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A
VINGANÇA
DO MORTO
+ 4 CONTOS
DE
SUSPENSE
De Joderyma Torres
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A VINGANÇA DO MORTO
+ 4 CONTOS DE SUSPENSE,
de Joderyma Torres.
Concluído em 2011.
***
Para Ana Karla Vasconcelos, uma amiga de
cartas, que reside em Recife, Pernambuco.
Com vinte anos de atraso.
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Índice:
Introdução
....................................................................... 07;
O tiro perfeito .................................................................
13;
Subjugado
pelo
.................................................... 23;
desejo
A loira perfumada .........................................................
105;
Quer parar de fumar? .................................................
149; e
A vingança do morto ....................................................
222.
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INTRODUÇÃO
Olá, prezado leitor!
Apresento-vos meu primeiro livro de suspense.
Este será, sem dúvida, o primeiro de dezenas, pois não
irei parar tão cedo.
Trata-se, na verdade, de uma pequena coletânea de
contos de suspense, onde coloco em prática toda a
minha criatividade no gênero.
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Obviamente que é minha pretensão, sem nenhuma
modéstia, ser conhecido como o “rei dos contos de
suspense do Brasil”, cargo que está vago, atualmente.
E você, leitor, será o meu juiz e analisador. A pergunta
que faço é: tenho condições de ser um “rei”? Tenho?
Bem, somente o tempo dará a resposta.
Falando um pouco de mim, segundo informações
de terceiros (aí entenda-se minha querida mãe,
falecida, e alguns parentes e vizinhos), aprendi a ler e a
escrever com três anos e meio, o que me tornou uma
espécie de atração bizarra, na rua onde eu residia, em
São Luís, minha terra natal. Todos queriam conhecer o
“pequeno gênio da leitura”. Sim. Comecei cedo e
nunca mais parei.
Com o passar dos anos, tornei-me um viciado em
leitura, onde lia de tudo: desde revistas em quadrinhos
até livros didáticos, passando por bolsilivros de
estórias de faroeste e espionagem, fotonovelas, revistas
de variedades, jornais, circulares, bulas de remédios,
Bíblia, revistas eróticas, dicionários, revistas
científicas, etc. No entanto, de toda essa gama de
livros, revistas e similares, os livros de suspense foram
os que mais me chamaram a atenção. Despertaram, no
meu espírito inquieto, um grandioso sentimento de
prazer, um profundo estado de felicidade platônica,
como até então eu jamais havia sentido.
Eu simplesmente me apaixonei por romances de
suspense!
Subjugado por minha fome literária, devorei livros,
dentre outros, de Agatha Christie, Frederick Forsyth,
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Ken Follett, Ruth Rendell, Irving Wallace, Robert
Bloch, Jeffery Deaver, Lawrence Sanders, etc. A lista é
inacabável! Cheguei a ler alguns dos romances desses
autores quatro, cinco vezes, tal a magnitude de suas
estórias.
São realmente excelentes criadores de suspense.
Todavia, em se tratando de suspense → na sua
forma mais pura, encantadora e contagiante! →
nenhum escritor deste planeta foi mais brilhante, mais
espetacular, mais sui generis que Ira Levin. Ele
escreveu apenas sete livros. Isso mesmo. Sete livros!
Porém, todos se constituíram em maravilhosas obrasprimas do suspense. Todos me encantaram
verdadeiramente! São eles: “O beijo da morte”, “O
bebê de Rosemary”, “As possuídas”, “Esse mundo
perfeito”, “Os meninos do Brasil”, “1300, Madison” e
“O filho de Rosemary”. Aconselho você, leitor, a ler os
títulos acima citados. Acredito que, assim como eu fui,
também serás enfeitiçado pela genialidade do Ira
Levin.
O Ira é, na minha opinião, o “rei dos romances de
suspense” no mundo, o ser humano que mais soube
expressar → no papel → esse delicioso gênero de
literatura.
E como um bom adorador de suspense, não poderia
deixar de escrever e publicar minhas próprias estórias.
Claro!
Realizei um sonho, na verdade.
Um sonho fenomenal, que me deixou muito feliz.
Neste livro, por exemplo, exponho a você cinco
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contos, onde o suspense (em sua carga máxima!) é o
prato principal.
Darei uma rápida pincelada em cada um, para que
você tenha mais ou menos a noção do que vai ler.
O primeiro, intitulado “O alvo perfeito”, conta uma
estória simples, de um suposto assassino, que, de cima
de uma árvore, abate o alvo com maestria. Conto curto,
objetivo, porém com um final surpreendente.
O conto “Subjugado pelo desejo” narra a estória da
vida de um psicopata, que tem um defeito grave: é
viciado numa forma bizarra de fazer sexo. Ele não
consegue parar! E, como consequência, terá uma
desagradável surpresa, no final.
No conto “A loira perfumada”, um homem rico,
com fama de mulherengo, se encanta por uma bela
loira, ao encontrá-la num elevador. Parecia uma estória
de paixão e desejo, se não fosse um pequeno detalhe:
nem sempre as pessoas são o que aparentam ser. Conto
eletrizante, com um final trágico.
No conto “Quer parar de fumar?”, um fumante
compulsivo acha um bilhete de propaganda no banco
de um ônibus. Ao entrar em contato com a autora do
bilhete, aceita, de modo involuntário, o método mais
tétrico e horripilante que se tem notícia, para induzir
um homem a parar de fumar. Este é um conto de terror,
que nos conduz a tudo o que a mente pode produzir,
em termos de loucura.
Por fim, temos o conto “A vingança do morto”, que
narra a aventura de um assassino que se envolve numa
grande encrenca. O homem simplesmente não
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consegue entender como o “morto” pôde voltar! Nesse
caso, ele passará por grandes apuros.
E isso aí.
Pincelada dada, aqui me despeço, desejando a
você, leitor, que se divirta com tais estórias e que tenha
uma inolvidável diversão.
Caso goste desses contos, serás um leitor de sorte,
pois desde já informo que em breve publicarei mais
cinco, todos do mesmo naipe. E mais cinco e mais
cinco e assim sucessivamente.
Aguarde-me!
Muito obrigado.
Assinado: Joderyma Torres, a seu dispor.
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O TIRO PERFEITO
Naquela manhã ensolarada de sábado, deitado sobre
o grosso galho de uma árvore, esperava o alvo (como
gostava de chamá-los) aparecer. Segurava o fuzil de
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precisão (que possuía bipé e luneta de mira telescópica)
com firmeza, sem descuidar do que acontecia nas
imediações. O referido fuzil, com tiro de precisão de
quatrocentos e cinquenta metros, curiosamente
pertencia ao seu contratante, que o emprestara
especificamente para essa missão. Era uma excelente
arma, com um profundo poder mortífero. Havia
treinado com ela, dias atrás e, tendo estudado seus
macetes, se julgava em condições de acertar qualquer
alvo, num raio de até quatrocentos metros.
Usava calça jeans (surrada), camisa verde (de
algodão), de mangas compridas, e botas de cano
médio, o que parecia incoerente, haja vista o intenso
calor. No entanto, era obrigado a usar tais roupas, uma
vez que evitavam que se arranhasse nos espinhos
(bastante comuns na região), quando de suas
caminhadas pelas trilhas. Portava uma bolsa a tiracolo,
de pano, onde havia colocado: munição, faca,
sanduíche de ovos fritos (envolto em plástico), garrafa
térmica (pequena, contendo suco de laranja), flanela,
vareta de limpeza, vidro com fluido para limpar o fuzil,
cartela de comprimidos para dor de cabeça (vez ou
outra era atacado por antipáticas enxaquecas), celular e
um cantil, cheio d’água. Não trouxera bebidas
alcoólicas nem cigarros, pois não cultivava tais vícios.
Isso porque achava que beber e fumar, a longo prazo,
causava, dentre outros males, tremores nas mãos e
deficiência visual, o que, para a atividade que exercia,
seria contraproducente e extremamente perigoso.
Suava, tendo em vista a alta temperatura reinante
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(apesar do horário) e também por causa do mato, que
impedia o vento de circular. Ao seu redor, a floresta
Trilha Nova (nunca quis saber porque tinha esse nome
bizarro), que cercava o lado oeste da cidade de “L...”,
fronteira com a cidade de “T...”, com muitos
quilômetros de extensão e repleta de árvores
gigantescas, além de uma incrível variedade de plantas
e animais. Floresta que era excepcionalmente bem
preservada pelas prefeituras das duas cidades.
Estava de olho nos muros dos quintais das casas do
bairro “LY”. Conseguia vê-los porque, após cinquenta
metros de mato, do ponto onde se encontrava, havia
um descampado (desmatamento efetivado pelos
moradores da área, nos tempos idos), com
aproximadamente cento e vinte metros de extensão.
Não podia ver a parte frontal das casas, porque foram
construídas voltadas para o lado de lá, para o lado em
que se via uma das muitas avenidas que facilitavam o
fluxo de veículos da cidade de “L...”. Na verdade,
chamá-las apenas de casas não condizia com a
realidade. Tratavam-se, isso sim, de belíssimas
mansões, a maioria com três pavimentos, de alvenaria,
revestimento em mármore, teto solar, sótão, varanda
extensa, garagem para cinco ou mais carros, piscina,
quintal imenso e cercado por muros altos, câmeras de
vigilância, portões eletrônicos e os mais diversos tipos
de alarmes. Alarmes estes que não estavam dando
conta do recado.
Havia pesquisado e sabia que, há cerca de cento e
cinquenta anos, um milionário excêntrico, de nome
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