1
TIPIFICAÇÃO DO USO DE TECNOLOGIAS POR ACADÊMICOS
DE LICENCIATURA EM FÍSICA
Silvio Luiz Rutz da Silva1
André Maurício Brinatti2
Jeremias Borges da Silva3
Departamento de Física, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física,
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Universidade Estadual de Ponta
Grossa.
Resumo
Apresentamos o resultado de levantamento do uso de recursos tecnológicos por
acadêmicos de licenciatura em física da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Investigou-se como os mesmos utilizam equipamentos tecnológicos tais, como
celulares, computadores de mesa, computadores portáteis e tablets. Participaram da
pesquisa 30 estudantes de um total de 94 matriculados no ano de 2013. A análise dos
questionários mostra que 96,7% dos alunos tem acesso a internet, sendo o celular e o
tablet os principais equipamentos utilizados. O principal uso do celular é para atividades
diversas (77,8%). Os tablets são utilizados para estudar por 77,7%, os notebooks por
58,3% e os PCs por 55% dos alunos. Os notebooks são os equipamentos mais
empregados preparar aulas (41,6%). Os alunos que participaram deste estudo na grande
maioria têm conta nas redes sociais (90%), sendo predominante o Facebook (90%).
1
Departamento de Física, Programa de Pós-Graduação em
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Universidade
Grossa.
2
Departamento de Física, Programa de Pós-Graduação em
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Universidade
Grossa.
3
Departamento de Física, Programa de Pós-Graduação em
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Universidade
Grossa.
Ensino de Física,
Estadual de Ponta
Ensino de Física,
Estadual de Ponta
Ensino de Física,
Estadual de Ponta
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
2
Entretanto apenas 26,7% responderam que fazem uso das redes sociais para atividades
de ensino-aprendizagem. Os resultados mostram que os futuros professores têm acesso
amplo aos recursos tecnológicos, entretanto não os utilizam em suas atividades de
aprendizagem o que indica de maneira indireta que o curso de licenciatura em física não
tem levado em conta o potencial das TICs no processo de ensino aprendizagem.
Ensino; Tecnologia; Física; TICs.
Introdução
Neste trabalho considera-se que esses recursos tecnológicos são pedagógicos ou
educativos, porque o indivíduo passa a ter autoria na sua produção, e sente-se
estimulado a produzir, escrever e ler a produção dos outros. Estas tecnologias têm um
potencial incomensurável de formação e de reconstrução de experiências indenitárias,
nesse sentido o usuário das novas mídias passa a ser reconhecido como um sujeito
criativo em potencial. Assim é preciso analisar o processo educativo atual considerando
a construção das identidades sociais e culturais mediadas pelas distintas matrizes
midiáticas. Isto conduz a um novo modo de encarar a Ciência como uma atividade
cotidiana especialmente para professores: surge assim a perspectiva da Ciência Pública
e ou Ciência Social.
O objetivo desta pesquisa foi de contabilizar o número de acadêmicos que
possuem acesso à internet e, a partir disso, saber quantos deles possuem contas nas mais
diferentes redes sociais e se fazem uso das mesmas para assuntos voltados ao
aprendizado e ensino ou se as mesmas apenas são utilizadas como um meio de
entretenimento, tendo como resultado o levantamento do perfil tecnológico dos
estudantes.
Pretende-se, também, contribuir com a reflexão sobre os desafios da educação
contemporânea e da educação midiática na formação das novas gerações, a partir da
avaliação do uso das mídias na formação dos professores de ciências, uma vez que as
redes sociais apresentam-se como excelente ferramenta para a educação, já que
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
3
oferecem ao educando diferentes possibilidades para trocas de informações e
conhecimento.
Embasamento Teórico
Muitas são as transformações sociais, culturais e educacionais de nosso tempo,
principalmente com relação às mudanças nas diferentes instituições socializadoras que
fazem parte da nossa vida cotidiana e que influenciam a constituição do novo homem e
condicionam a forma como pensa sobre si mesmo e suas relações com seus
semelhantes.
Este trabalho fundamenta-se em uma abordagem interdisciplinar do uso de
objetos de aprendizagem, recursos digitais e virtuais para o ensino de ciências da
natureza, buscando uma reflexão para desvendar e introduzir novos enfoques e
experiências. Esta abordagem interdisciplinar baseia-se no fato de que a separação em
disciplinas (física, química, biologia e geografia) no ensino das ciências da natureza é
artificial, levando a uma compreensão errônea acerca da construção do conhecimento
científico (POMBO; 2011, CANIATO; 2011).
Uma abordagem interdisciplinar deve contemplar aspectos relativos às ciências
da natureza de modo integrado entre as áreas da química, geociências, física e biologia
de modo a se produzir um ensino mais próximo dos estudantes e mais preocupado com
a ampliação da cultura científica (CANIATO; 2011, INFANTE-MALACHIAS; 2011,
VILLANI e MELGAÇO; 2011).
Observando-se o ensino de ciências da natureza por esta perspectiva surge a
questão: Como a escola e os professores devem se posicionar frente a esta nova
contextualização que pressupõe uma relação ativa, produtora? Isto decorre do fato de
que aprendemos nos diversos ambientes que circulamos. Tal falto leva a pressupor que é
necessário dispor conhecimentos relacionados aos mais diversos meios de produção e
disseminação desses conhecimentos. Nesse processo ganha cada vez mais importância o
domínio de ferramentas tecnológicas dependentes, especialmente de recursos
computacionais, aos quais nos referimos como tecnologias de informação e
comunicação (TICs).
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
4
Pesquisas recentes relativas às novas mídias indicam que os espaços das
tecnologias de informação e comunicação (TICs) como a internet devem ser vistos
como um novo meio de expressão, concebido como veículo de diálogo e trocas
comunicativas intensas e como espaço de construção de novas amizades, sociabilidade e
reflexibilidade. É compreendido também como um local de tolerância e liberdade de
expressão para os quais se cria e produz conteúdos destinados aos receptores dessa nova
linguagem.
Esses espaços são responsáveis por uma nova forma de escrita e de percepção do
tempo e do espaço, constituindo-se em formas inéditas de organizar e representar ideias,
pensamentos e fantasias (ALMEIDA; 2001, CAXIAS, 2008, PORTO; 2006).
Metodologia
Neste trabalho apresentamos o resultado de pesquisa realizada com acadêmicos
de licenciatura em física da Universidade Estadual de Ponta Grossa para levantar o
perfil de uso de recursos tecnológicos dos licenciandos, buscando visualizar como os
mesmos utilizam os equipamentos tecnológicos e seus recursos que atualmente fazem
parte do cotidiano da maioria das pessoas e as possibilidades de relacionamento por
meio desses recursos que podem ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
A pesquisa foi realizada no ano de 2013 com a aplicação de um questionário,
baseado em Tajra (2008; p. 80-104). Participaram da pesquisa 30 estudantes de
licenciatura em física de um total de 94 matriculados no ano de 2013. As perguntas
presentes no questionário foram relacionadas ao emprego de equipamentos tais como
aparelhos celulares, computadores de mesa, computadores portáteis e tablets de modo a
investigar a forma com que os acadêmicos fazem uso desses recursos nas suas
atividades de estudo e ou lazer.
Além desse aspecto os estudantes foram questionados se já atuam na docência e
em caso positivo quais disciplinas ministram; se já fizeram curso de informática ou de
uso de mídias e recursos computacionais no ensino; se já utilizou aplicativos
educacionais e quais foram; se já planejou atividades didáticas ou projeto de ensino com
o uso de computadores; quais os tipos de equipamentos eletrônicos possui e qual o uso
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
5
faz desses; se tem acesso a internet e em que local; se tem conta nas redes sociais e se as
utilizou em atividades educacionais; e qual sistema de buscas usa para realizar pesquisas
na internet. Os dados foram contabilizados e os resultados apresentados e discutidos a
seguir.
Análise e discussão dos dados
Os equipamentos tecnológicos dependentes de recursos computacionais
representam uma importante ferramenta para a Educação, podendo em determinadas
circunstâncias, fazer com que o processo de ensino-aprendizagem seja mais efetivo.
Atualmente existe um número significativo de textos que abordam o uso das tecnologias
nas salas de aula, sejam elas da educação básica ou de nível superior, entretanto
frequentemente se indaga se o futuro profissional da educação está ciente de como esses
recursos podem ser utilizados para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem
(KENSKI; 2003, ARRUDA; 2004, LEITE; 2004, TERUYA; 2006, CARVALHO;
2007, FILATRO; 2008; FREIRE, 2008, NASCIMENTO; 2010, SETTON; 2010,
SILVA; 2011, VERAS; 2011).
Também tem-se clareza de que na Universidade, situa-se o lócus para essa
formação, a partir da possibilidade de atividades de aprendizagem que integrem tais
perspectivas. Nesse momento essa tarefa torna-se mais fácil de ser realizada porque o
aluno em formação lida com esses recursos nas mais diversas atividades cotidianas.
A seguir apresenta-se os resultados obtidos para as questões propostas para o
levantamento do perfil de uso de recursos tecnológico dos alunos de licenciatura em
física.
Na figura 1, apresenta-se o resultado da questão se os acadêmicos do curso já
exercem a docência, sendo que 6,7% dos alunos já atuam como docentes na disciplina
de física no ensino médio nas, primeira e segunda séries. Os alunos que indicaram já
estar lecionando eram alunos da segunda série em 2013.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
6
Figura 1 - Proporção de acadêmicos que já exercem a docência em física no ensino médio.
Na figura 2 apresenta-se o resultado de duas questões: em 2(a), se os alunos
fizeram curso na área de informática; e em 2(b) se fizeram algum curso de usos de
mídias ou recursos virtuais no ensino. Os resultados indicam que 60% já fizeram um
curso de informática e que apenas 3,3% fizeram algum curso de mídias aplicadas ao
ensino.
(a)
(b)
Figura 2 – Proporção de alunos que: (a) fez curso de informática; (b) fez curso de mídias no
ensino.
Na figura 3 verifica-se que a proporção de alunos que já usou aplicativos
educacionais é de 36,7%.
Figura 3 – Proporção de alunos que já usou aplicativos educacionais.
Pela figura 4 temos que a proporção de alunos que já desenvolveu alguma aula
ou projeto educacional com o uso de computadores corresponde a 30%.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
7
Figura 4 – Proporção de alunos que já desenvolveu alguma aula ou projeto educacional com o
uso de computadores.
Na Figura 5 temos os indicadores de acesso à internet que mostram que 96,7%
tem acesso à internet.
Figura 5 – Indicadores de acesso à internet
Tabela 1 – Indicação do local onde ocorre o acesso à internet
Local de acesso à internet (%)
Em casa
5,7
No trabalho
,3
Em casa e no trabalho
4,1
Não indicou o local
,9
Na tabela 1 temos indicado o local onde ocorre este acesso, sendo que o acesso
em casa predomina com 65,7%, sendo que 24,1% indicou que o acesso se dá tanto em
casa quanto no trabalho e apenas 3,3% indicou que tem acesso apenas no trabalho. 6,9%
dos entrevistados não indicou o local de acesso.
Na tabela 2 são apresentados os tipos de equipamentos que os alunos possuem
sendo que o celular e o notebook são os equipamentos mais utilizados (90% e 80%
respectivamente). Os PCs correspondem a 63% enquanto os Tablets representam 30%.
Tabela 2 – Tipos de equipamentos mais utilizados
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
8
Equipamento que possui
%
Celular – smartfone
90,
0
Notebook ou netbook
80,
0
PC(computador de mesa)
63,
0
Tablet (ipad, galaxy, ou equivalente)
30,
0
Por sua vez na tabela 3 estão indicados quais são os sistemas operacionais e
aplicativos mais conhecidos. O sistema operacional mais amplamente empregado é o
Windows® com 100% de indicação, por sua vez outros sistemas operacionais são
indicados por 63,3%. Os aplicativos mais utilizados são: power point® (100%),
navegadores internet (93,3%), excell® (86,6%), word® (80%), e outros pacotes office
(50%). Ainda, aplicativos educacionais são conhecidos por 46,6% dos acadêmicos.
Nessa classe de aplicativos foram indicados, em proporção de citações: Modellus®
(30,8%), Máxima® (26,9%), Phet® (11,5%), simulações (7,7%), e SpeQ Mathematica®,
Celestia®, Winstar®, Stellarium® e Google Skymap® (3,8%).
Tabela 3 - Sistemas operacionais e aplicativos mais conhecidos.
Citações (%)
Windows®
00,0
®
®
Outros sistemas operacionais (apple , linux )
3,3
Power point
®
00,0
Navegadores de internet (iexplorer®, mozila®, ópera®,
Chrome® outros)
3,3
Excel 97® ou outras versões mais atualizadas
6,6
Word 97® ou outras versões mais atualizadas
0,0
Outros pacotes office (openoffice ou equivalentes)
0,0
Apilcativos educacionais
6,6
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
9
Na tabela 4 está indicado qual a principal finalidade de uso dos equipamentos.
Para os celulares e smartfones temos que o predomínio é de uso para atividades diversas
(77,8%). Os tablets são utilizados para estudar e pesquisar (77,7%). Foi indicado que
uso principal dos PCs é para estudar e pesquisar (55%), assim como para os notebooks
(58,3%). Outras finalidades de uso são detalhadas na tabela 4.
Tabela 4 – Principais usos dos equipamentos.
Finalidade de uso do equipamento (%)
Celular – smartfone
Jogos
18,
5
Estudar / pesquisar
44,
4
Preparar aulas
0,0
Outros
77,
8
Tablet (ipad, galaxy, ou equivalente)
Jogos
44,
4
Estudar / pesquisar
77,
7
Preparar aulas
22,
2
Outros
33,
3
PC (computador de mesa)
Jogos
20,
0
Estudar / pesquisar
55,
0
Preparar aulas
20,
0
Outros
30,
0
Notebook ou netbook
Jogos
41,
7
Estudar / pesquisar
58,
3
Preparar aulas
41,
6
Outros
33,
3
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
10
Na tabela 5 são indicados os dados relativos ao acesso às redes sociais, assim
como quais são as mais utilizadas.
Tabela 5 – Acesso às redes sociais com indicação das que são utilizadas.
Tem conta em redes sociais (%)
Sim
90,0
Não
10,0
Facebook®
90,0
Google+®
46,7
Orkut®
26,7
Twitter®
23,3
Linkedin®
10,0
Instagram®
10,0
Outras
23,2
Dos entrevistados 90% têm conta nas redes sociais, sendo a mais utilizada o
facebook® com 90%, seguido de google+® com 46,7% e orkut® com 26,7%, e twitter®
com 23,3%. Ainda são citadas as redes sociais linkedin® e instagram®, ambas com 10%.
Outras redes sociais correspondem a 23,2%, porém sem especificação de quais são.
Na figura 6 são indicadas as proporções de uso das redes sociais em atividades
educacionais onde temos que 26,7% dos respondentes relatam o uso com esta
finalidade, e 6,6% que não responderam.
Figura 6 – Uso de redes sociais em atividades educacionais
Na tabela 6 mostra-se as finalidades de uso das redes sociais em atividades
educacionais, sendo citados em igual proporção: comunicação com docentes,
divulgação científica e cursos e treinamentos no trabalho. 62,5% daqueles que
declararam utilizar as redes sociais em atividades educacionais não especificaram quais
são esses usos.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
11
Na tabela 7 estão indicados quais aplicativos são mais conhecidos em ordem de
ocorrência. Destacam-se o google® com 100% e o google maps® com 96,7% de
citações.
Tabela 6 – Finalidade do uso de redes sociais em atividades de ensino (%)
Não respondeu
62,5
Comunicação
com
12,5
docentes
Divulgação científica
12,5
No trabalho (cursos e
12,5
treinamentos)
Tabela 7 – Aplicativos mais conhecidos (%).
Google ®
100,0
Google
96,7
maps ®
Google
earth
86,7
®
Skype®
83,3
®
Messenger
Climatemp
o®
Google
60,0
46,6
docs®
Prezi®
40,0
Dropbox®
Flipboard
®
Accuweath
er®
Vimeo®
Tunein
83,3
®
40,0
13,3
10,0
6,7
6,7
Tunewiki®
3,3
Flud®
3,3
A análise dos questionários mostra que 96,7% dos alunos tem acesso a internet,
sendo que o celular e o tablet são os principais equipamentos utilizados. O principal uso
do celular é para atividades diversas (77,8%). Os tablets são utilizados para estudar
(77,7%), os notebooks por 58,3 % e os PCs por 55% dos alunos. Os notebooks são os
equipamentos mais empregados preparar aulas (41,6%).
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
12
Os alunos que participaram deste estudo na grande maioria tem conta nas redes
sociais (90%), sendo predominante o Facebook (90%). Entretanto apenas 26,7%
responderam que fazem uso das redes sociais para atividades de ensino-aprendizagem.
Outro fator indicado é que apenas 36,7% já utilizou aplicativos educacionais e que 30%
já desenvolveu alguma atividade educacional com o uso de computadores.
Conclusões
Nesse estudo observamos que os futuros professores têm acesso amplo aos
recursos tecnológicos, entretanto não os utilizam nas suas atividades de aprendizagem.
Pode ser pela visão inicial destes recursos servirem apenas para comunicação e
entretenimento, e ou por desconhecer a sua potencialidade no processo de ensino e
aprendizagem. Tal resultado é um indicativo indireto de que os cursos de licenciatura
não têm levado em conta o potencial das TICs no processo de ensino aprendizagem.
Uma provável causa do pouco uso das TICs por parte dos alunos talvez seja a
dificuldade de vislumbrar a aplicabilidade dessas ferramentas nas disciplinas de seus
cursos. Cabe assim uma análise mais criteriosa dos currículos dos cursos tendo por foco
as ementas das disciplinas de modo a se identificar as potencialidades de uso das TICs.
Na internet são inúmeros os sítios que apresentam exemplos ou propostas de uso
destas tecnologias nas mais diversas atividades de ensino e aprendizagem. Podemos
destacar aqui, como exemplo o Horizon Report (2014) que é resultado de um projeto
que tem mantido uma série contínua de conversas com centenas de profissionais de
tecnologia, líderes em processos de inovação em comunicação, docentes de faculdades e
universidades, e representantes das principais corporações para explorar e prever o
impacto de tecnologias emergentes em todos os setores de aprendizagem.
Existe também uma enorme quantidade de sítios na internet que indicam
soluções para aplicações das TICs no ambiente escolar onde destacamos: Edudemic
(2014), Universia (2014), Free Technology for Teachers (2014), Phet (2014), TED
(2014), Scratch (2014), Youtube Teachers (2014), entre outros.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
13
O uso das TICs no ensino tem uma forte tendência de ser intensificado nos
próximos anos, porém para a sua efetiva aplicabilidade é necessário a introdução dessa
perspectiva na formação dos futuros docentes.
Esta pesquisa mostra que os alunos do curso de licenciatura em física já dispõem
de uma significativa familiaridade com tais tecnologias, entretanto não têm como
prática comum o uso desses recursos nas suas atividades de ensino-aprendizagem e
aqueles que já estão na prática docente também utilizam as TICs de modo incipiente ou
não as utilizam.
Neste cenário temos os seguintes elementos: de um lado a necessidade, que se
impõe de maneira mais intensa, a cada dia que passa, do uso das TICs na educação e de
outro lado as dificuldades estruturais, que envolvem os currículos e as práticas dos
formadores das IES que desconsideram a importância econômica e social das TICs
como elemento de construção de capital social. Capital social aqui corresponde aos
conhecimentos e atitudes dos indivíduos nas relações econômicas e sociais, nas quais as
TICs já são onipresentes.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, M.. Tecnologia de informação e comunicação na escola: aprendizagem e produção da
escrita. Série Tecnologia e Currículo - Programa Salto para o Futuro, Novembro, 2001. Disponível
em: <http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto24.pdf>. Acesso em: julho
de 2014.
ARRUDA, E.. Ciberprofessor: novas tecnologias, ensino e trabalho docente. São Paulo, Autentica,
2004. 136p.
CANIATO, R.. Interdisciplinaridade no ensino da ciência. In: SANTOS, C. A. dos e QUADROS, A. F.
de (Orgs.). Utopia em busca de possibilidade: abordagens interdisciplinares no ensino das ciências
da natureza. Foz do Iguaçu: UNILA, 2011. Cap. 3, p. 51-62.
CARVALHO, R. I. B. de. Universidade midiatizada: o uso da televisão e do cinema na educação
superior. São Paulo: SENAC, 2007.
CAXIAS, R. S.. Das tecnologias da informação à comunicação científica: críticas à nova cultura da
pesquisa em educação. Em Questão, Porto Alegre, v. 14, n.2, p. 301-315, jul./dez. 2008.
EDUDEMIC. In: <www.edudemic.com>. Acesso em: julho de 2014
FILATRO, A.. Design instrucuional na prática. São Paulo, Pearson, 2008. 192p.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
14
FREE TECHNOLOGY FOR TEACHERS. In: <http://www.freetech4teachers.com>. Acesso em: julho
de 2014.
FREIRE, W. (Org.). Tecnologia e educação: as mídias na prática docente. Rio de Janeiro: Wark Ed.,
2008.
HORIZON REPORT. In: <http://www.nmc.org/horizon-project>. Acesso em: julho de 2014
INFANTE-MALACHIAS, M. E.. Interdisciplinaridade e resolução de problemas: algumas questões para
quem forma futuros professores de ciências. In: SANTOS, C. A. dos e QUADROS, A. F. de (Orgs.).
Utopia em busca de possibilidade: abordagens interdisciplinares no ensino das ciências da
natureza. Foz do Iguaçu: UNILA, 2011. Cap. 6, p. 93-104.
KENSKI, V. M.. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 3.Ed. São Paulo, Papirus, 2003. 157p.
LEITE, L. S. (Org.). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Colabor.
Pocho, C. L., Aguiar, M. de M., Sampaio, M. N.. 2.Ed. Petrópolis - RJ: Vozes, 2004.
NASCIMENTO, J. A. M. do; AMARAL, S. A. do.. Avaliação da usabilidade na internet. Brasília:
Thesaurus, 2010. 141 p.
PHET. In: <https://phet.colorado.edu>. Acesso em: julho de 2014
POMBO, O..
Para um modelo reflexivo de formação de professores. In: SANTOS, C. A. dos e
QUADROS, A. F. de (Orgs.). Utopia em busca de possibilidade: abordagens interdisciplinares no
ensino das ciências da natureza. Foz do Iguaçu: UNILA, 2011. Cap. 1, p. 13-36.
PORTO, T. M. E.. As tecnologias de comunicação e informação na escola; relações possíveis ... relações
construídas. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 31, p. 43-57, jan./abr. 2006.
SCRATCH. In: <scratch.mit.edu>. Acesso em: julho de 2014
SETTON, M. da G.. Mídia e educação. São Paulo, Contexto, 2010. 127 p.
SILVA, L. A. da.. Tecnologias da informação e comunicação. São Paulo, Almedina, 2011. 109p.
SILVA, S. L. R da.. As novas tecnologias e a prática docente no parfor. In: PAINI, L. D.; COSTA, C. E.
M. da e VICENTINI, M. R.. (Orgs). Parfor: integração entre universidade e ensino básico diante dos
desafios na formação de professores do paraná. Maringá: EDUEM, 2014, p.195-212.
TERUYA, T. K.. Trabalho e educação midiática: um estudo sobre o mundo do trabalho na era da
mídia e seus reflexos na educação. Maringá: Eduem, 2006.
TAJRA, S. F.. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na
atualidade. 8 ed. São Paulo: Érica, 2008, p. 80-104.
TED. In: <www.ted.com>. Acesso em: julho de 2014
TYAGI, S.. How Mobile Learning Works. In: <http://www.edudemic.com/how-mobile-learningworks>. Acesso em: julho de 2014
UNIVERSIA. In: <www.universia.com.br> Acesso em julho de 2014
VERAS, M. (Org.). Inovação e métodos de ensino para nativos digitais. São Paulo: Atlas, 2011.
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
15
VILLANI, A. e MELGAÇO, J.. Revisitando experiências interdisciplinares no ensino de ciências. In:
SANTOS, C. A. dos e QUADROS, A. F. de (Orgs.). Utopia em busca de possibilidade: abordagens
interdisciplinares no ensino das ciências da natureza. Foz do Iguaçu: UNILA, 2011. Cap. 4, p. 63-78.
YOUTUBE TEACHERS. In <https://www.youtube.com/user/teachers> Acesso em julho de 2014
Recebido em Abril 2015
Aprovado em Junho 2015
Revista Tecnologias na Educação – Ano 7 - número 12 – Julho 2015 -http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/
Download

tipificação do uso de tecnologias por acadêmicos de licenciatura em