NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS- CULTURA POPULAR CONSTRUÍNDO
UM MUNDO NOVO.
APOSTILA DE QUÍMICA
MÓDULO 08
PROFESSOR ALESSANDRO CANSSI
CÁLCULOS QUÍMICOS
A função do químico.
O papel do químico, em relação ás transformações químicas, não é o de estudar
somente aquelas que ocorrem na natureza, mas também o de provocar transformações
que produzam novas substâncias com propriedades características. O químico provoca
essas transformações não ao acaso, como um mero misturador de materiais, mas usado
a integração razão e experimentação, ou seja, aliando teoria à prática.
Assim o químico constrói uma transformação que a natureza não construiu, por um
motivo justo, pois ela é harmoniosa, não teve a “ ousadia” de construir.
É assim que surgem os medicamentos para curar ou prevenir doenças, os plásticos, os
fertilizantes, os produtos de limpeza e de higiene pessoal.
Quando se estudam as transformações, verifica-se que existem relações entre as
quantidades das substâncias que participam dessas transformações. Conhecer essas
relações e determinar essas quantidades é importante e faz parte do trabalho do
químico.
Na indústria, a fabricação de certo produto exige cálculos antecipados para conhecer a
quantidade exata da matéria-prima a ser usada e, assim, evitar desperdícios- é a
importância econômica.
Fórmulas
Como consequência direta dessas leis, pode-se estabelecer a composição centesimal
em massa de uma substância e assim tem-se a fórmula porcentual dessa substância
A partir da fórmula porcentual, outros tipos de fórmulas são obtidos, como a fórmula
mínima e a fórmula molecular.
Fórmula porcentual
A fórmula porcentual indica a percentagem em massa de cada elemento que forma uma
substância.
Ela pode ser obtida a partir de resultados experimentais. Por exemplo, verifica-se
experimentalmente que 4g de hidrogênio reagem com 32g de oxigênio, produzindo 36g
de água.
Hidrogênio+ oxigênio....................água
4g
32g
36
Xg
yg
100
Xg
yg
100
X=11,11g(11,11%)
Y=88,88g(88,88%)
Às vezes pode acontecer de a fórmula mínima ser igual à fórmula molecular do
composto; no entanto, isso nem sempre é verdadeiro.
Por exemplo, a fórmula empírica ou mínima da água é H2O, indicando que há a
proporção de 2:1 entre os elementos que formam as moléculas de água. E,
coincidentemente, essa também é a fórmula molecular da água. Porém, para você ver
que isso não ocorre sempre, observe os dois exemplos a seguir:
Visto que a fórmula mínima é somente a relação dos átomos de cada elemento e não a
quantidade real deles na fórmula molecular, pode ocorrer de compostos diferentes
terem a mesma fórmula empírica e até mesmo a fórmula mínima de um composto pode
ser igual à fórmula molecular de outro. Observe, no exemplo abaixo, como isso pode
ocorrer:
Veja que a fórmula mínima CH2O é a mesma para todas as substâncias, isto é, essa
fórmula mínima expressa que, em todos os casos, os átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio estão presentes nas fórmulas moleculares em uma relação de 1:2:1. Além
disso, o único que apresenta a fórmula molecular igual à fórmula empírica é o
formaldeído.
Cálculo da Fórmula Mínima ou Empírica:
Para determinar a fórmula empírica de um composto é necessário saber primeiro qual é
a sua fórmula percentual ou centesimal. Isso pode ser feito medindo a massa de cada
elemento em 100g de uma amostra. O texto “Fórmula Percentual ou Centesimal”
esclarece melhor esse assunto.
Por exemplo, digamos que a composição centesimal de determinado composto é dada
por: 40,00% de C, 6,67% de H e 53,33% de O. Passamos esses valores para grama,
considerando uma massa de 100 g de amostra do composto. Assim, temos: 40 g de C,
6,67 g de H e 53,33 g de O.
Agora é necessário passar esses valores para a quantidade de matéria (mol). Fazemos
isso dividindo cada um dos valores encontrados por suas respectivas massas molares:
C: 40/12 = 3,33
H: 6,67/1 = 6,67
O: 53,33/16 = 3,33
Visto que os valores não são inteiros, usamos o seguinte artifício: dividimos todos os
valores pelo menor deles, pois dessa maneira a proporção existente entre eles não é
alterada.
Nesse caso, o menor valor é 3,33, de modo que o resultado será:
C: 3,33/3,33 = 1
H: 6,67/3,33 = 2
O: 3,33/3,33 = 1
Assim, a fórmula mínima dessa substância desconhecida é igual a: C1H2O1 ou CH2O.
Resumidamente, os passos necessários para encontrar a fórmula empírica ou mínima
de uma substância são:
Fórmula molecular
A fórmula molecular indica a quantidade de átomos de cada elemento que
forma uma molécula de determinada substância.
A fórmula mínima do ácido acético é CH2Oe sua massa molar é 60g/mol.
Então:
( CH2O)n
(12+2+16)n= 60
30n=60
n=2
fórmula mínima= (CH2O )2
Fórmula molécula C2H4O2
EXERCÍCIO
1.Determine a composição centesimal do:
a)
Ácido sulfúrico H2SO4
b)
Ácido clorídrico HCl
c)
Hidróxido de sódio NaOH
2.Determine as fórmulas mínimas das substâncias a partir das respectivas
composições centesimais:
a)1,54% de hidrogênio
49,23% de enxofre
49,23% de oxigênio
3. Um dos gases responsáveis pela chuva ácida apresenta 50% de enxofre e 50%
de oxigênio em massa. Descubra a fórmula molecular desse gás, sabendo que sua
massa molar é 64g/mol.
INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA
Estequiometria ou cálculo estequiométrico (do grego: stoikheion – elemento; metron –
medição) é o termo usado para descrever as relações quantitativas na química. Ou seja,
quando se refere a “quanto” de uma substância será consumida ou formada durante
uma reação química é um problema de estequiometria.
Para relacionar a estequiometria com o nosso cotidiano podemos citar a preparação de
um bolo, onde para que ocorra a reação entre os ingredientes teremos que usar as
quantidades adequadas, ou seja, ao aumentarmos algum ingrediente teremos que
aumentar os demais na mesma proporção.
Para resolvermos problemas com cálculos estequiométricos devemos seguir as
seguintes regras:
Montar a equação química;
Fazer o balanceamento da equação;
Escrever as proporções em mols;
Montar a estequiometria com dados e descobrir o que o problema quer resolver;
Conferir se os dados do problema estão nas unidades corretas:
I.
Volume = L
II.
Massa = g
III.
Moléculas, átomos = mol
Resolver a regra de três.
EXERCÍCIOS
1. Quantas moléculas de gás carbônico podem ser obtidas pela queima completa
de 4,8 g de carbono puro? (massa atômica: C = 12)
C
+ O2 →
CO2
12g
6,02x1023moléculas
4,8g
x
x= 2,4x1023moléculas de CO2
2. Quantos mols de N2(g) são necessários para produzir 5 mols de NH3(g)?
N2 + 3H2
→ 2NH3
1mol
2mol
x
5 mols
x= 2,5 mols de NH3
3. Calcule o número de mols de CO2(g) que pode ser obtido na combustão
completa de 2,4 mols de C3H8(g)?
C3H8 + 5O2 → 3CO2 + 4H2O
1mol
3mols
2,4 mols
x
x= 7,2 mols
4. Calcule a massa de óxido cúprico (CuO) obtida a partir de 2,54 g de cobre
metálico (Cu). Dados: (O = 16; Cu = 63,5).
2Cu + O2
→ 2CuO
127g
159g
2,54g
x
x= 3,18g de CuO
5. Para transformar mármore em gesso, precisamos atacá-lo com ácido sulfúrico,
segundo a reação:
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + CO2 + H2O
Para 2 kg de mármore, quantos de gesso precisamos produzir?
Dados: (Ca = 40; C = 12; S = 32; O = 16)
100Kg
136g
2Kg
x
x= 2,72Kg
6. Combustível e importante reagente na obtenção de amônia e compostos
orgânicos saturados, o hidrogênio pode ser obtido pela reação:
NaH(s)
+
H2O(l) →
NaOH(aq)
+
H2(g)
Quantos litros do gás, nas condições ambiente podem ser obtidos pela hidrólise de
60,0 g de hidreto de sódio. Dados: (volume molar = 24,5L/mol; massa molar = 24
g/mol.
24g/mol
24,5L/mol
60,0 g
x
x= 61,25L/mol
7. Considerando a reação:
N2(g)
+
→
3H2(g)
2NH3(g)
Calcule quantos litros de NH3(g) são obtidos a partir de 3 litros de N2(g). Considere
todos os gases nas CNTP.
22,4L
44,8L
3L
x
x= 6L
8. Quantos mols de ácido clorídrico são necessários para produzir 23,4 gramas de
cloreto de sódio? (massas atômicas: Na = 23; Cl = 35,5)
HCl + NaOH → NaCl + H2O
1mol
58,5g
x
23,4g
x= 0,4mol
9. (UCB-MS) Dada a equação química não-balanceada:
Na2CO3
+
2HCl
→
2NaCl
+
CO2
+
H2O
A massa de carbonato de sódio que reage completamente com 0,25 mol de ácido
clorídrico é:
a) 6,62 g
b) 26,50 g
106g
2mol
x
0,25mol
x= 13,25g
c) 13,25 g
d) 10,37 g
e) 20,75 g
10. Quantos mols de níquel (Ni) há em 4,50 g deste elemento?
1mol
59g
x
4,50g
x= 0,076mol
11. Quantos gramas de ouro (Au) existem em 0,250 mol deste metal?
1mol
197g
0,250mol
x
x= 49,25g
12. O alumínio é obtido pela eletrólise da bauxita. Nessa eletrólise, ocorre a
formação de oxigênio que reage com um dos eletrodos de carbono utilizados no
processo. A equação não balanceada que representa o processo global é:
2Al2O3 + 3C → 3CO2 + 4Al.
Para dois mols de Al2O3, quantos mols de CO2‚ e de Al, respectivamente, são
produzidos esse processo?
a) 3 e 2
b) 1 e 4
c) 2 e 3
d) 2 e 1
e) 3 e 4
13. Dados: massas molares em g/mol de MgO = 40 e SO‚ = 64
MgO(s)+ SO2(g)+ 1/2O2(g) → MgSO4(s)
Quantas toneladas de óxido de magnésio são consumidas no tratamento de
9,6x103 toneladas de SO2?
a) 1,5 x 103
b) 3,0 x 103
c) 1,0 x 103
3
3
d) 6,0 x 10
e) 2,5 x 10
40t
64t
x
9,6x103
3
x= 6x10 t de MgO
14. Quantos gramas de NH3(g) serão produzidas a partir de 12 g de H2(g)? (massas
molares em g/mol: H2 = 2 e NH3 = 17.
N2
+ 3 H2
→
2 NH3
6g
34g
12g
x
x= 68g
15. Calcule a massa, em gramas de CO2 que pode ser obtida na combustão
completa de 2,4 mols de C3H8. Dados: CO2 = 44 g/mol (massa molar)
C3H8
+
5O2
→
3CO2 + 4H2O
1mol
132g
2,4mols
x
x= 316,8g
16. Quantos mols de O2 reagem com 8átomos de Fe?
1 mol
6,02x10 23 átomos
X
8 átomos
23
X= 1,3x10 átomos
17. Qual a massa de CO2 obtida da queima de 6 mols de carvão?
1 mol
44g
6 mol
x
x= 264g
18. Considere a combustão completa de propano,
C3H8 + 5 O2 → 3 CO2 + 4H2O.
Se 3,04 mols de propano são queimados no ar, qual será a quantidade de matéria
de CO2 produzida? Qual será a quantidade de matéria de O 2 consumida?
1mol
132g
3,04 mol
x
x= 401,28 g
1 mol
160 g
3,04 mols
x= 486,4g
x
19. Que massa do composto desconhecido é formada nas seguintes reações?
a) C2H4 + H2 → C2H6.
3,4 g de C2H4 reagem para produzir x g de C2H6.
28g
30g
3,4g
x
X= 3,6g
b) CS2 + 3Cl2 → CCl4 + S2Cl2
5,78 g de Cl2 reagem para produzir x g de S2Cl2.
210g
134g
5,78g
x
X= 3,68g
X= 3,68g
20. Para as seguintes reações, determine o valor de x .
a) 4C + S8 → 4CS2
3,2 mols e S8 produzem x mols de CS2
1 mol
4 mols
3,2mols
x
x= 12,8mols
b) CS2 + 3O2 → CO2 + 2SO2
1,8 mols de CS2 produz x mols de SO2
1 mol
2 mols
1,8mols
x
x= 3,6mols
c) N2H4 + 3O2 → 2NO2 + 2H2O
7,3 mols de O2 produzem x mols de NO2
3 mols
2 mols
7,3mols
x
x= 4,9mols
SOLUÇÕES: SOLUTO, SOLVENTE, CONCENTRAÇÃO E CURVA DE
SOLUBILIDADE
Aproximadamente 90% das reações químicas acontecem com os reagentes dissolvidos
em algum líquido. Muitas das coisas que consumimos também são soluções. Daí a
importância de entendermos algumas coisas sobre soluções.
Uma solução é sempre composta de duas coisas: uma que dissolve, que chamaremos de
solvente, e outra que é dissolvida, que chamaremos de soluto. Assim, quando tomamos
um susto e nossa avó prepara um copo de água com açúcar para que nos acalmemos, ela
prepara uma solução onde a água é o solvente e o açúcar é o soluto. O que talvez ela não
saiba é que água com açúcar não tem o mínimo efeito calmante...
Nosso "calmante da vovó" pode estar muito ou pouco doce. Quimicamente falando, o
que está variando é a concentração. Quanto mais doce estiver, mais açúcar encontra-se
dissolvido e mais concentrada a solução estará.
Concentração
A concentração é a relação entre a quantidade de soluto e o volume da solução. É
bastante óbvio que se colocarmos uma colher de chá de açúcar em um copo com água o
resultado será menos doce do que se colocarmos uma colher de sopa de açúcar no
mesmo copo com água. A primeira solução é menos concentrada que a segunda, ou
seja, possui menos massa de soluto do que a segunda, para o mesmo volume de
solvente.
Matematicamente podemos escrever uma expressão para calcular a concentração:
Todos sabemos que a quantidade de soluto que pode ser adicionado a um solvente não é
infinita. Se nossa avó, ao preparar nosso copo de água com açúcar, exagerar no açúcar,
parte dele não será dissolvido, permanecendo sólido no fundo do copo. Podemos então
concluir que existe um limite para a quantidade de soluto. É o que chamamos de
coeficiente de solubilidade.
As coisas agora podem parecer meio confusas, mas leia com atenção que você
entenderá esses conceitos com clareza:
Concentração máxima
Temos um certo volume de solvente puro, ou seja, não adicionamos nada nele - ainda.
Começamos a colocar vagarosamente pequenas quantidades de soluto. À medida que
isso é feito, a concentração começa a aumentar. Continuamos adicionando soluto, a
concentração continua aumentando até que colocamos uma pitada do soluto e este não
mais se dissolve. Atingimos a máxima concentração que essa solução pode ter e, mesmo
que adicionemos mais soluto, a concentração não se alterará mais.
Entenda que a concentração é a relação da massa do soluto dissolvido em um certo
volume de solução. Se colocamos soluto em excesso e ele não se dissolver, ele não fará
parte da solução, ficará depositado no fundo do recipiente no estado sólido e
portantonão influenciará na concentração.
Perceba que isso nos remete a algo muito interessante: se gostamos de café bem doce,
existe um limite de quantidade de açúcar que podemos colocar no café para que ele
dissolva. Toda a quantidade que colocarmos a mais ficará depositada no fundo da xícara
e não tornará o café mais doce, apenas desperdiçará mais açúcar.
Concentração e densidade
Algum leitor deve ter batido os olhos na figura da lousa e se perguntado: A relação da
massa e volume não é a densidade?
É sim, mas fique atento ao seguinte detalhe: embora possamos escrever as duas
expressões como m/V, na concentração "m" representa a massa apenas do soluto,
enquanto que na densidade o "m" representa a massa total da solução (soluto +
solvente). Perceba também que quando a concentração aumenta (adição de soluto), a
densidade também aumenta, pois estamos adicionando mais massa à solução.
Tipos de soluções
Dependendo da quantidade de soluto que uma solução contém, podemos classificar as
soluções. Tenha novamente em mente que existe um limite para a quantidade de soluto
que pode ser adicionado a um determinado volume de solvente e que chamamos isso de
coeficiente de solubilidade.
Quando uma solução contém soluto abaixo do coeficiente de solubilidade, dizemos que
essa solução é insaturada. Quando a quantidade de soluto é igual ao coeficiente de
solubilidade, ou seja, está no limite, dizemos que ela é saturada. Finalmente, quando a
quantidade de soluto supera o limite, dizemos que ela é super-saturada.
Você deve estar se perguntando como é possível ter uma quantidade de soluto superior
ao limite. Afinal é o limite ou não? As soluções ditas super-saturadas, que contêm uma
quantidade de soluto superior ao coeficiente de solubilidade são extremamente difícies
de preparar e muito instáveis.
Imagine a seguinte situação: você quer empilhar latas de refrigerante e, o máximo que
consegue empilhar são quatro latas. Você tentou empilhar milhões de vezes e o limite é
quatro latas. De repente, você utiliza toda concentração e cuidado dignas de um monge
budista e consegue empilhar a quinta lata. Nesse momento alguém bate a porta do seu
laboratório e a quinta lata cai, restando apenas quatro empilhadas. Você se concentra
novamente e consegue empilhar não cinco, mas seis latas! Nesse momento vem se
aproximando da sua pilha um mosquito e pousa em cima dela, derrubando duas delas e
restando novamente quatro empilhadas.
É isso que acontece nas soluções super-saturadas. Em condições especiais conseguimos
dissolver uma quantidade de soluto superior ao coeficiente de solubilidade (CS) mas, na
primeira perturbação o excedente se precipita restando dissolvida apenas a quantidade
limite, o que torna a solução saturada.
Curva de solubilidade
A solubilidade varia de soluto para soluto e também com o tipo de solvente. Além disso,
o principal fator que influencia na solubilidade é a temperatura. O coeficiente de
solubilidade varia com a temperatura, podendo aumentar ou diminuir com a elevação de
temperatura, dependendo do soluto em questão. A variação do coeficiente de
solubilidade em função da temperatura é representada em um gráfico que chamamos de
curva de solubilidade.
Na curva de solubilidade podemos identificar ainda:
Como alterar a concentração?
Se você preparar uma solução qualquer, sua concentração não se altera se você, por
exemplo, dividi-la em dois frascos. Se isso fosse verdade e tivéssemos adoçado demais
uma xícara de café, bastaria dividir o conteúdo em duas xícaras que o café ficaria menos
doce.
Para alterar a concentração de uma solução, podemos:
Aumentar a quantidade de soluto, aumentando a concentração;
Aumentar a quantidade de solvente, diminuindo a concentração;
Diminuir a quantidade de solvente, aumentando a concentração.
Estranhou o terceiro método? Como podemos diminuir a quantidade de solvente?
Evaporá-lo pode ser um excelente método. Coloque uma colher de chá de sal de cozinha
em um copo com água. Você verá que todo o sal se dissolve. Coloque sua solução em
uma panela e leve ao fogo. Você verá que, à medida que a água (solvente) evapora, a
solução vai se tornando mais concentrada, até tornar-se saturada e posteriormente
começar a precipitar sal, indicando que a concentração está acima do limite. Você já
deve ter estudado ou até presenciado esse procedimento em laboratório, muito
conhecido como destilação simples e utilizado para separar os componentes de uma
solução.
EXERCÍCIOS
1. Calcule a concentração em g/L de uma solução que apresenta volume de
800cm3 e contém 20g de soluto.
2. São dissolvidos 400g de cloreto de sódio em água suficiente para 2L de
solução. Qual é a concentração em g/L?
3. A concentração de uma solução é de 20g/L. Determine o volume dessa
solução sabendo que ela contém 75 g de soluto?
4. Defina solução?
5. O que é uma solução super saturada?
6. Determine a massa de NaOH dissolvido em água suficiente para 600cm3 de
solução, cuja concentração comum é de 700g/L?
REAÇÕES ENDOTÉRMICAS E EXOTÉRMICAS
Todas as reações químicas e bioquímicas liberam ou absorvem energia do ambiente de
alguma forma. Os processos que liberam calor são denominados exotérmicos e nos
transmitem sensação de aquecimento. É o caso, por exemplo, das combustões.
Por outro lado, a sensação de frio que sentimos ao sair de um banho, ou quando
pegamos um cubo de gelo, está associada a processos endotérmicos. Tais processos evaporação e fusão da água - absorvem calor do ambiente e isso pode ser percebido pelo
nosso corpo.
Reações exotérmicas:
Ao contrário das reações endotérmicas, as reações exotérmicas possuem um balanço
negativo de energia quando se compara a entalpia total dos reagentes com a dos
produtos. Assim, a variação entálpica final é negativa (produtos menos energéticos do
que os reagentes) e indica que houve mais liberação de energia, na forma de calor, para
o meio externo que absorção – também sob forma de calor.
A temperatura final dos produtos é maior que a temperatura inicial dos reagentes.
O esquema de uma reação exotérmica pode ser representado da seguinte forma:
Reações endotérmicas
Já numa reação endotérmica, o fornecimento de energia desloca o equilíbrio para a
formação de produtos. Uma vez que este processo absorve calor do meio.
As reações endotérmicas têm como característica possuírem balanço energético positivo
quando é comparado a energia entálpica dos produtos em relação aos reagentes. Assim,
a variação dessa energia (variação de entalpia) possui sinal positivo (+ΔH) e indica que
houve mais absorção de energia do meio externo que liberação. Ambas em forma de
calor.
Como consequência, a temperatura dos produtos finais é menor que a dos reagentes.
O esquema de uma reação exotérmica pode ser representado da seguinte forma:
EXERCÍCIOS
1.Diferencie reação endotérmica de exotérmica?
CINÉTICA QUÍMICA
Existe um ramo na ciência que estuda a velocidade das reações químicas e os fatores
que a influenciam, é a chamada Cinética Química. Pode se definir reações químicas
como sendo um conjunto de fenômenos nos quais duas ou mais substâncias reagem
entre si, dando origem a diferentes compostos. Equação química é a representação
gráfica de uma reação química, onde os reagentes aparecem no primeiro membro, e os
produtos no segundo.
A+B
Reagentes
C+D
Produtos
O conhecimento e o estudo das reações, além de ser muito importante em termos
industriais, também estão relacionados ao nosso dia a dia.
A velocidade de uma reação é a rapidez com que os reagentes são consumidos ou
rapidez com que os produtos são formados. A combustão de uma vela e a formação de
ferrugem são exemplos de reações lentas. Na dinamite, a decomposição da
nitroglicerina é uma reação rápida.
As velocidades das reações químicas são determinadas através de leis empíricas,
chamadas leis da velocidade, deduzidas a partir do efeito da concentração dos reagentes
e produtos na velocidade da reação.
As reações químicas ocorrem com velocidades diferentes e estas podem ser alteradas,
porque além da concentração de reagentes e produtos, as velocidades das reações
dependem também de outros fatores como:
Concentração de reagentes: quanto maior a concentração dos reagentes maior será a
velocidade da reação. Para que aconteça uma reação entre duas ou mais substâncias é
necessário que as moléculas se choquem, de modo que haja quebra das ligações com
conseqüente formação de outras novas. O número de colisões irá depender das
concentrações de A e B. Veja a figura:
Moléculas se colidem com maior frequência se
aumentarmos o número de moléculas reagentes.
É fácil perceber que devido a uma maior concentração haverá aumento das colisões
entre as moléculas.
Superfície de contato: um aumento da superfície de contato aumenta a velocidade da
reação. Um exemplo é quando dissolvemos um comprimido de sonrisal triturado e ele
se dissolve mais rapidamente do que se estivesse inteiro, isto acontece porque
aumentamos a superfície de contato que reage com a água.
Pressão: quando se aumenta a pressão de um sistema gasoso, aumenta-se a velocidade
da reação.
Um aumento na pressão de P1 para P 2 reduziu o volume de V1 para V1/2, acelerando a
reação devido à aproximação das moléculas.
A figura acima exemplifica, pois com a diminuição do volume no segundo recipiente,
haverá um aumento da pressão intensificando as colisões das moléculas e em
consequência ocorrerá um aumento na velocidade da reação.
Temperatura: quando se aumenta a temperatura de um sistema, ocorre também um
aumento na velocidade da reação. Aumentar a temperatura significa aumentar a energia
cinética das moléculas. No nosso dia a dia podemos observar esse fator quando estamos
cozinhando e aumentamos a chama do fogão para que o alimento atinja o grau de
cozimento mais rápido.
Catalisadores: os catalisadores são substâncias que aceleram o mecanismo sem
sofrerem alteração permanente, isto é, durante a reação eles não são consumidos. Os
catalisadores permitem que a reação tome um caminho alternativo, que exige menor
energia de ativação, fazendo com que a reação se processe mais rapidamente. É
importante lembrar que um catalisador acelera a reação, mas não aumenta o rendimento,
ou seja, ele produz a mesma quantidade de produto, mas num período de menor tempo.
EXERCÍCIOS
1. O que é cinética química?
2. Por que o cálculo da velocidade média deve ser calculado em
módulo?
3. O que acontece com a concentração dos reagentes em uma reação
química, à medida que vai se formando os produtos?
4. O que é velocidade de consumo e de produção?
5. Quais são as principais condições para que uma reação química
ocorra?
6. Quais são os tipos de colisões entre as moléculas que existe? Qual o
mais efetivo? Por quê?
7. O que é complexo ativado?
8. O que é energia de ativação?
9. Por que o aumento da energia de ativação retarda a velocidade da
reação química?
10. Por que uma palha de aço enferrujará mais rápido do que um
pedaço de prego com mesma massa?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPES, CésarV. M. Proposta para o ensino de química: Poluição do ar e lixo. Porto
Alegre. SE/ CECIRS, 1997.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. PCN- Parâmetros curriculares nacionais – Ensino
Médio.Brasília, 1999.
MULLER, Maria ReginaÁvila ; MACHADO, Viviane Prestes. Química, Teoria e
Prática. 3 edição: LEW, 2OOO.
TELECURSO 2OOO. Biologiae Química: Globo – Fundação Roberto Marinho.
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