Revista, Ano 05/Nº 02
grande contribuição do
Projeto Mulher & Democracia
(M&D) é ter inserido na
agenda feminista a reflexão
sobre gênero e poder. Ao
pensar a representação das
mulheres no Nordeste, inaugura uma
ação sustentada na desconstrução do
patriarcado e na crença de que “não
existe democracia sem igualdade entre
homens e mulheres“.
A
A conquista da cidadania pelas
mulheres perpassa diferentes
momentos da história do Brasil. E em
todas essas lutas a presença da mulher
foi e continuará sendo marcante: pela
independência, pela abolição da
escravatura, contra a ditadura militar,
pela anistia, pelas “Diretas Já“, contra o
racismo, pela constituinte, pela reforma
agrária, contra o centralismo
democrático, pela autonomia dos
movimentos sociais, e mais
recentemente, pelas cotas de gênero, a
reforma política e no combate a toda
forma de violência contra a mulher.
Há cinco anos o Mulher & Democracia
surgiu como Projeto, hoje se consolida
nos nove estados do Nordeste e se
transforma em Rede. Mas durante toda
a sua trajetória, o M&D acredita que a
sub-representação das mulheres nos
poderes da República, vai na
contramão de um estado democrático,
que não prevê as condições necessárias
para a participação da mulher na
política em igualdade com o homem.
Como resultado desta ação coletiva, a
Rede Mulher & Democracia vem
fortalecendo debates sobre política e
economia, através de seus produtos e
instrumentos de trabalho como
Cadernos Feministas, Boletim em
Dados, site na internet
<<www.mulheredemocraia.org.br>>.
Além disso, inaugura uma
metodologia inovadora por meio da
Escola Feminista de Formação
Política. A Escola atua na capacitação
de mulheres lideranças comunitárias,
parlamentares e gestoras.
A Rede Mulher & Democracia se
fortalece na capacidade de fazer
alianças e parcerias, locais, nacionais
e regionais envolvendo mulheres em
todo o Nordeste e valorizando suas
várias identidades: urbanas,
populares, rurais, indígenas, brancas,
negras, jovens, idosas, portadoras de
deficiência, lésbicas, lideranças e
ativistas dos movimentos sociais,
feministas e de partidos políticos. São
essas mulheres organizadas que
contribuíram intensamente para o
sucesso da M&D.
A você MULHER que, direta ou
indiretamente, nos ajudou a construir
a história da Rede Mulher &
Democracia nesses cinco anos de
existência, nossos mais sinceros
agradecimentos! Desejamos ampliar
cada vez mais essa luta porque afinal
de contas, “lugar de mulher é na
política” e “democracia pra valer tem
mulheres no poder”!
Nesta Revista Especial de 5 anos você
vai conferir os depoimentos de quem
acredita na justiça de gênero e na
democracia.
Silvia Cordeiro, Secretária Executiva
da Rede Mulher & Democracia, Centro
das Mulheres do Cabo
2
Cristina Buarque
Uma feminista na defesa da igualdade
de gênero nos espaços de poder
Mulher & Democracia:
Cristina, antes de assumir a
Secretaria Especial da
Mulher do Estado de
Pernambuco, você foi
Secretária Executiva da Rede
Mulher & Democracia. O
período foi de grandes
mudanças (2003-2004),
marcado pelo início da
gestão do Governo Lula.
Quais foram as suas
expectativas diante deste
contexto?
Cristina Buarque:
Entendo que a vitória de
Lula, em 2002, se deu sob a
forte proteção de um já
constituído campo de
pensamento
emancipacionista plural.
Compreendo, também, que
ela marcou, definitivamente,
a presença das forças de
esquerda nas arenas de
decisão e a adesão dessas
forças à democracia
representativa, inclusive
como um dos caminhos para
alterar os padrões de
desigualdades sociais,
econômicas e políticas.
Dessa maneira, considerei, e
considero ainda, que os
novos sujeitos sociopolíticos:
pessoas negras e com
deficiência, gays, lésbicas,
todos, sem exceção, com
suas identidades político-libertárias
e a incontestável vontade de
participação política foram
fundamentados em todo o processo.
superando o cenário
observado no século passado
de investimentos tímidos em
favor de sua participação na
democracia representativa.
M&D:A Rede M&D mostrou
uma atitude pioneira em
enfatizar não apenas a
precária situação econômica
das mulheres, mas também a
sub-representação delas na
política. Quais as
dificuldades enfrentadas na
busca de apoio financeiro e
político para conseguir a
sustentabilidade de um
projeto com grande
tendência ideológica?
Cristina Buarque:Por
uma questão de justiça é
preciso repetir: o
pioneirismo da denúncia
sobre a ausência das
mulheres no sistema político
foi das Sufragistas. Foram
elas que se propuseram a
lutar pela presença das
Cristina Buarque, idealizadora do projeto para a
mulheres
nos espaços de
Rede Mulher & Democracia, foi a primeira
poder
ou,
melhor dito, pelo
Secretária Executiva de 2004 até 2006 e, hoje, é
direito
das
mulheres ao
Secretária Especial da Mulher do Estado de
poder. Talvez, por isso,
Pernambuco.
tenham sido tão maltratadas
pela direita e pela esquerda
e, ainda, hoje, sejam olhadas
de forma enviesada por
algumas estudiosas
sobre a importância da presença
feministas.
imediata das mulheres nas esferas de
decisão para a radicalização da
A verdade é que esse movimento, que
democracia. Era ofertar para as
teve início no século XIX, foi
mulheres uma instância feminista,
determinante para a conquista do
diferente da família e dos sindicatos,
voto
feminino em 1932. Na minha
As minhas expectativas, como
que as apoiassem no
opinião,
as análises atuais sobre o
feminista, ao lançar a idéia de
desenvolvimento de uma carreira
sufragismo,
ao privilegiarem a
construir a Rede Mulher &
política.
abordagem
de
classe, têm, em parte,
Democracia, era aprofundar,
prejudicado
a
compreensão
das
paralelamente à discussão sobre
Quanto ao objetivo central da M&D,
pessoas
sobre
ele,
devendo-se,
para
políticas públicas, não só o debate
posso dizer que era e continua sendo
fazer
jus
a
sua
real
contribuição
à
sobre a relação das mulheres com o
contribuir de forma sistemática para
democracia,
adotar,
urgentemente
o
poder, mas, fundamentalmente,
a candidatura e eleição de mulheres,
enfoque de gênero.
As minhas expectativas, como feminista, ao lançar a idéia de construir a Rede
Mulher & Democracia, era aprofundar, paralelamente à discussão sobre
políticas públicas, não só o debate sobre a relação das mulheres
com o poder, mas, fundamentalmente, sobre a importância
da presença imediata das mulheres nas esferas de decisão
para a radicalização da democracia.
A Rede M&D veio provocar, também,
uma releitura do debate feminista
sobre os feitos de suas ancestrais, as
sufragistas, assim como uma leitura
sobre as campanhas “Constituinte
pra valer tem presença de Mulher”
(entre 1986-88) e “Mulheres sem
Medo do Poder” (em 1995), que
repercutiram na criação da política
de cotas.
O que fizemos foi retomar o debate,
denunciando a sub-representação
política das mulheres como falha
grave da democracia representativa,
exigindo correção por parte dos
partidos e dos poderes constituídos,
aproximando, no espaço local,
parlamentares, gestoras, movimento
de mulheres e feministas,
criando caminhos para geração e
difusão de informações
específicas sobre a questão e
instalando-se como um ponto de
convergência de ações. A Rede
valorizou o tema na cena
feminista e buscou reintroduzilo na discussão do sistema
político.
Por via de conseqüência, a
sustentabilidade da M&D foi e é
o seu maior desafio. Se hoje
estamos quase todos e todas de
acordo que é indispensável a
uma democracia justa
socialmente acabar com a fome,
com a violência, com o
desemprego, não somos quase
tão unânimes na defesa de que é
imprescindível a presença das
mulheres no sistema político
para fortalecer a democracia.
Dentre os que entenderam e
apoiaram o Projeto, desde o início,
podemos citar a Secretaria Especial
de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República, o Serviço
de Coorperação Alemã (DED), a
Intermon/Oxfam, além de
parlamentares, com destaque para as
deputadas federais Luiza Erundina e
Lídice da Mata e a vereadora do
Recife, Luciana Azevedo.
M&D: Sabemos que existe uma
discussão polêmica e polarizada
quanto à participação das mulheres
nos espaços democráticos e de poder.
Enquanto cidadã, feminista e gestora
pública qual a sua postura em relação
a esta disputa?
Cristina Buarque: Sobre
esta questão, a minha visão e
postura em nada mudou desde
quando eu era Secretária da
Rede. E isto é muito claro:
todas as mulheres, assim como
todos os homens, têm o direito
de ocupar lugares de poder.
Devemos lutar para que
feministas, militantes dos
movimentos negro e
homossexual também
cheguem lá o mais
rapidamente possível,
garantindo que no sistema
político esteja representada a
complexidade da diversidade
transformadora, acelerando a
ampliação e a radicalização da
democracia. Essa é uma
missão do feminismo.
A polêmica é importante e já tem
trazido frutos: mulher e poder
tornou-se um dos eixos da última
Conferência Nacional de Políticas
para as Mulheres e, com isto, vem se
refazendo, no campo feminista, o
caráter da disputa. Creio, também,
A Rede vem
impactando
positivamente por ser
uma ação regional e
pioneira, voltada para a
educação política das
mulheres e para a
discussão de gênero
com aquelas que já
estão na política.
que em breve se terá esgotado a onda
de discussão baseada na idéia de
feminismos e se retomará, sempre
com mais profundidade, o
enfrentamento do patriarcado em
suas versões liberais, neo-liberais,
trabalhistas, socialistas, comunistas.
Onde se baseia, verdadeiramente, a
polaridade da discussão.
Por fim, a possibilidade de se
desenvolver, dentro em breve, uma
reflexão sobre a criação e
proliferação de organismos de
políticas para as mulheres - ou seja, a
de se superar o momento de
novidade e inexperiência criado por
nossas próprias propostas - permitirá
ao feminismo definir novos níveis de
discussão política sobre mulher e
Foto: Divulgação
3
poder diante de uma democracia
eleitoral consolidada sem a presença
efetiva das mulheres no sistema
político.
M&D: Faça uma avaliação da baixa
representatividade das mulheres na
política do Brasil e em outros países.
De que forma a Rede M&D tem
contribuído para mudar este
cenário no Nordeste?
Cristina Buarque: O
patriarcado demonstra de
forma emblemática a sua
presença na vida
contemporânea através de dois
grandes fenômenos milenares:
a violência doméstica e a subrepresentação feminina no
sistema político. Este último que é o ponto central desta
entrevista – constitui-se,
portanto, em produto histórico
do patriarcado, e está presente
na maioria quase absoluta dos
países em todos os continentes.
O projeto de superação da subrepresentatividade feminina e o
de combate à violência
doméstica são projetos de
mudança de valores da
sociedade, idealizados pelas
feministas na sua utopia de
concretizar relações sociais justas e
igualitárias. Algumas situações
diferenciadas neste campo são
observadas, por exemplo, na Suécia,
na Argentina, na Costa Rica. Neste
países, há resultantes de políticas de
cotas mais eficientes do que as
nossas, seja por que esse
instrumento determina deveres e
punições, seja por que provoca o
debate público. Enfim, um debate
que afronta o poder patriarcal
contemporâneo.
Assim, a Rede M&D contribui para a
superação da sub-representação, por
provocar e subsidiar esse debate com
4
No caso da Secretaria Especial da Mulher, nossa atuação
envolve introduzir no Aparelho do Estado não só a discussão
sobre políticas públicas de promoção da igualdade de gênero,
como executar ações próprias que contribuam para
aceleração do empoderamento das mulheres.
informações concretas, por
estimular a construção de
mecanismos e políticas públicas
voltadas para o crescimento das
mulheres na política.
M&D: Como você avalia as
conquistas e os impactos da Rede
M&D até agora?
Cristina Buarque: A Rede vem
impactando positivamente por ser
uma ação regional e pioneira,
voltada para a educação política das
mulheres e para a discussão de
gênero com aquelas que já estão na
política. Além disso, tem promovido
atividades de aproximação entre
feministas, parlamentares e
executivas municipais, aspecto de
grande importância na construção de
políticas públicas para promoção da
igualdade de gênero no interior dos
estados, onde o movimento
feminista precisa de canais para
chegar.
Cristina Buarque: A Rede M&D é
composta por movimentos
feminista e de mulheres. E por isso,
tributária da existência de uma
Secretaria da Mulher no aparelho
de Estado, em Pernambuco. Sua
criação é resultado de uma proposta
formulada pelas feministas e
movimento de mulheres, desde os
anos oitenta.
A especificidade de suas ações e
públicos, somada à
representatividade e credibilidade
de seus membros no espaço dos
movimentos sociais, a exemplo da
Casa da Mulher do Nordeste,
Centro das Mulheres do Cabo e
Movimento da Mulher
Trabalhadora Rural do Nordeste,
também contribuíram para
influenciar o sistema político, que é
quem tem capacidade decisória
para criar organismos estaduais.
No caso da Secretaria Especial da
Mulher, nossa atuação envolve
introduzir no Aparelho do Estado não
só a discussão sobre políticas públicas
de promoção da igualdade de gênero,
como executar ações próprias que
contribuam para aceleração do
empoderamento das mulheres. A
definição de políticas públicas
envolve um longo processo de
negociação, pois todas demandam
recursos financeiros e correspondem
a interesses de vários setores. A
experiência como secretária executiva
da Rede M&D influencia a minha
atuação como Secretária de Estado
por ter me dado uma série de
A Campanha “Mais Mulheres no
Poder”, da Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da
Presidência da República e a
inserção do eixo “Participação das
mulheres nos espaços de poder e
decisão” no II Plano Nacional de
Políticas para as Mulheres são, sem
dúvida, resultados de várias
contribuições, dentre elas as da Rede
M&D. Em Pernambuco, observo
pequenos avanços no número de
vereadoras, prefeitas e deputadas.
Podemos ressaltar também a
participação da R&M nos encontros
da União de Vereadores e
Vereadoras de Pernambuco
(UVP), influenciando na
criação da UVP-Mulher. Esta,
por exemplo, adotou uma
Em Pernambuco, observo
postura mais inclusiva,
pequenos avanços no número
abrindo um espaço específico
no site da instituição para as
de vereadoras, prefeitas e
vereadoras do Estado e
deputadas. Podemos ressaltar
flexibilizando a sua
linguagem nos eventos
também a participação da
promovidos pela entidade.
M&D: De que forma a Rede
Mulher & Democracia
contribuiu com a criação da
Secretaria Especial da Mulher
de Pernambuco e para a sua
atuação neste desafio de ser a
primeira secretária da Mulher
do Estado?
R&M nos encontros da União
de Vereadores e Vereadoras
de Pernambuco (UVP),
influenciando na criação da
UVP-Mulher.
oportunidades para vivenciar essa
discussão também com as mulheres
parlamentares e gestoras públicas.
M&D: Por que é importante a
Secretaria Especial da Mulher de
Pernambuco apoiar e ser parceira da
Rede Mulher & Democracia?
Cristina Buarque: Esta parceria é
importante por partilharmos da
mesma missão: “promover os direitos
das mulheres no Estado de
Pernambuco”. Dentre esses, os
direitos políticos que constituem o
centro da proposta da Rede M&D,
assim como com o seu compromisso
institucional de execução do II Plano
Nacional de Políticas Públicas para as
Mulheres, que traz como objetivo do
5º eixo “promover e fortalecer a
participação igualitária, plural e
multirracial das mulheres nos espaços
de poder”. É importante, também,
porque a Rede articula diversos
sujeitos políticos que têm como
objetivo aumentar a representação das
mulheres nos espaços de poder, que é
também um dos objetivos da
Secretaria.
Há, ainda, outros aspectos como a
contribuição da Rede M&D ao debate
nas conferências municipais e estadual
de mulheres e nas ações de educação
política feminista dos cursos de
formação no Programa Chapéu de
Palha - governo Eduardo Campos,
2007. As publicações da Rede
também subsidiam trabalhos da
Secretaria, a exemplo da pesquisa
realizada pela M&D sobre a visão
parlamentar estadual. Estes
estudos têm apresentado um
diagnóstico útil para traçar o perfil
da(o)s representantes estaduais e
suas opiniões sobre direitos
femininos e, consequentemente,
desenhar uma estratégia de
alianças com a Assembléia
Legislativa.
A perspectiva supra-partidária da
Rede permitiu, no ano de 2008,
que Cursos para Candidatas e
Eleitas fossem realizados com a
participação da Secretaria. Por
fim, o Seminário Internacional
Mulheres & República: 120 anos
da República do Brasil é mais um
exemplo de um projeto organizado
em parceria com a Rede M&D,
entre 24 a 27 de 2009.
5
Linha de Ação
Escola Feminista de Formação
Política
A
Escola Feminista de
Formação Política é uma
Linha de Ação da Rede
Mulher & Democracia que
busca disseminar
conhecimentos e saberes através da
formação política, cursos, oficinas e
seminários, nas áreas de “gênero e
poder”. A base fundamental do
trabalho da Escola está na
metodologia feminista e na sua
proposta inovadora e pioneira em
preparar as mulheres para o
empoderamento político-social e o
exercício da democracia na
construção da igualdade entre
homens e mulheres.
As mulheres que passam por esse
processo de formação e capacitação se
fortalecem para ocupar espaços de
decisão e melhoram suas
atuações no âmbito da política e
do poder. Como Coordenadora
e Educadora da Escola
Feminista, sinto-me realizada
por ter a oportunidade de falar
do feminismo como uma ação
política em favor da igualdade,
da justiça e do respeito às
mulheres. Esse processo é,
sobretudo, de troca e
reciprocidade, pois a gente
cresce a cada etapa e adquire
novos conceitos e experiências,
umas com as outras.
*Izabel Santos é educadora
do Centro das Mulheres do
Cabo e Coordenadora da
Escola Feminista de Formação
Política e Econômica.
Ago/2009: Cida Santos, Janna Greve e Izabel
Santos no Curso das Eleitas, município de Água
Preta Pernambuco.
Publicações Mulher & Democracia
Mulher e
Política – lutas
e conquistas
Cadernos Feministas
de Economia &
Política | nº 1, 2ª
Edição, Recife, 2004
Assessoria
Técnica com
Mulheres: Uma
abordagem
feminista e
agroecológica
Cadernos Feministas de
Economia & Política | nº
4, Recife, 2008
Escola Feminista
de Formação
Política e
Econômica nos
Bairros:
Referencias teóricas e
práticas metodológicas |
1ª edição, Recife, 2008
As Eleições de
2004 e a
Representação
Política das
Mulheres no
Nordeste
Cadernos Feministas de
Economia & Política |
nº 2, Recife, 2005
Mulheres,
Economia
Solidária e
Cidadania
Cadernos Feministas
de Economia & Política
| nº 5, Recife, 2009
Eleições 2008 |
Boletim Mulher
& Democracia
em Dados
Ano 3, nº 7 | Cabo de
Santo Agostinho, Nov Dez 2008
Feminismo
no Nordeste
Cadernos
Feministas de
Economia &
Política | nº 3,
Recife, 2006
A Questão da
Mulher na Visão
Parlamentar no
Nordeste do
Brasil
Pesquisa realizada nos
nove estados do
Nordeste | 1ª edição,
Recife, 2008
6
Mulher & Democracia
História, Conquistas e Desafios
Nov/2008: Abertura do Fórum Permanente da Rede M&D no município
Recife - Pernambuco
Desde o início, o Projeto M&D
trabalha com três grandes linhas de
atuação: 1) Informação, Pesquisa e
Comunicação, 2) Escola Feminista de
Formação Política e Econômica e 3)
Assessoria Parlamentar e Executiva
em Gênero e Raça. Duas vezes por
ano acontece o Fórum Regional
Permanente de Gênero e Poder para
reunir as parceiras do M&D dos nove
Estados do Nordeste. Nestes fóruns
se faz o planejamento e avaliação das
atividades com base na temática
Mulher, Democracia e Poder. Os
projetos e atividades são
desenvolvidos para o público de
mulheres, movimentos sociais,
ONG's, parlamentares, lideranças
comunitárias e partidárias.
Em 2008, representantes de todos os
estados do Nordeste decidiram
transformar, oficialmente, o Projeto
na REDE MULHER & DEMOCRACIA.
Conheça algumas ações da Rede M&D
Cadernos Feministas
Boletins “Mulher & Democracia Em
Dados”
Escola Feminista de Formação Política
Fórum Permanente de Gênero e
Poder
Curso das Eleitas para vereadoras,
prefeitas e lideranças partidárias
Curso da Escola Feminista nos bairros
Acompanhamento das parlamentares
nas bancadas micro-regionais
Rodas de Diálogos com mulheres
urbanas e rurais
Seminários e oficinas de intercâmbio
e formação política
7
Depoimentos
Terezinha Barros (Têca Barros)
Professora de Metodologia e Práticas das Ciências na
Universidade Católica de Salvador
Antigamente, a
gente tinha um
incrível trabalho de
garimpagem nos
livros e nos arquivos não organizados em busca das
ações e fotos das
mulheres que participaram da
construção política na Bahia. Mas
agora nada está como antes: O
Caderno Feminista de Economia e
Política I foi um importante instrumento da Escola Feminista do
Mulher & Democracia para a capacitação das mulheres candidatas a
vereadoras e prefeitas. Depois disso,
implementamos um curso em
Alagoinhas, trazendo as candidatas
dos municípios vizinhos, em
Salvador e Lauro de Freitas. Na
Bahia, o poder econômico forte, que
sempre esteve no controle dos
homens, e outras questões sistêmico-estruturais trazem dificuldades às
mulheres na sua ascensão aos
espaços de poder. Nos municípios
que receberam capacitação, a
exemplo de Lauro de Freitas, o
Projeto Mulher & Democracia foi um
dos elementos fundamentais para a
composição do governo Moema
Gramacho (2005-2008), nomeando
cinco secretárias, inclusive eu como
Secretária de Política para as
Mulheres.
Lídice da Mata
Deputada Federal pela Bahia
A Rede Mulher &
Democracia tornouse, nestes cinco
anos de existência,
uma referência de
trabalho continuado no Nordeste,
contribuindo com
ações de fortalecimento e empoderamento das mulheres e a ampliação
destas nos espaços de representação
política. A dimensão e o seu funcionamento revelam a importância na
construção de Políticas de Promoção
da Igualdade de Gênero e Gestão
Democrática. Pelas suas múltiplas
possibilidades de atuação, parabenizo esta Rede que - com um conjunto
de ações estruturais, permanentes e
eficazes - vem somando esforços para
transformar as estruturas de poder e
as instituições, para reverter o
quadro de sub-representação das
mulheres, e dessa forma, possibilitar
o aperfeiçoamento e a consolidação
da democracia.
Maria José da Silva (Zezé)
Assessora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste
(MMTR-NE)
Falar da Rede
Mulher &
democracia é
falar da
evolução das
mulheres. E,
porque não
dizer, da minha
evolução como
cidadã de um país que sempre
viveu sob a ditadura patriarcal. A
Rede fez brotar na consciência de
várias mulheres do Nordeste o
desejo de ocupar os espaços
fechados da política, os quais
historicamente foram, e ainda
estão, dominados pelos homens.
A M&D reúne mulheres que
ousam ir além, mostrando que é
necessário, de fato e de direito, a
representação feminina nos
poderes legislativo e executivo
(nos níveis municipal, estadual e
federal). As publicações, os fóruns
de debates, os seminários, os
encontros e as oficinas elaborados
e realizados pela Rede Mulher &
Democracia, levantam temas
importantes para a inserção das
mulheres nos espaços públicos de
poder. Fazer parte desta rede é
edificante.
Elizabeth Severien
Coordenadora do Núcleo Democracia e Representação Política, da ONG
Espaço Feminista para a Democracia e os Direitos Humanos
Em 2007, na II Conferência Nacional
de Políticas para as Mulheres, o tema
escolhido “A Participação das
Mulheres nos Espaços de Poder” foi
um dos eixos centrais a ser abordado e
discutido por milhares de mulheres de
todo o País. A partir disso, as pessoas
que compõem a Rede M&D tiveram a
certeza de que o trabalho árduo
desenvolvido até então, desde a
criação do projeto em 2004, não só
valeram à pena, mas começaram a dar
bons frutos. Estamos trilhando o
caminho certo: formação política com
recorte de gênero e raça, informação
sobre a história e os feitos das
mulheres na política e um eficiente
sistema de comunicação era o tripé
indispensável à desconstrução da
mentalidade da maioria da população
brasileira - aí incluída uma enorme
parcela de mulheres, que considera a
política e os espaços de poder lugares
apenas dos homens. Hoje, cada vez
mais, as pessoas estão
compreendendo que é preciso
transformar o Brasil em um país, não
só de todos, mas também de todas.
Vanda Menezes
Psicóloga e Perita Criminal de
Alagoas
Para mim, é motivo de orgulho ter
participado da criação do Projeto
Mulher & Democracia que nesses
cinco anos cresceu e se transformou em Rede. O que me fascinou
nessa proposta idealizada por
Cristina Buarque foi a ousadia de
estimular a representação política
das mulheres nas esferas de Poder
da República - um tema que
nenhuma organização feminista no
País havia pensado de forma
sistemática. A Rede M&D tem
uma atuação desafiadora, pois atua
em todo o Nordeste, região
marcada pela perversidade do
machismo no campo político
partidário. Além disso, a proposta
da Escola Feminista nos Bairros,
os fóruns regionais, as publicações
e as ações são fortes estratégias
para ampliar as discussões da
mulher na política. O impacto é
fantástico – basta conferir o salto
que a região Nordeste deu nas
últimas eleições, além da Secretaria
Especial de Políticas para as
Mulheres ter convidado nossa
Rede quando edificou o eixo poder
por sermos referência exitosa nessa
temática.
8
Graciete Santos
Coordenadora Geral da Casa da Mulher do Nordeste
Um dos destaques do Projeto
Mulher & Democracia é o
trabalho desenvolvido pela Escola
Feminista de Formação Política e
Econômica. Sem dúvida, o
Projeto pautou para os
movimentos sociais, sobretudo o
de mulheres, o debate sobre as
relações de gênero existentes na
construção da democracia, dando ênfase à situação
de sub-representação política das mulheres no
Nordeste, no Brasil e em outros países. Em toda
sua trajetória, o M&D conquistou um espaço de
reconhecimento, pesquisa e debate nessa área. A
perspectiva de ação em rede nos nove estados do
Nordeste é hoje seu principal desafio. Nesses
cinco anos observamos - em vários espaços como
movimento feminista e de mulheres, fóruns de
debate, redes, organismos de políticas para
mulheres e sindicatos - que esse tema, da
representação e participação feminina nos
espaços de poder, vem ganhando peso.
Ana Selma dos Santos
Secretária Especial da Mulher de Jaboatão dos Guararapes
É um grande desafio
para nós mulheres a
questão da
representação
política, seja na
esfera legislativa,
seja na executiva.
Nossa, ainda
pequena, presença
nesses espaços de decisão traduzem o
tamanho da tarefa que temos pela
frente. É neste contexto que situo a
importância da Rede Mulher &
Democracia, como instância formadora,
colaborativa e estimuladora das
mulheres. A Rede tem como um dos
objetivos desmistificar padrões de
comportamento culturalmente
construídos que procuram, muitas
vezes, nos afastar das relações de
poder. Apesar de não ter conseguido
renovar o meu mandato de vereadora,
os aprendizados dessa vivência me
permitem, hoje, exercer outras
atividades com um nível maior de
empoderamento. Vejo o quanto é
importante a percepção e compromisso
com a equidade de gênero em todos os
níveis da sociedade. Parabéns a Mulher
& Democracia pelos cinco anos de
grandes contribuições para a vida
política das mulheres.
Joanildo A. Burity
Pesquisador Titular/Senior Researcher da Fundação Joaquim Nabuco,
Recife - PE
O Projeto Mulher & Democracia
representa uma iniciativa de grande
valor para a luta das mulheres,
particularmente no Nordeste. Nesta
parte do Brasil, de um lado, temos
organizações de mulheres visíveis e
sólidas e, por outro, temos baixas
taxas de sucesso na participação
política (estrito senso) das mulheres
e altas taxas de violência. O M&D
produz informação de qualidade
sobre as lutas e conquistas das
mulheres e cria oportunidades de
formação para aquelas que
procuram ter uma intervenção
mais direta nas instituições
políticas, quer como
representantes, gestoras ou
assessoras. A transformação de
projeto em rede só amplia as
possibilidade de impacto sobre a
realidade existente, com práticas
aliadas à análises e reflexões
críticas sobre gênero e poder.
Secretaria Especial
de Políticas para as
Mulheres –
Governo Federal
As mulheres nordestinas destacam-se crescentemente na
participação dos espaços de poder
e decisão, a exemplo da
Campanha Nacional "Mais
Mulheres no Poder: Eu Assumo
Este Compromisso!" - parceria
entre a Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres, o
Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher e o Fórum Nacional de
Instâncias de Mulheres de
Partidos Políticos. Este trabalho e
muitos outros destaques das
mulheres nordestinas na política,
especialmente nas últimas
eleições de 2008, podem ser
conferidos no site Mais Mulheres
no Poder
<<http://www.maismulheresnop
oderbrasil.com.br>>.
Os desafios ainda são muitos, mas
o protagonismo feminino na
região do Nordeste está mudando
as estruturas do poder, servindo
de exemplo a todas as brasileiras,
para que possam lutar por uma
sociedade mais igualitária,
democrática e cidadã. A Secretaria
Especial de Políticas para as
Mulheres é parceira da Rede
Mulher & Democracia nesse
processo de mudança sóciocultural.
Ana Alice Alcântara
Pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM e Coordenadora do Programa de PósGraduação sobre Mulher, Gênero e Feminismo - PPGNEIM/UFBA
Acompanho o Projeto Mulher &
Democracia desde o início e, de lá para
cá, vi este projeto tornar-se realidade, a
partir de um trabalho árduo, sério e
competente. O M&D hoje é reconhecido
nacionalmente como uma experiência
de formação política para as mulheres
que vem dando certo e que tem
contribuído de forma significativa para
a ampliação das candidaturas
femininas e, principalmente, para a
construção de uma perspectiva
feminista de exercício do poder, onde
democracia e igualdade caminham
juntas.
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Nílcea Freire
Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
democrático e com representação
feminina.
A Rede Mulher &
Democracia têm
sido extremamente
importante na
ampliação e ascensão das mulheres
ao poder, aumentando o seu nível de
consciência e servindo como
exemplo para todo Brasil. A prova
disso é que observamos muitas
iniciativas começando e com esse
perfil de trabalho da Rede Mulher &
Democracia. De ser um País mais
O desafio já vem sendo enfrentado:
trabalhar para o empoderamento das
mulheres. Em outras palavras é
mostrar que, para que elas
conquistem o poder, é preciso
conquistar primeiro sua autonomia
econômica e política. Precisam
enfrentar a violência e romper com os
estereótipos de gênero existente na
sociedade. E mais ainda, ter a
consciência de que só através do
poder nas mãos das mulheres é
possível acreditar numa mudança de
verdade.
Desde que eu cheguei à Secretaria da
Mulher, pude conhecer e apoiar alguns
trabalhos Rede Mulher & Democracia,
enquanto ainda era Projeto. Isso
influenciou não só no meu trabalho,
mas também no da Secretaria. Foi
através de todas essas discussões que
constituímos a questão da ampliação
nos espaços de poder como um foco da
II Conferência Nacional de Políticas
para as Mulheres. Hoje, esse tema
representa um eixo estruturante de
toda a política da Secretaria, em
âmbito nacional.
Janna Greve*
Linha de Ação
Informação, Pesquisa
e Comunicação
A Linha de “Informação,
Pesquisa e Comunicação” é
estratégica e central para a
atuação da Rede Mulher &
Democracia. A Comunicação
(oral, escrita e visual), os meios
de Informação (interna e
externa) e a pesquisa (de
avaliação e produção de
conteúdos) são ferramentas
fundamentais para
conhecermos cada vez mais
sobre os fatos políticos no
âmbito de gênero e poder. Para
divulgar essas notícias e dados
são produzidos e enviados para
os parceiros(as), de forma
sistemática, newsletters
(boletins eletrônicos);
publicações como o Boletim
“Mulher & Democracia em
Dados”; Cadernos Feministas;
Site e Revistas Especiais, como
esta dos cinco anos.
mulheres nos espaços de poder, o
voto feminino e sensibilização para
a formação do público sobre a
importância de garantir a paridade
entre homens e mulheres na
política. Além disso, a Rede tem
estimulado e provocado discussão
sobre mulher, poder e democracia
nos movimentos sociais, de
mulheres e feministas, nos partidos,
no meio acadêmico e,
principalmente, na mídia.
A Escola Feminista de Formação
Política também tem contribuído
bastante para a capacitação e
qualificação, técnica e política, de
mulheres que são líderes em
comunidades e partidos, ou mesmo
daquelas que exercem cargos
políticos como as vereadoras,
deputadas e prefeitas. Tudo isso
com o intuito de estimular a sua
consciência crítica e feminista.
Todo esse trabalho voltado
para a comunicação tem
contribuído muito para
ampliar as bases de informação
sobre a representação e
participação política das
mulheres no Nordeste e no
Brasil. Sempre abordando
temas como representação das
Como cientista política e feminista,
posso afirmar esta foi uma
experiência enriquecedora ter
participado da linha “Informação,
Pesquisa e Comunicação” da Rede
Mulher & Democracia. Foi um
trabalho intenso e bem
diversificado, incluindo a pesquisa e
a prática social. O mais gratificante
ainda foi ter a oportunidade de
conhecer e interagir com todos
os parceiros(as) e componentes
desta Rede. Além disso, neste
ano de experiência e trabalho
com a M&D (2008-2009),
ampliamos ainda mais os
contatos e trabalhamos na
realização das atividades através
de tradução de textos,
mobilizações, palestras e cursos
promovidos, sob a coordenação
executiva do Centro das
Mulheres do Cabo e com o apoio
do Serviço de Cooperação Alemã
(DED). Só posso reafirmar da
minha alegria em ter
contribuído para a divulgação do
trabalho da Rede M&D,
parabenizá-la por esses cinco
anos de conquistas e desafios e
acreditar nas novas perspectivas
e conquistas que virão como
fruto desta ação.
* Janna Greve é cientista política
alemã e entre 2008 a 2009 foi bolsista
do Serviço Alemão de Cooperação
Técnica e Social (DED) para a
Comunicação da Rede Mulher &
Democracia no Centro das Mulheres
do Cabo | Pernambuco.
Desafios e novas perspectivas
da Rede Mulher & Democracia
A
idéia de criar um projeto que posteriormente seria
intitulado Mulher &
Democracia - nasceu sob um
cenário de preparação das
candidatas para a disputa às eleições
municipais de 1996, em todo o
Nordeste. Naquele momento,
notavam-se poucas iniciativas para
formação política de gênero - tanto na
esfera governamental, quando junto
ao movimento feminista e de
mulheres. Quase nada dava enfoque e
importância à questão da discussão
mulher e poder e da sub-representação
feminina nos Poderes da República.
Além de iniciar um processo de
formação, era necessário informar e
divulgar os dados sobre a realidade
vivenciada pelas mulheres,
principalmente no que diz respeito à
sua participação na esfera do
Legislativo, Executivo e Judiciário. E
mais ainda: era imprescindível que
houvesse uma assessoria para as
eleitas, com base em gênero e raça e
visando uma atuação conjunta na
formação de bancadas micro regionais.
O Projeto Mulher & Democracia surge,
então, em 2004, como uma articulação
de ONGs feministas, movimentos de
mulheres, instâncias governamentais
de política para as mulheres e núcleos
de estudo das relações de gênero. O
grande objetivo é garantir a formação,
informação e assessoria necessária
para iniciativas em prol da equidade
de gênero na democracia
representativa da Região Nordeste.
Expediente:
Os traços distintivos da M&D são: (i)
Fortalecer e ampliar a ação das
mulheres nos poderes da República;
(ii) Promover uma ação em Rede
plural, com integrantes tanto da
sociedade civil como da esfera
governamental; (iii) Ser uma referência
regional numa região marcada pela
cultura patriarcal, inclusive nos
espaços de poder, e com os piores
índices sócio-econômicos do País.
Passaram-se cinco anos. E nesta
trajetória, a Rede M&D passou a exercer
importantes funções governamentais.
Sua Secretaria Executiva foi transferida
da Casa da Mulher do Nordeste para o
Centro das Mulheres do Cabo.
Sonia Jay Wright -Com formação em
Direito e Ciências Políticas e Consultora
do Centro de Informação, Pesquisa e
Comunicação da Rede M&D.
Desafios e objetivos...
1. Desenvolver maior articulação com os
partidos, principalmente suas dirigentes
e instâncias de mulheres, para garantir
que a porta de entrada na esfera eleitoral
saia da inércia que favorece os homens
há mais tempo nos partidos, e assuma
ações pró-ativas para aumentar a
representação política feminina, como o
cumprimento da Lei de Cotas, ampliando
sua extensão para os fundos partidários e
o tempo de propaganda eleitoral gratuita.
2. Ampliar e consolidar a Rede M&D,
estendendo-a para a Região Norte,
aumentando o número de entidades
comprometidas com seus objetivos, ao
mesmo tempo conservando seu caráter
suprapartidário e enraizando suas
atividades em cada estado nordestino,
bem como promovendo uma rotatividade
na gestão da Secretaria Executiva.
3. Continuar a prestar um serviço de
qualidade em termos do conhecimento
produzido e disseminado, da formação
aos mais diversos públicos femininos
(trabalhadoras rurais, domésticas,
moradoras de comunidades urbanas,
lideranças partidárias, legisladoras,
executivas, gestoras, etc.). Além disso,
fortalecer também os mandatos políticos
de mulheres, bem como sua articulação
coletiva, no sentido de incorporar a
perspectiva de gênero e raça em suas
proposições legislativas e
implementações de políticas públicas.
4. Manter e conquistar apoios à sua
atuação - quer seja através de agências de
cooperação internacional, quer seja
através de recursos públicos nacionais
(federais, estaduais e municipais) - e
discutir a possibilidade de parceria com
empresas privadas.
Em síntese, a experiência política destes
cinco anos de Rede Mulher &
Democracia aponta para sua
continuidade, consolidação e expansão,
conservando seus objetivos, firmando e
ampliando suas parcerias.
Realização:
Revista Especial 2009
5 Anos da Rede Mulher & Democracia
Secretária Executiva: Silvia Cordeiro
Organização e Edição: Janna Greve
Revisão: Cirlene Menezes | DRT/PE
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Proj. Gráfico e Diagramação:
Eveline Peres
Impressão: Provisual
Apoio:
Tiragem: 3 mil exemplares
Secretaria Executiva da Rede Mulher & Democracia | Centro das Mulheres do Cabo
Rua Padre Antônio Alves, 20 – Centro do Cabo – Pernambuco. CEP: 54500-000
Fone: (081) 35249170 | E-mail: [email protected] | Site: www.mulheredemocracia.org.br
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Revista 5anos M&D finalizada - Secretaria de Políticas para as