A CRIANÇA EM SITUAÇÃO DE PERIGO: INTOXICAÇÃO EXÓGENA
Carole Carvalho dos Santos*
RESUMO
A intoxicação exógena constitui um importante problema de saúde pública. As
crianças representam um grupo que é muito acometido por este dano,
principalmente de forma acidental, provocados por sua condição de explorador de
ambientes e levar objetos e produtos à boca. Desta forma o objetivo do presente
estudo é pesquisar na literatura as causas de intoxicação exógena em crianças.
Para tanto foi feita uma pesquisa bibliográfica em bases de dados eletrônica de livre
acesso nos idiomas português e inglês publicados entre os anos de 2000 e 2012.
Diante da análise foi encontrado que crianças menores de 05 anos formam o grupo
etário mais vulnerável, sendo que entre 02 e 03 anos o risco torna-se maior, os
meninos estão mais propensos à intoxicação que as meninas. As crianças sofrem
intoxicação principalmente através da ingestão oral de medicamentos,
dormissanitários e pesticidas/inseticidas encontrados em locais de fácil acesso no
próprio ambiente domiciliar. Para reverter os números de casos é importante que os
responsáveis atuem para o estabelecimento de um ambiente seguro onde a criança
possa se desenvolver sem riscos.
Palavras-chave: Intoxicação. Criança. Emergência.
*Bacharel em Enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia.
E-mail: [email protected]
Artigo apresentado a Atualiza Cursos, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista
em Enfermagem em Emergência, sob a orientação da professora Cristiane Maria Carvalho Costa
Dias. Salvador, 2013.
2
1 INTRODUÇÃO
A intoxicação exógena ocorre quando qualquer substância externa, em
contato com o organismo, provoca alterações e estas resultam em sinais e sintomas
que necessitam de atendimento de urgência e/ou emergência devido ao risco à
saúde. 1,2
Este tipo de intoxicação é um importante problema de saúde pública devido a
sua alta taxa de prevalência. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico
Farmacológicas (Sinitox) apontam que no ano de 2008 foram registrados 90.236
casos de intoxicação humana com 459 óbitos3 e em 2009 foram 101.0864 casos,
resultando em 409 mortes5.
Dados do ano de 2011 (sujeitos a revisão) do Sistema de Informação de
Agravo de Notificação (SINAN) mostram que no Brasil foram registrados 65.440
casos de intoxicação exógena, acometendo 28.144 pessoas na faixa etária de 20 a
39 anos, sendo esta a de maior incidência. Crianças entre 01 e 04 anos estão em
quarto lugar com um total de 7.756 intoxicados perdendo também para adultos de 40
a 59 anos com 11.758 casos e adolescentes entre 15 e 19 anos totalizando 8.260
vítimas. 6
As intoxicações em crianças ganham uma grande importância devido à sua
fragilidade orgânica quando comparado aos adultos, devido à imaturidade de seus
sistemas7, o que gera maior risco aos efeitos dos agentes químicos. Padula et al.8
em seu estudo sobre intoxicação por chumbo afirmam que “os sistemas nervoso e
digestivo da criança são especialmente suscetíveis a alterações [...]”. Entretanto elas
têm como importante aliado o seu alto poder de recuperação, fazendo com que seu
estado de doença converta rapidamente para o de saúde.
Além da imaturidade orgânica, outros fatores requerem atenção no tocante à
intoxicação na infância, dentre eles a criança estar em plena fase de crescimento e
aprendizagem. Estudos apontam que menores de cinco anos em seu processo de
desenvolvimento motor, tornam-se capazes de explorar o ambiente e assim alcançar
objetos, levando-os à boca para satisfazerem a sua curiosidade, resultando em
casos de intoxicações. 7 - 11
Como relatado, as crianças estão mais vulneráveis aos agentes intoxicantes
pela sua condição orgânica, bem como ao acesso que tem a eles. Os pais e
3
responsáveis não atribuem o devido risco à saúde dos remédios, produtos de
limpeza e inseticidas, deixando-os ao alcance das crianças. Em 90,5% dos casos
avaliados por Ramos at al9 o evento ocorreu no próprio domicílio e a criança
encontrou o agente tóxico no chão em 66,7% dos casos.
Com relação aos medicamentos, que também não são guardados de forma
adequada, há outro problema que é mais preocupante: o seu uso sem receita e
orientação médica e por consequência o desconhecimento sobre dose, posologia e
indicação. Esta prática acontece pela facilidade na aquisição dos medicamentos,
sendo este um dos fatores citados em trabalhos que abordam o tema7, 12 - 15.
É verdade que a maioria das exposições em crianças é de caráter acidental e
com baixa gravidade, devido principalmente a dose que tende a ser pequena e ao
atendimento breve12,
16
. Esta brevidade é primordial para o reestabelecimento das
condições ideais de saúde, isto porque o atendimento em uma unidade de
emergência, que é caracterizado pela busca da estabilização das condições vitais do
paciente, exige agilidade e objetividade por parte dos profissionais de saúde com
ações que visem à minimização de sequelas17.
O setor de emergência é dotado de tecnologia avançada para atender as
ocorrências de diferentes complexidades e esta auxilia sobremaneira na
manutenção da vida dos pacientes. Entretanto é importante ressaltar que ele,
isoladamente, não garante a qualidade da assistência ao intoxicado, pois essa
depende da capacidade do profissional de saúde e da sensibilidade ao priorizar os
atendimentos17.
Mesmo sendo de baixa gravidade, não se pode negar o fato de que a
intoxicação exógena em crianças trás consigo uma importante causa de morbidade
aliado a custos hospitalares13, bem como repercussões emocionais e psicológicas
que poderiam ser evitados com medidas preventivas simples.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera como criança a
pessoa até doze anos incompletos. E mesmo sendo uma faixa temporal de apenas
12 anos – consideravelmente pequena quando comparada à quantidade de anos
que compreendem as demais faixas: adolescente, adulto e idoso - é um grupo etário
importante a ser pesquisado quando se trata de intoxicação exógena, isto porque
esta faixa vem apresentando número de casos elevados ano após ano estando
sempre nos primeiros lugares em incidência.
4
Assim o presente estudo tem por objetivo
objetivo pesquisar na literatura as causas de
intoxicação exógena em crianças.
2 METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica, que
segundo Gil18 “[...]
[...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.”
Para a pesquisa da bibliografia do presente estudo, ficou-se
ficou
definido que
intoxicação, criança e emergência seriam as palavras-chave.
palavras chave. Em sequência foi
realizada uma busca por artigos científicos em bases de dados eletrônicas de livre
acesso cujos títulos contivessem as palavras-chave.
palavras chave. As publicações que continham
o termo intoxicação foram selecionadas. Vale ressaltar que 01 (um) artigo foi
incluído mesmo com a ausência do termo citado por ser de conhecimento prévio
deste autorr e ter sido considerado importante para a elaboração do estudo, sendo
este artigo incluído na busca eletrônica.
Foram encontrados 61 trabalhos sendo selecionados 57 títulos publicados
entre os anos de 2000 e 2012 nos idiomas português e inglês. Dos 57 títulos
tít
foram
escolhidos 30 resumos, tomando por base àqueles que apresentavam discussões
sobre agentes intoxicantes e as formas de envenenamento. O critério para inclusão
dos textos integrais foi o de responder ao objetivo proposto para
par este estudo,
utilizando-se então 14 artigos,
artigos, conforme é apresentado no Gráfico a seguir:
Base bibliográfica
80
60
Total de trabalhos
encontrados
Tabalhos selecionados
40
20
Resumos escolhidos
0
Artigos Utilizados
Fonte: Autor, estudos pesquisados em bases de dados eletrônica de livre acesso.
5
Com o intuito de expor definições, bem como apresentar números sobre
intoxicação exógena, também foram utilizados 02 (dois) livros que oferecem tópicos
sobre o tema proposto, 03 (três) tabelas confeccionadas pelo Ministério da Saúde e
dados da Estatística Anual dos Casos de Intoxicação e Envenenamento do ano de
2008, igualmente elaborada pelo Ministério da Saúde.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
É na infância que encontramos a maior vulnerabilidade à intoxicação
exógena, isto porque a criança tende a explorar o ambiente e assim aplacar sua
curiosidade e consequentemente tornar possível o seu desenvolvimento e
aprendizado. Entretanto não é somente a capacidade de explorar o ambiente que
torna a criança predisposta à intoxicação, outros fatores, tais como armazenamento
inadequado de produtos e uso de medicação sem orientação médica, unem-se a
este e aumentam os riscos para a criança.
Estudos apontam que as crianças do sexo masculino estão mais susceptíveis
ao envenenamento que as do feminino, e os menores de 05 anos a faixa etária de
maior risco, sendo que entre crianças de 02 e 03 anos este é ainda maior. É
demonstrado também que a boca é a principal via de exposição do agente
intoxicante, que por muitas vezes estão em locais de fácil acesso a estas crianças e
no ambiente domiciliar. Os principais causadores de intoxicações são os
medicamentos, dormissanitários e pesticidas, produtos encontrados facilmente em
qualquer casa.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS VÍTIMAS
O ECA estabelece a faixa etária que caracteriza uma pessoa como criança.
Dentro desta classificação, estudos realizados sobre a intoxicação exógena, cuja
metodologia dividem esta faixa etária em sub-faixas, indicam que cada uma destas
pode ter diferentes causas. Importante ressaltar que nos estudos analisados
observou-se ausência de padronização tanto na determinação da faixa etária,
quanto nas sub-faixas utilizadas.
6
A incidência das causas variam de acordo com a sub-faixa analisada,
observando-se a tendência de quanto maior a idade, maior a probabilidade de o fato
causador ser intencional. Os estudos explicitam que aquelas crianças de menor
idade tendem a sofrer intoxicação acidental ocasionada, por exemplo, por acesso
facilitado a produtos de limpeza e/ou medicamentos, ao passo que as de maior
idade fazem uso de agentes intoxicantes com intenção suicida ou pelo abuso de
álcool e drogas16, 19 - 21.
Estudos11, 20 - 22 sobre intoxicação que estabelecem uma ampla população, ou
seja, que compreende desde crianças até idosos, apontam que na infância está a
maior vulnerabilidade à intoxicação exógena. Esta susceptibilidade é tão evidente
que em estudo realizado sobre intoxicação por Dapsona22, menores de 05 anos
representavam mais da metade da amostra (55,2%). Em outro estudo11 sobre
intoxicação por produto de limpeza doméstica, desinfetante e pesticida, este
percentual é ainda maior, representando 71,4% do total.
Quando a pesquisa faz uma análise sobre intoxicação nas diferentes fases da
infância, os menores de 05 anos ainda representam o grupo de maior risco10. Em
estudos sobre intoxicação medicamentosa em crianças e atendimentos em
emergência
pediátrica
por
intoxicação
exógena,
esta
faixa
representa
7,23
respectivamente 77% e 65,4% do total
.
Vale salientar que dentro da faixa do 0 (zero) a 5 (cinco) anos, crianças de 02
a 03 anos estão mais propensos à intoxicação exógena, conforme estudo realizado
com 1.480 crianças menores de 05 anos, onde 676 tinham entre 02 e 03 anos, ou
seja, 45,67% do todo13, .
Estes achados coincidem com as fases de desenvolvimento da criança,
quando elas aprendem a andar e tornam-se mais hábeis e isto facilita para que ela
explore o ambiente ao seu redor e assim ficando exposta aos riscos. Presgrave et all
(2008)11, afirmam que “crianças menores de cinco anos de idade foram o grupo de
grande risco para o envenenamento não intencional, devido à sua curiosidade em
explorar seu ambiente e do contato mão-boca regular que é comum nesta idade”.
Outra situação deve ser considerada quando tratamos sobre intoxicação
exógena em crianças é a facilidade de acesso que elas têm aos produtos
intoxicantes que são guardados em locais inadequados e de fácil alcance.
7
Além do local inadequado para a guarda dos produtos, o recipiente em que
são armazenados também favorece o envenenamento. A reutilização de
embalagens pode confundir a criança e provocar intoxicação conforme afirma
Presgrave et all (2008)11 “crianças e adultos foram envenenados porque eles
ingeriram o alvejante estava em recipiente e tinham confundido ele com refrigerante
ou água”.
Quando se pesquisa sobre intoxicação, uma das variáveis analisadas é a do
sexo das vítimas. Neste quesito, nota-se uma tendência ao sexo masculino ser o
mais envenenado 7,9,13,20,21,23.
Uma explicação possível para que homens se acidentem com mais
frequência está na forma como estes são criados, uma vez que “[...] a sociedade
tende a permitir a criação do sexo masculino, pelas famílias, com menos vigilância
do que a criança do sexo feminino” 7.
Entretanto, esta tendência ao sexo masculino não é confirmada em todos os
casos. Alguns estudos22,24 mostram as mulheres sendo mais vitimadas por
intoxicação exógena. Estas pesquisas não explicam o porquê destes achados nas
crianças. Carrazza et al (2000)22, apontam em seu estudo, cuja população varia de
01 mês a 50 anos, que 94% da amostra tentou suicídio e que deste grupo, formado
prioritariamente por adolescentes e adultos, 71% era do sexo feminino, sem excluir
as crianças.
3.2 VIA DE EXPOSIÇÃO E AMBIENTE DE RISCO
A via de exposição é um importante item a ser investigado em um
atendimento de intoxicação exógena, pois a partir dela muitas condutas podem ser
adotadas no intuito de minimizar os danos, bem como reverter o quadro. Para
Rebelo et al (2011)21, “a via de exposição ao agente tóxico está relacionada à
gravidade da intoxicação”.
A via oral representa uma importante porta de entrada do intoxicante no
organismo. Prova disto é que ela é apontada como sendo a principal via de
exposição nos estudos8,9,11,16,20,21,23,24. Para Lourenço et al (2008)23, a via de
exposição oral esteve presente em 100% dos casos de intoxicação atendidos em
uma emergência pediátrica.
8
A criança tende a explorar objetos, levando-os a boca, este hábito de
exploração através do paladar faz parte da necessidade de atender a sua
curiosidade, sendo que aquelas que ainda não desenvolveram a capacidade de
engatinhar ou andar e assim levar objetos à boca, são intoxicadas por ação de seus
responsáveis, como descreve Scherz (1970) apud Lourenço et al (2008)23 quando
afirma que “na idade de zero a seis meses de idade, o recém-nascido comunica-se
com o mundo através do choro. Nesse período, as intoxicações são decorrentes da
administração de medicação ou outras substâncias por pais e/ou responsáveis.”
Uma via de exposição que não está tão presente, mas que deve ser
considerada é a transplacentária. Em casos como este, crianças com horas de
nascidas apresentam quadro de intoxicação. A preocupação não está somente
relacionada ao envenenamento do recém-nascido, mas também à qualidade no
acompanhamento da gestante no pré-natal bem como orientações para o período o
de amamentação25.
As crianças passam a maior parte do dia no domicílio. Este fato associado ao
descuido no armazenamento de agentes intoxicantes torna do ambiente doméstico o
mais favorável as intoxicações. Para Lourenço et al (2008)23 e Ramos et al (2005)9 a
casa é o local de maior número de ocorrências com registros que somam mais de
80% e 90,5% de eventos respectivamente. Quando o estudo amplia seu escopo e
sai da esfera de infância, esta característica se mantem chegando a 91% dos
casos21.
É importante atentar que uma casa insegura tem riscos em todos os
cômodos, mas existem aqueles onde o perigo é mais presente. Para Ramos et al
(2005)9 a sala de estar e o quarto são as principais áreas para a ocorrência de
envenenamento, cada um com 23,8% de chances. Creditamos isto ao fato de serem
os ambientes dentro da casa onde as crianças mais frequentam e assim elas têm
mais tempo para ter contato com o intoxicante. Outro fator que pode corroborar com
esses dados é que como não são áreas onde predominantemente há guarda de
agentes tóxicos, o grau de atenção diminui e consequentemente a percepção para o
perigo.
Outro cômodo que merece atenção especial é a cozinha, pois como
demonstrado por Lourenço et al (2008)23 ela foi mencionada em 30,8% dos casos no
estudo, seguida de perto pelo quarto (26,9%) e pela sala (23,1%). É neste ambiente
9
que encontramos os utensílios de cozinha, que estiveram relacionados a
envenenamentos, pois foram utilizados para diluir ou medir produtos de limpeza,
bem como para armazenamento destes e também usado para deixar raticida com o
objetivo de eliminar pragas.
3.3 AGENTES INTOXICANTES
Uma gama variada de produtos pode levar à intoxicação exógena. Saber qual
é o agente é de extrema importância para determinar o melhor tratamento e o uso
do antídoto correto. O conhecimento sobre quais intoxicantes mais provocam
envenenamento ajudam na adoção de medidas preventivas e por consequência na
redução do número de casos.
Os estudos apontam que dentre os possíveis agentes, os medicamentos,
dormissanitários e pesticidas/inseticidas são os principais intoxicantes. Prova disto é
que existem pesquisas que tratam exclusivamente de cada um deles, e mesmo
quando a pesquisa não aborda unicamente um produto, estes se apresentam com
os percentuais mais significativos.
Para Ramos et al (2005)9, os medicamentos totalizam 42,2% dos 593 casos,
seguidos
de
15,7%
dos
dormissanitários
e
13,5%
do
somatório
dos
pesticidas/raticidas. Neste mesmo estudo, com a aplicação de entrevistas, os
medicamentos mantiveram-se como o principal agente tóxico em 23,3%dos
envenenamentos.
Corrobora com este estudo, os achados de Lourenço et al (2008)23 quando
demonstram que 50% das crianças se intoxicaram com medicamentos e 23,1% com
pesticidas e inseticidas, mesmo percentual aplicado aos casos envolvendo
dormissanitários. Moreira et al (2010)20 trazem que 60% das intoxicações foram
causadas por medicamentos, em segundo lugar o abuso de álcool (18%) e em
terceiro os inseticidas (8%). Vale ressaltar que esta última tem um escopo ampliado,
envolvendo não só crianças como adolescentes, adultos e idosos, grupo etário onde
o consumo do álcool é muito mais significativo, daí a inserção deste outro agente
tóxico.
Werneck
e
Hasselmann
(2009)13
assinalam
que
dormissanitários,
medicamentos e pesticidas são os três principais intoxicantes, sendo a distribuição
10
em 39%, 35% e 15% respectivamente, assim neste caso os medicamentos
assumem a segunda posição quanto aos riscos de envenenamento.
Diante do exposto acerca dos principais agentes intoxicantes para as crianças
é fácil compreender o motivo pelo qual eles estão ocupando os primeiros lugares em
números de casos notificados. Quando falamos sobre medicamentos, uma série de
fatores pode levar ao envenenamento, o mais comum por ser praticado pela
população em geral e considerado inofensivo é a automedicação. Entretanto não se
pode atribuir a esta variável a responsabilidade por todos os casos. Situações onde
existe a orientação, porém não é bem compreendida, erros de prescrição, falhas no
cálculo da dose também colaboram para os casos de intoxicação. Deve-se
considerar que os casos de automedicação em crianças quase sempre são
promovidos por um adulto e esta atitude auxilia a perpetuar esta prática.
Já os dormissanitários estão presentes em todas as casas, sendo
armazenados em locais indevidos e/ou embalagens que não favorecem a
segurança, ora por estarem em recipientes indevidamente reutilizados ora porque os
invólucros próprios não trazem travas que dificultem a sua abertura por parte das
crianças.
A venda sem controle e fiscalização de pesticidas, inclusive o comércio de
produtos ilegais como o raticida conhecido por chumbinho pode apontar também
como um dos facilitadores para os casos de envenenamentos em crianças.
4 CONCLUSÃO
A pesar de ter índices de mortalidade baixos, a intoxicação exógena em
crianças traz repercussões de grande significado que vão desde questões
emocionais das crianças e adultos até financeiras envolvendo custos hospitalares,
abstenções no trabalho pelos responsáveis.
Quando se pensa em levar uma criança para ser atendida em uma unidade
de emergência, o fator custo hospitalar é só uma das variáveis a ser considerada,
que tem sua importância reduzida quando pensamos nas repercussões emocionais
e orgânicas que esta criança vem a sofrer. Agravos estes que podem ser evitados
com a adoção de medidas preventivas simples como guardar os produtos em locais
adequados.
11
Vale ressaltar que a criança não é o único a sofrer em uma situação como
esta. Os responsáveis também são vítimas, pois passam a conviver com o medo, a
angústia e também com o sentimento de culpa por não ter feito nada antes para
evitar este agravo.
É imprescindível que os responsáveis pelo cuidado às crianças estejam
atentos à capacidade deles em explorar o ambiente e assim estar em contato com
situações de risco. Daí a necessidade de sempre prever situações de perigo e
buscar o estabelecimento de um local seguro para que a criança possa desenvolver
sua curiosidade, crescer e aprender com segurança.
A adoção do uso de medicação com orientação por parte de um profissional
de saúde auxilia sobremaneira na redução dos casos de intoxicação exógena. A
prática da automedicação é um mal que deve ser combatido, pois além do tipo do
medicamento poder estar errado e ocasionar em malefícios, tem também a dose,
posologia e o tempo de tratamento equivocados que podem resultar não só em
intoxicação como em outros danos.
Importante também que o governo assuma sua responsabilidade através dos
órgãos de fiscalização para que adotem uma postura mais presente no controle e
venda de produtos que possam gerar danos, bem como a aprovação do Projeto de
Lei que cria a embalagem especial de proteção à criança, que tornará difícil a
abertura de embalagens de produtos que oferecem riscos.
12
A CHILD IN STATE OF DANGER: POISON EXOGENOUS
ABSTRACT
The exogenous poisoning is an important public health problem. Children
represent a group that is very affected by this damage, mostly by accident, caused
by his condition explorer objects and environments and bring products to the mouth.
Thus the aim of this study is to investigate the causes of the literature exogenous
poisoning in children. To do a literature search was performed in electronic
databases of open access in Portuguese and English published between the years
2000 and 2012. Given the analysis found that children under 05 years form the most
vulnerable age group, with between 02 and 03 years the risk becomes greater, the
boys are more likely than girls to intoxication. Children suffer intoxication mainly
through oral ingestion of drugs, dormissanitários and pesticides / insecticides found
in easily accessible locations in their own home environment. To reverse the
numbers of cases it is important that those responsible act for the establishment of a
safe environment where children can develop without risks.
Keywords: Intoxication. Child. Emergency.
13
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-9332200800
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mar/abr 2005. Disponível em:< Suporte humanizado no Pronto Socorro: um desafio
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15
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notificação ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica. Ciência & Saúde
Coletiva. Vol. 16, n. 8, Rio de Janeiro, ago 2011. Disponível em: http://www.sciel
o.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000900017&lang=pt>.
Acesso 14 mar 2012.
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parameters in dapsone acute intoxication. Revista de Saúde Pública. Vol. 34, n. 4,
São Paulo, ago 2000. Disponível em: <: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci
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Enfermagem. Vol. 21, n. 2, São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/
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24. BUCARETCHI, F.; DRAGOSAVAC, S.; VIEIRA, R. J. Exposição aguda a
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2012.
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crianças menores de um ano relacionadas a intoxicações e efeitos adversos de
medicamentos no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 11, n. 4, São
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arttext&pid=S1415-790X2008000400013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt >. Acesso em 16
mar 2012.
16
APÊNDICE A – FICHAMENTO DOS ARTIGOS UTILIZADOS
Revista/ano/
autor
Revista
brasileira de
epidemiologia
/ 2008
Lessa, M. de
A; Bochner,
R.
Título
Objetivo
Resultados
Conclusões
Análise das
internações
hospitalares
de crianças
menores de
um ano
relacionadas
a
intoxicações
e efeitos
adversos de
medicamento
s no Brasil
Identificar as
principais
classes
terapêuticas
presentes nas
internações de
crianças
menores de
um ano
relacionadas a
intoxicações e
efeitos
adversos de
medicamentos
, registradas
pelo Sistema
de
Informações
Hospitalares
do SUS nos
anos de 2003
a 2005.
Caracterizar
dados sobre a
ocorrência de
intoxicações
admitidas no
Hospital
Universitário/U
FJF, entre
2000 e 2004.
Antiepilepticos,
antiparkissoniano
s, sedativoshipnóticos
(menores de 1
mês-15,2% e 1 a
11 meses-21,1%)
Antibióticos
(12,6% e 18,5%)
Analgésicos,
antitérmicos e
anti-reumáticos
não opiáceos
(7,3% e 6,6%)
Menores de 1
ano foram
internados por
ação direta ou
indireta de
intoxicação
medicamentosa
ou efeito adverso.
As intoxicações
foram superiores
aos efeitos
adversos.
Principais
causas: erro de
administração,
PM inadequada,
uso de
medicamento
sem orientação,
abstinência e uso
materno de
medicação.
Destaque para o
número
representativo de
crianças vítima
de intoxicação, o
que demonstra a
necessidade da
guarda adequada
das substâncias,
bem como
adoção e
cumprimento de
normas sobre
embalagens
especiais de
proteção à
criança.
Alta taxa de
subnotificação
Ciência &
saúde coletiva
/ 2010
Moreira, C.
da S.;
Barbosa, N.
R.; Vieira, R.
de C. P. A.;
Carvalho, M.
R. de;
Marangon, P.
B;Santos,P.
L. C.; Júnior,
M. L. T.
Análise
retrospectiva
das
intoxicações
admitidas no
hospital
universitário
da UFJF no
período
2000-2004
Ciência &
saúde coletiva
/ 2011
Rebelo, F. M.;
Caldas, E. D;
Heliodoro, V.
de O.;
Rebelo, R. M.
Intoxicação
por
agrotóxicos
no Distrito
Federal,
Brasil, de
2004 a 2007
- análise da
notificação
ao Centro de
Informação e
Assistência
Selecionados 50
paciente
De 0 a 5 anos –
24% (faixa mais
acometida)
Sexo masc. –
68%
Via oral mais
frequente –
63,3%
Medicamento –
60% dos casos
Psicotrópicos –
principais
agentes – 40%
Sexo masc. –
51,2%;
Domicílio – 91%;
Via oral – 84%;
Crianças de 1 a 4
anos – 30%;
Adultos de 20 a
39 anos – 36%;
Chumbinho –
35,1%;
18 casos levaram
ao óbito (15 por
17
Toxicológica
Escola Anna
Nery / 2011
Oliveira, M. L.
F. de;
Arnauts, I.
Revista da
associação
médica
brasileira /
2009
Werneck, G.
L.;
Hasselmann,
M. H.
Revista
brasileira em
promoção da
saúde / 2003
Alcântara, D.
A.; Vieira,
L.J. E. de S.;
Albuquerque,
V. L. M. de
Intoxicação
alcoólica em
crianças e
adolescentes
: dados de
um centro de
assistência
toxicológica
Intoxicações
exógenas em
crianças
menores de
seis anos
atendidas em
hospitais da
região
metropolitana
do Rio de
Janeiro
Intoxicação
medicamento
sa em
crianças
Caracterizar
as ocorrências
toxicológicas
em crianças e
adolescentes
com idade até
18 anos,
hospitalizados
por intoxicação
alcoólica e
notificados em
um Centro de
Controle de
Intoxicação
nos anos de
2003 a 2007.
Descrever o
perfil dos
casos de
intoxicações
exógenas de
crianças
admitidas em
hospitais de
emergência da
região
metropolitana
do Rio de
Janeiro,
durante três
anos.
Identificar os
medicamentos
indutores de
intoxicação
exógena em
crianças
atendidas em
um hospital de
emergência,
evidenciando
idade e gênero
prevalentes,
bem como as
reações
apresentadas
pelas crianças
suicídio e 3
acidental);
Predominanteme
nte no sexo
masculino, finais
de semana,
período noturno e
uso agudo de
maior ocorrência.
1.574 casos,
sendo 40% por
produto químico
de uso
doméstico, 35%
por medicamento,
15% por algum
pesticida (mais
da metade:
chumbinho).
77% dos casos
entre crianças de
1 a 4 anos;
sexo masc. –
54%;
Antidepressivos,
broncodilatadores
e vitaminas os
principais
agentes;
Principais
reações:
sonolência,
agitação
psicomotora,
taquicardia e
Consumo do
álcool cada vez
mais precoce.
Associação com
casos de
violência.
Necessidade de
ações de órgãos
governamentais e
sociedade.
Importância de se
incluir as
intoxicações
exógenas no
elenco de
agravos objeto de
ações de
vigilância em
saúde.
Adoção da
embalagem
especial de
proteção à
criança.
Fiscalização da
comercialização e
apreensão do
chumbinho.
Medidas
educativas.
Divulgação dessa
morbidade para
aumentar a
percepção dos
riscos inclusive
de óbitos.
Implementação e
adoção da
embalagem
especial de
proteção à
criança.
18
Revista
brasileira de
ciências
farmacêuticas
/ 2008
Ferreira, A.;
Maroco, E.;
Yonamine,
M.; Oliveira,
M. L. F. de
Acta Paulista
intoxicadas.
Organophosp Apresentar
hate and
aspectos
carbamate
clínicos e
poisonings in epidemiológico
the northwest s de 529 casos
of Paraná
de intoxicação
state, Brazil
por
from 1994 to organofosforad
2005: clinical os, ou
and
carbamatos,
epidemiologi no noroeste do
cal aspects
estado do
Paraná, Brasil,
durante um
período de
doze anos
(1994-2005).
Intoxicações
Descrever as
vômito.
105 dos 257
pacientes
(40,8%) que
tentaram suicídio
foram admitidos
em UTI, com um
tempo médio de
internação de
dois dias. Os
homens
corresponderam
a 56,4% dos
casos de
tentativas de
suicídio e 16
pessoas
morreram. 140
intoxicados
devido à
exposição
ocupacional eram
todos adultos
jovens e 9 deles
foram internados
em UTI, com o
hospital
permanece média
de 8 dias. Desses
casos, 2
pacientes
morreram. 124
pacientes
intoxicados por
exposição
acidental foram
principalmente
crianças e teve
uma estadia
médio de
internação de 4
dias. 20
pacientes foram
internados na
UTI, e 1
morreu. Complica
ções gerais
incluíram
insuficiência
respiratória,
convulsões e
pneumonia por
aspiração.
Foram
Exposição
acidental em
crianças: leve
devido exposição
pequena e atraso
mínimo no
reconhecimento.
Baixa
mortalidade.
Campanha
19
de
Enfermagem/2
008
Lourenço, J.;
Furtado, B.
M. A; Bonfim,
C.
Cadernos de
Saúde
Pública/2005
Ramos, C. L.
J.; Targa, M.
B. M.; Stein,
A. T.
Cadernos de
Saúde
Pública/2008
Presgrave, R.
de F.;
Camacho, L.
A. B.; Villas
Boas, M. H.
S.
exógenas em
crianças
atendidas em
uma unidade
de
emergência
pediátrica.
características
epidemiológica
s dos casos de
intoxicações
exógenas em
crianças
atendidas em
uma unidade
de emergência
pediátrica do
Recife (PE),
no período de
abril a
setembro de
2006.
Perfil das
intoxicações
na infância
atendidas
pelo Centro
de
Informação
Toxicológica
do Rio
Grande do
Sul (CIT/RS),
Brasil
Estabelecer
perfil das
intoxicações
em crianças
de 0 a 4 anos,
registradas no
Centro de
Informação
Toxicológica
do Rio Grande
do Sul
(CIT/RS),
Porto Alegre,
Brasil, 2003.
Descrever o
perfil
epidemiológico
das
intoxicações
não
intencionais,
que foi
causada por
produtos de
limpeza
doméstica e
teve lugar no
Rio de Janeiro
entre 2000 e
2002,
avaliando a
distribuição
por idade,
sexo, via de
exposição,
produto
envolvido
A profile of
unintentional
poisoning
caused by
household
cleaning
products,
disinfectants
and
pesticides
registrados 26
casos de
intoxicação
exógena
acidental.
Predominou o
sexo masculino
(65,4%) e a faixa
etária dos
menores de cinco
anos de idade foi
a mais acometida
(65,4%). Os
medicamentos
estavam
envolvidos em
50,0% dos casos.
Faixa – 1 ano;
sexo masc.; via
oral; agente
localizado no
chão da sala ou
quarto; altura do
imóvel menor q
30 cm; horário do
ocorrido – entre
18 e 22hs; tempo
p/ assistência
menos de 30min;
analgésico.
pública sobre
prevenção da
intoxicação na
infância.
Importante papel
do enfermeiro em
educação em
saúde e medidas
preventivas.
O grupo mais
vulnerável: até 5
anos de idade.
Meninos de até
10 anos foram
mais intoxicados
do que meninas.
A partir dessa
faixa etária, a
distribuição foi
invertida. Os
centros de
controle de
intoxicação foram
chamados
principalmente
por serviços de
saúde no período
de até duas horas
após o
envenenamento.
As vias de
exposição mais
A informação de
baixa morbidade
e letalidade pode
ser consequência
de
subnotificação.
Programas de
conscientização e
prevenção para
aumentar a
percepção dos
riscos.
Definição do perfil
permite orientar e
incrementar
campanhas de
prevenção de
acidentes tóxicos
na infância.
20
fatores de
risco e os
resultados.
Revista
Brasileira de
Saúde
Materno
Infantil/2002
Matos, G. C.
de;
Rozenfeld,
S.;
Bortoletto, M.
E.
Intoxicações
medicamento
sas em
crianças
menores de
cinco anos
Conhecer a
magnitude das
ocorrências de
intoxicações
em crianças
menores de
cinco anos, no
Brasil.
frequentes foram
ingestão (90,4%),
inalação (4,3%),
dérmica (2,4%) e
ocular (2%). Os
produtos
envolvidos foram
alvejantes,
derivados de
petróleo, raticidas
e pesticidas. As
principais causas
foram: produto ao
alcance de
crianças,
estocagem em
garrafas de
refrigerantes, uso
de alimentos com
raticidas, uso
incorreto do
produto, e
utensílios de
cozinha com
produtos de
limpeza. O
desfecho mais
frequente foi
cura.
151.000 casos de
intoxicações
humanas. Quase
um terço associado a
medicamentos,
sendo que cerca
de 40.000 casos
ocorreram entre
crianças menores
de cinco anos. O
maior número de
casos
correspondeu aos
descongestionant
es nasais,
analgésicos,
broncodilatadores
,
anticonvulsivante
s, antihistamínicos e
contraceptivos
orais. Os
descongestionant
Falta de um
sistema único de
classificação de
medicamentos
para coleta de
dados e
cruzamento das
informações.
Campanhas pelo
uso correto das
medicações.
21
Revista de
Saúde
Pública/2000
Carrazza, M.
Z. N.;
Carrazza, F.
R.; Oga, S.
Jornal de
Pediatria(RJ)/
2003
Bucaretchi,
F.;
Dragosavac,
S.; Vieira, R.
J.
Cadernos de
Saúde
Pública/2006
Padula, N. A.
de M. R.;
Abreu, M. H.
de; Miyazaki,
L. Y.; Yomita,
N. E.
Clinical and
laboratory
parameters
in dapsone
acute
intoxication.
Exposição
aguda a
derivados
imidazolínico
s em
crianças.
Intoxicação
por chumbo
e saúde
infantil:
ações
intersetoriais
para o
enfrentament
o da questão.
Determinar a
gravidade da
intoxicação
aguda por
dapsona
(DDS) usando
parâmetros
clínicos e
laboratoriais.
Estudar a
exposição
aguda a
derivados
imidazolínicos
em crianças
com idade
inferior a 15
anos,
atendidas no
período de
janeiro de
1994 a
dezembro de
1999.
Contribuir para
a discussão da
complexa
questão que
envolve a
saúde e o
ambiente.
es nasais,
anticonvulsivante
s, antihistamínicos e
expectorantes
foram
responsabilizados
pelos óbitos.
Conforme o
SINITOX as
principais
circunstâncias
dos eventos
foram o acidente
individual, o erro
de administração
e o uso
terapêutico.
Sinal clínico mais
prevalente:
cianose (56,7%
dos casos e
100% em
menores de 5
anos)
O grupo 1
(menores de 5
anos) apresentou
o menor consumo
do medicamento
– de 1 a 4
comprimidos.
Atendidas 72
crianças de 02
meses a 12 anos.
51,4% dos casos
eram do sexo
feminino.
Exposição em 46
casos foi por via
oral.
Não ocorreram
óbitos.
Contra-indicação
deste grupo de
fármacos para
menores de 02
anos.
Rápida regressão
dos sintomas.
Detectadas 314
crianças com
níveis de
plumbemia igual
ou superior a
10µg/dl.
Contaminação
ambiental.
Descontaminação
e monitorização
da área para
evitar
intercorrências
futuras.
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A CRIANÇA EM SITUAÇÃO DE PERIGO: INTOXICAÇÃO EXÓGENA