AUTOMANIA Brasil e EUA derrubam Volkswagen na briga pelo mercado mundial. P17 TWITTER Trident Brasil lança ferramenta que permite aos usuários postagens de 560 toques. P10e11 CARLOS THADEU Taxas de juros elevadas impactam a confiança de comércio e consumidores. P7 OCTÁVIO COSTA Especulação não falta para o novo governo. Certo mesmo, só o ajuste fiscal. P32 INDICADORES Brasil Econom ico Ações da Cielo CIEL3 42,00 (em R$) 40,10 39,12 39,07 38,78 www.brasileconomico.com.br 12/11 13/11 14/11 17/11 18/11 PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUARTA E QUINTA-FEIRA, 19 E 20 DE NOVEMBRO DE 2014 . ANO 6 . Nº 1.312 . R$ 3,00 Gali Tibbon/ AFP Terror global aumenta e mata mais Instituto de Economia pela Paz revela que o número de mortes por atos terroristas aumentou 61% entre 2012 e 2013. Quase 10 mil ataques no ano passado mataram cerca de 18 mil pessoas. Estado Islâmico, Talibã, Al-Qaeda e Boko Haram foram responsáveis por 70% das ações. P26e27 MEDO EM JERUSALÉM No pior ataque desde 2008, dois palestinos mataram quatro fiéis numa sinagoga. P28 EM BUSCA DE PAZ O número de refugiados no Brasil saltou em quatro anos de 4.357 para 7.289. P26 Ricardo Moraes/ Reuters Governo quer criar ações para Petrobras ficar fora do Planalto NO BANCO DOS RÉUS Acusado de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada, Eike Batista começou a ser julgado na 3ª Vara Criminal Federal, no Rio. P23 Ministérios fazem levantamento de tudo de positivo que tem para acontecer até o fim do ano. O objetivo é trabalhar bem a divulgação dessa agenda, enquanto Dilma Rousseff se dedica à escolha de seu novo ministério, que deve começar pela Fazenda. Em paralelo, a presidenta encomendou a Guido Mantega medidas para redução de despesas, como forma de sinalizar mais austeridade scal. P4 ENERGIA Leilão de transmissão só teve 4 lotes arrematados Nove lotes foram ofertados pela Aneel ontem na BM&FBovespa, mas não houve propostas para cinco deles. Localizado no Rio Grande do Sul, o lote A, de 2,1 mil quilômetros de linha de transmissão, foi o mais disputado e acabou nas mãos da Eletrosul, com investimento total de R$ 3,1 bilhões. P9 2 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO [email protected] COM LEONARDO FUHRMANN ALCKMIN: OPOSIÇÃO LEVE “ Será indicada a responsabilização. Se será afastada a a aplicação da Lei de Anistia, reinterpretada ou modificada, caberá ao MP, Judiciário e Legislativo” V isto como um potencial presidenciável tucano para 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem dado sinais de que vai manter sua estratégia política bem sucedida nos últimos quatro anos. De olho nas parcerias com o governo federal, acena com uma oposição menos contundente do que alguns colegas, como o senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique e, principalmente, o senador Aloysio Nunes (SP), que foi a manifestações contra a presidenta Dilma no último sábado. Participaram desse ato, defensores de uma intervenção militar e da recriação do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Mais contido como opositor, Alckmin afirmou que protestos por golpe militar são “inaceitáveis” e não há fato que justifique um impeachment de Dilma. Wilson Dias/ABr Mas o governador terá dificuldade de combinar o clima ameno com os adversários. Em reuniões recentes, líderes do PT paulista apontaram a oposição fraca a Alckmin na Assembleia Legislativa como um fator decisivo para o desempenho desastroso de Dilma no Estado e os fracassos das candidaturas de Eduardo Suplicy, ao Senado, e do ex-ministro Alexandre Padilha ao Palácio dos Bandeirantes. Os petistas de São Paulo avaliam ainda que a mudança de atitude será fundamental para manter as prefeituras administradas pelo partido no Estado, como a da capital, comandada por Fernando Haddad. Há uma constatação de que a imagem do PT desgasta o prefeito. Líderes do partido em outras regiões também cobram uma solução para o problema de São Paulo. Além de ser o maior do colégio eleitoral do País, o local é simbólico por ser o berço do petismo. Pedro Dallari, da Divulgação Comissão da Verdade, sobre pedido de responsabilização de militares por violações aos direitos humanos MST nas terras de Eunício Um grupo de militantes sem-terra iniciou ontem uma greve de fome na Assembleia Legislativa de Goiás contra a reintegração de posse, autorizada pelo Tribunal de Justiça, de imóvel rural pertencente ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do partido na Casa. Segundo o MST, o parlamentar é dono de “mais de 24 mil hectares de terras autodeclaradas improdutivas” na região. Estão ameaçadas de despejo três mil famílias acampadas em uma das propriedades desde agosto. PT quer cargo para ajudar em 2016 A Liberdade dos bolivianos Rede se organiza A Prefeitura de São Paulo lançou ontem um projeto para regularizar a feira dos bolivianos da Rua Coimbra, no Brás (região central). A ideia é tornar o lugar uma referência da cultura dos imigrantes desse país na cidade. O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, afirmou que pretende tornar a rua uma atração turística da cidade, como é a Liberdade, bairro símbolo da presença dos povos orientais. Para isso, foi apresentado um projeto arquitetônico para a construção de um pórtico na rua, sinalização bilíngue, arborização e a caracterização das imediações com símbolos típicos bolivianos. A Executiva Nacional da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, fará um encontro no final de semana, em Brasília, para avaliar os resultados da última eleição e organizar a campanha de coleta de assinaturas para legalizar o partido. Também será discutida a organização da Rede no País. FALE CONOSCO Para começar a recuperar a força e o prestígio do PT em seu Estado, o líder do partido no Senado, Humberto Costa, quer que a presidenta eleita Dilma Rousseff garanta um cargo federal de projeção ao deputado João Paulo Lima derrotado na disputa ao Senado na última eleição -, a fim de fortalecer o nome dele para concorrer à prefeitura de Recife em 2016. Petistas estão de olho em importantes cargos federais no Estado que eram ocupados pelo PSB, ex-aliado. Divulgação Colaborou Patrycia Monteiro Rizzotto E-mail: [email protected] Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Estatal vai ter que suar para resgatar a credibilidade Situação da Lacunas no caso Amazônia aflige Petrobras deixam público estarrecido em curto prazo Esta história da Petrobras ainda vai render muitos desdobramentos. Quando os envolvidos diretamente resolverem relatar o que sabem, muita lama ainda vai surgir. E acredito que nem assim ficaremos a par de tudo o que acontece de extraoficial na empresa. Será preciso muito trabalho para a estatal recuperar a credibilidade. A Petrobras só admitiu que sua auditoria interna é falha após o vazamento do escândalo de corrupção. Os processos e procedimentos não tinham a menor fiscalização? Até que ponto a empresa é conivente com os implicados? Como tanto dinheiro passou pelas suas operações sem que nada fosse notado? É estarrecedor. O desmatamento da Amazônia é criminoso. Existir um crescimento de mais de 400% em um ano é inexplicável. Me parece que o monitoramento, seja lá como for realizado, está mais que furado. Os governos se omitem há anos na questão. Ou isso começa a ser prioridade ou chegará o tempo em que não teremos como recuperar este patrimônio. Luis Pedro Varela Cátia Bastos Melissa Vergueiro Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, RJ São Paulo, SP INDICADORES Interrompendo a sequência de três quedas, o Ibovespa encerrou em alta de 1,57 %, a 52.061 pontos, voltando azul no acumulado do ano, com ganho de 1,08 %. O volume financeiro do pregão somou R$ 6,4 bilhões. TAXAS DE CÂMBIO ▼ Dólar comercial (R$ / US$) COMPRA VENDA 2,5891 2,5903 ▼ Euro (R$ / E) 3,2457 3,2475 JUROS ■ Selic (ao ano) META EFETIVA 11,25% 11,15% BOLSAS ▲ Bovespa - São Paulo ▲ Dow Jones - Nova York ▲ FTSE 100 - Londres VAR. % ÍNDICES 1,57 52.061,86 0,34 17.707,28 0,56 6.709,13 Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 3 ▲ BRASIL ABr INFLAÇÃO BC admite ampliar aperto monetário O Banco Central poderá ampliar o aperto monetário, caso seja necessário para domar a inflação, sinalizou ontem o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. Ele disse que a inflação tende a entrar em convergência para a meta em 2016, acrescentando que, com as mudanças de preços relativos, a composição dos indicadores de preços tende a melhorar ao longo do tempo. Reuters Editor: Paulo Henrique de Noronha [email protected] Edla Lula [email protected] Brasília Na última semana de funcionamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras a oposição conseguiu aprovar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, supostamente apontado como operador de esquema de corrupção na estatal. Logrou também aprovar a convocação, para depor, do ex-diretor de Serviços da empresa Renato Duque, que está preso, e do presidente licenciado da Transpetro, ex-senador Sérgio Machado, também citado nas investigações da Operação Lava Jato. O prazo para o funcionamento da Comissão se encerra no dia 23. A oposição trabalha agora para coletar assinaturas suficientes para prorrogar as atividades por mais um mês. Já alcançou as 27 necessárias no Senado. Na Câmara, até ontem à noite, ainda faltavam 70 nomes para chegar aos 171 deputados necessários. Ao comemorar as convocações aprovadas ontem, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR) afirmou que, até sexta-feira, quando se encerra o prazo para o pedido de prorrogação, a oposição terá a lista completa. Ontem, antes mesmo da reunião da CPMI, Bueno, juntamente com os demais líderes dos partidos da oposição, reuniram-se com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Discutiram a coleta de assinaturas para a prorrogação da CPMI atual e a criação de uma nova Comissão de Inquérito na próxima legislatura. “Ele nos declarou que podemos contar com o seu apoio”, disse Bueno. O deputado avaliou a reunião de ontem como o resgate do “prestígio” da CPMI que, segundo ele, havia sido perdido desde abril, com constantes boicotes da base aliada. “O governo sempre trabalhou para protelar as convocações aprovadas hoje. Agora, acuado, teve que mandar seus representantes”, comentou. Parlamentares governistas tentaram evitar a quebra de sigilo de Vaccari, aprovada por apenas um voto de diferença — 12 e 11. Sob o argumento de que o tesoureiro do PT não teria relação direta com o caso Petrobras, o senador Welligton Dias (PT-PI) sugeriu a convocação dos tesoureiros de outros partidos. “Porque convocar o tesoureiro de apenas um partido? Devemos ter uma mesma regra”, indagou, apontando que todos os outros partidos, com exceção do Psol, receberam dinheiros das empreiteiras objeto de investigação. O presidente da comissão, Vital do Rego informou que encaminhará ainda hoje os pedidos de quebra do sigilo. A CPMI aprovou também a realização de acareação entre os CPMI quebra sigilo de tesoureiro do PT Enquanto a oposição conseguia quorum para aprovar requerimentos, Comissão de Orçamento teve que adiar discussão do projeto que libera governo do superávit primário Jefferson Rudy/Ag. Senado Parlamentares da oposição acertam na CPMI formas de criar “um Saara” no caminho do governo, para impedir suas propostas Como reação ao pedido de quebra de sigilo de Vaccari Neto, PT quer que o mesmo seja feito com os tesoureiros de todos os partidos que receberam doações das empreiteiras ex-diretores da estatal Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa. O autor do requerimento, deputado Enio Bacci (PDT-RS), argumentou que em depoimento na CPMI, Cerveró negou qualquer relação com supostos casos de corrupção na Petrobras. Costa, por sua vez, teria descrito, na delação premiada, o envolvimento do então colega com o esquema de propina. Vital do Rego aguarda a aprovação da prorrogação do prazo para adaptar o calendário da CPMI às novas convocações. Estas não foram as únicas vitórias da oposição ontem. Num movimento oposto ao da reunião da CPMI, os líderes conseguiram esvaziar a reunião da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que discutiria o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN 36-2014) que libera o governo para abater investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deso- nerações tributárias da meta de superávit primário de 2014. “A nossa intenção é impedir que o governo aprove essa proposta, que significa o desmando nas contas públicas. Mas se aprovar, terá que atravessar um Saara, porque vamos trabalhar para impedir”, ameaçou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). O relator da matéria, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou o seu parecer, com a rejeição a todas as 80 emendas apresentadas. A única alteração que fez foi, segundo argumentou, técnica, trocando a expressão “meta de superávit” por “meta de resultado”, já que o resultado poderá ser negativo. Sobre a reação da oposição, Jucá afirmou se tratar do “rescaldo” do processo eleitoral e disse que os debates são normais. “Não existe uma economia do PT. A economia é do Brasil, diz respeito à vida das pessoas, e não se pode brincar com isso”, declarou. Romero Jucá disse que a ação da oposição é “rescaldo” do processo eleitoral. “Não existe uma economia do PT. A economia é do Brasil, e não se pode brincar com isso”, declarou 4 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ BRASIL Divulgação Depois de acompanhar Dilma na reunião do G-20, Tombini ganhou força como candidato à Fazenda. Seu nome mostraria ao mercado comprometimento com o resgate da austeridade fiscal O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, participou da reunião reservada com a presidenta Dilma para defenir a estratégia Contra a crise, uma ‘agenda positiva’ Estratégia de reação do Palácio do Planalto ao escândalo da Petrobras prevê também o apoio de Dilma à investigação da Polícia Federal e o anúncio da nova equipe econômica Sonia Filgueiras [email protected] Brasília O governo está em um esforço concentrado para manter a crise gerada pela Operação Lava-Jato longe do Palácio do Planalto e da presidenta Dilma Rousseff. De um lado, está em preparação uma “agenda positiva” com o reforço da divulgação de ações previstas para até o final do ano. De outro, Dilma seguirá afirmando que apoiará as investigações da Polícia Federal “doa a quem doer”, e deixará a corporação seguir seu trabalho. Além disso, a presidenta está debruçada sobre a definição da primeira leva de seu novo ministério, que deverá trazer os nomes da equipe econômica. Alguns desses temas foram debatidos ontem numa longa reunião de Dilma, com a presença do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio da Alvorada. AequipedoPaláciofezumminucioso levantamento de todas as ações relevantes previstas para ocorrer em todos os ministérios até o final do ano. A estratégia é reforçar a divulgação dos fatos com potencialrepercussão positiva, estabelecendo uma espécie de competição com o noticiário negativo. Além dessa agenda positiva, há um conjunto de tarefas urgentes ligadas à área econômica: a aprovação da mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, de forma a regularizar o descumprimento da meta de superávit primário neste ano; e o anúncio de medidas de redução de despesas, encomendadas por Dilma ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. O objetivo, nesse caso, é avançar na sinalização de maior austeridade fiscal. Mantega já adiantou que trabalha em mudanças capazes de conter as despesas do governo com o seguro-desemprego, que deram um salto neste ano, e normas que reduzam as despesas na área da Previdência Social, fonte do maior déficit nas contas do governo. Uma das propostas, já apontada pela equipe da Previdência, é tornar mais rígidas as normas para concessão da pensão por morte ao cônjuge ou companheiro. Além da agenda positiva, há tarefas urgentes na área econômica: a aprovação da mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e as medidas de redução de despesas No Congresso, a estratégia do governo e do PT para lidar com a CPMI da Petrobras a tarefa é tentar evitar convocações de pessoas ligadas ao governo e, ao mesmo tempo, aprovar a convocação de nomes ligados à oposição, em uma tática de revide e redistribuição do desgaste. Dilma está fechando os nomes da sua cota pessoal mais próxima — as equipes econômica e palaciana. Há especulações em torno dos nomes do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, do ex-presidente da autarquia, Henrique Meirelles (preferido do ex-presidente Lula) e do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Esse último é visto como uma espécie de “coringa”: poderia ocupar tanto a Fazenda, quanto o Ministério do Planejamento. Depois de acompanhá-la na reunião do G-20 e retornar da Austrália, viajando a seu lado no jatinho presidencial, Tombini ganhou força. O nome do presidente do BC mostraria comprometimento com o resgate da austeridade fiscal. Por outro lado, argumentam alguns interlocutores, tirá-lo do BC seria mexer em uma área que está funcionando bem. No grupo palaciano, algumas tendências parecem cada vez mais firmes: o atual Ministro da Reforma Agrária, Miguel Rosseto iria para a Secretaria Geral da Presidência, no lugar de Gilberto Carvalho; e o atual secretário do Tesouro, Arno Augustin, cuja imagem está desgastada pelas prática de “contabilidade criativa”, não deve ficar na Fazenda, já que sua imagem desgastada. A presidenta tende a acomodá-lo em outro cargo. Empresário confirma que pagou propina O empresário Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da empreiteira Mendes Júnior, confirmou ontem em depoimento à Polícia Federal o pagamento de propina ao doleiro Alberto Youssef. A informação foi do advogado da empresa, Marcelo Leonardo. Ontem à tarde, mais investigados ligados à empreiteira prestaram depoimento na investigação da Operação Lava Jato. Segundo o advogado, Mendes relatou aos delegados da PF que foi obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef. Segundo ele, Youssef exigiu o pagamento da quantia para que a Mendes Júnior recebesse os valores a que tinha direito em contratos de serviços licitamente prestados e para continuar participando das licitações da Petrobras. De acordo com a defesa, foram feitos quatro pagamentos seguidos, de julho a setembro de 2011. A defesa de Youssef disse que não vai comentar o depoimento. A PF prossegue nesta terça-feira com a tomada de depoimentos dos 24 presos na operação. As oitivas começaram no último sábado (15), um dia após as prisões da sétima fase da Operação Lava Jato. ABr Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 5 Divulgação RISCO Moodys rebaixa rating da Mendes Júnior A agência de classificação de risco Moodys rebaixou ontem o rating corporativo atribuído à Mendes Júnior Comércio e Engenharia S/A, de para B3 de B2, e mudou a perspectiva do rating de estável para negativa. O rebaixamento foi motivado pela percepção da agência do aumento do risco de liquidez para a Mendes Júnior, pelo envolvimento da empresa no escândalo da Petrobras. Redação Empreiteiras na mira do CGU Processo administrativo será instaurado para investigar empresas do setor envolvidas com a Operação Lava jato. Algumas, segundo o órgão, teriam solicitado acordo de leniência, que levaria a ressarcimento do dinheiro desviado A Controladoria-Geral da União (CGU) vai instaurar processo administrativo nas empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga irregularidades envolvendo a Petrobras e o suposto superfaturamento de contratos para pagamento de propina a parlamentares e partidos políticos. “Estamos só aguardando completar o compartilhamento de informações, que solicitamos à Polícia Federal. Concluída a análise desses elementos, vamos instaurar processos, muito provavelmente contra várias dessas empresas, senão todas”, disse ontem o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, em entrevista coletiva após participar da Conferência Lei da Empresa Limpa, promovida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na capital paulista. Na entrevista, Hage descartou a instauração de processo na empresa petrolífera. “A Petrobras é vítima nessa história, tanto de empresas, pessoas físicas, como de agentes públicos dentro dela que se deixaram corromper”, afirmou o controlador-geral. Ele informou que algumas das empreiteiras brasileiras investigadas na Operação Lava Jato já entraram em contato com a CGU para um possível acordo de leniência, que implicaria ressarcimento do dinheiro desviado. Jorge Hage não revelou, porém, quais são essas empresas, nem quando os contatos foram feitos. Já a empresa holandesa SBM Offshore, que não tem ligação com a Operação Lava Jato, mas foi denunciada por pagamento de propina a empregados da Petrobras, procurou a Controladoria em busca do acordo. “Estamos em negociação de um possível acordo de leniência”, disse o ministro. Segundo Hage, as provas contra a SBM Offshore foram colhidas diretamente pela CGU. Embora o processo tenha sido aberto ontem, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União, a Controladoria-Geral da União mantém-se aberta a negociações, informou o ministro. O ministro avaliou positivamente o trabalho desenvolvido pela comissão interna criada na Petrobras para apurar denún- cias de pagamento de propina envolvendo a SBM Offshore. “A comissão fez o que era possível no prazo que tinha, de 30 dias. Ela não tem o instrumental investigativo que a CGU tem. A comissão fez um trabalho de excelente qualidade, dentro das possibilidades, e nos encaminhou um relatório que serviu como um dos pontos de partida do nosso trabalho, foi muito útil. A Petrobras está colaborando em tudo, com as investigações da CGU”. Deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões. ABr Elza Fiúza/ABr O controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, não revelou o nome das empreiteiras Deflagrada em março deste ano pela PF, a Operação Lava Jato desmontou esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões Justiça do Paraná quebra sigilo de empreiteiros Dados bancários de presos na Operação Lava Jato serão investigados pelo Banco Central A Justiça Federal no Paraná determinou ontem, ao Banco Central (BC), a quebra de sigilo bancário dos executivos de empreiteiras presos na última sexta-feira, na sétima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF). A decisão, assinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações, alcança 15 presos. Entre eles, o exdiretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o lobista Fernando Soares, também conhecido co- mo Fernando Baiano, contra quem existe mandado de prisão, mas continua foragido. De acordo com o pedido enviado ao BC, também terão as contas bancárias rastreadas João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Correa; Ildefonso Colares Filho, diretor presidente da construtora Queiroz Galvão; Sérgio Cunha Mendes, diretor da Mendes Júnior; e Agenor Franklin Magalhães, diretor da OAS, entre outros dirigentes de empreiteiras. O juiz Sério Moro deve decidir se 17 presos, temporariamente por cinco dias, terão o tempo de prisão prorrogado. O juiz aguar- da manifestação da PF e do Ministério Público Federal para decidir a questão. A Polícia Federal (PF) pediu ontem ao juiz federal Sérgio Moro, a prorrogação da prisão temporária de seis investigados na sétima fase da operação. Entre eles está o exdiretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. A PF também pediu a prorrogação da prisão de três executivos ligados à empreiteira OAS e mais dois dirigentes da UTC. No mesmo pedido, a Polícia Federal solicitou ao juiz que mais nove investigados sejam soltos, todos ligados às empresas Engevix. Iesa e Queiroz Galvão. ABr Fernando Baiano se entrega Mais um investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, se entregou ontem na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, se apresentou esta tarde aos delegados que investigam o caso. Fernando era considerando foragido pela Polícia Federal desde a última sexta-feira (14), quando as prisões foram determinadas pela Justiça Federal no Paraná. Durante as investigações, delatores do suposto esquema de corrupção na Petrobras afirmaram em depoimentos que Fernando Baiano cobrava propina em nome do PMDB. O partido nega as acusações e afirma que não tem ligações com o investigado. Até o momento, dos 25 mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal, somente um ainda não foi cumprido. Adarico Negromonte Filho continua foragido. ABr 6 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Divulgação ▲ BRASIL CARNE BOVINA China e Arábia Saudita retomam compra China e a Arábia Saudita devem voltar a comprar carne bovina brasileira até dezembro, segundo o ministro da Agricultura, Neri Geller. O embargo é de 2012, em função da ocorrência de um caso atípico da doença da vaca louca. No caso da China, o acordo é que o país volte a importar na próxima semana, enquanto uma delegação da Arábia Saudita fará visitas a frigoríficos brasileiros. ABr Setor de serviços tem recuperação e cresce 6,4% Retomada da produção industrial com o Natal pode estar por trás da expansão das receitas em setembro, puxada pelos transportes RECEITA NOMINAL DO SETOR DE SERVIÇOS Variação mensal (mês / igual mês do ano anterior) 10,1 BRASIL 8,8 6,4 4,5 OUT/13 NOV DEZ JAN/14 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET Serviços prestados às famílias Aline Salgado [email protected] Após dois meses consecutivos de crescimento tímido, de 4,6% em julho e 4,5% em agosto, o setor de serviços conseguiu se recuperar e atingiu expansão de 6,4% na receita nominal em setembro, na comparação com igual período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mais animador pode ter relação direta com o reaquecimento da produção industrial nacional que, com vistas a atender à demanda do Natal, contrata mais os serviços de transporte — item que registrou forte expansão no mês. Com peso de 30,7% na PMS, a atividade saiu de um crescimento de 3,2% em agosto, para 6,5% em setembro. Dentro do grupo, os transportes terrestres foram os que tiveram maior aceleração, passando de uma alta de 0,9%, em agosto, para 4,9% em setembro. “Tradicionalmente, setembro e outubro são meses em que há um aumento da produção industrial para atender à demanda de Natal. É claro que nem todas as atividades respondem no mesmo ritmo, mas o crescimento das receitas dos transportes terrestres é um sinal de que a indústria está consumindo e demandando mais matéria-prima”, avalia o técnico da Coordenação de Serviços do IBGE, Roberto Saldanha. A alta do dólar — na casa dos R$ 2,50 — também pode ter colaborado para o aumento da demanda por produtos industriais nacionais, e, assim, pelos serviços de transportes. Para o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fabio Bentes, diante de um dólar mais alto, os comerciantes tendem a se Mesmo com o resultado mais favorável registrado em setembro, a atividade deve fechar 2014 com um crescimento abaixo do obtido no ano passado, que ficou em 8,5%, segundo o IBGE voltar para o produto nacional. “Em 2013 o comércio podia comprar a um dólar de R$ 2,35, agora ele está perto dos R$ 2,60”, pontua Bentes, que não acredita em uma recuperação do setor de serviços no ano, apesar do Natal. “Comparado com 2013, a tendência é de que os serviços fechem o ano em desaceleração (abaixo dos 8,5% obtidos no acumulado de 2013). Se a receita bruta nominal fosse deflacionada, não teríamos uma expansão e sim uma retração da receita nominal”, avalia o economista. Nos últimos 12 meses o setor de serviços tem crescimento de 7,1%, bem abaixo do obtido em 2013, quando teve alta de 8,8%. Outra atividade que registrou expansão no mês foram os serviços ligados à informação e comunicação, com peso de 35,7% na PMS. O segmento, que tinha alcançado crescimento de 1,7% em agosto, aumentou suas receitas em 2,7%. Saldanha, do IBGE, enxerga nos números mais um sinal de aquecimento da economia. “As empresas estão demandando mais por esse tipo de serviços. Indicativo de recuperação”, diz. 13,3 12,6 7,7 Serviços de informação e comunicação 7,9 8,7 2,7 Serviços profissionais, administrativos e complementares 11,1 7,3 14,7 5,2 9,9 6,5 Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio 9,7 Outros serviços 9,0 1,1 OUT/13 NOV DEZ JAN/14 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET Fonte: IBGE Confiança dos empresários ainda em queda Indicador da CNI atinge nível mais baixo da série histórica, que começou há 15 anos Redação [email protected] A definição do cenário político com o fim das eleições não foi suficiente para garantir que o empresariado se sentisse mais confiante no futuro do país e aberto a investir. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou para nova queda em novembro. O indicador saiu dos 45,8 pontos em outubro para 44,8 pontos neste mês, atingindo, assim, o menor patamar da série histórica do indicador, iniciado em 1999. Os valores da pesquisa variam de zero a 100 Abaixo de 50 indicam falta de confiança. Segundo a CNI, foi observada que a falta de confiança é maior na indústria de transformação. O segmento registrou um ICEI de 44,3 pontos em novembro, valor 9,1 pontos menor do que o observado no mesmo mês de 2013. Na indústria extrativa, o índice caiu para 44,6 pontos e, na de constru- INDICADOR 44,8 É o número de pontos que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) atingiu em novembro. Abaixo de 50 o índice indica falta de confiança. 2.807 É o número de empresas que participaram da pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). ção, recuou para 45,0 pontos. Conforme a pesquisa, os índices de confiança nas médias e nas grandes empresas são os mais baixos desde 1999, quando começou o levantamento. Nas médias empresas, o indicador ficou em 43,7 pontos e, nas grandes, em 45,4 pontos. Nas pequenas empresas caiu para 44,6 pontos no mês. Gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco aponta que a confiança do empresário vem recuando desde o primeiro semestre. “O ano de 2014 tem sido a tônica de um desempenho industrial muito fraco. A queda na produção se reflete em uma falta de confiança dos empresários. É claro que o ambiente de incertezas e indefinições quanto a ajustes que irão se fazer na economia brasileira, que ainda não foram anunciados e portanto não são conhecidos, termina também afetando a confiança e dificulta um pouco a recuperação”, afirma o economista. Para ele, com a definição dos ajustes pelo governo, um cenário de recuperação da confiança dos empresários pode surgir. O levantamento da CNI foi feito com 2.807 empresas, das quais 1.078 são de pequeno porte, 1.059 médias e 679 de grande porte. Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 7 PONTO DE VISTA CARLOS THADEU DE FREITAS [email protected] OS JUROS E A CONFIANÇA Editoria de Arte/Paulo Esper E m outubro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou queda mensal de 1,6% na série com ajuste sazonal. A correção de -2,6% no subíndice que mede as expectativas foi a principal causa do resultado mensal negativo. As intenções de investimentos e a avaliação das condições correntes também oscilaram negativamente, embora em menores magnitudes (-1,0% e -0,9%, respectivamente). No comparativo anual, a queda de 11,1% foi a segunda maior do ano, afastando, pelo menos no curto prazo, a percepção de retomada no nível de atividade no comércio. Aos 111,5 pontos, restando menos de dois meses para o final do ano, o resultado de outubro consolidou 2014 como o ano de menor confiança por parte dos empresários do comércio desde a criação do índice, em 2011. A queda de 0,9% em relação ao mês anterior levou o subíndice que mede a percepção das condições correntes a registrar o patamar mais baixo da série histórica do Icaec. Embora o nível de satisfação com as condições atuais do setor e das empresas dos entrevistados tenham registrado as primeiras altas mensais desde o último mês de julho, a forte deterioração na avaliação das condições econômicas correntes (-4,1%) impediu um resultado positivo do Icaec. Em relação a outubro de 2013, houve queda de 16,9%. De acordo com os últimos dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), as regiões Sul e Sudeste acumularam as menores taxas de crescimento econômico nos últimos 12 meses (+1,9% e -0,1%, respectivamente). Ao longo do ano, a proxy do Bacen para o nível de atividade econômica desacelerou, passando dos 2,9% registrados em janeiro para os atuais 0,9%. Após registrar recuperação por três meses consecutivos, as expectativas voltaram a ser corrigidas para baixo tanto no comparativo mensal (-2,6%) quanto no anual (-9,0%). A retração em relação a setembro se deu, principalmente, em decorrência da queda no item que mede as perspectivas para a economia brasileira (-3,8% ante setembro). A tendência de redução nas expectativas em relação à economia brasileira no ICEC vem coincidindo com a mesma trajetória da mediana das expectativas registrada semanalmente pelo Focus (Bacen). Há um ano, por exemplo, a perspectiva de aumento do PIB brasileiro em 2014 era de 2,15%, e atualmente encontra-se próxima de 0,25%. Para 2015, a mediana recuou de 2,50% para 1,00% nos últimos 12 meses. Assim como o índice de expectativas vem acompanhando as perspectivas menos favoráveis em relação à economia, a tendência declinante do subíndice relativo às intenções de investimentos guarda relação com a desacelera- ção das vendas do comércio. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, do IBGE, em setembro, a taxa de variação acumulada pelo volume de vendas do varejo nos últimos 12 meses (+3,4%) é significativamente menor do que aquela verificada um ano atrás (+4,8%). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 0,8% (120,6 pontos) na comparação com o mês imediatamente anterior, e recuo de 6,1% em relação a novembro de 2013. O encarecimento do crédito, a persistência inflacionária, com manutenção de um patamar mais elevado do nível de preços, e um menor otimismo em relação ao mercado de trabalho impactou negativamente a Intenção de Consumo no mês atual. No entanto, mesmo com o recuo, o índice ainda permanece acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível favorável, conforme o gráfico abaixo. O item Momento para Duráveis apresentou queda de 3,0% na comparação mensal. Em relação a 2013, o componente obteve queda de 15,4%. Nesse mês o componente atingiu o menor valor da série histórica. Um novo patamar de taxa de câmbio, aliado à taxa de juros para o consumidor, representada pela taxa média de juros das operações de crédito com recur- O encarecimento do crédito, a persistência inflacionária, e um menor otimismo em relação ao mercado de trabalho impactou negativamente a Intenção de Consumo no mês atual sos livres para pessoas físicas e divulgada pelo Banco Central, vem atingindo os maiores níveis desde 2011, o que gera encarecimento de empréstimos e diminuição na disposição para aquisição de duráveis. A inflação oficial voltou a aumentar, afetando de maneira intensiva o orçamento das famílias. Os demais componentes do ICEC e do ICF também reagiram negativamente, tanto na comparação mensal quanto na anual. Além das expectativas menos favoráveis para os próximos meses, contribuem decisivamente para a menor intenção de investimentos na contratação de funcionários e na aquisição de máquinas e equipamentos o nível mais fraco de ati- O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo vidade do setor e o custo do crédito para pessoas físicas e jurídicas. Oelevado custodo créditoe o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo. Por sua vez, o aperto monetário iniciado no ano passado continua impactando as perspectivas dos empresários docomércio,que,parasetornarem positivas, demandam melhorescondições econômicas enovociclo de baixa de taxa de juros. Coluna publicada às quintas-feiras *Carlos Thadeu de Freitas é chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e ex-diretor do Banco Central 8 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Patricia Stavis ▲ BRASIL SIMPLES Indústria pode ter teto aumentado O teto do Simples — regime especial de tributação para pequenas empresas — poderá chegar a R$ 14 milhões para indústrias, caso a Presidência e o Congresso Nacional acatem proposta da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. De acordo com o ministro da pasta, Guilherme Afif Domingos, os novos valores para enquadramento serão graduais e, por isso, bem recebidos pelo setor. ABr Interior de São Paulo sofre com as demissões da indústria Sertãozinho, Jundiaí, Itu e Diadema são os municípios mais impactados pela extinção de postos de trabalho Dado Galdieri/Bloomberg Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] São Paulo Sertãozinho, Jundiaí, Itu e Diadema estão entre as cidades paulistas mais impactadas pelas demissões da indústria este ano. Cruzando os dados demográficos dos municípios com o do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, observa-se que o caso mais grave é o de Sertãozinho, onde as demissões do setor já atingem 8% população. Em Jundiaí a proporção é de 4,6%; em Itu é de 3,9%; e em Diadema, 3,7%. Segundo o empresário Adézio José Marques, diretor regional de Sertãozinho do Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp), os segmentos metalúrgico e o sucroalcooleiro são os que mais vem contribuindo para aumentar o saldo negativo do emprego industrial na região. “As usinas e destilarias são as maiores forças propulsoras da economia local, que inclui Ribeirão Preto, Sertãozinho e mais cinco municípios. Desde que esse setor entrou em crise, a partir de 2008, a indústria metal mecânica da região também entrou em declínio por causa da queda nas encomendas da agroindústria canavieira”, explica, mencionando que só no mês de outubro foi registrado um saldo negativo de 850 postos de trabalho no entorno de Sertãozinho. “E são esperadas cerca de 4 mil demissões a mais nos dois últimos meses do ano por causa do fim da safra de cana-de-açúcar na região”, frisa Marques. De acordo com ele, as demissões da indústria têm estabelecido um clima de desânimo no meio empresarial e no mercado de trabalho da circunvizinhança de Sertãozinho. “Mesmo sem demitir em massa, o próprio comércio dá sinais de pessimismo. Empresários do setor de Ribeirão Preto, que detém cinco shoppings centers, falam que vão reduzir o volume de contratações sazonais para o final do ano”, diz. Marques relembra que há dois anos a Companhia Albertina, uma usina destilaria, fechou as portas, extinguindo cerca de 600 empregos diretos. “Na semana passada, uma fábrica de caldeiras de médio porte também encerrou suas atividades, demitindo cerca de 170 trabalhadores, contribuindo para deprimir ainda mais a economia da região”, afirma. O empresário, que é dono de uma indústria de equipamentos para portos e para o setor de petróleo e gás, diz a suspensão de investimentos da Petrobras e o atraso no pagamento de alguns contratos da estatal tem gerado incertezas para outras empresas da região.“Aqui há cinco empresas em recuperação judicial de pequeno, médio e grande porte. Os empresários estão muito apreensivos com a situação geral”, comenta. Já o empresário Mauritius Reisky, diretor da regional de Jundiaí da Ciesp, que engloba outros dez municípios como Itatiba, Vinhedo e Campo Limpo Paulista, afirma que em sua localidade foram extintos 8 mil empregos nos últimos 12 meses. “No acumulado do ano, são cerca de 5,3 mil demissões. Só em outubro foram 1,3 mil postos de trabalhos fechados”, contabiliza. “A redução de investimentos do setor de máquinas e equipamentos e da indústria automotiva tiveram impacto direto no segmento industrial da região, tanto que aqui os segmentos que mais demitem são a indústria metal mecânica e a de autopeças", afirma, mencionando que em média são registrados dois pedidos de recuperação judicial de empresas no entorno de Jundiaí. Em Jundiaí, onde há diversos fabricantes de autopeças, a indústria foi prejudicada pela queda de encomendas das montadoras. Lá, é crescente o número de pedidos de recuperação judicial Crise de usinas prejudica indústria metalúrgica de Sertãozinho MUNICÍPIOS COM MAIOR DESEMPREGO EM SÃO PAULO Na indústria, acumulado de janeiro a outubro de 2014 São Paulo São Bernardo do Campo Campinas Jundiaí Diadema Sertãozinho Em Sertãozinho, as demissões da indústria atingiram 8% da população. Em novembro e dezembro são esperadas 4 mil demissões no entorno do município por causa do fim da safra de cana Santo André Mauá São José dos Campos Itu Taubaté Indústria da Transfr. do Estado Geral Estado de São Paulo Fonte: Caged, Ministério do Trabalho ADMISSÕES DEMISSÕES 159.261 16.181 18.594 17.317 11.755 7.719 8.387 6.972 7.109 5.436 3.548 889.576 166.346 -7.085 -3.921 20.102 -994 19.588 -1.003 18.320 -3.213 14.968 -2.083 9.797 -991 9.378 -1.564 8.536 -1.261 8.370 -1.078 6.514 -1.499 5.047 912.061 -22.485 5.369.544 5.176.599 SALDO +192.945 De acordo com Reisky, na cadeia produtiva regional é forte a presença de fabricantes de autopeças que produzem artigos automotivos de matéria-prima metálica, mas também de plásticos, borracha, além de componentes como freios e eixos de automóveis. “A atividade tímida das montadoras reduziu as encomendas dos seus fornecedores que, por sua vez, fizeram ajustes nos seus quadros de funcionários. Ainda não podemos falar de aumento do desemprego na região, já que alguns trabalhadores conseguem colocações em outras fábricas, utilizam as indenizações para abrir seus próprios negócios, ou migram para o setor terciário, perdendo poder aquisitivo — já que o comércio não oferece salários e benefícios compatíveis com os da indústria”, diz. De acordo com ele, também é observada a migração de mão-deobra da região para outros municípios como Campinas e São Paulo. Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 9 Divulgação ATIVIDADE ECONÔMICA Norte e Nordeste derrubaram IBC-Br As regiões Norte e Nordeste foram as principais responsáveis pelo recuo de 0,7% do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de junho a agosto, informou ontem o BC. A maior queda foi registrada no Nordeste, com recuo de 1,1% no trimestre terminado em agosto. O Norte registrou queda de 0,7% no período. A menor atividade, no entanto, não teve impacto no mercado de trabalho no Norte. ABr Patrícia Büll OS VENCEDORES DO LEILÃO DE TRANSMISSÃO [email protected] São Paulo Apenas quatro dos cinco lotes oferecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) foram arrematados no Leilão de Transmissão 04/2014, realizado ontem na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. As empresas Eletrosul, Celg Geração e Transmissão, Isolux e o consórcio Paraíso (Elecnor, Eletrosul e Copel) arrematarm os lotes A, E, F e H. O objetivo do leilão era a contratação de serviço público de transmissão de energia elétrica nos estados de Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Amapá. Os leilões são realizados por meio da Receita Anual Máxima Permitida (RAP), determinada pela Aneel — levam os lotes as empresas que apresentam maiores descontos sobre a RAP. Mais disputado do certame, o lote A foi arrematado pela Eletrosul Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras em Santa Catarina. Os empreendimentos desse lote compreendem 2,1 mil quilômetros de linhas de transmissão, oito subestações e ampliação de 13 unidades existentes, com investimento total de R$ 3,1 bilhões e Receita Anual Permitida de R$ 336 milhões. A Eletrosul levou o lote A com deságio de 14,01% em relação à RAP inicial, que era de R$ 390,7 milhões. O lote A está localizado no Estado do Rio Grande do Sul e tem a função de viabilizar a conexão de futuros parques eólicos na região. Pelo Consórcio Paraíso, formado em parceria com a Elecnor e Copel, a Eletrosul arrematou também o lote E, localizado no Mato Grosso do Sul. “Com a implementação desses empreendimentos, mais de 11 mil empregos diretos serão gerados no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, contribuindo de forma efetiva para incrementar o potencial econômico dessas regiões e para o desenvolvimento do país”, celebrou em comunicado o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto. Mesmo sem ter sucesso em todos os lotes ofertados, o diretor da Aneel André Pepitone classificou o resultado do leilão como “satisfatório”, citando o deságio médio de 13,39%. “O certame foi satisfatório, já que conseguimos um deságio médio de 13,39%. Além disso, o lote A, de maior investimento, foi arrematado com sucesso”, afirmou. O executivo lembrou que o deságio significa que a receita dos empreendedores para exploração dos investimentos ficará menor que o previsto inicialmente, contribuindo para a modicidade tarifária de energia. Dividido em nove lotes, apenas quatro tiveram vencedores Deságio Lote H Isolux Projetos e Instalações Lotes B e I Sem proposta 0,60% Lote G Sem proposta AP “ Os lotes que não foram arrematados de fato não despertaram muito interesse na forma como foram ofertados. São linhas de difícil gerenciamento, mas ainda assim muito necessárias” Guilherme Schmidt PA Especialista em energia e sócio do L.O. Baptista-SVMFA TO MT Lote C Sem proposta GO MG MS Lote E Consórcio Paraíso (Elecnor, Eletrosul e Copel) 3,62% Lote D Sem proposta RS Fonte: Aneel Lote A Eletrosul Centrais Lote F Celg Geração e Transmissão 14,01% 0,32% Transmissão: só quatro lotes arrematados De nove lotes ofertados em leilão, cinco encalharam. Ainda assim, Aneel considerou resultado “satisfatório”, por conta do deságio Para o advogado especialista em energia e sócio do L.O. Baptista-SVMFA, Guilherme Schmidt, os lotes arrematados representam cerca de metade do total ofertado, ou seja, 50% de sucesso. “Os lotes que não foram arrematados de fato não despertaram muito interesse na forma como foram ofertados. São linhas de difícil ge- renciamento, mas ainda assim muito necessárias”, disse. Segundo Schmidt, um dos motivos para o pouco interesse foi justamente o preço teto da RAP. Ele lembra que a RAP é a remuneração que as transmissoras recebem para disponibilizar o sistema ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ele explicou que a Aneel até tentou reajustar a RAP para tornar os lotes disponíveis mais atraentes. “Mas mesmo depois da RAP rediscutida, eles não se tornaram competitivos. Talvez o preço não seja interessante de forma isolada. Para atrair o investidor privado, pode ser preciso lotes mais próximos, para que um compense o outro”, afirmou. Segundo a Aneel, os empreendimentos leiloados deverão demandar R$ 3,6 bilhões em investimentos, com geração de 21.051 empregos diretos. O prazo das obras vai variar de 30 a 42 meses e as concessões são de 30 anos a partir da celebração dos contratos. O advogado da L.O. BaptistaSVMFA lembra que o país passa por um momento sensível em relação à energia, por conta da estiagem sem precedentes, que impactou nas hidrelétricas. “Por isso, qualquer mudança em qualquer planejamento estratégico neste momento pode implicar um risco maior de racionamento.” Ainda assim, disse Schmidt, o problema maior neste e no próximo ano em relação ao racionamento ainda hídrico ainda é a falta de água: “Ou seja, é preciso chover muito acima da média nos próximos meses para afastar o risco. Em relação às linhas de transmissão, havendo uma nova licitação no ano que vem, que seja atrativa também para o investidor privado, acredito que ainda haja tempo para a construção, de forma a não impactar no consumo”. 10 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck [email protected] Gabriela Murno [email protected] Todo usuário do Twitter já teve vontade de escrever mais de 140 caracteres na rede social. Pensando nisso, e alinhado a sua campanha para a linha Unlimited, que tem como mote “dura muito mais”, a Trident — marca de gomas de mascar da Mondelez Brasil — lançou uma ferramenta que possibilita publicações de até 560 caracteres na rede social. Disponível em www.duramuitomais.com e criada pela Trident em parceria com a agência digital Espalhe MSL Group, a ferramenta transforma o texto do usuário em imagem, que aparece na plataforma em forma de tweet. Segundo o gerente de Marketing de Trident, Daniel Silber, a expectativa é que o serviço esteja disponível para qualquer usuário da rede social até o final de 2015. “Aparece apenas uma nota de rodapé dizendo: ‘este tweet é igual ao sabor do Trident Unlimited #duramuitomais’. Uma das principais vantagens é que pode ser acessado de qualquer dispositivo: desktop, tablet ou smartphone”, disse ele, acrescentando que a empresa, que fez a primeira coletiva de imprensa pelo microblog para anunciar a ferramenta, esteve em contato com o Twitter durante todo o processo. Segundo a assessoria de imprensa do microblog, não houve nenhuma mudança no Twitter em relação ao tamanho das postagens e não há nenhuma ferramenta oficial da companhia para tweets com mais de 140 caracteres. Entretanto, na internet há aplicativos e ferramentas, que extraoficialmente, utilizam imagens, corte da mensagem em diversos posts sequenciados de 140 caracteres, e até HTML para aumentar o tamanho dos tweets na “ Aparece apenas uma nota de rodapé dizendo: ‘este tweet é igual ao sabor do Trident Unlimited #duramuitomais’. Uma das vantagens é que pode ser acessado de qualquer dispositivo” Daniel Silber Gerente de Marketing de Trident Um Twitter rede social. Um dos mais famosos é o site “TwitLonger”. Perguntado se há espaço para mudanças na mídia social, o diretor de Estratégia de Marcas do Twitter Brasil, Pedro Porto, afirmou que a plataforma é aberta e ao vivo, o que traz várias possibilidades de inovação. “O Twitter é uma ponte entre as pessoas e o que mais interessa a elas”, completou ele. A nova ferramenta vai ao encontro com a proposta do Twitter de criar novas formas de interação e aplicativos móveis adicionais, para tentar conter a queda de engajamento dos usuários e voltar a cres- além dos 140 caracteres Trident Brasil lança ferramenta que permite postagens com até 560 toques. Microblog promete aos usuários novas funcionalidades cer. O microblog tem hoje cerca de 284 milhões de usuários, número considerado pequeno com comparação aos 1,3 bilhão do seu principal concorrente, o Facebook. Em reunião com investidores nessa semana, o CEO da empresa, Dick Costolo, apresentounovas ferramentas e aplicações para o microblog,emrespostaaosmesesde dúvida dos acionistassobre a desaceleraçãodocrescimento equedadovolu- me de negócios. Segundo ele, se os planos derem certo, serão gerados mais de US$ 11 bilhões em receitas nos próximos de cinco a oito anos. Para um analista, no entanto, é difícil prever se as novas funcionalidades darão certo. “É difícil saber quão significativas suas novas iniciativas são”, disse Brian Wieser, analista da Pivotal Research. Entre as promessas estão uma linha do tempo instantânea e per- sonalizada para novos usuários que não querem passar muito tempo cultivando-a por conta própria; a possibilidade de gravar, editar e compartilhar vídeos nativamente, usando o aplicativo do Twitter, já no primeiro semestre de 2015; uma ferramenta que mostre às pessoas os tweets mais importantes, postados desde última vez que o usuário fez login na rede; entre outros. Com agências Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 11 Divulgação ENTRETENIMENTO Sony projeta aumentar receitas da divisão A Sony pretende aumentar suas receitas com entretenimento cinematográfico em mais de um terço nos próximos três anos, disse ontem seu presidente-executivo, Kazuo Hirai. A empresa luta para compensar as fracas vendas de smartphones. Hirai enfrenta pressão para mostrar que o entretenimento pode contribuir para a receita após de rejeitar proposta do fundo americano Third Point para desmembrar o segmento. Reuters O FUTURO DO TWITTER ■ Uma linha do tempo instantânea e personalizada para novos usuários que não querem passar muito tempo cultivando-a por conta própria; ■ No primeiro semestre de 2015, os usuários poderão “gravar, editar e compartilhar” vídeo nativamente, usando o aplicativo de Twitter; ■ Ferramenta que mostre às pessoas os tweets mais importantes, postados desde última vez que o usuário fez login na rede; ■ A partir da próxima semana, uma atualização permitirá que as pessoas compartilhem os tweets públicos dentro de mensagens privadas; ■ Alterações à página inicial do Twitter, que atrai 125 milhões de pessoas por mês; ■ Interações com aplicações móveis, além do Twitter e Vine; ■ Conteúdo organizado de acordo com geolocalização do usuário; ■ Opção para que os usuários possam transformar seus tweets em propagandas em segundos. Dick Costolo apresentou aos acionistas do Twitter novas ferramentas e funcionalidades que devem entrar no ar em breve NÚMEROS US$ 361 mi Receitas do Twitter no terceiro trimestre de 2014, acima da previsão de US$ 351,4 milhões. 7% Queda no principal indicador que mede o engajamento dos usuários do Twitter no 3º trimestre. Sites estendem os tweets dos usuários do microblog Apesar de ter sido criado para permitir apenas postagens com 140 caracteres, muitos usuários consideram o espaço muito pequeno e encontram dificuldades para resumir seus pensamentos, mesmo usando abreviações como “vc” para você e “fds” para fim de semana. Apesar de não haver ferramentas oficiais que permitam tweets maiores, segundo a companhia, na internet é fácil encontrar sites e aplicativos que estendem os posts. Entre eles está o Twishort.com, em que o usuário acessa o site com seu login do Twitter, escreve sem a preocupação com os 140 caracteres e o próprio site publica a postagem criando um link encurtado para uma página no próprio Twishort. Outra ferramenta bem conhecida é o Twitlonger, que além do site, pode ser acessado por dispositivos móveis com iOS, da Apple, e Android, do Google. Já o ezTweets oferece uma maneira fácil de escrever textos com mais de 140 caracteres no Twitter, pois ele divide automaticamente o texto em dois ou mais tweets, e os publica de forma ordenada na página do usuário na rede social. Redes americanas investem no apetite dos brasileiros De restaurantes casuais a a uma rede de rosquinhas, eles não acreditam na recessão do país Os consumidores brasileiros, apertados pelo crescimento estagnado e por uma moeda mais fraca, estão comprando menos produtos estrangeiros. Mas isso não se aplica quando o assunto é alimentação fora de casa. Depois que algumas redes fracassaram em suas tentativas anteriores de entrar na maior economia da América Latina, as operadoras dos chamados restaurantes casuais dos EUA estão se expandindo novamente. Cadeias como a Red Lobster estão surgindo para atender a demanda de consumidores de classe média que não podem pagar o jantar em restaurantes de padrão mais alto, mas que buscam uma noite com um pouco mais de classe. Outras, como a TGI Fridays, retornam em busca do desempenho do passado. A Red Lobster Seafood Co., que foi adquirida pela Golden Gate Capital Corp. em julho, abriu seus dois primeiros restaurantes no Brasil neste ano, no Itaim Bibi e no Aeroporto Internacional de São Paulo, e tem planos para mais 12. A bandeira está inaugurando lojas com a International Meal Co., a única operadora de redes de restaurantes de capital aberto do Brasil, disse o CEO da Red Lobster, Kim Lopdrup. “O Brasil é um dos mercados mais atrativos da América Latina devido ao seu tamanho, perspectivas de crescimento de longo prazo e forte aceitação dos restaurantes americanos casuais”, disse Lopdrup, por e-mail. Um prato de lagosta no Red Lobster custa de R$ 79 a R$ 169, ou cerca de US$ 30 a US$ 65, em São Paulo, contra US$ 27 a US$ 41 na Times Square, em Nova York. Já a TGI Fridays está voltando após uma ausência de quatro anos. A empresa, que foi adquirida neste ano pela Sentinel Capital Partners e pela TriArtisan Capital Partners, deixou o Brasil por causa de “algumas preocupações financeiras relacionadas ao nosso sócio de franquia”, disse Jean Baudrand, vice-presidente para Desenvolvimento de Negócios Internacionais. O Brasil era “uma região de alto desempenho” para a rede, disse Baudrand. Outra que está fazendo o caminho de volta ao país é a Dunkin’ Brands Group, que está planejando até 150 cafeterias com iluminação ambiental, wi-fi e sofás. A rede está voltando ao Brasil após fechar suas franquias cerca de uma década atrás por causa de problemas na cadeia de abastecimento, disse Scott Murphy, diretor de Abastecimento e vice-presidente de Operações para a América Latina da Dunkin’ Donuts. Desta vez, a sócia é a OLH Group — um grupo com sede em Brasília que anteriormente operou franquias do Subway—, que planeja ter um estoque de seis meses de insumos importados e está tentando encontrar produtores locais de itens como copos, disse o presidente da OLH, Leandro Oliva. “Esta ainda é uma das maiores economias do mundo e está repleta de oportunidades”, disse Murphy. “As principais delas estarão na classe média”, complementou. O impulso renovado no Brasil surge em um momento em que o país tenta sair da recessão do primeiro semestre do ano. Enquanto essa situação poderia significar uma desaceleração para os clientes americanos, isso não acontece no Brasil, disse Renato Meirelles, presidente do Data Popular, instituto de pesquisa focado na classe média, faixa da população que o órgão define pelas famílias com uma renda mensal média de R$ 1.694 a R$ 3.094. Comer fora regularmente faz parte da cultura dos brasileiros e os 40 milhões de pessoas que ascenderam à classe média na última década não são uma exceção. “Elas não desistem de comer fora, mas trocam restaurantes melhores por pizzarias ou reduzem a frequência de saídas”, disse Meirelles. “É que nem viajar de avião: aqueles que começam não vão mais viajar de ônibus. As pessoas não voltam para trás.” Bloomberg Comer fora regularmente faz parte da cultura dos brasileiros e os 40 milhões de pessoas que ascenderam à classe média na última década não são uma exceção 12 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ EMPRESAS Distribuidor de TI sofre com dólar alto e economia em baixa Faturamento estimado para este ano é de R$ 12,6 bilhões, o que representa retração de 5,2% em relação a 2013 Rodrigo Carro [email protected] O baixo nível de crescimento econômico no país e a cotação do dólar em alta frente ao real deixaram o segmento de distribuição de TI com poucos motivos para comemorar o Natal. Levantamento encomendado pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abadisti) estima que o faturamento total do setor terminará o ano no patamar de R$ 12,6 bilhões, uma retração de 5,2% em relação ao resultado registrado em 2013 (R$ 13,3 bilhões). As vendas de hardware em queda têm forçado os distribuidores nacionais a ampliarem seu mix de produtos, com participação crescente dos games. Paralelamente, as revendas apostam cada vez mais na prestação de serviços para clientes corporativos como forma de compensar a queda nas margens de lucro, chamuscadas pela concorrência dos grandes varejistas. “Somos um setor intermediário. Fatores como o dólar alto ou o crescimento econômico mais tímido geram um efeito cascata que NÚMEROS R$ 13,3 bi Foi o faturamento do segmento de revenda de produtos de Tecnologia Informação no ano passado, segundo pesquisa da Abradisti. 71% É a participação estimada da categoria de hardware no faturamento das revendas de TI para este ano. No ano passado, esse percentual foi de 74% e, em 2012, de 81%. sempre acaba na ponta do distribuidor e do varejista”, justifica Mariano Gordinho, diretor executivo da Abradisti. “A diferença é que o varejista trabalha com uma variedade maior de produtos no seu mix”. Variedade, neste caso, pode significar melhores margens. Não foi à toa que a participação dos jogos no faturamento das revendas aumentou em um quinto, passando de 5%, em 2013, para 6%, neste ano. Principal produto dos distribuidores de TI brasileiros, os componentes eletrônicos tiveram sua participação no bolo do faturamento reduzida de 16% para 1 5 % na c om p a raç ão 2013/2014. A redução de um ponto percentual é resultado direto do encolhimento do segmento de pequenas e médias montadoras nacionais de PCs. “Cinco anos atrás, o país tinha uma indústria pujante de montagem de computadores. Eram máquinas distribuídas regionalmente por empresas que estavam mais perto do cliente. Com a queda brutal nos preços dos computadores, a margem diminuiu muito, o que desestimula quem monta computadores”, explica Gordinho. Em linhas gerais, a categoria hardware vem perdendo market share ao longo dos últimos anos. Em 2014 representou 71% do faturamento das revendas, contra uma participação de 74% no ano passado e de 81% em 2012. A trajetória descendente é explicada — segundo o diretor executivo da Abradisti — pela importância crescente dos smartphones. Os telefones inteligentes absorveram uma variedade de funções antes restritas aos computadores. Outro fator determinante para a “decadência” do hardware foi a evolução das tecnologias de armazenamento de dados em nuvem, disponíveis hoje gratuitamente ou a um custo baixo. Pressionados por um cenário de margens menores e inadimplência em alta, os distribuidores de TI enveredam cada vez mais pelo mercado corporativo. Em 2006, a participação do segmento na receita das revendas era de 30%. Já em 2014 esse percentual é de 48%, conforme projeção que consta da 5ª Pesquisa Inédita Setorial dos Distribuidores de TI. Para o próximo ano, a previsão é de que os clientes cor- O MERCADO DO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FATURAMENTO DOS DISTRIBUIDORES POR PRODUTO 2014 15% 13% 12% 12% Componentes PCs e servidores Produtos de rede Software 7% 6% 6% 5% 4% 3% 3% 2% 0,5% 0,5% Suprimentos Monitores e TVs Games (hardware e software) Impressão Mobilidade (celulares, tablets, etc) Acessórios Telefonia (fixos, centrais, etc) Energia Cine e foto Cloud computing “ Somos um setor intermediário. Fatores como o dólar alto ou o crescimento econômico mais tímido geram um efeito cascata que sempre acaba na ponta do distribuidor e do varejista” Mariano Gordinho Diretor executivo da Abradisti 11% Outros PARTICIPAÇÃO DO SEGMENTO CORPORATIVO NO FATURAMENTO DAS REVENDAS 48% 51% 42% 35% 37% 30% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* 2015* *Previsão PANORAMA DOS DISTRIBUIDORES (FATURAMENTO) R$ bilhões 13,1 13,3 12,6 12,6 11,8 10,7 10,6 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* *Previsão Fonte: “Análise do Setor de Distribuição e Revendas no Brasil e Perspectivas para 2015”, IT Data Consultoria porativos respondam por 51% do faturamento. A aproximação entre distribuidores e companhias ganhou força nos últimos dois anos, com ênfase na prestação de serviços. “O grande concorrente do revendedor é o varejo. A solução para o distribuidor é buscar cada vez mais a proximidade com as empresas. Cliente corporativo quer treinamento, consultoria, serviços”, diz Gordinho. De acordo com o estudo encomendado pela Abradisti, há 30 mil revendas de TI no Brasil, sendo que 25% delas possuem apenas um funcionário e 68% contam com até cinco empregados. A maioria — 66% — possui site, mas somente 20% estão engajados no comércio eletrônico. A associação abrange 78% dos distribuidores brasileiros de TI, com faturamento previsto de R$ 9,8 bilhões para este ano. “Este Natal não vai ser apocalíptico, mas com certeza será conservador”, acredita o diretor executivo. “O setor não está preocupado com quem vai ser o próximo ministro da Fazenda. Os empresários estão aguardando uma sinalização clara do que vão ser os próximos anos em termos de política econômica.” Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 13 Divulgação SISTEMAS FERROVIÁRIOS Hyundai Rotem terá fábrica no Brasil A Hyundai Rotem, fabricante de sistemas ferroviários, anunciou ontem que irá construir em Araraquara (SP) sua primeira unidade no Brasil. Serão investidos cerca de R$ 100 milhões e criados 300 empregos na planta, que vai produzir trens. A nova fábrica será a segunda maior da empresa no mundo. A expectativa é que as obras sejam concluídas até o final de 2015 e a produção comece já no primeiro semestre de 2016. Piervi Fonseca “ Vamos continuar anunciando alguns modelos de vestíveis próprios, mas a prioridade nessa área será a oferta de componentes para dispositivos de outras marcas e fabricantes” David González Diretor-geral da Intel no Brasil Os novos horizontes da Intel Após crescer em tablets e recuperar parte do terreno perdido com a queda nas vendas de PCs, a nova via de expansão da gigante de chips inclui a Internet das Coisas, os dispositivos vestíveis, os PCs híbridos e os smartphones Moacir Drska [email protected] “Não se deve colocar todos os ovos numa única cesta”. O velho ditado popular se aplica perfeitamente ao momento da Intel. Após perder espaço pela demora em estender sua atuação para além do mundo dos PCs, a gigante americana de chips recuperou parte do tempo perdido ao alcançar neste ano a liderança no mercado mundial de processadores para tablets. Sob o impulso dessa conquista, a companhia está reforçando a diversificação do seu portfólio e prepara uma nova escalada em diferentes segmentos. “Continuamos atendendo aos parceiros tradicionais, mas estamos ampliando nosso leque”, diz David González, diretor-geral da Intel no Brasil. “Os resultados que atingimos nos tablets nos mostram que temos um bom potencial em categorias que estão logo à frente, como os vestíveis, os celulares e a internet das coisas”, afirma. No vasto campo da Internet das Coisas — conceito que sintetiza a conexão dos mais variados dispositivos à internet —, González diz enxergar as principais oportunidades nas aplicações industriais, sem perder de vista, no entanto, os exemplos dessa abordagem em dispositivos voltados aos consumidores. Hoje, os projetos globais da Intel nessa vertente incluem segmentos como manufatura, saúde e energia, e em tendências como os carros conectados, por meio de parcerias com montadoras como a Ford e a BMW. Globalmente, a divisão de Internet das Coisas da Intel registrou uma receita de US$ 530 milhões no terceiro trimestre, alta de 14% na comparação anual. No Brasil, uma das iniciativas ligadas a esse campo foi a instalação, em abril, de um centro de inovação no Rio de Janeiro. Como parte de um investimento de R$ 300 milhões firmado com o governo federal, a unidade tem como prioridade criar inovações baseadas na Internet das Coisas e em conceitos como big data voltadas às áreas de óleo e gás e de cidades inteligentes. No plano dos dispositivos vestíveis, um dos passos recentes da Intel foi a aquisição da start-up americana Basis Science, que passou a integrar a divisão de novos dispositivos da empresa. Segundo González, mais que uma linha de produtos que marcou a entrada da Intel na categoria, o acordo traz como benefício o acesso às tecnologias e sensores desenvolvidos pela novata. “Vamos anunciar alguns modelos de vestíveis próprios, mas a NÚMEROS US$ 14,5 bi Foi a receita global apurada pela Intel no terceiro trimestre, 7,9% superior ao montante registrado pela companhia americana no mesmo intervalo em 2013. 100 milhões Foi o volume de chips embarcados pela Intel entre julho e setembro. Essa foi a primeira vez que a empresa atingiu essa marca em um trimestre. prioridade nessa área será a oferta de componentes para dispositivos de outras marcas e fabricantes”, observa. Em setembro, por exemplo, a Intel anunciou uma parceria com o Fossil Group para desenvolver produtos na categoria. Os esforços incluem ainda o desenvolvimento de chips ultra-pequenos — “do tamanho do botão do meu paletó”, diz González — com alta eficiência energética para serem embarcados em relógios e pulseiras conectadas. Batizada de linha Quark, a novidade tem previsão de chegar ao mercado entre o fim de 2015 e o início de 2016. A busca por parcerias que acelerem a entrada em novos segmentos é também a aposta no mercado de smartphones, uma categoria na qual, assim como os tablets, a Intel encontrou dificuldades anteriormente para igualar o desempenho obtido nos PCs, seja pela questão do consumo de energia ou mesmo pelo desafio de atingir custos de produção mais baixos. No mercado brasileiro especificamente, um dos exemplos recentes e bem-sucedidos foi o lançamento local do Zenfone, smartphone da taiwanesa Asus equipado com processador Intel Atom e que vendeu mais de 10 mil unidades em suas primeiras 24 horas no mercado. Outra grande aposta global e também no Brasil são os chamados 2 em 1 — híbridos de notebook e tablet. A categoria já é a de mais rápido crescimento no país e a expectativa é que ela represente 14% das vendas locais da empresa no segmento de computadores. Segundo Mauricio Ruiz, diretor de vendas da Intel, a venda desse modelo de produto para empresas é uma frente que começa a se tornar atrativa. À medida que os preços desses equipamentos caem gradativamente, eles surgem como uma opção para a renovação dos parques das companhias. “As linhas novas estão chegando ao mercado na faixa de R$ 2 mil. Antes, como a maioria era importada, o preço variava entre R$ 5 mil e R$ 6 mil”, diz. Hoje, no Brasil, os chips da Intel já estão embarcados em 23 modelos diferentes de híbridos. Já no segmento de tablets, os processadores da marca estão em 20 modelos,o que inclui nomes como Lenovo, Dell e Samsung, e também fabricantes locais, como a DL. Parte do sucesso da Intel na categoria pode ser explicado por parcerias similares ao acordo com a DL. A empresa é a líder no mercado brasileiro, como resultado da estratégia de investir em tablets de entrada e de preços intermediários. 14 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ EMPRESAS Embratel e Net aprovam nova reorganização societária Portugal Telecom é atrativa, afirma CEO A operação contempla a incorporação da Net, da Embratel e da Embrapar pela Claro Segundo Almeida, resultados do terceiro trimestre mostram que a empresa está “viva” Diário Económico O negócio da Portugal Telecom é sólido e sua liderança no país a torna “obviamente atrativa”, disse o presidente-executivo Armando Almeida ontem, ao anunciar uma nova oferta da operadora, que se fundiu com a Oi. Em evento para a imprensa, Almeida declarou que os resultados do terceiro trimestre mostraram o reforço da liderança no mercado português e que a Portugal Telecom está “viva”. “Somos obviamente atraentes para várias empresas”, disse o executivo. “Apesar de tudo o que se falava, que a empresa estava passando por dificuldades, nossas receitas trimestrais e de nove meses mostraram que ganhamos market share”, disse Almeida, que está há três meses no cargo. As receitas da operadora caíram 3,3%, para ¤ 610 milhões no terceiro trimestre, com as vendas do segmento empresarial particularmente pressionadas. No final de setembro, a Portugal Telecom tinha 2,65 milhões de unidades ge- “Ganhamos market share”, disse Armando Almeida, CEO da PT radoras de receitas no segmento corporativo, crescimento frente aos 2,56 milhões de um ano antes. Nesse segmento, as receitas líquidas caíram 5,5%, para ¤ 183 milhões. A PT lançou ontem no- va oferta convergente tendo como alvo pequenas empresas e focada na integração de serviços de voz, móvel, nuvem e dados, que visa a 30 mil adesões no “curto prazo”. No dia 12, os fundos de private equity Apax Partners e Bain Capital fizeram oferta conjunta de ¤ 7,07 bilhões pelos ativos portugueses da Portugal Telecom, valor mais elevado que a proposta de ¤ 7,02 bilhões da francesa Altice. A empresa de Correios de Portugal CTT também disse que acompanha o processo de venda da PT e analisava oportunidades que criem valor a seus acionistas. Ontem, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador do mercado de capitais português, informou que, diante das condições estabelecidas pela Terra Peregrin para lançar sua Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) pela PT SGPS, será necessário que o preço oferecido seja justo, numa decisão que caberá à própria CMVM. A PT SGPS detém 25,6% do capital da Oi, enquanto a Terra Peregrin é uma holding da angolana Isabel dos Santos. A oferta inicial de Isabel foi de ¤ 1,35 por ação, num total de ¤ 1,2 bilhão. Com Reuters Nokia reativa sua marca com novo tablet parecido com iPad A finlandesa Nokia lançou um novo dispositivo da marca ontem, que é projetado para rivalizar com o iPad Mini, da Apple, apenas seis meses depois de a empresa vender sua divisão deficitária de telefones celulares para Microsoft por mais de US$ 7 bilhões. A Nokia — um nome que já foi sinônimo de telefones móveis até que Apple e,emseguida,SamsungElectronicseclipsaramaempresafinlandesa com o advento dos smartphones —,disse quea fabricação,distribuição e a venda do novo tablet N1 serãofeitaspela Foxconn de Taiwan, que tem a licença para usar a marca. Com a superfície em alumínio, o N1 usa o software operacional Lollipop Android, do Google, mas apresenta nova interface de tela inteligente Z Laucher, da Nokia, e deve chegar às lojas na China no primeiro trimestre do próximo ano por um preço estimado de US$ 249 antes de impostos, com vendas para outros mercados a seguir. Sebastian Nystrom, diretor de produtos na unidade de Tecnologias da Nokia, disse que a empresa estava estudando lançar mais dispositivos e também pode voltar para o negócio smartphones com o licenciamento da marca. “Com o acordo com a Microsoft, como é habitual, temos essa transição e não podemos fazer smartphones por um tempo. Mas em 2016 nós podemosnovamenteentrarnesse negócio”, disse Nystrom. “Seria loucura não olhar para essa oportunidade. É claro que vamos olhar para ela.” A Microsoft, na semana passada, retirou o nome de Nokia de seu mais recente smartphone, o Lumia 535, que roda em seu sistema operacional Windows Phone 8, mas a americana ainda usa a marca finlandesa em telefones mais básicos. Após a venda para a Microsoft, a Nokia ficou com seu core business —os equipamentos e serviços de rede, além de sua unidade menor de mapeamento e navegação, chamada de HERE, além da Nokia Technologies, que gerencia o licenciamento de seu portfólio de patentes e desenvolve novos produtos, como o N1 e o Z Launcher. Questionado sobre os rumores de que a Nokia estava olhando para voltar ao mercado de celulares, o Chefe do Executivo Rajeev Suri disse na semana passada que ele estava olhando em maneiras de trazer a marca de volta ao mercado consumidor através de acordos de licenciamento. Reuters Sebastian Nystrom, diretor da Nokia Technologies, apresenta o tablet N1 REUTERS/Heikki Saukkomaa/Lehtikuva Dispositivo será fabricado, distribuído e vendido pela Foxconn, em acordo de licenciamento Os conselhos de administração da Embratel Participações e da Net aprovaram na segunda-feira a proposta de reorganização societária que também envolve a operadora Claro, dentro do processo de consolidação das empresas em uma única sociedade. As três companhias pertencem ao grupo América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim. A operação contempla a incorporação da Net, da Embratel e da Embrapar pela Claro, enquanto fatias desmembradas de Embratel e Embrapar denominadas Nova Embratel e Nova Embrapar serão incorporadas pela Telmex Solutions Telecomunicações. Conforme fato relevante divulgado ontem, a incorporação deverá se tornar eficaz, caso aprovada pelos acionistas das companhias, em 31 de dezembro deste ano. A relação de troca proposta no âmbito da operação é de um lote de mil ações de emissão da Embrapar por 0,0308 ações da Claro, uma ação de emissão da Embratel por 0,0031 ações da Claro e uma ação da Net por 0,0884 ações da Claro. Acionistas detentores de ações ordinárias de Net, da Embratel e da Embrapar, além de ações ordinárias da Claro, também poderão receber papéis da Nova Embratel ou da Nova Embrapar. Por sua vez, detentores de ações preferenciais da Net e da Embrapar receberão ações preferenciais da Claro e poderão receber papéis da Nova Embrapar. O valor dos ativos a serem cindidos do patrimônio da Embrapar serão equivalentes a R$ 1,612 bilhão, o que reduzirá seu patrimônio para R$ 9,170 bilhões, enquanto o valor separado da Embratel será de R$ 1,547 bilhão, ficando seu patrimônio após a cisão em R$ 4,863 bilhões. O patrimônio da Net era de R$ 6,812 bilhões em 30 de setembro de 2014, data base considerada para as avaliações. O capital social da Claro passará a R$ 12,043 bilhões, dividido em 16.750.449 ações ordinárias e 33.500.898 ações preferenciais. Acionistas da Embrater, Embratel e Net terão direito de recesso. As companhias informaram estimar que o custo total da operação seja de cerca de R$ 8 milhões. Reuters Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 15 Divulgação TELECOMUNICAÇÕES Até 2020, 90% da população terá celular O levantamento Mobility Report, da Ericsson, revela que 90% da população mundial terá telefone celular até 2020. No mesmo período, os smartphones devem chegar a 6,1 bilhões. Em 2014, foram 800 milhões de smartphones vendidos em todo o planeta. O tráfego de vídeo móvel deve aumentar dez vezes e chegar a 55% de todo o tráfego de dados móveis até 2020. Redação ENTREVISTA MAURÍCIO MAGALHÃES Presidente da Agência Tudo, do Grupo ABC ‘O ERRO É NÃO TER FÔLEGO PARA APROVEITAR O PATROCÍNIO’ Piervi Fonseca Os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, vão movimentar US$ 1,2 bilhão em ações publicitárias. São mais de 30 marcas envolvidas com acompetição. A Agência Tudo, do Grupo ABC, fez umestudosobreestratégias e oportunidades de patrocinadorasenãopatrocinadoras. Sem driblar a lei, vale tudo, até ser contra o evento,diz Maurício Magalhães. “ Os grandes eventos sempre devem ser plataformas de interlocução das marcas com as pessoas, hoje mais abertas a novas oportunidades” Nos Jogos de Londres, a Procter& Gamble, uma patrocinadora mundial,foimuitointeligenteao direcionar seu foco para as mães dos atletas, criando a campanha Celebrating Mums e a casa da família P&G. O objetivo era destacar os cuidados da marca com a família. A grande fórmula olímpica das empresas é contextualizar a marca dentro do universo da competição. A causa é o que a aproxima de seu público . E esse ciclo olímpico precisa começar muito antes da competição. Erica Ribeiro [email protected] Por que a ideia de desenvolver esta pesquisa? Temos pesquisado bastante a evolução das marcas em grandes eventos. Esse é um movimento que só tem crescido, diante de um novo consumidor. Os grandes eventos sempre devem ser plataformas de interlocução das marcas com as pessoas, hoje mais abertas às novas oportunidades. Estamos em um século em que é preciso entender o que quer esse novo cidadão. Se quem começa antes sai na frente, que exemplos de marcas patrocinadoras você cita como promissoras para 2016? Qual é o principal erro das marcas ao se ligar a um evento como as Olimpíadas? Já vemos um movimento bem consistente da Nike. O Bradesco e os Correios também estão se posicionando fortemente. Todos estão se apresentando nessa fase. Oerroé nãoterfôlego para aproveitar o patrocínio. O valor deste patrocínio.Dependendodopropósitodopatrocinador com o evento, há em alguns casos a necessidade de se gastar omesmo valorcomativações.Ouseja, para cada um real gasto com a cota de patrocínio, outro real precisa ser gasto em ativação da marca. E as não patrocinadoras? Como agir sem infringir a lei? As possibilidades são muitas. As mais tradicionais partem da apropriação de atributos olímpicos, sem usar marcas ou o símbolo dos anéis e demonstrar o orgulho brasileiro,oorgulhocomoesporte.Espa- Então, como acertar o caminho em um evento com tantas possibilidades? Fundo de private equity dedicado à maconha cria a primeira marca global de cannabis Acordo para criar a Marley Natural foi feito com os herdeiros do cantor jamaicano de reggae Com a legalização do uso recreacional da maconha em diversos estados dos Estados Unidos e no Uruguai, era uma questão de tempo até que surgisse a primeira marca a comercializar a erva. Não é mais. Anteontem, o fundo de private equity Privateer Holdings, sediado em Seattle, anunciou um acordo com os herdeiros do cantor jamaicano Bob Marley pa- ra criar a Marley Natural, que almeja ser a primeira marca global de cannabis. “Estamos nos juntando com a Privateer Holdings porque eles compreendem e respeitam o legado de nosso pai”, disse Rohan Marley, filho de Bob. Um dos maiores defensores do uso da maconha, a chama de Bob Marley permanece acesa, apesar de ele ter morrido há mais de trinta anos. Seu disco “Legend”, lançado em 1984, ainda está entre os mais vendidos da lista da Billboard (em setembro, ele ocupava a quinta colocação) e seu espólio gerou US$ 20 milhões no ano pas- sado, segundo a revista Forbes. No port fó l i o d e pro d u t o s , q u e d e ve che ga r ao mercado provavelmente no segundo semestre do ano que vem, apenas nos lugares onde seu consumo é devidamente legalizado, segundo o comunicado da companhia, cepas de maconha jamaicana inspiradas naquelas que Bob Marley apreciava. Além do cigarrinho, a empresa planeja comercializar loções pós-sol com infusão de cânhamo e cremes hidratantes de aloe vera e coco, assim como acessórios, incluindo edições limitadas inspiradas nos apetrechos usados por Marley. Não se trata de um negócio de doidões. Segundo o “Financial Times”, a economia da cannabis, recreacional e médica, deve movimentar US$ 2,6 bilhões nos EUA neste ano. Mas segundo estimativas da Rand Corp, instituição sem fins lucrativos que realiza pesquisas para contribuir com a tomada de decisões e a implementação de políticas no setor público e privado, o mercado ilegal de maconha na terra do Tio Sam teria movimentado US$ 40 bilhões em 2010. ços de convivência não oficiais, usando os mesmos atributos são um outro caminho. E há também, como seviu em outros países,atitudesmais ousadas. Marcas podem se apropriardosentimentoantipropaganda que gira em torno dos jogos e ganhar a simpatia do público dando descontos para quem usar marcas não-olímpicas. Sem contar o movimento dos excluídos. Muitos esportes, com milhões de fãs apaixonados, não terão espaço dentro dos Jogos Olímpicos — ainda mais no Brasil. Levantar a bandeira em defesa e divulgação desses esportes pode ser uma ótima oportunidade para ganhar a simpatia do público e sair na frente na corrida olímpica. As regras legais são mais rigorosas nos jogos? Há algumas diferenças e, para isso, patrocinadores ou não devem ficar atentos. Principalmente a Regra 40, que restringe a participação dos atletas que competem em campanhaspublicitáriasdurante acompetição, assim como 15 dias antes e depois dos jogos. As demais regras são semelhantes. Ehá ainda oTratadodeNairóbi, para proteçãodo símbolo olímpico. As demais regras são semelhantes. Ainda segundo o comunicado da companhia, a Privateer Holdings está construindo um portfólio de empresas tradicionais com o intuito de elevar a discussão sobre a cannabis. Ela reúne a Tilray, uma produtora de erva para uso medicinal com atuação no Canadá (que já pediu uma licença para começar a produzir no Uruguai) e o Leafly, uma espécie de rede social, com ferramenta de geolocalização que, com quatro milhões de visitantes ao mês, reúne uma ampla base de variedades de cannabis, com comentários, avaliações, endereços de lojas de acessórios, além de temas relacionados ao uso recreacional da maconha. Segundo o FT, o Privateer já levantou US$ 22 milhões, por meio de financiamento de capitais próprios e um empréstimo-ponte conversível. E está no meio de mais uma rodada de financiamento, que deverá ser concluída antes do final deste ano, e que deve adicionar mais US$ 50 milhões. F.G. 16 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 17 AUTOMANIA MARCELLUS LEITÃO [email protected] Fotos Divulgação A VW PRECISA DE UM ‘UP’ Pablo Tavares Ainda nas alturas O s últimos números da Jato Dynamics sacudiram o board da Volkswagen. Os Doutores de Wolfsburg pularam ao ver a queda mundial de 0,9% no mercado, o que distancia a marca alemã do seus planos de ultrapassar a líder Toyota. As duas marcas mantêm uma disputa cabeça com cabeça na totalização anual, mas na comparação dos meses de setembro de 2013 com setembro de 2014 a VW caiu quase 1%. Para nós, nos trópicos, o significado pode ser maior ainda. A Jato atribui ao desempenho de vendas nos Estados Unidos e Brasil, com quedas de 19% e 17%, respectivamente, os motivos do freio travado da marca do povo em todo o planeta. No nosso mercado, a troca de modelos de entrada, como a do Gol pelo up!, carro de insuspeitas virtudes e qualidades, não encontrou , ainda, respaldo nas vendas e 2014 terminará como o primeiro ano sem o Gol na liderança, depois de 27 anos na ponta. A situação é mais estranha quando se fala que a VW não terá nenhum carro na liderança de seu respectivo segmento, algo inédito para a marca instalada no Brasil há 60 anos. E ainda, em consequência disso, pode amargar a perda do segundo lugar em vendas totais para a GM, que cresce em vários segmentos, como o dos hatchs e sedãs compactos Onix e Prisma e dos monovolumes grandes, como a Spin, com mais de 93% do mercado onde a VW não atua. Neste cenário, a Fiat já conta as favas da vitória do Palio, o sucessor do Gol nas vendas nacionais, com vendas mensais em ritmo de ultrapassagem do antigo líder. Hoje, o Palio acumula 145.390 unidades em 2014 (até outubro) contra 147.186 do Gol. Gol na frente. Só que mês a mês o Palio, com sacrifício de margens, tem aberto diferença de 4 mil carros sobre o Gol. Conta simples: o Palio vai terminar o ano como líder. A conta das vendas diretas a governo e frotistas também impressiona: ela é melhor para o Gol. Mas nas vendas no varejo o Palio vence, o que reflete a preferência do mercado. O up!, que provocou este movimento, vem em quarto lugar entre os carros de entrada. Nada mau para quem foi lançado em fevereiro. As novas versões Cross up! , já apresentada, GT e Taigun (este um SUV), ambas a caminho, devem melhorar essa conta. Mas a VW precisa se movimentar nos demais segmentos. A picape Saveiro, com a nova cabine dupla na gama vem em segundo lugar, atrás da líder Strada. Só que a diferença é o dobro a favor da Fiat. Entre as picapes grandes, a Amarok amarga um quarto lugar, depois da S10, Hilux e L200, a despeito de sua rede concessionária ser imensa no país. A ausência na briga dos monovolumes talvez pese para a marca alemã, assim como o quinto lugar do Passat, atrás de Mercedes e BMW entre os sedãs de luxo. Nas stations wagons pequenas, a VW está em segundo com a SpaceFox, atrás, de novo, da Fiat, sua pedra no sapato. A Fiat apanha feio em algumas frentes, como a dos sedãs médios, onde o Linea capenga em décimo lugar, segmento onde a VW mantém o Jetta em sétimo. Entre os sedãs compactos, o Polo Sedan vem em quarto, depois do Cobalt, City e New Fiesta. Entre os pequenos, o outrora líder Voyage aparece em terceiro, com 16,31% de participação, atrás de quem? Do Siena que entra na conta com o Grand Siena. No mercado da hora, o dos SUVs, a VW tem só o Tiguan, médio, importado e caro, que mantém o décimo sexto posto no grid. A marca promete lançar o Taigun, sobre a plataforma do up!. O que se pode esperar em curto prazo é que a Fiat estabilize participação, a GM ultrapasse a VW no segundo lugar e o Gol perca o posto de mais vendido no país para o Palio. Para o ano que vem, dependendo das novas apostas, a marca de São Bernardo pode reconquistar um lugar melhor no pódio, sem deixar de olhar no retrovisor, pois bons produtos como os Renault, Ford e Hyundai, estão querendo seu quinhão. A Ford apresenta no Salão de Los Angeles, que começa dia 21, o novo SUV médio Everest. Produzido na Tailândia, usa partes comuns às da nova Ranger. Isso nos força a levantar a dúvida, sempre desmentida pela marca, sobre a produção do modelo na Argentina, para confronto direto com a Chevrolet Trailblazer. Adrenalina confirmada A VW deverá produzir o Golf R400, modelo esportivo, duas portas com motor de 400 cv a 420 cv, segundo alardeou a revista britânica Car. Se confirmado, o conceito exibido no Salão de Pequim, em abril passado, ganhará as ruas no lugar do Golf 300, topo de linha oferecido ao mercado europeu hoje. A exibição do R400 será em Frankfurt 2015. Dias rápidos Estamos testando hoje, no autódromo de Goiânia, o apimentado Fiat 500 Abarth, que a marca está produzindo no México e venderá no Brasil por preços abaixo de R$ 80 mil. Em fim de ano animado, estamos ainda com o Mégane RS, recordista do laço norte de Nurbürgring e, em dezembro, o Nissan GT-R. Coluna publicada às quartas-feiras 18 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ FINANÇAS CONTA SIMPLIFICADA Limite sobe de R$ 2 mil para R$ 3 mil O Banco Central aumentou de R$ 2 mil para R$ 3 mil o limite máximo de saldo mensal permitido para as contas simplificadas. As contas simplificadas foram criadas para estimular a inclusão financeira; têm abertura facilitada, limites na movimentação; sem talão de cheques, têm restrições à cobrança de tarifas. Há 8 milhões de contas simplificadas de depósitos à vista, e 3 milhões de poupanças. Editora: Eliane Velloso [email protected] Alessandra Taraborelli [email protected] São Paulo O Sistema Registrato do Banco Central (BC) pode funcionar como uma espécie de cadastro positivo e se tornar uma importante ferramenta de negociação de juros entre os clientes e as instituições financeiras. A afirmação foi feita pelo chefe adjunto do departamento de atendimento institucional do BC, Carlos Eduardo Gomes. O novo sistema, lançado na segunda-feira pela autoridade monetária, permite ao cidadão ter acesso de forma rápida e segura, pela internet, às informações sobre suas operações de crédito e outros relacionamentos com o sistema financeiro. Agora, o cidadão não precisará mais se deslocar às representações do BC ou remeter pelo correio solicitação com firma reconhecida em cartório e cópias de documentos pessoais também autenticadas. Eduardo Gomes ressalta que as informações podem ser usadas em favor do cliente que terá mais um instrumento de negociação junto aos bancos. No entanto, ele observa que as instituições financeiras têm sua política de cobrança de taxa de juro e não significa que a negociação será efetiva. “Pode, sim, beneficiar o cidadão. É um relatório detalhado de todo o histórico bancário do cidadão”, diz. O executivo do BC avalia ainda que o cadastro também vai beneficiar o cidadão no sentido do planejamento financeiro e, se, eventualmente, alguém fez alguma operação usando documentos falsos, o cliente terá acesso à informação e condições de regularizar sua situação. “Até aquela conta que está aberta e o cidadão não lembra mais dela constará no relatório”, explica. De acordo com Eduardo Gomes, o Registrato irá trazer informações desde 2001 que estão disponíveis no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro (CCS) e no Sistema de Informações de Crédito (SCR). No primeiro caso, são apresentadas informações de todos os bancos com as quais o cliente possui algum relacionamento (como conta corrente, poupança e empréstimos). Já no SCR, contém informações do conjunto dos empréstimos, financiamentos e outras modalidades de crédito que o cliente tiver obtido em cada instituição financeira, acima de R$ 1.000,00. “No SCR, o relatório será uma fotografia do último dia de cada mês. Todas as dívidas que tinha com o sistema financeiro nesta data – financiamento imobiliário, veículos e cartão de crédito, por exemplo. Vai mostrar se a situação está normal, se tem dívida, se esta pagando, se deixou de pagar, independente do prazo que a dívida esteja vencida”, explica. BC dará poder de negociação a cliente Registrato fornecerá relatório detalhado do cidadão, que poderá usar o instrumento como ferrramenta de negociação de taxa de juros junto às instituições financeiras Divulgação O analista sênior da consultoria Austing Rating Luis Santacreu, também concorda que o sistema do BC será um concorrente do cadastro positivo dos birôs de crédito. Ele ressalta, no entanto, que o Registrato, ao contrário do cadastro positivo, não contempla informações de crédito fora do sistema bancário, como o pagamento de contas de luz, telefone, água, ou internet, por exemplo. “ O cadastro positivo passou pelo Congresso porque envolve sigilo bancário e demorou para ser sancionado pela presidente. O cliente tem que autorizar o banco a fornecer a informação” Luis Santacreu Analista sênior Austing Rating No entanto, Santacreu, observa que o cadastro positivo ainda esta engatinhando e que muitas pessoas não autorizam o uso de suas informações no sistema. “O cadastro positivo passou pelo Congresso porque envolve sigilo bancário e demorou para ser sancionado pela presidente (Dilma Rousseff). O cliente tem que autorizar o banco a fornecer a informação. As pessoas ficam com um pouco de medo de passar as informações, por isso, ainda não decolou. Há uma certa frustração na adesão”, diz, ressaltando ainda, que um não inviabiliza o outro. “Não mata, mas pode ser um forte concorrente”, avalia. Santacreu também chama a atenção para o fato de no sistema do BC as instituições financeiras serem isentas de custos. “Será que os bancos avaliaram que estão gastando muito dinheiro com Serasa e SCPC? Pode ser que tenham se reunido para facilitar a vida do sistema, e o BC virou uma espécie de birô, e isso pode gerar uma economia para os bancos”, pondera. Segundo Eduardo Gomes, o Registrato não tem custo para os bancos e nem para os clientes. Para Santacreu, um dos objetivos do BC foi dar maior transparência ao sistema. “A autoridade monetária sempre busca melhorar a transparência para que as informações fluam”, avalia. Sistema do BC permite acesso de forma rápida e segura, pela internet, às informações de operações de crédito Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 19 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES [email protected] MEIRELLES NO BC? DÓLAR APROVA Editoria de Arte M esmo diante de uma onda global de enfraquecimento da moeda americana, o dólar oscilava no mercado doméstico sem rumo certo até um pouco depois das 15 horas. Foi nesse momento que as mesas de operações começaram a comentar nota da colunista política Tereza Cruvinel que, em seu blog, informava a inclinação da presidente Dilma Rousseff em recorrer a uma fórmula para resolver o impasse na nomeação da nova equipe econômica ainda não cogitada pelo mercado e pela mídia capaz de satisfazê-la pessoalmente e também de agradar investidores e empresários: Alexandre Tombini na Fazenda, Henrique Meirelles no Banco Central e Nelson Barbosa no Planejamento. Foi só então que o dólar assumiu uma tendência declinante, mas ainda relutante. Fechou cotado a R$ 2,5903, em desvalorização de 0,42%, quebrando uma sequência de cinco altas. Já foram tantas as duplas e trincas formadas desde o dia 27 de outubro que o mercado recusase a abandonar o seu ceticismo. O tom comum dos últimos dias é a irritação com a demora. Afora a incredulidade, a fórmula noticiada ontem foi vista como um Frankenstein cujas partes não conversariam muito amistosamente entre si. Seria um passo enorme para a reedição da antiga rixa entre desenvolvimentistas e conservadores que apimentou a gestão Lula. De janeiro de 2003 a março de 2006, sob a gestão de Antonio Palocci na Fazenda, o convívio com Meirelles foi fraterno. De abril de 2006 a dezembro de 2010, sob Mantega, as rusgas eram periódicas. A volta ao BC de um Meirelles blindado por Lula daria ao mercado a tranquilidade de saber que, se o plano fiscal bolado por Tombini e Barbosa não fosse suficiente para corrigir as distorções, a taxa de juros subiria o que tivesse de subir para fazer o ajuste pela via mais dolorosa. Não foi por outra razão que as ações de bancos lideraram as altas de ontem na Bovespa. Os papéis PN do Bradesco subiram 4,49%, enquanto Banco do Brasil ON avançou 3,66% e Itaú PN, 2,91%. Os analistas têm dúvidas se Meirelles aceitaria retornar ao BC. Só se o cargo fosse uma ponte para a Fazenda com Lula em 2018. Maior pregão do país em volume de negócios, o mercado futuro de juros da BM&F desacelerou mais ainda ontem. Os juros caíram porque Meirelles resgataria a credibilidade da autoridade monetária e porque as expectativas para o crescimento da economia estão cada vez mais negativas. As taxas dos contratos mais líquidos, com vencimento em janeiro de 2017 e janeiro de 2021, cederam de 12,73% para 12,64% e de 12,71% para 12,63%, respectivamente. Não é somente a falta de definição dos nomes da próxima equipe econômica que inviabiliza a tomada mais consistente de posi- ções e a fixação de prêmios. O escândalo envolvendo a Petrobras e as empreiteiras ameaça retardar ou paralisar obras e concessões. Se antes dele já se previa um 2015 muito difícil na área econômica, depois então as projeções de crescimento do PIB ficaram ainda mais incertas. As estimativas do Boletim Focus para o PIB do ano que vem foram sendo rebaixadas continuamente ao longo deste ano. Ao final do primeiro trimestre, as cem instituições participantes da pesquisa previam expansão de 2% em 2015. A projeção caiu para 1,5% no final do segundo e depois para 1,01% ao cabo do terceiro trimestre. Pelo Focus divulgado na segunda-feira está agora em 0,8%. O Banco Fator revisou ontem sua expectativa de expansão do PIB no ano que vem de 0,7% para 0,5%. Com um detalhe altamente significativo, conforme explicitou o seu economista-chefe José Francisco de Lima Gonçalves: “O viés, porém, é de desaceleração, pois não incluímos eventual racionamento de energia elétrica nem efeitos explícitos de queda na produção e investimentos da Petrobras e de projetos de infraestrutura em geral”. Antes do Juízo Final – nome dado pela Polícia Federal à sétima etapa da Operação Lava Jato --, o mercado já trabalhava com dois cenários possíveis, ambos ingratos ao crescimento de curto prazo. O primeiro incorporava a expectativa de uma guinada ortodoxa da política econômica: um ajuste recessivo seria feito para reorganizar as finanças públicas e trazer a inflação à meta de forma a reconquistar a confiança dos empresários e fazer o País voltar a crescer dois anos depois. O segundo supunha a continuidade em suas linhas essenciais da atual política econômica. O ajuste não seria recessivo. O governo tentaria obter um superávit primário que fosse pelo menos suficiente para escapar de um rebaixamento de rating. Nessa hipótese, a credibilida- de não seria recuperada e os próximos anos seriam de perpetuação do baixo crescimento, com inflação rondando o teto da meta. Depois do Juízo Final não há mundo visível. A Petrobras e as empreiteiras estão sob suspeição e os investimentos podem sofrer atrasos. Frente à perspectiva de um abalo no PIB, a tentação de um governo de matriz desenvolvimentista é, de novo, atuar com medidas localizadas visando incentivar o consumo. E, para evitar o desemprego, novas desonerações tributárias para irrigar o caixa das empresas. Esse novo cenário pode levar o Banco Central a desistir do seu plano de utilizar a taxa de câmbio como linha auxiliar do ajuste. O BC permitiu que o dólar subisse livremente de R$ 2,2396 no dia 5 de setembro – o início da escalada pré-eleitoral – para R$ 2,60 na sexta-feira, dia em que deu um basta na alta ao anunciar a sua disposição de rolar todos os contratos de swap que irão vencer. Ou seja, o BC fez uma maxidesvalorização cambial de 16%. Deliberadamente, o BC mudou o câmbio de patamar, assumindo as inevitáveis consequências inflacionárias. Foi por isso que teve de iniciar um novo ciclo de alta da Selic no dia 29 de outubro. O objetivo da máxi foi: aumentar a competi- tividade da indústria brasileira ao encarecer os importados e reduzir o custo unitário do trabalho em dólar. O primeiro objetivo preserva empregos e o segundo reduz o seu custo. Mas se o câmbio depreciado retira poder de compra dos assalariados, atua por essa senda indireta para esfriar o consumo e derrubar a inflação. Como essa estratégia poderá ampliar a debilidade do PIB, tornase incompatível se o governo reincidir em medidas pró-consumo para suavizar os efeitos da crise política e econômica desencadeada pelo “petrolão”. Este novo cenário pode solapar a incipiente retomada da economia brasileira, já constatada por índice de atividade do BC e por indicadores de confiança. Divulgada ontem pelo IBGE, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) relativa a setembro apontou uma leve recuperação deste setor que, embora algoz implacável do IPCA, tem a virtude de ser profícuo criador de empregos. A receita nominal dos serviços cresceu em termos interanuais 6,36% em setembro, o maior avanço deste maio, ante 4,47% em agosto. Em termos reais, a queda diminuiu de 3,65% para 2,05%. Os resultados para o último trimestre do ano ficam comprometidos pelo quadro de incertezas. 20 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ FINANÇAS Murillo Constantino Cheques sem fundo sobem 1,97%em outubro, diz Serasa De acordo com indicador, em igual mês do ano passado o crescimento era de 1,96% Eletrobras teve queda de mais de 4%, com temores de que operação Lava Jato respingue na estatal Bovespa rompe série de quedas e sobe 1,6% Com rumores sobre equipe econômica de Dilma Rousseff e desempenho de Wall Street, Ibovespa encerrou aos 52.061 pontos A Bovespa fechou em alta nesta terça-feira, interrompendo uma sequência de três quedas, amparada em novas especulações sobre a equipe econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e no avanço de índices acionários em Wall Street. O pregão foi marcado por forte volatilidade dos papéis da Petrobras, que acabaram fechando no menor nível desde março, enquanto ações consideradas defensivas e do setor bancário ajudaram a blindar o Ibovespa da pressão negativa do declínio da mineradora Vale. O Ibovespa encerrou em alta de 1,57%, a 52.061 pontos, voltando azul no acumulado do ano, com ganho de 1,08%. A primeira etapa da sessão foi volátil, com índice caindo a 51.067 pontos, na mínima. Na máxima, à tarde, marcou 52.122 pontos. O volume financeiro do pregão, somou R$ 6,4 bilhões, dentro da média em novembro, mas abaixo da média de R$ 7,2 bilhões do ano. Na parte da tarde, repercutiu no mercado nota do site 247 de que a presidente Dilma estaria avaliando o nome do atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para a Fazenda, e de Meirelles para o comando do BC. Além das especulações sobre a equipe econômica, a bolsa também encontrou impulso em Wall Street, onde o índice Standard & Poor's 500 renovava máxima histórica, ajudado pelo setor de saú- A Petrobras ameaçou trégua na trajetória de baixa, mas suas ações preferenciais fecharam em queda de 1,2%, a R$ 12,45, renovando a mínima de fechamento em oito meses de após a aquisição da Allergan pela Actavis. A Petrobras ameaçou pela manhã uma trégua na trajetória de baixa. As ações preferenciais da petroleira, que chegaram a subir quase 2% e a cair quase 5% durante a sessão, fecharam em queda de 1,2%, a R$ 12,45, renovando a mínima de fechamento em oito meses. As ordinárias caíram 1,6%, também para o menor nível desde março deste ano. Eletrobras também registrou declínio expressivo, de mais de 4%, por temores de que a operação Lava Jato respingue na empresa. Vale foi outra pressão negativa, após o minério de ferro no mercado à vista da China cair para perto de U$S 72 por tonelada pela primeira vez em mais de cinco anos. Os papéis da mineradora trabalham em níveis de 2009. A ajuda dos chamados papéis defensivos, como Cielo, Ambev, Kroton e BB Seguridade, e o avanço em Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, contudo, ajudaram a blindar o Ibovespa. Reuters O percentual de devoluções de cheques por insuficiência de fundos apresentoualtaemoutubro,deacordo com o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. No mês, o indicador apontou crescimento de 1,97% no total de devoluções — no mesmo período do ano passado este percentual foi de 1,96%. Em setembro desse ano, o indicador alcançou aumento de 1,84%. Já no período acumulado, que reúne os primeiros dez meses deste ano, o mesmo percentual atingiu 2,06%, contra 2,01% alcançados no mesmo período do ano passado. Segundo o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, a data comemorativa do Dia das Crianças contribuiu para a elevação da inadimplência com cheques durante o mês de outubro. “Além disso, no acumulado deste ano, o percentual de devolução de che- ques por insuficiência de fundos está maior devido ao agravamento do quadro conjuntural: inflação elevada, juros altos e estagnação econômica com reduções localizadas do nível de emprego”, explica o especialista. No ranking estadual apresentado pelo indicador, Roraima liderou com mais cheques sem fundos nos primeiros dez meses do ano, com 11,36% de devoluções. Na Paraíba, a devolução de cheques no mesmo período somou 6,83%. O Amazonas, por sua vez, foi o estado com o menor percentual, atingindo 1,22% no acumulado do ano. Entre as regiões, a Norte foi a que liderou o ranking do acumulado do ano, com 4,45% de cheques devolvidos, ao passo que a região Sudeste foi a que apresentou o menor percentual com 1,52%. No Sudeste, a devolução de cheques no mês de outubro foi de 1,16% do total de cheques compensados, menor que a devolução de 1,29% registrada em setembro. Já em outubro de 2013, a devolução havia sido de 1,49% do total de cheques compensados. Inadimplência cresce mais nas regiões Norte e Nordeste Porém, levantamento do SPC Brasil aponta que a alta é menor do que a média nacional O indicador regional de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou em seu último levantamento que o número de consumidores com parcelamentos em atraso nas regiões Norte, com 2,89%, e Nordeste, com 3,15%, cresceu em ritmo menor do que o apresentado na média nacional, que foi de 3,95%. Os dados comparam a quantidade de inadimplentes em outubro deste ano em relação a outubro do ano passado. Seguindo a tendência observada nos últimos meses, no mês de outubro, o Sudeste apresentou o maior crescimento de consumidores inadimplentes, ao atingir crescimento de 5,60%, entre as cinco regiões pesquisadas. O Sudeste foi acompanhado de perto pelo Centro-Oeste, cuja variação foi a se- gunda maior: um aumento de 5,58% no número de CPFs inadimplentes em relação a outubro do ano passado. Já o Sul mostrou o terceiro maior avanço, alcançando 4,06%, e se manteve com um crescimento levemente superior ao da média nacional. Além de apresentar a maior alta, a região Sudeste possui também a maior participação junto ao total de consumidores inadimplentes no Brasil — um total de 40,34% da população. “O Sudeste é sem dúvida a região mais ativa do país e responde pela maior parte do PIB brasileiro. Portanto é natural que concentre a maior fatia de consumidores inadimplentes do país”, explica a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti. A segunda maior contribuição veio da região Nordeste que, apesar de apresentar uma variação modesta em comparação com as demais regiões com 3,15%, possui a segunda maior participação junto ao total de inadimplentes brasileiros, concentrando 25,93% destes. Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 21 INCLUSÃO FINANCEIRA Brasil é o país mais avançado na A. Latina Piervi Fonseca Pesquisa global sobre inclusão financeira divulgada ontem pela MasterCard apontou o Brasil como o país mais avançado da América Latina. Aqui, 63% dos adultos têm acesso a algum produto financeiro, mas apenas 15% das transações são realizadas sem dinheiro. Mas, de acordo com levantamento, o Brasil ainda precisa crescer a oferta destinada a pagamentos e compras; e estimular a poupança. “ “ O dispositivo móvel para vendas com cartões via celular facilita a gestão do negócio, reduzindo filas em caixas tradicionais e melhorando a relação com clientes nas grandes empresas” Os segmentos de vendas diretas e de pequeno varejo representam quase 60% dos nossos usuários. Temos hoje 135 mil e esperamos atingir 150 mil até o final deste ano” Renato Rocha Anders Norinder Diretor da Visa do Brasil Léa De Luca [email protected] São Paulo Considerando pequenas e grandes empresas de diversos setores, as vendas com cartões no Brasil poderiam alcançar R$ 106 bilhões. Os números, apresentados ontem pelo diretor de negócios com comércios na Visa do Brasil, Renato Rocha, são baseados no volume anual de transações pagas com dinheiro, cheque ou transferências. Do total de US$ 106 bilhões, US$ 51 bilhões seriam transacionados por pequenos negócios e o restante, pelos grandes. O cálculo do potencial é baseado no volume financeiro de vendas anuais pagos em dinheiro, cheque ou outros meios que não cartões. São US$ 51 bilhões no caso dos pequenos negócios, e US$ 55 bilhões para os grandes, segundo a consultoria Euromonitor. Rocha não previu em quanto tempo os cartões estariam dominando o mercado. Mas acredita no poder crescente dos dispositivos móveis para ampliar a aceitação dos cartões — até mesmo para grandes empresas. Segundo o executivo, 65% de quem usa os dispositivos móveis para cartões são “apreendedores”. Mas a Visa vê vantagens para as maiores que vão além da solução de pagamento, segundo Rocha. Essas maquininhas móveis, que substituem os tradicionais POS (points of sale, ou pontos de venda, na sigla em inglês) são conhecidas como mPOS porque se acoplam a smartphones e tablets Presidente da iZettle Vendas com cartões podem girar US$ 106 bi Estimativa foi apresentada pela Visa , tendo como base o valor movimentado por empresas no país que ainda é feito em “cash” para permitir a venda de produtos e serviços com cartões. Entre os pequenos negócios e autônomos, Rocha estima que são os setores de vendas diretas e de serviços para casa os que mais tem potencial para crescer. Hoje, o volume financeiro transacionado com a ajuda desses dispositivos móveis é de apenas US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,5 bilhões), segundo pesquisa encomendada pela Visa à Timetric. “Para grandes empresas, o dispositivo pode facilitar a gestão do negócio, servindo tanto para reduzir filas em caixas tradicionais, para demonstrar produtos, vender fora do estoque da loja e, principalmente, administrar o relacionamento com clientes”, acredita. A pesquisa da Timetric foi divulgada pela Visa ontem durante evento promovido pela iZettel. A empresa, criada na Suécia há pou- co mais de quatro anos, fabrica dispositivos mPOS e entrou no Brasil em 2013 por meio de uma joint venture com o banco Santander. Os mPOS — “mobile point of sale” (ponto de venda móvel, nome do aparelho que permite o pagamento com cartões) — substi- tui os POS tradicionais. De acordo com o presidente da iZettel no Brasil, Anders Norinder, a empresa oferece algumas vantagens para o pequeno empresário, que começam pelo custo mais baixo e passam pelo prazo mais curto de repasse dos recursos ao usuário — dois dias, em vez dos tradicionais 30. “Os segmentos de vendas diretas e de pequeno varejo representam quase 60% dos nossos usuários. Temos hoje 135 mil e esperamos atingir 150 mil até o final deste ano”, diz Norinder.Na cadeia dos pagamentos móveis, a iZettle é uma facilitadora de pagamentos, ou “subcredenciadora” tem contrato com credenciadora GetNet e subcredencia estabelecimentos e autonômicos para aceitar cartões de bandeiras Visa e MasterCard. “O Brasil é o segundo maior mercado de cartões do mundo e tem potencial para se tornar um dos protagonistas globais dos pagamentos móveis. Estamos no país há pouco mais de um ano e conquistamos 10 mil usuários por mês”, afirma Norinder. Os comerciantes de vendas diretas (33,7%) e os pequenos varejistas (25,5%) são os principais usuários da solução iZettle no Brasil, informa Norinder. Rocha, da Visa, disse também que está focando na ampliação da aceitação de cartões em outras frentes, além dos dispositivos móveis. Uma das novidades é a aceitação de cartões por máquinas de vendas automáticas. “Estamos atualmente com duas delas em teste”, informou. 22 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 23 ▲ FINANÇAS Mariana Pitasse [email protected] Teve início ontem a primeira audiência de instrução e julgamento do empresário Eike Batista, promovida pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro no auditório do Tribunal do Juri da Justiça Federal do Rio de Janeiro. A ação foi originada da denúncia de manipulação de mercado e uso indevido de informações privilegiadas, também conhecida como “insider trading”, elaborada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e encaminhada ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ) em 19 de março deste ano. Após referendado pela Justiça Federal, em 16 de setembro, o processo foi acrescido de outras denúncias de ex-investidores das empresas de Eike Batista. Na segunda-feira, véspera da audiência, o desembargador Messod Azulay, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, negou o pedido de habeas corpus feito pelos advogados de defesa do empresário Eike Batista, que tentavam suspender o processo. Com o pedido indeferido, a audiência aconteceu na última terça-feira, com início às 14h30 e encerramento por volta das 17h30. Durante a sessão, o empresário não deu depoimento. Apesar de o juiz Flavio Roberto de Souza informar no início da audiência que seriam ouvidas cinco testemunhas de acusação, somente três delas testemunharam. Após o encerramento da audiência, o juiz esclareceu que uma das testemunhas não teria sido intimada a tempo, mas não informou o motivo pelo qual a quinta testemunha não prestou depoimento. A primeira testemunha de acusação a depor foi o Superintenden- Ação que investiga Eike Batista tem início no Rio No processo, empresário responde por manipulação de mercado e “insider tranding” Ricardo Moraes/Reuters No final da sessão o juiz ressaltou que as testemunhas de defesa do empresário, Marcio de Melo Lobo, Oscar Falhgren, Armando Ferreira e José Firmo, serão ouvidas na próxima audiência, agendada para o dia 10 de dezembro. Outras testemunhas, que foram incorporadas ao processo Ministério Público Federal de São Paulo, serão ouvidas no dia 17 de dezembro por teleconferência. Advogados pedem retirada da imprensa O empresário não se manifestou na primeira audiência, apenas testemunhas de acusação do processo te de Relações com Empresas da CVM, Fernando Soares Vieira, que enumerou detalhes do relatório de acusação elaborado pela autarquia. Procurada pelo Brasil Econômico, a CVM não quis fazer comentários a respeito do julgamento. Em seguida, o economista especializado em mercado de capitais José Aurélio Valporto, que foi um dos investidores em ações das empresas de Eike, afirmou que en- dossou as denúncias ao MPF no início do ano devido as falsas informações divulgadas por Eike Batista sobre a descoberta de barris de petróleo recuperáveis em outubro de 2009. Por último, o engenheiro e ex-funcionário da OGX Mauro Coutinho Fernandes deu seu depoimento sobre as atividades que testemunhou serem colocadas em prática na época em que trabalhou na empresa. Na véspera da sessão, o desembargador Messod Azulay, negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Eike Batista, que tentava suspender o processo No início da sessão, os advogados de defesa do empresário pediram ao juiz Flavio Roberto de Souza para que os jornalistas que cobriam a audiência fossem retirados do local. Porém, o juiz da 3ª Vara Federal Criminal, não aceitou a proposta, sob o argumento que os fatos apresentados na audiência são públicos. “Os documentos sigilosos que dizem respeito estão todos no processo, a imprensa não teve acesso a eles, e os fatos que serão discutidos aqui na denúncia, são fatos públicos. Indefiro segredo de Justiça. Mantenho segredo dos documentos que constam, mas não em relação à publicidade dos fatos que estão sendo atribuídos na denúncia”, concluiu o juiz ao negar o pedido. 24 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ FINANÇAS Cielo planeja emissão de R$ 4,5 bi em debêntures Objetivo é financiar o provável acordo com o BB para administrar a área de cartões do banco A Cielo, maior processadora de pagamentos com cartões do Brasil, deverá emitir aproximadamente R$ 4,5 bilhões (US$ 1,7 bilhões) em debêntures para financiar um possível acordo com o Banco do Brasil para administrar a área de cartões de crédito e débito do banco, de acordo com duas fontes próximas à operação. A empresa usaria recursos para financiar o negócio, que pode girar em torno de R$ 9 bilhões, segundo fontes que pediram para não serem identificadas porque as discussões não são públicas. O acordo prova- velmente será fechado na próxima semana, disse uma das fontes. A Cielo disse ontem que está mantendo negociações com o Banco do Brasil, que tem sede em Brasília, para administrar as áreas com os objetivos de diversificação de receita, impulso ao crescimento e aumento de eficiência. A Cielo disse que nenhum acordo foi fechado e não revelou o valor potencial do negócio. A Cielo é controlada pelo Banco do Brasil, maior banco da América Latina em valor de ativos, e pelo Banco Bradesco SA, segundo maior banco da região em valor de mercado. Membros do conselho da Cielo nomeados pelo Banco do Brasil se absterão de votar sobre a transação, disse ontem a empresade pagamentos com cartões. Bloomberg Citação, Prazo 20 dias, Proc. 0025453-05.2011.8.26.0004. O Dr Rodrigo de Castro Carvalho, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Regional da Lapa. Faz Saber a Eco Paper Distribuição e Comércio de Embalagens de Papelão Ltda EPP, CNPJ 09.624.656/0001-50 e José Costa Amaral, CPF 013.333.428-70 que Banco Bradesco S/A, lhes ajuizou Ação Ordinária, para cobrança de R$24.946,90 (21/11/2011), oriundo da Cédula de Crédito Bancário emitida em 09/02/2011. Estando os réus em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para que no prazo de 15 dias a fluir após o prazo supra, contestem a ação, sob pena de presumirem aceitos os fatos alegados pela autora. São Paulo, Intimação, Prazo 20 dias, Processo nº 0170713-24.2008.8.26.0100. O Dr. Felipe Poyares Miranda, Juiz de Direito da 17ª Vara Cível da Comarca da Capital. Faz saber o Walter Aparecido Candido ME, CNPJ 06.096.890/0001-63 que Catel-Hidraulicos, Louças e Metais Ltda EPP lhe ajuizou ação Monitória ora em fase de execução, expede-se o presente edital de intimação para que em 15 dias, a fluir após o prazo supra, pague o débito no valor de R$ 26.456,67 (06/2013), sob pena de multa de 10% conforme disposto no “caput” do art. 475-J do CPC. Caso necessário a fase executória fica fixado os honorários de 10% sobre o valor da execução. Será o presente afixado e publicado na forma da lei. Edital de Citação - Prazo de 20 Dias. Processo nº 0012653-84.2012.8.26.0011 O(A) Doutor(a) Luciana Bassi de Melo, MM. Juiz(a) de Direito da 5ª Vara Cível, do Foro Foro Regional XI - Pinheiros, da Comarca de de São Paulo, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. Faz Saber a(o) ABS Comércio de Móveis e Representação Comercial Ltda, Rua George Smith, 357, aptº 186-B, Lapa - CEP 05074-010, São Paulo-SP, CNPJ 12.723.767/0001-28, que lhe foi proposta uma ação de Procedimento Sumário por parte de Simone Martins, alegando em síntese: Em 13 de março de 2011 a autora firmou com a ré contrato de compra e venda de produtos e serviços tendo por objeto a confecção e entrega de móveis planejados. A ré incluiu a autora no cadastro de inadimplentes. A autora requer a restituição das prestações pagas. Encontrando-se o réu em lugar incerto e não sabido, foi determinada a sua CITAÇÃO , por EDITAL, para os atos e termos da ação proposta e Intimação para audiência de conciliação a ser realizada aos 27/11/2014 às 10:40h, Rua Jericó s/n, São Paulo. Nos termos dos artigos 277, § 2º e 278 e seus parágrafos, ambos do CPC, não obtida a conciliação, deverá oferecer na própria audiência, contestação oral ou escrita, por seu advogado, acompanhada de documentos e rol de testemunhas, e, se requerer perícia, formular seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico, ficando ainda, advertido(s) de que, deixando injustificadamente de comparecer ou, comparecendo, e não havendo conciliação nem contestação, presumir-se-ão verdadeiros os fatos articulados pelos(s) requerente(s). Será o presente edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei, sendo este Fórum localizado na Rua Jericó s/n, Sala 210, Vila Madalena - CEP 05435-040, Fone: (11) 3813-5564, São Paulo-SP. São Paulo, 14 de outubro de 2014. Edital de Citação - prazo de 20 dias. Processo nº 0003272-44.2010.8.26.0101 O(A) Doutor(a) José Aparecido Rabelo, MM. Juiz(a) de Direito da 1ª Vara, do Foro de Caçapava, da Comarca de de Caçapava, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. Faz Saber a Gildomar Fonseca Flores, portador do CPF 484.983.510-49, nascido aos 21/06/1.969, filho de Arminda Fonseca Flores, foi-lhe proposta Ação de Busca e Apreensão - Alienação Fiduciária requerida por B.V. Financeira S/A CFI, constando da inicial que o autor efetuou transação comercial com o requerido, entregando-lhe a importância de R$ 10.385,00, obrigando-se a restitui-lo em 36 parcelas mensais, acrescidas de remuneração e juros em conformidade com as Resoluções 1044, 1568, 1299, 1606, do Banco Central, dando como garantia de pagamento o veículo marca Chrisler, modelo Neon LE, ano 1996/1997, gasolina, verde, placas CHI-0600, deixando o requerido de pagar as prestações vencidas desde 27/01/2010, obrigando o requerente a protestar os títulos, a fim de caracterizar a mora, nos termos do Dec Lei 011/69, art 2º, § 2º. E, esgotados todos os meios para localização do requerido, determinou-se a expedição do presente edital de CITAÇÃO, do requerido para os atos e termos da presente ação proposta e para que No Prazo De 15 Dias, conteste ação, sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos articulados na inicial, nos termos do artigo 285 do CPCivil. Será o presente edital, por extrato, afixado no local de costume e publicado pela imprensa na forma da lei. Caçapava, 28 de janeiro de 2014. Braço suíço do banco Safra aposta em bônus de risco mais alto Para diretor de investimento da instituição, mesmo com os juros americanos mais altos, papéis de dívida soberana continuarão atrativos Divulgação O banco J. Safra Sarasin, do bilionário brasileiro Joseph Safra, avalia a estratégia de manter suas posições em bônus de risco mais alto, numa aposta de que eles continuarão atrativos independentemente do aumento da taxa de juros que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, promoverá em 2015. “Estamos mais otimistas em relação aos bonds com rendimentos altos” depois de uma recente corrida de venda de títulos melhorar a cotação deles, disse o diretor de investimentos para clientes privados em Zurique, Philipp Bärtschi. “Normalmente, observa-se que eles mantém boa performance mesmo quando as taxas começam a subir nos EUA”. Apesar de os bônus de grau especulativo terem caído no mês passado depois de o FMI reduzir a perspectiva de crescimento econômico mundial e em virtude dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, o retorno desses papéis chega a 4,4% neste ano. Apostar contra os títulos tem sido uma decisão perdedora nos últimos anos, já que a dívida deu retorno de cerca de 153% desde o fim de 2008, apesar de recuos acentuados durante alguns períodos EM 2011 e novamente em 2013. “O crédito de nota mais baixa se tornou mais interessante nesses níveis”, disse Bärtschi. “Normalmente, observa-se que eles continuam se desempenhando bastante bem quando as taxas começam a subir nos EUA”. O Safra Sarasin está avaliando a possibilidade de vender algumas ações após um rali recente, segundo Bärtschi. O Standard Poor’s 500 Index atingiu um recorde na segunda-feira, recuperando-se de um período de seis meses de baixa alcançado em outubro. O Stoxx Europe 600 Index da Europa cresceu 8,8% desde que chegou ao piso deste ano, em 16 de outubro. “Estamos procurando reduzir riscos e esperando a próxima oportunidade”, disse Bärtschi. “Durante a corrida para venda em outubro compramos algumas ações nos EUA e algumas na Europa, mas agora os mercados se recuperaram muito bruscamente. O banco de Joseph Safra está otimista em relação ao desempenho dos títulos com rendimento alto Apesar de os bônus de grau especulativo terem caído depois de o FMI reduzir a perspectiva de crescimento mundial, o retorno desses papéis chega a 4,4% no ano Teremos alguns lucros provavelmente daqui até o fim do ano”. O Sarasin também vendeu algumas ações de empresas japonesas neste mês, segundo Bärtschi. O índice Topix cresceu até atingir seu máximo em seis anos depois que o Banco do Japão aumentou os estímulos no dia 31 de outubro e o fundo de pensões do país disse que comprará mais ações. O banco privado pertence a Safra, que é o segundo homem mais rico do Brasil, dono de uma fortuna líquida de US$ 11,8 bilhões. Bloomberg Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 25 Citação e Intimação - Prazo 20 dias - Proc. 0147926-35.2007.8.26.0100 controle 636. O(A) Doutor(a) Maria Carolina de Mattos Bertoldo, MM. Juiz(a) de Direito da 21ª Vara Cível, do Foro Foro Central Cível, da Comarca de de São Paulo, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. Faz Saber a 3 Stars Internacional Comercio Importação e Exportação Ltda, CNPJ 67.623.611/000167, Jonatas Correa Damazo, CPF 326.311.438-76, RG 345865029, Luiz Carlos de Oliveira da Silva, CPF 245.914.245-53, RG 38086194, que, Banco do Brasil S.a.(sucessor de Banco Nossa Caixa S/A, lhe ajuizou ação de Execução de Titulo Extrajudicial, para cobrança de R$ 36.302,89 (Maio/2005), referente ao contrato de empréstimos firmado em 07.11.2006 e não cumprido pelos executados. Estando os executados em local ignorado, foi deferida a citação e intimação por edital, para efetuar o pagamento da dívida no prazo de 03 dias, a fluir após os 20 dias supra, caso em que os honorários serão reduzidos pela metade; sem pagamento proceda-se imediata penhora e avaliação de bens; ficando Intimada acerca do bloqueio via BACENJUD, no valor de R$ 611,16, bem como do prazo de 15 dias para oposição de embargos; no mesmo prazo, reconhecendo seu débito, o devedor poderá depositar 30% do montante do principal e acessórios e requerer o pagamento do restante em 6 parcelas mensais com juros e correção monetária .Será o presente edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei, sendo este Fórum localizado na Praça João Mendes s/nº, 9º andar - salas nº 923/925, Centro - CEP 01501-900, Fone: 2171-6165, São Paulo-SP. CÃMBIO Diretor do BC defende swap cambial O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse ontem que o programa de intervenção do Banco Central, com a oferta diária de swap cambial “ tem ajudado os mercados domésticos a se ajustarem a esse cenário de transição que vemos doméstica e externamente”. O diretor do BC também disse que o câmbio é flutuante e não fez projeções para a taxa. Reuters Reuters Chefes de Estado na reunião do G-20: pressão para fazer a economia voltar a crescer Economia global em marcha lenta preocupa mercado Política expansionista do Japão e da União Europeia é alvo de críticas de especialistas, que pedem mais rigor fiscal Os líderes do G-20 prometeram no fim de semana fazer tudo o que puderem para impulsionar a recuperação global. A queda do Japão em uma recessão é o último lembrete de que essa meta é bastante vaga. Menos de 24 horas depois que os dirigentes reunidos em Brisbane, Austrália, concordaram em tomar medidas que impulsionariam suas economias pelo total de US$ 2 trilhões até 2018, o governo do Japão anunciou que o PIB anualizado do país encolheu inesperadamente 1,6% no terceiro trimestre do ano, a segunda contração consecutiva. A decepção está se tornando corriqueira para a economia mundial. O FMI reduziu no mês passado a perspectiva de crescimento mundial para 2014 pela sexta vez desde janeiro de 2013. A estimativa do FMI no mês passado de uma expansão global de 3,3% para este ano se compara com a previsão de 3,6% publicada há um ano e de 4,1% há dois anos. A instituição, que publicará em janeiro a próxima atualização da Perspectiva Econômica Mundial, já havia realizado ajustes similares às previsões de crescimento para 2012 e 2013 à medida que os dados entrantes ficavam abaixo das expectativas. A expansão mais fraca aumentará a pressão sobre os responsáveis pela política econômica, como o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que já está desafiando os limites com o estímulo monetário, e sobre os governos que relutam em aumentar os gastos. “As pessoas não estão entendendo bem a força dessas economias”, disse Steven Ricchiuto, economista-chefe da Mizuho Securities, em Nova York. “A política monetária não pode lidar com um mundo de ofertas excedentes. São necessárias políticas fiscais adequadas, e não estamos aplicando-as em nenhum lugar do mundo”. A expansão mais fraca aumentará a pressão sobre dirigentes como o presidente do BCE, Mario Draghi, que já está desafiando os limites com o estímulo monetário O plano do G-20 inclui quase mil modificações de políticas específicas no intuito de elevar o crescimento, e os países disseram que supervisionariam uns aos outros a fim de garantir a implementação. Embora a diretoragerente do FMI, Christine Lagarde, tenha dito que apoia “firmemente” o esforço, a empresa de pesquisa Capital Economics, com sede em Londres, disse que a proposta “com certeza entrará na longa lista” de planos de ação “esquecidos” que surgiram em cúpulas anteriores do G-20. “Não tivemos as reformas”, disse Paul Donovan, diretor administrativo de economia mundial da UBS Ltd. em Londres, em entrevista por telefone. “O que tivemos foi a impressão de mais dinheiro”. O “bando de irmãos” das economias desenvolvidas que impulsionou o crescimento global neste ano parece estar se desfazendo, já que o Japão e a Alemanha estão tendo dificuldades, disse Gustavo Reis, economista do Bank of America em Nova York. “A desaceleração do impulso global destaca quão imperiosa é a necessidade dos ventos favoráveis surgidos da queda dos preços do petróleo”, disse Reis. Bloomberg Edital de Citação - prazo de 30 dias. Processo nº 0008504-60.2006.8.26.0268 O(A) Doutor(a) Alena Cotrim Bizzarro, MM. Juiz(a) de Direito da 2ª Vara, do Foro Foro de Itapecerica da Serra, da Comarca de de Itapecerica da Serra, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a(o) Maria Aurineide Moreira Pereira, Rua Adalberto Pereira Gomes, 187, Jardim Valo Velho CEP 06856- 790, Itapecerica da Serra-SP, CPF 171.452.818-99, RG 286055600, que lhe foi proposta uma ação de Procedimento Sumário por parte de Instituição Paulista Adventista de Educação e Assistência Social-região Administ Sul, alegando em síntese que é credora da executada no valor de R$1.885,41, decorrente de prestação de serviço educacional pactuado entra a autora e a requerida, tendo esta deixado de efetuar o pagamento das mensalidades no período de fevereiro, março, abril, maio, setembro, outubro, novembro e dezembro/2005 e esgotando-se todos os meios amigáveis de solução do problema, requer a autora sejam julgados procedentes os pedidos, devidamente atualizados e acrescido de multa de 2% e juros de mora de 1%, além das custas e despesas judiciais, bem como verba honorária em 20%. Encontrando-se a ré em lugar incerto e não sabido, foi determinada a sua Citação, por Edital, para os atos e termos da ação proposta, e com antecedência mínima de dez dias para comparecer à audiência de conciliação designada para o dia 26 de novembro de 2014, às 15h30h, ocasião em que poderá se defender, desde que por intermédio de advogado, ficando ciente de que, não comparecendo e não se representando por preposto com poderes para transigir ou não se defendendo, inclusive por não ter advogado, presumir-se-ão como verdadeiros os fatos alegados na inicial, salvo se o contrário resultar da prova dos autos (C.P.C., art. 277, §§2º e 3º). Será o presente edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei, sendo este Fórum localizado na Rua Major Matheus Rotger Domingues, 155, Jardim Santa Isabel - CEP 06850-850, Fone: (11) 4666-7277, Itapecerica da Serra-SP. CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO CNPJ/MF nº 33.649.575/0001-99 ASSEMBLEIA GERAL REUNIÃO ORDINÁRIA - ELEIÇÃO Ficam convocados os associados do CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO, quites com o Clube, e que constem da Relação de Eleitores, conforme o artigo 80, § único, inciso IV, c/c artigos 151, 153 do Estatuto, encaminhada pelo Conselho de Administração, para a reunião ordinária a realizar-se no próximo dia 08 de dezembro de 2014, segunda-feira, no horário das 8h às 21h, no salão nobre, situado na Av. Borges de Medeiros, 997, Lagoa, para a seguinte ORDEM DO DIA: Eleger e empossar 75 membros Efetivos e 40 Suplentes para o Corpo Transitório do Conselho Deliberativo para complementação do mandato eletivo, triênio 2013/2015. A votação será realizada na forma do Estatuto e do Regimento Interno. O sócio deverá estar em dia com suas contribuições sociais e apresentar cédula de identidade, independentemente da carteira social. Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2014. Gil Bernardo Borges Leal Presidente da Assembleia Geral do Clube de Regatas do Flamengo EDITAL DE CITAÇÃO O MM. Juiz de Direito, DR. (a) Maria Cristina Barros Gutierrez Slaibi – Juiz titular, do Cartório da 3ª Vara Cível da Comarca da Capital, Estado do Rio de Janeiro, FAZ SABER aos que o presente edital com o prazo de vinte dias virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possa, que por este Juízo, que funciona a Erasmo Braga,115 sala 321D CEP: 20020-903 – Castelo – Rio de Janeiro – RJ, Tel: 2588-2243 e-mail: [email protected], tramitam os autos !"# !$% !%&%!% ' !%%$" #* + / 67 ;<=>< =?7>H6 67 I K 7L6H>< ?N QU??H?< ;H6W< X I XY [H7\]<^% 7I / / H7 7L6H>< ?N QU??H?< ;H6W< ;Y "%!%!#_ que se encontra em lugar incerto e desconhecido, para no prazo de TRÊS H7N K /XI + ?`%" 'N><N =H6 NHN><N N>7 N ?7HN N >7L<N* ciente de que: a) caso não efetue o pagamento naquele prazo, ocorrera a /k w '%"x /yXK II X*{ b) poderão oferecer embargos no prazo de quinze após a juntada do mandado '%$& / *{ * X /XI /| } w ky y | / I '% "x #7 /yXK ~*% / ? de outubro de dois mil e quatorze. Eu, Priscila Guedes de Oliveira – Técnica de 7 y =%$$ X% ; ?/y / / =% x&! w% 26 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 ▲ MUNDO Editora: Florência Costa [email protected] Terror Redação [email protected] O terrorismo está em alta no mundo, com mais ataques e maior número de vítimas em todos os tempos. Quatro principais grupos são responsáveis por quase 70% destas ações: o Talibã, no Afeganistão e no Paquistão, a transnacional alQaeda, o Estado Islâmico (EI), na Síria e no Iraque, e o Boko Haram, na Nigéria. O Índice Global do Terrorismo 2014 revelou que o número de mortes em decorrência de ataques terroristas aumentou 61% entre 2012 e 2013, segundo relatório divulgado pelo Instituto de Economia e da Paz (IEP, na sigla em inglês), um centro de estudos baseado nos EUA e na Austrália, que investiga as tendências do terrorismo mundial. O levantamento analisou 162 países onde vivem 99.6% da população do mundo. Os indicadores incluem númerosde incidentes terroristas, de mortos, de feridos, e de prejuízo a propriedades. O alvo principal do terrorismo tem sido os cidadãos e as propriedades privadas. Houve quase 10 mil ataques em 2013, 44% mais do que no ano anterior. Praticamente 18 mil pessoas morreram em consequência desses ataques no ano passado, bem mais do que os cerca de 11 mil mortos registrados em 2012. Hoje, essas mortes são cinco vezes mais numerosas do que em 2000, afirma o relatório. Desde aquele ano, ocorreram 48 mil ataques que mataram 107 mil pessoas. “Não apenas a intensi- dade do terrorismo que está aumentando, mas também sua amplitude”, observa o relatório. O conflito na Síria (país que hoje é um dos alvos preferenciais do EI e que amarga uma guerra civil desde 2011), e os ataques do Boko Haram na Nigéria são as principais causas do aumento expressivo deste tipo de violência. Quase 15 mil mortes (80% do total) aconteceram em apenas cinco países: o Iraque, a Síria, o Afeganistão, o Paquistão e a Nigéria. Mas 55 outros nações também registraram uma ou mais mortes decorrentes das ações de terroristas. De todos, o país mais atingido é o Iraque (com mais de 6.300 mortes). A Índia, a Somália, as Filipinas, o Iêmen e a Tailândia são os outros cinco países de uma lista de 10 com maior número de mortes por terrorismo. Em 2013, 87 O Índice Global do Terrorismo 2014 revela que o número de mortes no mundo resultantes de ações do terror aumentou 61% entre 2012 e 2013 PIORES PAÍSES E ATAQUES EM 14 ANOS 80% dos grupos que abandonaram o terrorismo desde 2000, o fizeram após processos de negociação. Apenas 10% conseguiram alcançar seus objetivos e só 7% foram eliminados pela ação puramente militar Em destaque, os dez países mais afetados pelo terrorismo desde 2000 e o número de mortes (a ordem é estabelecida pelo Índice Global de Terrorismo, do Instituto para Economia e Paz) Ataques desde 2000 Justiça e presidente do Conare, Paulo Abrão. Os refugiados pertencem a 81 nacionalidades. Os principais grupos são da Síria, da Colômbia, de Angola e da República Democrática do Congo. “Não vivemos no Brasil nenhuma crise de volume de entrada”, ressaltou Abrão. Segundo ele , nos países desenvolvidos o percentual de imigrantes varia entre 15 a 20% da população. Na Argentina, esse percentual é 5%, enquanto no Brasil não alcança 1% da população. ABr Piores ataques em 2013 5 Ataque de 11 de setembro de 2001 2.996 mortos Em busca de refúgio no Brasil Nos últimos quatro anos, o número de refugiados no Brasil passou de 4.357 para 7.289 até outubro deste ano, segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). No mesmo período, o percentual de pedidos de refúgio aceitos pelo governo brasileiro saltou 1.240%: de 150 , em 2010, passou a 2.032 até outubro de 2014. “O Brasil passa a ser um destino de proteção dos refugiados e as causas da elevação dos pedidos se devem a melhoria da visibilidade internacional do nosso país”, disse o secretário Nacional de EM ALTA PAÍSES QUE CORREM RISCO DE ATAQUES TERRORISTAS Angola, Bangladesh, Burundi, República central Africana, Costa do Marfim, Etiópia, Irã, Israel, Mali, México, Mianmar, Sri Lanka e Uganda SÍRIA 1.078 mortos 4 NIGÉRIA 1.826 mortos 1 IRAQUE 6.362 mortos Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 27 COLÔMBIA FARC confirmam sequestro de general Os rebeldes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) confirmaram ontem que sequestraram o general Ruben Dario Alzate, mas disseram que pretendem discutir a situação para retomar o diálogo. A ação fez com que o governo colombiano suspendesse as negociações de paz em Havana. O conflito já matou 200 mil pessoas em 50 anos. Reuters Desde o ano 2000, houve mais de Pesquisa mostra que em 2013 houve 48 mil ataques terroristas que mataram mais de 107 mil pessoas 61% mais mortes relacionadas a ataques terroristas do que no ano anterior 9.814 ataques em 87 países, com 17.958 mortos Cinco vezes mais pessoas morrem hoje por ataques terroristas do que em 2000 Desde 2000, mais de 90% dos ataques suicidas aconteceram no Oriente Médio, no Norte da África e no Sul da Ásia 82% dos mortos em ataques terroristas estavam em cinco países: Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria HOMICÍDIOS E ATAQUES OS GRUPOS MAIS PERIGOSOS Homicíos atingiram 40 vezes mais pessoas que terrorismo em 2012 Das mortes por atentados em 2013, 2/3 foram causadas por quatro grupos* Homicídios Al-Qaeda 437 mil mortos Talibã 8.585 8.763 Ataques terroristas 11 mil mortos 66% Boko Haram PODER DE FOGO do total 3.440 Número de combatentes de cada grupo terrorista Exército Islâmico 3.111 Talibã 36.000 60.000 Exército Islâmico 30.500 20.000 Al-Qaeda 3.700 Estimativa baixa Estimativa alta 19.000 Boko Haram 9.000 500 2 3 *Mortes com autoria conhecida AFEGANISTÃO PAQUISTÃO 3.111 mortos 2.345 mortos 6 ÍNDIA 404 mortos 9 FILIPINAS 292 mortos 8 IÊMEN 291 mortos 7 SOMÁLIA 405 mortos 10 TAILÂNDA 131 mortos CAUSAS DO TERRORISMO Países com alto nível de atividades terroristas apresentam alguns fatores principais, como: • Grande hostilidade social entre diferentes grupos étnicos, religiosos e linguísticos • Violência promovida pelo Estado, como assassinatos extra-judiciais, terrorismo político e muitos abusos dos direitos humanos Fotos Reuters países registraram incidentes terroristas (em 2012 foram 81). Apenas 5% das mortes desde 2000 aconteceram no âmbito das 34 democracias que seguem os valores do livre mercado e que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Apesar da baixa percentagem de mortes nas nações da OECD, foram em alguns destes países que ocorreram os ataques mais mortais, como o do 11 de setembro de 2001, nos EUA (com 3.029 mortes). A maioria dos atentados registrados desde 2000 aconteceram com o uso de explosivos. Apenas 5% deles foram ações de terroristas suicidas. Dos quatro principais grupos terroristas , o Talibã provocou o maior número de mortes até 2013: 8.763 no Afeganistão e no Paquistão. Apesar destas organizações usarem interpretações radicais do Islamismo sunita, nem sempre o que motiva o terrorismo é a religião, ressalta o relatório. Em muitas partes do mundo, o terror é insuflado por disputas políticas, sentimentos nacionalistas e movimentos separatistas. Os ataques na Índia — o sexto país mais afetado pelas ações terroristas — cresceram 70% em 2013 devido aos atentados promovidos por insurgentes comunistas. “Para se contrapor à ascensão do extremismo religioso, teologias sunitas moderadas devem ser cultivadas dentro do Islã”, aconselha o estudo. "Não há dúvidas de que este é um problema crescente. As causas são complexas, mas os quatro principais grupos terroristas têm suas raízes no fundamentalismo islâmico”, disse Steve Killelea, fundador do IEP. “Estes grupos estão particularmente focados em lutar contra a educação ocidental. E isso torna qualquer tentativa de mobilização social particularmente difícil”, constatou. A pobreza e outros fatores econômicos, diz o relatório, tem pouca relação com o terrorismo. Ações policiais e militares acompanhadas de atos que desrespeitam os direitos humanos tornam o problema mais acirrado, segundo Killelea. O relatório mostra que 80% dos grupos que abandonaram o terrorismo desde 2000, o fizeram após processos de negociação. Apenas 10% das organizações terroristas conseguiram alcançar seus objetivos e somente 7% delas foram eliminadas pela ação puramente militar. Embora o terrorismo esteja em alta no mundo, metade dos ataques não fazem vítimas. Os homicídios matam 40 vezes mais do que as ações do terror, segundo levantamento das Nações Unidas, divulgado em 2012. Em 2013, 437 mil pessoas morreram assassinadas contra 17.958 vítimas do terrorismo. No caso dos EUA, por exemplo, os homicídios são 64 vezes mais mortais do que o terror. Com Reuters Ataques terroristas já são ações cotidianas nos lugares mais violentos do mundo, como Afeganistão, Iraque, e Síria 28 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 MUNDO Gali Tibbon, Ahmad Gharabli, Jack Guez/AFP ▲ Judeus ortodoxos dentro da sinagoga atacada por dois palestinos ontem Terror e medo em sinagoga Redação [email protected] No pior ataque a Jerusalém desde 2008, quatro judeus foram mortos durante a reza matinal de ontem dentro de uma sinagoga por dois palestinos armados com um cutelo e uma arma de fogo. A ação terrorista levantou temores de um novo conflito na região, que foi alvo de uma guerra durante 50 dias, em julho e agosto, entre Israel e Gaza, enclave palestino. O primeiro ministro Benjamin Netanyahu prometeu agir com “mão pesada” e ordenou a demolição das casas dos dois terroristas, mortos pela polícia israelense. Dos quatro fiéis, três tinham cidadania americana, além da israelense, e um, o passaporte britânico. O serviço de emergência de Israel disse que pelo menos nove pessoas foram gravemente feridas, cinco delas gravemente. Netanyahu disse que “mentiras” sobre intenções de Israel de querer destruir locais sagrados para os muçulmanos levaram aos ataques. A sinagoga fica no bairro ultra-ortodoxo judeu de Har Nof, considerado um reduto do Shass, um partido religioso. O atentado aconteceu um dia após um moto- Dois palestinos com um cutelo e uma arma de fogo mataram quatro judeus dentro de sinagoga de Jerusalém Ocidental, no pior ataque da cidade sagrada desde 2008 rista palestino, Yusuf Ramuni, ter sido encontrado enforcado dentro do ônibus que dirigia. Um fiel que estava na celebração matinal da sinagoga de Kehillat Bnei Torah contou que cerca de 25 pessoas estavam rezando quando o tiroteio começou.“Eu olhei para cima e vi alguém atirando à queima-roupa. Então alguém entrou com algo que parecia uma faca de açougueiro”, disse Yosef Posternak à Rádio Israel. Fotos distribuídas por autoridades israelenses mostraram um homem com vestimentas judaicas morto, um cutelo de açougueiro ensanguentado, e diversas mesas de orações reviradas, com livros cheios de sangue. “Escutei tiros e um dos fiéis saiu do local gritando ‘É um massacre!’”, disse uma outra testemunha. Na frente da sinagoga, o clima era de luto e perplexidade. Sarah Abrahams, uma judia ortodoxa, começava a sua caminhada matinal quando viu as pessoas correndo para fora da sinagoga. “Um homem estava sentado na calçada, sangrando. Ele parecia ter sido esfaqueado”, lembrou ela. “A polícia já estava no local e quando um terrorista saiu, eles atiraram nele nas escadas", relatou essa moradora do bairro de Har Nof. Uma das vítimas, o rabino Moshe Twersky, 59 anos, era diretor de um seminário em Jerusalém e filho da fundadora do Centro de Estudos Judeus da Universidade de Harvard. Os outros dois judeus israelenses-americanos mortos no ataque foram identificados como sendo os rabinos Arieh Kupinsky, 43 anos, e Kalman Ze’ev Levine, 55 anos. O britânico, também rabino, era Avraham Shmuel Goldberg, 68 anos. Os dois palesti- O primeiro ministro Benjamin Netanyahu prometeu agir com “mão pesada” e ordenou a demolição das casas dos dois terroristas palestinos, mortos pela polícia israelense nos terroristas foram identificados como sendo primos: Ghassan e Uday Abu Jamal, moradores de Jerusalém Oriental, área predominantemente árabe. A Frente Popular para a Libertação Palestina (FPLP) reivindicou o ataque. “Declaramos total responsabilidade da FPLP pela execução desta heróica operação conduzida por nossos heróis”, disse Hani Thawbta, um líder do movimento em Gaza. Em 2008, um atirador palestino havia assassinado oito pessoas em uma escola religiosa da cidade sagrada. Netanyahu acusou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de incitar a violência em Jerusalém. Abbas condenou o ataque, que aconteceu após um mês de tensões motivadas, em parte, por uma disputa sobre o santuário mais sagrado de Jerusalém. Abbas disse que “a Presidência condena o ataque sobre fiéis judeus em um de seus lugares de oração em Jerusalém Ocidental e condena a morte de civis, independentemente de quem esteja cometendo os atos.” O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou o ataque, pedindo a judeus e palestinos que evitem mais violência, “para reduzir as tensões” e “buscar um caminho para a paz”. Com Reuters e AFP Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 29 INDONÉSIA Testes de virgindade para policiais Toru Hanai/Reuters A ONG Human Rights Watch (HWR) exigiu que a polícia da Indonésia suspenda os testes de virgindade aplicados às candidatas a agentes . As mulheres que desejam ser policiais no maior país muçulmano do mundo devem ser solteiras e virgens, segundo a HRW. Os agentes as obrigaram a se despir diante de médicas que as submeteram ao “teste dos dois dedos”, uma prática arcaica e muito criticada. AFP Recessão faz Abe convocar eleições para o Legislativo Premiê japonês diz que, se perder a maioria, pedirá demissão, mas partido crê em vitória O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe convocou eleições antecipadas numa tentativa de estender o mandato e salvar seu pacote de políticas econômicas, o “Abenomics”. A decisão foi tomada após a constatação de que o país entrou em recessão, com a contração de 0,4% do PIB no terceiro trimestre. Abe também atrasou por 18 meses um aumento nos impostos sobre o consumo (IVA), depois que o primeiro aumento, lançado em abril, levou o gasto do consumidor a estagnar e à contração da economia por dois trimestres consecutivos. O Parlamento será dissolvido em 21 de novembro, anunciou Abe. O pleito adiantado não tem uma data certa, mas virá antes do premiê completar dois anos de um mandato de quatro anos. Na segunda-feira, dados preliminares mostraram que, em comparação com o mesmo período do ano passado, a terceira maior economia do mundo contraiu 1,6% no terceiro trimestre. Mas, segundo Abe, a recessão não significa que o “Abenomics” foi um fracasso. Para ele, a acolhida do pacote de afrouxamento monetário, gastos de estímulo e reformas estrutu- rais será avaliada nas urnas. “Devemos testar a vontade do povo. Se a coalizão LDP-Komeito não manter a sua maioria, o que seria uma rejeição do Abenomics, não poderíamos avançar com as três diretrizes do programa e eu teria que pedir demissão”, disse Abe. De acordo com políticos do Partido Liberal Democrático (LDP), de Abe, o premiê deve escolher o dia 14 de dezembro para a realiza- Abe também adiou por 18 meses a nova alta nos impostos sobre o consumo. Vista por governistas como a saída para a crise fiscal, a medida teria deflagrado a estagnação econômica recente ção do pleito. Hoje, a legenda detém mais de 60% dos assentos na mais poderosa câmara do Parlamento. Ele aposta que uma oposição dividida lhe permitirá manter o domínio sobre o Legislativo. Com isso, Abe poderia ficar no cargo até 2018 e acelerar seu programa econômico para acabar com duas décadas de deflação, impulsionando o crescimento. Mas caso o LDP perca muitos lugares, Abe poderá enfrentar o desafio de uma eleição pela liderança do partido em setembro do ano que vem. “A oposição terá potencial para fazer uma campanha negativa, ajudada pela recessão”, opinou Jun Okumura, professor-visitante do Instituto Meiji de Relações Internacionais, em Tóquio. As políticas de Abe, apoiadas pelo Banco do Japão, que promoveram a flexibilização monetária, levou a uma queda no iene que alimentou as exportações e o aumento nos lucros das empresas. Desde novembro de 2012, o índice Topix, da bolsa de Tóquio, saltou 93%, o maior avanço entre os mercados desenvolvidos. Mas é consenso entre analistas que esses ganhos não foram transferidos para o cidadão comum, que tem sofrido com a alta de preços e 15 meses de queda nos salários reais. Abe herdou do governo anterior o plano de aumento de impostos sobre as vendas. Agora, ao atrasar o aumento programado e ir para as urnas, o primeiro-ministro manda um recado para os falcões fiscais de seu próprio partido, que continuam a apoiar o aumento dos tributos como um meio de diminuir a maior dívida pública do mundo, calculada em 250% do PIB.“Não há um distanciamento do nosso compromisso com a consolidação fiscal. Manteremos a meta para 2020 a fim de alcançar a saúde fiscal. Estou convencido de que não haverá perda da confiança internacional”, disse. Isabel Reynolds e Maiko Takahashi,Bloomberg ■ Seguidores de Satguru Rampalji Maharaj, um auto-denominado “homem santo” acusado de assassinato, enfrentam policiais indianos durante protesto contra a tentiva de prisão do religioso hindu. Armados com pedras, os apoiadores do guru enfrentaram os homens da força de segurança do estado indiano de Haryana, que atiravam bombas de gás lacrimogêneo. A polícia tentou, mas não conseguiu, dispersar a corrente humana, formada também por mulheres e crianças, que cercava o ashram (retiro espiritual) onde o guru, de 63 anos, se escondia. Reuters Reuters SEGUIDORES DE GURU HINDU ACUSADO DE ASSASSINATO ENFRENTAM POLÍCIA, QUE NÃO CONSEGUE PRENDÊ-LO 30 Brasil Econômico Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 OPINIÃO Editoria de Arte Notícia histórica Saturnino Braga [email protected] emos efetivamente uma notícia histórica; nunca antes na história deste país isto havia ocorrido: a prisão, como agentes de corrupção, de vários dirigentes de algumas das maiores empreiteiras do Brasil. O crime de corrupção tem de fato duas faces, mas só a do corrupto, político ou funcionário, aparecia e sofria punição. Algo mudou muito profundamente, apareceu finalmente o corruptor, e é primordial que se discuta o acontecido em busca dos fatores que determinaram ou possibilitaram sua ocorrência, assim como dos desdobramentos deste fato histórico. Cumpre desde logo reconhecer que a partir dos primeiros anos deste século, a Polícia Federal e o Ministério Público tiveram um desempenho muito superior ao observado anteriormente no que respeita ao desbaratamento de quadrilhas ligadas a todo tipo de corrupção. É inegável, ninguém falou mais em engavetamento de investigações; as críticas voltaram-se para o Judiciário, por morosidade ou leniência: o chamado “mensalão mineiro”, anterior, até hoje não foi julgado. Com certeza essas relevantes instituições tiveram mais recursos para desenvolver sua ação. Não parece, entretanto, o bastante para um comportamento tão mais eficaz. Parece evidente que elas gozaram de mais liberdade nesta ação, isto é, seus chefes não tiveram de consultar superiores sobre o prosseguimento de determinada investigação, nem receberam ordens de engavetar qualquer processo ou congelar qualquer ação. Esta eficiência maior atingiu mais, no campo político, os partidos que estão no poder, o que não é de todo surpreendente já que é em torno do poder vigente que se abrem as maiores fontes de corrupção. E a resposta do Poder é clara: queremos que todos sejam investigados, não importa a que partidos pertençam. Inegavelmente, uma resposta que se soma ao crédito de ter aberto o grau de liberdade dos órgãos investigadores. Mas vamos ao outro lado, o das consequências das investigações que finalmente atingiram os corruptores. Preliminarmente, devemos admitir que podem ter havido equívocos e erros nessas investigações, e que alguns dos atingidos não sejam realmente culpados. Só o julgamento decide sobre a culpa. De qualquer maneira, a primeira consequência será a de uma cautela redobrada das empresas no trato com políticos e com o poder público. T O PT pode sofrer forte impacto negativo se comprovadas as acusações, mas pode também ganhar reconhecimento público pela abertura que deu a essas investigações Ademais, os fatos apurados devem pesar fortemente contra os atuais mecanismos do financiamento das eleições que, no meu juízo, formado em larga experiência de vida política, constitui a mais caudalosa fonte de corrupção em nosso país. Esse mecanismo de financiamento alimentado por grandes doações de empresas a partidos e candidatos é altamente viciador: em paralelo às contribuições abertas do caixa 1, vêm os conluios e as propinas fechadas do caixa 2. E de eleição para eleição, os gastos de campanha sobem a somas cada vez mais fantásticas, propiciando a deformação grave no juízo do eleitor sobre os candidatos. Uma alteração importante pode vir da decisão do Supremo sobre a ilegalidade das doações eleitorais de empresas, praticamente já tomada pela maioria que votou, e interrompida pelo pedido de vista de um ministro, com uma demora dificilmente explicável. Mas as mudanças podem e devem ir além da decisão do Supremo, movidas pela pressão popular em favor da reforma política, da qual a questão do financiamento das campanhas é o item principal. A outra consequência importante será sobre os futuros resultados eleitorais. O PT, principal partido do poder hoje, pode sofrer forte impacto negativo se comprovadas as acusações, mas pode também ganhar reconhecimento público pela abertura que deu a essas investigações. Previsões eleitorais, o melhor, entretanto, é não fazê-las. Saturnino Braga é ex-senador e presidente do Centro Celso Furtado Quarta e Quinta-feira, 19 e 20 de novembro de 2014 Brasil Econômico 31 MARCELO MEDEIROS GUY ALMEIDA ANDRADE Pesquisador do Ipea e professor da UnB Presidente do Conselho de Administração do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Desigualdade é mais alta e permanece estável no Brasil Empresas que são auditadas têm vantagens no mercado Dois estudos concluídos recentemente por nós, Marcelo Medeiros, Pedro HGF Souza e Fabio A. Castro mostram que a desigualdade no Brasil é mais alta do que se pensava e permanece estável desde, pelo menos, 2006. Isso vai de encontro à ideia quase consensual de que havia uma queda sistemática da desigualdade ocorrendo desde 2001. Vários pesquisadores sérios se dedicaram a estudar esse assunto. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, a PNAD, havia uma queda que começava em 2001 e parava em 2011. Várias empresas pequenas têm sido alvo de aquisição ou assédio por fundos de private equity. O que as torna tão interessantes é o fato de serem criadoras de negócios inovadores, trabalharem em nichos específicos do mercado e apresentarem boas margens, boa presença e ótimo potencial. Para seus fundadores, trata-se de uma excelente oportunidade para colocarem dinheiro no bolso, no caso de uma venda, ou para receberem aporte dos recursos tão necessários para a expansão e a consolidação do negócio. Outras pesquisas, como a Pesquisa de Orçamentos Familiares, a Pesquisa Mensal de Emprego e o Censo, também indicavam queda. Havia, portanto, razão para o consenso. Muitos, inclusive nós três, estavam convencidos disso, pois tínhamos dados limitados, que não nos diziam o que acontecia no topo da distribuição. A novidade chegou com o uso de informações do imposto de renda, mais detalhadas sobre a renda dos ricos que as das pesquisas convencionais. Agora que temos dados melhores, precisamos revisar nossas conclusões. É assim que funciona pesquisa. Ao que tudo indica, há de fato estabilidade e não queda da desigualdade no país. Ocorre que muitas vezes as negociações são frustradas pela falta de controles robustos e de uma contabilidade que apresente a adequada expressão da situação patrimonial e financeira da empresa, bem como dos resultados realizados. Essa descoberta costuma surgir nas fases iniciais do processo de due diligence e gera alto grau de incerteza quanto aos riscos a serem encontrados. Investidores aceitam risco, mas primeiro precisam conhecê-los e quantificá-los para decidir se vão eliminá-los, reduzi-los ou aceitá-los. A renda é extremamente concentrada. Quase metade da renda é recebida pelos 5% mais ricos, um terço dela, pelos 2% mais ricos, um quarto, pelo 1% no topo Nisso o Brasil não é exceção. Em todo o mundo, o uso de dados tributários muda, ao menos um pouco, o que se sabe sobre a desigualdade. Onde parecia haver estabilidade, nota-se aumento, como na Europa Continental. Onde a desigualdade aumentava, como nos Estados Unidos, esse crescimento mostra-se ainda mais acelerado. O que parecia uma queda rápida no Uruguai mostrou-se uma redução lenta. Chile e Colômbia apresentaram estabilidade na última década. A renda no Brasil é extremamente concentrada. Quase metade da renda do país é recebida pelos 5% mais ricos, um terço dela pelos 2% mais ri- cos, um quarto pelo 1% no topo. A concentração é tamanha que um quinto de toda a renda de 2012 foi apropriada pelos 0,5% mais ricos, um grupo que tem cerca de 700 mil pessoas, em uma população que chega a 140 milhões de adultos. E isso não vem mudando, apesar do crescimento da economia. O 1% mais rico apropriou-se de 28%de todo o aumento de renda que houve entre 2006 e 2012. Esses estudos ainda não permitem dizer porque a desigualdade é tão alta e estável. O mais provável é que as causas que conhecemos até agora continuem importantes. Mercado de trabalho e previdência continuam sendo duas fontes muito importante de renda no país e seu comportamento ainda deve determinar se a desigualdade sobe ou desce. O que deve mudar no que sabemos são os pesos de cada uma dessas causas. De agora em diante, também devemos dar mais atenção a fatores que determinam a concentração no topo da distribuição: rendimentos de capital e propriedade de empresas, por exemplo. Porém, se há algo que seguramente precisa receber mais atenção daqui para frente é aquilo conhecido como macro-determinantes da desigualdade: infraestrutura, política industrial, comércio exterior e muitos outros. Políticas nessas áreas não afetam apenas o nível de crescimento do país mas, também, quem se apropria desse crescimento. Sobre isso, infelizmente, ainda sabemos muito pouco. O que não há dúvida é de que temos um sinal de que é importante entender os ricos para se entender a desigualdade no Brasil. Até agora medíamos bem os pobres. Agora podemos medir melhor o outro lado da desigualdade brasileira, os ricos. Cada organização enfrenta desafios que dependem de seu tamanho, da complexidade das operações e dos riscos da atividade Sem uma boa contabilidade e um ambiente de controle adequado, essas informações tornam-se difíceis de serem obtidas e administradas, alimentando o temor de que o negócio não seja viável. O resultado, no mais das vezes, é uma redução no valor da negociação, que desagrada os proprietários e acaba por inviabilizar a operação. O ambiente contábil ruim não indica que esses empreendedores sejam maus administradores. Apenas não foram treinados para isso. Aliás, como disse Peter Thiel, cofundador do PayPal e do Palantir, “empreendedores não são sortudos ganhadores da loteria, mas pessoas que possuem uma visão clara do futuro e um bem elaborado plano para chegar lá”. Focados nos seus planos de negócios, na busca de clientes e na solução de problemas que surgem a todo instante, os empreendedores acabam relegando as questões de controles e informações contábeis a planos secundários, preocupando-se tão somente com a adequação da prática fiscal. Mas problemas poderiam ser evitados se contratassem uma auditoria das suas demonstrações contábeis. A auditoria tem o condão de apontar as fraquezas dos ambientes de controle e de indicar a melhor prática contábil para cada atividade. O diferencial de qualidade observado após o primeiro ano de auditoria é enorme. A contratação de uma auditoria é um avanço nas melhores práticas e nem sempre representa custos elevados. Além das lideres de mercado, há inúmeras firmas menores, com bons processos e equipes treinadas, acostumadas com o ambiente de controle menos formal das empresas de porte médio e pequeno. Essas firmas têm custos mais baixos, que não comprometem o orçamento das clientes em início de processo. Cada organização enfrenta desafios que dependem de seu tamanho, da complexidade das operações e dos riscos da atividade. É preciso tratálos com objetividade e senso de realidade, mas garantir como produto final informação de boa qualidade e segurança. Um bom ambiente de controle e informação contábil confiável são fundamentais para a tranquilidade de administradores e investidores. Não existe desculpa razoável para negligenciar a qualidade das informações contábeis. Nos casos potenciais de venda da empresa ou de aporte de recursos, essa negligência poderá ser fatal. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Diretor Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. 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Coincidência ou não, depois que Dilma convocou Tombini com urgência para a reunião do G-20 em Brisbane, dá-se como certo que ele será o novo titular da Fazenda. Ontem, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, negou que tenha sido convidado para o cargo de Guido Mantega. Seu nome foi bastante citado nas últimas semanas, pois Barbosa teria sido uma das alternativas sugeridas pelo ex-presidente Lula, que, segundo os rumores, apontou também o ex-presidente do BC Henrique Meirelles e o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Dilma confirmou apenas que, logo após a eleição, conversou com Trabuco, mas negou que tivesse feito qualquer sondagem para o futuro Ministério. Em Brasília, comentase que as chances de Meirelles são Enquanto o anúncio da nova equipe econômica não vem, economistas dizem que mais importante do que os nomes é o ajuste fiscal mínimas por vários motivos. O principal seria o relacionamento difícil com Dilma quando ela ocupava a Casa Civil no governo Lula. O nome de Tombini passou a correr por fora e agora desponta como favorito. Nas apostas, Nelson Barbosa ficaria com o Planejamento, no lugar de Miriam Belchior. Há muita especulação, mas a presidente Dilma mantém sua escolha guardada a sete chaves. Afinal, falta mais de um mês para o início do segundo mandato. Mesmo assim, acredita-se que ela pode abreviar o cronograma com o objetivo de criar um fato novo que desvie as atenções do escândalo da Petrobras. A reforma ministerial – a começar pelo titular da Fazenda – faria parte da agenda positiva defendida pelos assessores da Presidência. Da eleição para cá, as investigações da Polícia Federal sobre a rede de corrupção na estatal do petróleo dominaram completamente a pauta dos meios de comunicação. Para sair deste atoleiro, Dilma sofre pressões para queimar etapas e AROEIRA bater o martelo nos próximos dias. Enquanto o anúncio dos novos nomes não vem, os especialistas continuam a se debruçar sobre os pontos frágeis da economia brasileira e afirmam que não basta mudar a equipe de governo. Em entrevista ao jornal “O Globo, a ex-diretora do Fundo Monetário Internacional Teresa Ter-Minassian, que comandou missões ao Brasil no final dos anos 90, disse que, em sua visão, o desempenho da atual política fiscal “é bastante negativo”. Para a italiana, a política fiscal expansionistas aprofundou os gargalos na economia, com perda de competitividade externa e incertezas de empresários e consumidores. A exemplo de outros economistas, ela espera que o novo governo anuncie fortes ajustes a curto prazo. O mais importante, diz Teresa, é resgatar a credibilidade da política fiscal ,“prejudicada pela contabilidade criativa dos últimos anos”. Essa é a visão dominante fora do governo. Mais importante do que os nomes é o ajuste fiscal. SOBE E DESCE Fotos ABr A HORA DO AJUSTE FISCAL ■ A Controladoria-GeraldaUnião, comandadaporJorge Hage, vai instaurarprocessoadministrativo sobre asempreiteirasenvolvidasna OperaçãoLava-Jato,queinvestiga asdenúncias desuperfaturamento epropinas naPetrobras. ■ A Frente Nacional de Prefeitos, que é presidida por José Fortunati, insiste em adiar o fechamento dos lixões e as demais determinações da Política Nacional de Residuos Sólidos, que foi sancionada em 2010.