas, menos e mais complicadas, para
que haja crescente dificuldade.
• PERFURAÇÃO
Atividade bem aceita pela criança.
• A criança precisa manipular o lápis, antes do uso, a fim de saber os cuidados necessários
para não furar os dedos, conhecimento que adquire com facilidade.
• Começa com perfuração livre e com limites mais amplos.
• Na continuidade, haverá limites mais restritos, até que a criança consiga perfurar linhas simples e curvas.
• Para essa atividade, há necessidade do uso de um lápis próprio, que é adquirido em lojas
especializadas.
• FIGURA FUNDO
• A criança pode, inicialmente, ser treinada para observar tudo o que a rodeia, pois ela vê
tudo globalmente.
• Essa atividade é bem apreciada, já que ela irá “descobrir” o que não se vê da primeira vez.
• Nas primeiras atividades, os fundos trabalhados são bem claros e as figuras são desenhadas
com traços nítidos e simples.
• Como nas outras atividades, as dificuldades vão ficando mais complexas.
• Na última etapa, a criança precisará de atenção maior para reconhecer o que se deseja.
• DOBRADURAS
Apesar de focada na Linguagem Matemática, a dobradura fará parte dessa atividade também fará parte, pois, com as dobras que realiza, a criança vai aperfeiçoar seus movimentos de
dobrar, marcar e vincar:
• servem como preparação para o futuro exercício da escrita;
• como as demais, essa atividade se inicia de forma simples, com dobras livres e dobras simples
dirigidas, que, aos poucos, vão sendo realizadas de forma mais complexa, quando então se conseguirão
figuras interessantes, que poderão enfeitar a classe (personagens de uma história, por exemplo).
• RECORTE
Inicia-se com o ato de rasgar, e a sequência dos passos do recorte é a seguinte: 1o) rasgar
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livremente; 2o) rasgar em tiras; 3o) rasgar em pedaços menores; 4o) rasgar e colar; 5o) rasgar, amassar,
desamassar e colar; 6o) recortar livremente (início da utilização de tesoura) etc; 7o) recortar uma folha
de papel ao meio; 8º) recortar uma folha em quatro partes; 9º) recortar tiras largas; 10º) recortar tiras
estreitas; 11o) recortar linhas curvas simples; 12o) recortar linhas curvas mais complexas; 13o) recortar
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franjas dos dois lados do papel; 14o) recortar franjas dos quatro lados do papel; 15o) recortar papéis
de diferentes texturas; 16o) recortar figuras simples e com contorno sem detalhes; 17o) recortar figuras
mais complexas; 18o) recortar com agulha grossa (própria para tapeçaria): como é uma atividade
que necessita de um maior esforço, deve-se escolher uma figura simples, que após o recorte com
a agulha solte-se do restante do papel para ser colada. Quando a sequência for completada, a
criança estará pronta para recortar qualquer coisa, com recorte quase perfeito, como também terá
facilidade com a escrita.
• COLAGEM
• Normalmente, inicia-se logo nos primeiros anos de vida.
• Será ministrada para que a criança possa utilizar a cola adequadamente, necessitando de
controle para isso.
• A colagem livre ocorre, em várias oportunidades, quando a criança começa a conhecer
vários materiais, adequando seus movimentos para pegar coisas pequenas, grossas, finas etc.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
Em cada uma das atividades que foram relacionadas, pode haver adequação de acordo
com as limitações de cada faixa etária a ser trabalhada.
O preparo, com ênfase para a contextualização, é o primeiro passo importante, ainda na sala,
para que as crianças fiquem em condições ideais para participar convenientemente e para que
todos os objetivos pretendidos sejam alcançados.
Atualmente, as crianças, em sua maioria, não exercitam as atividades da Linguagem Corporal, o que acarreta as quatro observações seguintes:
• quase sempre ficam muito tempo diante da TV, da qual recebem tudo pronto;
• a TV e os jogos eletrônicos são bons, mas em hora e em medida certas;
• a criança que não se movimenta e não se exercita adequadamente, terá problemas futuros, no mínimo, posturais;
• se, nos contatos iniciais, não houver explicação e motivação
suficientes, poderão ocorrer rejeições às atividades que os educadores
vierem a propor.
Ainda sobre a Linguagem Corporal, podemos ressaltar o riso e
a lágrima, manifestações naturais e expressivas de comunicação não
verbal, que marcam muitos momentos e, não raras vezes, são mais adequados, incisivos e mais bem compreendidos do que quaisquer palavras.
Esperamos, finalmente, que esta seja uma real contribuição e
que o ajude, caro educador, a crescer e a valorizar-se, porque seu papel é muito importante e a sua função é nobre: participar ativamente
do embasamento e da moldagem dos traços que irão ajudar a plasmar a consciência e o caráter de crianças alegres e felizes, as quais,
com certeza, serão futuros cidadãos educados, ajustados e confiantes.
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HANNU LIIVAAR / DREAMSTIME.COM
4 – LINGUAGEM MUSICAL
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais longínquos de que se tem notícia, a música tem sido um dos meios
e formas de expressão e de comunicação mais naturais e eficazes. Utilizada nos momentos importantes da vida do homem, ela tem sido o recurso ideal para a manifestação de seus sentimentos.
Podemos conceituar a música como toda “sinfonia sonora” que nos cerca é agradável ou não.
As primeiras percepções da criança, em relação ao som, ocorrem através da melodia e do
ritmo que manam e decorrem de tudo aquilo que a cerca e que a caracteriza, como, por exemplo: quando ela emite ou produz sons, ou quando eles são produzidos ao seu redor; quando o seu
coração bate; quando acontecem movimentações e deslocamentos no ar, nos rios, nos mares, na
natureza de modo geral.
A criança reage, desde o início, a estímulos sonoros, intensos e constantes, balbuciando, emitindo gritinhos e realizando as mais diversas movimentações corporais.
Quanto mais adequados forem os estímulos sonoros, melhor a criança penetrará no mundo
dos sons: dessa forma, ela criará e individualizará o seu mundo interior.
As atividades a serem propostas nessa linguagem de expressão envolverão o som, o ritmo, as
discriminações auditivas, o senso rítmico e a expressão vocal. A criança não precisa saber o que se
propõe, mas sim ser motivada a descobrir o que o educador quer desenvolver: sem saber nomes ou
especificações. A criança vai desenvolver suas próprias percepções, que a ajudarão nesse desenvolvimento musical.
A Linguagem Musical leva a criança a ter alegria e um grande prazer, pois as atividades têm
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caráter lúdico, de jogo, de brinquedo. A música, por si só, é um instrumento valioso para a aprendizagem no geral. Ela é um grande recurso de que podemos dispor, não apenas nos horários estipulados, mas durante várias vezes ao dia, como um remédio eficaz que fará com que as crianças
sintam-se impelidas a participar das atividades diárias que serão propostas.
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“Os conteúdos relacionados ao fazer musical serão ser trabalhados em situações lúdicas, fazendo
parte do contexto global das atividades”. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
O ambiente de trabalho, nas salas ou fora delas, deve terá um clima de liberdade, de alegria e
de descontração, inteiramente propício ao desenvolvimento das atividades espontâneas e criativas. O
educador estará pronto para receber respostas diferentes e respeitar as individualidades.
As experiências sensoriais –- relativas ou pertencentes aos sentidos ou sensações -– poderão
ser apresentadas com maior frequência, para que ocorra o desenvolvimento com aprendizado. Tais
oportunidades podem levar a criança a observar, imaginar, explorar, improvisar, criar, concentrar-se,
e, com isso, ela iniciará suas próprias diferenciações.
Antes de começar o seu trabalho, o educador poderá fazer avaliações que o ajudarão no planejamento das atividades a serem realizadas: o número de crianças, de quais instrumentos dispõe e o
local em que irá utilizá-los.
Se houver mais de um local, eles também serão conhecidos pelo educador e avaliados da
mesma maneira. O tempo de atividade também será bem aproveitado, podendo o educador saber
que, quanto menor a criança, menor será seu tempo de concentração: de nada adiantará programar
uma atividade maravilhosa, em desacordo com a realidade de concentração da criança.
Para o canto, nem sempre há necessidade de local específico, pois até as atividades rotineiras
tornam-se mais agradáveis quando acompanhadas de música. O canto pode aparecer numa história, para tranquilizar as crianças; num passeio e nos horários habituais, como na entrada, no lanche
e na saída.
É importante o preparo das aulas, mesmo que o educador seja um expert em música. Nesse
preparo, serão planejadas as necessidades das crianças e os objetivos que deseja atingir: organizando os conteúdos, que serão paulatinamente desenvolvidos, pois dependerão das respostas
das crianças, e propondo atividades variadas e criativas, para que haja interesse adequado a essa
linguagem de expressão.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM MUSICAL
Levar a criança a:
• desenvolver a capacidade de percepção e expressão musical;
• traduzir em formas sonoras capazes de expressar e comunicar:
• relacionar nas diversas situações:
• observar:
• som com o silêncio;
• a música presente em diversas situações;
• que a música está presente em diversas situações da vida humana;
• entrar em contato com a cultura musical;
• ouvir e apreciar músicas;
• vivenciar experiências musicais, integrando-as;
• perceber que a música envolve movimento, memória, expressão cênica, artes visuais etc;
• considerar que a música é um meio de expressão, tornando possível a realização de projetos integrados com as demais linguagens de expressão;
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• estimular e desenvolver a expressão, o equilíbrio, a autoestima, o autoconhecimento, integrando-se socialmente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM MUSICAL
Levar a criança a:
• discriminar as sensações de:
• alegria;
• tristeza;
• alívio.
• expressar e comunicar sentimentos e pensamentos;
• ter conhecimento da própria voz;
• vivenciar as diversas formas de locomoção:
• por meio de uma pequena história ou texto (levantar, pegar, andar, espalhar, saltar etc.);
• observar e locomover-se, ajustando o ritmo com instrumentos melódicos:
• coco;
• pau de rumba;
• triângulo;
• xilofone;
• piano;
• flauta.
• observar e vivenciar os sons do próprio corpo (corporais e vocais);
• estimular e produzir sons diferentes, usando:
• as mãos;
• os pés;
• a língua;
• os lábios;
• os ouvidos (imitação do canto dos passarinhos);
• soprando canudos;
• rasgando papéis;
• jogando objetos no chão;
• explorar sons da natureza:
• da chuva;
• do trovão;
• dos riachos;
• do farfalhar das folhas etc.
• sons onomatopaicos;
• observar e experienciar os sons de diversos materiais;
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• relacionar os andamentos:
• devagar;
• rápido;
• antes e depois.
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• perceber a relação entre os sons fortes e fracos;
• a presença do silêncio;
• os materiais sonoros;
• a intensidade, o andamento, a altura e a duração dos sons.
• produzir sons com:
• metal (raspar);
• pano (esticar);
• papel (rasgar);
• plástico (bater);
• lixa (raspar, rasgar).
• percutir instrumentos musicais;
• acompanhar a pulsação (marcação ritmica):
• parlendas;
• músicas infantis.
• individualizar sua expressão musical;
• descobrir suas preferências e tendências musicais;
• que cantar traz alegria para si e para todos.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
É muito proveitoso para o trabalho do educador estimular a criança não só a prestar atenção
a todos os sons, mas também a saber ficar em silêncio, para ouvir os sons do ambiente onde vive
ou onde está.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Seguem algumas orientações didáticas, apresentados resumidamente:
• as crianças sentir-se-ão envolvidas, mesmo as que apresentarem dificuldades: estas serão
atendidas de forma diferente;
• caberá ao educador orientar suas crianças, estimulando os mais tímidos, reforçando o desempenho de todos, para que alcancem o comportamento esperado;
• o educador poderá comunicar-se com clareza e usar linguagem bem adequada às
limitações da linguagem de sua classe. A fala também será alterada conforme o que propor:
bem baixinho, com voz sussurrada, quando a classe estiver dispersa ou agitada;
• a dramatização será usada sempre que a ação necessitar: as crianças aprendem melhor
quando isso acontece;
• será importante não ter pressa, repetir várias vezes, dosar as dificuldades e propor atividades
que a maioria da classe possa atuar;
• o educador poderá se envolver inteiramente no processo, tornando-se também criança e enriquecendo, assim, o padrão de desempenho de suas criança.
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M.R.B.C
• discriminar:
• OUVIR OS SONS DE SEU PRÓPIO CORPO
A criança precisa, em primeiro lugar, perceber quais são os sons
que seu corpo emite, sendo estimulada a experienciá-los. Essa atividade será realizada em um lugar silencioso, proporcionando, assim, o auscultar e o conhecer, como, por exemplo, emitindo sons:
• com a boca: falando, cantando, gritando, movimentando a
língua – com “lá, lá”..., “tá, tá”...; “tu, tu, tu”...; emitindo sons abafados com a boca fechada;
• com as mãos: batendo palmas devagar, depressa, com ritmo;
• com os pés: arrastando os pés com sapatos; batendo os pés
devagar, depressa, com ritmo; saltitar etc.
A classe poderá ser dividida em quatro partes, e cada uma fará
um som, como o educador determinar: será tocada uma música para
acompanharem com palmas, com vocal, com “boca fechada” etc. Essa atividade será repetida
várias vezes até perceberem todas as possibilidades sonoras do corpo.
• JOGO DO SILÊNCIO
• O silêncio é fundamental para se poder escutar.
• As crianças ouvem o educador quando estão em silêncio.
• Abaixe bem o volume da voz para que eles se esforcem para ouvi-lo.
• As crianças serão motivados a ficar em silêncio, poderão fechar os olhos e se debruçarem
sobre as carteiras.
• O educador, com voz bem baixa, sussurrando, levará as crianças a relaxarem, a respirarem
pausadamente e a permanecerem em silêncio. Percorrendo a sala, com passos leves e silenciosos,
ele perceberá quem não está participando e, então, acariciando a cabeça desse aluno, o levará
a participar. Assim, com o silêncio instalado, as crianças poderão começar a ouvir os ruídos que
existem fora da sala de aula.
• O educador poderá providenciar um despertador, sem que as crianças percebam, fazendo-o despertar segundos depois de todas elas ficarem em silêncio.
• As crianças poderão ser levadas a espreguiçar-se, a bocejar e a movimentar-se ao som de uma
música lenta e em baixo volume; quando o despertador soar novamente, a atividade estará terminada.
• Esse jogo será realizado em vários momentos da aula, podendo se convencionar com a
classe uma determinada música iniciá-lo. Exemplo:
Manda na boquinha
2
4
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Manda na bo- qui - nha. Manda na bo-
qui - nha
Manda na bo-
qui - nha
Manda na bo-
qui - nha
oi!
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• JOGO DO SILÊNCIO E DO SOM
• Tem a finalidade de levar as crianças a perceberem ruídos fora da escola, após o silêncio,
como os sons de carro, de buzinas, de passarinhos, de crianças falando ou cantando, do sinal da
escola etc.
• Após terem percebido os sons, todas as crianças dirão o que ouviram. Algumas irão perceber mais do que as outras, pois a atenção e a concentração farão a diferença.
• O educador escreverá na lousa os sinais que serão convencionados para que o jogo se
inicie. Exemplo:
= silêncio;
= som (palmas); deve-se fazer um ensaio, escrevendo na lousa,
com pequenos intervalos de tempo, os seguintes sinais:
Realizados os ensaios, o jogo poderá ser iniciado.
• Em outras oportunidades, poderão ser convencionados outros sinais.
• Para encerrar a atividade, será ouvida uma música (som) e, a seguir, todos ficarão quietos
(silêncio); desse modo estará concluído este jogo.
• Em aula-passeio, as crianças serão
estimuladas a caminhar em silêncio, para
ouvir os sons ambientais: repetir a atividade várias vezes, mas variando os locais.
• As crianças saberão que, no final, quem tiver ouvido e identificado mais
sons receberá um prêmio, que poderá ser
uma medalha “fabricada” pelo próprio
educador.
• Sugestões para essas aulas-passeio: a) discriminar sons: desagradáveis e
agradáveis; b) ouvir o canto dos passarinhos; c) ouvir o canto das cigarras na primavera.
• Analisar os sons buscados nessas aulas: os agradáveis são os musicais e os desagradáveis
são os chamados de barulho ou ruído.
• As imitações dos sons serão bem exploradas, pois cada criança se expressa de uma forma,
havendo diferenças nas participações: algumas crianças participam mais rapidamente, outras não
se mostram predispostas ao passeio, interessando-se por ele somente no decorrer da atividade.
• INSTRUMENTO MUSICAL: VIOLÃO
• O violão é um instrumento de fácil acesso, e o educador não precisará saber tocá-lo, porque, nesta atividade, tocará apenas nas cordas para: a) levar as crianças a perceberem que as
cordas vibram, quando percutimos nelas, e transmitem sons; b) chamar a atenção para o fato de
que é o ar que leva o som até os nossos ouvidos para podermos ouvi-lo; c) deixar que as crianças
percebam a vibração e o som que se espalham no ambiente; e que eles também brinquem de
tapar e destapar os ouvidos, quando o educador dedilhar o violão, executando ou não uma música.
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JOHN TAKAI / DREAMSTIME.COM
• EXPLORAR SONS AO AR LIVRE
• JOGO DO SOM E DO RUÍDO
• Levar as crianças a participarem
em silêncio.
• Vários materiais serão preparados para esta atividade, que será
realizada dentro da classe, como, por
exemplo: a) folha de sulfite que será
amassada no momento, produzindo
um som que, às vezes, eles nunca haviam percebido; b) caixa com botões:
sacudi-la para que percebam o ruído;
c) bexigas: enchê-las até estourarem; d)
jarra com água: despejar, devagar, em
um copo.
• Ao final de cada atividade, o educador, após observar a reação das crianças, perguntará
se é um som agradável ou se é um ruído desagradável e preparará vários objetos que serão manipulados para que elas descubram o que cada um deles produz: som ou ruído.
• JOGOS IMITATIVOS SONOROS
• Propor uma atividade de que todos participarão.
• Cada criança escolherá o que quer ser, mas todos saberão que o imitador fará um som
parecido com o que escolheu representar. Exemplos de sons possíveis: avião, carro, passarinho, cachorro, gato, aspirador de pó, enceradeira, violão, piano etc.
• Separar “cada um com sua turma”, ou seja, animais, meios de transporte, aves, instrumentos
musicais etc.
• No momento certo, o educador dará um sinal e cada um emitirá o som do que escolheu
representar.
• Logo a seguir, cada um emitirá outro som, o de um apito, por exemplo. Depois ficarão em silêncio.
• Em seguida, cada um fará o seu som, individualmente, e, ao final, todos farão juntos.
• Essa atividade será dada ao ar livre, para que os sons emitidos não perturbem o andamento
do restante das salas de aulas.
• Será interessante exibir uma história em DVD, se possível antes da atividade, em que existam
sons ambientais, os sons que foram lembrados acima e outros sons.
• AULA HISTORIADA CANTADA
• As histórias serão simples e as canções também.
• Conforme “amadurecerem”, o educador incrementará as histórias e as músicas.
PP-EI-2011-PÁG.73
• As dramatizações serão livres e criativas e a espontaneidade prevalecerá.
• Existem várias historinhas que poderão ser usadas nessa atividade, como: “Dona Baratinha”;
“A festa no céu”; “A formiguinha e a neve” etc.
• Os enredos serão conhecidos e bem entendidos pelas crianças antes de começar a aula.
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• RODAS E BRINQUEDOS CANTADOS
• Nosso folclore é rico: há grande quantidade de rodas e brinquedos cantados, que, se aproveitados pelo educador, enriquecerão o trabalho e a atividade. “No Brasil, temos muitas influências
de várias culturas, especialmente a lusitana, a africana, a ameríndia, a espanhola e a francesa. ”A
moda da carranquinha” – de Patrícia Silva.
• Exemplos de rodas: “Que horas são?”; “Onde vais, Maria?”; “A canoa virou”; “Você gosta de
mim?”; “Senhora Dona Sanja”; “Joaninha era baixinha”.
• Exemplos de brinquedos: “Seu lobo está pronto?”; “Aonde vai, bela mocinha?”; “Mãe rica e
mãe pobre”; “Que é de Valentim”, (com bastões); “O símbolo da cruz”.
• As atividades serão previstas e ministradas de acordo com as unidades temáticas apresentados.
• PARLENDAS
•
As parlendas, propriamente ditas, são rimas sem música. Servem como fórmula de escolha
numa brincadeira, exemplo: “Rei, capitão, soldado, ladrão, moço bonito do meu coração”.
• MNEUMÔNICAS
• As mneumônicas referem-se a conteúdos específicos e destinam-se a fixar ou ensinar algo
como números ou nomes: “Um, dois, feijão com arroz”.
• CANTO
• O canto sintetiza todos os instrumentos que a criança conhece e vivencia.
• É um excelente meio de recreação, propiciando o desenvolvimento da percepção e da
discriminação auditiva, da voz, da linguagem, da memória etc.
• As canções bem selecionadas atrairão as crianças para o aprendizado.
• As canções escolhidas serão simples e curtas, adequadas à voz da criança, e as letras também serão do interesse delas, com vocabulário acessível.
• É imprescindível que o educador dê à sua interpretação entusiasmo e alegria, procurando
sempre enfatizar determinados trechos com um novo elemento: usando entonações diferentes.
• As canções serão repetidas várias vezes, enquanto a criança apresentar interesse.
• Alguns dos temas adequados às crianças são: os animais, os meios de transportes, as plantas
e as flores, o circo, as profissões.
• Procurar adequar as canções as unidades temáticas, que são enfocados conforme o calendário, durante os meses do ano letivo.
• As canções folclóricas serão sempre lembradas e ensinadas, pois fazem com que o trabalho
dos educadores seja sobejamente enriquecido.
• O repertório de músicas infantis é extenso e, com criatividade, o educador poderá utilizá-lo
no dia a dia e nas comemorações, sem necessidades especiais para cada data. Face à observação anterior, sempre estarão preparadas algumas canções, para serem apresentadas em datas e
eventos comemorativos.
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Observações:
• Os educadores da Educação Infantil
precisam desinibir-se para cantarolar e cantar
sem receio. Por isso, se houver algum problema
de desafinação, saberão que tal problema não
é grave, pois até os melhores cantores desafinam. O tom de voz é muito importante: é preferível usar o tom agudo.
• As canções serão bem escolhidas,
preparadas e ensinadas (se o educador tocar
algum instrumento, poderá fazê-lo enquanto
desenvolve a atividade).
• Antes de iniciar o canto, dar o tom da
música, ponto de referência para o início do
canto em conjunto: é a introdução, que os alunos saberão.
• Dar um tempo para que a memorização das letras aconteça.
• As atividades dessa linguagem terão caráter de jogo, para que o aproveitamento seja satisfatório.
• O educador cantará com voz suave e harmoniosa para que os alunos possam imitá-lo; às
vezes, poderá até conversar com os alunos cantando: Olá... lá... lá... ! Como vão vocês... cês...
cês... ?
• Convém lembrar que, antes de a criança cantar corretamente, ela terá interiorizado a melodia, para só depois externá-la.
• O canto será acompanhado com gestos ou movimentos, para enriquecer a atividade e
propiciar à criança melhor e mais rápida memorização.
• Quando uma criança apresentar uma canção que já sabe, o educador poderá aprendêla com a classe, deixando-a ensinar a todos, motivando assim, as outras crianças a aprenderem
também.
• Música gravada também poderá ser ensinada às crianças, repetindo-a enquanto houver
interesse, pois, assim, logo, todos a estarão cantando.
• A música é sempre um elemento marcante nas comemorações escolares, pois, além de
alegrar o ambiente, dá uma conotação de envolvimento entre os participantes e os espectadores:
geralmente todos poderão acompanham com palmas, com a ponta dos pés ou tamborilando com
as pontas dos dedos.
• A simplicidade e a alegria marcarão as atividades dessa linguagem.
• A organização de um espaço se faz necessária para que as atividades de música tenham um
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mobiliário disposto e reorganizado em função das atividades a serem desenvolvidas. Será preparado
para estimular o interesse e a participação das crianças, contando com alguns estímulos sonoros.
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PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
Não podemos deixar de destacar que afora as múltiplas utilidades e as aplicações práticas
até aqui anunciadas e decantadas para a Linguagem Musical, cabe ainda realçar, com a ênfase
possível, que, no dia a dia das atividade, a Linguagem Musical tem presença e participação significativa nas demais linguagens de expressão, por meio das danças espontâneas, dos movimentos e
ritmos, das quadras e poemas cantados, das rodas cantadas, das quadrinhas e cantos, e da música
cantada, executada ou dançada, como excepcional elemento motivador e inigualável fonte de
satisfação para interesses específicos e necessidades gerais.
A música constitui-se em valioso instrumento auxiliar para a formação, o desenvolvimento e o
equilíbrio da personalidade da criança e do adolescente. Assim caminhando e atuando sozinha ou
com algumas das linguagens mencionadas, a Educação Musical atenua a agressividade, quando
canaliza e neutraliza o excesso de energia e colabora e ajuda no combate ao isolamento, opcional
ou compulsivo, no desenvolvimento do interesse em participar, no entendimento da importância
da iniciativa individual, na aceitação da necessidade de colaborar, na criação de oportunidades
iguais para todos e na integração do indivíduo com o meio ambiente.
Há de ser registrado, por fim, que a descontração, o caráter lúdico e mesmo o fascínio sobre
as crianças, que caracterizam a presença ou a influência da música, não podem ser ignorados ou
desprezados pelos educadores, pois é inegável que são elementos facilitadores e de extrema utilidade no processo de aprendizagem.
Cada um de nós é um instrumento que deve estar bem afinado para que haja harmonia
JIRKAEJC / DREAMSTIME.COM
no mundo.
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VI. 2a ÁREA – NATUREZA E SOCIEDADE
1 – LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
INTRODUÇÃO
A Linguagem Afetivo-Social transpassa as demais, atravessando, penetrando e invadindo
cada uma delas, por isso merecerá um estudo diferenciado e ainda mais aprofundado.
Ao entrar na escola, a criança transpõe o limiar da família. Sua vida, antes restrita ao campo
familiar, passa a ter uma nova dimensão, em face das outras oportunidades de desenvolver múltiplas formas de convivência, até então incipientes. O convívio diário com colegas, educadores e funcionários, por exemplo, será uma experiência original e muito significativa, que exigirá modificações
diante da nova realidade, para os ajustes aos novos padrões de vida.
O tempo e o trabalho correto e perseverante dos educadores farão com que a criança vá
assimilando, aos poucos, o que pode e o que não pode fazer. Ela então começará a adequar o seu
comportamento porque, como é próprio da natureza humana, quer ser bem aceita pelo grupo de
colegas que está começando a conhecer.
Quando a criança vem para a escola, ainda não sabe se dedicar a uma atividade coletiva.
Esse convívio social escolar proporcionará varias possibilidades e oportunidades que a família nem
sempre tem condições de ensejar. A propósito, algumas atitudes e reações da criança, em desacordo com as necessidades e os objetivos do grupo, serão no "dia a dia" canalizadas na direção
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de normas sociais e desejáveis. Assim, exceção feita a casos raríssimos, que ultrapassam o campo
de ação da escola, a criança, sem perder a sua individualidade, logo entra no ritmo coletivo, começa a respeitar os colegas e a cooperar com o grupo. As normas de convivência começam a ser
vivenciadas.
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É oportuno destacar que o educador não necessita ter, obrigatoriamente, formação em
antropologia, sociologia ou psicologia, mas necessita, isto sim, ser um educador na acepção exata do
termo: “a educação, por sua natureza, características e função, é um processo social de ajustamento
dos indivíduos à sociedade e, ao mesmo tempo, de desenvolvimento das potencialidades do indivíduo
e da própria sociedade. Para sermos verdadeiros educadores, devemos primeiro disciplinar a criança
que existe em nós. Desse modo, veremos essa criança como uma flor que se abre. O educador tem um
lugar a ocupar nesse encontro em posição de influir na criança. Quando não ocupa esse lugar, quando
não exige nada, surgem os problemas de disciplina, tédio e rebeldia”. Natalie de Salzmann de Estievan
O ingresso na escola é um marco do desenvolvimento infantil.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
Levar a criança a:
• conhecer as normas sociais de convivência.
• conviver, respeitando colegas, educadores e funcionários da escola;
• entender que viver e conviver é bom e pode trazer alegria;
• ter atitudes corretas de convivência social;
• criar laços afetivos com aqueles com quem convive na escola;
• receber estímulos para o seu desenvolvimento emocional e social;
• respeitar as regras de convivência;
• conhecer e valorizar a cidade em que vive;
• ter senso de patriotismo e de respeito às autoridades;
• ter a noção mais adequada possível de sua cidadania;
• desenvolver a sua parte afetivo-emocional e social.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
Levar a criança a:
• aprender a aceitar as diferenças de cada um;
• sentar-se no lugar que lhe for determinado: não em outro
que não é o seu, ou onde já existe alguém sentado;
• aceitar o valor e a necessidade da harmonia na classe;
• compreender a importância da família e da boa convivência entre todos:
• participar com interesses das atividades propostas;
• respeitar a escola, lugar onde irá aprender muitas coisas;
• comportar-se adequadamente também fora da escola;
• festejar as datas importantes do calendário escolar;
• observar as normas sociais e modificar as que não são;
• respeitar a natureza, protegendo-a e amando-a;
• valorizar o trabalho do homem do campo;
• descobrir a vida no campo e as diferenças entre esta e
a vida da cidade;
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GIUSEPPE RAMOS / DREAMSTIME.COM
• aprender a dividir seus brinquedos com seus colegas;
AFETIVIDADE
MOHAMMAD SAMAD / DREAMSTIME.COM
Face à complexidade dessa
linguagem, vamos refletir separadamente sobre os seus aspectos afetivo e social. Esclarecendo melhor,
estamos fazendo a separação desses dois aspectos somente para ficar
mais fácil a assimilação do assunto,
pois, na realidade, os dois se misturam, entrelaçam-se e completam-se.
Quanto à afetividade, o educador sabe que a parte emocional
de um pré-escolar é igual à de um
bebê, necessitando do mesmo carinho, do mesmo cuidado e da mesma atenção.
Quando o adulto ignora esse
fato (desde bem pequena a criança
já é tratada quase como um igual...)
ou quando chegam irmãos menores,
ele agrava-se, pois ela deixa também de receber aquela atenção, e
essa carência gera vários problemas
afetivos; com tais problemas, a criança apresentará desvios de conduta
e, como consequência, dificuldades
tanto na escola como em casa. E, em casos dessa ordem, podem sobrevir, infelizmente, o ciúme,
a volta do uso da chupeta e uma involução nas normas de exoneração, na maneira de falar, nos
procedimentos durante as refeições e em alguns outros comportamentos.
A criança, ao ir para a escola, normalmente por volta dos 2 anos, já vai com um sentimento recebido dos pais, que pode ser de confiança básica no mundo e em si mesma. Assim, se a criança
recebeu afeto, atenção e amor em doses adequadas, terá um sentimento positivo, sentindo que o
mundo é um lugar bom. Se receber afeto, ela também oferecerá afeto a outras pessoas: “ninguém
pode dar o que não possui”. Essa fase inicial não está sob a responsabilidade de um educador da
Educação Infantil, mas ele necessita saber da sua importância, para poder melhor aquilatar as dificuldades que surgirem.
A criança que recebe, na fase de 0 aos 2 anos, alimento, abrigo, afeto e segurança vai adqui-
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rindo e cultivando um sentimento positivo: o de ser digna e merecedora desses elementos. Porém,
sabemos que nem sempre isso ocorre, pois é comum a criança ser criada por babás, se ela for de
camada social mais elevada, ou por vizinhas para as mães irem trabalhar. Em ambos os casos, não
existe preparo suficiente para o desempenho da missão de criar ou ajudar positivamente essa criação.
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Observe-se que as discrepâncias no desenvolvimento da criança acarretam sérios problemas de
aprendizagem na escola e achar que, com o tempo, tudo passa não resolve nada. Temos que
buscar soluções, pois, em casos assim, é comum a criança desenvolver um sentimento de desconfiança básica, isto é, o contrário do correto: com sentimento de insegurança, a criança passa a ser
desconfiada, o que não é bom.
Na fase posterior, dos 18 aos 30 meses, quando a criança vem para a escola, ela já tem controle sobre os órgãos de eliminação e já começa a ter vontade própria.
Às vezes, os pais querem que seus filhos estejam sempre limpos e que seus órgãos de excreção funcionem em horários previstos. Eles serão alertados de que as crianças não funcionam como
máquinas e também não podem ser um mero repositório de exigências culturais.
Temos de lembrar que, nessa idade, a criança está lutando para se afirmar como pessoa,
que tem vontade própria, que gostaria de fazer escolhas e de se sentir aceita. É a idade do desafio,
testando assim a capacidade de ser amada, mesmo quando não faz o que os pais desejam. Poderá ocorrer, nesse caso, um sentimento negativo, de vergonha ou de dúvida, se a atitude não for
de acolhidora.
Na fase dos 3 aos 5 anos, que é a faixa mais abrangente da Educação Infantil, a criança é
dotada de uma energia interminável, que é extravasada nas atividades motoras e exploratórias. É a
fase dos porquês, quando começa a ampliar o seu mundo infantil: ela, então, começa a imaginar
coisas, a “fazer castelos” e a querer fazer isto ou aquilo. Assim ocorrerá se a sua afetividade estiver
saudável e ajustada à idade, porém, se ela vier com desvios da fase anterior –- vergonha ou dúvida
–- terá a mesma imaginação, mas com traços negativos, que a levam a imaginar-se “cometendo
falhas horríveis, que podem fazê-la perder o amor dos pais”, em termos de fantasia mesmo.
Se tudo estiver dentro dos parâmetros normais, a criança está pronta para começar a trabalhar as atividades e a produzir algo. Ela será uma criança que terá desenvolvido a capacidade de
confiança em si mesma e nos seus provedores externos, sentir-se-á bem, íntegra e autônoma, digna
de amar e de ser amada, e sentirá possibilidades de realização de suas capacidades e talentos
pessoais, no desempenho das atividades escolares. Se, porém, tiverem ocorrido falhas, surgirão várias
dificuldades, até mesmo com reflexos na idade adulta. Daí a importância de pais e educadores estarem bem informados, para tentarem evitar esses desvios ou
procurar sanar aqueles que se apresentarem.
O desenvolvimento da criança vai depender muito
do meio em que ela vive, de como é tratada em casa pelos pais, pelos avós e pelos responsáveis; se é filho único; se
tem outros irmãos, se é mais velho, mais novo ou do meio;
se apresenta ou apresentou problemas de saúde; como foi
o parto etc.
Se os pais forem ausentes, a criança será carente e
poderá se apegar ao educador e até gerar nos pais ciúmes
velados. Se ocorrer o contrário e a criança for superprotegida,
ela apresentará outros tipos de problemas que podem envolver choro, birra, manha, bico etc. Nos problemas mais sérios,
o educador não pode esquecer que a ajuda dos pais e da
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coordenação é recomendável, para o acerto das decisões
e para que a criança não tenha seu desenvolvimento prejudicado.
No início do ano escolar, a criança pode chegar ansiosa, insegura, às vezes, assustada. São estados emocionais
comuns nos primeiros dias de aula. Trata-se do conhecido
período de adaptação, que poderá ser mais longo ou mais
curto, variando de uma criança para outra.
Não pode ser ignorado que a criança está sempre
aprender sobre si mesma, sobre o mundo que a cerca e que
seus olhos, mãos e ouvidos estão prontos para desenvolver e
aprender novos conhecimentos. Sua curiosidade está aberta
e ela reage a tudo de forma diferenciada e especial.
É fundamental para o educador que, antes de assumir
ALEXEY ROMANOV / DREAMSTIME.COM
pronta, até mesmo nessa fase de sua chegada à escola, para
sua sala de trabalho, ele tenha total acesso aos dados colhidos nas entrevistas feitas com os pais, por ocasião da matrícula
inicial, a respeito de cada um de seus alunos. Observe que
os pais serão entrevistados — por coordenadores da escola ou pelos educadores — para preencherem fichas especiais, para que sintam que também a escola tem preocupação com seus filhos,
especialmente para tentar evitar que ocorram problemas que poderiam ser evitados. Assim, realizando
essas entrevistas com perguntas adequadas, a escola terá em mãos mais uma ferramenta para auxiliar o trabalho do educador. Todavia, ainda que esporadicamente, existam informações que o educador somente descobrirá após conviver com a criança algum tempo ou em circunstâncias quase
nunca agradáveis.
Os pais cuidadosos e informados, que dão maior atenção às crianças, são geralmente os que
colocam o educador a par desses acontecimentos e dessas informações.
A entrevista realizada tem uma importância enorme: é uma oportunidade excepcional para
que sejam abordados, sem receios e de modo aberto, os problemas e as características da criança.
É preciso ter muito cuidado com as perguntas e com as colocações ou observações feitas, para que
os pais percebam a seriedade da entrevista e a importância da escola e do trabalho do educador.
O educador necessita saber, dentre outras coisas, qual é o lugar que a criança ocupa na
família. Sabe-se que normalmente o filho mais velho tem afazeres múltiplos, como ajudar em casa,
olhar o irmão menor etc; que o filho do meio, comumente chamado de sanduíche, tem carência
de atenção, pois é preterido em relação ao irmão maior e ao menor; o filho mais novo, o caçula, é o
que recebe naturalmente maior cuidado, atenção e proteção, que, às vezes, podem ser excessivos.
PP-EI-2011-PÁG.81
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Após a entrevista e a convivência com a criança, o educador poderá detectar ou confirmar
alguns problemas, mas estará sempre bem claro em sua mente que as reações são consequências
e não a causa primeira. O educador poderá proporcionar meios para a criança aprender a nomear
suas próprias inquietações, sendo essa etapa muito importante no desenvolvimento infantil.
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MONKEY BUSINESS IMAGES / DREAMSTIME.COM
A criança saudável, segura e ávida de aprendizados seria o padrão normal, porém nem sempre isso acontece. Passaremos a enfocar os desajustes afetivos mais comuns, para, desse modo,
auxiliar o trabalho do educador, mas dando sugestões e não receitas fechadas. Lembramos ainda
que cada caso é um caso, e que não apenas a criança tem problemas afetivos e emocionais.
• CHORO FÁCIL
É a característica da criança que vem pela primeira vez à escola. Se o choro persistir, mesmo
após maior atenção e carinho, é recomendável que os pais sejam informados e venham buscá-la,
para que esse clima de desconforto e instabilidade momentânea não envolva os demais colegas
da sala. Atentar para o fato de que, por algum tempo, essa criança terá um período menor de atividades, sendo os pais avisados para virem buscá-la no horário combinado. Isso poderá ocorrer no
período de adaptação, no decorrer dos primeiros dias de aula.
• TIMIDEZ
A criança será estimulada a verbalizar e o educador irá observá-la, de modo constante, para
perceber os progressos. Não confundir com carência ou com insegurança, uma vez que a timidez é
uma característica de crianças mimadas que convivem somente com adultos, ou são filhos únicos
etc. A criança será estimulada a colaborar com o educador e ele dar-lhe-á tarefas fáceis: aos poucos, com um trabalho paciencioso e gradual, a timidez irá desaparecendo.
• DESOBEDIÊNCIA
É tarefa dos pais, mas a escola tem de assumi-la. Não foram colocados limites para essa
criança, mas, devagar e com muito jeito, a atitude da criança irá se modificando. Às vezes, pais
desajeitados ou incompreensivos provocam, sem perceber, uma resposta do filho, até como autodefesa e consequência de imposição excessiva ou atabalhoada da vontade adulta. Tal defesa ou
resposta, em forma de desobediência, dá à criança, sem que ela saiba o que representa, sensação
de vingança libertária: por exemplo, quando faz ou insiste em fazer barulho e movimentação em
casa, com exagero. A criança desobediente não é e nem fica feliz com o que faz, portanto cabe ao
educador detectar as causas. Ele pode ajudar a superar o problema, sondando a reação da criança, tentando inspirar nela segurança, confiança e compreensão, e, paralelamente, conversando,
uma ou mais vezes, com os pais.
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• CRIANÇA MEDROSA
Observar com quem ela convive e se os pais são pessoas amedrontadas. Às vezes, alguém
pode estar colocando medo na criança. Com muito carinho e atenção, aos poucos, o educador
ficará sabendo as causas e, se tudo se confirmar, colocar os pais a par do assunto. Uma frase que o
educador poderá usar com a criança: Você não tem medo dessa bobagem, tem? Além dessa e de
outras colocações positivas, lembrar que a criança precisa ser antes consolada e apoiada, a fim de
que ela possa se sentir fortalecida para vencer o seu medo. Não deixar também de acompanhar,
indagando e conferindo sempre como evolui a reação da criança.
• CRIANÇA CARENTE
É aquela que necessita de atenção maior e que, normalmente, “gruda” no educador: ela não
tem atenção em casa, talvez por ter vários irmãos menores do que ela ou simplesmente por ter pais
que ainda não se conscientizaram do que representam para os filhos. Acrescente-se ainda que essa
é normalmente uma criança dócil, que necessita também de muito carinho, que se sente esquecida ou abandonada e fica angustiada com facilidade.
• CRIANÇA SUPERDOTADA
Tal criança tem um vocabulário acima de outras de mesma idade, emprega termos precocemente, tem atração prematura pelos livros infantis e uma atenção excepcional em relação a outros
assuntos e quesitos, que poderão ser detectados pelo educador. Essa criança poderia ser atendida
por uma escola especializada, o que no Brasil não é comum. Todavia, com a ajuda dos pais, os
educadores poderão realizar trabalhos e tarefas à parte para essa criança, a fim de que ela sinta-se
bem e perceba que está aprendendo. Será destacado que, com a nova lei, essa criança poderá
ser promovida para uma classe posterior, mesmo que não tenha idade para frequentá-la.
• CRIANÇA AGRESSIVA
Parte da razão para que as brigas aconteçam são as diferenças de personalidade. Algumas
crianças parecem ser mais agressivas e briguentas do que outras, mas brigar faz parte do aprendizado de toda criança que brinca em conjunto: dos 3 aos 4 anos, ela está envolvida consigo própria,
com o que está fazendo; há curiosidade para saber o que as outras crianças estão fazendo, mas
não tem ainda certeza se quer se juntar a elas. A criança é egocêntrica e demora um pouco para
começar a fazer concessões. Os pais e a educadora ficam sem jeito quando as brigas ocorrem: geralmente essas crianças querem o mesmo brinquedo que antes havia sido ignorado por uma delas.
Com o amadurecimento, a criança aprenderá a dividir suas coisas, e, para ajudá-la a entender seus
limites, teremos que convencê-la de que sua atitude não é a mais correta.
• CRIANÇA DISTRAÍDA
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Parece estar sempre fugindo da realidade. É necessário primeiro detectar as causas, que só podem ser encontradas no ambiente familiar. Após fazer esse levantamento ou sondagem, o educador
poderá dirigir-se à criança com maior frequência, pedindo-lhe ajuda e cooperação, para que, aos
poucos, ela vá superando os problemas: são sempre crianças muito inteligentes e muito sensíveis.
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Em todas as ocasiões, o educador habituar-se-á a chamar a atenção da criança com doçura, voz baixa, mas com segurança. Se isso não ocorrer, pode-se perder o controle da classe, dando
origem a vários problemas disciplinares. Se a criança verbaliza errado, nunca será repetido o erro
dela, ter sempre uma linguagem acessível, que a criança entenda. Aos poucos, ela irá melhorando
e ampliando o seu vocabulário, e torma-se mais observadora.
• CRIANÇA DISLÉXICA
“20% das crianças em idade escolar entre 3 e 10 anos apresentam distúrbios de comunicatização.” Evaldo J. B. Rodrigues.
Alguns distúrbios de comunicação:
• alteração da fala e da voz;
• tempo de atenção encurtado;
• desligamento;
• a criança não entende o que é falado;
• inquietação;
• desorganização;
• dificuldades com palavras relacionadas com o
conceito de tempo/espaço;
• estabanadas;
• predisposição a quedas;
• agressivas.
Os sinais descritos, isolados ou associados, se manifestados, estarão estritamente vinculados a complexas estruturas e garantem a comunicação em todas as suas formas.
(www.foniatria.med.br e-mail: [email protected])
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Não estamos dando receitas prontas, mas, sim, dicas que poderão ser aproveitadas. O educador necessita sentir-se cada vez mais seguro e certo de que está fazendo o melhor. É fundamental
e indispensável a análise de cada ficha de entrevista, para que se possam perceber as causas dos
comportamentos e procedimentos relacionados. Na sequência, estão relacionadas, sem qualquer
ordem de precedência ou importância, algumas das causas mais comuns:
• Pais que trabalham fora. A criança, além de não receber a devida atenção, também não
tem limites para suas ações.
• Filhos de casais recém-separados. A criança ainda não conseguiu assimilar a nova situação.
• Filho único com mimo em excesso. A criança manda nos pais, “fazendo e desfazendo” de
acordo com a própria vontade.
• Clima de tensão em casa. Brigas e contendas no lar fazem com que, na escola, a criança
extravase sua emoção. Ela irrita-se facilmente e agride o colega (no caso de mordida, se for criança de 18 meses a 2 anos, é comum, pois ela ainda não sabe se expressar e parte para a ação: às
vezes, pode ser até uma forma de carinho).
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BRADCALKINS / DREAMSTIME.COM
ção. É uma proporção muito elevada, além de preocupante, tendo em vista o processo de alfabe-
• Pais muito severos. Não permitem que a criança se suje ou brinque livremente para não
desarrumar a casa etc. Eles contribuem para que a criança, ao chegar à escola, sinta-se em liberdade
e faça tudo que em casa não pode fazer. Daí pode tornar-se até muito mais “arteira” na escola. Em
casos como este, os pais não acreditam que seu filho se comporte dessa forma, pois em casa é
muito bonzinho e educado.
• A birra. Pode ser sinal de algum desconforto passageiro ou é feita para chamar a atenção
dos adultos. Verificar se a criança não tem febre, dor etc. Se ela não apresentar problemas de saúde,
pode deixar que logo passa.
• Pais bonachões. Acham que a criança pode fazer tudo, não colocando limites para suas ações.
• Pais muito jovens. Não sabem usar de sua autoridade e fazem com que a criança ignore
outra maneira de agir, crescendo como dona do mundo.
• Pais inseguros. Colaboram para a criança não querer ficar na escola. “Amanhã ela volta”;
“hoje ela não quis vir”; “ela caiu”; “não gosta do educador” são algumas das justificativas que apresentam.
• Pais comodistas. Preferem colocar o filho em escola bem próxima do trabalho ou da casa,
só para ganhar tempo. Eles não têm o cuidado de escolher a melhor escola ou a mais indicada,
e a criança pode apresentar problemas por não se adaptar à escola que foi escolhida, ou por não
receber o que necessita de uma escola.
Essas são apenas algumas das causas que determinam o comportamento da criança. Às vezes, esquecemo-nos de avaliar a causa e ficamos preocupados apenas com os efeitos que surgem.
Uma das prioridades dos educadores da Educação Infantil será a de mostrar amizade pelos
pais, evitando apenas criticar ou achar isto ou aquilo. Ponderem com eles sobre as diversas situações,
para que eles percebam o que necessita ser mudado, ou seja, não oferecer receitas, mas abordar
os assuntos com tranquilidade e segurança, não deixando dúvidas sobre o fato de estar do lado da
criança e dos pais, ajudando e cooperando naquilo que for necessário, em termos educacionais.
Convém lembrar que, de 0 (zero) aos 7 (sete) anos, o carinho tem a mesma força de um alimento. Ao ignorar este pormenor tão significativo, podemos também ocasionar grandes frustrações
que, se não forem detectadas e superadas a tempo, poderão desajustar o futuro adulto ou marcá-lo
negativamente.
MONKEY BUSINESS IMAGES / DREAMSTIME.COM
No entanto, convém salientar, com a mesma
finalidade de deixar tudo bem claro, que nas abordagens feitas a alguns tipos de criança (já que existem
muitos outros tipos marcantes: por exemplo: sentimental, escrupulosa, implicante, desajeitada e preguiçosa) e a algumas possíveis causas determinantes,
admitimos, colocamos, simulamos e exemplificamos,
sempre de modo resumido, como julgamos ser mais
indicado e apropriado. Não pretendemos, em hipóPP-EI-2011-PÁG.85
tese alguma, ser conclusivos ou definitivos, mas, sim,
dar realce a situações e questões que necessitam de
muito cuidado, trabalho, atenção, questionamentos,
investigações e estudo.
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SOCIALIZAÇÃO
ANATOLIY SAMARA / DREAMSTIME.COM
Donald Pierson define socialização como um
processo característico da infância e acrescenta que
ela é um processo pelo qual a criança incorpora-se
ao grupo social — que passa a ser seu —, introjetando
as maneiras de pensar, de sentir e de agir desse grupo.
Como não é um produto final e, sim, um processo aberto, podemos considerar que ele é mais intenso
na infância. Exatamente por isso, o cuidado e a atenção estarão sempre presentes.
Conforme explana o sociólogo e educador da USP, em Sociologia Educacional, Fernando de
Azevedo, nenhum animal nasce tão desprovido de meios de defesa e de proteção como o filho do
homem. Nenhum ser é mais frágil do que a criança embalada no berço, sobre a qual se debruçam, com os seus desvelos e as suas esperanças, a ternura maternal e o orgulho paterno. Nenhuma
criatura atravessa período tão extenso de fraqueza e necessita, no prolongamento da sua infância
e adolescência, de tamanhos cuidados, como o ser humano.
Porém, como já dizia Aristóteles — famoso filósofo grego — “O homem é um ser social por
natureza”. E foi graças não só ao seu poder de organização social, mas também aos seus poderes subsequentes de fabricar instrumentos (homo faber) e de criar símbolos da linguagem articulada
(homo loquens), que o homem pôde sujeitar, à sua vontade e ao seu domínio, os mais perigosos
habitantes das selvas e algumas forças da natureza.
Destaca-se que, de acordo com conceitos sobre fenômenos sociais, a causa de um fato
social é sempre social; a causa é, portanto, tudo que auxilia o fenômeno e a condição, é tudo o
que auxilia ou perturba o efeito. Apresentaremos a seguir uma breve ilustração do assunto, relatando
algo interessante e pertinente.
“Por volta de 1921, foram encontradas em uma floresta da Índia 2 (duas) crianças do sexo feminino, vivendo em caverna, com lobos — a mais nova tinha em torno de 4 (quatro) anos e a mais
velha, de 9 (nove). Como e quando foram abandonadas ninguém soube esclarecer.
Soube-se, todavia, que levadas a um orfanato, a menor morreu em menos de um ano e a
outra sobreviveu mais alguns anos, de modo que foi possível avaliar o seu comportamento e tentar
reeducá-la: locomovia-se engatinhando, pois não sabia andar com membros inferiores; não conhecia palavras, embora emitisse gritos; comia carne crua; não se acostumava com as roupas; possuía
o olfato tão desenvolvido como o faro de certos animais; os seus olhos, no escuro, tinham um brilho
peculiar.”
Casos excepcionais de sobrevivência de seres humanos isolados nos primeiros anos de vida confirmam que o homem é um ser sociável por natureza, pois só convivendo em sociedade torna-se humano.
Do contrário, em quase nada difere dos outros animais — é o que chamamos homo ferus. O homem e a
sociedade. M.B.L. Della Torre.
A socialização, atrelada à parte emocional, possibilita à criança as condições básicas para
que ela tenha confiança nela mesma, para melhor adaptar-se ao meio e desenvolver-se intelectualmente.
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O que se pode constatar facilmente, com tantos anos de vivência profissional nessa área, é
que o ambiente familiar em que a criança vive tem grande dose de responsabilidade nesse aspecto
de socialização.
A criança saudável e ajustada tem mais competência para enfrentar situações diversas, no
dia a dia da escola. As que são psicologicamente mais saudáveis são aquelas cujos pais adotam
práticas disciplinares consideradas democráticas. Eles usam o reforço positivo que todos os educadores podem adotar como norma de trabalho, pois já provaram e comprovaram a sua importância.
Por meio de tais práticas e do reforço, os educadores solicitam a participação da família em decisões familiares que lhes dizem respeito — lazer, atividades escolares etc.— e procuram fazer com
que seus filhos se tornem competentes e independentes, levando em consideração a idade e o
sexo deles.
Ocorre o contrário com os pais autoritários, que só dão ordens sem conversar ou explicar para
a criança os porquês. Eles podem até conseguir que seus filhos se adaptem socialmente pelo conformismo, mas não que se tornem pessoas felizes, com possibilidades amplas de realização pessoal.
Esse autoritarismo ocorre de modo mais pronunciado nas camadas sociais menos elevadas.
Pais permissivos, inseguros e desorganizados — em termos de rotina doméstica — tendem a
fazer com que seus filhos sejam imaturos, inseguros e com baixa autoestima, demorando mais tempo para se adequarem à escola, ao grupo formado pelos colegas, encontrando mais dificuldades
de adaptação social e de realização pessoal.
Nas camadas sociais mais elevadas, tem havido algum progresso, com tentativas de criar, no
lar, um ambiente democrático. Apesar desses ensaios, está longe o ideal, visto que, em nossa sociedade, ainda prevalece o ranço do padrão familiar patriarcal — tipo ou característica de família que se
desenvolveu em certas épocas, em que o chefe tinha autoridade absoluta.
Existe ainda a triste realidade das crianças que, ante razões sociais diversas, vivem e sobrevivem nas ruas, especialmente nas grandes cidades. Como se sabe, elas apresentam várias deformidades que, muitas vezes, nunca serão sanadas.
Temos verificado um interesse crescente dos pais, longe de ser amplo, em participar de reuniões
para discussões mais objetivas sobre temas afetivo-sociais.
Finalmente, cabe registrar, de modo ainda mais objetivo, que a socialização é manifestada
e cultivada por meio das habilidades de convivência, igualdade, companheirismo, compreensão,
solidariedade, participação, colaboração, respeito mútuo e senso de humor.
O EDUCADOR: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Normas sociais — Os educadores se preocuparão com a valorização e
com o incremento de normas sociais, pois, quanto mais cedo a criança introduzir em sua vida as normas (a seguir relacionadas) menos problemas ela terá:
• higiene corporal-dental;
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• higiene ambiental: limpeza da casa; uso de cestos de lixo; evitar sujeiras e desordens desnecessárias; preservar a natureza;
• postura: ensinar as maneiras mais corretas de andar, ficar em pé, sentar, cruzar os braços e as pernas, deitar etc.;
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• boas maneiras: cumprimentar; solicitar; pedir licença e
desculpa; agradecer; ouvir com atenção quem fala; aguardar a
vez de falar; obedecer às normas, leis e ordens de modo geral;
• alimentação: lavar as mãos, os alimentos e as frutas para
comer; mastigar com a boca fechada; não falar com a boca cheia;
usar adequadamente talheres, copos e guardanapos; aprender a
limpar e a lavar os utensílios usados para a alimentação;
• segurança: prevenir e evitar acidentes em casa — com
remédios, coisas e líquidos desconhecidos; com objetos cortantes
e pontiagudos — e com água, fogo, animais, trânsito etc.; cuidar
da saúde — médico, dentista, farmacêutico;
• lazer: brincar ao ar livre, sozinho e em grupo, mas só nos horários programados;
• estudo: ter o material necessário, saber cuidar e guardar após utilização; pesquisar e realizar
as atividades para fixação em local ventilado, com ausência de barulho e em horário certo;
• repouso: descansar depois das atividades lúdicas e após o lanche;
• vestuário: de acordo com a ocasião e a temperatura — chuva, frio, sol, calor —, roupas
limpas e bem cuidadas; vestir, calçar, abotoar, colocar cintos, dar laços e fechar zíper sem ajuda;
• pontualidade: chegar no horário, respeitando os sinais de entrada e de saída;
• responsabilidade: cumprimento de horários, determinações e tarefas;
• posturas ecológicas: relacionadas a seguir, elas serão ensinadas desde a tenra idade, para
serem assimiladas, de modo natural e efetivo, pela criança:
• reciclar e reaproveitar garrafas, latas e jornais velhos etc;
• jardins da casa ou da escola: tentar transformá-los em uma minirreserva, criando plantas
para atrair insetos, passarinhos e outros pequenos animais;
• nunca trazer dos passeios mudas, flores etc.; deixar como está para que outros também
possam “curtir” a natureza;
• não matar animais por prazer: até as aranhas e as cobras são importantes e ajudam a manter o equilíbrio da natureza — por exemplo, comendo moscas;
• nunca viajar para outro país levando animais ou plantas, pois eles podem transportar doenças e pragas que destroem a natureza;
• cuidar da preservação da natureza; saber, por exemplo, que o estoque de animais não é
infinito: se o homem os matar, logo não existirão mais.
Não é tarefa fácil fomentar essas normas, pois cada criança apresenta características próprias
e tem reações diversas. Todavia, como faz parte do aprendizado, a tarefa é do educador.
Na hipótese de reações contrárias e negativas, e de modo insistente, comunicar à coordenação da escola e, se não houver melhora, os pais também serão comunicados em hora e local
oportunos, e nunca na frente da criança.
PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
A cada ano vem crescendo a necessidade da escola realizar um trabalho muito bem preparado, para facilitar a chegada e a recepção da criança, principalmente no início das atividades
estudantis.
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Atualmente, a criança está chegando cada vez mais cedo à escola. Muitas tarefas e obrigações, que eram de responsabilidade dos pais, estão sendo assumidas pela escola, que, atualmente,
executa um papel que não é propriamente o dela: é necessário haver atenção e cuidado, pois, até
os dois anos de idade, existe um sentimento de ligação muito forte com os pais ou com as pessoas
que cuidam dessas crianças.
Entrar na escola é para a criança um grande desafio, algo novo que a excita e a deixa insegura, pela situação nova que terá que enfrentar. Tudo é desconhecido: o local, o educador, e os
colegas. Esse período varia de criança para criança, mas o ideal seria que ela conhecesse a escola
e o educador anteriormente, o que não ocorre normalmente. Seria também de bom alvitre que o
horário escolar, nesse período, tivesse sua duração diminuída — o que muitos pais não aceitam. É
um período realmente bem delicado.
Complementando os dados da entrevista escolar, o educador pesquisará o que os pais pensam sobre dividir o filho com a escola. A criança traz consigo traços emocionais dos pais. Assim,
quanto mais natural os pais se mostrarem, mais tranquila será a adaptação. Se isso não acontecer e
não conseguirem suportar a separação, a criança perceberá e ficará ansiosa, independentemente
do que os pais digam. Lembrando que o aprendizado será mais fácil quando as crianças se apresentam bem emocionalmente ou quando estão afetivamente ligadas àquele que as ensina. Além
disso, as emoções estão intimamente ligadas ao processo cognitivo — elas são essenciais para a
capacidade de aprendizagem implícita e inconsciente, assim como para as decisões sensatas.
Seja qual for a situação nova que a criança enfrentará, é bom lembrar que a autoconfiança
surge de separações desse tipo, bem sucedidas. A escola será o primeiro local onde essa experiência vai se realizar, passando a fazer parte da vida infantil. Daí a importância de a escola estar preparada para ajudar a criança e os pais a viverem essa situação nova.
Os pais estarão tranquilizados, ao saber que tudo foi preparado para que o melhor aconteça.
Os renitentes serão esclarecidos, em horário oponente ao da aula, sobre como é importante o preparo para que a criança atravesse tal período com mais tranquilidade e autoconfiança.
Para as classes iniciais, é permitida a presença dos pais ou de um deles dentro da sala. Eles,
aos poucos, irão sendo deslocados para os corredores, depois para o pátio, até que a criança, já
adaptada, saiba que eles irão embora. Se isso não acontecer, o processo pode se inverter, e a
criança se sentirá insegura e desconfiada em relação ao novo lugar e aos pais. Os educadores estarão preparados para que os pais dividam, com eles, a responsabilidade de cuidar de seus filhos.
Como já foi mencionado, período varia de criança para criança, portanto é conveniente
alternar o acompanhante: em um dia o pai, no outro a mãe, no outro a funcionária de confiança
da família. Talvez, assim, a criança vá se preparando melhor para ficar sozinha na escola, sem a
presença de acompanhantes.
O período de adaptação pode ser comparado com o do bebê que toma só leite e depois
começa a comer papinha: às vezes, tudo corre dentro da normalidade, mas outros rejeitam o alimento e perdem peso.
A sensação de tempo para a criança ainda é muito vaga, assim ela não sabe aquilatar o que
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é daqui a pouco, num minutinho etc. Na verdade, ela sempre pensa que para ela é: não é agora.
As semanas iniciais não apresentam momentos adequados para a realização de passeios demorados e excitantes ou de grandes atividades. As crianças precisam ter tempo para se acostumar
com os colegas, com a educadora, com a escola.
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Uma sala cuidadosamente preparada, com todo o material bem selecionado e em quantidades suficientes, vai refletir o cuidado e a preocupação com as necessidades desse período. O nome
das crianças, escrito em fichas de cartolina — o tamanho de acordo com cada sala — colocadas
na carteira ou no lugar determinado, demonstrará que cada um é esperado e tem o seu lugar.
As atividades desse início serão sempre livres, usando-se material simples e de fácil manuseio.
As atividades dirigidas ficarão para uma outra etapa.
Passaremos a nomear alguns esclarecimentos, sem a preocupação de ordem de sequência
ou prioridade:
• Quando a criança entra na escola, é normal ela apresentar alguma regressão.
• Se a mãe tiver um bebê, é normal que a criança apresente dificuldades, pois o “rival“ ficará
com ela em casa recebendo carinho, cuidados etc.
• Havendo possibilidade, será observado que o período favorável para uma criança ser colocada na escola é no início da gravidez da mãe, quando ela ainda não percebeu quaisquer diferenças.
• Será pedido aos pais que estejam sempre na saída, para receberem os filhos com gestos
de carinho e, se estiverem levando algo para casa, feito por eles, reparar no objeto, e comentar a
respeito, de forma atenciosa.
• Quando a criança chegar em casa, o alimento estará preparado, pois, após a refeição, ela
necessita descansar. Normalmente, a criança chega cansada da escola.
• Os pais serão aconselhados a estabelecer alguma continuidade da escola com a casa.
Exemplo: saber cantar juntos uma canção que ela tenha aprendido na escola. São pontes que serão construídas, para promover essa continuidade.
• A criança adaptada na escola passa a ter um comportamento diferente, tanto dentro da
escola como em casa.
• Reações como não querer nada, chupar o dedo, constipação, enurese e dores de cabeça
são sintomas que serão encarados dentro da normalidade.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
• JOGO DO AMIGO
Formar duas fileiras, uma em frente da outra. Entregar a bola a primeira criança de uma delas.
Este entregará ao colega à sua frente, dizendo: “lá vai a bola ao meu amigo...” — dizer o nome.
Assim que entrega a bola vai para o fim da fila. Termina o jogo quando todos tiverem tocado a bola
e dito o nome do amigo.
• JOGO DO PRESENTE
Cada criança receberá uma folha e material para desenhar. Serão solicitadas a fazer um desenho que será dado a um colega. Quando todos tiverem terminado o desenho, dobrarão a folha
e eles serão colocados em uma roda. O educador definirá que o mais tímido comece o jogo. O
escolhido entrega para o colega o presente e diz: “Para você, o meu presente”. O que recebe diz:
“Obrigado(a)”. O jogo termina quando todos entregarem seus presentes.
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• ANIVERSARIANTES
Ótimo meio de socialização é saudar o
aniversariante, cumprimentando-o e cantando o
STEPHEN DENNESS / DREAMSTIME.COM
“Parabéns a você”. Se a família quiser mandar um
bolo, tudo bem, mas se isso não ocorrer, junte os
lanches e improvise uma festinha. Cada criança
poderá fazer um desenho — o presente — para o
aniversariante, que certamente sentir-se-á feliz pelo
acolhimento dos colegas. Para a criança, o dia de
seu aniversário é muito importante e é esperado com grande ansiedade.
• “EXCURSÕES” PELA ESCOLA
Na cozinha, no refeitório, na diretoria etc.
• PASSEIOS
São um excelente meio de propiciar experiências novas e favoráveis ao desenvolvimento da
criança. Serão curtos, pois elas se cansam facilmente, e, cansadas, nada aprenderão. Para a criança, um posto de gasolina, um supermercado e um riacho que fica perto da escola, serão uma
verdadeira festa. A criança será bem preparada para o passeio. O educador falará sobre o local
e os pontos importantes que irão conhecer. Os passeios irão variar de acordo com as unidades tématicas. Um bom passeio será feito com tranquilidade, com tempo para conversas pelo caminho,
tanto na ida como na volta. Haverá tempo para breves paradas, que, muitas vezes, são melhores
do que o próprio passeio. Certos acontecimentos não previstos, às vezes, são importantes. A criança
necessita de tempo para olhar em volta, observar as coisas, pois assim estará explorando o mundo.
• HISTÓRIAS
As crianças serão estimuladas pelas histórias. Nessa linguagem, há a necessidade de um tipo
de comportamento desejável dos participantes. A motivação para ouvir e acompanhar é também
necessária, assim estarão estimuladas a aprender, envolvidas a ouvir e a entender a mensagem.
Essas histórias serão curtas e também de acordo com o que está sendo enfocado.
• JOGOS
São muitos e serão propostos para motivar a criança à participação e prepará-las para nem
sempre vencer. O jogo ideal é aquele em que todos participam, alegrando-se com a vantagem
dos companheiros, quando um cumprimenta o outro que venceu; e, após o jogo, perdendo ou ganhando, todos continuam amigos.
• MÍMICA
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Após a escolha de uma criança para iniciar a brincadeira, o educador lhe segreda ao ouvido
a palavra escolhida — simples e que dê margem a gestos. Exemplos: chuva, palhaço etc. Começar
com uma criança mais desinibida para que, aos poucos, a timidez dos colegas vá sendo vencida.
Quem acertar, fará a próxima mímica.
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• DRAMATIZAÇÃO
É interessante perceber que, com máscara, a criança tímida desempenha bem o papel que
lhe for indicado. Nas dramatizações, pode-se iniciar com esse processo, deixando as outras, que não
são tímidas, somente com acessórios pertinentes ao que vai ser dramatizado. Começar com cenas
cotidianas, passar pelas pecinhas mais simples e chegar até as mais elaboradas. Na sala ou fora
dela, guardar em lugar apropriado uma caixa com bolsas, pares de sapato de adulto, cintos, xales,
aros de óculos, maletas, pastas, fantasias etc., pois pode ser um excelente recurso. A educadora
DIMITRISURKOV / DREAMSTIME.COM
utilizar esse material para fazer as dramatizações.
• ZUNZUM OU COCHICHO
A classe será dividida em vários grupos com duas ou três crianças. O educador dará um tema
ou uma notícia — por exemplo, uma visita importante; a festa do Dia das Mães etc. Agrupadas e falando baixinho, as crianças discutirão o que foi pedido. Marcar o tempo de acordo com cada sala.
O educador pedirá que comentem o que discutiram e o que acharam daquele assunto. Nessa atividade, o educador procurará notar o entrosamento, a atenção e a desinibição das crianças. Após
o tempo esgotado, o educador poderá ouvir o que cada grupo comentou sobre o tema proposto.
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PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
Procuramos deixar bem claro, desde a introdução, que esta linguagem é a mais complexa.
Além de exigir e merecer de nossa parte muitos estudos e reflexões, ela também não se esgota
nestas páginas.
A criança, ao sentir que o educador tem tempo para ouvi-la e para saber o que ela pensa e
sente, que ele é legal, amigo e que ela tem com quem brincar, rir, falar, andar, correr, descobrir e
comemorar, aprende, de modo natural. A importância de ter encontrado regras e comandos, que
definem e indicam com clareza, firmeza e segurança a direção correta para se conseguirem companheiros e fazer amigos e os caminhos mais apropriados para se adquirir segurança, confiança e
capacitação com qualidade.
O educador tomará cuidado com a incompreensão costumeira, pois ela prega que a disciplina pode ofender a criança e torná-la infeliz, mas ocorre justamente o contrário: a indisciplina gera
infelicidade, porque a criança sente-se deslocada, algumas vezes rejeitada pelos colegas e tem a
sensação, à sua volta, de solidão e desamor. Além disso, em consonância com tudo o que já foi
abordado, e com a utilização de todas as técnicas educacionais conhecidas, não deixe jamais
faltar, de maneira especial para o indisciplinado contumaz, o ouvido paciencioso e a palavra de
compreensão.
As exigências feitas pela escola, as quais levam ao desenvolvimento de atitudes de disciplina — como as de esperar a vez; entrar e sair da sala sempre em ordem, ou com ordem expressa;
movimentar-se sem barulho; adaptar-se a situações novas; usar o seu material e o da escola com
cuidado; ter e manter limpeza e asseio pessoal e do ambiente — com certeza só podem ajudar a
criança, de modo verdadeiro, a crescer e a se desenvolver saudável e feliz.
Voltamos a enfocar a agressividade da criança — que é até natural em muitas circunstâncias
— para lembrar que existem, dentro do ambiente escolar, meios saudáveis de canalizar essas atitudes — ações e reações — agressivas; por exemplo, por meio das atividades lúdicas, com seus jogos
e brinquedos livres que, de um lado, gastam as energias excedentes e, de outro, permitem extravasamentos, mediante regras; da linguagem plástica, que, com a criatividade e com as expressões
corporal e teatral, permitem a liberação e o afastamento natural de problemas e tensões.
Se o ato de ensinar tem de ser, na essência, significativo e prazeroso, a alegria de aprender é
algo que a criança precisa sentir e vivenciar no dia a dia, para que nela permaneça como lembrança perene e motivadora.
A sala será antes e acima de tudo, um verdadeiro e permanente laboratório, cuja especialidade será manipular dúvida e certeza, faz de conta e verdade, choros e sorrisos, firmeza e carinho.
Enfim, sonhos, criatividade, graça, beleza...
O educador poderá ousar, romper, mudar, transformar conhecimentos já cristalizados e se
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voltar para o aprofundamento, para o estudo, podendo adequar as novidades ao seu fazer pedagógico.
Como aqueles castelos... que inspiram os sonhos mais belos... os anos pré-escolares devem
ajudar a construir um tempo maravilhoso e inesquecível para a criança.
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LIGHTKEEPER / DREAMSTIME.COM
2 – CIÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Ela poderá fazer parte da “inteligência naturalista”
segundo Howard Gardner. Essa inteligência tem a ver
com o mundo natural: ser capaz de entender entre diversos tipos de plantas, de animais e “que todos nós possuímos em nosso cérebro”.
Se todos nós possuímos, cabe a nós profissionais
da Educação Infantil, propiciar às crianças oportunidades
múltiplas e variadas para que essa “inteligência” se desenvolva desde a menor faixa etária por nós atendida. Haverá
várias maneiras de estimular a criança na descoberta do
mundo natural que a rodeia, procurando sempre valorizar o ambiente natural que necessita ser conhecido pelas
crianças, pelos pais e pelas pessoas envolvidas no ensino,
aguçando a sua curiosidade, por meio de jogos, de brincadeiras de forma mais espontânea possível.
A criança poderá desenvolver-se com eficácia se a
ela forem proporcionadas atividades que possam incorporar um projeto desenvolvido pela escola: educadores
e coordenadores.
Cabe ao educador observar o que tem perto da escola ou aproveitar os momentos de ventania, chuviscos, chuvas fortes etc. É importante perceber que todas essas vivencias são carregadas
de estímulo, e “que ao lado do exercício sinestésico corporal interage com a sensibilidade olfativa, a
auditiva e com o emprego de múltiplas habilidades operatórias”. Celso Antunes.
Nos passeios, visitas etc, é necessário ressaltar não apenas o prazer e a alegria como também
servirá de estímulo para a descoberta do mundo natural.
Anteriormente Ciências era parte integrante da Linguagem Matemática, agora passa a se desvincular dessa linguagem e terá seu projeto separadamente. O conteúdo foi ampliado visando a dar
maiores oportunidades para experiências, vivencias e observações.
A criança desde cedo tem contato com o seu viver cotidiano, que se constitui de um conjunto
de fenômenos naturais e sociais, a respeito dos quais se mostra curiosa e investigativa. A interação
com o meio natural e social no qual vive, a faz aprender sobre o mundo que a rodeia, fazendo e
procurando respostas às suas indagações e questões. Aos poucos ela vai, por meio do do que sabe
e do que já vivenciou, construindo o seu conhecimento.
Nós, educadores, sabemos que os primeiros anos são fundamentais, que a Educação Infantil
tem procurado cumprir o seu papel em vários aspectos e, no caso de Ciências, pela observação, a
criança começa a investigar, formular hipóteses, criar, aceitar e concluir, tendo assim múltiplas oportunidades para que tenha uma vivência científica de modo simples, singular e aprofundado.
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“Desde cedo, nós juntos podemos formar cidadãos esclarecidos, equilibrados, possuidores de
um espírito científico, se não desperdiçarmos sua fase maravilhosa para aprender o que é a infância”. Nilda Bethlem
Muitos são os temas pelos quais as crianças se interessam: pequenos animais, bichos de jardim, dinossauros, tempestades, castelos, programas infantis na TV, histórias etc.
A observação da natureza, estimulada desde cedo, dará à criança oportunidades de pesquisa, observação e conhecimento. Convém lembrar que a criança, ao nascer, já está preparada para
o aprendizado. Com o passar do tempo, vai aos poucos construindo seus saberes. Tudo o que ela
venha a aprender dependerá dos estímulos recebidos e vivenciados, que são a base do aprendizado, lembrando que as experiências e observações desenvolvidas irão corresponder à curiosidade da
criança dentro da sua capacidade de compreensão.
Cabe a nós, educadores, escolher processos diferenciados e de acordo com o interesse infantil, obtendo recursos dentro da sua realidade, para que esse aprendizado seja desenvolvido de
forma constante. A criança aprende em todos os momentos e o estudo dos fenômenos científicos
será conduzido à observação, que poderá ser direta ou indireta: nos seres, nas coisas, nos objetos,
nas gravuras ou nas fotos.
A observação é o processo-chave, sendo, portanto, bem planejada, cuidada em todos os
sentidos. A observação na Educação Infantil será também orientada, desafiando a criança a observar
o que será proposto. Sendo bem dirigida, levará à distinção entre o que é essencial e o que é supérfluo
e, aos poucos, a criança vai estabelecendo ligações entre causa e efeito. Como a idade das crianças
na Educação Infantil vai de 1 (um) ano e meio a 5 (cinco) anos, as observações serão de coisas que
acontecem ao seu redor, para que aos poucos se ampliem, dependendo do interesse demonstrado.
O trabalho em Ciências ocorre de forma integrada com as linguagens de expressão e reunirá
projetos pertinentes ao mundo social e natural. “É importante que as crianças tenham contato com
diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-las e explicá-las e tenham acesso a modos variados de compreendê-las e
representá-las”. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
A ecologia será abordada para que a criança, desde cedo, perceba o papel dela no nosso
planeta, e que todos são responsáveis por ele. A reciclagem de vários materiais, o uso adequado
da água e os cuidados necessários para a reutilização de vários materiais, que normalmente são
dispensados, o aquecimento global ocasionando degelo nos polos, as queimadas etc. serão trabalhados no concreto (com cartazes, figuras, notícias, filmes etc.) para que a criança observe, vivencie
e os introduza no seu saber científico, criando assim uma consciência ecológica.
Em cada etapa de seu desenvolvimento, a criança toma consciência do mundo de diferentes maneiras. “Quanto menores forem as crianças, mais suas representações e noções sobre o mundo
estão associadas diretamente aos objetos concretos de realidade conhecida, observada, sentida e
vivenciada”. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
As atividades de Ciências oferecem um campo bem amplo que será bem estruturado e planejado de forma a escolher os assuntos mais relevantes para as crianças e o seu grupo social.
As crianças desde cedo serão motivadas a observar fenômenos, relatar acontecimentos, formular
hipóteses, prever resultados para experimentos, conhecer diferentes contextos, tentando localizá-los no espaço e no tempo. Os domínios e conhecimentos não se consolidam na Educação Infantil, são construídos
paulatinamente na medida dos interesses e as oportunidades que a criança tem. Para saciar a curiosidade inerente, faz com que ela formule explicações, critique de acordo com a diversidade dos fenômenos
que foram vivenciados e os acontecimentos ocorridos, durante as fases de um ano e meio a cinco anos.
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OBJETIVOS GERAIS DE CIÊNCIAS
Levar a criança a:
• formular perguntas;
• estabelecer contato com pequenos animais, plantas e com objetos;
• utilizar objetos tais como: lupas, microscópios, binóculos etc.;
• explorar o ambiente;
• fazer descobertas;
• interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural;
• confrontar a sua ideia com as de outras crianças;
• registrar oralmente ou através do desenho o que foi vivenciado;
• valorizar o meio ambiente percebendo sua importância para a preservação das espécies e
para a qualidade da vida humana;
• estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem;
• observar e concluir que pequenas ações de todos, ocasionarão o bem-estar do nosso planeta;
• participar ativamente na resolução de problemas;
• buscar informações juntamente com o educador;
ANITA NOWACK / DREAMSTIME.COM
• perceber o papel da ecologia no nosso planeta.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE CIÊNCIAS
Levar a criança a:
• conhecer o seu próprio corpo;
• conhecer os nomes de cada parte em situações reais e cotidianas;
• descobrir os cuidados de que o corpo necessita:
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• sono;
• alimentação;
• higiene;
• lazer;
• descanso.
• descobrir os órgãos dos sentidos e suas funções;
• fazer e participar de experiências:
• a diferenciar o sal do açúcar, aprendendo;
• que o sal e o açúcar desaparecem quando misturados com líquido, que alteram o sabor e
que o sal vem do mar;
• que o sal conserva os alimentos;
• que o açúcar vem da cana-de-açúcar; já em outros países, da beterraba.
• perceber para que servem os dentes e como serão tratados;
• concluir que o coração bate mais depressa e com força quando faz exercícios;
• perceber que não sentimos dor quando cortamos unhas e cabelos;
• familiares;
• parentes;
• amigos;
• educadores etc.
CRAIG JEWELL / DREAMSTIME.COM
• vivenciar experiências com:
• conhecer as diferenças e características da turma:
• normas sociais da turma;
• modos de vida;
• lugares;
• vizinhos etc.;
• alimentação;
• vestimentas;
• músicas;
• jogos;
• atitudes de fazer e lazer.
• observar e explorar o meio em que vive;
• na escola:
• jardins: pequenos insetos, plantas, flores etc.
• em volta da escola:
• plantas, calçamento, ruas, prédios, residências, lojas comerciais etc;
• explorar os espaços de dentro e de fora da escola.
• descobrir o papel da ecologia no nosso planeta:
• na escovação dos dentes;
• no banho;
• na alimentação (lavagem de frutas e verduras).
• economizar energia elétrica:
• no banho;
• na casa.
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• economizar a água:
• reutilizar:
• a água das chuvas;
• o bagaço da cana (energia-elétrica);
• sementes;
• sobras de materiais de construção.
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• reciclar:
• papéis;
• folhas de bananeira;
• caixas;
• embalagens de papel e de plástico;
• garrafas de vidro e PETs;
• pneus (asfalto);
• latas de alumínio etc.
• perceber a importância de:
• limpar a sua casa;
• observar a necessidade de deter e acabar com a poluição;
• se esforçar para abandonar o consumismo irresponsável;
• trabalhar para sanar os problemas do nosso planeta;
• praticar pequenas ações, dentro de suas limitações, pensando sempre no bem comum.
• perceber a existência do ar e que:
• tem peso;
• ocupa lugar;
• aguenta peso;
• produz som;
• está em movimento;
• há um lado em que ele sopra;
• ajuda a secar as roupas, objetos etc.
• observar os fenômenos da natureza:
• tempo – ensolarado, chuvoso, nublado;
• dia/sol;
• noite/lua e estrelas;
• chuva/trovões;
• estações do ano e suas características:
• no Brasil;
• em outros países.
• observar e concluir sobre as plantas:
• germinação;
• terra/Sol/cuidados;
• crescimento.
• conhecer:
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• tipos de plantas:
• partes de uma planta completa;
• suas funções e características.
• os alimentos, sua origem e cuidados que exigem conhecer:
• os vegetais;
• as sementes duráveis;
• as folhas diversas.
• conhecer os animais, suas características e cuidados de que necessitam:
• habitat de cada um;
• características de cada espécie;
• alimentação;
• animais domésticos;
• animais mamíferos/aves/peixes;
• animais selvagens;
• vertebrados e invertebrados;
• alimentos de origem animal;
• mordidas, bicadas etc.
• estimar, respeitar, conhecer e defender o nossso planeta (ecologia);
• observar e conhecer as características do desenvolvimento humano;
PP-EI-2011-PÁG.99
• descobrir a interdependência dos seres.
99
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Apresentamos algumas orientações didáticas que poderão ser utilizadas ou ajustadas a cada
realidade. Passaremos a elencá-las.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
• COM UM ESPELHO
• a criança terá oportunidade de observar:
• membros, olhos, cabelos, dentes etc.;
• sentir os ossos nos próprios braços e pernas;
• sentir o bater do seu coração e o do colega, em repouso e após uma corrida;
• esfregar as mãos e perceber que elas se aquecem.
• COM O AR
• encher de ar bolas ou saquinhos de papel;
• encher os pulmões de ar;
• forrar o fundo de um copo com papel e mergulhá-lo diretamente para baixo em uma bacia
com água; após alguns minutos, retirá-lo. As crianças observarão que o papel não molhou;
• repetir a experiência anterior, inclinando o copo e observando as bolhas que se formam
quando o ar sai do copo e é substituído pela água;
• colocar água em uma bacia e jogar, lentamente, um pouco de terra sobre ela; as crianças
perceberão o ar saindo pelas pequenas bolhas;
• comparar o peso de uma câmara de ar (de carro) vazia e cheia; observar nos postos de
gasolina, o ar enchendo os pneus;
• observar os pneus da bicicleta sendo cheios;
• soprar dentro de garrafas vazias, observando o som produzido;
• brincar com instrumentos de sopro;
• abanar-se com um pedaço de papel grosso;
• fazer um cata-vento, colocá-lo em um lugar em que venta muito, correr com o cata-vento
na mão;
• observar o vento movimentando as folhas, troncos, roupas no varal, carregando as nuvens etc.;
• fazer bolhas de sabão e observá-las com ou sem vento;
• fazer um barquinho de papel (abanar ou soprar);
• soltar pipas de papel em local onde não haja fios elétricos;
• molhar a mão e colocá-la ao vento, concluindo que o vento a faz secar mais depressa;
• molhar um pequeno guardanapo de pano e estendê-lo em um fio para que observem o
que acontece depois de um tempo;
• encher um saco de papel de ar, fechá-lo com uma das mãos e bater a outra com força no
fundo dele; concluir que o barulho resultante é provocado pelo súbito deslocamento de ar, e que o
som do trovão provém de fenômeno semelhante.
100
• COM OS FENÔMENOS DA NATUREZA
• observar a chuva pela janela (chuva forte ou fraca);
• observar que a água da chuva penetra na terra ou corre pelo ralo;
• colocar uma bacia vazia em um local descoberto e que não tenha árvores; observar a
quantidade de água de chuva que há na bacia depois dela;
• segurar um guarda-chuva num dia chuvoso e de vento; observar que a chuva e o vento
ocorrem em direções diferentes;
• enxugar a panela por dentro e por fora; colocar dentro dela um prato raso com água quente
e tampá-la; deixar que as gotas de vapor se condensem na parte interna da tampa; bater levemente e descobrir a “chuva” que acontecerá;
• colocar água para ferver em uma panela; quando começar a desprender vapor, colocar
sobre ela uma tampa (previamente gelada) e observar as gotas d’água que se formarão na tampa;
• observar o curso do Sol (nascente e poente);
• observar as cores do céu na ocasião da aurora ou do ocaso (pôr do sol);
• tentar ver o Sol em dia nublado;
• ficar alguns momentos ao Sol e à sombra, alternadamente, e observar a temperatura da
própria cabeça;
• colocar um termômetro ao Sol e depois à sombra; observar o mercúrio;
• colocar um pires com água ao Sol;
• observar as próprias sombras em diversas posições e em momentos diferentes do dia;
SCOTT ROTHSTEIN/DREAMSTIME.COM
• tentar afastar-se da própria sombra;
• observar as sombras de vários objetos;
• ficar em pé em uma área cimentada e pedir a alguém para desenhar a sombra projetada
em dois ou mais momentos do dia; concluir que a sombra muda de posição e de tamanho à medida que o sol muda de posição;
PP-EI-2011-PÁG.101
• observar:
• o arco-íris que se forma quando o Sol reaparece depois de uma chuva;
• o arco-íris que se forma quando o Sol bate nas gotas d’água que a mangueira espalha
ao se regar um jardim;
101
• o céu à noite;
• a lua em algumas noites seguidas:
• concluir que ela muda de formato e posição a cada noite;
• os faróis de um carro que está perto e depois à distância; concluir que os faróis parecem
menores quando o carro está longe, e que o mesmo acontece com as estrelas.
• COM PLANTAS:
• preparar a terra, semear e cuidar;
• colocar sementes para brotar;
• colocar a parte superior de uma cenoura em um prato fundo sobre pedras, e com água
suficiente para cobri-las;
• deixar grãos imersos em água de um dia para outro; retirar a casca, cortar ao meio e com
lupa observar o embrião;
• colecionar sementes;
• abrir as frutas ao meio para que observem as sementes (estrela na maçã);
• colocar folhas e sementes em cartões cobertos com celofane com os nomes de cada espécie;
• plantar grãos (lentilha, milho, feijão etc.) para observar a germinação; qual nasce primeiro e
qual demora mais (acompanhar com desenhos);
• regar todos os dias as plantas;
• concluir, após alguns dias de observação, que as plantas necessitam de água;
• concluir que as plantas precisam de ar e respiram pelas folhas;
• regar dois vasos com plantas iguais diariamente, deixando um deles coberto com um saco
de papel, e observá-los durante alguns dias;
• concluir que os vegetais precisam de luz;
• colorir a água de um copo com tinta ou anilina, mergulhar o caule de uma flor (cravo, copo
de leite) na mesma e observar por vários dias; concluir que a água chega às diferentes partes da
planta pelo caule.
• observar insetos no jardim da escola (com lupas):
102
• formigas;
• borboletas;
• minhocas etc.
• observar um passarinho (em uma gaiola):
• cuidados/alimentação/água/ovos;
• características.
• observar um coelho/cão ou gato:
• alimentação/ leite;
• cuidados.
• observar um peixe (em um aquário):
• alimentação;
• as pedras;
• cuidados;
• água limpa.
PAULBURNS / DREAMSTIME.COM
• COM OS ANIMAIS:
• COM OS ÍMÃS:
• espalhar diversos objetos sobre a mesa e aproximar deles um ímã; concluir que alguns são
atraídos pelo ímã e outros não;
• colocar um barco de papel em uma bacia e deslocá-lo movimentando o ímã;
• experiências com clips, pregos grandes etc.
• COM A GRAVIDADE:
• jogar, para o alto, uma bola, uma pena, uma pedra etc.; observar que a força da gravidade faz com que os objetos caiam, e que, quanto mais pesados eles forem, mais rápido cairão;
• fazer um paraquedas, amarrando quatro pedaços de barbante às quatro pontas de um
lenço, e prendendo as pontas soltas do barbante em um peso (pedra); jogar o paraquedas para o
alto e observar sua descida; concluir que a força da gravidade puxa o peso para baixo, mas o lenço
cheio de ar, faz com que ele caia lentamente.
• COM OS SONS:
• produzir sons em uma bacia com água, utilizando as mãos ou qualquer objeto;
• ouvir rádio, CDs etc.;
• realizar experiências, gravando diferentes sons e as vozes das próprias crianças;
• improvisar diferentes instrumentos, utilizando embalagens de achocolatados ou laticínios,
colocando, dentro delas, grãos, pedrinhas, pedriscos etc.;
• passar um fio de barbante,pelos fundos de dois copinhos vazios, prendendo com um nó;
esticar o fio e concluir que, falando baixinho de um lado, o som se amplia do outro lado do fio;
• agitar um bambu com diferentes intensidades;
• fazer um funil de papel e falar por ele; observar que a voz soa mais alta, e concluir que a voz
é ampliada porque não se espalha, permanecendo numa só direção.
É importante ressaltar que, para que o aprendizado seja introduzido, as experiências sugeridas
poderão ser repetidas conforme o interesse da criança.
Um instrumento valioso a ser considerado é que as crianças, desde cedo, aprendam a registrar
PP-EI-2011-PÁG.103
o que foi aprendido. Como ainda não sabem escrever, utilize pequenos papéis, que serão utilizados
para desenhos, colagens de dobraduras, sementes, penas, cascas de ovos, retalhos de pelos etc.
As páginas brancas, no verso de cada atividade proposta, serão utilizadas para que esses “registros”
sejam colados, iniciando assim um hábito salutar, que é registrar e documentar tudo o que está sendo aprendido. (Portifólio)
103
Observação:
No livro, “Descobrir é divertido”, as crianças encontrarão atividades para que as descobertas
ocorram, valorizando o estudo de Ciências.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
Como já foi dito anteriormente, os domínios e conhecimentos não se consolidam na Educação Infantil, são construídos na medida dos interesses da criança, oferecendo a ela oportunidades
para observar, experienciar, vivenciar em múltiplos momentos, durante o decorrer do ano letivo.
Ciências é um campo apaixonante e fará com que a criança envolvida no processo tenha
momentos de observação, estudo e conclusão, tudo feito de uma forma lúdica. Não haverá necessidade de se preocupar com o que estão aprendendo, mas sim com que tudo tenha significado,
passando a fazer parte da construção do seu conhecimento pessoal.
Como perceberam, são experimentos simples e de fácil realização, não esquecendo que a
contextualização é muito importante, podendo variar com jogos, músicas, brincadeiras etc.
Nosso papel de educadores é ampliar o conhecimento das crianças em relação a fatos e
acontecimentos da realidade social e sobre elementos e fenômenos naturais, podendo cada um
trabalhar as suas ideias, os seus conhecimentos e as suas representações sociais acerca do que será
proposto em cada atividade. É necessário e importante sabermos que só nossas ideias não bastarão, “nossa atuação pedagógica necessita apoiar-se em conhecimentos específicos derivados dos
vários campos de conhecimento que integra as Ciências Humanas e Naturais”. Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil.
É importante buscar respostas, informações e familiarizar-se com conceitos
e procedimentos dessas áreas.
A qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente serão ações importantes a serem desenvolvidas, para que todos trabalhem juntos pelo desenvolvimento dessas ações que gerarão o bemestar de todos.
Para encerrar, torna-se necessário o registro de tudo o que foi planejado e efetuado e as conclusões de cada unidade temática abordada.
Ao educador, cabe observação constante dos avanços de cada criança. Os retrocessos também serão registrados, podendo oferecer um excelente meio para as reformulações na prática
educativa do dia a dia.
Juntamente com as crianças, é possível mostrar um acervo dos materiais obtidos — cartazes,
livros, objetos etc. — sobre os diversos assuntos, para que possam recorrer a eles se precisarem ou
se interessarem.
Em Ciências, a observação é a palavra-chave, não esqueçam!
104
SUNLU4IK / DREAMSTIME.COM
3 – TECNOLOGIA
INTRODUÇÃO
Não podemos ignorar o papel da tecnologia no cotidiano da educação. Ela foi a mola propulsora do nosso sistema educacional. Nós, que participamos da Educação Infantil desse sistema,
estamos atualizados em relação à constante evolução neste aspecto, e com tantas outras mudanças que ainda irão acontecer. Há muitos anos a tecnologia faz parte da nossa grade curricular.
Na maioria dos estados brasileiros, o computador passou a fazer parte do cotidiano das famílias. As crianças, a partir dos quatro anos, ou com até menos, já o utilizam para brincar e jogar. O
portal da Turma
COC
apresenta muitas atividades interessantes que a maioria de nossas escolas
utilizam, tendo milhares de acessos diariamente.
A Midori, personagem da Turma COC, desde a sua criação, representa a tecnologia, visando
a fazer com que as crianças tenham oportunidade de conhecer a sua história e seu uso da respectiva área, propiciando oportunidades que desenvolvam a ampliação do mundo infantil nesse aspecto. No site www.turmacoc.com.br, há uma variedade de jogos, brincadeiras, textos específicos para
eventos ocorridos na escola, a história de cada personagem, como também a possibilidade de a
criança enviar um e-mail para os personagens com os quais se identifica, sendo esse site renovado
periodicamente.
O livro dos “Desafios Lógicos” acompanhado por um CD, também faz parte do nosso material
PP-EI-2011-PÁG.105
já há alguns anos, oferecendo múltiplas oportunidades para que a criança de cinco anos aproveite
e desenvolva o seu raciocínio lógico de uma forma atualizada e moderna.
A tecnologia faz parte hoje em dia da realidade infantil. Temos um portal com jogos, brincadeiras etc. que poderá ser acessado em todas as unidades das Escolas Parceiras que fazem parte do
nosso sistema.
105
OBJETIVOS GERAIS DA TECNOLOGIA
Levar a criança a:
• iniciar a utilização da tecnologia;
• conhecer o computador;
• observar as partes que o compõem;
• aprender a ligar, conectar-se e desligar;
• aprender o funcionamento;
• aprender a utilizar o que o programa oferece;
• familiarizar-se com as informações;
• utilizá-lo sempre que for necessário e quiser;
• concluir que é um instrumento valioso, dando um passo
importante para o desenvolvimento da sua potencialidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA TECNOLOGIA
Levar a criança a:
• canalizar sua curiosidade inerente;
• conectar-se com o meio tecnológico;
• apropriar-se do que o computador oferece;
• conhecer e aproveitar os jogos infantis;
• entender que ela está fazendo parte de um contexto em que muitas crianças estão aprendendo a utilizar o computador;
• trocar experiências;
• desenvolver a sua concentração, que vai aos poucos sendo ampliada;
• aprender que o computador é importante:
• será utilizado, algumas vezes, para que os jogos ao ar livre, as brincadeiras e os passeios não
sejam preteridos;
• aprender a conectar-se com a internet:
• as crianças de cinco a seis anos poderão utilizar o MSN (2º estágio);
LARISA LOFITSKAYA / DREAMSTIME.COM
• aprender como se envia um e-mail (2º estágio).
106
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
BENIS ARAPOVIC / DREAMSTIME.COM
O educador poderá lembrar sempre que a contextualização é muito importante, envolvendo as crianças na utilização do computador com curiosidade e interesse.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
O computador será utilizado nas escolas parceiras:
• nos programas sugeridos pelo Sistema de Ensino do
COC;
• nas pesquisas, que serão realizadas com a ajuda do
educador;
• nas brincadeiras;
• nas várias atitudes que fazem parte do cotidiano da
criança;
• nos jogos;
• nos jogos de memória;
• nos labirintos;
• nas aulas específicas, de acordo com a nossa sistematização, a partir do 2º estágio;
• nos CDs dos “Desafios Lógicos” (2º estágio).
• As atividades sugeridas e apresentadas serão retomadas algumas vezes, dependendo do
interesse das crianças.
• O progresso na utilização da Tecnologia dependerá do que aconteceu durante a realização do que foi proposto.
• O fascínio que as crianças têm em relação à novidade permeará todos os momentos de
aprendizagem.
• O fazer tecnológico fará parte do seu mundo infantil, incrementando, desde tenra idade, sua
visão de modernidade e importância.
PROGRAMAÇÃO DIGITAL
MONKEY BUSINESS IMAGES / DREAMSTIME.COM
A Tecnologia faz parte do nosso material didático. Hoje em dia, não podemos
deixar de lado essa ferramenta, que aumenta as possibilidade de complementariedade do nosso sistema de ensino.
O computador foi criado como instrumento para calcular, para aliviar o traPP-EI-2011-PÁG.107
balho do cérebro humano.
O nome — computador — engloba
diferentes tipos de máquinas. Ele pode ser
mecânico, eletromagnético, fluídico ou
107
eletrônico e ainda pode operar, em modo analógico ou eletrônico, as informações, o que os diferencia em computador analógico ou digital.
O uso do computador é feito ano a ano e sua aparência vem mudando rapidamente. O que
era novo há cinco anos já está velho hoje em dia. Com essa mudança, a tendência, no futuro, é que
as máquinas fiquem mais compactas e com maior variedade de serviços.
Recomendamos que os educadores conheçam os programas que serão apresentados, podendo incrementar seu dia a dia com a tela do computador.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
O aprendizado da Tecnologia inicia-se na Educação Infantil e perdurará ad eternum pelos
avanços que existem nessa área. A cada novo aprendizado, a criança perceberá que ainda há
muito para aprender, sem esquecer o que já foi aprendido, pois tudo será necessário para a perfeita
utilização tecnológica.
Afira Vianna Ripper, doutora em psicologia educacional e coordenadora do laboratório de
educação e informática aplicada (LEIA) da Universidade de Campinas (Unicamp), questiona até
mesmo o uso de computadores como ferramenta didática em larga escala. “Algumas experiências
pontuais em que se consegue envolvimento de professores parecem ter bons resultados, mas desconheço a existência de estudos com metodologia científica que demonstrem isso”, pondera.
Os educadores da Educação Infantil poderão atentar que necessitam de atualização e desempenho para que tudo o que for proposto para a criança tenha um critério pedagógico rigoroso,
e para que o processo se desenvolva adequadamente.
“A tecnologia digital revoluciona as práticas, ajuda o homem a multiplicar rapidamente o conhecimento, expande o poder de pensar, favorece a intercomunicação e a interoperabilidade, embora
também ajude a destruir. A sociedade necessita continuamente derrubar muros e ampliar conexões, já
que precisa mudar as noções de espaço e tempo.” Léa Fagundes (http://www.educare.org.com.br)
Quando o computador apareceu, todos pensavam que ocuparia o lugar dos educadores,
coisa que não ocorreu, pois a figura do mestre-educador é fundamental. O mesmo ocorreu quando
a televisão chegou, e a maioria das pessoas achava que o rádio desapareceria.
Nós, do Sistema
COC,
estaremos sempre atualizados quanto a todos os avanços tecnológi-
cos, e nossa programação será constantemente revista.
108
VII. 3A ÁREA – MATEMÁTICA
1 – LINGUAGEM MATEMÁTICA
INTRODUÇÃO
É muito importante que a Linguagem Matemática seja bem trabalhada desde muito cedo,
porque, sendo intuitiva, ela se manifesta de modo natural antes das noções específicas que são passadas pelos adultos, quando a criança já experiencia semelhanças e diferenças entre objetos e as
características de cada um deles, começando, assim, a fazer associações e a estabelecer relações.
Passam forçosamente pela manipulação e pela exploração os primeiros passos da criança, no
caminho da aprendizagem dessa linguagem. São dois passos importantes para ela vivenciar experiências que formarão a base da sua vida futura.
Se a criança não tiver oportunidade de observar, manipular e apalpar, no concreto, tudo
aquilo que lhe foi ensinado na teoria, ela estará apenas memorizando e não estará adquirindo conhecimentos.
É por meio da atividade, no concreto, que a criança desenvolve a capacidade lógica. Em outras
palavras, em hipótese nenhuma serão dadas noções básicas apenas verbalizadas, pois a criança tem
necessidade de experimentá-las, repetindo-as quantas vezes for preciso, para que as operações mentais
aconteçam. Até os 10 anos, ela não tem capacidade de abstração.
As atividades dessa linguagem irão ensejar inúmeras oportunidades para a criança adquirir um
comportamento adequado, exploratório no caso, para que as “descobertas” aconteçam, “apesar
PP-EI-2011-PÁG.109
do educador”. A criança, manuseando e observando, irá identificar, classificar, analisar, comparar e
associar com algo que viu e observou anteriormente. Esse modo de agir pressupõe estimar, comparar e estabelecer relações que envolvam forma, tamanho, cor, posição, quantidade e espessura;
indagar, errar, recomeçar e reconstruir.
109
A responsabilidade do educador é enorme, pois é, nessa faixa etária, que se formam estruturas
básicas da vida futura: o preparo é, sem dúvida, um dos elementos fundamentais para a eficácia
do ensino.
“O trabalho com noções matemáticas na Educação Infantil atende, por um lado, as necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios
do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor
para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades”.
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.
Convém alertar também sobre a dosagem, que será de acordo com o que a criança tem
possibilidade de assimilar, e o tempo de concentração, que será diferente de acordo com a idade
da criança (idade menor = tempo menor). Se a atividade proposta for além ou aquém do tempo
adequado, haverá desinteresse e indisciplina.
Antes de ser ministrada uma noção básica, a criança poderá saber qual será ela; assim, “descobrirá”, junto com o educador e os colegas, dentro e fora da escola, onde se localiza tudo o que
foi ensinado. Exemplos para “forma — círculo”: a) dentro da sala: o vaso, o copo, anéis, pulseiras etc.;
b) fora da sala: rodas de carro e de bicicleta, semáforo etc.
As atividades não serão estáticas: antes da aula, o educador realizará o mesmo percurso dos
alunos; na sala, fará a mesma coisa; assim, ao propor a atividade, ele já saberá se há algo mais a
ser descoberto ou se tudo já foi observado.
Essa linguagem está baseada na aquisição, durante a aprendizagem, dos conceitos básicos
e das noções quantitativas dos conhecimentos elementares, científicos, do desenvolvimento do raciocínio operacional — sempre no concreto.
Todo ser humano necessita ser desafiado. Por que não iniciar os desafios na infância? A criança, quando desafiada, pensa, resolve questões, fica feliz e com sua autoestima em alta, pois os
desafios norteiam a vida de uma pessoa.
Cada criança possui o seu próprio critério de selecionar, classificar, separar, agrupar etc. Acontece sempre um resultado muito proveitoso quando a criança tem oportunidade de partilhar com os
colegas o seu modo pessoal de resolver o que lhe foi proposto. As outras crianças também terão as
mesmas oportunidades de expor, enriquecendo todos os envolvidos na atividade.
O vocabulário específico não será a preocupação única do educador. Após as descobertas,
as experiências e o que envolve esse processo de aprendizagem, é que poderão ser utilizados os
termos específicos, mas sem cobranças. No final do 2o Estágio, poderá haver uma avaliação e, se
necessário, por ainda não dominarem os termos, uma introdução paulatina dos conceitos trabalhados, para que memorizem o que lhes foi ensinado no concreto.
O ponto central dessa linguagem não é o vocabulário, mas sim a vivência, no concreto,
é realmente o que importa. Além do que, as atividades serão propostas como se fossem um jogo
alegre e divertido.
Há uma diferença muito grande entre a criança que explora, manipula e agrupa objetos e
aquela que apenas vê o adulto verbalizar: o gosto da laranja só é percebido quando é experimentado; pode-se até dizer que é meio azedo, mas o gosto só é conhecido por quem o experimentou.
110
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM MATEMÁTICA
Levar a criança a:
• observar, manipular e experienciar para:
• identificar;
• classificar;
• analisar;
• comparar;
• associar vários objetos, coisas, brinquedos etc.
• adquirir conceitos básicos:
• de atenção;
• de raciocínio lógico;
• de matemática.
• adquirir vocabulário apropriado dentro de sua realidade;
• experienciar no concreto para aprender a:
• observar;
• manipular;
• classificar;
• relacionar;
• comparar;
• juntar;
• escalonar.
• explorar tudo o que a rodeia para, intuitivamente, classificar, associar, analisar, comparar;
• estabelecer o seu próprio critério em relação ao objeto explorado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA LINGUAGEM MATEMÁTICA
Levar a criança a:
• manipular e explorar objetos para descobrir formas, cores, tamanhos e espessuras;
PP-EI-2011-PÁG.111
• juntar, repartir e retirar pequenas peças que possam ser manipuladas;
• separar, em quantidades iguais ou diferentes, (conforme as ordens explicitadas);
• escalonar bastões, tubos e cilindros de papelão ou madeira, pela altura e espessura;
• repartir objetos, grãos e balas;
• classificar botões pela forma, pela cor e pelo modelo;
111
e velocidade);
• ter orientação espacial (localização, distância,
sequência, sentido);
• identificar objetos da mesma cor ou mesma
forma; faces de um objeto tridimensional, em suas partes planas; objetos segundo os atributos de cor, de for-
MONKEY BUSINESS IMAGES / DREAMSTIME.COM
• ter orientação temporal (noção de tempo, horas
ma, de tamanho e de espessura (blocos lógicos);
• adquirir noções básicas quanto à massa (pesado — leve), ao tamanho (grande — pequeno), à velocidade (depressa — devagar), ao volume (cheio
— vazio), à temperatura (quente — frio), à espessura (grosso — fino), ao comprimento (curto — comprido), às cores primárias nas classes iniciais e secundárias e terciárias nos dois últimos estágios (5 a 6 anos)
da Educação Infantil, à lateralidade (direita e esquerda), ao tempo (hoje — amanhã, antes — depois).
• conhecer a sequência numérica (de acordo com cada faixa etária);
• ter noção de dúzia, meia dúzia, par, quilo, litro e metro (apenas no 2o estágio).
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
A criança terá, nessa linguagem, inúmeras oportunidades de expressar seu raciocínio de forma
pessoal. Oferecendo a ela vários materiais e objetos concretos para que possa, assim, descobrir e
chegar às suas próprias conclusões. Há necessidade de uma intencionalidade educativa, que implica planejamento e previsão de etapas, para que os objetivos sejam alcançados. O ambiente será
propício para que ela pergunte, esclareça dúvidas, troque ideias, erre e acerte, pois só memorizará
o que for vivenciado.
A criança também experienciará, sozinha, todo o material que lhe for apresentado. Depois
poderão ser agrupadas em duplas ou trios, para que explorem o material em conjunto:
• o educador notará que cada criança tem seu modo próprio de observar;
• serão evidenciadas as diferenças individuais, pois cada um, na sua vez, falará aos companheiros o que pensou, observou e percebeu.
Depois disso, o educador encaminhará o
assunto que programou e que deseja ensinar às
crianças, estando sempre pronto para receber
respostas diferentes, o que fará com que todos
sejam enriquecidos.
O material a ser trabalhado ficará em um
lugar de fácil acesso dentro da sala, será preparado, selecionado, organizado e vivenciado
pelo próprio educador, para que ele esteja atento às indagações e ao que não foi nomeado,
acompanhando sempre todos os passos, juntamente com a criança.
112
ANDREYKUZMIN / DREAMSTIME.COM
• desses momentos surgirão várias montagens, combinações e novas descobertas;
APLICAÇÃO DE RECURSOS
Apresentamos materiais de fácil acesso e aquisição, que oferecem muitas oportunidades em
termos de vivência e aprendizado.
• TAMPINHAS
• selecionar, agrupar e repartir, observando as cores ou modelos (iguais e diferentes).
• PEDRINHAS
• idem, por meio de formas parecidas, de texturas iguais e diferentes, de peso, etc.
• BOTÕES
• idem, por modelos iguais ou diferentes, por formas, por cores e por tamanhos.
• BLOCOS LÓGICOS
• compreende uma caixa universo, contendo 48 blocos;
• os atributos a serem conhecidos são: cor, forma, tamanho e espessura;
• na sala, haverá no mínimo 2 (caixas-universo), para que todas as crianças tenham acesso
aos blocos;
• após a exploração inicial, o educador proporá joguinhos bem simples, aprofundando aos
poucos o grau de dificuldade;
• hoje já existem os blocos lógicos gigantes, para que o trabalho seja realizado no chão da
sala ou nos pátios.
• CONTAS COLORIDAS
• serão grandes para as salas iniciais e médias para as outras;
• o material, no início, será explorado livremente pela criança;
• após esse início, separá-las por tamanhos, cores, ressaltando as formas;
• serão guardadas em lugar separado e só usadas quando o educador estiver ao lado.
Observação:
As contas, coloridas ou não, serão utilizadas para enfiagem (fios de lã, barbante ou linha).
• BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS
• no mercado, existe, atualmente, muito material que pode ser aproveitado, mas o educador
PP-EI-2011-PÁG.113
selecionará quanto à utilidade, durabilidade e risco para as crianças, para que seja utilizado nas
aulas;
• dependendo do poder aquisitivo da escola e do educador, existem lojas especializadas
com grande variedade de brinquedos que podem ser adquiridos.
113
• CARTAZES ASSOCIADOS AO CONCRETO
Serão usados para ilustrar as noções básicas do que se quer ensinar, mas lembrando que não
bastam somente os cartazes. Eles devem ser acompanhados por objetos, frutas e legumes, no concreto, conforme sugestões a seguir:
• par e ímpar: pares de sapatos, de óculos, de brincos etc.;
• vertical e horizontal: escada, lousa, janela etc.;
• dúzia: ovos, banana, botões etc.;
• dezena: pirulitos, palitos etc.;
• metro: de madeira; réguas, o que se compra por metro;
• quilograma: balança, e o que se compra por “quilo”.
• FIGURAS GEOMÉTRICAS
As figuras geométricas serão as tridimensionais, que podem ser observadas no concreto;
• estabelecer relações dentro e fora da sala (o que existe com as formas geométricas
trabalhadas);
• podem ser montados brinquedos, bonecos, casas etc., usando apenas uma determinada
figura;
• os materiais usados podem ser quadradinhos de madeira, botões, pazinhas, palitos de sorvetes etc.
Observação:
Quando as figuras não são tridimensionais, passam a ser denominadas formas geométricas.
• TANGRAM
Material também de fácil aquisição, que pode até ser feito pelos próprios educadores. Fazer
vários exemplares, para que as crianças, em grupo ou sozinhas, possam observar e manipular, descubrir figuras que podem ser realizadas.
• DOBRADURAS (ORIGAMI)
• é a arte de dobrar (ori) papel (kami);
• conta-se que essa arte surgiu na Coréia e só depois
chegou ao Japão (1400);
• desde os 2 anos, a criança pode fazer dobras livres;
• com as dobraduras, a criança aprenderá os conceitos
básicos de geometria: superfície, linhas, pontos e figuras planas.
• CONTADORES
• material que a criança terá sempre em mãos;
• podem ser feitos com tampas de creme dental,
com rodelas de cabo de vassoura, ou adquiridos no comércio.
• a criança necessita manusear, no concreto, para estabelecer relações e aprender os números e numerais;
114
• os “contadores” permanecerão no “Canto da Matemática”, na própria sala, para serem
usados frequentemente;
Observação:
Para o 2o estágio (de 5 a 6 anos), 20 “peças” ou unidades.
• o educador poderá propor problemas e continhas, para que aprendam a manusear,
visualizando os resultados.
• RECEITAS CULINÁRIAS
• por meio de receitas simples, a criança vai aprendendo as medidas básicas;
• ajudando a medir os ingredientes, ela vai vivenciando, observando e relacionando com
vários outros conceitos básicos como litro (leite), dúzia (ovos) etc.;
• aos poucos, complicar as receitas e introduzir novos conceitos;
• a receita pode ser feita em um cartaz;
• ver exemplos “1” e “2”.
• QUADRO DE CORTIÇA
• nesse quadro, podem ser realizadas muitas atividades, com desenhos e figuras anteriormente preparados pelo educador. Exemplos: 3 animais iguais e um diferente; 3 flores amarelas e 1 azul;
2 animais, um com rabo, outro sem; semelhanças entre peixes, aves e animais em geral; outros,
conforme o que se queira ensinar.
Observação:
As figuras serão afixadas com alfinetes próprios para mapas.
• ÁBACO
• material antigo, usado no 2o estágio:
PP-EI-2011-PÁG.115
• haverá um ábaco grande para o educador e um pequeno para cada aluno;
• no concreto, as crianças vivenciarão quantidades, podendo separar de dois em dois, juntar,
contar etc.;
• como é um instrumento individual, a criança poderá estabelecer suas próprias relações.
115
• CORDAS
Cada classe terá pedaços iguais de corda, de diferentes comprimentos e espessuras:
• podem representar caminhos retos, curvos e interrompidos;
• executar as formas básicas no chão da sala, com cordas grossas e finas;
• podem medir mesas, lousas, painéis etc.;
• podem ser utilizadas para a feitura de tocas etc.
• PALITOS DE FÓSFORO
Material fácil de ser encontrado e adquirido, possibilita a realização de várias atividades como
contar, separar, agrupar de 2 em 2, dividir, classificar, juntar etc.;
• as ordens serão dadas após o manuseio individual dos palitos: cada criança terá uma caixa;
• após a brincadeira, os palitos serão colocados nas caixas, em ordem;
• os cuidados serão redobrados para que os palitos não queimem e, caso aconteça, para
que as crianças não se assustem nem se queimem.
• NÚMEROS E NUMERAIS
Somente após muitas vivências, é que haverá a proposição da grafia:
• essas vivências serão concretas (reta numerada no chão, quadradinhos, lápis, contadores etc.);
• para a grafia do símbolo, é preciso muita paciência; essa etapa só será iniciada quando a
criança estiver preparada;
• nos anos anteriores, ela apenas reconhecia a quantidade com o símbolo;
• grafia correta do traçado dos números:
• dosagem dos numerais: Maternal: 1-2-3-4-5; 1o Estágio: 1 a 10; 2o Estágio: 1 a 20;
ANDREY KISELEV / DREAMSTIME.COM
• os numerais poderão ser desenhados no chão, colocando-se
fita adesiva para que os alunos andem sobre o númeral (um aluno de
cada vez, para que todos assimilem).
• FRUTAS E LEGUMES
As frutas e os legumes podem ser observados pela criança de
várias maneiras, a saber:
• cor, figura geométrica e textura;
• metade, inteiro e fatias;
• igualdade das metades (cortadas ao meio);
• descoberta da estrela, no centro da maçã, quando ela é
cortada na transversal.
116
“CANTO DA MATEMÁTICA” (DENTRO DA SALA):
• nesse “canto”, haverá materiais bem simples — caixas com botões, contas, palitos etc., mas
as crianças poderão vivenciar atividades variadas;
• ele será utilizado como trabalho independente, assim, quando a criança terminar a atividade, poderá ter acesso ao material disponível; enquanto isso, os colegas terminam a atividade.
ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO — LIVRO: PARA APRENDER MAIS
Serão realizados em casa, havendo orientação aos pais no início do ano e uma orientação
no verso de cada atividade. A criança estará preparada para realizar a atividade proposta sob a
observação dos pais ou de um adulto, para que se sinta apoiada. Terá também a oportunidade
para sanar dúvidas, se for o caso.
Observação:
O conteúdo matemático sofrerá maior abrangência no decorrer das faixas etárias, conforme
exemplos de temperatura e de espessura:
• Maternal I e II (2 a 3 anos): frio e quente;
• 1o Estágio (3 a 4 anos): frio, quente, morno;
• 2o Estágio (4 a 5 anos): frio, gelado, quente, morno;
• Maternal I e II (2 a 3 anos): fino e grosso;
• 1o Estágio (3 a 4 anos): fino, grosso, médio;
• 2o Estágio (4 a 5 anos): muito fino, muito grosso.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
A Linguagem Matemática, atualmente, é também definida como inteligência lógico-matemática, “domínio dos raciocínios lógico e dedutivo e compreensão de modelos matemáticos, diretamente
associados ao pensamento científico”. Howard Gardner, em entrevista à revista Escola, afirmou quanto
à questão das inteligências múltiplas: “Temos potenciais diferentes, mas todos nascemos com capacidade para desenvolver todas as inteligências”.
Convém ressaltar que:
• o processo da verbalização é também muito importante, pois representa, dentro da linguagem matemática, uma das formas de expressão da criança;
• a criança terá tempo e oportunidades múltiplas de
ser motivada a aprender, por meio de desafios constantes;
• a complementação das atividades será a última
etapa do processo: cuidar para não “queimar” etapas;
• o ambiente prazeroso sempre prevalecerá, para
PP-EI-2011-PÁG.117
que a criança sinta-se à vontade na escola.
“A matemática é o alfabeto pelo qual Deus escreveu o universo.” Galileu Galilei.
117
VIII. CONHECENDO AS CRIANÇAS EM
SUAS FASES ESPECÍFICAS
1. CRIANÇAS DE UM ANO E MEIO A DOIS ANOS
MATERNAL I – FASE 1
Achamos pertinente abordarmos as fases específicas das crianças, para que todos os envolvidos na Educação Infantil tenham como
parte integrante da nossa proposta pedagógica, com considerações
importantes de cada faixa etária, tendo-as sempre a mão.
As crianças dessa idade estão iniciando antecipadamente sua
vida escolar. É importante e relevante destacar que a oralidade é uma
das principais atividades desse período. As crianças estão no início da
fala, às vezes, apresentando “tatibitates”, e necessitam de oportunidades para iniciar a verbalização, processo que, para algumas, é mais
demorado. O seu repertório oral vai-se ampliando de acordo com o
seu desenvolvimento.
As trocas sociais entre as crianças também são muito importantes na aprendizagem social. “Ninguém melhor para enriquecer o cotidiano de uma criança do que outra criança”. Ubirani Pereira de Lucena.
Essa convivência, estimula a socialização e a experimentação, desenvolvendo, assim, elementos importantes para a formação da identidade.
Nesse estágio, a criança está ainda usando fraldas e o sistema nervoso passa pelo processo
de mielinização, segundo Vera Krauseg. É necessário que o educador saiba e observe que esse
processo é diferente em cada uma; esse processo caracteriza-se pela formação de uma bainha de
mielina, que é uma espécie de camada gordurosa, que passa a envolver todos os nervos e, assim,
possibilita a transmissão de estímulos entre a periferia do organismo e o sistema nervoso central.
Na Educação Infantil, pais e educadores ainda ficam aflitos ou ansiosos quando não há atividades impressas para a criança. Há necessidades prementes que serão estudadas e aprofundadas,
de modo que todos possam ficar mais tranquilos.
Na escola, a criança encontrará um ambiente propício para que, paulatinamente, desenvolva todo o seu potencial logicamente, não apenas a parte motora, com atividades impressas.
Faz-se necessário que o educador registre todas as atividades que realiza, para que, em reuniões com os pais, tenha elementos para demonstrar todo o seu trabalho.
O desenvolvimento do esquema corporal também é importante, pois a criança ainda não
tem equilíbrio perfeito no seu andar, cai com facilidade etc.
118
LEONID DEDUKH / DREAMSTIME.COM
INTRODUÇÃO
A parte emocional da criança ainda é incipiente. Como ela chora com facilidade, haverá,
nessa hora, um cuidado redobrado, para que se tranquilize e sinta-se acolhida.
A primeira reunião, na qual os pais terão atendimento diferenciado, ocorrerá em hora e local
diferentes dos das reuniões das crianças maiores, para que a coordenadora tenha oportunidade de
explicitar como o trabalho será realizado.
EDUCADOR: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
A expressividade será observada durante todos os momentos na escola, possibilitando à crianPHOTOSAURUS / DREAMSTIME.COM
ça utilizar gestos, posturas e ritmos para se expressar e comunicar.
É possível também que a criança se aproprie dos significados expressivos do movimento.
Apresentamos algumas sugestões para que o dia a dia do
educador possa ser enriquecido.
• Observacão do desenvolvimento das habilidades:
• orais:
• a fala e suas fases do desenvolvimento.
• corporais:
• o equilíbrio;
• o andar;
• os tombos.
• afetivas:
• o abraço;
• o beijo;
• o carinho.
• sociais:
• os cumprimentos — bom dia / boa tarde;
• a gentileza:
• com licença e obrigado(a);
Observações:
NATALIA NAZARENKO VLADIMIROVNA / DREAMSTIME.COM
O educador estará atento para acudir as crianças nos
tombos, no choro e no seu mau-humor, sabendo que faz parte
da idade das crianças. Os possíveis distúrbios visuais, quando
detectados, podem evitar problemas futuros (lente de contato
para bebês). A acuidade auditiva (aparelhos especiais para
crianças) poderão resolver os distúrbios corporais. A criança que não ouve, precisa ser atendida convenientemente.
Ao educador, cabe estimular pequenos progressos, aplaudir
quando necessário, a obediência de ordens, o riso, a alegria
PP-EI-2011-PÁG.119
e o bom-humor. Proporcionar pequenos passeios, piquenique
dentro da escola num lugar adequado, festinhas com máscaras ou roupas de animais ou a fantasia, nas quais a alegria, o
prazer serão ressaltados.
119
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
LINGUAGEM PLÁSTICA
O educador terá que estudar as fases do desenho infantil, para avaliar os progressos e avanços.
Nessa fase, a criança está no estágio da garatuja, início do desenho infantil. São características dessa fase:
• uma única cor é suficiente, e, com ela, a criança fará “rabiscos” que poderão ultrapassar
os limites do papel. Serão necessárias, então, folhas de tamanho 30 x 40 cm, cujos limites, mesmo
assim, poderão ser ultrapassados;
• se a criança conseguir fazer, com o lápis, semicírculos, é porque estará passando para a
segunda fase da garatuja, que é a garatuja intencional;
• se ela, inicialmente, der batidas nas pontas dos lápis ou curtons é também outro progresso
que será registrado;
• deitar o curtom é também um novo progresso.
Observação:
Aos pais será explicado o significado de cada atividade, demonstrando o que representa e
como ocorre.
Lembre-se de que a garatuja é a primeira escrita da criança.
EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Técnicas a serem utilizadas:
• curtom em papel branco;
• curtom branco em papel preto;
• pintura a dedo;
• massa de modelar (que poderá ser feita pelo próprio educador);
• tinta feita com espinafre (verde), beterraba (vermelho), cenoura (laranja) etc. (fazer a
tinta na frente das crianças);
120
• giz branco de lousa em papel preto;
• giz branco de lousa em papel kraft etc.;
• colagem com:
• tiras de revistas (2 cm);
• sucata de aniversário;
• fios grossos;
• sobras de renda, sianinha etc.;
• areia;
• botões grandes.
• tiras de papel:
• liso colorido;
• dobra cor;
• creative papers;
• de seda;
• crepom etc.
• um painel em papel kraft:
• com tinta guache;
• com pintura a dedo;
• com colagem de figuras ou tiras de papel.
O manuseio da cola será acompanhado de um cuidado especial, para que a criança possa
utilizá-la de forma adequada.
Observação:
A avaliação do educador e a descrição da atividade realizada pela criança serão feitas na
parte posterior do papel.
O importante é o fazer, e não o produto final.
LINGUAGEM ORAL
A oralidade, como foi dito anteriormente, é uma das atividades mais importantes, pois o início
da fala acontece nessa faixa etária.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
RODA DA NOVIDADE:
• com as crianças sentadas em volta do educador, ele ouvirá cada uma delas para depois
iniciar as atividades.
HISTÓRIA:
• contar uma história curta, lembrando-se de que a concentração, nessa idade, é de cinco
minutos apenas.
LIVROS DE PANO:
• serão apresentados para que as crianças os manuseiem, experimentando texturas, figuras etc. Depois será lido o
conhecerá os livros, para poder explorá-los de várias formas.
LIVROS EM TAMANHOS GRANDES:
• sem palavras, específicos para essa idade.
LIVROS COM ILUSTRAÇÃO:
PAVEL LOSEVSKY / DREAMSTIME.COM
seu texto, que também será curto. O educador previamente
• com poucas palavras.
AULAS HISTORIADAS:
PP-EI-2011-PÁG.121
• O educador conta uma história, enquanto as crianças fazem gestos de acordo com o texto apresentado. Essa
aula poderá acontecer num lugar pitoresco, fora da sala de
aula.
121
SHOW DE “CALOUROS”:
• as crianças se apresentarão para os colegas, com um “microfone” na mão, os quais aprenderão a ouvir, a aplaudir no final etc.
CLÁSSICOS DA LITERATURA INFANTIL:
• serão contados, apresentando-se apenas as figuras do livro escolhido.
ÁLBUM DE FOTOS:
• o educador trará o seu álbum de fotos ou apenas algumas fotos de quando era criança,
para que as crianças comecem a entender o processo de crescimento. Um painel com as fotos das
crianças terá lugar na sala.
MONTAGEM DE HISTÓRIAS ORAIS:
• as crianças contarão, estimuladas pelo educador, as histórias, que poderão ser gravadas e
mostradas aos pais numa reunião.
LINGUAGEM CORPORAL
Essa linguagem irá se desenvolvendo aos poucos, em todas as atividades do dia a dia. Haverá,
porém, momentos específicos para que aconteça o seu desenvolvimento: as brincadeiras que serão
divertidas e estimularão os pequenos.
Os movimentos fazem com que as crianças desenvolvam também a sua própria identidade.
A interação com o meio ambiente também é importante, destacando-se as aulas fora da sala,
debaixo de uma árvore ou num lugar fresco e agradável da escola. A criança começa a acompanhar o
educador com o olhar, os pais com um sorriso ou com a fala de um coleguinha.
O estímulo é importante a cada momento, para que a criança sinta que está sendo olhada,
acolhida, além de elogiada a cada progresso.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
BAMBOLÊS:
• explorando espaço (dentro / fora), cor,
tamanho, forma.
PNEUS:
• espaço (dentro / fora), brincadeiras de
saltar, sentar etc.
FOLHAS DE JORNAL:
• cada criança recebe uma folha e é estimulada a caminhar pisando na folha, fora dela etc.
BOLAS GRANDES:
• para brincadeiras com a bola no chão: andar em volta dela, pegar, jogar etc.
122
WILLIAM WANG / DREAMSTIME.COM
O que podemos utilizar nesses momentos que não necessariamente será chamado de aula:
TOALHA DE MÃO:
• para a criança pegar, apalpar, sentir a maciez, esticar, dobrar livremente etc.
RECONHECIMENTO DO PRÓPRIO CORPO:
• haverá atividades como ouvir o coração, mostrar as partes do corpo, notando-se que, aos
poucos, as crianças terão conhecimento dos dedos — não só das mãos —, dos cotovelos, dos calcanhares etc.
BRINCADEIRAS DE RODA:
• "roda, roda, roda, pé, pé, pé..."; essa brincadeira desenvolve a comunicação, o senso rítmico, a noção de espaço, a organização coletiva, a oralidade e o contato com a cultura popular,
além de despertar na criança a noção dos limites do próprio corpo e do corpo dos colegas.
Observação: em reuniões, poderá ser pedido aos pais que estimulem a criança, ensinando-lhe
cantigas que aprenderam na infância e, se viável, ensiná-las ao próprio educador; a dança na roda
também será estimulada, reproduzindo-se passos, risadas etc.; a canção também será aprendida e
memorizada para que passe a fazer parte do repertório musical da criança.
TROCA DE FRALDAS:
• nessa oportunidade, o educador conversará com a criança, estimulará sua fala, seus movimentos etc.
BOLAS COLORIDAS:
• as crianças terão oportunidade de se deitar sobre as bolas, de rolar sobre elas, de brincar
com elas, jogando-as para cima e tentando pegá-las novamente etc.
NA ESCADA:
• subir e descer degraus.
POSTURAS DIFERENTES:
• posturas corporais como sentar-se em diferentes inclinações, deitar-se em diferentes posições, ficar ereto, apoiado na planta dos pés e sem ajuda etc.
FASES DO RECORTE:
• com ajuda, as crianças irão rasgar folhas de jornais;
• outros papéis, após a primeira experiência, poderão ser utilizados: o seda, o higiênico etc.
LINGUAGEM MUSICAL
Há, no mercado, muitos CDs com músicas infantis. A audição é muito importante para que a
criança inicie o processo de ouvir, introduzir a melodia e cantar.
PP-EI-2011-PÁG.123
O EDUCADOR — SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
As canções serão acompanhadas por gestos, movimentos, palmas, batidas dos pés etc.
123
APLICAÇÕES DE RECURSOS
A música será aplicada diariamente:
• na chegada;
• na hora do lanche;
• durante a higiene pessoal;
• no momento do descanso;
• na hora da saída.
Na hora da “aula” de Música, haverá uma preparação para que as crianças ouçam a canção, aprendam-na e a memorizem. Um educador especialista é indicado para que as crianças se
desenvolvam adequadamente.
Poderão percutir os instrumentos, sem esperar acompanhamento nas canções.
Nas datas importantes, aprenderão "a cantar" as músicas adequadas para cada ocasião.
As quadrinhas poderão ser cantadas, o que trará alegria às crianças.
Cada um de nós é um instrumento que deve estar bem afinado para que haja harmonia no
mundo.
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
O afeto e o carinho fazem a diferença. As crianças, além de se sentirem acolhidas, passam a
se manifestar com beijinhos, abraços e gestos de carinho.
É importante a criança se sentir parte da família,
da escola e do ambiente em que vive:
• as crianças terão um atendimento diferenciado para que sintam conforto e proteção;
• o educador se aterá aos detalhes que cada
criança apresenta, como, por exemplo, se está apertada para fazer xixi e não quer parar o que está fazendo,
se tem febre, se está desconfortável etc.
Aos 2 anos, a criança começa a perceber o xixi
ou cocô e passa a apontar a fralda para que ela seja
retirada. Esse já é um sinal importante para a retirada
da fralda, também chamada de “treino do piniquinho”.
O processo ocorrerá de forma planejada, sem pressa,
entre a família e a escola, depois de que a criança
— além de apresentar esses sinais — mostrar que já
é capaz de se concentrar por algum tempo em uma
atividade. Se ocorrer incidentes, é conveniente limpar a
criança normalmente, podendo mostrar a ela que tem
lugar certo para fazer aquilo.
124
INESE2701 / DREAMSTIME.COM
O EDUCADOR — ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
CIÊNCIAS
O prazer em descobrir coisas faz parte de ciências.
A lupa é um instrumento facilmente encontrado e encanta bastante as crianças.
O EDUCADOR — SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
APLICAÇÕES DE RECURSOS
EXPERIÊNCIAS:
• uma formiga, uma joaninha, uma minhoca ou um piolho-de-cobra;
• uma folha, uma raiz de uma plantinha rasteira;
• um pedaço de pelo de animal;
• uma pena;
• plantio e germinação de uma semente;
• uma flor;
• uma fruta, sementes etc.
NIKOLAJS STRIGINS / DREAMSTIME.COM
• observação com lupas de:
• descoberta de:
• doce e salgado;
• açúcar (açúcar diet, crianças diabéticas);
• sal (sal diet para crianças que tenham problemas);
• sobremesas;
• sorvetes;
• gelatinas (feitas na sala);
• salada de frutas etc.;
• sucos com cascas de lima-da-pérsia (água e açúcar);
• sucos com folhas de cidreira, gotas de limão e açúcar;
• morangos com leite geladinho;
• limonada etc.
• observação do céu:
• levar a criança a observar o céu e o que ele está nos contando naquele dia. As crianças
estarão deitadas no gramado para que possam vivenciar esse momento;
• levar a criança a observar, pela janela, o céu nos dias de chuva e nos dias nublados.
PP-EI-2011-PÁG.125
• meio ambiente:
• passeios;
• observações;
• conversas informais;
• cartazes com figuras;
• faz bem à nossa saúde e proporciona descobertas fantásticas.
• boas práticas de saúde:
• higiene das mãos antes do lanche;
• banho;
• escovação dos dentes etc.
125
• banho;
• escovação dos dentes etc.
Observações:
• O educador precisa ter conhecimento de Ciência da Saúde para atender à criança
num tombo, numa arranhadura etc.
• Não se esquecer de fotografar momentos importantes, com frequência, para seu registro e
para que os pais acompanhem o trabalho realizado.
• A partir dos 2 anos, a criança está vivenciando a fase sensório motora, por isso é
aconselhável privilegiar a descoberta dos movimentos e das sensações, oferecendo uma variedade de
suportes e materiais.
• É importante que haja repetições, nas dinâmicas, para que a criança tenha tempo para ex-
plorar as possibilidades do material apresentado para “incorporar” por exemplo: não comer giz de cera.
• Outro foco de trabalho com crianças dessa idade volta-se para a autonomia. Após a retirada
das fraldas, elas aprendem ir ao banheiro, sentar na privada, secar o xixi, lavar e secar as mãos.
•Essa é a hora para os educadores trabalharem para que os pequenos, sozinhos, comecem a
ir e voltar para a classe, pegar os brinquedos, guardar a lancheira, tendo o cuidado de ter a presença de
um adulto (auxiliar) mostrando como eles podem fazer.
Fazer com que as crianças se desenvolvam motora, cognitivamente e socioafetivamente por meio
de atividades lúdicas, propondo atividades adequadas sugeridas.
• Segundo Vera Krauz, as consequências de uma reprimenda à evacuação podem ser muito
tristes: constipação intestinal e a necessidade de rituais diversos para evacuar, sintomas relacionados à
sensação de sujeira e contenção dos sentimentos.
Freud chamou esse período de fase anal justamente porque uma série de questões importantes na
formação da personalidade da criança se estabelece aqui.
Pode-se sugerir aos pais que comprem cuequinhas e calcinhas e mostre as crianças como uma
grande surpresa!
Não esqueça de elogiar a criança quando fizer xixi ou coco na privada ou peniquinho. Instrua os
pais a as elogiarem também.
Nunca mostre irritação porque a criança molhou ou sujou à roupa e oriente os pais para que não
briguem com ela, mesmo que sujem ou molhem o tapete. Escapar é normal! Uma bronca poderá blo-
LINGUAGEM MATEMÁTICA
A matemática faz parte da vida de todos e a qualquer momento
poderá ser enfocada, não necessariamente apenas em momentos específicos.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
ESTIMULAR
• a criança a dizer quantos anos tem.
APRENDER
126
• a mostrar um dedinho, que corresponde ao número um.
BRADCALKINS / DREAMSTIME.COM
quear o processo.
CORES PRIMÁRIAS
• terão seu desenvolvimento, por meio da apresentação de bolas, brinquedos, cubos etc.
TAMANHO, ALTURA, PESO
• serão
explorados em diversos momentos, numa história, numa brincadeira etc.
FILA INDIANA
• poderá ser feita ao brincar de maior/menor, com mudança de ordem: inicialmente, os
maiores serão os primeiros e, depois, os menores serão os primeiros.
LONGE E PERTO
• esses conceitos serão trabalhados inicialmente dentro da sala, depois pelos pais no ca-
minho da escola até a casa, com perguntas desafiadoras conforme aparecem as oportunidades.
ALTO E BAIXO
• serão trabalhados subindo e descendo degraus.
2. CRIANÇAS DE TRÊS ANOS
INTRODUÇÃO
BRADCALKINS / DREAMSTIME.COM
Nesta fase, as crianças precisam de limites e espaço
próprio. Para o educador, é hora de exercitar a paciência.
Elas conseguem elaborar pensamentos e, por meio de
suas verbalizações, o educador pode observar como anda a
autoestima de cada criança.
Se ela tem oportunidade, vai formando valores positivos e
negativos, que são responsáveis pela sua autoestima, ela se sente mais confiante para enfrentar situações novas, para aprender
e para se relacionar com os colegas e os adultos. Dessa maneira, as relações se estabelecem e são permeadas pelas manifestações desse processo de construção de identidade.
Para poder auxiliar as crianças a crescer, os educadores
precisam estar atentos para apoiá-las e reconhecer as suas
reais necessidades e capacidades, não se esquecendo de
oferecer-lhes referências, ou seja, limites, posicionando-se
com firmeza diante dos desafios verbais dos pequenos.
É necessário que o educador coloque limites e, no caso
PP-EI-2011-PÁG.127
de empurões, mordidas, chutes e arranhões. Coloque limites, diga que morder, arranhar, bater e empurrar não pode. As crianças que apresentam esses problemas necessitam de uma maior atenção
para que elas passem a escolher outras formas de manifestar o seu desapontamento, irritação, sono.
Ensinar que ela pode expressar esses sentimentos de outras formas.
127
Cabe ao educador investigar melhor o que leva a criança a não conseguir lidar com os sentimentos e trazê-la para perto dele.
A importância dos limites: essa etapa exige muito dos pais e dos educadores, por isso os limites precisam ser estabelecidos. Desses limites, resultam conflitos internos, dúvidas, culpa e sofrimento. É comum associá-los à frustração e à dor, esquecendo-se da função e do significado das ações.
Isso impede pais e educadores de continuarem firmes, mantendo a decisão até o fim: “o que pode
pode”, “o que não pode não poderá acontecer”.
A frustração tem papel significante no desenvolvimento das crianças, por isso, nessa fase, elas
precisam de proteção. Os limites têm força para protegê-las, cuidar delas e dar-lhes referências.
Quando os educadores atuam com segurança diante dos desafios das crianças, estão dando-lhes
afeto, correspondendo à necessidade da autoridade dos mais velhos. Outra função importante do
limite é dar à criança referências da realidade, mostrando a ela que o mundo não gira em torno de
suas vontades, que existem os outros, que ela é parte de um mundo social. Muitas vezes, a criança
vivenciará que pode abrir mão de seus desejos, partindo para o processo de descentralização.
No dia a dia, nós nos defrontarmos com contrariedade e limites, os quais fazem parte da realidade, do coletivo, da convivência com o outro.
Colocando limites, educadores e pais estarão ajudando a criança a crescer protegida e preparada para os desafios de sua vida futura, contribuindo para auxiliá-la na construção de sua cidadania.
Aos 3 anos, a criança tem seu amadurecimento neurológico, afetivo, motor e social acelerado, o que lhe dá mais independência em diferentes situações. Algumas coisas ela já faz sozinha, o
que será aceito e incentivado, porém deixar claro que ela ainda é pequena e o fazer é importante,
e não o como fazer. Ela adquire certas habilidades e gosta de praticá-las; é fundamental não se
esquecer de incentivar a autonomia, mas convém lembrar que, em certos momentos, o educador
necessita interferir com firmeza.
Os jogos, nessa fase, são muito importantes, alguns exemplos: morto/vivo, lenço atrás, corre-corre,
os imitativos: elefante, sapo, pato, o gigante/anão etc. Nas brincadeiras, a criança começa a entender a vida real, o prazer, as “dores” de viver e avança em seu desenvolvimento geral. Ela já conhece
melhor o seu corpo e se encanta com as infinitas possibilidades que ele oferece: o correr, o pular,
o subir, o descer, acompanhados de gritos e gargalhadas. A capacidade de concentração estáé importante para que haja um crescimento saudável. Nas brincadeiras, ela inventa e
reinventa a realidade.
Nas atividades corporais, o controle
sobre os movimentos, o equilíbrio e outras
habilidades aos poucos vão se desenvolvendo. A criança amadurece e aperfeiçoa suas
capacidades motoras, passando a ter consciência do próprio corpo e de suas limitações.
A contenção é aprendida quando ela descobre as possibilidades do seu próprio corpo.
128
ANKE VAN WYK / DREAMS IME.COM
se ampliando, assim a criança se concentra melhor na realização das atividades propostas, o que
É importante lembrar que não se pode transmitir medos, inseguranças ou ansiedade, mas sim dar
referências positivas que a ajudem a aprender também a confiar em si mesma.
Nessa fase, tudo vira brinquedo, assim ela transforma os objetos de casa em acessórios de
suas fantasias e brincadeiras.
As brincadeiras com o corpo são fundamentais para o desenvolvimento completo da criança. Quando for necessário, o adulto colocará limites em relação à altura que a criança pode subir.
Nessas situações, a instrução e a orientação serão realizadas com tranquilidade. Na coordenação,
em certos movimentos, ela pode apresentar algumas dificuldades, precisando de tempo para o
amadurecimento de suas capacidades. Caso possa contar com o apoio de pais e educadores, ela
poderá enfrentar certos desafios que fortalecerá seu corpo, melhorando também sua autoestima. A
atenção e o cuidado não serão esquecidos, no caso de brincadeiras mais agitadas ou com certo
“perigo”.
A criança aprecia testar suas habilidades motoras e fica horas entretida com seus brinquedos.
Convém ressaltar que alguns acontecimentos podem alterar o comportamento da criança;
por exemplo, a morte de um parente próximo ou de um amigo pode deixá-la triste, sem iniciativa,
cansada ou entediada. Os pais e educadores poderão observá-la com mais atenção até que esse
comportamento mude e ela passe a ter um comportamento normal. É a hora da conversa, de darlhe apoio e segurança. Caso a tristeza ou o desânimo perdurem por muito tempo, é o momento de
pedir a um especialista orientação sobre como agir com ela.
O contrário poderá ocorrer: a criança se mostra agitada, sem paciência e com dificuldade
de prestar atenção, controlar seus movimentos e sem paciência de esperar sua vez; isso pode ser reCZANNER / DREAMSTIME.COM
sultado de angústias e medos que ela nem sequer
consegue perceber.
Nas suas brincadeiras, são capazes de fazer
representações. Representar é entrar em um jogo
em que a regra principal é reviver uma situação cotidiana, a mais parecida possível com a realidade.
Com a variação de papéis, passam a compreender regras sociais e recebem informações
culturais. Nessa fase, vivem intensamente, como
se fossem mais velhas, experimentando simbolicamente o que mais tarde irão viver.
A imitação acompanha a criança desde o
nascimento: é o primeiro passo para a representação, funciona como modelo. Quando a criança
brinca, ela se comunica com uma linguagem própria, está vivendo outro universo — o imaginário.
Começa nessa fase a afirmar sua identidade,
PP-EI-2011-PÁG.129
demonstrando, em suas maneiras, gostos e preferências. Começa a questionar e opor-se aos pais. É,
sem dúvida, uma forma de encontrar o próprio espaço, perceber suas incoerências, falhas e defeitos.
129
que as regras permanecem, mantendo-as com
clareza, ajudando assim no seu desenvolvimento. Ela está se diferenciando dos pais e de outras
crianças, assim sua identidade está sendo construída, por isso cabe-lhe o apoio necessário.
É capaz de realizar várias tarefas, especialmente as que envolvem cuidados pessoais. Conversa com a educadora, com outras crianças, de
forma clara expõe suas ideias, discute e argumenta. Continua sendo uma criança, o que não pode
ser perdido de vista; necessita de acolhimento, de
ajuda e de referências dos adultos. A autonomia
não ocorre num piscar de olhos; é um processo
que, aos poucos, vai acontecendo, incluindo progressos e recuos. Ela sente ainda medo e insegurança, mas crescer é assim mesmo. Para exercer
a autonomia, a criança precisa, desde cedo, ter
oportunidade de fazer escolhas, as quais poderão
ser delimitadas para que ela não se sinta perdida.
Por exemplo: se está calor, ofereça-lhe três a quatro tipos de roupa para que ela escolha.
A curiosidade aguçada, nessa fase será incentivada e, quando o educador não souber as respostas, é importante que a criança o veja consultando livros, dicionários, para que, aos poucos, vá se
conscientizando de um mundo mais organizado e real. A cada momento, amplia a compreensão
que tem de realidade, sentindo-se à vontade em seu novo mundo.
O vocabulário oral da criança cresce rapidamente, pois ela adora empregar palavras novas;
orgulha-se do seu controle muscular; o seu desenvolvimento motor é evidente; o seu andar é parecido
com o do adulto. Corre, sobe escadas sem perder o equilíbrio e já sabe desabotoar as roupas. Esse é
um excelente momento para introdução de normas sociais: lavar as mãos antes das refeições, escovar os dentes, usar corretamente os sanitários, descansar após momentos de agitação etc.
No final dos três anos, é possível ocorrer uma fase de introversão, reserva e retraimento, podendo durar seis meses; ela poderá apresentar dificuldade na fala, gagueira, pavor de altura, tornar-se
chorona, exigente, ciumenta e querer toda atenção apenas para ela.
Para essa fase, a criança necessita de apoio, carinho (sem exageros), um pouco de paciência
e compreensão.
O amigo imaginário pode aparecer, apresentando relação com o ambiente em que ela vive.
A criança precisa de respeito e nunca ser ridicularizada, podendo esse momento ser aproveitado
para fins educacionais. Pode-se dizer: seu amigo faz isso ou não faz isso.
As tensões poderão ser acentuadas, sobretudo o aumento das explosões emocionais; rói
unhas, coloca o dedo no nariz, às vezes é rabugenta e desajeitada; dá cuspidelas e tende a gaguejar, tem pavor do jogo e do excesso; chora exageradamente em determinados momentos.
130
ALENA OZEROVA / DREAMSTIME.COM
Os educadores poderão sempre lembrá-la de
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Atender a criança sempre que necessário.
OUVIR A CRIANÇA
ESTIMULAR
• a comunicação verbal;
• os movimentos corporais.
NAS PRÁTICAS DAS HABILIDADES
• orais;
• afetivas;
• sociais.
NOS PROGRESSOS APRESENTADOS
NA OBEDIÊNCIA DE ORDENS
NA SOCIABILIDADE
VENCER
• o medo;
• o choro;
• a tristeza;
• o mau humor.
PROMOVER
• atividades lúdicas;
• passeios;
• piqueniques dentro da escola ou fora dela;
• brincadeiras com:
• bola;
• corda;
• blocos lógicos gigantes.
• festinhas de aniversário;
LER E ESTUDAR ATENTAMENTE E FREQUENTEMENTE AS FICHAS DE ENTREVISTAS FEITAS COM OS
PAIS NO INÍCIO DO ANO.
PP-EI-2011-PÁG.131
REGISTRAR
• todas as características de cada criança;
• os incidentes ocorridos durante o ano;
• os avanços e retrocessos de cada criança.
A criança está em uma idade adorável, procura agradar, está contente consigo mesma,
aceita sugestões etc. Esse é o momento de trabalhar com ela, de forma eficaz.
131
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
LINGUAGEM PLÁSTICA
A criança se expressa por meio do desenho, da pintura ou da dança. A Linguagem PLástica
é uma das mais importantes, pois por meio do que a criança realiza o educador pode conhecê-la
melhor, e saber o que ela está sentindo e muito mais.
• utilização de diversos materiais:
• curtom, canetas hidrocor grossas, tinta guache, pintura a dedo etc. e deixá-la se expres-
sar livremente, por meio de desenho ou pintura.
• conhecer:
• vários de tipos de papéis com diferente cores ou texturas.
• manusear pincéis:
• grossos, finos, chatos etc.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Cabe ao educador proporcionar oportunidades para a criança se expressar livremente nessa
linguagem.
O educador observará, por meio do que a criança realizou e mediante a fase do desenho em
que ela está, se apresenta problemas ou não.
Lembrar sempre que o desenho ou a pintura é uma das linguagens mais importantes, pois é
quando a criança tem oportunidade de colocar para fora o que tem dentro de si. A cada atividade
apresentada, o educador vai conhecendo melhor cada criança.
É importante lembrar que a expressão plástica é uma atividade livre, sem interferências. O
educador observará sempre a expressão plástica de cada criança para perceber os avanços, a
desenvoltura, a descontração e a alegria ao realizar essas atividades. Essa atividade propicia o
momento de colocar para fora emoções, sentimentos etc., por isso é tão importante. O estudo
detalhado sobre as fases do desenho infantil proporcionára ao educador condições seguras para
avaliações. Ele colocará todas as observações sobre o que a criança realizou no verso do papel,
como também nomes e datas.
LINGUAGEM ORAL
O desenvolvimento da oralidade nessa fase é muito importante.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
• ouvir a criança é muito importante em qualquer situação;
• as histórias contadas são as preferidas;
• os livros de literatura serão em tamanho apropriado, contendo poucas palavras;
• ilustrações grandes;
• na roda de conversa:
132
• falar com clareza;
• adequar a linguagem;
• ouvir a criança;
• cada criança terá seu modo de falar.
• com figuras;
• com bonecos;
• com brinquedos.
NATALIA NAZARENKO VLADIMIROVNA / DREAMSTIME.COM
• montagem de uma história:
A escolha dos livros de história serão adequados à faixa
etária e conhecidos anteriormente, pois a linguagem, modulação da voz, a hora da história são elementos muito importantes, que ajudarão a criança a enriquecer o seu vocabulário, o seu grau de concentração etc.
Observação:
O educador estará sempre pronto para ouvir a criança,
para estabelecer vínculo de amaizade, reciprocidade, sendo
um facilitador no processo de ajudá-la a vencer seus problemas emocionais passageiros, atuais ou outros.
LINGUAGEM CORPORAL
Em todos os momentos, durante o período escolar e também em momentos específicos esta
linguagem estará sendo desenvolvida.
O EDUCADOR - SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador estará sempre proporcionando momentos de descontração, propondo corridas,
saltos, jogos, descendo ou subindo escadas com seis a oito degraus etc. Poderá utilizar objetos como
bolas, cordas, bambolês que darão à atividade uma conotação diferente e, assim, a criança prazerosamente participará dela.
As crianças que apresentarem dificuldade serão atendidas com maior cuidado e atenção.
Segue em algumas sugestões:
• as crianças participarão de:
• corridas curtas;
• saltos de pequenas distâncias;
• jogos de regras simples;
• pequenos circuitos;
• subir e descer escadas de 6 a 8 degraus;
• pular corda:
• cobrinha rasteira;
• fogo, foguinho.
PP-EI-2011-PÁG.133
• com pneus:
• circular;
• saltar dentro;
• sentar no centro.
• com bambolês:
• dentro/fora;
• segurar;
133
• levantar;
• sentar dentro dele.
• nas rodas cantadas:
• ciranda, cirandinha;
• você gosta de mim;
• o cravo e a rosa etc.
• brinquedos cantados:
• Seu lobo está pronto?
• Boca de forno?
• Sapo cururu;
• Carneirinho, carneirão etc.
• circuitos:
• simples e de acordo com a realidade de cada escola.
LINGUAGEM MUSICAL
A música remete a todos, alegria, descontração, saudades, lembranças etc. Ela necessita ser
cultivada desde muito cedo, pois os estudos revelam que ela faz parte da vida humana e acompanha o homem desde a fase de bebê até a idade adulta, quer dizer, sempre.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM MUSICAL
Levar a criança a:
• desenvolver da descoberta dos sons em seu próprio corpo, na natureza etc.;
• percussionarr alguns instrumentos musicais;
• memorizar de canções infantis;
• ouvir música clássica ou popular;
• perceber o ritmo;
• entender a letra;
• vivenciar movimentos;
• apreciar a dança;
• gestos;
• passos etc.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador poderá utilizar vários recursos para que as habilidades musicais sejam adquiridas.
Segue algumas sugestões:
A música facilita a oralidade da criança, aprimora seu gosto musical e traz alegria. O educador dará muitas oportunidades para que a criança vivencie a música: na hora da entrada, no
lanche, nos passeios, na ida ao parque etc. A música não estará aquartelada dentro da sala de aula
e fará parte de tudo o que acontece dentro da escola, o que trará um frescor, uma leveza que, aos
poucos, será introduzindo no mundo infantil.
No mercado, existem vários CDs com músicas infantis. Escolher aqueles que possuem as letras
e melodias mais bonitas, interessantes e adequadas.
134
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE
LINGUAGEM AFETIVO SOCIAL
A criança sempre terá oportunidade de se expressar, estando o educador atento aos comportamentos apresentados.
No final desta faixa etária, 3 anos, poderão ocorrer o retraimento e a frustração, que serão
observados e registrados pelo educador.
A afetividade e a sociabilidade, aos poucos, irão se desenvolvendo e criando laços de amizade e carinho entre as próprias crianças e entre elas e o educador. Para que isso ocorra, o educador
precisa estar pronto para acolher, demonstrar carinho, para que elas se sintam confortáveis e protegidas. Convém lembrar que essa linguagem perpassa todas as outras quando forem observadas e
registradas.
Cabe ao educador proporcionar várias oportunidades para vivencias afetivas. Seguem algumas sugestões:
• desenvolvimento de sua afetividade:
•na família;
• na escola:
• com colegas, professores e funcionários.
• na demonstração de afeto:
• abraços.
• na socialização:
•nas normas sociais;
• nos atos de gentileza, cordialidade;
• nas apresentações;
• na amizade com:
• sua família;
• seus amigos;
• seus educadores.
• na afababilidade:
• no abraço;
• nas demonstrações de afeto.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador estará sempre preparado para observar cada
criança conhecendo as suas características para que possa entendêla, acolhê-la e atendê-la sempre que for necessário. O registro das
ocorrências é muito importante, sendo um subsídio a ser utilizado que
PP-EI-2011-PÁG.135
nas reuniões com a coordenação ou direção da escola e nas reuniões
com os pais. Em casos especiais, atender os pais individualmente com
a coordenadora e a diretora da escola e o educador.
135
JAROSLAV ANTROPOV / DREAMSTIME.COM
CIÊNCIAS
Segundo Howard Gardner, a Ciência fará parte da “inteligência naturalista”. Para ele, essa
inteligência tem a ver com o mundo natural: ela é capaz de identificar diversos tipos de plantas e de
animais, pois trata-se de um conhecimento “que todos nós possuímos em nosso cérebro”.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador proporcionará experiências que muito contribuirão com o desenvolvimento das
habilidades. Seguem algumas sugestões:
As crianças:
• observação:
• o ar;
• a respiração das pessoas/plantas/animais:
• o próprio corpo;
• suas partes e funções.
• perceber:
• os sentidos:
• olfato/visão/gustação/audição/tato.
•observar e utilizar:
• a água:
• utilidades;
• uso adequado;
• higiene pessoal/dental/corporal.
• a terra:
136
• as plantas.
• as partes que as compõem:
• raiz/folhas/flores/frutos;
• as comestíveis;
• as plantações
• os cuidados;
• os subprodutos.
• os animais:
• características:
• mamíferos/aves/peixes;
• vertebrados/invertebrados;
• cuidados/alimentação;
• sons que emitem.
• subprodutos:
• na nossa alimentação;
• medicamentos;
• úteis e nocivos;
• madeira:
• móveis e utensílios
• descobrirão e observarão:
• o céu:
• dia/sol;
• noite/lua e estrelas;
• chuva/vento;
• mudanças atmosféricas;
• as Estações do ano:
• Outono/Inverno/Primavera/Verão
• o mundo que a rodeia;
• o planeta Terra.
• acompanharão:
• o processo de germinação:
• com experiências concretas.
• descobrirão a natureza:
• o que existe nela;
• os cuidados que necessita de cada um de nós;
• os sons onomatopaicos;
• a preservação de todos os elementos que a compõe.
Observação:
O uso de lupa é indicado quando as crianças forem desafiadas a observar pequenos insetos,
folhas etc.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Se todos nós possuímos a inteligência naturalista, cabe a nós, profissionais da Educação Infantil, propiciar às crianças oportunidades múltiplas e variadas, para que ela se desenvolva desde a mePP-EI-2011-PÁG.137
nor faixa etária por nós atendida. Haverá numerosas maneiras de estimular a criança na descoberta
do mundo natural que a rodeia, procurando sempre valorizar o ambiente natural que necessita ser
conhecido, além das crianças, pelos pais e pelas pessoas envolvidas no ensino. Aguçar a curiosidade da criança, por meio dos jogos e das brincadeiras, da forma mais espontânea possível.
137
A criança poderá desenvolver-se com eficácia se
a ela forem proporcionadas atividades que poderão incorporar o projeto executado pela escola: por meio dos
coordenadores e educadores.
Cabe ao educador observar o que tem perto da
escola ou aproveitar os momentos de ventania, chuviscos, chuvas fortes. É importante perceber que todas estas vivências são carregadas de estímulos e “ao lado do
exercício sinestésico corporal interagem com a sensibilidade olfativa, a auditiva e com o emprego de múltiplas
habilidades operatórias”. Celso Antunes
apenas o prazer e a alegria, mas também estimular a
descoberta do mundo natural.
Relembrar que anteriormente, Ciências era parte
integrante da linguagem matemática. Agora, ela se desvinculou dessa linguagem e terá seu próprio projeto. O
conteúdo foi ampliado visando a dar maiores oportunidades para experiências, vivências e observações.
Lembrar que, para a criança, a descoberta das coisas que a rodeiam é surpreendentemente
interessante.
LINGUAGEM MATEMÁTICA
A criança necessita de tocar, olhar, perceber tudo de forma concreta. Haverá necessidade de
experiências reais de manipulação, observação, como também muita motivação.
OBJETIVOS
Oferecer à criança brinquedos, jogos e material variado para que possam:
• observar:
• formas;
• cores;
• tamanhos;
• alturas.
• aprender:
• quantidades;
• texturas:
• liso/áspero.
• selecionar:
• botões;
• formas geométricas.
• separar:
138
• grãos.
SERHIY KOBYAKOV / DREAMSTIME.COM
Nos passeios, visitas etc., é necessário ressaltar não
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O ensino da Matemática, desde o seu início, é de fácil compreensão para a criança. A partir
da idade de um a dois anos ou mais, ela vai naturalmente entendendo a contagem dos númerais.
As formas geométricas dos brinquedos, dos objetos, quando mostradas e observadas pelas crianças,
facilitam o entendimento, pois o concreto é fundamental.
A Linguagem Matemática será vivenciada em todos os momentos e não somente em aulas
específicas. O guardanapo na hora do lanche (quadrado), o sabonete (retângulo) etc. serão sempre
observados para que, aos poucos, haja progressão nos conhecimentos matemáticos.
3. CRIANÇA DE QUATRO ANOS
INTRODUÇÃO
ALENA OZEROVA / DREAMSTIME.COM
Nem sempre é fácil “aturá-la”. É
uma idade em que a criança é vigorosa
e expansiva, ultrapassando o limite... em
tudo! Bate, chuta, atira pedras, quebra
objetos, corre e foge.
Com quatro anos, a criança não
tem movimentos precisos. Há necessidade de ajuda como ainda, por exemplo,
na escovação dos dentes. Os pais precisam saber disso e também de como podem ajudar seus filhos nesse processo. Os
cuidados: a) escova sempre com cerdas macias (mesmo para adultos, para que não haja desgaste
do esmalte do dente); b) uso do fio dental constantemente, c) posições corretas do uso da escova.
Estes aspectos podem ser abordados em reuniões com os pais.
A coerência perdurará sempre. As crianças precisam de referências claras, por isso a atitude
do educador, será sempre coerente, em relação ao sim e ao não. Os limites, logicamente, não serão exagerados; em alguns momentos, podem e serão repensados. Às vezes, um conflito interno do
educador pode se refletir na sua rigidez. Isto não pode ocorrer, pois a criança tem apenas 4 anos, e
não é adulta ainda.
A criança ainda está focada em si mesma e projeta a realidade, a partir de seus desejos. Nas
brincadeiras, no faz-de-conta, nos super-heróis ou nas princesas etc., ela revela isso.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
A criança de quatro anos precisa de apoio, acolhimento, proteção e segurança. Cabe ao
educador encorajá-la nas suas conquistas, estando, assim, contribuindo para que elas se efetivem
PP-EI-2011-PÁG.139
na sua vida futura. Exemplos: após uma brincadeira, recolher os brinquedos e recolocá-los no lugar;
guardar o material utilizado numa atividade de recorte e colagem; colocar no lixo sobras de aparas
de lápis, envólucros vazios de alimentos, papéis etc. Sem dúvida, é uma contribuição para que a
criança se torne um adulto feliz e ajustado.
139
Exemplos de algumas brincadeiras para a criança de 4 anos:
• reprodução de fatos domésticos e do dia a dia ou “faz-de-conta”;
• brincar com coisas do cotidiano: casinha, lutas, viagens, bichinho, médico etc;
• bonecas com roupinhas, bercinhos, mamadeiras etc;
• espelhinhos, bichinhos, ferro de passar de plástico etc;
• carrinhos, miniaturas de meios de transporte, super-heróis, bonecos articulados etc.
• jogos imitativos e rodas cantadas;
• memorização de pequenos poemas, quadrinhas etc.
Essas brincadeiras ajudam as crianças a aprimorar o comportamento.
Os brinquedos eletrônicos, às vezes, podem limitar a criatividade das crianças, porém não
podem ser esquecidos, e a criança pode ter acesso a eles, sempre que possível.
Brincar ao Sol, ao ar livre, é muito salutar, evitando-se o sedentarismo desde a infância, o qual
pode ocasionar a obesidade infantil. É importante mencionar que o brincar, o correr, o jogar e o fazde-conta são atividades que contribuem para a estimulação da criatividade.
Quando a criança brinca, ela compreende melhor e amplia suas representações. Ela, imitando o adulto e vendo o que eles fazem, estará se preparando para os papéis que representará no
futuro.
Os pais e os educadores poderão estar atentos, não se esquecendo de que é o papel deles
estimular a criança para que ela possa exercitar a imaginação. A presença dos pais e dos educadores junto à criança é muito importante para ela; as brincadeiras antigas podem ser ensinadas: o brincar de roda e o cantar com a criança podem ajudá-la, podendo os adultos também se divertirem.
O educador irá observar as crianças e registrar:
• o seu crescimento; nas possibilidades corporais;
• as falas enquanto se veste ao mesmo tempo;
• a sua verbalização que está em franco desenvolvimento;
• as diferenças entre o mundo real e o da fantasia.
Promoverá pequenas experiências em diversos lugares, nos passeios e nas visitas.
Estimulará a comunicação verbal à obediência de ordens recebidas, a alegria, o bom humor
e a participação nas brincadeiras.
De acordo com Rinaldo De Lamare, “A
criança de quatro anos nem sempre é fácil de
ser aturada”; assim ela necessita de atenção redobrada para ser acolhida e ter essa fase contornada por meio de atividades lúdicas variadas e
interessantes.
A seguir algumas sugestões para o desenvolvimento dessa linguagem, podendo levar a
criança a:
• elaborar pensamentos;
• controlar:
140
• sua parte motora;
• seu afrontamento às ordens recebidas.
• exercitar:
• sua atenção:
• nas ordens;
• nas histórias;
• na memorização.
• desenvolver sua oralidade:
• com palavras das quais sabe o sentido;
• com a pronúncia de palavras “difíceis”;
• trabalhando a circulação, a respiração, as articulações, os músculos para o equilíbrio do
sistema nervoso.
• evitar:
• brigas;
• discussões;
• posturas desagradáveis;
• enfrentamento com colegas ou adultos.
• ouvir:
• músicas;
• sons da natureza;
• diferenciar vozes.
• compreender e executar:
• pequenas ordens;
• repetir frases.
• respeitar:
• os limites, sem exageros.
• guardar:
• os brinquedos após a brincadeira.
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
LINGUAGEM PLÁSTICA
A criança nos conta tudo o que sabe e o que sente nas atividades artísticas que apresenta. As
formas vão se aperfeiçoando, como também a utilização de várias cores. Ela vai demonstrando o
seu progresso nessa linguagem.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador oferecerá a maior variedade possível de materiais: lápis de cera, pincéis, canetas
hidrocores, tinta guache, sucata do lar, caixas vazias etc.
PP-EI-2011-PÁG.141
A cada atividade, apresentará o que vai ser utilizado; nomeando cada item, como o papel
e os instrumentos que irá usar, no caso a tesoura, a cola etc. e deixar que a criança se expresse livremente, sem interferências. É necessário conhecer detalhadamente as fases do desenho infantil,
para poder melhor avaliar e conhecer a criança.
141
infantil serão estudadas detalhadamente para que o educador possa fazer uma avaliação adequada de tudo o que
foi apresentado.
Para essa linguagem se
desenvolver adequadamente,
sem sua interferência, apresentamos algumas sugestões:
• desenho:
• com curtom;
• gizão;
• com carvão;
• com giz de lousa.
• pintura:
• com guache;
• com pintura a dedo;
• com tinta fabricada pelas próprias crianças.
• recorte:
• figuras.
• colagem:
• fios;
• lãs;
• barbantes;
• sucatas domésticas;
• figuras.
• construção:
• com caixas vazias;
• com retalhos de madeira;
• com sucata.
• representação:
• pequenas esquetes;
• quadrinhas;
• cantos infantis etc.
LINGUAGEM ORAL
No desenvolvimento dessa linguagem, a criança irá demonstrando progressos na sua oralidade. Em conversas com o educador e os colegas, percebe-se claramente o que ela quer verbalizar.
Todos os momentos são válidos e importantes para observar e ouvir a criança.
142
KUTT NIINEPUU / DREAMSTIME.COM
As fases do desenho
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
A oralidade, como já mencionado, apresenta avanços
e a criança se expressa com maior facilidade. Os livros serão
bem escolhidos, primando por serem adequados à idade das
crianças. A habilidade auditiva será ressaltada para que se
desenvolva adequadamente e a criança possa perceber que
é pelo ouvir que ela está aprendendo. Na hora da história, no
momento da recapitulação, o educador perceberá o que a
criança memorizou, associou com a história ouvida. A história
escolhida poderá ser dramatizada, por meio de óculos, máscara ou vassoura, e a criança poderá apresentar-se normalmente. Após uma simples dramatização,
poderá ser feita uma avalização dessa atividade pelas próprias crianças, podendo acontecer outras
vezes, se houver interesse.
Apresentamos algumas sugestões para que o educador possa desenvolver adequadamente
essa linguagem, levando a criança a:
• ouvir e compreender histórias;
• manusear livros com poucas palavras e ilustrações apropriadas, para que se sinta envolvida pela história;
• não falar palavras impróprias, as quais repete conscientemente;
• na roda de conversa:
• perceber que possui uma imaginação fértil;
• identificar que cada um tem o seu modelo de falar e ouvir.
• memorizar:
• poemas;
• canções;
• quadrinhas;
• adivinhas;
• trava-línguas simples.
LINGUAGEM CORPORAL
A criança está com seus movimentos precisos, mas necessita de várias outras oportunidades
para movimentos mais restritos e delicados.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador lembrará que movimentos simples como o de recolher, arrumar e colocar são
ações que terão sempre uma conotação diferenciada para o desenvolvimento corporal e sinestésico da criança. Tudo o que a criança apresenta como progresso será elogiado, pois o reforço positivo
PP-EI-2011-PÁG.143
sempre a ajudará.
Apresentamos algumas sugestões para que o quotidiano de cada educador, possa ser enriquecido.
No capítulo sobre a linguagem corporal, que poderá ser consultado sempre que necessário,
apresentamos um vasto material que o ajudará no fazer pedagógico.
143
• jogos:
• jogos imitativos:
• de regras simples;
• de escolha.
• cantos:
• rodas cantadas:
• Eu sou pobre, pobre;
• Roda pião;
• Caranguejo.
• exercícios:
• músculos;
• subir e descer escadas;
• força.
• transportes:
• pequenos pesos:
• livros;
• brinquedos.
• corridas:
• saltar;
• saltitar;
• valorização:
• pais;
• amigos.
• pular:
• corda;
• pneus enfileirados no chão;
• bambolês enfileirados no chão.
• criar seus brinquedos.
A música tem o dom de proporcionar momentos de alegria, de audição, sendo também um elemento
facilitador da oralidade.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador aproveitará todos
os momentos para apresentar e cantar
para as crianças. Um professor especialista é importante, mas a música não
se limitará apenas às aulas específicas.
144
EUN JIN PING AUDREY / DREAMSTIME.COM
LINGUAGEM MUSICAL
O canto e a música estarão sempre presentes durante os momentos que o educador achar que
são oportunos; por exemplo: além dos horários já convencionados, na hora do lanche, na saída etc.
O educador poderá cantar com as crianças nas idas aos sanitários, ao parque, nos passeios etc. A
música fará parte do dia a dia da criança, levando-a a se expressar cantando, observando o ritmo,
a intensidade do som etc. A música estará presente em vários momentos do dia na escola, apresentamos algumas sugestões:
• audição de músicas:
• infantis;
• clássicas e orquestradas;
• MPB etc.
• memorização:
• canções do dia a dia:
• entrada;
• lanche;
• saída.
• apresentarão:
• pequenas dramatizações;
• com bonecos;
• nos passeios etc.
• percussão:
• instrumentos musicais;
• manuseá-los;
• aprender qual a posição correta de uso etc.
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
Nesta idade, a criança tem dificuldades para conviver com adultos e com outras crianças. Dá
risadas e também tem “acessos” de raiva. O educador estará preparado quando souber com deMARZANNA SYNCERZ / DREAMSTIME.COM
talhes o que ocorre nesta idade e,
como contornar as situações que
se apresentarem. A criança, nessa fase, é interessante e divertida,
muda em segundos de comportamento. É uma idade apropriada
para adquirir conhecimentos que
a ajudarão pelo resto de sua vida.
Já conhece o grau das autoridaPP-EI-2011-PÁG.145
des familiares e como se sente fraca ao lado de cada uma delas.
Sabe diante de quem pode ou não
chorar e fazer manha. Aos 4 anos,
145
“começa um dos mais desagradáveis aspectos da personalidade humana: é o uso da dissimulação
e do interesse, para levar vantagens” (Rinaldo De Lamare).
Usa muito o porquê e o como, adquirindo, assim, elementos para a construção de seu conhecimento, diferenciando também o real da fantasia.
Na escola, apresenta as brincadeiras e adquire um sentido social e representativo. Aceita com
alegria alguns privilégios e fica aborrecida quando tem de ceder.
O aniversário é muito importante para a criança dessa fase, por isso ela fala da festa com
antecedência e escolhe os convidados. Na festa, poderão ocorrer agressões verbais, e as normas
sociais começam a ser aceitas, dentro dos limites estabelecidos.
Nas brincadeiras, está sempre rodeada por outras crianças, mas só divide seus brinquedos
com seus amigos queridos e não com estranhos. É provável também que termine brigando. Tem
EVGENIYA TUBOL / DREAMSTIME.COM
senso de propriedade e inicia o sentido do valor: o meu é maior que o seu.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
É conveniente conhecer com detalhes as características dessa idade, para que possa observar, atender, acolher a criança, dando-lhe o que necessita e, às vezes podendo contornar as situações embaraçosas que acontecem.
Sempre que o educador for questionado pela criança, estará pronto para lhe dar a resposta
e, assim, ela está construindo o seu próprio conhecimento.
O riso fácil e os “acessos” de raiva serão entendidos, pois fazem parte do desenvolvimento
dessa linguagem, nesta idade. O educador, além de entender, necessita estar preparado para
atender a criança, usando palavras que a ajudarão a vencer os momentos difíceis de convivência.
Às vezes, quando estiver carente, a criança poderá apresentar situações, no intuito de ser vista e
compreendida pelo educador. O reforço positivo nas atitudes acertadas acontecerá e contribuirá
para o desenvolvimento de seus sentimentos. Em casos “agudos” e persistentes, o educador deixará
146
o coordenador a par do que está ocorrendo, podendo, depois de consenso, comunicar o fato aos
pais e também pedir ajuda a psicólogos infantis, com a anuência dos pais.
Para que o educador possa desenvolver adequadamente essa linguagem, apresentamos
algumas sugestões:
• desenvolvimento de sua afetividade:
• com seus familiares;
• com seus amigos;
• com os educadores.
• vivências de situações em que poderá desenvolver sua afetividade:
• nos cumprimentos;
• nos agradecimentos;
• nos abraços;
• na demonstração do afeto.
• desenvolvimento da sociabilidade:
• nas normas sociais;
• na sua gentileza e cordialidade;
• nas festas familiares;
• nos eventos e visitas proporcionadas pela escola.
CIÊNCIAS
INTRODUÇÃO
A criança, nesta fase, se interessa por tudo que a rodeia: ama observar os animais, as flores, o
céu e percebe o que está acontecendo à sua volta.
Na escola, ela terá várias oportunidades para experimentar, perceber, valorizar, apreender, querer entender e querer saber sempre mais. O educador estará preparado para responder a todas suas
perguntas e, se não souber, irá dizer à criança que irá pesquisar e logo lhe dará a resposta. É importante a criança perceber que não é porque o educador é adulto que ele sabe tudo, como também
perceber que o educador também aprende pesquisando em livros, dicionários, Internet etc.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Apresentamos algumas sugestões para que o educador possa aproveitar vários momentos do
seu dia a dia.
Por meio do preparo adequado a todos os conteúdos apresentados, o educador terá seu papel importante nos desafios, nas propostas, o que fará com que as crianças se interessem, envolvam-se
com o que irão vivenciar. Não há necessidade de muito material, apenas uma lupa muitas vezes
poderá causar reboliço na descoberta desse objeto tão simples. Não se pode perder nenhum momento para que a Ciência esteja presente num dia de chuva, no aparecimento do arco-íris no céu e
outros acontecimento. O conhecimento de Ciências vai fazendo parte de sua vida e as descobertas
irão sendo sedimentadas na construção do conhecimento científico de cada criança.
PP-EI-2011-PÁG.147
• execução de experiências com:
• plantas;
• a utilização da lupa;
• a germinação:
147
• o plantio;
• os cuidados;
• o Sol.
• observação do céu:
• dia/noite;
• chuva;
• trovões.
• conhecimentos dos animais:
• domésticos;
• de estimação;
• mamíferos;
• peixes;
• aves;
• insetos etc.
•experiências com:
• a água;
• o ar;
• os sentidos:
• visão;
• audição;
• gustação;
• olfação;
• tato.
3a ÁREA — MATEMÁTICA
LINGUAGEM MATEMÁTICA
Oferecer oportunidade para que as crianças possam desenvolver esta linguagem adequadamente.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Na vivência do dia a dia dentro da escola, a Matemática está sempre presente, podendo o
educador aproveitar todos os momentos que achar pertinentes. Em brincadeiras ao ar livre, poderá
comparar cores, tamanhos, formas etc. Na volta à sala, poderá observar as formas nos ladrilhos, do
148
ANKE VAN WYK / DREAMSTIME.COM
piso, nas janelas, nas portas etc. É interessante haver sempre um reforço do que foi proposto anteriormente, para que cada criança vá construindo o seu conhecimento matemático por meio de
associações, conexões com o que foi observando, experenciando.
Para que o educador possa desenvolver adequadamente essa linguagem, apresentamos
algumas sugestões:
Levar a criança a:
• perceber:
• os números e os numerais:
• 1 ao 5
• comparar tamanhos.
• discriminar:
• formas geométricas:
• círculo / quadrado;
• triângulo / retângulo.
• tamanhos;
• alturas;
• distâncias;
• massa;
• peso.
PP-EI-2011-PÁG.149
JOHN FULLER / DREAMSTIME.COM
149
4. CRIANÇAS DE CINCO ANOS
INTRODUÇÃO
É uma idade-chave, que assinala o fim do primeiro período de um a quatro anos e o começo do outro que vai de
cinco a dez anos. É considerada a “idade de ouro”.
O grau de desenvolvimento da criança surpreende a
todos: ela já manifesta um bom nível de concentração, controle em seu equilíbrio, dá laços, abotoa o casaco e tem excelente memória para fatos passados.
É a fase em que a criança brinca. O educador estimulará a brincadeira, que fará parte de todo o seu fazer pedagógico para que a criança desenvolva suas potencialidades
de forma lúdica e interessante. O quotidiano e a fantasia se
misturam, é hora da intervenção do educador para que ela
comece a perceber a diferença entre a brincadeira e a fantasia. É interessante perceber que, muitas vezes, ela acredita
na fantasia, o que é normal.
Os meninos e as meninas já fazem perguntas sobre répteis, dinossauros e principalmente sobre
animais gigantes. A atenção do educador é muito importante nesses momentos, pois ele pode fazer
a ponte entre os dois mundos: o da fantasia e o da realidade, e ajudar a criança em suas imaginações. É fundamental que o educador acolha as fantasias quando elas se manifestam, esclarecendo
as questões da realidade que são trazidas pelas crianças. O que só existe na imaginação, que é
fantástico, aquilo que é obra da imaginação, será observado e registrado para que haja um acompanhamento.
A partir dos 5 anos, as crianças fortalecem as suas amizades, querendo sempre ficar juntas,
principalmente as que têm a mesma idade, como também as que frequentam a mesma escola. O
brinquedo cooperativo é um grande avanço e, como qualquer outro, requer maturidade. A oralidade
da criança está se desenvolvendo e as brincadeiras e o relacionamento se exercem naturalmente.
As meninas trocam seus “bebês” e os meninos compartilham seus bonecos, seus carrinhos, daí
surgem tramas e histórias. Estão com a imaginação em pleno desenvolvimento.
A socialização está se desenvolvendo, começam a entrar em contato com hábitos comuns
na vida, gostam de passear e conhecer pessoas. Essas experiências serão sempre estimuladas,
ampliando as referências das crianças, que passam a conhecer outras famílias, outros costumes e
rotinas familiares. A autoestima da criança vai sendo fortalecida e ela suporta separar-se de seus pais
para dormir na casa de avós ou em casa de amigos.
Por meio de brincadeiras aprendidas, elas conhecem a sua cultura, o seu modo de vida, a
sociedade em que vivem, compreendem fatos vividos e conhecem melhor a si mesmas. Desde o
nascimento, elas encontram na família os primeiros modelos de brincadeiras e aos poucos vão se
ampliando. É importante oferecer às crianças materiais para suas brincadeiras: uma tira de tecido,
sucatas, caixas, deixando disponíveis para serem utilizados.
150
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Cabe ao educador proporcionar à criança aulas historiadas
interessantes, experiências partindo do perto da criança para o mais
complexo, com jogos e brincadeiras.
A criança ao ouvir poemas, poesias, histórias, músicas clássicas,
populares e folclóricas, irá aprimorar o seu gosto poético e musical.
O educador registrará todos os acontecimentos ocorridos com
cada criança como também o crescimento físico de cada uma delas.
As atividades corporais serão adequadas à idade, desenvolvendo o seu esquema corporal.
A memorização de músicas, histórias, trava-línguas, adivinhações e parlendas levará a criança a exercitar e desenvolver a sua
memória que futuramente será muito utilizada.
A oralidade estará se desenvolvendo e o educador observará
e registrará o avanço do vocabulário de cada criança.
A concentração estará bem ampliada, podendo as histórias ou palestras durarem até quinze
minutos, e a construção do conhecimento estará em franco desenvolvimento.
A criança será levada à observar as normas básicas para uma boa convivência dentro de
cada escola, como também fora dela.
Aos cinco anos, a criança estará diferenciando o mundo da fantasia do mundo real.
O educador encorajará a criança a resolver situações difíceis.
Apresentamos algumas sugestões para que o quotidiano de cada educador possa ser enriquecido. Cabe a ele:
• fortalecer suas amizades:
• compartilhar seus brinquedos;
• estabelecer posturas ideais para um bom relacionamento com colegas, adultos e fami-
• ampliar suas referências familiares com outras famílias;
• compreender fatos vividos;
• conhecer melhor a si mesma;
liares.
• exercitar:
• sua parte motora;
• sua atenção e sua memorização.
• ouvir músicas e diferenciar ritmos;
• respeitar seus limites;
• ouvir histórias e entender a mensagem;
• avaliar e recontar a história ouvida;
PP-EI-2011-PÁG.151
• observar a natureza:
• plantas;
• animais;
• dia/noite.
• selecionar brinquedos, objetos etc.;
151
• conhecer melhor o seu corpo e as funções de cada parte dele;
• registrar as brincadeiras e passeios por meio de desenho;
• ampliar a sua concentração;
• fazer as atividades com entusiasmo e alegria;
• posicionar-se corretamente nas horas da alimentação;
• evitar comer fora de hora;
• manipular instrumentos:
• musicais;
• de jardinagem.
MARZANNA SYNCERZ / DREAMSTIME.COM
1a ÁREA — LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
LINGUAGEM PLÁSTICA
A criança, nas atividades artísticas que apresenta, nos conta tudo o que sabe e o que sente.
As formas vão se aperfeiçoando, como também a utilização de várias cores. Ela vai demonstrando
o seu progresso nessa linguagem.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM PLÁSTICA
Levar a criança livremente a:
• desenhar:
• com curtom;
• lápis de cor;
• com carvão;
• com giz de lousa.
• pintar:
152
• com guache;
• com pintura a dedo;
• com tinta fabricada pelas próprias crianças;
• com aquarela;
• com terra e água.
• recortar:
• figuras.
• colar:
• fios;
• lãs;
• barbantes;
• sucatas domésticas;
• sucatas de aniversário.
• construir:
• com caixas vazias;
• com retalhos de madeira;
• com sucata.
• representar:
• pequenas esquetes;
• quadrinhas;
• dramatizações;
• cantos infantis etc.
LINGUAGEM ORAL
O grau de desenvolvimento oral surpreende os adultos. No desenvolvimento da oralidade, a
criança terá maior concentração do que aos 4 anos, podendo falar, articular as palavras com desenvoltura e pronúncia correta. Faz perguntas pertinentes e se interessa pelas respostas dadas pelo
educador ou pelos pais. É capaz de pensar antes de falar.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador desafiará constantemente a oralidade, principalmente a das crianças mais tímidas; estimulará o reconto para fixar o que de novo aprendeu, ampliando, assim, o repertório oral;
ouvirá a criança sempre que se fizer necessário; apresentará histórias adequadas à idade e ao entendimento das crianças e auxiliará na verbalização da recapitulação da história ouvida.
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM ORAL
PP-EI-2011-PÁG.153
Levar a criança a:
• verbalizar seus pedidos, interesses e questionamentos;
• cantar músicas infantis que a ajudarão na oralidade e na alfabetização;
• exercitar a sua concentração, que aos poucos vai se ampliando;
• memorizar e falar uma notícia, um trava-línguas, uma adivinha;
• recontar uma história ouvida;
• inventar uma história e contá-la aos colegas.
LINGUAGEM CORPORAL
A criança já possui controle e equilíbrio corporais: as mãos e os pés possuem habilidades como
as de um adulto; dá laços e abotoa o casaco; não fica muito tempo parada; é ativa e cativante.
153
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador proporcionará caminhadas, circuitos, recortes e colagens, e momentos em que
a criança possa exercitar seus músculos: correr, saltar, jogar (jogos divertidos e adequados), pular
corda, caminhar (pequenas e médias distâncias), imitar animais, voltar à calma (pequenos jogos:
cheirar a flor; apagar a vela etc...).
OBJETIVOS GERAIS DA LINGUAGEM CORPORAL
Levar a criança a:
• exercitar seu corpo para que cada vez mais tenha controle e equilíbrio;
• ajudar a fazer pequenos serviços;
• promover:
• construção com blocos de madeira;
• corridas;
• jogos;
• pular corda:
• pular sozinho;
• pular com colegas;
• competir:
• salto em distância;
• salto em altura.
Observação:
tudo de acordo com o desenvolvimento da criança.
• caminhadas;
• circuitos;
• recortes e colagens.
LINGUAGEM MUSICAL
A criança nesta fase canta, dança e faz gestos que a envolvem e a deixam alegre. Gosta
de percurtir objetos, instrumentos musicais, modular a sua voz, imitar as vozes dos animais etc. O
educador, se possível, poderá tocar violão incentivando, assim, a criança a discriminar sons, ritmo,
intensidade e altura dos sons.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador proporcionará oportunidades de a criança se expressar cantando, não só no momento de entrada, mas também na hora do lanche e da saída. O canto fará parte de outros tantos
momentos; por exemplo, nas idas ao parque, aos passeios etc. A música traz alegria, entusiasmo e
ajuda a criança no senso artístico, na oralidade e também nas apresentações infantis. O educador
ensinará canções adequadas ao assunto que quer enfocar; criará oportunidades para a criança:
• conhecer os instrumentos;
• percuti-los;
• diferenciar sons;
154
• observar as características de cada um;
• pegar adequadamente cada instrumento;
• apresentar canções acompanhadas com os instrumentos mais simples;
• deixá-las à vontade para se apresentarem, não esperando um concerto ou um coral de
adultos.
A seguir algumas sugestões para o desenvolvimento dessa linguagem que podem levar a
criança a:
• ouvir músicas infantis e memorizá-las;
• conhecer e percutir instrumentos musicais;
• fabricar instrumentos com sucata;
• desenvolver sua acuidade auditiva:
• em seu corpo;
• nas canções;
• no som dos instrumentos;
• nos sons da natureza;
• imitar as vozes dos animais;
• ficar alegre e descontraída;
• dançar, conforme a música.
2a ÁREA — NATUREZA E SOCIEDADE
LINGUAGEM AFETIVO-SOCIAL
Nessa fase, a criança está bem adaptada em sua
casa, como também na escola. Seu mundo é simples e ela
apresenta muita ligação com a família. O centro do seu universo é ocupado pela mãe, por isso que os problemas que
a criança encontra quanto a figura da mãe, não é a ideal
ou ainda quando não é educada pela mãe. Aceita melhor
as restrições feitas pela mãe do que pelo pai. Às vezes, tem
o hábito de levar brinquedos, bonecas ou bichos para a
cama, quando não repreendida, abandona espontaneamente esse hábito. O educador poderá orientar os pais nesse sentido.
Aos 5 anos, os temores aparecem: medo de trovão,
de chuva, de escuro e de ficar sozinha. Gosta de dormir com
a luz acesa e com a porta do quarto sempre entreaberta.
Sua sociabilidade está em franco desenvolvimento;
PP-EI-2011-PÁG.155
aprecia as festas familiares, de aniversários etc. Já possui
posturas comportamentais adequadas a cada situação. As
expressões por favor, obrigada e com licença estão introduzidas nas situações em que são necessárias.
155
A seguir algumas sugestões para o desenvolvimento dessa linguagem, podendo levar a
• desenvolver a sua afetividade:
• com seus familiares;
• com seus amigos;
• com seu educador.
• vivenciar situações:
• nos cumprimentos;
• nos agradecimentos;
• nos abraços;
• na demonstração do afeto.
• desenvolver a sua sociabilidade:
• nas normas sociais;
• na sua gentileza e cordialidade;
• nas festas familiares;
• nos eventos e visitas proporcio-
nadas pela escola.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador estudará com detalhes as características dessa fase e estará pronto para atender a criança. Convém lembrar, aos cinco anos, estará encerrada a Educação Infantil, por isso a
responsabilidade do educador é bem grande e também o seu papel estará fundamentado com as
crianças dessa idade.
Cabe ao educador, escutar a criança sempre que ela necessitar. Conforme forem surgindo as
oportunidades, é aconselhável que seja registrado tudo que ocorrer de especial e importante, para
que se possam. com a coordenação, encontrar soluções cabíveis para solução de comportamentos inadequados ou outros que surgirem.
CIÊNCIAS
A natureza proporciona à criança dessa fase um mundo a ser descoberto. Ela se interessa
pelos animais domésticos e selvagens, pelas plantas, por alimentos, pela temperatura etc.
É um campo bem agradável para que a criança comece a ver o mundo de forma diferente
e interessante.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador proporcionará experiências, vivências importantes que irão aos poucos sedimentando o conhecimento da criança em Ciências.
Auxiliará as crianças na observação da natureza, fazendo com que elas saiam do seu “mundinho” e comecem a observar o que as rodeia.
Proporá experiências simples, pois as mais complexas acontecerão no decorrer do ano letivo,
logicamente, adequadas à idade em que a criança está.
156
RULETKA / DREAMSTIME.COM
criança a:
O céu é um assunto que muito interessa à criança: a formação das nuvens, as cores diferentes, o amanhecer e o crepúsculo serão observados.
As plantas, nas partes, na alimentação, nos remédios, nas aplicações em móveis, na germinação e nos cuidados serão vivenciados pela criança.
As estações do ano, os dias frios e quentes, as diferentes temperaturas (na adequação dos
alimentos e do vestuário), serão vivenciados oportunamente.
Os animais de várias espécies serão apresentados:
• úteis e nocivos;
• grandes e pequenos;
• mamíferos / aves / peixes;
• vertebrados / invertebrados.
Observações:
Nesta idade, a criança estará pronta para novos desafios, para a continuação da construção
do seu conhecimento que perdurará até o restante de sua vida. Convém lembrar que até, os 7 anos,
ela tem mecanismos para preencher as lacunas que porventura permanecerem até os 5 anos,
lembrando que se não forem vencidas, poderão perdurar na sua vida futura. Quando a criança
não teve variadas oportunidades de ser ouvida para vencer seus conflitos, na idade adulta poderá
apresentar comportamentos indesejáveis, não será uma pessoa ajustada ao meio em que vive, daí
a importância dos primeiros anos de vida de uma pessoa. O educador da Educação Infantil estará
preparado para conhecer o seu trabalho e saber de suas responsabilidades altamente significativas.
A seguir algumas sugestões para o desenvolvimento dessa linguagem, podendo levar a criança a:
• observar a natureza:
• céu (noite/dia);
• plantas e suas partes;
• temperaturas:
• frio/quente;
• chuva, tempestades etc.
• observar e conhecer os animais:
• domésticos;
• de estimação;
• de várias espécies:
• aves;
• peixes;
• mamíferos:
• com ossos / sem ossos.
• úteis;
• selvagens.
PP-EI-2011-PÁG.157
• fazer experiências com:
• o ar;
• com a terra;
• germinação:
• cuidados;
• o Sol.
157
3a ÁREA — MATEMÁTICA
LINGUAGEM MATEMÁTICA
Nessa fase, a criança já tem noções básicas dos números e numerais, das formas geométricas, das cores primárias e secundárias e também noções de tamanho, altura, tempo e distâncias.
A seguir algumas sugestões para o desenvolvimento dessa linguagem, podendo levar a criança a:
• saber a sua idade, os números de sua casa e os do telefone;
• conhecer, vivenciar e memorizar os numerais;
• comparar e selecionar objetos;
• observar o mais (+) e o menos (–) e empregá-los corretamente nas atividades propostas;
• perceber as formas geométricas que a rodeiam;
• descobrir soluções para situações-problema;
• avançar, aos poucos, no processo de contagem.
O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
O educador proporcionará atividades que aos poucos vão ampliando o conhecimento matemático das crianças e aulas interessantes nas quais os conteúdos serão trabalhados. Apresentará
formas geométricas no concreto para que as crianças possam conhecer, observar, comparar e
selecionar. As cores primárias serão apresentadas misturadas concretamente para que as crianças
percebam o surgimento das cores secundárias e outras. O branco e o preto serão apresentados
para que percebam que o branco clareia e o preto escurece as cores. As crianças, nas filas indianas:
da 1a à última criança; do menor ao maior / ou do maior ao menor; do mais alto ao mais baixo.
Nas respostas diferentes e coerentes que surgirem, serão compartilhadas com as outras crianças.
Na nossa programação digital, apresentamos os Desafios Lógicos para o 2o estágio.
158
IX. UNIDADES TEMÁTICAS
ALENA OZEROVA / DREAMSTIME.COM
As unidades temáticas escolhidas são orientadoras para um trabalho, quando a criança terá
múltiplas oportunidades para o seu pleno desenvolvimento. A criança sendo desafiada a ter novos
conhecimentos necessita de uma multiplicidade de
atividades para que ela esteja constantemente se
desenvolvendo e mudando sua noção de mundo.
Na escola há uma variedade de sujeitos que têm seu
modo próprio de viver, pensar e ser. O mundo está
em constante mudança, e a criança nele inserida
necessita de um preparo adequado para que, além
de aprender, esteja vivenciando essas mudanças
que ocorrem em uma velocidade impressionante. A
educação de um modo geral, hoje já entendeu que
apenas passar conteúdos não basta, é urgente constatar que mais importante é a criança, seu modo especial de ser, e que cada uma possui características
pessoais. Elas precisam que os educadores as conheçam e as entendam. Se isso não ocorrer, o ensino será prejudicado, ela crescerá, mas sem a devida
competência esperada. Nas unidades temáticas apresentadas se alternam movimentos, tempos
e espaços, para que a criança possa aprender criativamente. Há uma continuidade de aprendizagem, partindo do simples para o complexo, do perto para o distante, para que não haja ou aconteçam rupturas que irão prejudicar sobremaneira o andamento do processo de aprendizagem. Temos
de lembrar que, na Educação infantil, a criança encontra um espaço social pedagogicamente
organizado. Para as crianças, nesta idade, temos que apresentar caminhos, que serão percorridos,
de uma forma lúdica e interessante, não esquecendo da flexibilidade, para que se possa propiciar
a cada uma seu modo pessoal de caminhar.
Cada educador carrega consigo a responsabilidade na sua qualidade profissional, procurando continuadamente se autoavaliar, como também rever suas práticas, de acordo com o que
acontece no mundo. A revisão e a transformação decorrerão da atuação responsável do verdadeiro papel de ensinar e de envolver conhecimentos para que a criança aprenda. A família desempenha um papel de destaque, nesse processo, principalmente na faixa etária da Educação Infantil, o
envolvimento com os pais no processo de aprendizagem fará uma enorme diferença.
O nosso material didático consta de 8 (oito) unidades temáticas uma para cada mês do ano
PP-EI-2011-PÁG.159
letivo. Começamos por aqueles que são mais próximos da criança para os mais distantes, havendo
para isso um estudo minucioso da pertinência e da abrangência para cada estágio da Educação
Infantil. As unidades temáticas serão iguais para todos os estágios, com significativas pertinências
para cada fase do desenvolvimento infantil.
159
São elas:
1. EU ME CONHEÇO­— fevereiro e março
Nessa unidades temática, o educador permitirá que a criança se conheça, partindo de experiências pessoais, e, no decorrer do início das aulas, comece a se conhecer como pessoa e a
conhecer suas características individuais.
2. EU POSSO — abril
Serão exploradas as características de cada criança, dando oportunidades para que perceba
o que já pode fazer e que, no ano anterior, não conseguia. Uma variedade de atividades lhe será
proposta para que ela perceba suas possibilidades no desenvolvimento de todas suas características
pessoais.
3. EU GOSTO — maio
As preferências de cada criança serão exploradas, dentro de suas características; por exemplo: salgado ou doce, animais grandes ou pequenos, domésticos ou selvagens, pintar ou recortar
etc. Muitos aspectos serão propostos, permitindo à criança perceber que existem muitas diferenças
entre seu gosto e o dos seus colegas e de seus familiares.
4. EU APRENDO — junho
A intervenção dos adultos e do educador, propondo desafios, brincadeiras, jogos etc., fará
com que a criança seja envolvida e construa o seu conhecimento. Para que isso ocorra, há necessidade de um preparo cuidadoso do que se vai propor à criança, desafiando-a a executar o que
está sendo pedido. Ao educador cabe utilizar vários detalhes; por exemplo, uma caixa fechada, um
nariz de palhaço ou o som de uma música, que permitirão à criança se envolver e querer aprender
de forma prazerosa pessoal e espontânea.
5. EU ESCOLHO — agosto
Nesse mês, o educador já conhece suas crianças, por isso há um clima de amizade e os laços
afetivos entre todos estão mais aprofundados. Nas atividades propostas, a criança perceberá que
poderá fazer suas escolhas em vários aspectos: cores, roupas, frutas, presentes, animais de estimação etc. Também poderão escolher rir ou chorar, dormir ou acordar.
6. EU CRESÇO — setembro
No início do ano, certamente as crianças foram pesadas e medidas. É interessante que, nesse
mês, seja realizado um novo exame biométrico individual, para que percebam que cresceram em
altura, que adquiriram mais peso e o quanto ainda terão para crescer. Haverá, então, um link entre
o crescimento das pessoas, das plantas e dos animais. As crianças perceberão ainda que podem
correr mais, saltar mais e que têm equilíbrio em relação ao apresentado no início do ano.
7. EU MORO — outubro
Partir da casa de cada uma, para depois seguir para outras casas, por exemplo: biblioteca,
onde “moram” os livros, tocas dos coelhos, ninhos dos pássaros, e ir ampliando o conhecimento das
espécies de animais domésticos, selvagens e suas características. Os tipos de moradia como casas,
prédios, condomínios serão apresentados, deixando as crianças perceberem a variedade enorme
que existe entre eles.
8. EU SOU FELIZ — novembro/dezembro
Com a aproximação das férias e das festas natalinas, as crianças perceberão que o ano está
no fim, verão quantas coisas elas aprenderam, vivenciaram e quanto o seu conhecimento foi sendo
160
construído. O educador perceberá claramente que o trabalho, às vezes físico, foi muito importante
para que todas as habilidades fossem desenvolvidas. Nesse período, haverá um pequeno retrospecto de tudo que foi proposto e pode-se revisar o que não ficou bem claro ou explicitado.
Com segurança no seu trabalho, o educador entregará suas crianças para iniciarem o Ensino
Fundamental, com a certeza de que estão prontas para a vida, como também para aprenderem
mais e mais.
Observação:
Na Manual de Aplicabilidade e no Manual do Educador, haverá uma abordagem mais mi-
PP-EI-2011-PÁG.161
nuciosa sobre cada unidade temática.
161
É necessário que haja um estudo minucioso
de nossa proposta pedagógica para que o diretor,
o coordenador e o educador sintam-se seguros e
apoiados em seu trabalho. Sempre que ocorrem mudanças, há um tempo para acomodações quanto
à inovação e ao que vai ser abordado. Gostaríamos
que percebessem que tudo tem o seu porquê e
o para quê. Após o estudo preliminar da proposta
apresentada, ocorrerá um planejamento renovado
e de acordo com a realidade de cada escola. Todas as atividades propostas têm seu objetivo, há
sequências didáticas para que percebam a seriedade de nosso trabalho.
Passaremos a pontuar as alterações apresentadas no novo material totalmente reformulado
de acordo com a nossa proposta pedagógica.
COORDENAÇÃO OU DIREÇÃO
As pessoas responsáveis por essa função farão um estudo sobre toda a nossa proposta pedagógica apresentada e todas as mudanças ocorridas. Após esse conhecimento, junto com os
educadores se colocarão a disposição para adequações necessárias e pertinentes podendo haver
trocas que enriquecerão o trabalho de todos.
EDUCADOR
O educador conhecerá o nosso material didático em toda a sua extensão. Para cada estágio,
há diferenças que necessitam de atenção.
Planejará as atividades propostas, procurando conhecer as nossas sugestões, como também
adequá-las, enriquecê-las de acordo com cada realidade.
Providenciará o material com antecedência para que improvisações não aconteçam. Algumas atividades poderão ser alteradas, mas o que não poderá ocorrer é não ter nenhuma outra para
substituí-la. Nosso objetivo não é somente fazer a atividade e completar os livros, e sim desenvolver
um processo bem estruturado para que a criança se sinta envolvida, e a sua curiosidade seja minimizada, tendo prazer em aprender.
Poderá variar o local das aulas, pois moramos em um país de clima tropical e há necessidade
de estarmos sempre percorrendo todas as áreas permitidas dentro da parte física da escola. Um nariz
de palhaço, uma fantasia ou um chapéu poderão servir de motivação para um dia chuvoso ou frio.
O material novo estará dentro de uma caixa ou escondido em uma estante da sala e apresentado como se fosse um presente para a criança.
162
ANKE VAN WYK / DREAMSTIME.COM
X. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS
DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
A modulação da sua voz é importante; será um motivo de interesse e da atenção das crianças ouvintes.
A sua alegria será constante, pois a criança precisa perceber a satisfação do educador em
trabalhar. O mau humor, os problemas etc. serão deixados fora dos muros da escola.
A pontualidade é um dos pontos altos na vida de um educador. O seu exemplo é percebido
não somente pela criança, como também pelos outros educadores e pelos pais.
É importante ter um cuidado pessoal com a aparência, estar com uniforme ou com roupas
adequadas, ter cabelos cuidadosamente presos, evitar calças muito justas e decotes para que o
atendimento à criança possa ser feito da melhor maneira possível. A sensualidade está hoje desfocada, pois a criança desde cedo está tendo acesso a motivações equivocadas, o que tem causado
uma precocidade desnecessária.
Não serão dadas informações equivocadas aos pais, principalmento quando o assunto é
desconhecido. É necessário ser claro e objetivo e, após, pedir a informação correta para, atender
às solicitações apresentadas.
Cabe ao educador estudar, estudar, estudar para ter cada vez mais segurança e comprometimento no seu fazer pedagógico. A sua atuação será constantemente revista e as reavaliações
sempre acontecerão quando necessárias.
O novo, o atual no campo educacional, será apresentado e discutido com outros profissionais
para que, por meio de debates e trocas, todos entrem em um consenso dentro da escola em que
trabalham.
Mesmo que outros educadores de outros níveis não nos valorizem, por desconhecerem o nosso trabalho, precisamos estar conscientes de que temos um papel muito importante dentro do campo educacional. Trabalhamos nos fundamentos da vida de cada criança. Nosso “tijolinho” estará no
alicerce de sua vida, mesmo que os outros não o percebam.
Muitas vezes, o trabalho exige muito de cada um de nós, mas “é por meio do trabalho que o
ser humano é levado a concretizar a união entre a teoria e a prática, proporcionando a plenitude de
sua educação e aprendizado ser um desafio constante, tem que ser um misto de grande responsabilidade e enorme entusiasmo.” Gabriel Chalita.
Temos sempre de nos lembrar de que nosso trabalho garante uma aprendizagem significativa
para as crianças, que não depende da riqueza do material, mas de propostas que ofereçam oportunidades de participação para todos.
Observação:
Estamos pontuando algumas orientações que acreditamos serem necessárias e os auxiliarão
no decorrer do processo educativo. Os gestores passarão essas e outras orientações aos educadores, para que o trabalho na Educação Infantil seja facilitado e eficiente. Quanto menor for a criança,
maior cuidado é necessário. Não pretendemos ditar normas, mas sim que todos tenham um novo
olhar sobre o assunto que enfocamos na nossa proposta pedagógica.
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“PORTFÓLIO”
“Portfólio” é definido como uma coleção de itens que revelam, conforme o tempo passa, os
diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada criança: essa é a melhor resposta que podemos dar aos educadores”. Elizabeth Shores / Cathy Grace.
163
Dois “portfólios” nunca são iguais porque as crianças são todas diferentes e, assim, as atividades e o desenvolvimento de cada uma delas são diferenciados.
O processo de montagem de um “portfólio” pode ser realçado pela criatividade do educador,
mas ele é fundamental para registrar tudo o que a criança realizar, além das atividades normais do
dia a dia na escola.
São três os tipos de “portfólio” que existem: o particular, o de aprendizagem e o demonstrativo.
O “portfólio”, além de ser um excelente instrumento para o educador, poderá ser compartilhado pelos pais e por outros educadores.
Um ponto importante a ressaltar é que os pais, os familiares e pessoas envolvidas com o ensino
percebam e valorizem o trabalho do educador que vai além de preencher simplesmente as atividades e que sejam alertados e preparados para que nada se perca, por exemplo: quando a criança
recebe um cartão-convite para um aniversário, os pais enviarão no dia seguinte para a escola para
que seja anexado na atividade diária que a criança realiza.
• O EDUCADOR: SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Passaremos a elencar, a partir desta sugestão, o que poderá ser aproveitado em cada oportunidade:
• desenhos livres (com hidrocor/com canetinha preta (futura);
• recorte e colagem livres;
• convites;
• participação de nascimento;
• colagem de papel de bala ou de bombom;
• lembrancinhas;
• fotos pessoais ou de pessoas da família;
• “relatórios” realizados por meio de desenho:
• uma aula passeio;
• uma excursão;
• uma atividade realizada;
• uma visita a um colega doente etc.
• colagem de sementes e penas encontradas etc.
• jogos ao ar livre:
• amarelinha;
• caracol;
• mãe da rua e outros (todos registrados com desenho livre).
Cada educador registrará as atividades e escolherá aquelas que achar importantes, podendo
mostrar esse registro aos pais em reuniões. Para cada faixa etária, os registros serão diferentes.
O objetivo deste “portfólio” é que o educador possa documentar o desenvolvimento de cada
criança, sendo um trabalho maravilhosamente rico. Cada livro da criança terá o seu jeito.
“Para as crianças, para os pais, para os educadores e para toda equipe escolar” abrir um portfólio bem feito é como abrir uma arca do tesouro.” Elizabeth Shores / Cathy Grace.
Os registros são importantes porque, por meio deles, o educador poderá experimentar estratégias novas, reexperimentar as antigas (um novo olhar) e também se autoavaliar.
164
O educador será comparado a um “curador de museu”, excelente função para quem nasceu
para ensinar.
A coleta e a avaliação dos registros das crianças, com o passar do tempo, revelarão o progresso de cada uma delas.
Gostaríamos de que todas as escolas parceiras, particularmente os educadores da Educação
Infantil, endossassem esse trabalho com entusiasmo, assim os que ainda não se mobilizaram com
a ideia observem os resultados e se sentam incentivados e encorajados a realizar os registros que
achamos muito importantes.
Nossa preocupação é que os educadores, empenhados em realizar as atividades previstas
nos livros, não se organizem e percam registros muito importantes, aos quais, até então, não haviam
dado o devido valor.
Como fazer os “portfólios”? De forma simples e bem dinâmica, o educador colocará em um
local da sala: papéis 15 cm X 20 cm (mais ou menos), creative papers (15 cm X 20 cm em cores
claras), canetinhas, cola, tesoura, papéis para recorte etc. As crianças serão informadas de que
poderão usar o material oferecido. Após a realização do registro, o educador fará a observação e a
atividade será fixada no verso da folha do livro (que está em branco).
A observação do educador é muito importante, pois cada criança revela, naquilo que faz
livremente, seus interesses particulares, que são a base do processo de ensino individual.
Quando fazê-los? Cabe ao educador escolher o melhor momento; nossa sugestão é que,
após a criança realizar uma atividade no livro, ela possa ter oportunidade de realizar seu registro,
podendo ser antes do lanche ou após um passeio.
“Os ‘portfólios’ possuem o potencial de representar o desenvolvimento infantil nos domínios
socioemocional e físico, bem como as áreas acadêmicas darão o suporte a programas centrados
na criança”. Elizabeth Shores / Cathy Grace.
Os “portfólios” proporcionam um contexto em que a criança pode pensar nas ideias que
adquire fora da sala de aula, efervecendo, assim, as atividades das aulas tradicionais, ao relatar suas
próprias experiências.
No início desse processo, as crianças, ainda não estão preparadas, podem sentir alguma dificuldade; no decorrer de outras oportunidades, o registro passará a fazer parte de sua vida escolar.
Nas reuniões individuais ou gerais com os pais, os registros serão mostrados para que eles
possam acompanhar o progresso de seus filhos e saber o que cada registro revela, podendo, assim, tomar decisões acertadas. Os familiares, estando a par do que a criança realiza, poderão dar
uma importância diferenciada ao “portfólio” de seus filhos, formando, dessa forma, uma verdadeira comunidade de ensino e garantindo, automaticamente, a diversidade cultural no progresso da
Educação Infantil. Os familiares poderão também acompanhar e valorizar o trabalho do educador.
Os registros realizados e observados poderão servir também para futuras reflexões.
O educador, conforme sua experiência, poderá propor à criança outras
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sugestões sobre temas como:
• família;
• melhor amigo;
• escola;
• o de que mais gostou na história ouvida;
165
• o parque;
• as brincadeiras;
• a entrada da escola;
• a saída;
• a hora do lanche;
• o passeio;
• a biblioteca;
• o que mais gosta de fazer;
• animal de estimação;
• o que não gosta de fazer;
• uma palavra que descobriu;
• colagem de “tesouros” encontrados (penas de passarinhos, seixos rolados etc.);
• foto de quando era pequena.
Observações:
A criança realizará tudo livremente, sem a interferência do educador.
Após anos de observação, temos percebido que as crianças estão tendo poucos momentos
de expressão livre, havendo, assim, defasagem no desenho infantil, o que não poderá acontecer.
Temos consciência de que a Linguagem Plástica tem seu papel relevante. Os desenhos infantis oferecem dados significativos para os educadores e para os pais.
Cabe também ao educador variar o material escolhido, para que a atividade se torne interessante, diversificada, oferecendo, a cada dia, uma cor de papel e um tipo de lápis ou hidrocor.
Quanto ao fato de a palavra “portfólio” aparecer várias vezes entre aspas, é que fugimos um
pouco da definição correta e procuramos adotar o termo dessa forma, sendo assim grafado nas
escolas parceiras do COC.
Esperamos que os registros possam dar uma visão bem mais ampla acerca do que a criança
aprendeu, vivenciou e experienciou, revelando, assim, seus interesses pessoais. Aquela visão antiga, de
simplesmente cumprir todas as atividades, proporcionará aos educadores ao pais envolvidos, um novo
olhar sobre o trabalho realizado numa escola de Educação Infantil. A cada ano, um novo “portfólio” será
realizado, deixando impressas marcas pessoais que ficarão indeléveis na lembrança de cada criança.
ATIVIDADES
Para a realização das atividades, são necessárias as seguintes etapas.
• Estudo antecipado e detalhado de
cada livro de atividade referente ao bimestre.
• Preparo. É importante que toda ati-
vidade a ser proposta para a criança seja preparada com empenho e educação, para que
a improvisação não ocorra.
• Providências. Todo material, sempre
simples e de fácil acesso, será providenciado
durante o preparo.
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• Contextualização. Será bem preparada para que a criança sinta-se curiosa e motivada
a se envolver com o que irá realizar.
• Aplicação. As ordens serão bem claras e objetivas para que a criança possa captar o
que irá fazer e tenha liberdade de perguntar o que não entendeu.
• Avaliação. Na Educação Infantil, em todos os momentos, o educador terá oportunidade
de avaliar a postura, a obediência, o desempenho nas atividades, o desenvolvimento de habilidades, e não é necessário escrever nada nas páginas das atividades: a criança ainda não sabe ler. O
que poderá ocorrer é o educador registrar aquilo que achar interessante, importante e até pitoresco.
Nas “obras” da Linguagem Plástica, o educador escreverá os nomes e alguns comentários no anverso da folha. É preciso lembrar que a avaliação na Educação Infantil é constante e todos os avanços
e retrocessos serão registrados. Na Linguagem Plástica, haverá apenas uma apreciação oral, lembrando que cada criança tem seu jeito de se expressar plasticamente.
• Falta das crianças. As atividades que não foram realizadas por faltas (doenças, imprevistos
etc) serão realizadas individualmente. Como faz parte de um processo, não pode ser esquecida e
não ser realizada.
• Registro. Para o trabalho do educador, o registro é muito importante, sendo sempre um
meio de consulta, revisão e acompanhamento do desempenho da criança; são importantes sobremaneira as reuniões individuais, quando pais e/ou responsáveis tomarão conhecimento do que
foi registrado, podendo, assim, auxiliar seus filhos e o educador a vencerem os obstáculos que se
apresentarem.
A autoavaliação da criança também será registrada, para que possa ser revista, reavaliando
o seu próprio desempenho.
• ATENDIMENTO AS CRIANÇAS
• Fichas pessoais para registro de:
• doenças / faltas / atrasos;
• incidentes;
• processos e retrocessos.
Nessas fichas, o educador registrará tudo o que
for importante, para saber com detalhes o que se passa com a criança. Serão consultadas sempre que for
necessário, de modo a atender às solicitações dos
pais e da própria criança.
• elas serão utilizadas para:
• anotações diárias;
• comunicação permanente com os pais;
• recados sintéticos, objetivos e gentis.
CONNIE LARSEN / DREAMSTIME.COM
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• Agendas:
Há necessidade de o educador ter cuidado
com a grafia correta principalmente nessa comunicação.
167
XI. UTILIZAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
PARA OS EDUCADORES
• LINGUAGENS DE EXPRESSÃO
As linguagens de expressão se apresentarão entrelaçadas, não havendo separações em cadernos ou livros específicos. Em cada atividade, no lado esquerdo da página, haverá o nome ou o
ícone da linguagem correspondente. Isto não limita o trabalho do educador, pois, além do personagem apresentado, ele terá inteira liberdade para trabalhar com outras linguagens que estejam
dentro do contexto.
Em determinadas unidades temáticas de trabalho, determinada linguagem aparecerá mais
vezes, isso não quer dizer que as outras lingugaens serão esquecidas.
As inovações apresentadas neste novo material foram bem estudadas, pensadas e somente
o que foi eficaz e pertinente permaneceu. As linguagens de expressão — nossa identidade — continuarão sendo a fundamentação do nosso trabalho, o que era necessário para essa nova proposta.
Sabemos que, sempre que há mudanças, ocorre uma desacomodação inicial, mas, aos poucos,
tudo retorna aos seus eixos. Convém também lembrar que a escola é o futuro, e que o SISTEMA
COC
DE ENSINO sempre estará adequado à modernidade.
• MANUAL DO EDUCADOR
Será apresentado nas próprias páginas das atividades, onde encontrará a fundamentação
detalhada de cada unidade temática, os objetivos, os percursos de aprendizagem, como também
as sugestões de estrategias. Além de ser um apoio, é também uma contribuição eficaz e pertinente
para a melhoria do seu fazer pedagógico. Cabe ao educador, atuar com segurança, alegria e bom
humor tendo todo o cuidado de preparar tudo com antecedência.
Garantimos que nesse preparo, há necessidade de muito material simples e concreto, livros,
cartazes etc, que a criança consiga se envolver e construir aos poucos o seu repertório de mundo.
As experiências simples e práticas que apresentamos são motivadoras e que certamente, além de
contextualizar, envolvem as crianças
• BANCO DE IDEIAS
É apresentado anualmente. Nele, o educador encontrará: informações, ideias, artigos, novidades para que, durante o seu trabalho, possa ser fonte de consulta. Também encontrará motivações
para estar antenado com o que ocorre na educação e na sociedade. O educador da Educação
Infantil tem hoje uma postura didática diferente e precisa ser valorizado e compreendido. Esse banco
vem há muito tempo tendo o seu valor e as edições anteriores (internet) poderão também ajudar o
educador a ter outras ideias, a partir das apresentadas nele.
É importante que o educador tenha atenção constante para acompanhar a evolução de cada
criança. Na escola, ela necessita encontrar um ambiente favorável para o seu aprendizado. Nesse Banco de Ideias, o educador encontrará maneiras diferentes de abordagens para todos os momentos.
168
Há anos o banco de ideias vem sendo editado, o que nos gratifica muito porque nosso objetivo é fazer com que o educador cresça em estudo, tendo melhor segurança no enfrentamento de
seu dia a dia.
PARA AS SALAS
PARA AS CRIANÇAS
Cada criança receberá farto material didático, tendo algumas variações que serão apresentadas a seguir:
• LIVROS DE ATIVIDADES BIMESTRAIS
• Um livro de atividades para o desenvolvimento das unidades temáticas apresentadas. Elas
partem da criança para o que a rodeia. São iguais em toda a Educação Infantil, havendo, para
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cada faixa etária, abrangência e conotação aprofundadas.
• Nesses livros, haverá uma gama enorme de atividades variadas e interessantes, fazendo
com que a criança se envolva e vivencie tudo o que for proposto. Haverá figuras adesivadas, quebra-cabeças, trava-línguas, parlendas etc. para estimular as crianças a aprenderem.
169
• LIVROS “DESCOBRIR É DIVERTIDO”
O livro Descobrir é divertido procurou levar em conta a teoria da aprendizagem de Bruner
(1915) psicólogo inglês, que foi reconhecido do valor da Ciência como uma forma sofisticada do
conhecimento humano, e o relevo que o ensino das matérias científicas deveria ter no currículo escolar. Com tudo que vem ocorrendo na educação, pensamos em um novo tipo de abordagem,
por isso esse livro foi idealizado, preparado e colocado como parte do material didático da Educação Infantil. Outro aspecto central na teoria de Bruner é a importância concedida ao método da
descoberta, como base na efetivação desse livro.
Nosso objetivo não é adotar esse método, mas sim iniciar um processo de descoberta pautado nas ideias de Bruner de forma simples e lúdica, para adentrar no ensino da Ciência e este ser
valorizado.
Bruner considera que as crianças possuem quatro características congênitas por ele chamada de predisposições que configuram o gosto de aprender. São elas:
• a curiosidade;
• a procura da competência;
• a reciprocidade;
• a narrativa.
A curiosidade é uma característica facilmente observável em todas as crianças.
A procura da competência também pode ser observada em todas as crianças, as quais
procuram imitar o que os mais velhos fazem, com o objetivo de poder reproduzir e recriar esses comportamentos, transformando suas habilidades em competências.
A reciprocidade é também uma característica presente nos humanos, envolve a profunda
necessidade de responder aos outros e de operar em conjunto com os outros, para alcançar objetivos comuns.
A narrativa, entendida como predisposição para criar relatos e narrativas da sua (adultos e
crianças) própria experiência, com o objetivo de transmirtir essa experiência para os outros. A narrativa tem seu papel importante que permite compartilhar das experiências, sendo esse procedimento
valioso para a aprendizagem.
É importante o preparo de todo o material a ser apresentado, tendo o educador o cuidado de
nomear cada um, para que serve, de onde vem ou é fabricado.
Temos a certeza de que as descobertas serão um novo meio de aprendizagem. As crianças
após o envolvimento, a manipulação é deixada livre para que outras descobertas ocorram.
170
Um exemplo:
Mostre uma figura de uma abelha, de um favo de mel, deixe que observem e se possível,
sintam o gosto de mel (facilmente encontrado em pequenas porções no comércio, (gosto doce).
Explorado e vivenciado, ofereça aos alunos lápis curtom (feito com cera de abelha), para essa descoberta. O educador ficará apenas como observador para outros registros importantes:
• Se a criança utiliza:
• apenas uma cor;
• o curton para pressionar as pontas, deixando pequenos pontos no papel;
• o curton deitado;
• o curton usando o outro lado do curton (não pela ponta arredondada);
• a mão esquerda para pintar;
• as duas mãos para pintar;
• se estrapola a folha do papel apresentado (sua extroversão e não timidez);
• se faz traços longos e contínuos ou desconectados (segurança ou insegurança);
• se faz pressão excessiva calcando depois o papel, às vezes, perfurando-o (agressividade).
Nesse exemplo, o educador pode observar todas as descobertas que a criança faz durante
uma simples atividade proposta.
O registro é muito importante! Não deixar de perceber, as fases do desenho e as mudanças
que irão acontecer durante o ano letivo.
Para que as crianças curiosas, como se apresentam, tenham um envolvimento esperado,
nunca apresente apenas o material pedido, utilize os jogos: caça ao tesouro, está quente ou está
frio (sendo o material escondido em algum lugar da sala). É válido procurar o material num lugar
escondido no pátio da escola, numa gaveta da sala, na sala dos educadores etc. Vai depender do
seu envolvimento e do seu entusiasmo, a aplicação correta, do que é proposto.
No manual, o educador encontrará sugestões de sequências didáticas sugeridas, para a abordagem de cada atividade.
A criança terá a curiosidade aguçada e, nesse livro de atividades, terá momentos únicos e
especiais de descobrir coisas, e perceber que isso é divertido. O ensino da ciências será valorizado,
pois percebemos que pouco ou quase nada tem sido proposto nesta área, para que as descobertas
aconteçam.
Os livros – Descobrir é Divertido serão semestrais.
• LIVROS – PARA APRENDER MAIS (ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO)
• Neste livro, as atividades propostas serão realizadas em casa. Na primeira reunião do ano,
os pais serão informados sobre a importância dessas atividades. Será solicitado a eles que acompanhem seus filhos na execução delas, interferindo apenas quando for solicitada ajuda. As atividades
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propostas são conhecidas das crianças, elas estarão preparadas para executá-las sem dificuldade.
De acordo com cada estágio, haverá variação na quantidade.
• É um instrumento importante para que os pais acompanhem o desenvolvimento de seus
filhos. Em cada página de atividade há uma orientação aos pais e ou responsáveis.
• Esses livros serão bimestrais.
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BANCO DE PROJETOS CULTURAIS E SOCIAIS (ANUAL)
Este livro foi eleaborado para que todos os acontecimentos do ano fossem valorizados como
também receitas culinárias, passeios etc., para que a criança tenha oportunidades de perceber o
passar das datas importantes, dos projetos sociais e culturais que acontecem no decorrer do ano
letivo não só na escola, como na sua família e em sua cidade.
Tudo o que for programado e realizado terá um preparo anterior para que a criança saiba o
porquê e o para quê, acontece. Nada poderá ser apenas realizado, sem que a criança esteja ciente
e envolvida para participar com interesse do acontecimento. Dessa forma, a criança observando,
percebendo e se envolvendo vai construindo, sedimentando o próprio conhecimento. Quanto aos
eventos escolares, acontecimentos urbanos e também familiares (aniversários) que passam a ser registrados com igual importância, estes passam a fazer parte do seu mundo infantil, com lembranças
perenes para a sua vida futura.
Há uma necessidade de sugestões para que atividades propostas, possam alcançar seus
objetivos, quando a criança passa a perceber que está caminhando, percorrendo os desafios que
aparecerem, progredindo e vencendo as etapas do seu próprio conhecimento.
Algumas sugestões para que os projetos atendam ao que é proposto:
• Utilização de um lugar diferente, pitoresco, dentro ou nas imediações da escola.
• Organização antecipada de todo o material necessário.
• Atendimento especial para as crianças, transmitindo, com relação a cada data, evento ou
receita culinária, conhecimento, por meio de músicas, figuras e objetos que façam parte do contexto.
• Quanto menor for a criança, menor será o tempo de concentração, por isso é necessário
todo esse trabalho anterior.
• Procurar fazer de cada momento uma experiência prazerosa, não um momento de
frustração, preparando as crianças para que estejam interessadas, envolvidas que para outros momentos possam sedimentar, aos poucos, o seu conhecimento.
Cabe ao educador preparar adequadamente cada acontecimento, para que a criança possa se expressar livremente, tendo o cuidado de registrar tudo o que for diferente e importante.
As páginas em branco foram deixadas propositalmente para os projetos especiais para que
cada escola eleja datas ou acontecimentos outros que percebam ser importantes ou coerentes
B. WIERSEMA / DREAMSTIME.COM
com a faixa etária da Educação Infantil.
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LIVROS
• EU – Maternal I
• MINHA HISTÓRIA – Maternal II
• CRESCER – 1o Estágio
• Uma letra, outra letra... – 2o Estágio
DESAFIOS LÓGICOS
Esse material estará à disposição e poderão ser adquiridos na Editora
COC
para as crianças
do 2 estágio:
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o
• um livro de atividades;
• um CD.
173
Neles, a criança encontrará atividades interessantes, que muito a ajudarão no desenvolvimento do seu conhecimento lógico-matemático.
AGENDAS
A cada ano, procuramos apresentar agendas interessantes, que facilitem o trabalho do educador. Elas poderão ser adquiridas na Editora COC.
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão
para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo
começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que, daqui para diante, vai ser
diferente.
Carlos Drummond de Andrade
174
XII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sistema
COC
de ensino apresenta sua proposta pedagógica para a Educação Infantil,
sabendo que “o homem conhece o mundo através de suas linguagens e seus símbolos. A medida
que ele se torna mais competente nas diferentes linguagens, torna-se mais capaz de conhecer a si
mesmo, assim como a sua cultura e o mundo em que vive.” (Proposta Curricular do Estado de São Paulo)
Essa afirmação vem reiteirar o nosso processo de aprendizagem, aplicado em nossas escolas
de Educação Infantil, pautado nas linguagens de expressão, acrescido de Ciência e Tecnologia.
Não poderíamos fazer uma nova proposta sem inserirmos as Linguagens de Expressão, conhecidas e estudadas por todas as escolas parceiras.
Como foi explicitado anteriormente, cada linguagem tem suas características próprias; nós
procuramos separá-las, para facilitar o entendimento do nosso processo de ensino, no entanto isso
não quer dizer que haja uma divisão propriamente dita entre elas, uma vez que todas as linguagens
conversam entre si.
Esperamos que tudo o que foi relatado até aqui tenha ajudado a todos: gestores, coordenadores, educadores os quais, além de se inteirarem de nossa proposta pedagógica, possam ter em
mãos um material denso, carregado de significados, que será fonte constante de consultas. Convém
lembrar que o nosso trabalho não se esgota aqui, sempre haverá tempo de atualizar, de reeditar o
nosso material didático, na medida em que o Sistema COC de ensino achar necessário.
Desejamos que esta proposta pedagógica seja um suporte para todos os educadores e para
todas as pessoas envolvidas na Educação Infantil e que a construção do conhecimento humano
permeie a construção de todas as atividades do homem. Há profissões nas quais é indispensável
modular sentimentos: psicólogos, mestres e educadores que usam a mente como “instrumento de
trabalho”, daí a sua notável importância.
Nessas considerações finais, os gestores, os coordenadores, os educadores e as pessoas envolvidas com o ensino, perceberão que, em vários momentos, as afirmações se repetem, o que foi
feito propositalmente para que elas introjetem a proposta no fazer pedagógico das escolas.
Gostaríamos de salientar que a linguagem utilizada nesta proposta foi a mais simples possível,
para que houvesse entendimento facilitado de tudo o que foi apresentado. Pensamos também na
possibilidade de os educadores que estão iniciando seu trabalho na Educação Infantil, certamente com alguma dificuldade, encontrarem nesta proposta pedagógica um instrumento que possa
auxiliá-los no seu quotidiano.
Nós que já trilhamos esse caminho, há muitos anos, pensamos em tudo para facilitar o trabalho dos educadores.
Torcemos para que os esforços empreitados revertam-se em enriquecimento para outras discussões pedagógicas em cada escola parceira.
Nossa proposta foi planejada para ser facilitadora no encadeamento do nosso processo, propiciando a todos uma colaboração eficaz e pertinente, não só para a escola, mas também para as
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realidades sociais e culturais, pois tem por objetivo atingir a escola, a família e a comunidade.
A alegria, o entusiasmo, o compromisso, a paciência, a responsabilidade são valores humanos
e éticos que acompanharão a todos que nasceram com a missão de ensinar.
O Sistema de Ensino
COC
de Educação tem a alegria de passar a suas mãos a Proposta
Pedagógica da Educação Infantil.
175
XIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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