ALMANÁUTICA
Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano II – nº 10 – janeiro/fevereiro 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Sufoco: sem vela e sem motor
Confira também:
Radiocontrolado RC65
Classe 49er expõe situação da poluição no RJ
Jacques Vabre mostra como se faz uma festa
Extreme Sailing em Floripa: Team Brazil
Festival dos Ventos em Canoa Quebrada
Mulheres na final do Match Race
Caballitos de Totora
Como se faz um Ceviche
Scheidt: 10 vezes o melhor
Novo Guia Náutico
Marcando seu filame
ALMANÁUTICA
2
EDITORIAL
Os bons também erram!
O final de ano foi generoso com a adrenalina dos velejadores. Os veleiros da Clipper
colidiram na largada. Um dos experientes
velejadores da Jacques Vabre, nada menos
que acertou o pontão e teve que ser ajudado pela multidão que ali se aglomerava. O
velejador Juca (ver matéria na página central) ficou em apuros sem motor e sem vela
durante um vendaval. E nosso colunista
Murillo Novaes capotou com um Velamar
32 na entrada da Baía da Guanabara durante uma ressaca, com seu filho de 13 anos a
bordo. No final, todos bem. Mas isso nos
dá um bom mote para reflexão: humildade
e atenção aos pequenos detalhes podem ser
fundamentais. Encostar um veleiro num
pontão ou mesmo na vaga da marina pode
ser um problema com um vento mais forte, e planejar com atenção após observar o
que ocorre naquele momento (movimento,
vento, corrente, maré) pode ser a diferença
entre arranhar seu costado ou não. Pedir
ajuda – há quem não admita – é muito bom
para evitar encrencas. A carta náutica de
papel que deve(ria?) ficar no cockpit serve pra que?, perguntam os adeptos do GPS
Plotter. Pois bem, você fica olhando e se
familiarizando com os perigos à sua frente enquanto o piloto automático e o plotter
fazem seu trabalho escravo. Checar o funcionamento do rádio e ter os equipamentos
de segurança à mão (atrás do que ficam
seus coletes mesmo?), investir nos equipamentos que podem salvá-lo ao invés de
perfumarias, pode fazer a diferença. Não
quero ser a pitoniza do dia seguinte, mas se
uma bobeada alheia não servir de aviso pra
você, então me desculpe caro leitor, mas
você merecerá passar por isso também.
Medo também faz parte da boa navegação.
Na medida certa, ele pode trazer a prudência mais perto da sua consciência.
Se apesar de todos os cuidados e experiência do velejador, um acaso, uma previsão errada, uma quebra inesperada podem
entornar o caldo, o que dirá se não formos
convencionais e protocolares em nossa navegação?
Com a palavra, quem está livre de cometer
um erro...
Ricardo Amatucci - Editor
Dos Leitores
O jornal Almanáutica muito me surpreendeu com suas matérias objetivas e de
interesse direto de todos nós velejadores
de cruzeiro, tais como Cobrança de IPVA,
fiscalização da receita federal nas marinas
para barcos acima de 29 pés, Regata Santos Rio, Aventura no Alasca, XXV Refeno,
instalação de placa solar, primeiros socorros e muitas outras informações, muitas
mesmo. Abraços e bons ventos.
Bernardino Ramalho
Foto da capa
A foto de Matias Capizzano retrata
uma das regatas realizadas na Bahia
durante a Club Med Sailing Week
Almanáutica:
Jornalista Responsável:
Paulo Gorab
Jornal bimestral, com distribuição nacional
nos principais polos náuticos do Brasil.
Ano 02, número 10 jan./fev. de 2014
Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier
Contato: [email protected]
Almanáutica é uma marca registrada.
Proibida a reprodução total ou parcial. Visite
nosso site e fique por dentro das novidades
diariamente:
www.almanautica.com.br
Murillo
NOVAES
Olá amigos de alma náutica, eis que nos
encontramos aqui no epílogo deste 2013
que se vai, com a certeza de que os deuses
do mar, das águas e dos ventos foram mais
que generosos conosco neste dezembro de
nosso senhor. Para aqueles que não sabem,
este colunista, misto de navegador (péssimo) e escriba (nem tão melhor assim), está
renascido. Aos que porventura não tenham
lido o relato que fiz do terrível acidente que
sofri no dia oito do corrente mês (http://bit.
ly/acidentevela) fica um resumo aqui.
Eu, meu melhor amigo em Cabo Frio, Fábio Collichio, e meu filho de 13 anos, Pedro, vínhamos velejando de Cabo Frio para
o Rio no Velamar 32 “Fratelli” de Fábio
quando, por volta de meia noite e cinco, do
domingo dia 8/12, por um erro crasso deste navegador, capotamos na laja da ilha da
Mãe, em Niterói.
O fato de quase ter morrido e matado meu
filho e amigo só aumenta minha culpa e
não fosse o imenso carinho que recebi da
comunidade vélica brasileira em centenas
de mensagens, nem sei se aguentaria tanta
angústia. Deixo aqui, mais uma vez registrado, o meu imenso agradecimento a todos que se manifestaram e dividiram comigo suas próprias histórias, pensamentos e
sentimentos. Jamais recebi tantas energias
positivas em toda minha vida. Obrigado!
O fato é que, passadas quase duas semanas
do ocorrido, só agora começo a refletir melhor sobre tudo. No texto que publiquei em
meu site fiz menção a um erro terrível – a
desatenção por estar falando ao celular em
uma aproximação complicada com a laje
a sotavento –, e outro que julguei então
menor e não decisivo – o fato de não estar
completamente informado das condições
de mar na barra do Rio de Janeiro. Hoje
vejo que ambos tiveram papel preponderante no acidente.
Como relatei, ao sair de Cabo Frio fizemos
um contato com a atalaia local e perguntamos à operadora do rádio sobre um suposto aviso de mar grosso (de fato havia
um!) ao que ela disse que havia expirado,
pois era de 24 horas. Calculei que ainda
demoraríamos mais 14 horas, no mínimo,
para chegar ao Rio e fiz-me ao mar. Jamais
consultei, eu mesmo, o site da marinha ou
qualquer outra fonte. E isso foi quase fatal.
Quando amigos me enviaram as fotos de
Carlos Burle surfando naquela mesma laje
em uma ressaca parecida (maior, mas similar) vi que jamais poderia ter entrado
naquele canal estreito, entre a Mãe e o Filhote, em tais condições. Mais. Sendo uma
noite nublada e escura deveria ter ficado
duplamente atento ao estado de mar e não
o oposto, completamente distraído pelo
telefonema de parabéns ao meu filho mais
velho, Gabriel, que aniversariava na data.
A combinação da minha desatenção com
o mar grande, com as ondas rebentando
muito mais fundo, alto e longe da laje, foi
talvez a maior causa do nosso infortúnio.
Passado o período de buscas, onde mergulhadores, barcos com garateias e até amigos varrendo as areias das praias próximas
não localizaram um vestígio sequer, outra
questão começa a nos consternar. Terá o
“Fratelli” sido roubado? Como homem do
mar me incomoda muito a hipótese. Já que
o camarada para se aproveitar de um terrível acidente e sorrateiramente rebocar um
barco avariado, com o mastros partido, se-
Crônicas Flutuantes
Peço vênia ao leitor – e ao chefe – por
abordar assunto não combinado e ligeiramente subversivo para essas “Crônicas
Flutuantes”.
Ô... ô... cadê o cara do IPVA? Me diga!
Cadê ele? Queria perguntar uma coisinhas.
Será que ele tem barco? Será que, tirando
a jacuzzi do funcional , já se aventurou
pelos caminhos das águas? Ouvi direito?,
o fulano quer tascar um IPVA para veleiros? Será que ele sabe quanto custa uma
abraçadeira de inox, uma porcaria de uma
defensa de plástico, uma âncora? Será que
ele sabe que um motorzinho auxiliar para
veleiros custa, aqui em Pindorama, o triplo
ou mais do que nos Esteites? Será que ele
sabe que se agente for abastecer diesel nos
postos flutuantes, a gente paga 20, 30, e até
40% a mais do que em terra, com a desculpa de ser um tal de diesel marítimo, mas
que não passa da mesma gororoba química
que vive a entupir pescadores, filtros e bicos. Será que ele sabe que se a gente pedir pinico no meio do mar não pode contar
com a existência de uma Guarda Costeira
e, tirando a boa vontade de alguns, estaremos provavelmente “nas mãos de Deus”?
Será que ele sabe que Capitanias de portos
são habitadas por seres superiores e que,
via de regra, mortais comuns costumam
levar uma canseira dos diabos lá dentro,
onde para tudo se tem que recolher uma
taxinha , vez que outra não tão inha assim?
Será que ele sabe o precinho camarada que
se paga por um diária numa das parcas marinas do litoral? Será que ele sabe da não
existência de uma única marina pública em
toda a costa?
Quais as obras de infra estruturas feitas no
mar ou em rios que beneficiam o navegante de esporte e recreio e justificariam um
imposto? Cesta básica para os mafiosos os
portos, talvez! Será que ele sabe que se a
gente chegar num desses porto, bem limpinhos e organizados que existem por aí,
temos boas chances de trombar com esses
mi-alagado, etc. tem que ser muito “espírito de porco”. Entretanto, até as autoridades
navais me alertaram que seria prática comum. Algo muito triste no já imenso rol de
tristezas anti e a-éticas dos nossos tempos.
De todo modo, hoje me mobilizo para
conseguir ressarcir o Fábio de suas perdas
materiais (as emocionais são impossíveis)
já que o barco não tinha qualquer tipo de
seguro. E agradeço também a sugestão dos
amigos de fazer uma vaquinha ou rifa para
me auxiliar. Vamos ver... O espírito de solidariedade do mar e as inúmeras manifestações dele que recebi, no entanto, são o que
de mais positivo posso tirar disso tudo. Foi
lindo! De verdade! E claro, o estudo minucioso de todos os erros cometidos para evitar repeti-los é importantíssimo também.
Obviamente o fato de termos todos saído
ilesos daquela laje é algo que sempre agradecerei aos céus e que jamais esquecerei
enquanto estiver vivo. Uma semana depois
da capotagem, a convite do nosso medalhista de ouro, Edu Penido e do comandante Sergio Andrade, fui o navegador da
máquina “Zing3” na regata Preben Schmidt, que homenageia o patriarca da família
Schmidt Grael, e pude montar novamente
a ilha da Mãe e sua laje. Em regata e, graças ao intrépido Edu, que quase me mata
do coração, tirando fina da onda que quebra ali. Foi um sentimento dúbio. A alegria
de ter superado este episódio terrível, as
lembranças inquietantes dos momentos de
angústia e o enorme respeito que hoje tenho por aquela e por todas as outras pedras
submersas dos mares deste mundo. Nasci
de novo para isso. Amém!
Murillo Novaes é jornalista especializado em
náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Coluna do escritor José Paulo de Paula
Cadê o cara do IPVA?
mafiosos e, dependendo da cara do freguês,
é capaz de sermos escorraçados a tiros.
Será que ele sabe que ainda se ensina pras
criancinhas dessa pátria amada-idolatrada-salve-salve, sobre as glórias e feitos de
grandes almirantes e generais que nos livraram do jugo Paraguaio em 1864/70 –
uma das pouquíssimas refregas em que a
gloriosa-armada-salve-salve se meteu – e
que se eternizam em nomes de ruas e de
avenidas pelo país afora, mas, a bem da
verdade, não passam de heróis de araque
que estavam a serviço dos poderosos de
plantão – Inglaterra no caso – e protagonizaram, juntos aos irmãos uruguaios –
ufa!!!, até que enfim alguém liberalizou a
danada – e argentinos, um genocídio sem
precedentes na América Latina?
Será que ele sabe que, apesar desses nossos
protetores ordinários, já não há um lugar
sequer no litoral onde se possa ancorar
sem que se fique com a pulga atrás da orelha com assaltos, estupros ou até encontros
com mensaleiros, funqueiros e outros eiros
mais recentes?
Será que ele sabe que nossas águas costeiras já estão infestadas de piratas, desde
quadrilhas organizadas e especializadas
no roubo de motores de popa , reversores
e etc., até uma cambada de ratos de porto
que rouba aquilo que estiver mais à mão
para trocar pela pedra do dia no traficante
mais próximo.
Será que ele sabe que as praias e costeiras
deste
pendão-da-esperança-salve-salve,
não poucas vezes, estão atulhadas de lixo,
cocos, xixis, metais pesados e outras tantas sujidades humanas em concentrações
ligeiramente acima do pior índice estabelecido seja lá por quem? Será que eles
sabem que tartarugas, peixes, mamíferos
e outros habitantes aquáticos morrem às
miríades por engolirem sacolas plásticas,
camisinhas, pets e etc. Será que ele sabe
que durante feriados e temporadas, nossas
águas transparentes e límpidas sofrem a in-
vasão de uma chusma de jet-skis e lanchas
destrambelhados, via de regra, comandados por entidades com ligeiras tendências
airtonsênicas e fitipaldianas muuuuuito
educadinhas,responsáveis e habilitadas,
que transformam a beirinha da praia –
onde nadam criancinhas, idosos, deficientes, pessoas normais, papagaios, pingüins,
cachorros, caxinguelês e cururuás, belas
damas e, às vezes, até peixes – numa espécie de salve-se-quem-puder, sendo que
só não ocorrem mais acidentes, não porque
Deus seja brasileiro, mas porque o diabo,
ao que tudo indica, parece tirar folga justo
nessas ocasiões? Senão, onde estariam os
descendentes dos Tamandarés e dos Barrosos para dar um basta definitivo nisso?
Será que ele sabe que parte significativa de
velejadores são pessoas que amam os barcos; não os compram por meros caprichos
ou para lavarem o dinheiro de suas falcatruas e que muitas vezes fazem das tripas
coração para mantê-los?
De maneira geral são pessoas que militam
pela causa da sustentabilidade e têm como
patrocinadores os ventos, as ondas, os peixes as aves e o respeito pela natureza e, que
se tenha notícia, nunca deram um tiro sequer em santuários ecológicos.
Ô... ô... cadê o moço do IPVA!!!? Queria
tanto fazer umas perguntinhas...
Afinal, seremos mais uma vez esfolados
por um imposto sem pé nem cabeça para
termos exatamente O QUÊ em troca?
– Ô imbecil (é o Grilo Falante – alguém aí
se lembra do Grilo Falante? – assoprando
em meu ouvido)... larga mão de fazer perguntas idiotas uai*
* meu grilo falante é mineiro
José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador e conta, em crônicas com muito humor, situações
vividas a bordo com sua família no livro “É proibido
morar em barco”, à venda na Livraria Moana
Rio Grande do Sul
5º POA Match Cup
Equipes gaúchas disputam a final do
Brasileiro de Match Race e quem leva é
Nelson Ilha, com Barbachan e Geórgia
O 5º Porto Alegre Match Cup – Campeonato Brasileiro de Match Race – teve uma
final entre equipes gaúchas.
O título ficou com Nelson Ilha após vencer
Philipp Grochtmann por 2 a 1.
Na terceira colocação ficou a tripulação argentina de Pablo Volker que ganhou por 2 a
0 da equipe da Marinha Brasileira, comandada por Fernanda Demétrio Decnop (RJ).
Nelson Ilha contou na sua tripulação com
as velejadoras Ana Barbachan e Geórgia da
Silva.
O 5º Porto Alegre Match Cup – Brasileiro de Match Race – teve a participação de
oito equipes do Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e Argentina.
Bahia
Oceano
O Campeonato Baiano de Vela de Oceano 2013, promovido pela Federação de
Esportes Náuticos do Estado da Bahia –
FENEB e Flotilha de Veleiros de Oceano
da Bahia – FVOBA, aconteceu em Itaparica. Foram duas semanas, quatro regatas e
uma programação com confraternizações,
palestras, relatos de navegadores, mesa redonda por formadores de opinião e atividades para as crianças. Marcado pelo equilíbrio das disputas, o campeonato só revelou
seus campeões na última regata. Na classe
ORC, o Spirogyro (Arnaldo Pimenta YCB) conquistou pela primeira vez o título. Em segundo ficou o Marujo’s (Gerald
Wicks - Aratu Iate Clube) e terceiro o Yacht 2 (Felipe Pedreira – YCB). Na RGS, o
veleiro Alpha 2 (Jorge Vita - Saveiro Clube
da Bahia), e os veleiros Táta, (José Luiz
Couto) e Piabinha (Carlos Nolasco) ambos
do Aratu Iate Clube em segundo e terceiro
lugares respectivamente. Na classe Multicasco Geral, Maracatu, do Comandante
Wilder Gouveia, do Aratu Iate Clube, foi o
campeão, seguido por Stradivarius de Silo
Vidal, do Angra dos Veleiros, em segundo
e Sea Walker 2, de Ramon Segundo, da
Marina Aratu, em terceiro.
Club Med
Sailing Week
A Ilha de Itaparica sediou em novembro o
Club Med Sailing Week. Mais de 30 barcos velejaram nos bons ventos da Baia de
Todos os Santos. O primeiro dia de competição foi reservado ao Campeonato Norte
e Nordeste da Classe Snipe e competições
de Optimist. Nos dias subseqüentes foi a
vez do Windsurf (válido como Campeonato Brasileiro) o Norte e Nordeste da Classe
Dingue; a 2ª Etapa do Circuito Nordeste de
Hobie Cat, além de regatas para a classe
Laser. Também foram realizadas regatas de
Stand Up Paddle.
A ideia de reunir diversas competições em
um só evento certamente é uma maneira
de otimizar os esforços, atrair mais patrocínio, participação e público. Valeu Bahia!
Foto: Mathias Capizzano
Agito Bahia: Club Med Sailing Week
3
UM GIRO PELA COSTA
As principais notícias de Sul a Norte. O que acontece nos polos náuticos.
Jangadeiros:
Iatista do ano
Clube inova ao eleger pela web o
iatista destaque do ano de 2013
Desde 1981, o Clube dos Jangadeiros homenageia entre seus velejadores, o que
mais se destacou ao longo do ano.
O escolhido recebe o Troféu Edmundo
Soares, prêmio já entregue a campeões
mundiais, pan-americanos, sul-americanos, brasileiros e até mesmo à medalhistas
olímpicas. Iatistas como Nelson Piccolo,
José Luiz Ribeiro/Paulo Ribeiro, George
Nehm/Henrique Bergallo, Marco Aurélio
Paradeda/Peter Nehm, André Fonseca/Rodrigo Duarte e Fábio Pillar já receberam a
homenagem e tem seus nomes eternizados
na taça.
Este ano, a novidade é que a escolha foi
feita através de votação no site do Janga.
Concorreram as duplas Fernanda Oliveira
e Ana Barbachan, Alexandre Paradeda e
Gabriel “Bolinha” Kieling, Tiago Brito e
Andrei Kneipp além de Lucas “Sorriso”
Mazim.
E quem levou o troféu 2013 foi a dupla
Tiago Brito e Andrei Kneipp, que disputaram oito importantes competições da classe 420, e entre elas conquistando o Mundial da Juventude, em Limassol, no Chipre.
Santa Catarina
Por volta das 15:30h de 3/12 o veleiro Firulete, (Fast345), do Comandante Norberto
Zaniboni chegou ao Veleiros da Ilha Mesmo local de onde zarpou em 01 de agosto de
2012, completando seu Giro pelo Atlântico. Contando com vários tripulantes diferentes
Norberto subiu a costa brasileira, fez a Refeno, a Fenat (regata Fernando de Noronha Natal) a travessia até Trinidad e Tobago no Caribe, subiu pelas ilhas de barlavento até
Sint Maarten. De lá atravessou o Atlântico, no hemisfério Norte, para os Açores. Passou
pelo Marrocos, Canárias e Cabo Verde, atravessou o Atlântico novamente e desceu a
nossa costa para retornar ao porto de origem, em Florianópolis.
Almanáutica registra o momento em que a dupla retorna da volta ao mundo
Rio de Janeiro
Poluição que
de lixo. Marco Grael, que está competindo
por uma vaga nas equipes brasileiras , diz
envergonha
que as coisas estão piorando: “Apenas 10
O site oficial da Classe 49er mostrou em
dezembro, a vergonhosa situação da poluição na Baía da Guanabara. O texto a seguir
é apenas um resumo da matéria publicada
no site da Classe (http://49er.org). Leia e
envergonhe-se também:
“Mais da metade dos velejadores de 49er
top 10 do mundo estão velejando nas águas
olímpicas da Guanabara para se acostumar
com as condições. Durante a noite, uma
tempestade envolveu Rio ao longo de três
horas. Inundações pelas ruas afunilaram o
lixo de toda a cidade na Baía de Guanabara. Para a cidade como o Rio, o efeito é desastroso. A maré que vazou contribuiu para
que toda a área da competição ficasse cheia
mudar a raia para fora, no oceano e longe da cidade “, disse Alan. Além do lixo,
o esgoto é um problema bem conhecido de
todos os esportistas dos Jogos Olímpicos
Rio . Os níveis de qualidade da água são
186 vezes piores do que o permitido”.
O texto continua num tom irônico e comico, inumerando as piadas que ocorreram
de acordo com o objeto encotrado por cada
atleta no lixão olímpico flutuante.
Lamentável!
anos atrás, o lixo seria levado para o mar.
Agora não está acontecendo. O lixo está se
concentrando e as condições de navegação
se tornando pior ano a ano”.
Alan Norregaard, bronze em Londres
2012, foi um dos mais prejudicados. Durante o segundo dia de competição ele ficou lado a lado com o líder do campeonato,
Nico Delle Karth, da Áustria. Com uma ligeira vantagem, Alan e seu proeiro “atropelaram” um saco plástico que ficou preso
na bolina. Tiveram que ir pra trás para que
o plástico se desprendesse e, claro, perderam a chance de qualquer vantagem sobre
os austríacos. “Isso é inaceitável como um
local olímpico. Eles precisam limpar ou Poluição junto à Vila Olímpica no RJ
ALMANÁUTICA
4
Itajaí
Florianópolis
Curtidas valeram Extreme Sailing Series no Brasil
A regata do
Team Brazil decepciona, mas brasileiros curtem o evento: adrenalina pura
cirurgias
agradecimento
Em sua passagem por Itajaí, a regata Tanguy de Lamotte é o comandante do O Extreme Sailing Series aportou em Floripa com seus oito velozes catamarãs de 40 pés
Jacques Vabre mostra que sabe fazer veleiro Iniciative-Coeur, o penúltimo co- (12 metros) para a etapa final da temporada, emocionando os fãs da vela que costumam
locado na Jacques Vabre etapa Itajaí. Che- lotar as arenas montadas junto à raia, como torcedores em um estádio de futebol. Com
uma festa de agradecimento
A vigésima edição da Regata Jacques Vabre, passou brilhantemente por Itajaí. Entre os eventos da competição, destacou-se
uma regata in-port da qual participaram 12
barcos das classes Imoca (monocascos de
60 pés), MOD 70 (trimarãs de 70 pés) e
Multi 50 (trimarãs de 50 pés). Apesar do
frio e da chuva, muita gente foi ver a montagem da boia colocada junto à entrada do
canal de acesso ao porto.
Após um desfile em frente à vila, para deleite dos espectadores, iniciou-se a regata
que foi assistida também na água: botes
de borracha, lanchas, veleiros pequenos,
médios e grandes levavam os mais afeitos
ao esporte. Nas tripulações, não apenas os
comandantes profissionais, mas alguns dos
480 alunos que se formaram nos cursos de
vela, remo, arte e construção naval organizados pela ANI – Associação Náutica de
Itajaí este ano, os monitores da associação,
jornalistas, patrocinadores, o pessoal da
organização de terra, e quando possível,
até quem pediu para ir. Mais um exemplo
de como se faz para deixar o esporte mais
popular, numa época que até nos Jogos
Olímpicos algumas Classes são cortadas
em nome da falta de retorno e demora na
realização das competições...
Itajaí em Festa: exemplo de como faz
gou quase uma semana depois do primeiro colocado e nove segundos na frente do
último, o barco Tean Plastique. Os dois
também fecharam a raia da última Vendee
Globe. Tanguy fez a volta ao mundo em
solitário, sem escalas e sem assistência em
98 dias, 20 a mais do que o primeiro colocado e 6 na frente e Alessandro de Benedetto, do Tean Plastique.
paradas na Europa, Ásia e América do Sul, o Extreme reuniu oito equipes dos países
envolvidos, representadas por cinco tripulantes cada, além de um convidado. Os catamarãs chegam a atingir a velocidade de 70 km/h. Em cada uma das etapas anteriores, o
país-sede formou uma tripulação local.
O desempenho do Team Brazil não foi dos melhores, terminando a etapa em último lugar, e com uma quebra nas últimas regatas. A equipe foi formada por André Mirsky (RJ),
André Chang (SC), Marcel D`Almeida (SC-reserva) e José Dauth (SC-reserva). Lars
Grael foi o coordenador do Team Brazil. Chang destacou para o Almanáutica um ponto
negativo: o fato de o público esperar um desempenho do barco brasileiro, semelhante ao
dos demais participantes. “Mas o lado positivo foi a experiência e o contato com uma
categoria top”, completou.
A temporada teve a equipe do The Wave Muscat como vencedora. O comandante Leigh
Mcmillan tornou-se o primeiro bicampeão e a equipe, tri. Apesar de a equipe somar os
Iniciativa do coração para o coração
O Iniciative-Coeur é um dos barcos mais
velhos ainda em regata, tem 15 anos e pesa
quase duas toneladas a mais do que o Macif, barco que François Gabart usou para
bater todos os recordes da Vendee Globe,
mas que quebrou na costa baiana quando
liderava a Jacques Vabre. Mas não tem
problema. Só nesta regata Tanguy de Lamotte, que correu em dupla com François
Damiens, garantiu a cirurgia cardíaca, na
França, de 5 crianças provenientes de países pobres. Cada curtida na página da equipe publicada no Facebook valia 1 Euro,
cada 12 mil Euros equivaleu a uma cirurgia. Ao cruzar a linha em Itajaí, 62.690 Euros haviam sido transferidos de contas de
um pool de empresas francesas para custear as operações. Durante a Vendee Globe
ele angariou 180 mil Euros e salvou a vida
de 15 crianças.
Guarapiranga - SP
Opt: os melhores
O Clube de Campo São Paulo foi palco da
entrega dos prêmios do Ranking da Classe Optmist de 2013, além do Campeonato
Paulista 2013. No ranking os premiados foram: Em primeiro lugar, André Fiúza. Em
segundo Olivia Belda e em terceiroThomas Roth. Os 21 classificados no ranking
vão disputar o Campeonato Brasileiro em
Ranking definiu quem vai ao Brasileiro
janeiro, em Maria Farinha, no Recife.
Extreme: Catamarãs a mais de 70 km por hora, com capotada e muito público
mesmo pontos que a Alinghi (74) prevaleceu o critério de desempate – maior número de vitórias na competição. Segundo
a organização o público chegou a 50 mil
pessoas no final de semana da etapa decisiva em Floripa. E o Almanáutica estava lá!
Clínio de Freitas avaliou como positiva a
participação brasileira: “Foi um imenso
prazer competir com toda essa torcida a favor. Florianópolis é uma cidade linda e um
ótimo lugar para velejar”, comentou.
O SAP Team não deixou de dar seu show:
uma bela capotada que pode ser vista no
site oficial da Extreme. Na regata 7 o Extreme40 do SAP Extreme Racing Team pegou
uma forte rajada de popa, com o Gennaker
armado, enterrou a proa de sotavento na
água e não conseguiu evitar a capotagem.
A equipe de apoio e a de resgate chegou
rápido e na tentativa de desvirar o catamarã
mas ele virou novamente e quebrou o mas-
tro. Os tripulantes nada sofreram.
Monotipos e Windsurf
A Copa Mais Brasil de Monotipos, competição paralela ao Extreme Sailing Series,
acabou com vitória de Alex Veeren, da
classe Laser. O velejador do Iate Clube de
Santa Catarina (ICSC) superou outros 26
barcos das classes Snipe, Dingue e Opitimist. As duplas segunda e terceira colocadas, ambas também do ICSC, velejaram na
classe Snipe: Paola Boabaid/Carlos Berenhauser e Michel Durieux/Dionísio Durieux. Entre os Optimist, Rafael Servaes,
do mesmo clube, foi o mais bem colocado.
A prancha a vela teve seu espaço nas preliminares do Extreme 40. Adrien Caradec,
da escola Openwinds, da Lagoa da Conceição, venceu o NeilPryde Windsurf.
Preben Schmidt
Bons tempos de Lars, Preben e Torben
A XVIII Regata Preben Schmidt foi realizada em dezembro.
A regata homenageia o avô de Torben,
Lars e Axel Grael, e o percurso da regata é o mesmo de quando o avô levava os
hoje ilustres netos para passear na Baía da
Guanabara.
Este ano a regata também, homenageou
Benjamim Sodré Jr. ilustre velejador e o
mais experiente na raia, além dos 40 anos
da conquista da Fastnet Race pelo veleiro
Saga.
Também foi entregue o Troféu Ingrid Grael
para o barco mais elegante.
Foto: Blog Axel Grael
Angra dos Reis - RJ
10ª Festvela
Bracuhy
Quase dois anos após a venda, e o início
das mudanças na Porto Marina Bracuhy, a
primeira fase da reestruturação da área sob
administração da BR Marinas foi inaugurada em dezembro. Das 196 vagas secas
(até 60 pés) previstas inicialmente, foram
inauguradas 168 vagas secas (para barcos
de até 41 pés) e 28 para barcos de 42 à 60
pés. Nessa fase são 15 vagas molhadas
para até 90 pés. É conferir.
Foto: BR Marinas
A tradicional festa no ICAR em Angra
A tradicional regata Paraty-Angra teve sua
décima edição. Este evento, que encerra as
atividades de vela de oceano na Baia de
Angra dos Reis e Paraty, vem se realizando
desde 1983. Por iniciativa da Soamar – Sociedade dos Amigos da Marinha, de Angra
dos Reis e de Paraty, em 1983, foi realizado um evento homenageando a Marinha
do Brasil: Uma regata no final de semana
mais próximo ao dia 13 de dezembro (Dia
do Marinheiro). No início a regata era realizada em duas etapas.
A primeira tinha a largada em Angra dos
Reis, e chegada em Paraty. Após a chegada havia um grande churrasco em Paraty
para todos os participantes e no dia seguinte acontecia a segunda etapa com largada
em Paraty, chegada em Angra e premiação
também em Angra.
No final da década de 90, a Soamar anunciou que não faria mais o evento e o ICAR
– Iate Clube de Angra dos Reis assumiu a
organização. Mais ou menos nessa época
(1997/98), a etapa de domingo foi eliminada, e a premiação foi em Paraty, durante o
churrasco no sábado.
O ICAR realizou a Angra–Paraty até sua
21ª edição em 2003, por dificuldades com
as parcerias em Paraty, principalmente local onde oferecer o churrasco.
Em 2004, substituiu o evento pela 1ª Festvela, com uma etapa no sábado, largada
em Paraty e chegada em Angra, com almoço e premiação na sede do clube.
Essa é a fórmula que acontece até hoje.
A décima edição da Festvela tem organização do ICAR – Iate Clube de Angra dos
Reis, com apoio do Jornal ALMANÁUTICA (que distribuiu sacolas com DVD’s,
chaveiros, protetores solar da Anasol e
exemplares do jornal), da Farvo – Flotilha
de Angra dos Reis de Veleiros de Oceano, do INP – Instituto Náutico Paraty, do
Quiosque do Ceará (Paraty), do Margarida
Café (Paraty), entre outros.
Ilhabela - SP
YCI renova
Comodato
Guarapiranga - SP
Fechando 2013
5
O Clube de Campo Castelo organizou a
regata de encerramento de 2013 na Guarapiranga, terminando o ano com chave
de ouro. A regata de percurso para todas
as classes teve uma especial na Optmist,
tripulada por dois atletas: um iniciante e
outro mais experiente.
Após a regata houve uma cerimonia de
premiação com um lanche (e vista para a
represa), oferecido pelo Clube de Campo.
Os velejadores puderam deixar seus barcos
amarrados no píer do clube, ou numa boia
que foi disponibilizada pelo clube. A regaSub-sede YCI com comodato renovado ta utilizou o sistema de ranking usado nas
regatas do SPYC e do YCSA (Wednesday
O Yacht Club de Ilhabela e a Marinha do
Night Racing).
Brasil renovaram o comodato de uso da
área da Sub-sede do Saco do Sombrio. O
documento foi assinado no último dia 16
de novembro pelo representante da Mari- O Campeonato Brasileiro Classe MT19’
nha, o Delegado da Capitania dos Portos (Microtonner 19) foi realizado em novemem São Sebastião, Alexandre M. de Sou- bro. Sagraram-se campeões brasileiros na
za, pelo comodoro do YCI, Marco Anto- classe os velejadores paulistas Juan De La
nio Fanucchi e pelo vice-comodoro, José Fuente e Celestino Bourroul Neto. Em seYunes.
Foto: YCI gundo lugar a tripulação de Santa Catarina,
composta por Roberto Assis, Eduardo CasCaballitos de Totora tan e Lucas Ferreira. A novidade na competição foi que pela primeira vez houve uma
Na onda do Stand Up Paddle, o DPNY Bea- equipe exclusivamente feminina, composch Hotel de Ilhabela resgatou os Caballitos ta por Renata Bellotti, Tatiana Ribeiro e
de Totora, o primeiro SUP conhecido pela Fernanda Mazzotti, que não deixaram por
humanidade. O hotel resolveu importar 10 menos: fiaram com o terceiro lugar. Se cuiunidades depois da demanda dos hóspedes da rapaziada! Outro destaque foi a partie realizar uma pesquisa sobra a origem do cipação expressiva de Minas Gerais, com
esporte. “O SUP surgiu há dois mil anos diversas tripulações. Organização do Yacht
no Peru. E é de lá que esses equipamen- Club Paulista, com apoio da Federação de
tos, produzidos artesanalmente, foram Vela do Estado de São Paulo – Fevesp e da
importados”, explicou Heiko Obermüller, Confederação Brasileira de Vela – CBVela.
diretor geral do hotel. Existem teorias que
sustentam que o artefato teria nascido no
Brasileiro MT19’
Mudanças no Bracuhy após dois anos
Rio de Janeiro
Match Race
Brasil
A tripulação comandada por Henrique Haddad, o “Gigante”, do Iate Clube do Rio de
Janeiro venceu a equipe feminina, comandada por Juliana Senfft (Iate Clube Basileiro) na final do Match Race Brasil 2013.
Pela primeira vez em 11 anos, um time feminino chegou à decisão. O terceiro lugar
ficou com Philipp Grotchmann do Veleiros
do Sul. O Match Race Brasil é a disputa
barco a barco mais importante da América
do Sul e distribuiu R$ 96 mil reais de prêmios, sendo R$ 35 mil à equipe campeã,
que também recebeu a posse transitória do
troféu Roger Wright.
Santos - SP
Vela Oceânica
Classificação final e premiação:
1- Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) –
Henrique Haddad, Pedro Caldas, Victor
Demaison e Mário Trindade – R$ 35 mil
2- Iate Clube Braisleiro (ICB), Juliana
Senfft, Gabriela Nicolini, Luciana Kopschitz e Mareana Gouveia – R$ 20 mil
3- Veleiros do Sul (VDS), Philipp Grotchmann, Frederico Sidou, Vilnei Goldmeier e
Rodolfo Streibel – R$ 15 mil
Sup de 2.000 anos agora em Ilhabela
Egito, há 4 mil anos. A embarcação é feita
com caules e folhas de taboa e são produzidos artesanalmente e usados na pesca, na
Bolívia e no Peru. Elas medem de 4,5 a 5
metros de comprimento e a largura varia de
60 cm a 1 metro, pesando de 50 a 200 kg.
Foto: Divulgação DPNY
Mesmo a previsão de chuva não tirou a
motivação dos participantes do Circuito
Santista de Vela Oceânica, disputado no
último final de semana de novembro na
baia de Santos (veja resultado abaixo). Não
faltou vento e foi uma grande tarde de regata, a última do circuito de 2013. Com sua
experiência, o juiz Jonas Libório, do Clube
Internacional de Regatas de Santos dimensionou o tamanho das pernas e posicionamento das boias de largada e de contra vento. A premiação e confraternização ocorreu
na Sede Náutica do CIR. Mal terminou o
ano e o calendário da vela de oceano de
Santos para 2014 já foi divulgado. Ô turma
animada!
ALMANÁUTICA
O meu longo dia
Velejador experiente, Juca Andrade dá aulas em seu Classe Brasil,
batizado de Malagô. Em recente saída com alunos já experientes, o que
era para ser um passeio em flotilha acabou virando um sufoco...
Em novembro, saí de Santos em direção
“As Ilhas”, litoral norte de São Paulo.
Minha tripulação acabou sendo de três:
André, Ivan, Rodrigo e Cássio. A rigor,
nenhum desses tripulantes é velejador experiente e nenhum tem seu próprio barco.
Mas todos já tinham algumas milhas embaixo da quilha.
O vento entrou de leste logo pela manhã e
percebemos que o caminho seria por uma
estrada esburacada. Decidimos parar no
canto do Indaiá, para dar um mergulho,
curar o enjoo e comer bem. No dia seguinte suspendemos cedo, quase sem vento.
Seguimos motorando, e ao chegarmos no
través da Riviera de São Lourenço. Lá o
motor começou a esquentar de forma completamente anormal. O alarme disparou e
não houve outra opção senão desligá-lo.
O que fazer? Vamos no pano mesmo!
Velejamos aproveitando o terral de través
que ora vinha com 18 nós, ora acalmava de
vez. Não mexi no motor e ao meio dia nos
encontramos com nossos amigos.
Ao chegarmos n’As Ilhas fui ver motor do
Malagô. Mergulhei e limpei a admissão da
água salgada. Estava um pouco suja, mas
não obstruída. Depois desmontei a bomba
d´água e troquei o rotor. O antigo estava
perfeito. Verifiquei o óleo e estava tudo
perfeito. Mas a água do radiador estava
Ele estava frio, mas gradativamente foi
esquentando, até que duas milhas depois
ferveu. Desliguei e olhei em volta. Estrelas
no céu, lua cheia, o Montão de Trigo no
través, silencioso. Mas o vento morreu.
As luzes de navegação dos outros barcos
sumiam uma a uma no horizonte. Em pouco tempo estávamos por nossa própria conta. O motor esfriava e nós completávamos
“
a frente e derivava a meio nó para a praia.
Marquei a faixa de areia mais próxima
como alvo e o GPS nos indicava que bateríamos na areia em torno de 14h. Amarrei
a roda de leme, travando-a. Joguei alguns
cabos na água e uma das bóias circulares.
Verifiquei se tudo estava fechado e entrei
na cabine. Eram 4 e meia.
Quando amanheceu voltei para o convés.
Estávamos um pouquinho mais perto da
costeira, mas ainda seguros. O mar trazia
ondas de três metros, algumas maiores. Ao
abrir a genoa o capear foi para o espaço.
O barco andava em círculos, procurando
sempre ir para a praia! Mais grave, a velocidade subiu de meio para quatro nós. Foi
então que tomei uma decisão difícil: voltar
para o Montão de Trigo. Algo como dirigir
a noite toda entre São Paulo e Florianópolis e, depois de Joinville, resolver voltar
para Santos.
Algumas horas depois chamei Delta 24
o radio e expliquei a situação. Pedi um
acompanhamento de hora em hora para reportar a situação e a posição. Conseguimos
avistar o Montão de Trigo apenas a menos
de uma milha e meia de distância. Ao meio
dia lançamos ferro. Fizemos contato com o
Iate Clube de Barra do Una e conseguimos
um transporte com um pescador do Montão de Trigo, para desembarcar Rodrigo e
Ivan. O André e o Cassio ficaram comigo.
A previsão para a segunda-feira era de ventos favoráveis de até oito nós. Consertei a
O bom e velho Malagô, Classe Brasil utilizado nas aulas por Juca: aprendizado
o radiador. Avançávamos duas ou três milhas na calmaria e desligávamos o motor
fervente. Uma brisinha entrava aqui e ali e
as aproveitávamos ao máximo.
Uma hora da madrugada a retranca começou a reclamar. O vento entrou, mas não
veio tão forte quanto eu esperava. Coisa de
vinte nós.
O Malagô colocou suas artroses para trabalhar. Zumbia, rangia, gritava. Três da para o espaço. Estávamos a oito milhas do
Superman e Supergirl: alívio no final manhã o vento entrou de verdade. Eu es- canto do Indaiá, bem afastados de terra.
timo em mais de quarenta nós. O mar fi- Percebi que o leme estava travado para
baixa. Procurei vazamentos, mas só encou branco. As ondas quebravam no con- bombordo. Um pedacinho de genoa estacontrei algum pela tampa. Improvisei uma
vés. Um uivo estridente não saia do ar e va armado para boreste. O barco “travou”
vedação, mas não resolvia. Ainda assim a
falar uns com os outros era praticamente alinhado a 45º com as ondas. Não ia para
água que pingava era muito inferior a água
perdida e nenhum grande vazamento era
encontrado... Estávamos no pano mesmo.
Uma ameaça de chuva surgiu no horizonte. O plano era ficarmos ali até a manhã
seguinte. Haveria a entrada de uma frente
fria com ventos de SW na casa dos 20 nós
na rajada.
Considerando que o windguru sempre erra
para menos, podia-se esperar problemas
por vir. Apesar da beleza do lugar alguns
fatores o tornam inseguro para enfrentar
uma tempestade. O primeiro é que fica
muito próximo o continente. Segundo, o
local é muito raso e terceiro, a geografia
dos morros intensifica o vento que entra.
Deveríamos antecipar a partida para o
mesmo dia e tentar chegar a Santos antes
da entrada da frente. Sem motor, muito
provavelmente pegaríamos a entrada da
frente fria bem de cara. Rizei a mestra na
primeira forra, liguei o motor e seguimos. As Ilhas: no início ninguém suspeitava da frente fria que causaria transtorno
O Malagô colocou as
artroses para trabalhar...
Zumbia, rangia, gritava...
‘‘
6
impossível. A velocidade do barco foi para
as alturas e os choques com as ondas extremamente violentos.
Atado à linha de vida, fui até o mastro. Pedi
para o Cassio jogar a proa um pouco mais
para o vento. A vela desinflou e comecei a
descê-la. Ela desceu bem, mas o lazy jack
voou pelos ares. Com isso a mestra caiu
dentro da água e formou uma barriga. Fui
até a popa e cortei com uma faca o cabo do
rizo. Não ajudou em nada a não ser tornar
as coisas piores: a barriga submersa da vela
aumentou e o pino que segurava a valuma
na retranca estourou.
Com a vela fora da retranca foi mais fácil embarcá-la novamente, com a ajuda do
Ivan, mas sem ela o controle do leme foi
O ventão começou a entrar devagar...
mestra no fim da tarde. Estávamos sem talas, mas voltamos a ser um veleiro! No dia
seguinte, às 6 da manhã acordei e perguntei
para meus tripulantes: “- Quem quer ir para
casa?” O motor foi ligado para ajudar, já
que o vento era ainda fraco e voltou ao normal, trabalhando abaixo de sessenta graus.
Vai entender...
No meio da tarde atracamos em nosso porto final. Para minha surpresa minha pequenininha filha Alice estava vestindo a camiseta dela de Super Man. Caí no choro. Era
o final. Chegáramos.
Obrigado a todos que nos ajudaram e que
pensaram positivamente.
Bons ventos a todos e estrelas à barla.
Sempre!
Juca Andrade
Radiocontrolado Classe 65
Ricardo Maia, incentivador dos radiocontrolados no Iate Clube do Natal
dá dicas preciosas de como fazer um Classe 65, um dos mais usados nesse
hobby. Com um método simples e barato, qualquer um pode começar!
Eletrônicos
7
em http://frediom.wordpress.com/leitores/rico-natal-rn
onde também mostro como fazer o leme. Compre fio de aço inox de 1 mm para os moitões, os quais serão trabalhados com um alicate de ponta fina e redonda. Para os cabos
de escotas, estais e extensões dos servos, use linha de costura encerada 100 % poliéster
(pode ser a fabricada pela Setta, modelo Settanyl). Para as travas de regulagem dos
cabos, use cartões grossos de plástico: faça 3 furos e boleie as quinas. Para o mastro e
retrancas, canos de antenas de tv, ou canos de alumínio comprados (custa menos de R$
10,00 o varão de 6 metros). Também será preciso pedaços de alumínio para a extensão
do braço do servo de vela e prolongamento top do mastro. Para o leme, 2 raios de bici-
Em primeiro lugar é preciso equipar-se com eletrônicos. Comprar transmissor, receptor
e os servos. Há várias possibilidades pela internet (inclusive fora do país) e nas grandes
cidades lojas especializadas. Você precisará de dois servos (um para o leme e outro para
vela) e um rádio/receptor. Para um veleiro, procure um modelo mais simples, cujo controle manual (stick) tenha uma fixação na posição desejada, que será usado nas velas.
As baterias recarregáveis também podem ser compradas em lojas físicas ou na web e o
preço varia bastante, sendo encontradas por volta de R$20 numa embalagem com quatro
unidades mais o carregador.
Veleiro
No site www.velarc.net você achará diversos modelos de RC 65. Procure em download
– plantas e escolha uma. Se é iniciante, veja a planta do Jif 65, bastante didática. Copie e
imprima os planos. Você poderá optar por construir o casco de duas maneiras: com madeira balsa ou fazendo um molde e construindo de fibra. Para a construção em madeira
balsa, você vai moldar o casco com elas, colar e lixar, pintando depois. Com o tempo
você adquirirá prática. É bem fácil.
Já para fazer o molde para fibra (depois você pode reproduzir vários veleiros a partir desse molde), você deverá passar os desenhos das cavernas para madeira (não muito grossa) e depois colar de cabeça para baixo sobre uma outra madeira que servirá de apoio.
Depois ela será cortada. Não se preocupe com o peso porque esse é somente o molde e
não será usado para navegar. A partir daí vamos preencher os espaços entre as cavernas
com gesso, moldando, pintando, emassando, lixando e pintando novamente até fazer
o formato do veleiro, usando as cavernas como parâmetro. Esse é o chamado “plug”,
ou seja, o modelo de onde será feito o molde. Depois ele é encerado e encaminhar ao
próximo passo. Depois de pronto o casco, passamos a desenhar o deck a nosso gosto ou
seguindo a planta, repetindo todo o processo. A partir daqui começamos a mexer com
resina e fibra de vidro. Adquira manta, resina, catalizador, máscara, pincel, solvente,
estopa, pequenas vasilhas e uma boa tesoura. (No Almanáutica num. 08 que pode ser
baixado no site do jornal há uma matéria sobre como mexer com fibra).
O casco deve estar bem liso, sem imperfeições e encerado com cera desmoldante (ou
outro tipo de desmoldante que é um material (cera ou líquido) que seca e cria uma película, impedindo que a fibra grude no molde). Laminamos e retiramos a forma. Depois
de verificarmos se ela saiu bem lisa, iniciaremos o modelo propriamente dito, a partir
desse molde. Caso tenha saído com pequenas imperfeições, estas podem ser corrigidas
com lixa e massa rápida.
Para a quilha adquira uma peça de alumínio de aproximadamente 30 cm x 4,5 cm x 2
mm para o feitio da bolina, ½ k de chumbo, 2 pregos de caibros. O passo-a-passo está
Rádio Marinha
A Marinha do Brasil já contava com sua rádio desde 2011 em FM, nas cidades de São
Pedro da Aldeia - RJ (99,1 MHz), Corumbá-MS (105,9 MHz), Manaus-AM (99,9
MHz) e Natal-RN (101,1 MHz). A partir de
uma busca no Google você pode também
ouvi-las pela web. A novidade agora são
os aplicativos para sistema Android e para
Sup de Pet
Aconteceu em novembro, na Praia Central de Garopaba (SC), o segundo Surf Pet
Festival, evento de surf conhecido por ser
surfado em pranchas feitas de garrafas pet.
A iniciativa da construção desse tipo de
prancha – também utilizada no Stand Up
Padlle – foi de Jairo Lumertz, também idealizador do evento e do projeto que leva às
escolas da região a técnica de construção.
E o mais importante é exatamente esse tipo
de mentalidade.
No evento, todas as pranchas utilizadas foram confeccionadas pelos alunos das escolas do município de Garopaba.
Show a ser seguido!
Jairo Lumetz: O Sup que sai do lixo
O radiocontrolado Classe 65 em ação: muita ação e adrenalina sem força
cleta de inox e um canudo de todynho. Para as velas, depois de testar vários materiais,
adotamos o papel polyester (3 folhas de A3) comprado em casa de serigrafia. Para a
junção dos painéis das velas, uso fita durex colorida, comprada em qualquer livraria.
Como não usaremos gel coat, compre uma latinha de esmalte sintético automotivo da cor
preferida (casco, leme e bulbo), ou use pigmento na resina que dá um tom interessante
no acabamento final. Adquira ainda de pedaços de madeira balsa, buriti ou mesmo pinho
para reforços do mastro, retrancas, fixação dos moitões e mesa de servos. Madeira com
aproximadamente 30 x 60 cm para o berço (compensado 10 mm). Use EVA para fazer
uma proteção do bico de proa, bem como carpete para colar no berço.
A você que se dispõe a construir um veleiro RC 65, seja bem-vindo ao nosso hobby.
Estou à disposição para qualquer dúvida pelo email [email protected]
Bons ventos,
Ricardo Maia
Referências:
www.nauticurso.com.br
www.velarc.net
www.frediom.wordpress.com
iOS (iPhone e iPad), lançados em novembro. Ao contrario do que pode parecer não
se trata de uma rádio chata e de notícias
oficiais. Músicas de boa qualidade (inclusive rock) estão presentes na maior parte
do tempo. Claro, os spots de informação,
jornalismo, cultura, esporte e utilidade pública, além das notícias da Marinha fazem
parte da programação. Cada uma das rádios tem sua própria programação. Escute,
escolha e coloque em seus favoritos!
Estúdio da Rádio Marinha: ouça!
ALMANÁUTICA
8 Ponta Recife
de Pedras
Santa Catarina
Volta à Ilha
Rio Grande do Sul
Ranking da 470 Mérito Esportivo
Mais de sessenta anos enobrecem a
regata mais tradicional do Recife
Veleiros da Ilha encerra o ano com
competição de 45 anos, a Volta à Ilha
Velejadoras do Jangadeiros ficam
em 2º lugar no ranking da classe 470
A 61ª edição da Regata Benedito CésarPonta de Pedras - Recife, organizada pelo
Cabanga Iate Clube, foi realizada em dezembro. Além de ser a competição náutica
mais tradicional do Estado, a prova é a segunda regata mais antiga do País. A regata
teve início em 1952, quando um grupo de
velejadores aventureiros foi recepcionado
por Benedito César, na localidade de Ponta
de Pedras, de onde depois, partiram rumo
ao Recife. Hoje, mais de seis décadas depois, a regata em organizada pelo Cabanga
Iate Clube de Recife e reúne anualmente
nada menos que 150 velejadores em todas
as categorias. Esse ano, o destaque (novamente) foi o velejador Eliseu Vieira, de 53
anos, cearense radicado em Recife. Ele
corre de windsurf e, mesmo depois de ter
largado sete minutos atrasado, foi o Fita
Azul conquistando o oitavo título em 16
participações. O primeiro na Classe Oceano foi o Patoruzú, seguido do Suva 4 e
Ave Rara. Na Optimist o primeiro geral foi
Tiago Monteiro. No Snipe, a dupla Pedro
Fázio e Ana Luíza Leite. No Dingue a dupla campeã foi Clovis Holanda e Jorge Fabrício. Vitor Soares levou a Laser.
Iate Clube de Santa Catarina – Veleiros
da Ilha – encerrou o ano com a tradicional Volta à Ilha. Foi a quadragésima quinta
edição com veleiros de todo o Brasil. Participaram as Classes ORC Geral, C30, RGS
A, RGS B, RGS C, RGS Cruzeiro, Proa
Rasa e Visitante. Nos últimos anos, duas
equipes venceram nove das últimas dez
edições: Catuana Kim (5 vezes) e Mano’s
Champs (4). Em 2012, entretanto, a vitória
foi do Zing II. Este ano a vitória foi
Decacampeão mundial
Com a recente conquista em Omã,
Robert Scheidt se torna o maior
campeão que o Brasil já teve.
E ele quer mais...
Com a recente conquista em Omã, Scheidt
chega ao 10º título mundial de Laser. É o
maior nome da história da classe. “ Talvez
seja o título mais especial da minha carreira, pela volta à Laser após oito anos de
ausência e por estar num momento diferente da minha vida. “, comentou Scheidt. Ele
liderou de ponta a ponta e foi o mais regular entre os 126 competidores. Apesar do
sucesso na Laser, ele ainda manda muito
bem na Star: nos últimos anos conquistou
três títulos mundiais e duas medalhas olímpicas (prata e bronze), ao lado de Bruno
Prada. Embora fora dos Jogos Olímpicos,
os próprios atletas criaram a Star Sailors
League – SSL (Liga dos velejadores de
Star) este ano. O objetivo da Liga é oferecer aos atletas da Classe uma continuidade,
além da oportunidade aos novos expoentes, o que provavelmente não encontrariam
no rumo dos Jogos Olímpicos. O exemplo
do modelo ficou nítido com a inédita Star
Sailors League Finals, disputada recentemente nas Bahamas, no Nassau Yacht
Club. Foram 13 países representados por
18 duplas, competindo durante quatro dias.
Robert Scheidt e Bruno Prada, o americano
Paul Cayard, o francês Xavier Rohart, líder
do ranking da SSL, o também americano
Mark Mendelblatt e o italiano Diego Negri
estiveram entre os finalistas convidados,
com base no ranking da nova organização.
Claro, quem levou o compeonato em Nassau no fim das contas foi a dupla Sheidt/
Prada. Não é mole não...
Vitória da ANI
na Argentina
Equipe da ANI viaja para a
Argentina e traz vitória no Optmist
A Equipe de vela da Associação Náutica de
Itajaí participou do 1 º Encontro Internacional de Optmist, organizado pelo Clube
De Pesca e Náutica Las Barrancas, em San
Isidro, na grande Buenos Aires, Argentina,
que aconteceu de 5 à 9/12 e trouxe para Itajaí o troféu de primeiro lugar. Na raia do
Rio da Prata havia em torno de 50 crianças
velejando todos os dias, e o nosso atleta,
Alexandre de Souza Filho, de 13 anos foi
o grande Campeão, ocupando o primeiro
lugar no pódio, após realizar várias regatas
de Optimist (Barco escola- Categoria inicial do esporte da vela).
Além de velejar em águas portenhas os jovens atletas da ANI tiveram a oportunidade
de fazer um intercâmbio cultural, visitando
diversos pontos turísticos em Buenos Aires e seus arredores, conhecendo um pouco da história do povo argentino, entrando
em contato com outro idioma. Este intercâmbio foi intensificado quando a equipe
de atletas foi recebida nas residências dos
amigos velejadores do país vizinho. “Estamos orgulhosos de apresentar tantos resultados com uma equipe tão jovem, pois começamos a treinar estas crianças há apenas
1 ano e meio” comentou Claudio Copello,
Diretor Presidente da ANI.
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan –
atletas do Clube dos Jangadeiros - fecharam 2013 na segunda colocação do
ranking mundial da classe 470. A dupla
está apenas seis pontos atrás das primeiras colocadas, as austríacas Lara Vadlau
e Jolanta Ogar, que disputaram uma competição a mais na temporada. Fernanda e
Geison Mendes e Gustavo Thiesen
Ana ainda conquistaram os títulos brasileiro, sul-americano e da Semana Brasi- Em dezembro aconteceu o Prêmio Mérito
leira de Vela, competição que definiu a Esportivo Estrelas do Esporte, promovido
Equipe Brasileira de Vela. (foto: Martinez Studio) pela Secr. Est. do Esporte e Lazer; Fundação de Esp. e Lazer do RS e a Assoc. das
Federações Esportivas do RS. O secretário
estadual de Esporte Kalil Sehbe, a presidente da Fundação, Renita Dametto, o presidente da Afers, Nelson Ilha, e a ginasta
Daiane dos Santos, embaixadora do esporte gaúcho, foram os anfitriões. Durante
a cerimônia foi feita a entrega das bolsas
atleta para Geison Mendes e Gustavo Thiesen (470) que estão em campanha olímpica
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan para 2016.
Novo Roteiro Náutico Santos Rio
Depois do sucesso dos guias náuticos da Bahia, Hélio Magalhães lança
Roteiro Náutico que abrange mais de 130 ancoragens entre Santos e Rio
Após quatro anos de pesquisas, mais de 400 lugares visitados, banhos de cachoeira, sol,
chuva, velejadas inesquecíveis, calmarias e muitos biquínis surge o Roteiro Náutico
Santos Rio, de Hélio Magalhães.
São mais de 130 ancoragens, as melhores delas. Mais de 300 fotografias primorosamente feitas em dias de sol, e inúmeras dicas, alertas, facilidades e uma narração que já é
marca dos Roteiros Anteriores sobre a Bahia. “Eu chego em cada lugar como chegaria
qualquer navegador. De forma simples, roupas simples, havaianas, uma prancheta na
mão uma câmera a tira colo, muita curiosidade e respeito pelo morador do lugar. Transformo as conversas com eles em informações preciosas para o navegador”, explicou ao
Almanáutica, Hélio. A ABVC – Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro é um
dos patrocinadores.
“Certamente esse é o papel da ABVC como entidade dos cruzeiristas. E os associados
serão beneficiados mais uma vez”, explica Maurício Napoleão, Presidente da entidade.
O Roteiro Santos Rio está pronto, em fase de finalização e início de impressão e seu
lançamento está previsto para 2014.
Mais de 300 fotografias no livro novo
Jet ski
Bruno Jacob e seu
Jet sustentável
Ski King´s Cup 2013 foi realizado na
Tailândia, válido como etapa da Copa do
Mundo de Jet Ski. Pilotos de diversos países participaram, entre eles, o piloto baiano
Bruno Jacob, que ficou na nona colocação
da categoria Freestyle. “O evento é gigante
e o país respira muito Jet Ski, pois a Ásia é
muito forte no esporte. Terminei em nono,
aprendi muito e vou buscar um resultado
ainda melhor na próxima etapa, na Austrália, no final de Janeiro”, contou Bruno. Ele
desenvolveu o projeto de Jet Ski sustentável – o GiroX, feito com 95% de materiais
recicláveis e de custo 40% inferior dos
concorrentes. “Estamos nos organizando
pra levar o GiroX para a Ásia, já que temos
um novo atleta que irá usar e começar a representar o produto naquela região. Nosso
modelo está sendo cada vez mais atraente
para muitos pilotos do mundo todo. Fico
muito satisfeito, pois isso ajuda a popularizar o esporte”, explicou.
(Foto: Facebook)
Projeto sustentável: 40% mais barato
WIND
Canoa Quebrada:
II Festival dos Ventos
Festival reúne wind, kite e jangadas
Canoa Quebrada, em Aracati, a 175 km
de Fortaleza (CE), sediou o II Festival Internacional dos Ventos em novembro. As
disputas de windsurf, kitesurf e parapente,
além da regata de jangadas, coloriram o
céu e mar da região. O Festival foi válido
como a etapa final do Campeonato Cearense de Kitesurf Freestyle Open, nas categorias Masculino e Feminino. Nessa categoria, Eudazio da Silva levou a melhor no
masculino. Já no feminino, natural de Canoa Quebrada (CE), Luana Saunier levou a
melhor. No Parapente Ayrton Silveira que
estreou na categoria, desbancou competidores de alto nível. Na regata de jangadas,
que aconteceu em duas categorias, mestre
Enézio levou na A, e mestre Zazinha na B.
Windsurf show em Canoa Quebrada
O Festival Internacional dos Ventos é
uma realização da Associação Brasileira
de Windsurf (ABWS), com patrocínio do
Governo do Estado do Ceará, através da
Secretaria do Esporte, e apoio técnico da
Associação de Kitesurf do Ceará (AKC),
da Federação de Parapente e Asa Delta do
Ceará (Fepace) e da Associação de Esportes Radicais de Canoa Quebrada.
(Foto: Fernando Braga)
kite
Nayara Licarião nos conta as novidades sobre o Mundial de Formula
Kite realizado na China e incluído pela Isaf como Classe Olímpica
Mundial de Formula
Kite na China
De 17 a 24 de Novembro tivemos as disputas do campeonato mundial da provável classe olímpica nos jogos de 2020 em
Tokyo. O evento foi realizado na Ilha de
Hainan/China e contou com a presença dos
120 melhores homens e das 40 mulheres do
ranking da ISAF.
Foram 5 dias de disputas em condições variadas. Nos primeiros dias tivemos ventos
fortes, de 22 a 18 nós, que foram progressivamente baixando e nos últimos dias de
campeonato os velejadores tiveram que enfrentar condições mínimas de velejo, com
apenas 6 nós!
Resultado, os velejadores que mais se
adaptam a condições mistas se sobressaíram e levaram a melhor. Entre os homens,
vitoria do Alemão Florian Gruber, que des-
bancou o bicampeão mundial, o americano
Jonny Haineken, que ficou com a 2ª posição seguido do francês Maxime Nocher.
Entre as mulheres, a americana Erika Haineken levou a melhor e ficou com o Bicampeonato vencendo quase todas as regatas à frente da inglesa Steph Bridge. E em
terceiro ficou a jovem revelação Russa de
apenas 15 anos, Elena Kalinina.
Entre os brasileiros, Wilson Bodete apesar
de ter tido um bom começo de campeonato, teve alguns problemas com protestos e
com ventos fracos e conseguiu ser o melhor Brasileiro na 20ª colocação. Também
estiveram presentes outros três brasileiros,
Ricardo Dutra, Victor Adamo (Pimpolho) e
Roberto Veiga.
Eu que vos falo, infelizmente - ou felizmente - não pude estar presente, pois estou
esperando meu primeiro filho e optei por
não arriscar nessa longa jornada pra China,
além do que a comida chinesa também não
9
seria uma boa opção para quem estava passando por uma fase ruim de enjôo...
Ano que vem pretendo estar de volta na
luta por esse sonhado título.
Kite na ISAF
Sailing World Cup
Uma excelente notícia para os race kitemaniacos é que após o ultimo meeting da
ISAF, agora em novembro, foi decidido
pela inclusão do Formula Kite nas próximas etapas do circuito mundial de classes
olímpicas. Essa inclusão será para adaptar
o formato do esporte para uma possível inclusão nos jogos de Tokyo 2020. Estamos
todos na torcida para que tudo corra bem!!!
Foto: Fernando Braga
Nayara Licarião é hexaampeã brasileira
de kite, mora e veleja em João Pessoa
ALMANÁUTICA
10
CURTAS
MERGULHO
Especialidades
f
Papo de Cozinha
O Jangadeiros comemorou em dezembro, o aniversário de 72 anos do clube, e o
Veleiros do Sul comemorou o aniversário
O curso de manutenção de equipamentos é de 79 anos! Parabéns aos clubes gaúchos!
uma especialização que todas as credenciaUma tradição peruana espalhada por
O Clube Naval Charitas completou
doras sempre indicam aos mergulhadores
e pode ser feita sem nenhuma exigência este ano 30 anos de existência com direito toda a América Latina, renovada com
a adição de lima ou de gengibre!
maior de conhecimento da atividade; isto a festa e bolo de aniversário. Parabéns!
é, você pode fazer desde sua formação do
O clube Cota Mil (DF) e a empresa Cebiche, ceviche, cerviche ou seviche é
curso básico. Quando você faz o curso
Griffo Serviços de Segurança e Vigilância um prato de origem peruana baseado em
Open Water Diver – o curso básico, você já
foram condenadas a pagar R$ 13 mil a um peixe cru marinado em suco de limão ou
é apresentado aos principais equipamentos,
homem que fez xixi no Paranoá. A confu- outro suco citrico. A primeira versão do cee seus sistemas de funcionamento, cuidasão aconteceu em junho de 2009 durante viche foi registrada como cerca de 2.000
dos de uso, particularidades de montagem.
uma festa no clube. Segundo a vítima ele a.C. entre o povo Mochica do litoral norAí você vai usufruir deles em seus mergufoi agredido com socos, tapas no rosto e te do Peru. O peixe era marinado em suco
lhos em águas abrigadas e abertas (normallevado à força até o portão de saída. A em- de tumbo (similar ao maracujá). Os Incas
mente piscina e mar). Nessa especialidade
presa alegou que o homem teria se ferido faziam algo similar usando “chicha”, uma
você os conhece “por dentro”, como são
porque caiu em uma escada. O clube, que bebida fermentada de milho. Ainda em
feitos, a funcionalidade e como deve cuiapenas alugou a área para a festa acabou tempos pré-colombianos foi acrescentadar para evitar problemas durante o uso;
tendo que pagar (parte d)o pato...
da a pimenta “aji”, muito picante, hoje
também vai aprender a corrigir eventuais
falhas. Vai aprender por exemplo, princiA I Semana Náutica da Paraíba foi uma obrigatória nesse prato. O limão só veio a
pais cuidados que você deve ter com...
verdadeira festa com regatas de Hobie Cat, ser usado a partir do século XVI quando
Cilindro de ar: inspeção visual a cada 6 Laser, Wind e Kite. Que venha a segunda! chegaram os espanhóis.Para o preparo de
meses a um ano (depende do uso que faz,
se diário, semanal, mensal). A cada 5 anos
é feita obrigatoriamente a inspeção do
Teste Hidrostático, para você ter certeza
que poderá continuar colocando carga de
pressão conforme normas do fabricante. O Do estaleiro catarinense Arataca da ENNH vieram alguns veleiros Classe Brasil, pelas
cilindro deve ser carregado onde há certeza mãos de Mario Nocetti. Auxiliado pelos artesãos “Claudinho” e “Dedinho” (que a hisque seu enchimento está dentro das condi- tória não registrou), em 1951 nascia o BL 15 Procelária de Fernando Pimentel Duarte,
ções exigidas pelo fabricante: compressor tetracampeão da Santos-Rio em 53, 57, 61 e 64. O Procelária afundou em 1981 em
limpo, filtros limpos, ar de boa qualidade. Fernando de Noronha sob o nome de Nagual, e pertencendo a Paulo Tupinambá. A desColete Equilibrador: seja ele tipo Jacket, crição desse naufrágio está no livro do escritor (nosso colunista) José Paulo de Paula “É
Babador, Asa, é preciso manter suas par- proibido morar em barco”. A rara foto mostra os momentos finais do Procelária.
tes de metal e plástico sempre protegidas,
lavando bem após o uso, sempre atentando
para sinais de vazamento. Isso serve também para a Roupa Seca.
Reguladores de 1º e 2º estágios e mangueiras: normalmente você tem que fazer
a manutenção anual, troca de reparos do
fornecedor, limpeza e manutenção das partes metálicas e plásticas.
Lanternas, Caixas estanques de Fotosub
e Computadores: lavar sempre em água
doce e guardar em lugar arejado. Trocar
as peças que apareçam com problema de
imediato, pois assim não compromete sua
diversão e principalmente sua segurança.
Manter as principais peças de reposição
guardadas e em mãos (pilhas, baterias,
lâmpadas, o’rings).
Un buen Cebiche
f
f
f
Fácil de fazer, saboroso e charmoso
um bom ceviche, o essencial é que o peixe seja fresco (nunca congelado), branco
(sem muita gordura, nem músculo) e de
carne firme. O camarão, lagosta e o polvo
podem (devem!) ser usados. Para marinar,
a laranja também pode ser usada. E o que
pode realmente dar um gosto especial é
a lima. A mistura desses cítricos também
pode ser usada e você pode tentar obter o
melhor dessa mistura. Um toque de gengibre ralado também deixa a receita mágica!
No Peru onde o ceviche é considerado o
prato nacional, usa-se a cebola e a pimenta. E você ainda pode incluir ingredientes
acessórios como alho, pimentão, milho,
abacate, salsinha, coentro...
Túnel do Tempo
Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 Marinha
do Brasil e Instrutor NAUI / PADI
Registro: O BL 15 Procelária momentos antes de acabar-se em Noronha
Pode ser servido em taças ou no prato
O Ceviche é servido como entrada com
torradinhas, bolachas, ou simplesmente em taças com uma colher de café para
ser comido. Ou pode também ser o prato
principal da refeição, acompanhado com
batatas, batatas doces cozidas, ou ainda espiga de milho cozido. Bem peruano. Para
acompanhar, drinques como o pisco sauer,
mas cerveja também harmoniza bem com
o prato. A seguir uma receita básica.
Ingredientes
180 g de peixe em cubos ou desfiado
140 ml suco de limão (até cobrir todo o
peixe)
Uma pitada de pimenta dedo-de-moça picada
60g de cebola em fatias finas
Uma pitada de salsinha picada
Sal
Modo de Preparo
Tempere o peixe com sal. Cubra com o
suco de limão espremido e coado na hora.
Coloque na geladeira por cerca de uma
hora. Retire e agregue a pimenta e a cebola. Misture bem para que o peixe absorva
os sabores. Adicione a salsinha e sirva na
hora. Bom apetite!
ANUNCIE:
Você aparece em todo o Brasil.
São leitores de qualidade e colunistas
formadores de opinião.
Associe sua marca!
[email protected]
Oficina do Capitão
Marcando sua
ancoragem
Saber exatamente quantos metros
de filame é jogado numa ancoragem
pode ajudar na sua segurança.
E fazer a marcação, é bem simples!
“Quanto de corrente eu já joguei, mesmo?”, pensa o Comandante ao iniciar a ancoragem... Ou pior, o triupulante (a esposa
operando o guincho)... “Ahn... 20 metros,
não, 15... acho que 20... isso, foram uns
20...”.
Não existe nada pior do que ancorar mal
sua embarcação. Mesmo sabendo a teoria
básica (jogar de 3 a 6 vezes o filame, em
relação à profundidade local), na hora “H”
a menos que se tenha um contador de elos,
a solução é marcar a corrente (ou o cabo).
No segundo caso, fitas coloridas ou linhas,
podem ser trançadas entre o cabo, de 10
em 10 metros, ou mais precisamente, as
primeiras marcas de 10 em 10 metros e as
demais de 20 em 20.
Mas se seu caso é corrente, a coisa fica um
pouco mais complicada. Em alguns países – como os EUA – existem marcadores
plásticos que se encaixam nos elos e, com
sorte, não quebram. Por isso se for esse seu
caso, a dica é colocar uns 3 próximos uns
dos outros de maneira a que pelo menos
um esteja por lá na próxima ancoragem.
Se você não tiver esse marcador, pode
também fazê-lo com as famosas fitas Hellerman (engasga gato em algumas localidades). Elas são vendidas em diversos
tamanhos e cores, facilitando a marcação.
O problema pe que também são vendidas
em diversas qualidades, e claro, as piores
duram pouco. Ressecam e quebram com
facilidade.
Depois de instalá-las, corte a sobra com
um alicate, rente à trava. E aqui vale o
mesmo que para os marcadores: faça várias marcas em elos próximos porque com
o tempo – mesmo que boas - uma ou outra
sempre vão cair ao passar pelo guincho, ou
por ressecarem com sol e água salgada.
Uma dica é: Quanto menor a fita, maior é a
possibilidade de ficar presa e não ser cortada a passar pelo guincho. Você pode optar
também por fazer as marcações de acordo
Fitas Helermann ajudam a marcar
com a profundidade que deseja: uma marca, 10 metros, duas marcas para 20, 3 para
30, e assim por diante.
E finalmente, se você é chegado numa arte,
pode pintar alguns elos. Basta pegar um
saco de lixo e após medir o trecho a ser
marcado, coloque um pouco da corrente
dentro do saco, onde ela será pintada sem a
desagradável surpresa de pintar também o
cockpit. Aqui vale uma boa tinta que pode
ser em lata ou spray. Claro uma tinta epoxi
é melhor (e mais cara), mas qualquer uma
para metal vai durar um bom tempo.
Mas qualquer que seja sua opção, lembre-se: na dúvida, jogue mais um pouco de
corrente!
Santa Catarina
Volta à Ilha número 45
A tradicional regata que encerra o ano de competições aconteceu pela
quadragésima quinta vez, com disputa entre tradicionais ganhadores
como Catuana, Mano’s Champ e Zing II. O Catuana foi Fita Azul.
Iate Clube de Santa Catarina – Veleiros da Ilha – encerrou o ano com a tradicional Volta
à Ilha. Foi a quadragésima quinta edição com veleiros de todo o Brasil.
Participaram as Classes ORC Geral, C30, RGS A, RGS B, RGS C, RGS Cruzeiro, Proa
Rasa e Visitante. Nos últimos anos, duas equipes venceram nove das últimas dez edições: Catuana (5 vezes) e Mano’s Champs (4).
Em 2012, entretanto, a vitória foi do Zing II. Este ano a vitória (Fita Azul) foi do Catuana
(Paulo Cocchi), com pouco mais de 9h40min de prova. Em seguida cruzaram a linha de
chegada o Zeus e o Katana.
No total, 31 embarcações largaram, e a última cruzou a linha de chegada próximo das
6h30min do dia seguinte, completando a prova em aproximadamente 20h30min.
(Foto: Gabriel Heusi)
Catuana: Pela sexta vez, vence a competição que encerra o ano em Floripa
Biblioteca
de
Bordo
SDRUVS!
Luciano Zinn resolveu morar a
bordo e passear alguns meses no RS
em seu minúsculo Atol, de 23 pés
Quem conhece Luciano Zinn afirma: é
uma figura exótica. Uma daquelas pessoas que deixou a vida “normal” para viver a
bordo. “Em 2003 me preparei para o meu
maior desafio até então: Navegar por todo
o chamado Mar de Dentro que compreende o Lago Guaíba, Lagoa dos Patos, Canal
de São Gonçalo, Lagoa Mirim e alguns dos
seus rios”, conta Zinn.
E isso com um Atol 23, um veleiro de sete
metros chamado Sdruvs. “Depois de um
tempo de preparação, no natal de 2003 eu
soltei as amarras de Porto Alegre para passar todas as minhas férias de professor do
estado nesta aventura”, conta.
Como resultado dessa experiência, Luciano Zinn escreveu sobre um divertido e econômico cruzeiro a bordo de seu minúsculo
veleiro. Navegando pelas águas da Lagoa
dos Patos, com seu clima instável e suas
águas rasas; de fundeadouro em fundeadouro, de arroio em arroio, chegando inclusive “às águas internacionais” do Uruguai. Ventos instáveis e fortes, águas rasas
e traiçoeiras, e as cartas de navegação que
não ajudam muito nesse lugar são os ingredientes do livro – ele ainda teve de enfrentar as dificuldades de convivência com sua
companheira de viagem. Do roteiro descrito no livro, ele destacou para o Almanáutica as principais dificuldades: “navegar
os lagos, lagoas, rios e canais do sul do
Brasil/Uruguai é possível com um veleiro
de não mais de 1,50 de calado. O período
11
ideal seria o verão, mas também tem seus
prós e contras. Por exemplo, para descer os
ventos E-NE facilitam muito mas podem
baixar ainda mais o nível das lagoas. Pra
voltar você tem que esperar as frentes frias
com ventos de S-SW. A sinalização náutica é bastante deficiente principalmente na
lagoa mirim. Pontos de apoio existem muitos, seja clubes ou ancoradouros naturais”,
explicou. Qual o significado dessa viagem
para o Luciano de hoje? Ele mesmo responde: “Este livro foi o grande estopim da
minha ida definitiva para o mar. Depois
desta travessia tive a certeza do que gostaria de fazer da minha vida. E foi também a
minha primeira grande experiência em travessias”, comentou Luciano. E para quem
ficar curioso com o fim do Sdruvs, ele foi
Mil milhas a bordo de um 23 pés!
vendido lá em Porto Alegre mesmo, logo
após Luciano voltar da travessia. “Imagino
que deve estar singrando as águas doces do
Guaíba”, completou Zinn. Você pode adquirir esse e outros livros na mais confiável
livraria da web: Moana Livros:
www.moanalivros.com.br
ABVC
INFORMATIVO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
PRESIDENTE
Caros Associados,
Nossa participação no São Paulo Boat
Show continua rendendo frutos. Mais de
20 novos associados e aumento de nossa
representatividade no meio náutico estamos colhendo nestes quase dois meses
após a realização do evento. O abaixo
assinado contra o IPVA das embarcações
iniciado no SPBS, continua online em nosso site. E agora com o apoio da ABVO e
ACOBAR (você já assinou?).
No feriado de 15 de novembro realizamos
duas atividades: o Cruzeiro Costa dos Tamoios que largou de Ubatuba em direção a
Paraty e o Encontro das Ilhas, que largou
de Santos. Muitos associados envolvidos,
semana de muito sol e mar tranquilo ajudaram muito na integração dos participantes.
Cabe salientar a surpresa que tivemos ao
desembarcar na Ilha Anchieta: fomos recebidos pelo gestor da Ilha, Sr. Luis e por
monitores treinados que nos mostraram as
instalações reformadas, nos acompanharam nas trilhas bem sinalizadas e limpas
explicando em todas as paradas as histórias que ocorreram nesta ilha que já foi um
presídio. Vale a pena conhecer.
Continua nosso trabalho na conclusão da
nova pagina da ABVC na internet, com
muitas novidades (veja abaixo) como acesso a meteorologia e tabuas de marés, nossa
loja, melhoria de pagamentos.
Estamos concluindo também a programação do Cruzeiro Costa Leste 2014. Não
fique de fora deste que é o maior Cruzeiro
organizado pela ABVC.
Iniciamos a organização do Encontro Nacional 2014, que este ano deverá ocorrer
no feriado de Primeiro de Maio, antes da
Copa do Mundo.
Concluímos nossa matriz SWOT que
norteará nossas ações para os próximos
anos. Agrademos o apoio de nosso Vice-Presidente na Bahia, Eduardo Moura pelas orientações e expertise nestas nossas
necessidades.
Iniciamos uma campanha de esclarecimento sobre a permanência de estrangeiros que
chegam com seus veleiros em nosso pais.
Esperamos sensibilizar nossas autoridades para que viabilizem um aumento deste
tempo a estes que querem conhecer e gastar por aqui, gerando riqueza e empregos.
Insistimos que fique atento também a divulgação de novos convênios com Iates
Clubes e fornecedores de equipamentos
náuticos. Nossa parceria com ABVO para
baratear o seguro de nossa embarcação
esta a todo pano. Fale com Fábio Avelar na
Brancante Seguros e tire suas duvidas.
Mar de Almirante, bons ventos e ótimas
velejadas neste 2014 que se inicia.
Encontro do Interior
Costa Leste 2014
Ás margens do Rio Tietê, na Marina Sunset Náutico BTC em Pederneiras/SP rolou
a 9ª edição do Encontro de Vela do Interior
Paulista, organizado pela Vice-Presidencia
da ABVC – Interior Sudeste (Paulo Fax),
com a participação de navegadores de cinco estados, que se reuniram para curtir as
atividades para toda a família. Palestras
sobre navegação, meteorologia, travessias oceânicas, qualidade de vida a bordo
rechearam o evento, para as mulheres,
workshop, aula de culinária com moqueca capixaba e uma super concorrida aula
de maquiagem. Para os pequenos, muita
brincadeira com cama elástica e piscina
de bolinha, além é claro de uma piscina de
verdade, caiaques e passeios. A Marinha
do Brasil, representada pela Capitânia da
Barra Bonita, esteve presente no evento
apresentando palestras e vídeos, além de
orientar os presentes sobre documentação,
habilitação e as atividades da Marinha na
Amazônia Azul e nas represas.
Costa dos Tamoios
Aconteceu em novembro a 3ª edição do
Cruzeiro Costa dos Tamoios, organizado
pela Vice-Presidencia de Ubatuba, Brasílio de Mello e Cláudio Renaud. O roteiro
envolveu a passagem por diversas praias e
ilhas, saindo de Ubatuba (SP) com destino
a Paraty (RJ), contornando a Ponta da Joatinga, adentrando em Paraty Mirim, Saco
do Mamanguá, Ilha da Cotia e encerrando
Flotilha em Búzios: churrasco e festa na cidade de Paraty. E claro com muita fesCriado em 1987 pelo já falecido velejador ta, chorinho e uma turma muito animada!
Newson Campos, o cruzeiro em flotilha só
teve a sua segunda edição em 2004. Realizado de dois em dois anos, essa será a sua
sétima edição. Partirão Rio de Janeiro 40 Com organização da Marina da Glória e
veleiros e mais de 150 tripulantes com des- apoio da ABVC-RJ (Matheus Eichler),
tino à Salvador e posteriormente Fernando aconteceu a palestra de Mike Horn sobre
de Noronha. O evento prevê ainda escalas a expedição Pangea, uma viagem de volta
em Búzios, Vitória, Abrolhos, Camamu, ao mundo em um veleiro cuja tripulação
Santo André, Ilhéus, Salvador, Aratu e Re- conta com mais de 20 jovens entre 13 e 20
cife. Organizado por subflotilhas de acor- anos de idade, nativos de cada continente.
do com o deslocamento, os grupos partem A viagem será realizada a bordo de um Vejuntos para os portos de parada onde acon- leiro Ketch de 115 pés, de alumínio com o
tecem festas, cervejadas e churrascos, além nome da expedição: Pangea. Um dos obde passeios pelos locais turísticos de cada jetivos dessa viagem é a realização de um
estudo sobre o impacto das mudanças cliregião e brindes para os participantes.
O ponto alto é a possibilidade do avista- máticas no mundo para o meio ambiente.
mento de baleias e mergulho autônomo
(mesmo para quem não é certificado!) em
Abrolhos, através de um fun dive em águas
rasas. O início das inscrições deve acontePôr-do-sol com fogo de chão no Tietê cer em fevereiro, no site da ABVC. Agende-se. Esta edição do Costa Leste promete
Foram arrecadados 30l de leite e 20kg de lotar cedo! Quem dormir no ponto...
alimentos para a Instituição da Rede de
Mike e o Pangea: como vai o clima?
Combate ao Câncer de Pederneiras.
O objetivo do evento além de reunir os
navegadores de vários pontos, foi incentivar e orientar as pessoas a navegarem pela
costa e pelas represas e hidrovias, tornando
A ABVC mantém convênios para os sóa náutica uma atividade saudável e segucios. Veja alguns abaixo e outros no site:
ra para toda a família. O evento culminou
IATE CLUBES
num churrasco de Cordeiro e Costela de
Fun
Dive
em
Abrolhos:
inesquecível
fogo de chão, música caipira e muita festa!
- Aratú Iate Clube
ABVC-RJ
CONVÊNIOS
Encontro das Ilhas
- Cabanga Iate Clube
- Iate Clube Guaíba
- Iate Clube de Rio das Ostras
- Iate Clube do Espírito Santo
- Marina Porto Bracuhy
- Iate Clube Brasileiro
- Jurujuba Iate Clube
DESCONTOS
As Ilhas: Apesar do nome trata-se de uma ilha só, linda e com águas claras
A flotilha partiu de Santos às 10h do Clube Internacional de Regatas, após o café da
manhã e a reunião dos Comandantes. A chegada na “As Ilhas” foi por volta das 20h30,
após uma navegação em orça. A noite estava iluminada por uma linda lua cheia. O dia
seguinte brindou a todos com muito sol e calor. As tripulações se reuniram em um churrasco na praia, em uma grande confraternização entre os velejadores. As crianças, 5 ao
todo, aproveitaram para brincar na água. O retorno para Santos teve que ser antecipado
Maurício Napoleão para as 19h30, devido ao surgimento e rápido avanço de uma frente fria, que pegou a
flotilha no meio do caminho.
das novidades será a disponibilização de
links para sites de previsão, de maneira a
centralizar e facilitar a navegação. Outra
Após oito anos, o site da ABVC está se pelo site desde a sua implantação. Essa
área nova será a de notícias, que reunirá dimodernizando. Não só em termos de de- empresa está no mercado desde o início
versas agências e sites que trazem as notas
sign mas na facilitação das informações do desenvolvimento da web, e trabalhou
com ninguém menos que Alexander Mandic, ainda nos tempos das BBS, quando a
internet ainda era um sonho distante. Uma
Novo site a caminho
que são disponibilizadas, além de novas
seções. Tudo isso está sendo preparado
pela empresa Art Online, a responsável
ABVC - Ubatuba
7Mares Equipamentos
Botes Remar
Coninco - Tintas e Revestimentos
Ship’s Chandler: Loja Náutica em Paraty
Murolo Seguros: Preços especiais
Enautic : Loja Náutica Virtual
Divevision Loja Virtual
E muitos outros. Consulte nosso site para
saber dos detalhes de cada parceiro.
Seja sócio da ABVC: você só terá vantagens. Se já é associado, traga um amigo!
Midias Sociais
Nosso fórum ou lista de discussão, funciona no Yahoo Grupos. Se você é associado e
ainda não participa, basta enviar um e-mail
para [email protected] e solicitar
a participação. Estamos também no FACEBOOK. Lá não é preciso ser associado
para participar. Conheça e participe!
Produtos ABVC
Os produtos da grife ABVC estão à sua
disposição para compras via internet. São
camisetas, flâmulas para embarcações, bolsas estanques, entre diversos outros produdo mundo náutico. E tem muito mais. Mas tos que podem ser adquiridos na loja virtuclaro, não vamos contar tudo se não estra- al da ABVC. Acesse e conheça:
ga a surpresa. Aguarde!
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O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.
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Classe 49er expõe situação da poluição no RJ Jacques Vabre