PERU
Ecoturismo e Turismo Cultural
RELATÓRIO DE VIAGEM TÉCNICA
JUNHO 2005
1
Ministério do Turismo
Walfrido dos Mares Guia, Ministro de Estado.
Instituto Brasileiro de Turismo . EMBRATUR
Eduardo Sanovicz, Presidente.
Diretoria de Turismo de Lazer e Incentivo
Airton Nogueira Pereira Jr., Diretor.
Gerência de Segmentação e Produtos
Vitor Iglezias Cid, Gerente.
Consultora Técnica
Jaqueline Gil
Equipe Técnica
Célia Borges Holanda
Fátima de Paula Pinto
Marcelo Henrique Amorim Abreu
Talita Lima Pires
Consultor EMBRATUR
Ricardo Attuch
SEBRAE NACIONAL
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Paulo Tarciso Okamotto, Presidente.
Diretoria de Administração e Finanças
Cezar Acosta Rech, Diretor.
Diretoria Técnica
Luiz Carlos Barboza, Diretor.
Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços
Vinícius Lages, Gerente.
Equipe UACCS
Daniela Bitencourt, Coordenação do Projeto.
Dival Schmidt
Ilma Ordine Lopes
Germana Barros Magalhães
Valéria Barros
Consultora Técnica
Elisângela Barros Silva
2
BRAZTOA
Associação Brasileira das Operadoras de Turismo
Parceiro Executor
José Zuquim, Presidente.
Monica Samia, Diretora Executiva.
Karem Basulto, Coordenadora Projeto
Elaboração do Projeto Conceitual
Instituto EcoBrasil
Roberto M. F. Mourão, Consultor.
Consultoria Internacional
Luis Rios
3
Índice
1.
Projeto.......................................................................................... 5
2.
Introdução..................................................................................... 14
3.
Metodologia.................................................................................... 15
4.
O produto de turismo cultural peruano............................................... 18
5.
Cusco e Machu Picchu...................................................................... 20
6.
O produto ecoturístico peruano......................................................... 24
7.
A experiência no Parque Nacional de Manu......................................... 25
8.
Parque Nacional de Manu................................................................. 31
9.
Resumos técnicos........................................................................... 36
10. Conclusão...................................................................................... 38
Anexo I – Participantes.................................................................... 39
Anexo II – Agenda Cumprida............................................................ 41
Anexo III – Relatórios Coletivos........................................................ 50
72
Anexo IV – Relatório do Consultor Internacional Mg. Sc. Luis A. Rios
Arévalo..........................................................................................
4
1. Projeto
Histórico
O projeto “Excelência em Turismo” teve sua concepção e desenvolvimento
iniciado em agosto de 2004, por iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da
Embratur, em parceria com o SEBRAE Nacional.
Uma vez finalizado o modelo, a Associação Brasileira das Operadoras de
Turismo - Braztoa passou a compor a equipe para execução do projeto, que teve
seu lançamento em Março de 2005.
5
Objetivo-Geral do Projeto
O projeto contempla a organização de 06 viagens técnicas para a observação das
melhores
práticas
turísticas,
reconhecidas
internacionalmente,
nas
áreas
ambientais e socioculturais, sob o ponto de vista estratégico e operacional, visando
ao aprimoramento dos serviços, à qualidade e à competitividade dos produtos
turísticos brasileiros, em especial nos segmentos ecoturismo, aventura, mergulho,
pesca esportiva e cultura.
Objetivos específicos
ƒ Conhecer as experiências de 6 (seis) destinos turísticos de excelência, com
reconhecimento internacional, sendo:
-
2 destinos de ecoturismo - Costa Rica e Peru;
-
1 destinos de turismo de aventura - Nova Zelândia;
-
1 destino de turismo de pesca esportiva – Argentina;
-
1 destino de turismo de mergulho – México,
-
1 destino de turismo cultural – Espanha.
ƒ Sistematizar as informações e aprendizado por meio da elaboração de relatórios
técnicos.
ƒ Multiplicar os resultados e conhecimentos adquiridos na viagem, bem como
proceder à análise estratégica do aprendizado, por meio eletrônico, seminários e
materiais impressos específicos.
Viagens Técnicas – Operação
Estabeleceu-se o critério para seleção das empresas participantes e, na seqüência,
o compromisso destas, como participantes das viagens, em contribuir com os
consultores, no seu retorno, na elaboração dos relatórios e na multiplicação do
conhecimento adquirido por meio de material técnico produzido a partir das
experiências e práticas observadas nas viagens em todas as regiões brasileiras.
As seis Viagens Técnicas estão distribuídas da seguinte forma:
ƒ 12 profissionais/empresários, especialistas no tema da viagem;
ƒ 03 gestores públicos (Embratur / Ministério do Turismo/ SEBRAE Nacional);
ƒ 01 representante da Braztoa;
6
ƒ 01 consultor técnico nacional;
ƒ 01 consultor internacional, especialista no país-destino;
ƒ 01 cinegrafista.
Viagens Técnicas – Atividades
Estão previstas atividades antes, durante e após as viagens:
ƒ Antes
-
Pesquisa de destinos-referência para a escolha das viagens técnicas, de
acordo com determinação técnica da Embratur, Sebrae e Braztoa;
-
Pesquisa
e
identificação
de
consultores
especializados
brasileiros
e
internacionais para acompanharem e liderarem os grupos de viagem;
-
Definição dos produtos e destinos a serem visitados. Elaboração de logística
das viagens.
ƒ Durante
-
Visitas técnicas e atendimento à reuniões e palestras específicas;
-
Coleta de informações técnicas e elaboração de relatórios de campo;
-
Captura de imagens para registro;
-
Interação com governo, empresários e comunidade dos destinos visitados.
ƒ Depois
-
Consolidação dos relatórios técnicos das visitas;
-
Preparação de material de divulgação (meios de comunicação diversos);
-
Realização de reuniões, encontros, oficinas e/ou palestras para multiplicação
dos resultados;
-
Acompanhamento para averiguação de melhorias nos destinos turísticos
brasileiros participantes das visitas.
7
“Benchmarking é o processo por meio do qual uma
empresa adota e/ou aperfeiçoa os melhores
desempenhos de outras empresas em determinada
atividade”.
Dicionário Aurélio
“Benchmarking é o processo de identificar,
aprendendo e adaptando práticas excelentes e
processos de qualquer organização, em qualquer
lugar no mundo, para ajudar uma organização ou
empresa a melhorar seu desempenho”.
The American Productivity & Quality Center
Benchmarking na Prática
Benchmarking, termo originalmente usado em cartografia, é entendido como
“nível de referência” ou “referencial” (como a marca do alto nível das águas em
uma represa, p.ex.).
Benchmarking mede o desempenho em termos de números, velocidade, distância,
etc. Trata-se de um processo dinâmico de desenvolvimento de práticas específicas
com vistas ao desempenho de alta qualidade, aplicação e subseqüente avaliação.
O processo de estabelecer níveis ou indicadores de excelência resume-se em medir
sistematicamente o desempenho de seu empreendimento, processo industrial ou
operação, tomando como referência o desempenho de outros com reconhecida
eficiência e eficácia, que se traduz em experiências exitosas.
A adoção de critérios de “boas ou melhores práticas” é uma forma de melhoria
contínua de desempenho, modificando e aprimorando processos organizacionais
usuais e motivando equipes por meio de exemplos bem-sucedidos a fim de
fomentar a busca de qualidade e competitividade.
Em essência, benchmarking é um processo de identificação, assimilação e
adaptação
de
“boas
ou
melhores
práticas”
que
estão
sendo
usadas
por
organizações em situações similares, e que podem vir a melhorar o desempenho de
processos.
8
Implementação de projetos de Benchmarking
Para se implantar um processo de benchmarking, deve-se:
ƒ
Identificar experiências e casos que sirvam de comparativo para determinar o
referencial de nível;
ƒ
Determinar quais informações são necessárias e relevantes, planejando e
executando inventários.
Sugestões para implementação de um projeto de Benchmarking
ƒ
Benchmarking deve ser implementado com a certeza do apoio de gestores da
organização, conscientes e comprometidos com o desafio do benchmarking.
ƒ
Benchmarking deve ser simultaneamente trabalhado em termos de tempo e
recursos disponíveis, sejam estes ambientais, culturais, financeiros e humanos.
ƒ
Num processo de melhoria é importante contar com participantes que tenham
experiência em benchmarking.
ƒ
Coordenadores e grupos de trabalho devem discutir como suas experiências
prévias ou as de terceiros, as quais servirão de referência, podem ser
adaptadas ao processo em implementação. Nas visitas técnicas, além do grupo
de trabalho, devem ser incluídas pessoas que serão responsáveis pela
implementação de mudanças.
ƒ
É importante detalhar o plano de ação, os métodos para identificar e
contabilizar as melhorias, as avaliações, os ajustes e o monitoramento contínuo
do processo.
Fontes de Informações para Benchmarking
Informações sobre boas ou melhores práticas, destinadas a subsidiar processos de
benchmarking, podem vir de várias fontes.
As mais importantes vêm de clientes, fornecedores de serviços e produtos que
geralmente enxergam melhor os problemas ou oportunidades do que alguém de
dentro da organização. Entrevistas e relatórios de clientes e fornecedores podem
gerar idéias surpreendentes para resolver problemas específicos.
9
Uma forma de atualizar e otimizar "Melhores Práticas" consiste em visitas técnicas
a empreendimentos ou projetos de outras organizações. Muito se aprende com os
sucessos e, sobretudo, com os fracassos.
O ponto alto dos estudos de caso são as lições aprendidas e a troca de informações
- um rico manancial de aprendizado e aprimoramento.
Associações profissionais e cooperativas de serviços e produção são também uma
rica fonte de informações e estratégias. As relações entre empresas são excelentes
formas de se manter atualizado.
Boas ou Melhores Práticas
Em essência, “Boas e Melhores Práticas” são formas ideais para executar um
processo ou operação. São os meios pelos quais organizações e empresas líderes
alcançam alto desempenho e também servem como metas para organizações que
almejam atingir níveis de excelência.
Não existe um único processo de “melhores práticas”
e não há nenhum conjunto de "melhores práticas"
que funcione para todos os lugares o tempo todo.
10
Como “Boas Práticas” entende-se os requisitos mínimos para se atingir a qualidade
de desenvolvimento ou fabricação de um produto ou de um processo. Como, por
exemplo, o atendimento às normas para certificação em turismo sustentável.
Já “Melhores Práticas”, referência para processos de benchmarking, são práticas
que levam ao alcance de patamares de excelência acima dos requisitos mínimos
das “Boas Práticas”, muitas vezes justificando destaque ou prêmios para empresas
ou organizações que os alcancem.
No caso do Turismo, cada processo de desenvolvimento turístico é diferente de
outro sob o ponto de vista:
-
ambiental
-
cultural
-
geográfico
-
legal
-
político
-
social
-
tecnológico
Deve-se considerar que empresas ou organizações têm suas próprias metas,
oportunidades e restrições. Além disso, "Melhores Práticas" dependem da fase de
desenvolvimento em que cada organização se encontra e essas práticas mudam à
medida que a organização avança na busca da qualidade e excelência.
Critérios de Seleção dos Participantes
Participantes Internacionais
ƒ O projeto prevê a participação de 01 (um) consultor especializado local (tour
conductor), que se responsabilizará pela coordenação das atividades e condução
dos participantes no destino, além da participação, conforme a programação da
visita, de empresários, operadores, prestadores de serviço e representantes de
organizações governamentais e não-governamentais.
11
Processo Seletivo
ƒ Serão analisadas todas as candidaturas devidamente recebidas até o prazo
estipulado para cada viagem.
ƒ O comitê formado para o processo seletivo será coordenado pela Braztoa.
Também comporão o comitê os representantes do Sebrae, Embratur e eventuais
convidados.
ƒ Os candidatos selecionados serão aqueles que atenderem, em maior número e
de forma satisfatória, aos critérios preestabelecidos.
Pré-requisitos / Responsabilidades dos Participantes
A empresa interessada em participar das visitas técnicas, por meio de seu
representante, será avaliada e selecionada a partir dos seguintes pré-requisitos:
ƒ Estar cadastrada no Ministério do Turismo;
ƒ Ter sede e atuar nos destinos e segmentos turísticos identificados pelo projeto,
de acordo com cada viagem;
ƒ Será considerado critério de proporcionalidade de empresas por destino, de
acordo com projetos x regiões x tipologias turísticas relacionadas a cada uma
das visitas técnicas;
ƒ Ter ao menos 03 anos de existência e comprovação de atuação profissional;
ƒ Comprovar capacitação para recepção de turistas estrangeiros;
ƒ Apresentar carta de referência e/ou comprovação de trabalhos realizados,
emitidas por entidades representativas do turismo, associações de classe,
Sebrae Estadual ou Governo Municipal, Estadual ou Federal;
ƒ Comprovar no mínimo 50% do faturamento da empresa referente à prática de
turismo
receptivo,
se
for
Operadora
de
Viagens
e
Turismo.
Deve
ser
preferencialmente especializada no segmento ou nicho de mercado tema da
visita, comprovados por no mínimo 50% de seus produtos e serviços oferecidos;
ƒ Análise de portfólio e tarifário da empresa, bem como do Curriculum Vitae do
seu representante;
ƒ Os critérios de seleção terão pesos diferenciados.
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Recomendações aos participantes
ƒ O
participante
da
viagem
técnica
deverá
ter
preferencialmente
bons
conhecimentos e fluência no idioma do país visitado;
ƒ O participante deverá demonstrar grande interesse e comprometimento em
multiplicar o conhecimento, quando do seu retorno ao Brasil, por meio das
oficinas que serão realizadas.
13
2. Introdução
O presente relatório trata da viagem técnica realizada ao Peru, no período de 10 a 19 de
junho de 2005, no contexto do Projeto Excelência em Turismo: Aprendendo com as
Melhores Experiências Internacionais.
Este Projeto é o resultado da parceria estabelecida entre o Ministério do Turismo, por meio
da EMBRATUR, o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa e a
BRAZTOA - Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, na condição de executora.
Seus objetivos maiores são o desenvolvimento do produto brasileiro, através da capacitação
dos diversos atores que o realizam nos diversos rincões do país, e alcançar níveis de
excelência que permitam ao Brasil a conquista do mercado externo, tão vital para a
economia nacional, particularmente para a economia do turismo.
O país vizinho foi escolhido por deter excelência em produtos turísticos com fortes traços de
similaridade com os produtos brasileiros, em operação ou potenciais, nos segmentos do
turismo cultural e do ecoturismo.
O Peru vem explorando esses segmentos com considerável sucesso, freqüentemente de
forma composta, ou seja, oferecendo ecoturismo e turismo cultural num mesmo pacote.
O que apresentaremos a seguir é a síntese das observações feitas pelos operadores
brasileiros e demais participantes da viagem técnica realizada, em dez exíguos dias, tal a
densidade do universo observado.
14
3. Metodologia
Para melhor compreensão do leitor, descrevemos, resumidamente, a metodologia de
trabalho empregada na concepção da viagem e para a sua realização.
Um consultor brasileiro em ecoturismo foi contratado com a missão de desenvolver as bases
conceituais e metodológicas sobre as quais a viagem técnica seria realizada, e de fazer o
seu acompanhamento na condição de tour líder.
Este mesmo consultor desenvolveu um Caderno de Subsídios, contendo informações prévias
acerca do país visitado - de ordem institucional, histórica, geográfica, cultural, técnica e
comercial, de tal forma que os operadores selecionados realizassem a viagem com
informações que lhes permitissem uma economia de esforços na compreensão do universo
a ser observado.
Os operadores foram selecionados segundo critérios pré-estabelecidos pelo consenso entre
os parceiros.
Outra diretriz fixada pelos parceiros foi aquela de contemplar, o quanto possível, as diversas
regiões do Brasil, inclusive na perspectiva de atender os preceitos da Política Nacional de
Turismo, particularmente no Programa Nacional de Regionalização.
Paralelamente, foram contratados um consultor de turismo no Peru, com a missão de
assessorar os operadores visitantes em território peruano, bem como o consultor brasileiro,
o gestor público, o representante da BRAZTOA e o cinegrafista, que complementaram o
grupo que realizou a viagem àquele país.
Cumpridas essas etapas, a viagem propriamente dita começou com uma reunião de
pactualização, ainda no Brasil, na qual foram definidas as dinâmicas a serem praticadas no
curso da visita técnica.
Reunião de pactualização
15
Assim, os operadores foram divididos em quatro grupos de trabalho, cada qual com a
função específica de observar com maior ênfase um dos quatro itens definidos pelo
consultor Brasil, quais sejam, os meios de hospedagem, alimentação, transporte e a
formatação
do
produto
turístico
peruano,
orientados
por
planilhas
previamente
desenvolvidas.
Finalizada a viagem, os participantes entregarão relatórios coletivos e individuais com
destaque na excelência observada, que posteriormente serão consolidados e servirão para
subsidiar o relatório final de viagem a ser elaborado pelo consultor tour-líder.
Em todos os dias em que a viagem ocorreu, reuniões de trabalho foram possibilitadas ao
grupo, ora com representantes do governo peruano, ora com representantes do terceiro
setor e da iniciativa privada, sucedidas por avaliações coletivas, ao final de cada dia de
trabalho.
Reunião Vice-Ministério-Lima.
Completando
os
preceitos
metodológicos,
Reunião com empresários e autoridades locais
em Cusco.
aqui
apenas
resumidos,
os
operadores
participantes assumiram a obrigação de multiplicar os conhecimentos obtidos junto aos
demais atores envolvidos, com metodologia desenvolvida pelo corpo técnico do Projeto.
16
Paulo de Paiva, Ricardo Attuch, Carolina Moura, Ricardo Ferreira Garcia, Felipe Aragão, Lucia Pires
Valente, Nobuyuki Shinozaki, Luis Rios, Pedro Caldas
Roberto M.F. Mourão, Rosier Saraiva Fº, Vitória Carvalho, Karem Basulto, Daniel Rondon de Barros,
Lucila Sermann, Waldinor Mota da Silva
17
4. O produto de turismo cultural peruano
O Peru, comparado ao Brasil, é um país de diferenciada densidade cultural, do ponto de
vista do desenvolvimento de produtos turísticos, posto que o processo de colonização
espanhola encontrou ali formações culturais mais solidificadas, portadoras de organização
social e política com maior capacidade de resistência, diferentemente daquelas encontradas
no Brasil pela colonização portuguesa.
Os quíchuas, ou quechuas, habitavam extensa região da América do Sul, abrangendo, no
todo ou em parte, o que mais tarde veio a formar os territórios de países como Peru,
Bolívia, Equador e Argentina.
Essas etnias falavam, e ainda falam, dialetos muito próximos, que vieram a ser
determinantes na consolidação das culturas hoje genericamente denominadas como
incaicas. Não bastasse este fato, esses povos detinham o domínio de território tão adverso
como a Cordilheira dos Andes, tendo desenvolvido tecnologias de uso do solo, de
construção, de convivência com o ambiente e o espaço de considerada sofisticação,
tecnologias tidas como avançadas ainda nos nossos dias.
Tais fatores, se não permitiram aos povos incaicos uma capacidade de resistência militar à
ocupação colonialista, permitiram uma resistência cultural que perpassou todo o período
colonial, mantém-se nos dias atuais e persistirá no futuro mais longínquo.
Esse mesmo caldo de cultura a que nos referimos veio, mais tarde, aguçar a pesquisa e a
busca de conhecimento da cultura ocidental, em vários os campos da ciência, tais como a
arqueologia e a antropologia, a arquitetura e a engenharia, a biologia e a história.
E será sobre esses conhecimentos produzidos que se erigirá o que chamamos produto de
turismo cultural peruano, com ênfase para as monumentais edificações pré-colombianas, as
quais se agregam a presença espanhola que se erige, em alguns casos, sobre o patrimônio
quechua.
Catedral – Cusco
Praça de Armas -
18
Tais elementos culturais despertaram a UNESCO para a importância da preservação desses
patrimônios. Uma série deles foi inscrita como Patrimônio Cultural da Humanidade,
agregando valor ao produto turístico do Peru, que vem sendo apropriado com sabedoria
pelos dirigentes, iniciativa privada, planejadores do turismo e pelo próprio povo peruano.
No Brasil, os elementos que formam o chamado produto cultural, para efeitos de exploração
turística, são formações pós descobrimento, com maior freqüência do período colonial e com
algumas incidências mais atuais, como o é o caso de Brasília.
Em que pese uma maior atratividade intrínseca do produto cultural peruano, há algumas
lições a serem aprendidas. A primeira delas é a de que o produto turístico se desenvolveu
sobre uma base de conhecimento científico multidisciplinar. A segunda ratifica e demonstra
que atrativo não é produto por si. Este se desenvolve a partir de ações consistentes de
desenvolvimento de uma base de equipamentos, serviços e infra-estrutura compatíveis não
apenas com a necessidade do visitante, mas, também, compatíveis com a realidade objeto
da ação de planejamento, como nos demonstrarão as visitas realizadas a Cusco e Machu
Picchu.
19
5. Cusco e Machu Picchu
Essas duas localidades são destinos turísticos gravados por aquilo que, talvez, seja o mais
relevante nas tendências atuais da demanda turística: são únicos, singulares, e levam o
visitante à sensação de que a experiência de visitá-los não poderá se repetir em nenhuma
parte do planeta.
Na competente elaboração do produto, os peruanos promovem a apresentação de
manifestações culturais típicas, musicais e exibição e venda de artesanato, além de
oferecerem serviços convencionais de informações ao turista. Tudo isso, logo na chegada do
visitante, ainda no aeroporto de Cusco.
A guiagem dos visitantes é feita por guias de formação superior, detentores de um vasto
conhecimento sobre a história e a formação do destino, com requintes de conhecimento da
arquitetura e da engenharia das edificações incas e daquelas resultantes da ocupação
espanhola, apresentadas de forma interpretativa e crítica, capazes, inclusive, de travar
debates de certa profundidade e de responder às perguntas mais complexas.
O Centro Histórico de Cusco é dotado dos melhores serviços de limpeza e segurança, sem
esquecer que a cidade é atingida pelos mesmos problemas incidentes sobre as médias e
grandes cidades da América do Sul, com processos migratórios que as inflam e causam toda
uma gama de problemas sociais.
As visitas turísticas são feitas com vouchers que contemplam roteiros sincronizados, sendo
os atrativos dispostos numa seqüência planejada do ponto de vista da interpretação
patrimonial, rigorosamente dominada pelos guias. Isso pôde ser percebido não apenas no
guia do grupo que compúnhamos, mas em todos aqueles que tivemos a curiosidade de
observar.
O artesanato peruano não é visto apenas como um serviço ou uma oportunidade de
aquisição de souvenir. É percebido e oferecido também como mais um atrativo, induzindo o
comerciante a conhecer suas cadeias produtivas, matéria-prima empregada e origem
cultural. Ademais, são oferecidos a bons preços, com uma cultura comercial de preços
justos, raramente sendo encontradas atitudes de exploração exacerbada do turista.
Embora a viagem técnica estivesse restrita a prazos exíguos e nos limites do roteiro
desenvolvido para os seus fins, é marcante a diversidade de meios de hospedagem e
alimentação na cidade de Cusco, com diversas ofertas, e com os mais diferentes preços, Até
porque, o destino é buscado por uma variedade de clientelas, de diferentes países, faixas
etárias e perfis de renda.
20
Vale ressaltar que é grande a capacidade dos peruanos de mesclar a sua gastronomia com
influências de outros países, de tal forma a produzir algo que termina por, a um só tempo,
atender bem o visitante e manter a identidade gastronômica do país.
O mesmo vale para os meios de hospedagem de Cusco. Incorporam elementos do gosto e
do conforto europeu e norte americano, mantendo, sobretudo, sua identidade estética e
cultural na decoração de ambientes e nos serviços de café da manhã.
A viagem a Machu Picchu, realizada em apenas um longo dia, começa com elementos
dignos da mais acurada observação. Primeiro, pelo fato de ter sido realizada dentro de um
roteiro contemplado num vaucher. Segundo, pelo deslocamento através de uma linha
ferroviária terceirizada.
Os vagões são dotados de bons serviços de atendimento e alimentação, os funcionários são
todos multifuncionais, ou seja, realizam as mais diferentes tarefas no percurso. São, a um
só tempo, bilheteiros, garçons, atendentes e mantenedores da qualidade e limpeza do
ambiente. Mais, servem como modelos na venda de roupas no curso da viagem e
animadores culturais, apresentando manifestações típicas.
A beleza cênica do percurso é marcante. Cruza o Vale Sagrado dos Incas, com poucas e
rápidas paradas, mas permite a observação das mais diversas antropias, ao passar
lentamente por diversas comunidades de agricultores, sempre agregando valor ao produto
com os elementos cênico e o humano.
Machu Picchu
Vale Sagrado
21
A parada de passagem para Machu Picchu é uma pequena aglomeração chamada Aguas
Calientes, que se desenvolveu como um centro de exposição e venda do artesanato local, água
e pequenos lanches, permitindo às comunidades tradicionais uma forma de acesso ao fluxo de
renda trazido pelo turismo.
O traslado de Aguas Calientes até Machu Picchu é feito em micros ônibus, numa curta e
sinuosa estrada, também de beleza cênica marcante. Os equipamentos não são dotados de
conforto especial, talvez em função das escalas que têm que atingir para a obtenção de
rentabilidade. Entretanto, atendem satisfatoriamente, até porque a duração da viagem é
pequena.
O acesso à esplendorosa Machu Picchu é controlado por uma portaria, onde são conferidos e
perfurados os vouchers, além de observadas as restrições, tais o porte e uso de equipamentos
profissionais de filmagem e fotografia pelo visitante.
Tanto no percurso como no interior do atrativo, mais uma vez cabe o registro da guiagem
turística competente desenvolvida no Peru. O patrimônio é interpretado dinamicamente, de
forma interativa com o visitante. Não sobram perguntas, indagações e curiosidades sem a
pronta resposta dos guias, o que denota uma capacitação dos mesmos em bases densas e
sólidas, algo a ser apropriado definitivamente na operação turística no Brasil.
Encerra-se a visita a Machu Picchu com um almoço no restaurante Machu Picchu Lodge,
também terceirizado, e com uma apresentação dos alimentos na mesma linha já aludida, ou
seja, contemplando mesclas gastronômicas e, ao mesmo tempo, preservando minimamente a
identidade da cultura e hábitos alimentares locais.
Foi unânime a observação do grupo para o fato de que Machu Picchu operava, naquele
momento, acima do que se pode presumir como sua capacidade de suporte. Contudo, foi criada
atualmente uma comissão multisetorial que está encarregada de propor um novo modelo de
gestão para o Santuário, em cumprimento aos acordos adotados pelo Governo peruano e
UNESCO.
Cabe aqui, então, uma reflexão sobre a importância de que patrimônios naturais e culturais,
como é o caso, sejam operados dentro de limites técnicos bem assentados, sob pena do seu
comprometimento, ou mesmo do perecimento como patrimônio turístico. Outra lição que
devemos aprender é aquela que envolve os processos de terceirização. Não sobram dúvidas da
importância da iniciativa privada no desenvolvimento dos destinos e produtos turísticos.
Entretanto, o que parece ocorrer em Machu Picchu é que as empresas que exploram os
serviços de transporte, particularmente, necessitam, na sua lógica do lucro, operar em escalas
e fluxos que os patrimônios natural e cultural não comportam.
22
Assim, como a terceirização é ainda incipiente entre nós brasileiros, cabe a mais profunda
reflexão, que permita que os nossos processos de terceirização sejam gravados pelos cuidados
de compatibilização da exploração dos nossos patrimônios com a sua capacidade de se
sustentar e se reproduzir, ainda que sejam necessárias políticas de incentivos e subsídios.
23
6. O produto ecoturístico peruano
O produto ecoturístico peruano é diversificado, inclusive pelo fato do Peru condensar em seu
território três macros ecossistemas: a costa no Oceano Pacífico, a Cordilheira Andina e a
Floresta Amazônica.
Luis Ríos, o consultor peruano contratado pelo Projeto, detalha, em seu relatório técnico, que o
Peru, com apenas 0,25% do território mundial, abriga 84 das 117 zonas de vida do planeta.
Vide anexo. Cita, com propriedade, David Bellamy, resumindo a importância ambiental daquele
país: “O Peru é um país com uma diversidade surpreendente, em termos humanos e biológicos.
Possui entre 82% e 84% do mundo biológico. Preservado o Peru, o resto do mundo poderá ser
reabilitado a partir desse país.” Vide anexo.
So Projeto Excelência em Turismo e ao grupo de operadores foi possível conhecer a experiência
do ecoturismo praticado na Amazônia Peruana, no Parque Nacional de Manu, priorizada pelas
similaridades com incidências em território brasileiro.
Podemos inferir, inicialmente, que o planejamento e a iniciativa privada atuantes no universo
turístico peruano têm semelhanças com o Brasil, ao estabelecer como diretriz a diversificação
da sua oferta turística, promovendo uma maior exploração do patrimônio natural enquanto
patrimônio turístico.
Tal fato já ficara evidente no momento em que fomos recebidos, em Lima, por autoridades do
MINCETUR – Ministério de Comércio Exterior e Turismo. Na ocasião, tomamos conhecimento,
através de breves palestras, de que aquela diretriz, embora seja recente, tende a se
consolidar, da mesma forma que ocorre no Brasil.
O fato é que o ecoturismo, se não é uma panacéia que resolverá todos os problemas dos países
que detêm patrimônios naturais passíveis de exploração turística, vem sendo compreendido
como fator de diversificação da oferta turística, de preservação do patrimônio natural, de
geração de postos de trabalho e renda, de inclusão social de comunidades tradicionais e fator
de garantia da sustentabilidade de Unidades de Conservação, sobretudo aquelas denominadas
Parque Nacional, um ícone no mercado internacional.
24
7. A experiência no Parque Nacional de Manu
Esta parte da viagem técnica teve início em Cusco, sempre com a operação da empresa
privada - a Manu Nature Tours, contratada pelo projeto para o desenvolvimento do roteiro que
faríamos em direção ao Parque Nacional de Manu.
O deslocamento foi feito em veículo adaptado, um caminhão-ônibus. Sobre o chassis de um
caminhão foi assentada uma unidade separada da cabina, que servia para o transporte de
passageiros e bagagens, com relativo conforto.
Grupo em frente ao caminhão-ônibus
Cabe, desde já, uma nota técnica dessa parte da viagem. O referido caminhão-ônibus é uma
tecnologia adaptada, feita com criatividade e custo aparentemente baixo, compatível com a
realidade da sempre difícil operação em todos os destinos ecoturísticos. Merece reparo, apena,s
à falta de sanitários dentro do veículo, algo irrelevante para o ecoturista.
O grupo foi conduzido por três guias profissionais, um motorista e um auxiliar.
O percurso deu-se em estrada sinuosa, estreita e íngreme, com a maior parte do trecho sem
revestimento, mas de rara beleza cênica. Foram feitas pequenas paradas para a contemplação
de espetaculares paisagens, moldando a beleza da Cordilheira dos Andes, a intervenção das
culturas incaicas na produção agrícola e pecuária e a formação de pequenos vilarejos.
25
Nessas paradas ficou marcante, mais uma vez, a qualidade dos guias peruanos contratados
pela operadora, que nos impressionaram durante toda a viagem com a elevada capacitação e
competência que detêm. Conheciam todos os vilarejos, a cultura agrícola e pecuária das
comunidades, seu histórico e cultura geral, de forma contextualizada dentro da realidade do
país.
Guia Biólogo – Wilfredo
Depois de aproximadamente quatro horas de viagem foi feita uma parada para o almoço,
justamente no marco onde se inicia a área do Parque Nacional de Manu. O almoço, da mesma
forma que os lanches servidos no percurso, caracterizava-se por uma certa frugalidade,vinha
acondicionado em pequenas embalagens, e acompanhado de fruta, biscoito e barra de cereais.
Nesse marco, encontramos a presença de indivíduos da cultura quechua, propositadamente ali
instalados, praticando a tecelagem e oferecendo um serviço que lá chamam de Llama Taxi. São
pequenas carroças puxadas por llamas, com bancos para o transporte de dois a três visitantes
de cada vez. Os nativos eram remunerados pela própria operadora e, ao mesmo tempo,
aceitavam gorjetas oferecidas pelos visitantes.
26
Llama - Táxi
Llama Taxi
Segundo os profissionais que nos guiavam, aquele era um esforço de inclusão de populações
que habitam as proximidades do Parque. Apesar da boa intenção, o processo não deixa uma
boa impressão. Primeiro, porque deu idéia de artificialismo; segundo, porque os equipamentos
foram mal concebidos e desenvolvidos, e usam um animal - a llama, que pelo desempenho a
que assistimos, não tem vocação para aquele trabalho de tração.
A viagem prosseguiu até chegarmos ao primeiro dos Lodges que nos hospedaria, o Manu Cloud
Forest Lodge, localizado em área particular, limítrofe ao Parque. Já havíamos adentrado, então,
o que lá chamam de bosque nublado, parte mais acidentada e de maior altitude da Amazônia
Peruana.
Sem ostentação ou luxo, é um conceito de hospedagem com certa sofisticação. É diferente das
habitações locais, mas está bem integrado ao ambiente, com sua estrutura de madeira,
unidades confortáveis para dois visitantes, água quente e bons serviços de alimentação.
Manu Cloud Forest Lodge
27
Outros lodges, também construídos em áreas privadas limítrofes ao Parque, foram visitados
para observação do grupo. Em geral, o padrão de atendimento e a clientela são os mesmos,
mas foram observadas construções de alvenaria mescladas com madeira, impactando a
paisagem negativamente.
A exemplo do que observamos no trem que nos conduziu de Cusco a Machu Picchu, os
funcionários da operadora eram todos multifuncionais. O cozinheiro servia como carregador de
bagagens, o motorista auxiliava o cozinheiro, o auxiliar atendia às mais diversas demandas, e
assim sucessivamente. O mesmo se pode ver no outro lodge que nos hospedou, onde o
cozinheiro deixava momentaneamente suas funções para auxiliar na operação de equipamentos
turísticos.
Ao entrevistar esses funcionários, constatamos que, ao contrário do Brasil, não existe no Peru a
cultura da carteira assinada. As relações de trabalho se dão em termos de contratos não
formais por operação realizada, nos parecendo que a proteção ao trabalhador peruano é muito
incipiente. Mesmo os guias, ainda que muito qualificados e com curso superior, trabalham
nesse regime de quase informalidade.
A alimentação servida era da melhor qualidade, com o mérito de se produzir uma mescla
gastronômica que preserva a cultura peruana, através do uso da variedade de cereais e batatas
produzidos e consumidos pela população do Peru.
A estrela do produto ecoturístico que viríamos a conhecer nos foi mostrada, tecnicamente
falando, ao amanhecer: a observação de aves. Depois de uma pequena caminhada de
aproximadamente vinte minutos, chegamos a uma plataforma construída numa encosta, bem à
beira da estrada, com acesso de incrível conforto. Algo que merece a melhor atenção do
operador brasileiro, não apenas pela eficácia, mas, também, pela simplicidade e baixo custo de
desenvolvimento do equipamento.
Essa plataforma é o que, mais uma vez, chamamos de tecnologia adaptada. Construída em
madeira extraída do local, amarrada com cordas comuns e coberta, fica incrustada na encosta
do terreno, de tal forma que o visitante, ou o observador de pássaros, fica com a visão das
copas de imensas árvores.
Passados poucos minutos, começa a dança dos “Gallitos de la Roca”, ave símbolo do Peru,
vistas a olho nu, melhor ainda com binóculos apropriados. Perpassa por todo o grupo a
sensação de deleite, de prazer e deslumbramento. Magias do ecoturismo, que descansa e
relaxa o ser humano com o inusitado e a vivência nunca tida, contidos na natureza que tanto
buscamos preservar com essa atividade.
28
Como consumidores, abstraindo da nossa condição de técnicos, ficou a sensação de que
recebemos o produto que compramos, algo fundamental no turismo, cujos produtos são
invariavelmente intangíveis.
A observação de aves merece dos operadores brasileiros uma atenção mais técnica e científica.
É um nicho de mercado de significativa importância, com clientela que não mede esforços para
a sua realização. Mas é exigente, tendo em vista a particularidade de que exige condições
ótimas no ambiente, na operação e na logística do produto. Em última análise, a observação de
aves não é um produto que atende exclusivamente ao observador versado em ornitologia, mas
a qualquer ecoturista, pois é, antes, a natureza viva mexendo com a alma e a consciência
crítica daqueles que o praticam.
Após a experiência acima relatada, fomos conduzidos numa trilha sobeja e dinamicamente
interpretada pelos guias que nos conduziam, seja nos aspectos da fauna, da flora ou históricos
e culturais. Íngreme, de certo grau de dificuldade, mas conduzida com segurança. É importante
registrar, que o nosso grupo estava composto de pessoas entre 20 e 60 anos de idade e a
qualidade da guiagem não oscilou em nenhum momento. Boas técnicas de desenvolvimento do
produto ecoturístico, no qual o detalhe, às vezes, é tão importante quanto o principal: uma
parada às margens do Rio União e o desafio de um banho naquelas águas gélidas, escorridas
da Cordilheira dos Andes.
Trilha
Novo deslocamento foi feito para Atalaya, pequeno porto às margens do Rio Madre de Dios.
Tivemos, então, o primeiro contato com outro meio de transporte empregado na operação do
produto que observávamos: pequenas canoas movidas a motor, com capacidade para dez
passageiros, de propriedade da Manu Nature Tours e operada por nativos, um piloteiro e um
29
auxiliar, nas quais nos deslocaríamos até o Parque Nacional de Manu. Essas embarcações são
equipadas com bancos e coletes salva-vidas, e atendem apenas satisfatoriamente as
expectativas: nem os bancos eram confortáveis, considerando a extensão da viagem, nem os
coletes eram bem cuidados e o seu uso inspecionado. Entretanto, eram operadas com maestria
pelos nativos contratados - num rio com muitos bancos de areia - e permitiam uma prazerosa
contemplação de flora, fauna e populações ribeirinhas.
Barco – Manu Nature Tours
Pequenas paradas foram feitas para observação de pequenos lodges às margens do Madre de
Dios, com a ocorrência de um fenômeno que chamou a atenção dos operadores brasileiros. Na
esteira dos investimentos feitos pelas grandes operadoras, nascem pequenos meios de
hospedagem, freqüentemente voltados para o atendimento de clientelas menos exigentes e de
propriedade de novos e pequenos empresários. Como a operação e a logística do produto
ecoturístico naquelas condições exigem investimentos elevados, somente após o produto
ganhar escalas de consumo é que as oportunidades vão surgindo para aqueles dotados de
menos recursos, o que é salutar nos processos de inclusão tão vitais para o ecoturismo. Da
mesma forma, surgem oportunidades de trabalho para os ribeirinhos, além daquelas voltadas
para o extrativismo, às vezes predatório.
30
8. Parque Nacional de Manu
Chegamos, finalmente, ao Parque Nacional de Manu. Com 1. 692.137,26 ha, foi criado em maio
de 1973 e, em 1977, foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade.
O modelo de criação e gestão de Unidades de Conservação do Peru guarda algumas
similaridades com o Brasil. Se aqui temos o SNUC – Sistemas Nacional de Unidades de
Conservação, lá encontramos o SINANPE – Sistema Nacional de Áreas Naturais Protegidas. Mas
há diferenças. O Peru não tem um Ministério do Meio Ambiente, como no Brasil, sendo o
SINANPE, subordinado ao Ministério da Agricultura, por meio do INRENA (Instituto Nacional de
Recursos Naturais). O instituto tem como missão realizar e promover as ações necessárias para
o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, a conservação da diversidade biológica e a
proteção do meio ambiente, mediante um enfoque de ordenamento territorial pelas bacias e
gestão integrada. Também estabelece alianças estratégicas com o conjunto de atores sociais e
econômicos envolvidos.
De qualquer forma, há que se ressaltar o fato de que o Estado peruano parece mais aberto a
uma exploração sustentável do Parque mais compartilhada com a iniciativa privada do que o
Estado brasileiro. Muito embora também tenhamos experiências de terceirização, como é o
caso do Parque Nacional Foz do Iguaçu.
Nesta última etapa da nossa incursão técnica no ecoturismo da Amazônia Peruana, ficamos
hospedados no Manu Lodge, pertencente e explorado pela Manu Nature Tour. O produto
turístico é todo desenvolvido no interior do Parque, com as naturais restrições no que se refere
às áreas mais sensíveis ou intangíveis.
Manu Lodge
31
Além do Manu Lodge, encontramos outros pequenos meios de hospedagem no interior do
Parque, com diferentes conceitos estéticos e arquitetônicos e com diferentes propostas de
captação de clientelas. Observamos, ainda, meios de hospedagem dirigidos para clientela
jovem, os “mochileiros”, como a eles se referem os nativos. Neste caso, pequenas cabanas
erigidas sobre pequenos pilares, feitas com material local e revestidas com telas protetoras
contra a entrada de insetos, servem para a montagem de barracas. Uma bateria de sanitários
rústicos e comuns é montada nas proximidades desse pequeno complexo de cabanas. São
pequenos empreendimentos montados no interior do parque e geridos por pequenos
empresários.
Acampamento
Uma experiência em particular chamou a atenção. O albergue turístico Casa Matsiguenka é
uma hospedagem construída e gerida por membros dessa etnia, que oferecem produtos
artesanais, como tecelagem feita com fibra da umbaúba e pequenos instrumentos musicais.
Habitantes de extensas áreas do parque, os Matsiguenkas foram atraídos para essa experiência
com o fito de torná-los partícipes do processo de desenvolvimento do ecoturismo.
Casa Matsiguenka
Casa Matsiguenka
32
Representante Comunidade Matsiguenka
Essa relação com povos indígenas, da mesma forma que no Brasil, é difícil e carece de
monitoramentos técnicos, científicos e profissionais de elevado nível. O que assistimos foi
apenas um experimento, que nos deu a idéia de que vinha se dando com uma certa
espontaneidade. Entretanto, são apenas impressões, posto que não tínhamos quem pudesse
oferecer elementos mais fidedignos de avaliação técnica dos fatos.
O Manu Lodge é um equipamento de hospedagem muito parecido com o Manu Cloud Forest
Lodge, no qual nos hospedamos anteriormente. Há dois diferenciais marcantes, do ponto de
vista arquitetônico: os sanitários são externos e um pequeno hall, onde os calçados são
deixados, dá acesso ao interior da edificação.
Os atrativos existentes dentro do parque são deslumbrantes, a começar pela bela Lagoa
Juárez, às margens da qual foi construído o Manu Lodge. É um paraíso que permite
avistamento contínuo de animais, sem nenhum esforço. “ La quietud del lugar y los servicios
que ahi se ofertan la senãlam como un punto importante de la visita”, descreve Luis Ríos.
A Lagoa Orotango tem em suas margens uma torre de 15 metros de altura, armada
convencionalmente com ferros tubulares, que permite uma apreciação panorâmica, além do
avistamento de fauna e flora exuberantes.
33
Na Lagoa Salvador é praticado o avistamento de ariranhas. A partir de um pequeno píer,
embarcamos em catamarãs e navegamos suavemente em direção a essa espécie animal, muito
ameaçada em diversas partes, mas bem protegidas em Manu. Essas embarcações são
construídas com duas canoas dispostas lado a lado, sobre as quais é montada uma plataforma
que comporta aproximadamente oito pessoas. São movidas a remo e deslizam suave e
silenciosamente nas lagoas de Manu, possibilitando considerável aproximação da fauna que se
pretende avistar, com mínimos impactos. São de manejo fácil e não há visitante que não se
sinta tentado a remar, muitas vezes tomando o lugar dos guias e dos piloteiros. É mais um
caso de tecnologia adaptada, passível de apropriação pelo operador brasileiro, em condições
similares.
Catamarã
Nas proximidades do Manu Lodge, pequenas, planas e agradáveis trilhas foram abertas, nas
quais é freqüente o avistamento de macacos, aves e anfíbios. Através delas é que fomos
conduzidos novamente a uma plataforma para observação de aves, construída, desta feita, na
copa de uma árvore com aproximadamente trinta e cinco metros de altura, posto que o terreno
é plano. Para o acesso a essa plataforma o visitante é içado pelos guias e auxiliares com
equipamentos de corda e carretilhas, simples e seguros. Comporta em torno de oito a dez
visitantes de uma só vez.
34
Assim, Manu possui uma cesta de atrativos muito bem desenvolvidos, que terminam por
compor - junto com a hospedagem, a alimentação, os meios de transporte no seu interior, os
equipamentos adequados, os serviços e uma guiagem de elevada qualidade, um produto
turístico de alto valor agregado.
A visita técnica ao produto ecoturístico da Amazônia Peruana termina com o deslocamento de
Manu para Laberinto, de onde seguimos para Puerto Maldonado - onde ainda visitamos o
borboletário Japipi.
35
9. Resumos técnicos
Tecnologias Adaptadas:
1- Catamarã: embarcação composta por duas canoas dispostas lado a lado, sobre as quais é
construída uma plataforma com capacidade para oito a dez pessoas, movidas a remo e própria
para o avistamento de fauna e flora.
2- Caminhão-ônibus: veículo adaptado para o transporte de grupos de dezoito visitantes, com
uma unidade tipo baú assentada sobre o chassis de um caminhão.
3- Plataforma de Encosta: equipamento para avistamento de aves, construído na encosta de
terreno acidentado, usando madeiramento amarrado com cordas, coberto, de acesso fácil, com
capacidade para dez pessoas, de tal forma que o visitante pratica o avistamento no nível das
copas das árvores.
4- Plataforma para Terreno Plano: equipamento para avistamento de aves, construído na copa
de uma árvore, em madeira e amarração feito com cordas, não coberto, de acesso com certo
grau de dificuldade e com capacidade para oito pessoas, içadas por cordas e carretilhas.
Formatação do Produto: freqüentemente desenvolvido a partir do conhecimento e da pesquisa
científica, a partir do agrupamento do produto do turismo cultural e do produto ecoturístico,
com o suporte de uma rede de serviços, equipamentos e infra-estrutura bem desenvolvidos.
Meios de Transporte: diversos equipamentos são
empregados na operação turística,
particularmente ecoturística. Ferroviário, rodoviário e fluvial, com destaque para a terceirização
da linha férrea Cusco – Macchu Pichu, para as tecnologias adaptadas e para o fato de a
operadora ser proprietária de um grande volume de equipamentos.
Meios de Hospedagem: hotéis convencionais, com arquitetura convencional do Peru, serviços e
decoração personalizados. Lodges e diversos meios de hospedagem na floresta, com diferentes
conceitos e apelo comercial.
Alimentação: uso de matérias-primas locais, com destaque para as variedades de batatas e
cereais tradicionalmente consumidos no Peru e para a capacidade de mesclar a culinária
36
peruana com outras influências, de tal forma a atender bem a clientela e manter identidade
cultural.
Guiagem: de elevado nível, tanto no produto do turismo cultural como no ecoturístico.
Formação superior, bilíngue, nativos que tiveram acesso à capacitação.
Artesanato: padrão elevado, com identidade própria, preços justos e honestos, compõem a
atratividade do produto peruano, que serve à demanda de souvenirs do visitante.
Contatos Institucionais: mediante recepção e breves palestras de autoridades do turismo
peruano, dando noções da formatação dos produtos turísticos do Peru e estratégias de
captação e comercialização no mercado externo.
Contatos Empresariais: promovidos pela operadora receptiva, a Manu Nature Tour, com
diversos empresários de Cusco, denotando organização e articulação entre os empresários e
entre estes e o poder público.
Gestão dos Patrimônios Naturais e Culturais: compartilhada com a iniciativa privada, muito
mais do que no Brasil. Diversos serviços terceirizados. Concessão de exploração dos atrativos
do Parque Nacional Manu, inclusive com permissão para a construção de meios de
hospedagem, infra-estrutura, e instalação de equipamentos no seu interior.
37
10. Conclusão
Importante
etapa
do
Projeto
Excelência
em
Turismo:
Aprendendo
com
as
Melhores
Experiências Internacionais foi cumprida. Realizamos a viagem ao Peru e foram feitas as
observações possíveis do que aquele país tem de excelência em determinados produtos
turísticos, depois de um conjunto de ações preparatórias, que envolveram cada um dos
parceiros e significativo número de operadores brasileiros.
Entretanto, o porvir é ainda mais importante, pois trata de provar a capacidade dos nossos
operadores de se apropriar do conhecimento obtido e de repassá-lo aos demais, bem como aos
diversos atores que fazem um destino acontecer.
Não se trata, obviamente, de copiar mecanicamente ou de pretender aplicar um pacote à
realidade dos produtos brasileiros. Trata-se de, a partir do conhecimento obtido, adaptar,
desenvolver e adequar as melhores práticas à operação dos nossos atrativos e destinos, de tal
forma que ganhemos qualidade e competitividade no mercado internacional.
A condição para que isso aconteça é termos, todos, a capacidade de pensar grande. Entender
que o turismo é uma economia solidária, no sentido de que o sucesso de um depende do
sucesso do outro, do vizinho mais próximo e de todos quanto trabalham para que um destino
se consubstancie e caia no gosto do visitante, do turista.
Assim, a multiplicação do aprendizado, ao lado da capacidade de cada operador de gravar o
seu empreendimento com excelência, passa a ser a fase mais vital e estratégica do Projeto, de
tal sorte que essa socialização do conhecimento nos permita o crescimento individual e coletivo
a um só tempo. É assim que construiremos uma economia do turismo capaz de prover o Brasil
do desenvolvimento sustentável que tanto almejamos.
38
PERU
Ecoturismo e Turismo Cultural
ANEXO I - Participantes
JUNHO 2005
39
Relação de Contatos dos Participantes
Nº
1
DESTINO DE
OPERAÇÃO
AM / Manaus
EMPRESA
CONTATO
Amazon RiverSide
Nobuyuki Shinozaki
2
3
AM / Manaus
AM / Reserva
Mamiraua
Hotel Juma
Pousada Uacari
Carolina Moura
Paulo Marcelo de Paiva
4
BA/Itacaré
Ricardo Ferreira Garcia
5
CE / Fortaleza
6
CE / Fortaleza
Pousada Sitio
Paraíso
Dunnas
Expedições
Trilhas do Brasil
7
MS / Pantanal
8
MT/ Alta Floresta
9
TELEFONE
E-MAIL
(92) 622-2788 /
2789
(92) 232-2707
(97) 343-4160
[email protected]
[email protected]
[email protected];
[email protected]
Felipe Aragão Evangelista
(73) 3251-2113
/ 9975-1327
(85) 3264-2514
[email protected]
[email protected]
Rosier Alexandre Saraiva
Filho
Daniel de Barros
(85) 3268-3300
/ 9985-4654
(67) 325-6807
[email protected];
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Vitória Carvalho
(66) 521-3601
PA / Santarém
Recanto Barra
Mansa
Cristalino Jungle
Lodge
Santarém Tur
Waldinor Mota da Silva
(93) 3522-4847
[email protected]
10
PR / Curitiba
Gondwana Brasil
Lucila Sermann
11
SP/Santos
Harpyia
Lúcia Pires Castanho
Valente
(41) 3566-6339
/ 9995-3470
(13) 3227-2000
[email protected];
[email protected]
[email protected]
INSTITUCIONAIS
12
DF / Brasilia
Embratur
Ricardo Attuch
(61) 3429-7906
[email protected]
13
SP / São Paulo
Braztoa
Karem Basulto
(11) 3259-9500
[email protected]
14
[email protected]
Luis Rios Arévalo
(21) 2512-8882
/ 4187
(511) 348-4197
16
SP / São Paulo
Consultor
Brasileiro
Consultor
Internacional
Cinegrafista
Roberto Mourão
15
RJ / Rio de
Janeiro
PERU / Lima
Pedro Caldas
(11) 9301-6432
[email protected]
40
[email protected]
PERU
Ecoturismo e Turismo Cultural
ANEXO II – Agenda cumprida
JUNHO 2005
41
10 junho 2005, sexta-feira – São Paulo – Lima
03:30 Saída do Hotel Braston- S. Paulo.
08:45 Vôo SP-Lima.
11:45 Chegada em Lima (-3hs).
12:15 Transfer para hotel.
12:45 Hotel Casa Andina-Lima.
13:30 Almoço no Hotel.
13:45 Apresentação do Consultor Internacional.
15:15 Reunião no Vice - Ministério do Turismo, com o Diretor nacional de Turismo.
20:00 Jantar no hotel.
11 junho 2005, sábado – Lima – Cusco
02:30 Acordar.
03:00 Café.
03:20 Transfer para o Aeroporto.
04:20 Aeroporto.
06:20 Vôo Lima-Cusco.
07:35 Aeroporto de Cusco.
08:00 Transfer com guia para o hotel.
08:30 Hotel Casa Andina-Cusco.
10:00 City tour.
10:30 Qorikancha.
11:30 Catedral.
12:30 Tambomachay.
13:00 Fábrica de tecidos.
13:30 Saqsasywayman.
14:00 Hotel.
42
14:30 Almoço restaurante Inka Grill.
16:30 Hotel.
17:00 Manu Café - Reunião com empresários e autoridades locais.
21:00 Jantar de confraternização com empresários e autoridades locais.
12 junho 2005, domingo – Cusco – Machu Picchu
Saída em micro-ônibus do Hotel Casa Andina às 05:25hs, com destino à Estação San
Pedro.
1. Partimos no trem da Cia PeruRail às 06:00hs, com destino ao povoado de Águas
Calientes. Passamos pelas comunidades de Poroy e Ollantaytambo, atravessando as
montanhas andinas e o Vale Sagrado dos Incas – Rio Urubamba. Chegada a Águas
Calientes às 09:30hs.
2. Ônibus para o Santuário Histórico de Machu Picchu às 09:55 hs, com chegada às
10:20hs.
3. Início da visitação do atrativo às 10:30 hs: Apresentação da história das
construções e da antiga civilização Inca pela guia Maria Magdalena. Visita teve 03
horas de duração.
4. Almoço tipo buffet no restaurante do Machu Picchu Lodge às 13:30hs.
5. Retorno de ônibus a Águas Calientes às 14:45hs. Breve visita à feira de artesanato
local. Retorno de trem às 15:30hs, que contou com apresentação de dança típica e
desfile de roupas/malhas finas regionais, produtos tecidos com lã de alpaca.
Obs: Durante o retorno no trem foi também realizada uma breve reunião técnica, com
todos os participantes do projeto.
6. Chegada às 18:30hs no povoado de Poroy, onde pegamos ônibus em direção à
cidade de Cusco, com chegada às 19:10hs.
7. Jantar no restaurante Tunupa às 20:30hs, com apresentação de música e danças
típicas peruanas. Pernoite Hotel Casa Andina.
43
13 junho 2005, segunda-feira – Cusco – Florestas Nubladas de Manu
1. Saída do hotel às 07:30hs em direção a operadora Manu Nature Tours.
2. Transporte
com
destino
ao
Manu
Cloud
Forest
Lodge
às
08:00hs.
O
empreendimento está localizado na região conhecida como Florestas Nubladas de
Manu, nos arredores do Parque Nacional de Manu. A operadora de receptivo local Manu Nature Tours – é responsável por toda a operação e logística da viagem a partir
deste ponto.
3. Primeira parada aproximadamente às 10:30hs. Mirante. Paisagem de montanhas e
picos nevados.
4. Segunda parada aproximadamente às 12:00hs. “Chulpas de Minamarka”, ruínas e
construções pré-incas.
5. Passamos pelo povoado de Paucartambo, por onde corre o Rio Mapacho. Chegada
ao Posto de Vigilância Acjanaco às 13:30hs, uma das portas de entrada do Parque
Nacional de Manu. Almoço/lanche no local.
6. Passeio de llama-táxi, organizado por uma comunidade tradicional quechua – povo
andino. Duração aproximada de 30 min.
7. Continuação da viagem. Descida pela estrada nos limites do Parque Nacional de
Manu. Alterações de vegetação, influência das mudanças de relevo e altitude.
8. Parada para caminhada e observação de flora e fauna às 16:00hs.
9. Chegada Manu Cloud Forest Lodge às 18:30hs. Jantar às 19:30hs.
10. Reunião técnica geral do projeto, com todos os participantes. Participação dos
guias de turismo que nos acompanham.
11. Encerramento 22:00hs. Pernoite.
Obs: Em todo o trajeto fomos acompanhados por 03 guias de turismo bastante
capacitados: Wilfredo, Juan Carlos e Susana.
14 junho 2005, terça-feira – Florestas Nubladas de Manu
1. 05:30hs Partida para caminhada em direção ao *Lek, plataforma para observação
das aves conhecidas como Gallitos de Las Rocas, ave-símbolo do Peru.
44
2. Retorno para café da manhã às 07:00hs.
3. Saída para caminhada em trilha às 09:00hs. Divisão em três grupos para otimizar a
experiência de visitação. Descida por trilha na mata até o Rio Unión. Trajeto de
aproximadamente 4 km de distância.
4. Retorno ao lodge às 13:30hs, para almoço.
5. Saída às 15:30hs, em ônibus, para visita técnica ao Manu Paradise Cloud Forest
Lodge. Apresentação das instalações e forma de operação.
6. Retorno ao lodge às 18:30hs. Jantar às 19:30hs.
7. Reunião com os grupos de trabalho às 20:30hs.
8. Encerramento às 21:45hs. Pernoite.
Lek: local para dançar. Onde se reúnem diariamente os machos desta espécie para
cantar e “dançar”, no intuito de atrair a atenção das fêmeas.
15 junho 2005, quarta-feira – Floresta Nublada de Manu – Parque Nacional
de Manu
04h00 Despertar.
04h30 Partida do Manu Cloud Forest Lodge (transporte terrestre - ônibus)
07h30 Chegada a Vila de Atalaya – Povoado de Pilcopata. Café da Manhã no Porto
08h00 Partida do Porto de Atalaya pelo Rio Madre de Dios (transporte fluvial - barco).
08h30 às 09h10 Parada para Visita Técnica ao Erika Lodge, na margem esquerda do
rio.
12h30 Almoço no Barco (Lunch Box).
14h00 às 14h30 Parada para visita à comunidade de Boca Manu – Municipalidade de
Fitzcarald – Local onde são feitos á maioria dos barcos utilizados na região.
15h00 às 15h30 Parada no Posto de Controle e Vigilância do Parque Nacional de Manu
18h30 Chegada à entrada do Manu Lodge – 1000m de caminhada na floresta até o
Lago Juarez, onde se localiza Manu Lodge.
21h00 Palestra do consultor técnico Roberto Mourão, do Instituto EcoBrasil.
45
22h00 Jantar.
23h00 Final das atividades do dia.
16 junho 2005, quinta-feira – Parque Nacional de Manu
06h30 Despertar.
07h00 Café da manhã.
08h00 Divisão do grupo para os 3 tipos de atividades do dia, à saber:
Grupo 1A) 08h30 Passeio de catamarã pelo Lago (Cocha) Juarez e depois caminhada
pela Trilha do Lago até o Lodge.
12h00 Chegada no Lodge.
Grupo 1B) 08h30 Caminhada pela Trilha do Lago até o porto, na parte Norte do Lago
(Cocha) Juarez, e depois passeio de catamarã pelo lago até o Lodge.
12h00 Chegada no Lodge.
Grupo 2) 08h00 Caminhada pela Trilha Trompetero até a Sumaúma para fazer o
Canopy (ascensão)
08h30 Colocação das cadeirinhas, e preparação para a subida, um de cada vez, até o
alto da plataforma na árvore, para observação de aves, insetos e conformações da
mata.
11h00 Começo das descidas da plataforma e caminhada de volta ao Lodge.
12h00 Chegada ao Lodge.
12h00 às 13h00 Período livre.
13h00 Almoço.
14h00 às 15h00 Período livre.
15h00 Saída dos Grupos 1A e 1B para fazerem a Trilha Trompetero até a Sumaúma
para fazer o Canopy (ascensão) e voltar ao Lodge às 18h00.
15h30 Saída do Grupo 2 de catamarã pelo Lago (Cocha) Juarez até o portinho ao Norte
e caminhada pela Trilha dos Mirantes 1 e 2, ver o pôr do sol e voltar ao catamarã para
remar de volta ao Lodge. No Lodge às 18h00.
18h00 às 20h00 Banho e período livre.
46
20h00 Jantar.
21h00 Palestra do guia Juan Carlos sobre Insetos.
22h00 Final das atividades do dia.
17 junho 2005, sexta-feira – Parque Nacional de Manu
5:30 Despertar.
6:00 Saída do albergue.
6:40 Saída do porto.
Visita à Vila Matsiguenka: visita técnica às instalações e à oficina de artesanato
(atividade que não está incluída nos principais roteiros comercializados)
O Albergue que é gerenciado pela comunidade custa US$35,00 por pax por noite. A
preparação da comida e da bebida fica sob responsabilidade do turista. O albergue se
limita a disponibilizar uma cozinha comunitária.
O sistema de gestão comunitária funciona com um representante no cargo de gerente
permanecendo por dois anos, em períodos de seis em seis meses; os demais
funcionários somente um período de seis meses.
O dialeto local é o nome do povo, Matsiguenka, muito embora os funcionários falem
também o espanhol.
Encontramos influência hispânica com princípios do Catolicismo Apostólico Romano na
religião da população autóctone. Porém, costumes da tribo anteriores à colonização,
como a prática da poligamia (tendo o homem direito a três mulheres, e a mulher
direito de ter um homem). permanecem na tribo.
O segundo local visitado foi o acampamento Sachavaca. Encontramos ali cabanas
cobertas de palha, cercadas com telas para a proteção contra insetos, equipadas com
camas, colchões e banheiro coletivo. Da mesma forma, a preparação da comida e da
bebida fica sob responsabilidade do visitante.
A terceira visita foi ao Lago Salvador, onde fizemos o passeio de Catamarã em busca
de ariranhas. Avistamos um grupo de oito animais desta espécie, três espécies de
macaco (prego, aranha, guariba) e várias espécies de aves como biguá, aminga,
oropêndulas etc.
47
Desembarcamos do catamarã e adentramos na mata em uma trilha de vinte minutos
até o barco a motor.
A última visita foi ao acampamento do Lago Otorongo. A estrutura constitui-se em
uma plataforma de madeira com cobertura de palha onde é montada uma barraca
convencional. Banheiro coletivo.
Com vinte minutos de caminhada chegamos até a torre de observação de dezoito
metros, no topo da qual almoçamos. Deste local avistamos, inclusive, mais duas
ariranhas. Foram feitos comentários sobre a torre de observação (mão-de-obra para
levar o cliente até o topo).
Retorno.
Vale lembrar que o grupo geral foi subdividido em dois grupos para as atividades deste
dia, e que as atividades dos grupos foram as mesmas, porém em ordens diferentes.
17:00 Chegada do grupo ao lodge.
19:30 Jantar, após explicação do guia sobre a programação do dia seguinte.
20:00 Palestra Wilfredo sobre répteis e anfíbios do parque.
18 junho 2005, sábado – Parque Nacional de Manu – Puerto Maldonado
3:30 Despertar.
4:00 Café da manhã.
4:30 Partida para o Porto (caminhada).
5:20 Saída dos dois botes com os componentes do grupo em direção a Laberinto.
7:40 Parada de dez minutos na estação de visitantes do parque.
11:30 Almoço em percurso.
18:30 Chegada à comunidade do Laberinto.
19:00 Partida em van e microônibus até o município de Puerto Maldonado.
21:00 Chegada no Hotel.
22:00 Jantar no restaurante do Hotel.
Noite livre.
48
19 junho 2005, domingo – Puerto Maldonado – Lima – São Paulo
Café da manhã.
08:00 Palestra do consultor peruano Luis Rios sobre Eco Turismo no Peru.
09:00 Reunião de avaliação final, explanação dos grupos de Alimentação e Transporte.
10:30 Check Out e Transfer para o Aeroporto.
11:30 Check In Aeroporto.
12:30 Visita ao borboletário “Japipi” em Puerto Maldonado.
14:00 Vôo Puerto Maldonado / Cusco / Lima.
18:00 Avaliação com os grupos de Hospedagem e Produtos Turísticos.
20:55 Partida do Vôo Lima / São Paulo.
49
PERU
Ecoturismo e Turismo Cultural
ANEXO III – Relatórios Coletivos
JUNHO 2005
50
1.
Avaliação da Alimentação
GRUPO I:
Paulo Paiva – Cristalino Lodge – E-mail: [email protected]
Vitória Da Riva Carvalho – Pousada Uacari – E-mail: vitó[email protected]
Este é um breve relato da experiência culinária que vivenciamos no Peru, além de
informações dos guias locais, sem a pretensão de resumir toda a rica e deliciosa
culinária peruana.
a) CAFÉ DA MANHÃ: O café da manhã típico varia de acordo com os hábitos das
várias regiões do Peru. Na costa do Pacífico, é usual um café da manhã simples,
composto de café fraco com um pouco de leite, pão, manteiga, geléia e, às vezes, ovo
frito. As populações andinas consomem alimentos fortes de manhã, compostos
basicamente de sopas com muita “menestra” (favas), feijão, trigo e “papas” (batatas).
Nos hotéis, serve-se um café da manhã ao gosto americano: suco de laranja e mamão,
frutas frescas fatiadas, cereais com yogurte, ovos fritos ou omelete, além de panqueca
com “syrup” (xarope) ou mel. O café é fraco, servido com creme de leite para pingar,
diferentemente do café brasileiro puro ou do café com leite. Os yogurtes deliciosos
eram preparados com frutas típicas dos Andes, tais como o “sauco” (fruta vermelha
pequena) e “lúcuma” (fruta amarela).
(Nos hotéis que frequentamos foi servido “café da manhã americano”. As informações
sobre o café da manhã dos andinos foi produto de informação do consultor
internacional.)
b) REFEIÇÕES PRINCIPAIS: ALMOÇO E JANTAR: Notamos uma ênfase em alimentos
frescos, com o uso de legumes e frutas locais. As saladas são muito criativas, e se usa
muito as favas, como a “tarwi ensalata” (grãos brancos grandes), a lentilha e o
abacate que é bastante consumido nas saladas e não nas sobremesas, como no Brasil.
Os temperos para os mais variados pratos são feitos à base de plantas, pois usam
poucos condimentos industrializados.
Nos legumes, destacamos os diferentes tipos de “maiz” (milho), de diversas cores e
tamanhos, as inúmeras variedades de “papa” (batata), como a deliciosa “papa
51
amarilla”, com a qual foi servida a “causa de papa” (bolo enrolado como rocambole,
com recheio de verduras), além de outras variedades de recheios. Com o “rocotó” (tipo
de pimentão levemente picante) é preparado um prato típico, o “suflê de rocotó”,
recheado com carne, queijo, cenoura, uva-passa, assado ao forno com um pouco de
leite.
As sopas são bastante usadas como entrada, destacando-se a “sopa de Quinoa”, grão
cultivado nos Andes, prato típico de Cusco.
Os peixes são bastante utilizados na culinária peruana, podendo ser grelhados, fritos,
na forma de salada ou “ceviche” (peixe marinado no limão, servido cru, temperado
com cebola, pimenta, coentro, etc.) - delicioso prato típico do Peru.
O “cuy” (porquinho da índia) é um roedor andino, representado por duas espécies:
uma selvagem e uma doméstica. É largamente apreciado sendo também um prato
típico de Cusco. Pode ser servido frito em pedaços, ou assado no forno, recheado com
ervas. É consumido em ocasiões especiais.
O “chincharon de chancho” (costela de porco) é assado e servido com um delicioso
molho de “erva boa” (tipo de hortelã), com folhas inteiras, cebolas cortadas e
temperadas com sal e limão.
Outro prato típico é o “aji de pollo”, tipo fricasée de frango picante, devido ao “aji”,
pimenta amarela comprida.
As sobremesas que experimentamos eram deliciosas, mas internacionais, como o
crepe suzete, mouse de chocolate e pêra ao vinho tinto, muito bem decoradas e
acompanhadas por sorvete.
Os hotéis e os lodges estavam preparados para o serviço de deliciosos e criativos
pratos vegetarianos.
O drink típico do Peru é o “PISCO SOUR”. O Pisco é uma bebida típica feita de uva,
produzida na costa sul do Peru, próximo ao mar, em clima seco.
RECEITA DE PISCO SOUR:
Ingredientes:
03 partes de pisco
01 parte de suco de limão
01 clara de ovo
52
½ parte de açúcar
gelo picado
Modo de fazer: Bater no liquidificador o pisco, o limão e o gelo. Depois acrescentar
açúcar e finalmente a clara de ovo, o que confere ao drink a espuma na parte superior.
c) DIVERSIDADE DE PRODUTOS: VISITA AO MERCADO DE CUSCO: Uma visita ao
mercado de Cusco nos dá uma idéia da gama de produtos agrícolas que compõem a
base da culinária peruana: grãos, tubérculos, raízes, legumes, frutas frescas e secas,
cogumelos, nozes, castanhas, temperos, pães, queijos, carnes, peixes, etc. Próximo à
estação de trem, o mercado em si já é um atrativo turístico.
As folhas de coca são oferecidas secas, a varejo ou em pequenas embalagens. Seu
comércio é controlado pelo governo que compra toda a produção e redistribui nos
mercados.
As
folhas
são
consumidas
in
natura
ou
preparadas
como
chá,
tradicionalmente consumido como tônico pelas populações andinas para as suas
atividades diárias e longas jornadas. Os hotéis oferecem aos turistas o chá de coca
tradicional, excelente para combater o mal de altura e diminuir o batimento cardíaco.
As trutas não são nativas, porém se adaptaram bem nas águas geladas, como o lago
Titicaca, e hoje estão no cardápio de vários pratos finos. Pimentas secas e outros
condimentos são utilizados para o preparo do “Aji”, molho picante que acompanha
carnes.
O Peru é o centro das espécies de batatas, e no mercado pode-se ter uma idéia dessa
imensa variedade. O clima frio e seco dos altiplanos favorece a cultura do trigo. Com
apenas 1 sol (moeda peruana) compra-se 12 pães que equivalem ao nosso pão
francês, de uma massa mais consistente e levemente adocicada.
d) TIPO E QUALIDADE DOS SERVIÇOS: Na experiência que tivemos, o serviço em
geral foi à francesa, com entrada (salada ou sopa), prato principal e sobremesa. Não é
costume servir café após a sobremesa, e o café em geral não é muito consumido pelos
peruanos. Os serviços de buffet são utilizados somente nos grandes restaurantes, com
o “Tunupa” localizado na Praça de Armas, em Cusco. Em geral, a culinária peruana que
experimentamos é excelente, e faz jus à fama que o país leva neste particular.
Não fizemos inspeção em todas as cozinhas dos restaurantes e lodges. Entramos na
cozinha do restaurante INKA GRILL, na Praça de Armas em Cusco, que estava pouco
organizada, com ambiente fechado, sem ventilação e a higiene deixando a desejar,
apesar dos pratos estarem muito saborosos e bem apresentados.
53
Em Manu Cloud Forest Lodge, a cozinha era bem ventilada, organizada e limpa. Os
cozinheiros estavam uniformizados e de branco, e os pratos servidos foram de
excelente qualidade.
Em Manu Lodge, considerando-se o local isolado, a dificuldade de acesso aos itens de
uso cotidiano e a disponibilidade do staff que atendia várias tarefas, pode-se avaliar o
serviço e a diversidade de pratos oferecidos como de nível adequado.
Os únicos pontos negativos referem-se: primeiro às refeições do tipo “lunch box”,
servidas nos longos trajetos. Teria sido melhor o uso de sanduíches não perecíveis,
pois as refeições salgadas servidas frias em pequenas vasilhas correm o risco de
fermentação, especialmente batata e salsicha. Os outros itens do “lunch box” eram
adequados: mexerica e bolacha salgada. Desaprovamos o uso do chocolate na região
amazônica
devido
ao
calor.
Segundo,
ao
refresco
servido
na
tribo
indígena
MATSIGUENKAS. Notou-se nitidamente a ausência de higiene nos copos e nas jarras,
havendo, então, a necessidade de treinamento da comunidade indígena no trato com
turistas.
54
2.
Avaliação dos Transportes
GRUPO II:
Lucila Sermann – Godwana Brasil – E-mail: [email protected]
Rosier Alexandre S. Filho – Trilhas do Brasil – E-mail: [email protected]
Waldinor Mota da Silva – Santarém Tur – E-mail: [email protected]
a) Micro ônibus
Boa aparência, limpo, motorista atencioso e dirigia com segurança.
Observações:
1.
O micro ônibus em Lima tinha piso acarpetado o que ocasiona um acúmulo de
sujeira e umidade. No Brasil, evitamos o uso de carpete no piso do veículo, evitando
acúmulo de sujeira e facilitando a limpeza.
2.
Ressaltamos que o custo de táxi em Lima e Cusco tem preços bem acessíveis.
No entanto, fica a observação para o péssimo estado de conservação de seus veículos,
uma frota muito antiga e que necessita de manutenção.
Sábado, Domingo e Segunda - 11, 12 e 13/06/05 - Cusco
Micro ônibus
Bem cuidado, limpo, motorista atencioso.
Micro ônibus Águas Calientes - Machu Picchu
Aparentava ter boa manutenção, apesar do pequeno espaço entre bancos, o que não é
tão grave pelo curto trecho.
Observações:
1.
Micro ônibus de Águas Calientes / Machu Picchu / Águas Calientes sem cinto de
segurança em uma estrada muito sinuosa que oferecia altos ricos.
2.
Além de fazer um ótimo atendimento dentro do trem o pessoal de serviço
agrega valores, vendem produtos típicos do Peru de uma maneira muito sutil e
educada. São sempre muito atenciosos.
55
3.
Janelas grandes e laterais do teto transparentes, permitindo visibilidade para as
montanhas nas laterais da ferrovia.
4.
Entretenimento no trem, um diferencial que proporciona um retorno mais
agradável, pois é mais cansativo que a ida. Os atendentes mostraram muita
versatilidade, ora fazendo serviço de bordo, ora fazendo apresentações e desfiles, e
até mesmo vendendo roupas típicas.
Laberinto até Puerto Maldonado
Observações:
1.
Estrada de terra sem manutenção, van e micro-ônibus sem ar condicionado
numa estrada ruim e poeirenta. O micro-ônibus estava com a mecânica em condições
razoáveis. Não se pode dizer o mesmo da van, que necessitava de manutenção.
Ambos os motoristas mostraram-se competentes e atenciosos, apesar do motorista da
van transportar sua família junto com turistas, algo inadmissível.
2.
Como as demais estradas por onde passamos, esta parte também estava muito
precária, levando 2 horas para percorrer 55 KM.
3.
Vale ressaltar que o pessoal de serviço nos transportes fluvial e terrestre foi
muito prestativo. As observações são referentes apenas às estruturas físicas.
Sábado - 19/06/05 - Puerto Maldonado
Micro-ônibus utilizado no dia anterior, sendo que nesse dia circulamos apenas em área
urbana.
b) Trem Cusco - Macho Picchu
Pontual, limpo, ótima visibilidade lateral, serviço de bordo muito bom. Pessoal de
serviço atencioso. 4 horas de viagem.
c) Caminhão - ônibus
Segunda - 13/06/05 - Cusco: Manu Cloud Forest Lodge
Tempo de percurso: aproximadamente 10 horas
Caminhão adaptado com carroceria tipo ônibus, assentos relativamente confortáveis,
motorista muito cuidadoso, experiente. Veículo ideal para o tipo de estrada.
56
Observações:
1.
Nosso caminhão-ônibus não tinha cinto de segurança. Independente da
obrigatoriedade deste equipamento naquele País, o julgamos necessário para atender
padrões de segurança satisfatórios.
2.
Entendemos que um percurso como aquele, se faz necessário um transporte
com banheiro.
3.
Pneus traseiros carecas, o que oferece maior risco.
4.
Por se tratar de uma região montanhosa, as condições das estradas chama a
atenção. Entre Águas Calientes - Machu Picchu, posteriormente Cusco até Atalaia, a
estrada é muito perigosa com trechos de “tirar o fôlego”. É importante mencionar que
as estradas ficam nas encostas das montanhas, são estreitas, com muitas curvas e,
em alguns trechos, encontra-se em adiantado estado de erosão.
Quarta - 15/06/05 - Manu Cloud Forest Lodge - Atalaia
Mesmo caminhão utilizado de Cusco a Manu Cloud Forest Lodge.
d) Llama táxi
Tentativa
bem
intencionada
de
inserir
a
comunidade
local
no
processo
de
desenvolvimento turístico. No entanto, temos observações que contra-indicam a
continuidade do serviço. Deixamos claro que devem ser estudadas outras formas de
inserção da comunidade local para que esta tenha uma participação efetiva, tanto
social como econômica.
Observações:
1.
Pelo pouco que observamos e conversamos com os guias, percebemos a
dificuldade de adaptação daqueles animais a esta nova atividade;
2.
Percebemos, ainda, o problema enfrentado pelos animais devido a alimentação
inadequada, pois os mesmos estão sofrendo intoxicações ocasionadas pela alimentação
alternativa;
3.
É constrangedor observar que os animais, apesar de muito dóceis, não estão
aceitando puxar as charretes e, mesmo assim, são forçados através de pessoas que
57
puxam o cabresto e outras que empurram a charrete;
4.
Apesar de ser curto, o trecho oferece algum risco pela falta de adaptação dos
animais, que fazem manobras bruscas próximo a barrancos muito altos;
5.
As artesãs que estavam na entrada do parque trabalhavam ou encenavam a
céu aberto, sem nenhuma proteção. Essa parte poderia ser substituída, com sucesso,
por uma visita a uma casa de artesão ou cooperativa, onde a atividade desenrolasse
espontaneamente.
e) Barco
Atalaia / Manu Lodge
z
Tempo de percurso: aproximadamente 10 horas.
z
Utilização de bote de madeira, de 15 metros de comprimento e 2,40 de largura.
Ideal para esse tipo de rio.
z
Propulsão motor Jonhson 55 HP. 2 tempos, tanque adaptado com capacidade
para 200 litros, 24 litros consumo hora.
z
Capacidade para 12 passageiros, um piloteiro e um ajudante. Cobertura em
lona, laterais abertas, permitindo boa visibilidade.
z
Assentos pequenos e desconfortáveis devido à pequena distância entre eles.
z
Número de coletes salva-vidas coerente com o de passageiros. O tamanho dos
coletes, no entanto, não atendia à clientela.
z
Um motor reserva para uso em caso de emergência.
z
Sem toalete.
z
Condutor habilitado e experiente.
Sexta - 18/06/05 - Manu Lodge - Laberinto
Tempo de percurso: aproximadamente 13 horas.
O equipamento utilizado foi o mesmo bote de madeira dos dias anteriores.
Bagagem exposta, bem próxima aos clientes.
Observações:
1.
Coletes pequenos para o tamanho dos clientes e alguns aparentemente sem
58
condição de uso.
2.
Somente um condutor para um trecho longo em rios com corredeiras, pedras,
bancos de areia e árvores no leito principal.
3.
Falta de iluminação de navegação.
4.
Falta de registro da embarcação.
5.
Falta de uma pequena rampa ou escada para embarque e desembarque.
6.
Ausência de equipamento de comunicação.
7.
A embarcação necessita de motor mais potente o que reduziria o tempo de
permanência no barco e evitaria os “pontos escuros” da madrugada e da noite,
oferecendo mais segurança e tranqüilidade aos passageiros.
8.
Sugerimos ainda um comando na parte frontal do barco. É mais seguro e
menos cansativo para o piloteiro.
9.
Faltam peças de madeira nas laterais e no bico de proa, para evitar que a água
entre no bote e molhe os clientes.
f) Catamarã
Quinta e Sexta - 16 e 17/06/05 - Manu Lodge
Atividades no Parque Nacional de Manu.
Catamarã em madeira, medindo aproximadamente 6 metros de comprimento por 3 de
largura, com utilização de remo para locomoção, sem cobertura. Ideal para passeios
em pequenos lagos e observação de animais.
Bote de madeira motorizado para percurso no Rio Manu.
g) Avião
- Companhia TACA.
Trecho: São Paulo / Lima, vôo bom, sem problemas. Tempo de duração: 5 horas.
Trecho: Lima / Cusco, vôo muito bom. Tempo de duração: 1 hora.
Trecho: Lima / São Paulo, aeronave com assentos defeituosos e tripulação pouco
amistosa. Tempo de duração: 4 horas.
- Companhia LAN
Trecho: Puerto Maldonado / Cusco: Vôo muito bom. Tempo de duração: 25 minutos.
59
Trecho: Cusco / Lima, vôo muito bom. Aeronave limpa e assentos muito confortáveis.
Tempo de duração: 1 hora.
Observações:
Um fato que nos chamou a atenção, por ser diferente no Brasil, foi o serviço de bordo
opcional, cobrado na hora do serviço. No entanto, nos ocorreu uma certa dúvida na
higiene do mesmo, pois existia manuseio de alimentos e dinheiro simultaneamente.
Devemos ainda registrar a perícia dos pilotos em Lima e Cusco. A primeira está
próxima de montanhas e o tempo está sempre nublado; a segunda está dentro de um
“buraco” formado pelas montanhas que cercam a cidade. Contudo, os pousos tiveram
sempre uma precisão cirúrgica, transmitindo-nos muita tranqüilidade.
60
3. Avaliação dos Meios de Hospedagem
GRUPO III:
Daniel Rondon de Barros– Recanto Barra Mansa – E-mail:[email protected]
Nobuyuki Shinozaki – Amazon Riverside Hotel – E-mail: [email protected]
Ricardo Garcia – Pousada Sítio Paraíso – E-mail: [email protected]
O presente relatório tem por finalidade apresentar, conforme as impressões e
observações dos participantes da viagem técnica ao Peru, os resultados gerais da
avaliação relativa aos meios de hospedagem utilizados e/ou visitados nessa ocasião.
Para tanto, seguimos as instruções prévias do consultor responsável e preenchemos as
planilhas de inventário dos meios de hospedagem; estas formam a base das
informações coletadas, restando ao grupo realizar as observações gerais pertinentes,
que foram complementadas com idéias e opiniões dos demais envolvidos.
No intuito de melhor organizar as informações e valorizar os aspectos mais
importantes dos meios de hospedagem visitados, separamos as observações gerais por
cada empreendimento hoteleiro, como segue:
a) Hotéis Casa Andina
A
rede
de
hotéis
Casa
Andina
possui
09
empreendimentos
de
hospedagem
estrategicamente localizados nos principais destinos turísticos do Peru. Seguindo um
mesmo padrão de decoração e ambiente, os hotéis Casa Andina procuram oferecer
uma hospedagem confortável e aconchegante em todos os seus empreendimentos.
Estivemos por três noites hospedados nesta rede hoteleira nas cidades de Lima e
Cusco.
b) Hotel Casa Andina Lima – Miraflores
Localizado no bairro nobre de Miraflores, o hotel apresentou uma série de pontos
fortes que merecem destaque:
1.
Atendimento de alta qualidade, prestatividade;
2.
Decoração de bom gosto e ambientação aconchegante, tanto nos apartamentos
como áreas comuns (recepção/restaurante);
61
3.
Apartamentos com equipamentos confortáveis; banheiros funcionais, com
excelentes instalações;
4.
Restaurante cozinha internacional, serviço à francesa;
5.
Serviço de internet de alta velocidade;
6.
Empresa de segurança particular 24hs.
É importante destacar também os pontos fracos observados pelos participantes da
viagem:
z
Disposição dos apartamentos; janelas voltadas para área comum, limitando a
privacidade dos hóspedes;
z
Ventilação dos quartos insuficiente, quase inexistente;
z
Sistema de ventilação dos banheiros mal planejado; era possível escutar sons
de outros apartamentos;
z
Problemas com tarifação telefônica.
c) Hotel Casa Andina – Plaza Cusco
Em Cusco, o Casa Andina Plaza apresenta fachada discreta e segue diversos padrões
encontrados na experiência de hospedagem em Lima. Alguns pontos fortes são:
1.
O hotel goza de excelente localização, situado nos arredores da Plaza de Armas
de Cusco.
2.
Decoração, ambiente, apartamentos, equipamentos e instalações seguem o
mesmo padrão de qualidade;
3.
Espaço de receptivo no aeroporto, com bebidas quentes (café e chá de coca)
para a chegada dos hóspedes.
Porém alguns detalhes não passaram despercebidos pelo grupo, conforme comentários
e sugestões:
1. Extravio de uma bagagem do nosso grupo, encontrada no outro dia, devido a falha
da equipe do hotel.
62
2. Poluição sonora; barulho e movimento da rua incomodava os apartamentos de
frente;
3. Sinalização na entrada do hotel inexistente (exigência da administração pública de
Cusco);
4. Não possui elevador (exigência da administração pública de Cusco). Acesso único
para os andares por escada;
5. Porta de entrada fechada na madrugada; demora no atendimento aos hóspedes.
É importante lembrar que esta avaliação dos meios de hospedagem em Lima e Cusco
foi elaborada apenas para os hotéis acima descritos, considerando as experiências
pessoais de visitação e olhar crítico de todos os integrantes desta viagem.
A oferta de meios de hospedagem nestas duas cidades é muito maior do que o
apresentado, sendo necessário relatar a existência das diversas tipologias e categorias
neste segmento. Não foi possível realizar uma avaliação mais completa sobre a oferta
dos meios de hospedagem do Peru.
d) Manu Cloud Forest Lodge
Localizado na região conhecida como Bosques Nublados, nos arredores do Parque
Nacional de Manu, o Manu Cloud Forest Lodge é parte integrante de uma rede de
operações de ecoturismo bem planejada, de propriedade de um atuante empresário do
turismo peruano. Os hóspedes ficam geralmente por apenas uma ou duas noites,
seguindo viagem em direção ao Parque Nacional de Manu.
A área de floresta é bastante protegida, situada a uma altitude de aproximadamente
1.700 mts acima do nível do mar. Seguem mais algumas observações acerca deste
empreendimento:
1. Acesso único por estrada de terra, distante aproximadamente 190km da cidade de
Cusco; Nossa viagem até o lodge teve aproximadamente 11 horas de duração,
considerando as devidas paradas para observação de paisagens e outras atividades;
2. Projeto arquitetônico em harmonia com o ambiente, construções em madeira,
discretas, telhados camuflados com palha;
3. 08 Apartamentos amplos e confortáveis, com vista privilegiada para o rio e para o
63
céu. Varandas espaçosas individuais;
4. Boa disposição dos banheiros, ambiente separado;
5. Área comum bem planejada: sala de leitura com lareira, varandas externas, sala de
estar com teto de vidro, cozinha integrada com grandes janelas de vidro;
6. Excelência nos serviços de alimentação; qualidade e rapidez no atendimento;
7. As atividades principais são as caminhadas para observação de fauna e flora, mas
também se realizam ciclismo e rafting no Rio Unión (este último sazonal);
8. As plataformas para observação das aves - “gallitos de las rocas” – são o ponto alto
dos passeios e hospedagem no Manu Cloud Forest Lodge;
9. Casa dos funcionários (staff e guias) independente da estrutura geral de
hospedagem do lodge;iIntegração dos guias em todos os momentos, inclusive nas
refeições.
Foram observados também alguns pontos a serem melhorados:
1.
Faltam funcionários uniformizados;
2.
Carência dos serviços de bar;
3.
Inexistência de loja de souvenirs e loja de conveniência;
4.
Apartamentos do setor de baixo (04), mais próximos ao rio, sofrem com a
umidade e não possuem ventilação adequada;
5.
Sistema de água quente – a gás – tem pouca autonomia, passível de defeitos
freqüentes.
e) Manu Lodge
O Manu Lodge está localizado dentro da área do Parque Nacional de Manu, e teve o
início de suas operações em 1985. Construído mediante processo de concessão unidade de conservação federal - o Manu Lodge é o único empreendimento hoteleiro
privado situado dentro da área do parque. Além dele, existe outro albergue de
hospedagem, de responsabilidade dos índios Matsiguenka – a Casa Matsiguenka – e
também áreas específicas de acampamento.
64
Seguem algumas considerações do grupo responsável e dos participantes da viagem
sobre a hospedagem no Manu Lodge:
1.
Acesso considerado difícil; exige planejamento e logística apurada; só é possível
(e permitido) através de empresas de turismo especializadas e credenciadas;
2.
Público bastante específico: ecoturismo e observação de fauna e flora;
dificuldade de logística e operação são fatores limitantes, elevando os preços do
produto;
3.
Arquitetura em harmonia com o ambiente, construções horizontais em madeira,
telhado camuflado de palha;
4.
Excelente localização, às margens de um lago cercado de floresta nativa;
proximidade e integração com o ambiente natural;
5.
Plataformas de observação de vida selvagem: diferencial dos passeios.
6.
Equipe/staff permanente enxuto (04 pessoas), composto por nativos;
7.
Condições de atividades e passeios exigem preparo físico adequado, bem como
equipamentos para caminhadas em trilhas e atividades na selva;
8.
Hall de entrada para retirada dos calçados; identificado como uma prática de
excelência;
9.
Horário de funcionamento do gerador elétrico considerado bastante adequado;
10.
Disponibilidade para utilização da área de lavanderia (somente tanques, não
existem máquinas de lavar).
Entre tantas observações da equipe de viagem, alguns pontos foram considerados
passíveis de melhoria:
1.
Quartos: pouca privacidade; compartilham sons de outras Uhs;
2.
Banheiros/Sanitários: localizados na área externa, não possuem corredor
fechado de acesso (apenas plataforma de madeira de ligação); não existe
separação entre masculino e feminino; limpeza dos banheiros considerada
insuficiente;
3.
Cozinha: foram identificadas fraquezas na estrutura, organização e higiene;
4.
Gestão e capacitação: apesar da excelente acolhida, alguns aspectos podem ser
65
melhorados na gestão do lodge e capacitação dos funcionários.
Tivemos a oportunidade de visitar rapidamente outras opções de hospedagem dentro
da área do parque. A Casa Matsiguenka é fruto de um projeto de ecoturismo de bases
comunitárias. Possui em sua estrutura duas casas de hospedagem (04 quartos), um
ambiente separado para banheiros compartidos, restaurante, cozinha, loja de
artesanato tradicional e casa para rádio-comunicação; Duas famílias de índios
matsiguenka são responsáveis pela estrutura e operação.
São 07 áreas de acampamento utilizadas como meio alternativo de hospedagem no
Parque Nacional de Manu. Podem ser exploradas apenas por operadoras de turismo
credenciadas, cada qual com sua área específica (07 operadoras no total). Dessa
forma, os acampamentos seguem algumas normas gerais para utilização da área,
porém podem realizar suas benfeitorias e investimentos de forma separada. Todos os
acampamentos possuem casa equipada com cozinha, refeitório e rádio - comunicação,
ambiente separado para sanitários (fossa séptica) e as estruturas para acampamento.
Estas variam em cada caso: alguns oferecem apenas plataformas de madeira para as
barracas; outros possuem plataformas cobertas, e oferecem barracas incluídas na
operação, um deles possui pequenas cabanas de madeira equipadas com cama e
proteção contra insetos.
É importante lembrar que o desenvolvimento das atividades de ecoturismo na área do
Parque Nacional de Manu, bem como na região dos Bosques Nublados, só foi possível
através do trabalho e da força de alguns empresários e operadores de turismo locais.
Hoje, o Parque Nacional de Manu é conhecido mundialmente pela sua imensa riqueza
de biodiversidade e tido como referência para muitas áreas protegidas e unidades de
conservação.
Considerações Finais
Faz-se necessário recordar que a avaliação dos meios de hospedagem realizada nesta
viagem técnica ao Peru seguiu instruções e diretrizes prévias. As planilhas foram
preenchidas através de pesquisa com funcionários, guias e demais envolvidos. Destas
fontes provêm a maioria das informações. Alguns pontos não foram preenchidos como valores de hospedagem - mas podem ser conseguidos com pesquisa pela
internet junto aos estabelecimentos.
O
Projeto
“Excelência
em
Turismo:
aprendendo
com
as
melhores
práticas
66
internacionais” proporcionou uma grande experiência a todos os integrantes da viagem
técnica ao Peru, e abriu as portas para a multiplicação dos conhecimentos e a troca de
idéias em várias regiões do país.
Com este breve relatório esperamos contribuir para que o projeto alcance o verdadeiro
sucesso e cumpra com todos os objetivos de sua criação.
67
4. Avaliação dos Produtos Turísticos
GRUPO IV:
Felipe Aragão – Dunnas Expedições – E-mail: [email protected]
Carolina Moura – Juma Lodge – E-mail: [email protected]
Lucia Pires Castanho Valente – Harpya – E-mail: [email protected]
a) City Tour Cuzco
PONTOS POSITIVOS:
•
Boa Infra estrutura;
•
Limpeza da Cidade;
•
Sítios arquelógicos;
•
Qualidade do guia, demonstrando conhecimento e paixão pelo trabalho.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Tempo disponível para a execução do city tour foi curto e terminou atrasado;
•
Tempo de repouso no hotel foi curto antes das atividades, fazendo-se sentir os
efeitos da altitude – dor de cabeça e cansaço.
b) Machu Picchu
PONTOS POSITIVOS:
•
Serviço diferenciado no transporte ferroviário – durante o percurso, há venda
de artesanato realizado através de um desfile dentro do trem. Apresentação de dança
típica da região que agrega valor cultural ao passeio e entretém durante a viagem de
volta;
•
Logística de transporte e infra estrutura local bem organizada. (banheiro,
telefone, armários...);
•
Um bom restaurante à entrada do parque.
68
PONTOS NEGATIVOS:
•
Saturação da cidade de Águas Calientes. Num curto prazo, o excesso de público
pode vir a comprometer os serviços;
•
Falta de sinalização dentro do parque (insuficiente).
c) Llama Táxi
PONTOS POSITIVOS:
•
Tentativa de inserção da comunidade na atividade Ecoturística do local.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Produto poderia ser desenvolvido de forma mais completa, apresentando mais
aspectos culturais da comunidade envolvida e mais informações sobre a Llama, como
por ex. como é feita a tosa da llama, como se carda a lã, como as mulheres fazem os
tecidos, etc;
•
Passeio constrangedor e sem muito aproveitamento, pois nota-se que as llamas
estão tremendamente desconfortáveis e assustadas, podendo até ocorrer acidentes;
•
Não existe interação com a comunidade. É constrangedor para o turista
também porque notamos que os nativos nos estranham muito;
•
Os animais parecem assustados e não adaptados/treinados para condução da
charrete, pois precisam de quatro pessoas para conduzi-los e tranqüiliza-los;
•
Essa atividade pode ser abolida e substituída por uma como sugerimos acima.
d) Observação de Aves – Gallitos de las Rocas
PONTOS POSITIVOS:
•
Um espetáculo da Natureza;
•
Excelente condução dos guias;
•
Boa estrutura de apoio.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Melhorar Manutenção e conservação da Base de Observação;
69
•
Permitir fotos com flash (prejudicial ao pássaro);
•
Falta de informações prévias sobre a atividade.
e) Trilha do Rio União – “ Trocha Union”
PONTOS POSITIVOS:
•
Excelente condução dos guias. Respeito ao ritmo diferente dos participantes;
grande conhecimento da fauna e flora da região;
•
Grupos pequenos, maior aproveitamento da trilha. Define a qualidade do
produto;
•
Associação da parte cultural com o natural (Dizem que a trilha foi utilizada
pelos Incas);
•
Parte lúdica da trilha, atingir objetivo, alcançar o Rio.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Comunicação na Trilha – os guias não possuem rádios de comunicação;
•
Falta interpretar melhor a trilha, inserir no contexto do ecossistema da região.
f) Canopy Tree Observação de Aves
PONTOS POSITIVOS:
•
Excelente condução dos guias. Respeito ao ritmo diferente dos participantes;
grande conhecimento da fauna e flora da região; sensibilização durante o período do
passeio;
•
Grupos pequenos. Define a qualidade do produto;
•
Experiência única de estar na copa de uma árvore de aprox. 30m de altura
PONTOS NEGATIVOS:
•
Manutenção do equipamento deve ser melhor;
•
Falta interpretar melhor a trilha; inserir no contexto do ecossistema da região;
•
Falta rádio para comunicação do guia e auxiliares.
70
g) Passeio de Catamarã
PONTOS POSITIVOS:
•
Opção pelo Catamarã como meio de transporte facilita na observação de fauna
e flora por não emitir ruídos e ser facilmente conduzido. Além de agregar a atividade
do remo ao produto;
•
Grupos pequenos, maior aproveitamento do passeio. Define a qualidade do
produto;
•
Divisão do passeio em trilha e Catamarã diversifica o produto.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Trilha sem muitos atrativos. Monótona;
•
Não houve interpretação da flora.
h) Observação de Ariranhas (lobos do rio) – Lago Salvador e Otorongo
PONTOS POSITIVOS:
•
Opção pelo Catamarã como meio de transporte facilita na observação de fauna
e flora por não emitir ruídos e ser facilmente conduzido. Além de agregar a atividade
do remo ao produto;
•
Grupos pequenos, maior aproveitamento do passeio. Define a qualidade do
produto;
•
Divisão do passeio em trilha e Catamarã diversifica o produto.
PONTOS NEGATIVOS:
•
Tanto durante o trajeto de barco, como a trilha, não é feita nenhuma
interpretação do meio.
71
PERU
Ecoturismo e Turismo Cultural
ANEXO IV – Relatório do Consultor
Internacional
Mg. Sc. Luis A. Ríos Arévalo
72
INDICE
1. INTRODUCCIÓN
2. ANTECEDENTES
2.1. MARCO POLÍTICO NACIONAL
2.2. LA OFERTA TURÍSTICA EN EL PERU
2.3. EL SISTEMA DE AREAS NATURALES PROTEGIDAS DEL PERÚ
2.4. ORGANISMOS NACIONALES VINCULADOS A LA ACTIVIDAD TURISTICA
3. ANÁLISIS DE LA SITUACIÓN
3.1. EL OPORTUNISMO EN EL TURISMO
3.2. RELACION ENTRE LOS EMPRESARIOS GRANDES Y PEQUENHOS
3.3. ECOTURISMO Y TURISMO DE NATURALEZA
3.4. LA INTERPRETACIÓN Y EL MARKETING
3.5. EXPERIENCIAS DE ECOTURISMO EN EL PERÚ
4. ANOTACIONES SOBRE LAS EXPERIENCIAS VISITADAS
5. CONCLUSIONES
6. BIBLIOGRAFÍA
7. ANEXO: La Actividad Turística en el Parque Nacional del Manu
73
1. INTRODUCCIÓN
El Perú es un país beneficiado en cuanto a potencial para el desarrollo de actividades
turísticas. Herederos de una cultura que ha dejado grandes expresiones del dominio e
interacción del hombre sobre su entorno, sumado a la riqueza de ambientes y
ecosistemas resultado de la presencia de la cordillera de los andes y su posición
próxima a la línea ecuatorial, sazonada con la variedad de pueblos nativos y razas
migrantes que llegaron al Perú por distintas razones y en distintos momentos, nos han
dejado hoy en día con una gran variedad de posibilidades para desarrollar una diversa
oferta turística.
Sin embargo, la actividad turística no depende únicamente de la riqueza de atractivos
que un destino pueda presentar, si no mas bien de la forma en que estos se ofertan y
se llegan a diferenciar del resto de la competencia y son estos aspectos de la industria
del turismo los que aun se presentan débiles en el desarrollo de esta actividad en el
ámbito nacional.
Este informe presenta un análisis de la situación de la actividad turística en el Perú,
con un énfasis especial en aquellas que se desarrollan en ambientes naturales, además
de presentar algunas recomendaciones sobre su desarrollo, las cuales resultan
aplicables a las realidades y otras ofertas turísticas.
2. ANTECEDENTES
En el Perú, la industria turística, aunque siempre ha sido considerada como una
industria de importancia para el país, recién ha sido tomada en cuenta en las políticas
nacionales en los últimos 10 años. Por tradición, el Perú es un país extractivita, donde
sus principales productos, sin mayores esfuerzos de transformación, se reducen a la
explotación minera (principalmente de cobre) y la pesquera (harina de pescado).
A esto se suma un fuerte periodo de inestabilidad política y violencia, causado por la
presencia de movimientos terroristas durante la década de los 80s, y una epidemia de
cólera a principios de los 90, mantenían al turismo en Perú, muy por debajo del
potencial completo del País, con pocos destinos desarrollados, y hasta cierto punto de
manera especializada, en destinos como Machu Picchu, corazón de la actividad turística
en el Perú.
74
Es a mediados de los 90, que el país comienza a estabilizarse y la actividad turística
comienza a crecer rápidamente y en algunos casos de manera desordenada. Es en este
periodo que la oferta comienza a diversificarse y aparecer otras formas de turismo,
como el turismo de naturaleza y el ecoturismo.
2.1. MARCO POLÍTICO NACIONAL
En el Perú, la importancia alcanzada por el turismo en la economía nacional y su
enorme potencial de crecimiento han motivado su inclusión dentro de las políticas de
Estado. De acuerdo a estadísticas del Ministerio de Comercio Exterior y Turismo
(MINCETUR), la actividad turística genera más de un millón de empleos directos e
indirectos en el país, produce ingresos por alrededor de US $ 900 millones anuales y se
encuentra entre las tres primeras fuentes de divisas para el país, junto con la minería
y la pesquería.
En el Perú, estamos recibiendo un creciente numero de turistas cada año y estamos
próximos a alcanzar el millón de visitantes, sin embargo a pesar de este crecimiento y
de la abundancia de atractivo naturales, históricos, culturales y gastronómicos, aun
resulta difícil explotar la oferta real de atractivos del Perú, la que solo llega a captar el
0.13% de la demanda turística mundial1 (Gráficos No. 1 y 2)
Es en este contexto, que el gobierno, a través del Ministerio de Comercio Exterior y
Turismo (MINCETUR) ha establecido, de la mano con el sector privado, el Plan
Estratégico Nacional de Turismo 2005 – 2015 (PENTUR). Este documento estratégico
busca convertirse en una guía base de objetivos por alcanzar y acciones a seguir para
atender
y desarrollar la demanda de destinos turísticos. Este plan representa la
primera iniciativa de diálogo y trabajo conjunto entre el sector publico y el privado,
estandarizando conceptos y esfuerzos para el desarrollo de la actividad, identificando
las fortaleza, oportunidades, debilidades y amenazas del Perú, como País y como
destino turístico (Cuadro No. 1)
1
Organización Mundial del Turismo (OMT), Barómetro OMT del Turismo Mundial, Volumen 2, No.2, Junio
2004.
75
Gráfico No.1 .- Arribos de visitantes internacionales 20002004
Numero de visitantes
1,200,000
1,063,852
1,000,000
800,491
801,334
2000
2001
865,602
933,643
800,000
600,000
400,000
200,000
0
2002
2003*
2004**
Años
Fuente: Dirección General de Migraciones y Naturalización (DIGEMIN)
Elaboración: MINCETUR / Viceministerio de Turismo / Oficina de Asuntos Económicos
Nota: (*) Cifras preliminares de la DIGEMIN. No incluye residentes en el Perú.
(**) Cifras proyectadas considerando 8% de crecimiento vegetativo y 6%
adicional por la intervención de políticas del MINCETUR (promoción y fortalecimiento
del producto turístico.
Gráfico No. 2 .- Ingresos de divisas por turismo 2000-2003
950
923
Millones de dolares
911
900
850
801
788
800
750
700
2000
2001
2002
2003
Años
Fuente: Banco Central de Reserva del Perú (BCRP)
Elaboración: MINCETUR / Viceministerio de Turismo / Oficina de Asuntos Económicos
76
Cuadro No. 1.- FODA del turismo en el Perú, identificado en las Bases
Estratégicas del PENTUR
Fortalezas
Debilidades
- Decisión de reconocer al turismo como
un sector prioritario en la Política de
Estado e importante generador de
- Insuficiente e inadecuada
divisas.
infraestructura básica en los principales
-Variados y abundantes recursos
destinos turísticos.
culturales, naturales y humanos.
- Insuficiente frecuencia de vuelos y
- Existencia de un icono turístico de
rutas aéreas e infraestructura vial, que
reconocimiento mundial: Machu Picchu.
permitan el acceso al Perú y el
- Diez recursos culturales y/o naturales
desplazamiento de los visitantes al
se encuentran en la lista del Patrimonio
interior del País.
Mundial de la UNESCO.
- Concentración del Producto Turístico
- Recursos económicos para la promoción Peruano en el Cusco (Machu Picchu).
- Normatividad turística no acorde con
y desarrollo del Producto Turístico
los objetivos sectoriales.
Peruano como un mecanismo que no
- Irregulares niveles de calidad de
depende de la voluntad política (Fondo
servicio.
de Promoción y Desarrollo Turístico
- Incipiente posicionamiento del Perú en
Nacional – Ley 27889).
los principales mercados emisores.
- Coincidencia de objetivos y gran
- Medición indirecta del turismo, escasa e
respeto mutuo entre el sector público y
inadecuada información.
privado.
- Desorden urbano y débil capacidad de
- Buena imagen del Perú en el exterior.
gestión de muchos de los gobiernos
locales y regionales.
- Escasa conciencia cívica y turística en la
población.
Oportunidades
Amenazas
- Creciente interés del mercado
internacional en temas relacionados al
medio ambiente, cultura y naturaleza y
- Momento de transición en el proceso de
nuevos destinos.
regionalización.
- Incremento de la demanda
- Reclamos sociales, inseguridad y
internacional por productos de turismo
delincuencia creciente.
vivencial (rural, comunitario).
- Riego de atentados terroristas en los
- Contracción de la demanda de bienes y
principales mercados emisores.
servicios de los mercados del Medio
- Desastres ambientales en algunos
Oriente y Europa.
destinos turísticos.
- Reconocimiento de la gastronomía
Peruana.
Fuente: Plan Estratégico Nacional de Turismo 2005 – 2015.
Con esta planificación de por medio, el gobierno del Perú, a
través del MINCETUR, comenzó una serie de proyectos en
busca de cumplir con las metas y propuestas del PENTUR,
entre las que destacan la contratación de una empresa de
marketing para el desarrollo de la campaña publicitaria del Perú como destino turístico
para los Estados Unidos y Europa, “Pack your Six Senses and Come tu Peru” (“Empaca
77
tus seis sentidos y ven a Perú”), la participación en la Feria Internacional de Turismo
de Berlín (más información disponible en www.promperu.gob.pe)
2.2. LA OFERTA TURÍSTICA EN EL PERU
El Perú es un país beneficiado en cuanto a
oferta de atractivos turísticos se refiere
(Mapa No.1), ha sido cuna de la civilización
en América del Sur, dejando como resultado
muestras arqueológicas y restos de estas
civilizaciones
a
lo
largo
del
territorio
nacional,
adicionalmente, su geografía caracterizada por
la presencia de la cordillera de los andes, no
solo representa un atractivo como tal, si no
que ha generado las condiciones necesarias
para la existencia de ecosistemas especiales
(Mapa No.2), siendo así, que el Perú con
apenas el
0,25% del territorio mundial alberga 84 de las
117 zonas de vida del mundo, y un varios
record en biodiversidad. Además, cuenta con
diversas expresiones culturales, resultado de la
amplia distribución de culturas nativas y la
influencia
del
proceso
de
conquista
y
las
migraciones de otras razas y culturas, durante
los periodos de
esclavitud, las cuales además, han generado una
mixtura de costumbres reflejadas en una amplia
oferta gastronómica y un calendarios de festividades
locales, tan amplio, que resulta difícil llegar a conocer
todas estas expresiones.
78
Mapa No.1.- Oferta Turística del Perú.
79
Mapa No.2.- Climas del Perú
80
Para reflejar la gran variedad de culturas y ecosistemas del Perú, vale la pena citar a
David Bellamy, quien dijo: “El Perú es un país con una diversidad sorprendente en
términos humanos y biológicos. Es un hecho que posee entre el 82 y 84% del mundo
biológico. Si pudiéramos salvar al Perú, podríamos rehabilitar el resto del mundo a
partir de este país”.
Sin embargo, a pesar de poseer esta gran riqueza natural, los esfuerzos del gobierno
referidos al turismo, siempre han estado dirigidos a promocionar y preparar al Perú,
como un destino histórico – cultural, es por esta razón, que las actividades de turismo
de naturaleza y/o ecoturismo, se han desarrollado en su mayoría en los alrededores o
al interior de Áreas Naturales Protegidas, y por ello están dirigidas o normadas por el
Ministerio de Agricultura a través, del Instituto Nacional de Recursos Naturales
(INRENA).
2.3. EL SISTEMA DE AREAS NATURALES PROTEGIDAS DEL PERÚ
El Perú es considerado como uno de los doce países con mayor diversidad biológica en
el mundo junto a Colombia, Brasil, Ecuador, México, Zaire, Australia, China, India,
Indonesia y Malasia. Solo en nuestro país conserva 84 de las 117 zonas de vida
naturales del planeta, por ello la conservación de nuestra biodiversidad no solo
beneficia a las actuales y futuras generaciones de peruanos, sino también a la
comunidad internacional.
En el Perú, existe el mandato constitucional de Proteger la biodiversidad, expresado en
el articulo No. 68 de la Constitución Política del Perú, el que señala que: “El Estado
está obligado a promover la conservación de la diversidad biológica
y de las áreas
naturales protegidas”. Esta responsabilidad de establecer, y mantener las Áreas
Naturales Protegidas, se encuentra en manos del Instituto Nacional de Recursos
Naturales (INRENA), un organismo descentralizado del Ministerio de Agricultura, quien
a través de la Intendencia de Áreas Naturales Protegidas (IANP), quien a través del
Sistema Nacional de Areas Protegidas por el Estado (SINANPE), ha logrado poner bajo
Protección, cerca del 15.0% del territorio nacional, bajo diferentes categorías de
conservación (Mapa No.3).
81
Mapa No.3.- El SINANPE (Marzo de 2004)
82
Las áreas naturales protegidas (ANPS) son los espacios continentales y/o marinos
reconocidos, establecidos y protegidos legalmente debido a su importancia para la
conservación de la diversidad biológica y demás valores asociados de interés cultural,
paisajístico y científico; así como por su contribución al desarrollo sostenible de cada
país.
Cuadro No.2.- Objetivos y Beneficios de las ANP
Objetivos de las ANP
Beneficios de las ANP
‚
‚
‚
‚
‚
‚
Conservar la diversidad biológica.
Ser una muestra representativa.
Posibilitar ciencia, educación,
turismo y recreación.
Permitir aprovechamiento
sostenible.
Mantener valores estéticos, éticos
y nacionalidad
‚
‚
‚
‚
Conservación del patrimonio
natural del Perú.
Servicios ambientales: agua, aire.
Investigación.
Conservación de stocks para las
principales actividades
productivas.
Aprovechamiento paisaje:
turismo. Recursos básicos para
poblaciones locales ( alimentos,
vestimenta)
Fuente: Intendencia de Áreas Naturales Protegidas. (www.inrena.gob.pe)
El SINANPE, reconocen dos tipos de aprovechamientos en las ANPs, el directo y el
indirecto, estos usos son permitidos dependiendo de la categoría del ANP (Cuadro
No.3) Sin embargo, el uso indirecto es posible en todas las áreas naturales protegidas,
entendiéndose por uso indirecto, aquel que no consume los recursos, como el
turismo.
Cuadro No.3.- Categorías del SINANPE y Usos Permitidos
Áreas de Uso Indirecto (Protección
Estricta)
Parques Nacionales
Santuarios Nacionales
Santuarios Históricos
Reserva Nacionales
Bosques de Protección
Arreas de Uso Directo
Reservas Comunales
Reservas Paisajísticas
Refugios de Vida Silvestre
Cotos de Caza
Áreas en Estudio*
Zona Reservada
Fuente: Plan Director del SINANPE (2003).
(*) Las Zonas Reservadas, son categorías transitorias, mientras se culminan los
83
estudios para determinar la categoría correspondiente para dicho espacio.
2.4. ORGANISMOS NACIONALES VINCULADOS A LA ACTIVIDAD TURISTICA
PROMPERU
Mediante D.S. N. 010-93-PCM publicado el 23 de febrero de 1993 se crea la Comisión
de Promoción del Perú (PROMPERU) encargada de la difusión de la imagen y realidad
del Perú en el exterior. Esta comisión se crea como un organismo que centralizará la
toma de decisiones para la difusión de la imagen y la realidad del Perú en el exterior,
así como para la promoción de las inversiones, el turismo y las exportaciones.
Asimismo, PROMPERU coordinará y concertará con las entidades e instituciones
publicas y privadas las acciones que realizan en las materias antes señaladas, y
ejecutará las acciones complementarias que fueran necesarias para lograr los objetivos
de promoción del Perú en el extranjero.
Mediante D.Leg. N. 883 publicado el 17 de julio de 1996, se otorga rango de Ley a la
norma de creación de la Comisión de Promoción del Perú (PROMPERU) y dispone que
esta absorba al Fondo de Promoción Turística (FOPTUR), organismo que hasta esa
fecha era una Institución Pública Descentralizada adscrito al Ministerio de Industria
Turismo, Integración y Negociaciones Comerciales Internacionales
CENFOTUR
El Centro de Formación en Turismo, cuya creación, funciones y normatividad se
encuentra establecida en el Decreto Ley 22155 del 3 de mayo de 1978, publicado al
día siguiente, es una Institución Pública Descentralizada del Sector Turismo destinada
a la formación, capacitación y perfeccionamiento de los trabajadores de la actividad
turística. Cuenta con personería jurídica de Derecho Público Interno y autonomía
económica y administrativa. Tiene por finalidad planificar y ejecutar la política de
formación, capacitación y perfeccionamiento del personal en los diferentes niveles
ocupacionales de la actividad turística, y en concordancia con la Ley General de
Educación.
Sus funciones son las siguientes: estudiar y determinar a nivel nacional las
necesidades de formación y capacitación del personal requerido; proponer al Sector
Turismo la política de formación y capacitación del personal de la actividad turística;
planear, elaborar, ejecutar y promover programas de formación y capacitación de
acuerdo con la política sectorial y emitir pronunciamiento por intermedio del
84
Viceministerio de Turismo en las solicitudes que presenten al Ministerio de Educación
otras entidades que deseen abrir nuevos centros de educación turística. A nombre de
la Nación, otorga los títulos y/o certificados que correspondan de acuerdo con el área o
grado académico, de conformidad con el reglamento respectivo.
Cabe resaltar que mediante el Decreto Ley 23046 del 14 de mayo de 1980, publicado
el 16 del mismo mes, se incluye a Cenfotur entre las instituciones con rango
universitario a nivel de licenciatura.
Finalmente, mediante Resolución Ministerial N.102-97-ITINCI/DM publicada el 3 de
junio de 1997 se aprueba la Directiva N. 002-97-MITINCI/VMTINCI/DNT que establece
el procedimiento a seguir para la supervisión de actividades de los prestadores de
servicios turísticos, asignándole la responsabilidad de su cumplimiento a la Dirección
Nacional de Turismo y a las Direcciones Regionales, Subregionales y Zonales de
Industria y Turismo según corresponda.
3. ANÁLISIS DE LA SITUACIÓN
Recientemente, la Organización Mundial del Turismo (OMT) ha difundido información
alentadora acerca de la evolución del turismo durante el 2004. El Barómetro Mundial
de la OMT nos muestra que, entre enero y agosto del 2004, las llegadas de turistas
internacionales se incrementaron en 12% con relación al mismo periodo del año
anterior. Si bien ello obedece a una recuperación con respecto a la disminución de
1.5% registrada en el 2003, las llegadas internacionales del 2004 también superan a
las producidas en el mismo lapso del 2002, que constituyó un año record en los viajes
a nivel mundial.
Este incremento se produce a la par con una serie de cambios en el perfil, gustos,
motivaciones y características de viaje de los turistas. Actualmente, por ejemplo, las
principales tendencias del mercado nos muestran a un turista con una sensibilidad
cada vez mayor respecto a la fragilidad de los ecosistemas; en búsqueda de
experiencias que le permitan un contacto con la sociedad que visita y obtener un
aprendizaje de sus manifestaciones culturales; y con una predilección por destinos que
practiquen un turismo sostenible.
Por otro lado, tal como la revista Newsweek publicó hace algunas meses en un
reportaje especial sobre el Sector Turismo, nos encontramos ante una “Nueva Era
85
Dorada del Turismo”. Los desplazamientos con motivos turísticos han dejado de ser un
lujo
y,
para
cada
vez
mayores
segmentos
de
la
población
de
los
países
industrializados, son una suerte de necesidad que les permite alejarse de la rutina. Así,
por ejemplo, la fragmentación de las vacaciones por parte de los trabajadores se
orienta a que puedan realizar un mayor número de viajes a lo largo del año.
El nuevo perfil del mercado turístico está conformado por una población creciente de
adultos mayores que -gracias a una jubilación anticipada y mejores pensiones que en
el pasado- disponen de tiempo, buen estado físico y recursos para viajar. Igualmente,
se ha incrementado el segmento de viajeros solteros o parejas jóvenes sin hijos que
buscan experiencias de acuerdo a su ciclo de vida familiar. Hoy, incluso, la primera
experiencia de viaje se adelanta para vastos sectores de la población.
Por su parte, conforme aumenta el uso del Internet, aparecen comunidades de
“turistas virtuales” que organizan sus viajes en función de los gustos de los grupos y/o
listas de interés en las que participan. Estamos ante una “Nueva Era Dorada del
Turismo”,
caracterizada
principalmente
por
un
creciente
número
de
turistas
provenientes de mercados emergentes; por la búsqueda de destinos temáticos; por la
orientación de los viajeros no experimentados a realizar primero turismo interno o
intrarregional; por la organización de “viajes a la medida” del cliente y por la
priorización de viajes con “experiencias compartidas”, en los cuales se contemple
realizar distintos tipos de actividades.
En este contexto, la importancia económica del turismo y su rápido crecimiento
brindan grandes oportunidades para la creación de empresas y el desarrollo de
proyectos turísticos.
En el Perú, las actividades de Turismo de Naturaleza y/o Ecoturismo, han estado
siempre vinculadas a las Áreas Naturales Protegidas, entre ellas algunas han llegado a
tener reconocimiento mundial y mucha difusión, como es el caso del Parque Nacional
del Manu, la Reserva Nacional Tambopata y el Parque Nacional Huascarán.
3.1. EL OPORTUNISMO EN EL TURISMO
Como se menciono párrafos arriba, el empresariado peruano, se ha caracterizado por
ser básicamente oportunista, de actividades extractivistas sin reposición de recursos,
sin control sobre los volúmenes de extracción o los impactos generados, sin
responsabilidad social en sus actividades, con inversiones de corto plazo, sin
86
compromiso de reinversión en el País.
En el caso de turismo, la situación no ha sido muy diferente, en el ámbito nacional se
ha desarrollado la actividad de manera desordenada y basada en un oportunismo, bajo
la lógica de que si el negocio del vecino funciona, debo poner un negocio similar y
funcionara. Casos de este crecimiento desordenado y sin planificación alguna, se puede
observar en el corazón del turismo Peruano, Cusco, donde todas las actividades han
aparecido de manera desordenada y conforme crece la actividad aparecen nuevos
competidores bajo esta lógica de éxito.
Sin embargo el panorama, no llega a ser tan desalentador, con el esfuerzo del
gobierno por incentivar el dialogo entre todas los actores del turismo con el Plan
Estratégico Nacional de Turismo (PENTUR), las nuevas modalidades para desarrollar
las actividades de turismo de naturaleza y ecoturismo presentadas por el INRENA y la
nueva Ley Forestal y de Fauna Silvestre a través de las concesiones para ecoturismo y
la aparición de una nueva clase empresarial comprometida con
el desarrollo de la
actividad en el País, empresarios capaces de hacer grandes inversión para ofrecer
servicios de calidad a los visitantes, el Perú a comenzado un proceso que no debe
detenerse.
3.2. RELACION ENTRE LOS EMPRESARIOS GRANDES Y PEQUEÑOS
Como en cualquier relación de oportunismo, los empresarios pequeños se benefician
del los empresarios grandes de tres maneras definidas.
¾
Los grandes empresarios, son aquellos que realizan un Plan de Negocios para
establecer los negocios turísticos, son quienes incurren en los mayores gastos
de investigación para definir un producto turístico, las fortalezas del destino, la
estrategia de marketing, etc. Una vez que ellos se han establecido y han
logrado establecer un negocio rentable, aparecen los pequeños empresarios,
quienes simplemente copian una formula exitosa.
¾
El pequeño empresario además se beneficia de la publicidad realizada por el
empresarios grande, ya que una vez que el destino ha sido abierto, las
inversiones
en
marketing,
diseño
de
infraestructura,
etc
se
reducen
considerablemente y la demanda ya se esta incrementando permitiendo a los
87
pequeños captar parte del flujo turístico al área e incluso reducir algunos
costos.
¾
Finalmente, al haberse incrementado la demanda, algunos de los grandes
empresarios no cuentan con la suficiente capacidad instalada como para
atender algunos grupos, por lo que estos grupos son redirigidos por el mismo
operador
grande
hacia
los
albergues
u
operaciones
de
los
pequeños
empresarios, claro con una comisión de por medio.
Es evidente que el operador pequeño siempre se beneficia de la sombra proporcionada
por la presencia de un operador grande en el mismo circuito, es la presencia de estos
grandes empresarios lo que permite el crecimiento de la actividad turística a nivel
nacional y por ello, es necesario reconocer el merito que representa se un
Emprendedor de turismo en el Perú.
3.3. ECOTURISMO Y TURISMO DE NATURALEZA
Existe una constante confusión de términos respecto al ecoturismo y el turismo de
naturaleza, en el Perú, el caso no es diferente, constantemente, los empresarios
turísticos y las autoridades nacionales confunden la terminología. Es evidente que el
termino “Ecoturismo” resulta más fácil de vender y el cliente siente una mayor
atracción por el mismo, que con el turismo de naturaleza. Ahora uno no es mejor ni
peor que el otro, son simplemente dos expresiones de turismo responsable, que
buscan apuntar a segmentos de mercado muy parecidos pero no iguales.
El Turismo de Naturaleza, es aquella forma de turismo sostenible (económica, social y
ambientalmente) que se desarrolla en ambiente naturales, donde el cliente busca
apreciar el paisaje natural y observar la expresiones de la biodiversidad, el Ecoturismo
sin embargo, va un paso mas allá, busca no solo que el cliente aprecie las expresiones
de la biodiversidad si no que además busca generar una sensibilización respecto a un
tema especifico, en el cliente.
En el Perú podemos caracterizar el ecoturismo como una actividad turística, pero que
en la mayoría de casos ha sido empleada como una herramienta de Conservación,
siendo las iniciativas generalmente planteadas por ONGs que buscan reforzar la
conciencia publica sobre los temas de conservación en general. En cambio las
actividades iniciadas por los empresarios son mas del tipo de Turismo de Naturaleza,
88
donde el objetivo es únicamente mostrar la variedad de ambientes y expresiones
naturales.
Hay que resaltar que una actividad no es mejor que la otra, simplemente responden a
objetivos diferentes.
3.4. LA INTERPRETACIÓN Y EL MARKETING
En este tipo de operaciones turísticas (turismo de naturaleza, vivencial, ecoturismo,
etc.) existen dos aspectos fundamentales para el éxito.
Primero, el Marketing, con la segmentación de mercados y la diferenciación de
productos, es indispensable para una operación turística responsable, tener una
campaña de marketing especifica, mientras la demanda se encuentra creciendo esta
tarea no es evidente, pero conforme se comienza a saturar el mercado, es necesario
preparar una campaña de marketing especializada para el producto diseñado.
Adicionalmente, atractivos naturales, históricos, culturales, etc existen en todo el
mundo y la competencia no es únicamente con el vecino que tiene una operación
similar en el mismo ambiente, si no mas bien con todas las operaciones similares en el
mundo, cada turista que decide visitar un atractivo, regresa a su país de origen y se
encuentra satisfecho promocionara el destino visitado, si no es el nuestro entonces no
hemos perdido un turista, si no mas bien a cinco.
El segundo es la interpretación, un producto de estas características depende
fuertemente de la interpretación, un turista (cliente) que busca este tipo de productos,
es un turista especializado, sabe que es lo que esta buscando y generalmente se ha
preparado para su visita, revisando toda la información que tenga disponible. Por esta
razón, la interpretación no solo debe ser cierta, si no que además debe ayudar a
enriquecer la experiencia, de manera que el turista quede satisfecho.
3.5. EXPERIENCIAS DE ECOTURISMO EN EL PERÚ
3.5.1. Posada Amazonas: Rainforest Expeditions y la Comunidad de
Infierno.
El proyecto de Posada Amazonas tiene su origen en la confluencia de deseos,
aspiraciones e intereses de la empresa privada Rainforest Expeditions (RE) que venía
trabajando en ecoturismo en la zona desde hacia algunos años, con la Comunidad
89
Nativa Infierno (CNI) que desde muchos años atrás tenía esa aspiración como una
importante alternativa de empleo e ingresos para la comunidad, pero no sabían como
hacerlo.
Desde
los inicios de la década de los 90, la empresa RE había comenzado sus
actividades de ecoturismo e investigación en un albergue situado en los límites entre la
Reserva y el Parque Nacional, adentrándose en la selva más allá de los territorios de
la CNI. Desde algunos años atrás, uno de los socios y lider del proyecto realizaba
proyectos de investigación en la zona estableciendo vínculos de amistad y colaboración
con varios miembros de la comunidad, que fueron empleados en el primer albergue
como trabajadores y como asistentes de los proyectos mencionados.
Esta experiencia directa
convenció a algunos dirigentes comuneros de que el
ecoturismo era una importante alternativa para la satisfacción de sus necesidades de
empleo y para el mejoramiento del nivel de vida de los miembros de la comunidad, ya
que por estar ubicada en la zona de amortiguamiento del Parque Nacional BahuajaSonene, los comuneros estaban limitados en sus posibilidades de empleo e ingresos. El
ecoturismo ha existido en Tambopata desde hacia varias décadas, sin embargo desde
la década de los 90 ha adquirido una importancia mayor. En los últimos años, de 40 a
50 turistas que llegan diariamente a Puerto Maldonado, pasan en bote delante de las
casas de los comuneros por la mañana y por la tarde.
Rainforest Expeditions, por su parte, buscaba un lugar donde construir un albergue
que le permitiera hospedar a más de 500 turistas que entonces recibían en el Centro
de Investigaciones Tampopata (CIT) en el camino de 8 horas por el rio Tambopara
desde el aeropuerto en Puerto Maldonado. Hasta entonces RE estuvo alojando turistas
en los albergues de la competencia. La ubicación geográfica de la comunidad era ideal
para descansar rumbo al CIT.
Para que la Asociación fuera sólida no era suficiente que los dirigentes, asesorados por
la Federación De Comunidades Nativas de Madre de Dios (FENAMAD), estuvieran
convencidos de las bondades del proyecto para la comunidad, fué necesario que el
líder empresarial del proyecto y algunos de los líderes de la comunidad hicieran un
trabajo casa por casa explicando a los comuneros las condiciones de la asociación de
modo de vencer la natural desconfianza y temores frente a lo nuevo y desconocido.
Luego de un proceso de varios meses de consulta, convencimiento y diálogo para la
elaboración de los términos del contrato, hacia Mayo de 1996 se firma el contrato de
creación de la Asociación Ke´eway que dá nacimiento al proyecto.
90
A partir de entonces, RE asume la búsqueda del financiamiento entre diversas
fundaciones y organismos de cooperación, realiza las inversiones iniciales y junto con
la CNI, que contribuye con los terrenos y las faenas de trabajo, proceden al inicio e
implementación del .proyecto, cuyo aspecto central fue la construcción del albergue
Posada Amazonas.
La posibilidad de construir el albergue se dió gracias al esquema de financiamiento
diseñado con el Fondo de Contravalor Perú - Canadá (FPC) firmándose
un contrato de
financiamiento a tres años. El monto desembolsado inicialmente fue de USA $250,000,
el 60% utilizado para infraestructura (techos de hoja de palmera, paredes de madera,
caña batida y arcilla, pisos y columnas de madera) y el 40% para equipamiento
(muebles, cuartelería, menaje, equipo de cocina, servicios higiénicos, etc.). El
financiamiento fue otorgado como un préstamo a RE a tres años, hasta que el FPC
aprobara, mediante acta, la culminación de las obras programadas y ejecutadas por
RE, momento en el cual el albergue se transferiría a título gratuito a la comunidad
nativa.
A partir de ese momento, la Asociación en Participación se hizo responsable de pagar
el 40% del financiamiento, que equivale al monto desembolsado para el equipamiento,
préstamo que terminó de pagarse íntegramente en el año 2,000, en un plazo más
corto del previsto.
Casi todos los contratos de madera, de recolección y preparación de caña, hoja de
palmera y arcilla fueron otorgados a comuneros. Para la realización de este contrato y
la concreción del financiamiento, el Fondo Perú - Canadá solicitó inversiones de los
socios como contrapartida. RE ha invertido su infraestructura administrativa y de
mercadeo por un valor estimado de US$ 55,000 y la CNI ha invertido mano de obra
por un valor de estimado de US$ 60,000 (contabilizado en jornales de trabajo),
aportando, así mismo, las tierras donde se construyó el albergue.
Posteriormente, se solicitó un desembolso adicional de US$ 75,000 para construir una
cuarta ala de seis habitaciones (para llegar al número de actual de 24 habitaciones).
Adicionalmente, la Fundación MacArthur aportó US$ 30,000 para capacitación y el
American Bird Conservancy US$10,000 para investigación del águila arpía.
La Comunidad Nativa Infierno y la empresa Rainforest Expeditions suscribieron en
1966 el contrato que define los términos y condiciones de la creación de una empresa
conjunta en la forma de una Sociedad en Participación denominada Asociación
91
Ke´eway de Ecoturismo que administra el albergue Posada Amazonas. El contrato
estipula que las dos partes compartirán los beneficios de la siguiente manera: un 60%
para la comunidad y un 40% para la empresa y se dividirán su manejo 50%-50%. La
totalidad de la infraestructura pertenece a la comunidad nativa Ese´eja y Rainforest
Expeditions tiene el derecho de uso exclusivo de ésta mediante la concesión de la
operación turística por 20 años. Después de dicho período, que fija la duración del
contrato, la comunidad tendrá la opción de continuar con la sociedad o separarse de
ella y continuar como propietarios absolutos.
Como una empresa pionera de su tipo, Posada Amazonas representa un nuevo nivel de
participación de la comunidad nativa en ecoturismo. Los miembros de la comunidad
participan en el manejo de las operaciones del Albergue, no sólo como parte
ampliamente mayoritaria del personal, sino como dueños, tomando parte en el proceso
de toma de decisiones.
La Asociación Keëway ha concebido un mecanismo muy interesante y novedoso de
participación y, al mismo tiempo, de capacitación y entrenamiento de los líderes de la
comunidad nativa en la gestión del Albergue. Se trata del Comité de Gestión
compuesto por diez miembros comuneros, elegidos de acuerdo a las disposiciones
previstas por los estatutos de la comunidad.
El Comité de gestión es el encargado de supervisar, evaluar y controlar en forma
permanente el cumplimiento de las estipulaciones pactadas en el contrato, así como el
conjunto de las operaciones y los resultados del negocio, velando por el bienestar de la
comunidad. Es un mecanismo eficiente de representación, de información y definición
conjunta de las estrategias del negocio y de toma de decisiones sobre asuntos
concretos relacionados con el buen funcionamiento del mismo. Por ejemplo, en las
últimas sesiones el Comité de Gestión ha discutido cómo cobrar una deuda de
materiales de más de 12 meses que ciertos comuneros tienen para con el proyecto; ha
tomado decisiones de sancionar con la separación del albergue a dos comuneros que
han cometido, reiteradamente, faltas graves como son la agresión sexual contra una
trabajadora del albergue miembro de la comunidad y la apropiación ilícita de bienes
de otro trabajador comunero.
Posada Amazonas ha generado 13 puestos de trabajo en el ámbito local, 5 puestos
adicionales en temporada alta (seis meses) y
4 puestos de remplazo. Todos los
puestos de cuartelería, cocina, lavandería, motoristas y mozos, son ocupados por
comuneros. Solamente un puesto permanente (administradora)
y
10 puestos
92
eventuales (guías) son ocupados por gente de fuera de la comunidad. Todos los
puestos que son ocupados por la comunidad son rotatorios por dos años, de modo de
que la mayor parte de sus miembros puedan acceder a ellos. Sin embargo, esta
alternativa no parece ser la mejor desde el punto de vista de la
eficiencia de la
empresa.
Para el éxito del proyecto la asociación otorga a la capacitación de los miembros de la
comunidad una alta prioridad, de modo que puedan llegar a manejar todas las áreas
de trabajo, desde las operativas, como el servicio de mozo o el guiado de un grupo,
hasta las administrativas como la capacitación del personal, la medición de la calidad
del producto a través de encuestas y el marketing. La estrategia que se ha optado
para capacitar a los comuneros tiene básicamente dos modalidades: La primera es
para los puestos operativos y se desarrolla sobre la base de talleres abiertos a todos
los comuneros en las instalaciones del albergue. Durante dos días, los comuneros
reciben charlas, demostraciones actuadas, videos, slides y materiales escritos sobre el
concepto de ecoturismo en general y cada puesto de trabajo en particular. Al final del
taller, por ejemplo, cada comunero sabe exactamente que hace un cocinero, a que
hora se levanta a trabajar, en que consiste su trabajo, cuanto se le paga, que
habilidades requiere, que problemas enfrenta, etc. Cada comunero puede entonces
tomar una decisión informada sobre el puesto de trabajo que crea conveniente ocupar.
Luego se les invita a practicar por una semana en ese puesto, y, finalmente, de
considerarse preparado, se les otorga un carnet que certifica su aptitud para trabajar
según las necesidades del albergue. Normalmente cuando se realizan cambios de
personal, cada dos años para cada puesto, éstos son ocupados por los dos mejores
del taller. Estos cursos y talleres se realizan desde 1998.
La segunda modalidad es para los puestos más complicados, como administrador o
guía, en este caso la capacitación se realiza mediante un programa de práctica –
aprendizaje, como asistente del puesto en cuestión, hasta que el candidato se
encuentre capacitado para ocuparlo.
Un total de cuarenta comuneros han asistido a los talleres, de los cuales, treinta han
realizado las prácticas, habiendo completado su capacitación
para los puestos
operativos. En Posada Amazonas todos los puestos de cuartelería, cocina, lavandería,
y
motoristas
están
ocupados
ya
por
comuneros.
Solamente
los
puestos
de
administrador del albergue y guía están ocupados por gente que no es de la
93
comunidad. Sin embargo, el administrador ya tiene un asistente comunero y dos de los
guías son igualmente comuneros.
Elementos innovadores
•
Arquitectura del albergue. Para la construcción de Posada Amazonas se ha
utilizado
una combinación de técnicas de ecoalbergues modernos con los
materiales tradicionales y las técnicas arquitectónicas que las comunidades
nativas usan en la Amazonía para construir sus casas: madera, frondas de
palma, caña brava y arcilla.
•
La sociedad en participación entre una empresa privada y una comunidad
nativa y las relaciones humanas existentes en su interior, generan un clima
muy agradable y singular que proporcionan un encanto particular que incide
notablemente en la calidad de la atención y de los servicios.
•
La experiencia vivencial de las culturas vivas a través de la incorporación en
el itinerario de actividades que permiten la interacción con pobladores de la
comunidad local, como es el caso de la visita a la granja local y la excursión
de etnobotánica.
•
La implementación de la torre de andamios de 35 metros de altura que le
permite al turista tener una visión de la selva desde lo alto de los árboles.
•
La filosofía de la empresa en cuanto a la responsabilidad ambiental y social
que inspiran tanto los programas de conservación, de monitoreo, de
fortalecimiento de actividades económicas y generación de empleo para la
comunidad, como las medidas que se están adoptando para minimizar los
impactos negativos surgidos por la actividad turística y maximizar los
positivos.
Definitivamente, la experiencia de Rainforest Expeditions y la Comunidad de Infierno,
es única en el Perú, es un claro ejemplo, de responsabilidad empresarial, donde una
empresa adopta un rol, mediante el cual beneficia y fortalece a una comunidad local,
sin dejar de cumplir su objetivo principal, el cual es la generación de ingresos y
94
utilidades propias, fortaleciéndose a si mismos con una herramienta de marketing que
muchos empresarios peruanos no ha aprendido a manejar aun.
3.5.2. Los Manglares de Tumbes
La virtud de esta operación, es la forma en como el turismo ha logrado cambiar las
percepciones de las poblaciones locales sobre el ambiente, llegando a convertir a un
enemigo en el mas fuerte aliado de la Conservación. A finales de los 80, la población
local alrededor del ecosistema de los Manglares de Tumbes, constituían la principal
amenaza sobre el ecosistema. La extracción de crustáceos y moluscos desordenada e
insostenible había llevado a ambiente a un nivel critico. En ese momento la
intervención de una ONG Conservacionista Nacional (Pro Naturaleza), con un claro
conocimiento y entendimiento de la amenaza, la sobre explotación de los Recursos
Hidrobiológicos, los obligo a pensar en diseñar nuevas formas de ingresos para estas
poblaciones, de manera que se puedan reducir las presiones sobre los RRHH.
Con un análisis correcto del problema, y una propuesta aparentemente funcional, la
ONG se lanzo a realizar campañas, primero de concientización sobre el riesgo de seguir
con los modelos de aprovechamiento existentes, ya que eventualmente las poblaciones
de crustáceos y mariscos terminarían desapareciendo. Luego, presentaron las
propuestas para desarrollar actividades turísticas y el rol que desempeñaban los
recursos hidrobiológicos en los atractivos necesarios para continuar con el desarrollo
de la actividad. Los Manglares de Tumbes, son un ecosistema rico en especies de aves,
las cuales sobreviven debido al consumo de los Recursos Hidrobiológicos.
Luego de varios años de campañas y pilotos de operación, los pobladores locales
lograron identificarse con la actividad turística y con la conservación del ecosistema del
Manglar. Convirtiéndose en sus principales protectores.
4. ANOTACIONES SOBRE LAS EXPERIENCIAS VISITADAS
4.1. CUSCO
Cusco es la capital turística del Perú, ahí la actividad turística se ha desarrollado por la
existencia de Machu Picchu, es por eso que todos los visitantes que vienen al Perú,
obligatoriamente pasan por las ruinas. Entendiendo este precedente, nos damos
cuenta que el resto del Perú se oferta en Cusco, con un promedio de tiempo de estadía
95
por visitante de 7 días en el Perú, el circuito clásico de Cusco de apenas 3 días (City
tour, Valle Sagrada y Machu Picchu) queda chico, permitiendo la oferta de otros
destinos nacionales, y siendo los mas beneficiados por esta situación los atractivos de
las localidades más cercanas al Cusco como Puno, con el Lago Titicaca y sus islas y
Arequipa, con el Cañón del Colca, sin embargo todos los productos del Perú, son
ofertados en Cusco. Así, la oferta de servicios en Cusco es muy variada, existiendo
servicios de todos los precios y para todos los gustos. Sin embargo, la capital turística
del Perú aun responde a un modelo de turismo de masas.
Siendo Machu Picchu, la estrella de esta oferta turística nacional, donde a nadie le
habia importado, hasta hace muy poco, la situación en que se desarrollaba la actividad
turística en el atractivo, no existen estudios que determinen la capacidad de carga del
sitio, y con el alto riego de protestas debido al establecimiento de este limite, nadie se
atreve aun a determinarlo.
El pueblo de Aguas Calientes (que recibe ese nombre por las aguas termales que
existen), es un pueblo que existe únicamente por la actividad turística, sin embargo
esta población no ha sabido planificar el desarrollo de la misma, observándose como
expresiones de este desorden las construcciones que no se mezclan con el entorno,
que responden mas a un ahorro en diseño, reduciéndolo a su expresión más simple al
ser todas cuadradas, que a una planificación turística. El estar al pie del monumento,
le ha creado a la población de aguas calientes una sensación de propiedad sobre el
mismo, habiendo llegado a protestar incluso por la exoneración de pagos que son
obligatorios para otros distritos del Perú, bajo la justificación de que deben ser
beneficiados para dar un buen servicio y si nos los benefician paralizan las visitas al
monumento, es así que este distrito es el único del Perú, que no paga impuestos, no
paga el servicio de agua ni luz, todo los ingresos de sus negocios, beneficiados por la
exoneración de pagos en servicios, son utilidades para sus dueños. Son estos
propietarios y pobladores de aguas calientes los primero que se oponen al
ordenamiento de la actividad en Machu Picchu, ya que saben que ello, puede
traducirse en un menor flujo de turistas y por lo tanto un menor ingreso en sus
negocios.
96
Respecto a la interpretación, muchos turistas (al
ser Machu Picchu un atractivo no especializado),
no están preparados para la interpretación, y se
presentan
muchas
irregularidades
en
las
explicaciones de los guías “certificados”, pude
notar durante la visita que la explicación que
recibíamos
nosotros
de
nuestra
guía,
era
diferente a la que recibía un grupo de turistas
extranjeros, al que su guía les contaba una historia diferente en ingles.
4.2. EL PARQUE NACIONAL DE MANU
Respecto a las operaciones dentro del Parque Nacional del Manu. Antes de hacer
algunas observaciones, vale la pena resaltar el hecho de que la visita a estado a cargo
de la que sin duda es la operadora más seria, más grande y con mas experiencia en
este circuito.
Algunas observaciones sobre la operación son las siguientes:
Las actividades turísticas en el Parque Nacional del Manu, son las más antiguas en el
ámbito de turismo en áreas naturales protegidas, sin embargo no hablamos de una
operación Ecoturística, sin no más bien de una operación de Turismo de Naturaleza,
Manu Nature Tours, tiene 20 años de experiencia en la zona
y en operaciones de
Naturaleza.
La Infraestructura de los albergues de Manu
Nature Tours, a pesar de ser de primera
calidad, para un turista exigente, y sin temor a
decirlo, las mejores en el ámbito nacional en
operaciones de naturaleza, no han dejado de
mantener una armonía con el espacio en el
cual se desarrollan, no han sacrificado la
armonía por la comodidad.
La calidad del guiado, es muy buena, todos los guías cuentan con preparación
superior, los tres guías que nos acompañaron en el viaje, cuentan con títulos
97
universitarios
y
para
el
caso
dos
de
ellos,
con
especialidades
de
biología,
indispensables para asegurar la calidad de la información que transmiten.
Sin ser una institución que debe velar por la
seguridad
locales,
y
bienestar
Manu
de
Nature
las
poblaciones
Tours,
se
ha
comprometido con ellas, involucrándolas en
las actividades de turismo, porque entiende
que ese compromiso facilita su operación, y
además que también le permite contar con
una herramienta de marketing, para los
nuevos mercados de turismo, que buscan una experiencia cercana con las culturas.
Convirtiéndose además, en una empresa con Responsabilidad Social, un factor de peso
en las evaluaciones de certificación vigentes.
Al ser realmente un empresa de punta, la cual aprende de sus debilidades y las
fortalece, Manu Nature Tours, al identificar que los tiempos de desplazamiento entre P.
N. Manu y Puerto Maldonado, resultan muy largo e incómodos para sus clientes, están
desarrollando una nueva embarcación, que permitirá reducir los tiempos de traslados
en un 40%, en estos momentos se encuentran construyendo un deslizador de aluminio
de 2 motores en Brasil, para mejorar la calidad de su servicio. Eso es ser un
emprendedor del Turismo.
Existe
apenas
una
observación
negativa
sobre
las
operaciones, y es que de acuerdo con los conceptos y
directrices internacionales sobre operaciones de turismo
de naturaleza y/o ecoturismo, no se deben modificar los
hábitos naturales de las especies de fauna, en ambos
albergues de la operadora, pudimos observar comederos
e incluso especies de fauna, ya malacostumbradas a
recibir
alimento y
que por ello han
cambiado su
comportamiento natural.
Finalmente, es indispensable resaltar el compromiso del dueño de Manu Nature Tours y
su diferencia con otros operadores, al aceptar un gran riesgo de inversión en incentivar
y desarrollar la actividad turística, solo el albergue de Manu Cloud Forest Lodge,
98
alcanza los 300,000 dólares americanos de inversión, riesgo que pocos empresarios en
el Perú se atreven a realizar.
Respecto a otras operaciones en el Parque
Nacional del Manu, hemos sido testigos de un
error que no pasa inadvertido por los ojos de los
operadores turísticos y es el albergue de Caiman
Tours, el cual, no respeta la armonía con el
ambiente, simplemente por un motivo de ahorro
en
el mantenimiento, un error que desde mi
punto de vista, lo coloca en desventaja con
otros. Es evidente que una construcción de
este tipo reduce los costos de mantenimiento,
pero también reduce el atractivo y la calidad
misma de la experiencia, que no solo se
resumen en caminatas y atractivos naturales.
En el caso de la Casa Machiguenga, el mercado
objetivo de la operación es distinto al de otras
operaciones, en esta experiencia, el cliente no
busca
necesariamente
la
comodidad
del
albergue, si no mas bien enriquecerse con la
convivencia con las poblaciones locales.
Esta experiencia nos obliga a reflexionar en los impactos que trae el turismo sobre las
poblaciones locales. Aquí vale la pena señalar tres aspectos fundamentales:
Primero, la modificación de costumbres para amoldarse a las necesidades el cliente
(turista), un ejemplo de ello, son las artesanías, dejan de ser realmente utensilios de
la vida cotidiana de las poblaciones, en el caso de las flechas, las originales flechas
Machiguengas llegan a alcanzar 1.80 metros de largo, sin embargo las que se ofrecen
a los turistas, ya no son las originales, sin no mas bien son una copia que responde a
una mejor transportación al ser mas pequeñas. Entonces, el turista ya no esta
comprando el producto real, sino más bien una mala copia.
99
Segundo, se crea una nueva necesidad en este tipo de culturas, nunca existió la
necesidad de tener tanto dinero, sin embargo con la presencia del turismo,
observamos precios altos en sus artesanías, estos flujos de dinero que ingresan por las
artesanías, mas los ingresos por trabajo en el albergue (nótese que solo se vendían
artesanías hechas por el personal que trabajaba en ese momento en el albergue),
crean una disponibilidad de efectivo superior a la que las poblaciones estaban
acostumbradas y comienzan a crearse nuevas necesidades, comenzando así el proceso
de erosión cultural.
Tercero, el abismo cultural que aun existe entre los Machiguengas y los turistas,
pueden llevar a insatisfacciones en ambos actores. Si recordamos el incidente con los
vasos y el refresco que cordialmente y con las mejores intenciones nos ofrecieron. Esa
es una situación delicada si fuéramos otro tipo de turistas. Por un lado, el turista
podría sentirse mal atendido o que el servicio es de mala calidad al observar los vasos
sucios. El Machiguenga, podría ofenderse y sentirse menos si es que el turista no
acepta tomar de esos vasos, pudiendo generar esta situación una de tensión entre
ambos.
Finalmente, las actividades de campamentos, como pudimos observar, cuentan con
casi todas las facilidades de un albergue, por lo que resulta difícil de entender porque
no han podido construirlos en la zona. Este aspecto responde a una intransigencia de
la autoridad para autorizar las construcciones.
5. CONCLUSIONES
¾
El Perú sin lugar a duda, tiene un enorme potencial en cuanto a recursos
turísticos corresponde, sin embargo, el producto turístico es mucho más que los
simples atractivos, es necesario desarrollar la cultura de los servicios en el
Perú, para poder finalmente desarrollar la actividad turística. Una experiencia
como la que ha puesto en marcha el gobierno de Brasil, resulta muy atractiva y
acertada para establecer un primer paso hacia esta cultura de servicio.
¾
El Gobierno del Perú, esta realizando los primeros esfuerzos para desarrollar el
sector turístico, es indispensable, que esta política nacional continué sin
importar quien se encuentre de turno en el gobierno, por ello, todos los actores
debe dialogar y constituirse en una fuerza para no perder los avances, sobre
100
todo en estos momentos que nos acercamos a un nuevo proceso electoral en el
país.
¾
Esta claro que aun en las políticas nacionales se define al Perú como un destino
histórico cultural y ahí es donde se están concentrando las actividades del
gobierno, siendo el turismo de naturaleza y el ecoturismo aun dejando en un
segundo plano, a pesar del fuerte potencial que presentan.
¾
En el Perú, el merito por el desarrollo de la actividades de ecoturismo y turismo
de naturaleza son de los empresarios, son ellos quienes han arriesgado e
invertido en el desarrollo de estos destinos, es gracias a ellos que ahora se
comienza a hablar de un Perú que es mas que ruinas.
¾
El hecho de que las actividades de Turismo vinculadas a espacios naturales, se
encuentre normado y manejado por Profesionales de Ciencias, es lo que esta
entorpeciendo el proceso de desarrollo, ya que la gran mayoría de ellos no
comprende aun el rol del turismo para beneficio estos espacios y aun se
encuentran
bajo
la
influencia
de
movimiento
proteccionistas
que
han
representado únicamente fracasos.
¾
Existe una clara confusión entre las actividades de ecoturismo y turismo de
naturaleza, que hay que aclarar para evitar la insatisfacción de los clientes al no
encontrar el producto que esperaban.
¾
No debemos olvidar que el turismo es mucho más que solo contar con
atractivos, ellos existen en todo el mundo, la verdadera diferenciación esta en
el desarrollo del producto turístico, que depende fundamentalmente de la
interpretación (Enriquecimiento de la experiencia) y el marketing.
¾
Finalmente, recordar que un verdadero empresarios (emprendedor) no espera
que el gobierno o la autoridad le de las condiciones para desarrollar su
actividad, si no que el mismo es capaz de tomar el riego y realizar la inversión,
por supuesto con el debido estudio de la misma.
101
6. BIBLIOGRAFÍA
CONAM. (2001) “Aportes para una Estrategia Nacional de Turismo.- Con énfasis en el
desarrollo sostenible”. Lima (Perú) 63 Págs.
DRUMM, A.; MOORE, A. (2003) “Desenvolvimento do Ecoturismo.- Um Manual para
os Profissionais de Conservacao”. The Nature Conservancy. Virginia (USA) Vol. I. 100
Págs.
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“Ecotourism
Development.-
A
Manual
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Conservation Planners and Managers” The Nature Conservancy. Virginia (USA) Vol. II.
111 Págs.
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Director”. Lima (Perú). 85 Págs.
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Internacional del Trabajo (OIT) Lima (Perú) 25 Págs.
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2015”. Ministerio de Comercio Exterior y Turismo. Lima (Perú) 15 Págs.
PROMPERU. (2002) “Situación de Ecoturismo en el Perú”. Lima (Perú) 128 Págs.
SOLANO, P. (2004) “Manual de Instrumentos Legales para la Conservación Privada
en el Perú”. Sociedad Peruana de Derecho Ambiental (SPDA). Lima (Perú) 214 Págs.
102
ANEXO: La Actividad Turística en el Parque Nacional del Manu
INTRODUCCIÓN
El Sistema Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado - SINANPE, es el
conjunto
de
Áreas Naturales Protegidas por el Estado, en todas sus categorías, a
cuya gestión se suman las instituciones públicas de nivel nacional, regional y municipal
y todos los actores privados vinculados a ellas. A la actualidad, forman parte del
SINANPE 61 áreas naturales protegidas.
El SINANPE tiene como objetivo contribuir al desarrollo sostenible del país a través de
la gestión eficaz de áreas naturales protegidas que conservan muestras
representativas de la diversidad biológica, garantizando el aporte de sus beneficios
ambientales, sociales y económicos a la sociedad. En la actualidad abarca el 13.74%
(17 660 211,88 ha) del territorio nacional.
Sin embargo, a pesar de que el Estado reconoce la importancia de las Áreas Naturales
Protegidas, el SINANPE enfrenta su reto más grande al tratar de financiar este 13.74%
del territorio nacional, dentro de este contexto, la actividad turística representa una
oportunidad para alcanzar los recursos financieros necesarios para este fin.
HISTORIA DEL PARQUE NACIONAL DEL MANU
El Parque Nacional del Manu fue establecido el 29 de mayo de 1973 por Decreto
Supremo Nº 0644-73-AG. Está ubicado entre los departamentos de Cusco y Madre de
Dios. En 1977 la UNESCO ha reconocido a la RESERVA DE LA BIOSFERA DEL MANU
como "PATRIMONIO NATURAL DE LA HUMANIDAD", siendo el Parque Nacional del
Manu, la Zona Núcleo de esta Reserva de Biosfera.
El Parque Nacional del Manu tiene una superficie de 1`692,137.26 hectáreas y
representa gran parte de la diversidad biológica que existe en la Amazonía, debido a la
variación altitudinal, desde los 290 hasta casi los 4000 m.s.n.m, posee casi todas las
formaciones ecológicas subtropicales del oriente peruano. Sus objetivos de creación
son:
103
1. Proteger una muestra representativa de la diversidad biológica, así como de los
paisajes de la selva, ceja de selva y de los Andes del Sur Oriente Peruano.
2. Fomentar el turismo y contribuir a su desarrollo en el parque y su ámbito de
influencia, sustentando en criterios ecológicos y culturalmente compatibles.
3. Promover y facilitar la investigación, educación y recreación.
4. Contribuir al reconocimiento y protección de la diversidad cultural, así como a la
autodeterminación de los pueblos indígenas del área en concordancia con los
demás objetivos del Parque.
5. Contribuir a la preservación del patrimonio arqueológico del Parque.
6. Desarrollar una adecuada capacidad de gestión, para la participación y
concertación de los diversos actores sociales con el Parque.
Desde Cusco parte el camino hacia el Parque Nacional del Manu, el viaje tiene una
duración de 9 a 12 horas aproximadamente (hasta las localidades de Atalaya y
Shintuya), luego es necesaria una travesía por vía fluvial que dura entre 5 a 6 horas.
También, existen vuelos que unen el Cusco con la localidad Boca Manu (30 minutos),
luego de lo cual es necesario continuar por vía fluvial (4 a 6 horas).
LA ACTIVIDAD TURÍSTICA EN EL PARQUE NACIONAL DEL MANU
La actividad turística en el Parque Nacional del Manu, es relativamente nueva en
comparación a otros lugares del Mundo, sus inicios se remontan a 1982, en la que
impulsados por los resultados de las investigaciones y las maravillas paisajisticas
descritas por los investigadores que trabajaron y caminaron en el Parque desde sus
inicios, algunos pioneros y visionarios de la actividad turística, deciden desarrollar
productos y experiencias para el naciente perfil de turista.
Las actividades comienzan, como experiencias para turistas, dispuestos a sacrificar las
comodidades de un viaje tradicional por una experiencia única desde el punto de vista
natural, donde el esfuerzo físico y la resistencia eran requisitos indispensables, ya que
las condiciones eran bastante rústicas, los viajes extremadamente largos,
y no
existían comodidades, siendo los relatos de sus protagonistas, los principales medios
de difusión de la experiencia.
104
Hasta este momento, el SINANPE, aunque reconocía la importancia del turismo en las
Áreas
Protegidas,
no
lograba
compatibilizar
ambos
conceptos
(Turismo
y
Conservación).
En 1985, aparece la empresa Manu Nature Tours, quienes deciden llevar mas allá la
experiencia en el Parque y ampliar el espectro de clientes para este destino, decidiendo
mejorar los servicios disponibles en el Parque, así, en 1987, con este claro objetivo y
una inversión de dinero, que sobrepasaba cualquier experiencia previa, la empresa
abre las puertas del Manu Lodge, primer albergue en el Parque Nacional del Manu,
quienes ofrecen comodidad a sus clientes, permitiéndoles ofrecer el destino a una
mayor cantidad de turistas.
En el año 1993, un documental para televisión, preparado por Alejandro Guerrero,
despertó el interés del publico nacional y extranjero por el Parque Nacional del Manu,
impulsando el crecimiento de la actividad turística no solo en numero de visitantes, si
no también en numero de operadores. De este momento en adelante, y con el
oportunismo que caracteriza a la empresa peruana, otras agencias deciden ofrecer el
destino de Manu, y comienza el crecimiento de la actividad y la diversificación de los
productos en el Parque.
A pesar del reconocimiento Mundial del Manu, como destino turístico, las autoridades
del Estado no han logrado internalizar el concepto de aprovechamiento indirecto de las
Áreas Naturales Protegidas, creando una barrera para el desarrollo de inversión en las
mismas, fuertes posiciones proteccionistas presentan argumentos extremistas para
interrumpir el desarrollo del turismo. Esta situación impide definir el producto turístico
en el parque y establecer reglas de aprovechamiento realmente balanceadas.
A pesar de estas situaciones que dificultan el desarrollo de la actividad turística, en el
Manu, observamos que cada día, las experiencias y los operadores mejoran,
comienzan a entender mejor a sus clientes y su preferencias dentro del producto y son
los mismo empresarios quienes comienzan a desarrollar iniciativas que involucran a las
poblaciones locales y mejoran el estado de conservación, como pudimos observar en la
experiencia del Llama Trek. Son estas iniciativas privadas, las que van a llevar a
mejorar el entendimiento y la relación que existe y debe reforzarse entre el Turismo y
la Conservación. Es claro que el cambio en las políticas nacionales, vendrá por parte de
los empresarios que se comprometen con sus actividades.
105
LOS RECURSOS TURÍSTICOS DEL PARQUE NACIONAL DEL MANU
Acjanaco:
Sector andino del Parque Nacional del Manu, con alturas que promedian los 4,000
m.s.n.m. Uno de los atractivos naturales que se puede observar es la salida del sol en
el Mirador de Tres Cruces, ubicado aproximadamente a 13.5 km del Puesto de
Vigilancia de Acjanaco, el acceso se efectúa a través de una Trocha Carrozable. Su
apreciación es posible en temporadas de escasa nubosidad y ausencia total de lluvias
(mayo a julio). En esta zona se han habilitado dos trochas de vista donde se pueden
efectuar caminatas de 3 y 7 horas.
Romero:
Circuito que se inicia en el Puesto de Vigilancia de Limonal, donde se registra el
ingreso de visitantes, allí se encuentra una de las trochas mas largas del Manu, con
una distancia aproximada de 8 Km., durante el recorrido se bordea la Cocha Limonal y
se puede apreciar la diversidad de flora y fauna del bosque húmedo tropical.
Cocha Juárez:
Con
que
un excelente sistema de trochas
atraviesan
bosques
intactos
con
árboles gigantescos, Juárez es una bella
laguna de más de un Kilómetro de largo
donde abunda la fauna.
La quietud del lugar y los servicios que ahí se ofertan la señalan como un punto
importante de visita.
Cocha Otorongo:
106
Cocha ubicada a la margen derecha del rió
Manu, posee una rica variedad en especies de
flora y fauna que son admiradas desde un
mirador de 15 metros de altura el que permite
apreciar la cocha panorámicamente casi en su
totalidad.
Cocha Salvador:
Una de la más bellas y extensas trochas o laguna, en ella habita una de las familias de
lobos de rió (Pteronura) más estables del Manu. En el área
circundante a la Cocha hay un sistema
de trochas habilitadas para el turismo,
en este lugar se ha destinado áreas
para campamentos. Los Matsiguenkas
han
instalado,
en
esta
zona,
un
hospedaje nativo
(Casa Matsiguenka) en el que se refleja el modo de vida de esa etnia amazónica. En
esta cocha esta autorizado el uso de un catamarán para preciar la fauna acuática sin
perturbar a los animales.
Adicionalmente, en el parque Nacional del Manu, existen restos arqueológicos aun no
estudiados y otros poco conocidos como son los Petroglifos de Pusharo, ubicados en la
región del río Palotoa, las Ruinas de Maneria y Callanga, Todos estos atractivos se
encuentras en pleno corazón del Parque. En la actualidad no esta autorizada su visita,
hasta que se tenga la evaluación y el cuidado adecuado del patrimonio arqueológico.
107
LA COMUNIDAD MATSIGUENKA Y SU ALBERGUE
Los Matsiguenka son un grupo etnolingüístico de la Amazonía peruana que tiene
asentamientos dispersos tanto en la zona del río Urubamba como en el río Manu. El
patrón de asentamiento de los Matsiguenka es de pequeños poblados con 10 o 15
familias.
La ocupación de los terrenos que tienen actualmente data de la época de
los incas
salvo en los lugares en los cuales se han visto afectados por el desplazamiento de
colonos y actividades económicas de la zona (caucheros – inicios de siglo-, madereros,
extractores mineros)
Para su subsistencia los Matsiguenka realizan labores de caza, pesca y agricultura
migratoria (roza y quema).
En el Parque Nacional de Manu existen a la fecha dos comunidades de tamaño inusual,
Tayakome y Yomibato (con aproximadamente 150 habitantes cada una), estas dos
comunidades son el resultado de las migraciones promovidas por organizaciones
religiosas (ILV. Instituto Lingüístico de verano). Las comunidades están reconocidas
legalmente e inscritas en los registros correspondientes.
El proyecto del Albergue turístico de la Casa Matsiguenka es una iniciativa de las
comunidades Matsiguenka de Tayakome y Yomibato, con apoyo del proyecto FANPE –
GTZ - INRENA. Su principal propósito es buscar que las comunidades locales
encuentren una alternativa de ingreso en el marco de un área protegida, así mismo
que dichas actividades constituyan un reforzamiento de su identidad cultural.
La casa Matsiguenka inicio sus actividades en el año de 1999 y desde esta fecha brinda
alojamiento y visitas guiadas a turistas nacionales y extranjeros interesados en una
experiencia cultural y de contacto con la naturaleza.
En la actualidad los servicios ofrecidos en la Casa Matsiguenka, son pobres
comparados con otros albergues en el ámbito nacional, sin embargo, para esta
actividad, el cliente busca un intercambio cultural, mas allá de las comodidades, y al
igual que los inicios de la actividad en Manu, esta experiencia recién comienza y se
encuentra en un proceso de maduración y aprendizaje para perfeccionarse.
Esta situación ha significado un reto para las comunidades de Tayakome y Yomibato
las cuales gestionan en forma conjunta la administración y garantizan la calidad de los
servicios que se brindan. Estas comunidades, se encuentran evidentemente en un
108
proceso de erosión cultural, el cual los esta obligando a cambiar algunos de sus rasgos
culturales y enfrentándolos a nuevas necesidades, producto del intercambio cultural
con los turistas.
El Proyecto aun esta en sus inicios,
con tan solo 6 años de trabajo, las
comunidades deben aprender ahora a
manejar los recursos, entender reglas
de turismo como los servicios y evitar
los conflictos internos al manejar un
albergue que sin dudas ofrecer muchas mejores condiciones a aquellos miembros de la
comunidad que se encuentran directamente involucrados en la actividad.
CONCLUSIONES
¾
Existen claras diferencias entre los orígenes de la actividad turística en el
Parque Nacional del Manu y en la Reserva Nacional Tambopata. En el Manu, la
actividad turística aparece como una consecuencia del establecimiento del Área
Protegida, En Tambopata, se establece el Área Protegida, como consecuencia
de los descubrimientos a partir de la actividad turística.
¾
Sin lugar a dudas, los empresarios turísticos que operan en el Parque Nacional
del Manu, juegan y han jugado un papel muy importante en el desarrollo del
Área Protegida, y a pesar de las barreras que han encontrado han sido capaces
no solo de desarrollar actividades acordes a los objetivos del Parque, si no que
han logrado mejorar las capacidades operativas del área a través de la
generación de ingresos para la misma.
¾
Es necesario que el estado reconozca la importancia y la necesidad de las
actividades dentro de las Áreas Protegidas, de manera que sea posible definir
los limites y las características de las operaciones al interior de las mismas.
109
BIBLIOGRAFÍA
HUERTAS, B.; García, A. (2003) “Los Pueblos Indígenas de Madre de Dios”. Puerto
Maldonado (Perú)
PROMANU. (2003). “II Simposio Internacional.- El Manu y otras Experiencias de
Investigación y Manejo de Bosque Neotropical” Cusco (Perú)
VIDALON, M. (2002) “El Proyecto Casa Matsiguenka – Parque Nacional del Manu”. Lima
(Perú)
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