XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minério s e Metalurgia Extrativa
BALANÇA COMERCIAL: MINERAIS INDUSTRIAIS
UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DO PETROLEO
J.O. Silva 1 , J.M. Coelho 2 , H.A.F. Chaves 1 , Vitor S. Fraga 2 , Gilson E. Ferreira 3 ,
José Francisco Marciano Motta 4 & Marsis Cabral Junior 4
1
Departamento de Estratigrafia e Paleontol ogia da Universidad e do Estado do Rio de Janeiro. Av. Rua São Fran cisco
Xavier, 524 - Maracanã - Rio de Janeiro- RJ Cep 20.550.900. E-mails: [email protected], hernani@uerj .br;
2
Departam ento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Av Brigad eiro Trompowski s/n Cidade Univers itária ,
Rio de J aneiro, RJ . E-mail s: zem ario@geol ogia.u frj.br ; [email protected]
3
Centro de Te cnologia Mineral- CETEM Av. lpê , 900 Cidad e Universitária , Rio de Janeiro I RJ Tel. (21) 38657319,
FAX (21) 226 09835. E-m ail: gferreira@c etem.gov.br
4
Instituto de Pesqu isas Tec nologias ·- IPT Cidade Universitári a, São Paulo - SP
Tel. (11 ) 3 7674640 , FA X (11) 37674083. E-mail: fmotta@ipt .br e marsis@ipt .br
RESUMO
O presente traba lh o tem po r objetivo analisar a balança comercial de a lgun s dos principais min erais industriais utilizados na
indú stria do pe tró leo . no período de 2000 a 2007. fixa ndo a barita, bentonita. mica c vennie ulita. A barita é um dos princip ais in su m os da in dú stria do petróleo c gús natural, pois é usada como modificador de densidade na lama de perfuração de
poços d e petróleo, sendo que li "!,, do se u produto bmto é consumido na cxtração do petró leo c 8% do se u produto beneficiado usado na cxtração de petróleo c gús. A bcntonita é utilizada na indústria petrolífera (parte integrante da lam a de perfuração com função de promotor de viscosidad~: c lubrificante). com 54% de se u consumo utilizado na cxtraçào de petróleo c
gús. A mica é utilizada co m o aditi vo ( mat~:ri a l co nt ra perd a tk circula ção) cm lamas de perfuração de poços de petróleo. A
vem1 ic ulita é utilizada como a bsorvente de compos tos orgânicos poluentes da indús tria do petróleo e material con tra pe rda de
circulação em lamas de perfuração de poços de petró leo. Os quatro bens min era is juntos apresentaram um sa ld o destàvo rá ve l
na balan ça co mercial (ex port ação menos importação ), que ~o:voluiu de USS 10, I milhões em 2000 para US$ 24,5 milhões cm
2007. representa ndo um crescim ento de aproxi madamente 200'Yt .. O trabalho diseriminarú a composição das exportações e importações (bens primários, m an ul~t turado s, scmima nufaturados c com postos químicos), de fonna a ob ter um a maior identificaçüo das causas qu~: contribuíram para o d~:sequilíbrio na ba lança comercial bras ile ira.
PALAVRAS-CHAVE: Minerais Industriais. Balança Comercia l, Petróleo.
ABSTRACT
The purpos~: ofthis work is to pn.:scnt an ana lys is ofthc trade balance ofpayments tor th c indu stria l minera is ut ilizcd in thc
o ii indus try , foc using on lhe pcriod from 2000 to 2007. Th e minera is considered are Ba rite, Bentonite, M ica and Vennic ul ite.
Baritc is the maín item in thc o il and gas indu stry. since it is uscd as a scaling agent in drillin g m ud s , wherc li % of its gross
production is uscd in o ii production anel 8% of it s rcfincd product ion is uscd in o ii and gas produ ctio n. Bentonite is used in thc
oil industry (a co mponcnt of drilling mud). with 54% of its consumption used in thc production of oil and gas. Mi ca is used
as an additive in drilling mud s. Vcrmiculitc is uscd as an absorbcntlor contamination by organic compo unds ofthe o il an d gas
induslly. T11c ti.lur industrial minerais togc ther acco unt f(>r a nega ti ve trade balance (exports lcss imports), wh ieh went from
of US$ I O, I m illion in 2000. to US$24,5 m illion in 2007, representin g a grow th of 200%. Tl1is wo rk shows th e compos ition of lhe cxpo11s and imports (primary goo d s. manufacturcd goods , semi-m anutàcturcd goods and chemical com pounds),
soas to bcttcr idcntify thc cause ofthc tradc ba lance discquilibrium.
KEY WORDS: Indu st ria l M in erais. Balan cc of Paymcnts , Pctrolcum
597
Silva, Coelho, Chaves, Fraga, Ferreira, Motta & Cabral Junior
1. INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta uma grande diversidade de terrenos geológicos, possuindo, deste modo, uma grande dotação
mineral, que se traduz na produção de mais de 67 variedades de substâncias minerais · 21 minerais metálicos, 42 minerais industriais e quatro energéticas. Em que pese a grande diversidade de minerais industriais produzidos, o saldo
da balança comercial vem apresentando déficits crescentes nas últimas duas décadas. (Coelho, ct. ali i, 2007).
Os minerais industriais estudados são usados in natura, ou após beneficiamento, cm diversos segmentos da indústria do petróleo. Os insumos minerais mais utilizados na indústria do petróleo são: bcntonita, barita, atapulgita,
vermiculita, magnetita porosa, carbonato de cálcio, mica, pcrlita expandida, lignina, mica, grafi.ta, cloreto de sódio, gipsita, dentre outros (Castclli , 1994 ). Neste trabalho são analisados quatro minerais industriais utili zados pela
indústria de petróleo - barita, bcntonita, vermiculita,e mica - que são utilizados principalmente na formulação da
lama ou fluído usado na perfuração de poços de petróleo c gás.
A Figura I apresenta a cadeia produtiva da indústria do petróleo c gás, onde constata-se uma grande variedade de aplicações de minerais industriai s no segmento de petróleo no Brasil. A maioria dos minerais apresenta mais de uma aplicação, sendo que alguns não estão ligado a exploração c produção, c também na remediação ambiental.
Figura I :Cadeia produtiva da industria de petróleo.
Fome: Brasil Supply, 2003
Figura I: Cadeia produtiva da indústria de petróleo.
Fonte: Brasil Supply, 2003
A utilização de um fluido é essencial na perfuração de um poço. O sucesso da operação depende da composição e das propriedades do fluido escolhido que pode exercer diversas funções: Carrear o material cortado pela broca
e transportá-lo para a superflcie através do espaço anular do poço; Resfriar c limpar a broca: Reduzir a fricção entre
o colar da coluna de perfuração e as paredes do poço; Manter a estabilidade da scção do poço não revestida; Controlar a pressão para evitar a entrada de fluxos de óleo, gás ou água proveniente das rochas perfuradas; Formar uma torta (reboco) pouco espessa, de baixa permeabi lidadc que sele os poros c outras aberturas na formação penetrada pela
broca; Ajudar na coleta e interpretação de informações disponíveis a pa1iir de amostras de calha, testemunho de sondagem e perfis clétricos; Promover o efeito de flutuação. A tubulação de um poço imerso no fluido tem seu peso reduzido devido ao empuxo reduzindo a tensão no mecanismode perfuração. (Darlcy c Gray, 19!\H).
A indústria brasileira de petróleo e gás natural, detentora de alta tecnologia, desempenha um papel de extrema importância no consumo dos minerais industriais , principalmente pela variedade c qualidade exigidas pelas
substâncias minerais utilizadas nos diversos sctorcs: perfuração, completação, produção c refino. Há um grande
potencial de crescimento do consumo no mercado intcmo cm tàcc a tendência crescente de aumento da produção
da indústria de petróleo brasileira.
O déficit da balança comercial observado demon stra que, ao contrário da indústria de petróleo, não houve por
parte significativa do setor produtivo de minerais industriais as modernizações tecnológicas c gcrcnciais necessárias ao aprimoramento do sistema de produção - pesquisa, lavra c beneficiamento , o que se tem traduzido cm
diferenças desfavorá veis, em termos de qualidade, constância de suprimento c preços das matérias-primas nacionais , em relação a outros países produtores, fazendo com que o país seja dependente de importação destes bens
minerais. (Coelho, et. a IIi, 2000).
2. O COMÉRCIO DOS MINERAIS INDUSTRIAIS UTILIZADOS
PELA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS BRASILEIRA
O Brasil é auto-suficiente em termo de reservas cm quase todos os minerais industriais. Porém ao analisar os
dados da balança comercial é possível observar que três dos minerais estudados apresentam balança comercial negativa (barita, bcntonita e vermiculita), cm torno deUS$ 22 milhôcs cm 2007. (Coelho, ct. alli , 200!\).
598
XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa
Na Tabela I observa-se a evolução da balança comercial dos quatro minerais analisados no período de 2000
a 2007. Constata-se um crescimento considerável do déficit comercial, que passou de I O milhões de dólares, cm
2000. para US$ 24.5 milhôcs de dólares cm 2007. Esse saldo negativo deveu-se, principalmente, a bentonita c, secundariamente, a barita c a vcm1 iculita , que cm 2007.
Tabela I
Evolução do Sa ldo da Balança Comercial dos Quatro Minerais Industriais - 2000 a 2007
(US $ Milhões)
Substâncias
Barita
1:3cntonita
Mica
Venniculita
Total
2000
-I
-9.3
0,5
-<U
2001
-2 ,4
-9,3
0.2.
2,(1
-lO, I
-í\,9
2002
-I ,2
-9,5
-I ,4
-0,7
-12,X
2003
-I
-9.X
0,7
-I
-11, I
2004
2005
-I ,S
-13,5
-0, I
-7,7
-23,1
-I' 9
-li ,2
0,6
-2, I
- 14,6
2006
-2,7
-13,6
1,8
-3,7
-18,2
2007
-5
-17,9
0,6
-2,2
-24,5
f<imre: DNPM, 2000 a 200X. modificado.
Em 2007, as importações de bens primúrios de bário (baritina c withcrita) atingiram 20.192 t, no valor deUS$
FOB 2.X 14 .000. As de compostos químicos (hidróxido , sulfato c carbonato), representaram 3.674 t com valor de
USS FOB 2.745.000, totalizando US$ FOB 5,5 milhões . Enquanto as cxpot1açôcs brasileiras de barita, no mesmo
ano, totalizaram apenas 1.762 t, incluindo bens primúrios, manufatumdos e compostos químicos de bário, o que
gerou uma receita US$ FOI:3 533.000.
A bcntonita aprcscntou o maior déficit dentre os minerais estudados. As importações totais de bcntonita realizadas, cm 2007, perfizeram um montante de 227.765 t, no va lor deUS$ FOB 22.487 milhões.
As cxportaçôcs totais de bcntonita cm 2007 foram de 9.5 12 t, atingindo o montante de US$-FOB 4.566
milhões.
A impot1ação de mica cm 2007 totalizou US$7.46X mil, sendo US$ 5.957 mil (84,2% do total) em produtos manutàturados de mica (principalmente placas, tolhas ou tiras, de mica aglomerada) c cm bens primários (pó
de mica) US$1. 130 mil, c apenas US$ 52 mil cm mica cm bruto ou clivada em folhas, lâminas. Em 2007 , oBrasil exportou 1414 t de bens primários de mica (mica em bruto, ou clivada cm folhas, lâminas,) c apenas 297 t de
mica cm pó, a um preço médio deUS$ FOB 355,35/t.
As impot1açõcs de bens primários de vcrmiculita cm 2007 toram de US$ 6.000, enquanto a vermiculita expandida perfez US$ FO B 3.4 76.000. Já, as exportações de vcrmiculita não-expandida foram de US$ FOB 664.000
c de vcnn icul ita expandida inteiraram US$ FO B 3X 1.000.
3. ANÁLISE DOS PREÇOS DE MINERAIS INDUSTRIAIS
BRASILEIROS SELECIONADOS
Na Tabela 11 estão listados os preços de exportação c importação das quatro bens minerais industriais selccionados. Vale ressaltar que, estes minerais são produzidos, cm sua maioria, por pequenas e médias empresas.
A seguir, apresenta-se uma análise sumária destes bens minerais, apresentando as suas principais aplicações,
indicado os principais países exportadores c importadores dessas substâncias.
Tabela 11
Pn:~os
Substâncias
Barita
Bcntonita
Mica
Vcnnieulita
Expandida
Vcrmiculita
Não Expandida
de cxpot1a<;ão c de importação de minerais industriais - 200 I - 2007 (US/t)
Preços/anos
Preço de exportação
Preço de importação
Preço de exportação
Preço de importação
Preço de exportação
Preço de importação
Preço de cxpm1ação
Preço de importação
2001
7P.
260
24 1
96
271
915
83
1.213
2002
327
233
361
82
24P,
943
557
1.343
2003
286
267
252
91
278
997
216
1.758
2004
156
342
388
88
298
916
2 16
2039
2005
220
416
369
75
264
988
257
2478
2006
512
567
442
317
714
413
2045
2007
554
700
479
80
356
855
591
2113
Preço de exportação
93
93
86
86
102
117
163
Preço de importação
1032
997
1436
1606
1335
1523
980
86
1-imle: Elaboraçüo própria, com base no 8an<.:o de Dados do MDIC/ALICEWEB, 2008.
599
Silva, Coelho , Chaves, Fraga, Ferreira , Motta & Cabral Junior
3.1 Barita
A barita, sulfato de bário natural , é a fonte mais importante de obtenção de bário metálico c o principal insumo
mineral empregado como agente se lador e dcnsifi cador na lama de perfuraçào na indústria de petróleo c gás natural.
As especificações de barita, usada cm lama de pcrfuraçào de óleo c gás, sào norm ali zadas internacionalmente
pela AP I (Amcrican Petro lcum ln stitutc) e OCMA (Oil Companics Material Assoc iation), c nacio nalm ente são determinadas pela ABNT (Associação Brasile ira de Normas Técnicas) c PI::TROHRÁS . As características da lama
de perfuração e da quantidade de barita contida, variam grandemen te, cm função de ll1torcs , tais como: grad icntc de pressão dos poços, profundidade relativa, tempo de perfuração.
A barita é um insumo fundamenta l para três sctorcs da indú stria:
I) Fluído de perfuração de, água, petróleo c gás;
2) Saís químicos de bário (sulfato. hidróxido. peróxido . óx ido , cloreto. carbonato. su lfc to, ti tana to . nitrato, s ilicato, cromato, etc.);
3) Preparação de tintas, pigmentos, vernizes, vidros, papel, plásticos, etc ;
Em 2007, as importações foram provenientes da Bolív ia (37%), Es tados Unidos (30'%) c Victnã (26'%). Enquanto as exportações são fe itas dos seguintes países: Venezuela (42%), Urugua i (25'%) c Angola ( 17'%). (Sumário Mineral , 2008).
Barita- Comércio
800
I
400
200
o
I,
•• I
;
600
~
l -i l i
2002
2003
• cx portoçjo t
327
286
::1 llllpOftJçJo- t
233
267
-i
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I
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Barita - Preços
700
I
soo
600
~ J i ti ll~ l {l
I
I
I
2004
2005
2006
200 7
156
220
644
554
I
342
416
223
700
I
~
2001
2002
2003
2004
2005
200G
t
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4~2
260
233
267
342
4!6
223
145
2007
I
8 Prc(00<' 0xport.1(.iO
n Pn•Ç Odt•
irllpOrt<H, ,IO
I
Figura 2- Comércio de Barila (t)- 2002-2007
Fonte: MDI C/ ALICEWEB, 200R, modificado.
Figura 3- Prc~os Jc Barita- 2001-2007
/·imtc: MDIC/ 1\Lil'f:WEB. 200X. moJilicaJo.
O consumo de barita no Brasil apresen ta a seguinte d istribuição: Produ tos Brutos: Dispositivos Elctrônicos
(38,4%), Extração c Benefic iam en to de M incrais (22 ,7'%), Tintas Esma ltes c Vernizes ( 15.4'Yo), Fabricação de Peças para Freios ( 11 ,6%) , Extração de Petróleo ( II ,5%.) c Ferro-Ligas (0,4'%); Produtos Beneficiados: Pro dutos
Químicos (4 1%), Fabricação de Peças para Freio ( 19'%) , Dispositivos Elctrônicos ( 10,7'%). Extração de Petróleo/
Gás (8%), Tintas. Esmaltes c Vernizes (8%); c não in formados ( 13 ,2%,).
3.2 Bentonita
O termo bentonita é empregado atualmcntc para designar argilas constituídas principalmente pelo argi lom ineral montmorilonita, do grupo esmcctita, uma famí lia de argi las com propriedades semelhantes: cm con tato com
a água, expande várias vezes o seu vo lume, formando géis tixotrópicos.
A bentonita sódica expande-se quando molhada, possive lm en te absorvendo a lgumas vezes s ua massa seca em
água . Por causa de suas excelentes propriedades coloidais é utilizada na lam a de perfurações da indú stria de petróleo c gás, c para investigações geotécn icas c ambientais. No Brasil o consumo de bcntonita bru ta, no ano
de 2007, apresentou a seguinte distrib uição:
a) extração de petróleo/gás (54%);
b) pelotização (46%)
O Brasil não possui reservas de bcntonita sód ica, c a produção , por conseguinte, somente pode ser ob tid a pela
ativação da bentonita cálcica. (Braz, 2002. apud Haltar & Lu z. 2003). O consumo aparente brasileiro de bcntonita bruta aum entou 86,3% cm 2007 cm re lação a 2006.
As grandes ap licações deste bem mineral nas áreas de: pclotização de min ério de fctTo , fundição e cx tração de petróleo e gás, associado ao crescimento económ ico brasileiro c mundial , proporcionando o aumento do
consumo de petróleo, aço c suas ligas. devem garantir demandas crescentes da bcntonita.
Os principais países exportadores para os bens primários f(.Jram: Argentina (46%), Índia (45%). EUA
(8%), Alemanha ( I% ); e os principais países importadores de bens primários foram: Átrica do Sul (50%), Argentina ( 15%), Chile (8% ), EI Salvador (5% ), Equador (5% ). (Sumário M incra I. 2008 ).
600
XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa
COMÉRCIO- BENTONITA
PREÇOS- BENTONITA
25 0000.0
600
soo
200000,0
150000,0
100000,0
J I _j l J I
[I
50000,0
0,0
• cxporta çJo · 1
:1
~rnp ortaç ,\o
2002
2003
3 11.0
2440,9
2004
Jl Ji
200'>
3388.7 4311.2
2006
400
300
200
100
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o
2007
5541.7 9450,6
• Preço de cxportaç,io
· I 92 956.2 93080,'1 1141 38, 168 444. 13 7731.22 1069 .
i Preço
Figura 4 - Co mercio da bcnlonita - 2002-2007
d<' 1111portaçõo
ti I
~li l i l
2005 2006
2007
241
361
25 2
388
369
442
4 79
96
82
91
88
75
86
80
200 1 2002
2003 2004
Figura 5 - Preço da bcntonita- 200 1-2007
Fonte: MDI C/ ALICEWEB, 200R, modificado
Fonli': MDIC/1\LIC'EWEB, 200X, modificado
3.3 Mica
A mica é um filossilicato a base de a lumínio. potássio ou sódio e muitas vezes magn és io c ferro. As
suas principais aplicações são: na s indú st ri as clctroc lctrônicas c de condutividade terme lé trica, em tintas ,
na s indústrias de materiais de tran s portes, c lctrod os, ccràmicos, c como lubrifi ca nte na perfuração de poço s de petróleo .
-------- -·- - -
Preços- Mica
Comércio- Mica
1200
1600 .0
1400 .0
1200.0
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600,0
400.0
200.0
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Figura 6 - Comércio de Mica- 2002-2007
Fome: MDIC /ALIC EWE B, 200X, modific ado.
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Figura 7 - Preços de Mica - 200 1-2007
fim1e: MDI C/ALICEWEB, 2008, modificad o.
A mica moída é aplicada no combate de perda de circulação e atua como promotor de viscos idade na perfuração de poços de petró leo. Os preços, no período de 200 1 - 2007 são apresentados na Figura 7. Os principais países exportadores de bens primário s são: A lcmanha (88%) c Índia (7'%) . Co m relação ao destino das exportações brasileiras de bens primário s destacam-se: França (49% ), Uruguai (28%) e Argentina ( 19%). (Sumário
Mineral, 2008) .
O consumo de mica fragmentada ocorre através de um processo de moagem e pcn eiramcnto , podendo ser utilizado , como componente na produção de cimento, como aditivos em lamas de perfu ração de poços de petróleo,
nas indústrias de tintas, plástica , de decoração c para moldes de pneus .
3.4 Vermiculita
A vermic ulita é utilizada principalmente como iso lante térmico c ac ústico (cerca de 76,0% ), como condicion ador c corretivo de so los, c é amplamente utilizad a para evitar perda de c irculação c lubrificação na indústria
de petróleo c gás.
A ve rmic ulita não ex pandida foi importada dos seguintes pa íses: Turquia (74%), Argentina (23%), Méx ico
(I % ) c Bélgica ( 1'%). Como relação à venniculita expandida os principai s países exportadores foram: Alemanha
(36% ), Argentina ( 19'%), Estados Unidos ( 14'Yo), China (8%) c Dinamarca (7%). As exportações de vermiculita
não-ex pandida destinara m-se aos seguintes países: Reino Unido (56%), Argentina ( 16% ), Chile (5%) c Alemanha
(3 % ), etc.,. Já a vcrmiculita expandida fói exportada para: Argentina ( 19%), Chile ( 15% ), Venezuela ( 13%) e México (li%), dentre outros. (Sumário Mineral, 2008).
601
Silva, Coelho, Chaves, Fraga, Ferreira, Motta & Cabral Junior
Preços· Vermiculita Não Expandida
Preços- Vermiculita Expandida
moo
1800
1600
2~00
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2006
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Figura 9 - Preços de Vermiculita expandida · 20012007, hmtc: MDI C/ALICEWE13, 200X, modificado.
Os preços, no período de 200 I - 2007 são apresentados nas Figuras X c 9, observando-se os preços
maiores para impot1açõcs do que exportações, cm ambos os tipos.
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Figura 11 -Comérc io de Vcm1iculita expandida- 200 12007, Fonte: MDIC/ALICEWEB , 200X. modificado .
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção brasileira de minerais industriais, ainda que expressiva c que apresente vários casos de alto padrão tecnológico de plancjamento c operação mineira, padece ainda de aperfeiçoamento tecnológico c gcrcncial.
As deficiências tecnológicas estão associadas a Iodas as etapas do aprovcitamcnlo mineral, principalmente quando se trata da pequena empresa. que, corresponde à grande maioria desse sctor produtivo. Parcela considerável das minerações ressente-se de in vest imentos na pesquisa geológica das jazidns c na caracterização tecnológica dos minérios, no plancjamcnto das opcraçôcs de lavra, beneficiamento c recuperação ambicnla l
dos empreendimentos, c na modernização tecnológica nos métodos. procedimentos c equipamentos: de in corporação de gcrenciamcnto ambienta l como item de investimento: de melhor aproveitamento c disposição dos rcjeitos c do material estéril; de utilização de profissionais tecnicamente capacitados: de adequação a nom1as técnicas ofic iais; c de carência de acesso às infonnaçõcs sobre a dinümica do sctor- tecnologia, mercado c legislação
(Cabral et ai., 200R).
Compot1amcnto sim ilar é constatado para as substâncias analisadas - bcntonila, barila, vcrmiculita c micaque, entre outros usos, tem impot1antcs ap licações na indústria do petróleo . A produção doméstica desses minerais, em geral, não alcança a qualidade de produtos simila res internacionais c apresenta custos maiores que os
alcançados no exterior, provocando distorções nos preços locais, c, consequentemente, prejudicando a competitividade das indústrias consumidoras.
O déficit da balança comercia l brasileira desses minerais industriais rctlctc,cm parte, essa situação. Apesar
de o Brasil possuir grandes reservas das quatro substüncias aqui analisadas, somente a mica não apresentou déficit no período de 2000 a 2007, sendo que no conjunto, cm 2007, alcançou-se um saldo negativo deUS$ 25 milhões de dólares, com a bcntonita representando cerca de 75% deste déficit.
A verrniculita é um exemplo ilustrativo das deficiências produtivas da indústria nacional, exportando-se essencialmente verrniculita bruta (não-expandida) c importando-se significativas quantidades de vcrmicu lita expandida, sendo que a diferença de preço entre a vcrmiculita nac ional c a importada chega a quase 500%.. Situação similar ocorre com a mica, cujo sa ld o positivo na balança comercial deve-se, sobretudo, aos vo lumes exportados,
já que os preços médios dos produtos nacionais são inferiores a 50'1(, dos imporlados.
Por outro lado, a barita obteve preços de exportação no biênio de 2006 c 2007 superiores aos de importação , fruto , sobretudo, da qualidade natural dos minérios nacionais, apro priados para produção de sais de bário,
tintas e plástico, que apresentam maiores preços no mercado internacional.
602
XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa
Caso mais diferenciado rctcn.:-sc a bcntonita. Para pa11e significativa das substâncias impo11adas , como as
bentonitas da Argentina, de alto desempenho cm diversas aplicações , como aglomerantes em moldes de fundição
(sódicas) c em cngobcs cerâmicos (cálcicas), não se dispõem de reservas similares conhecidas no País, o que dificulta substituições, pelo menos no curto prazo. Já os preços médios relativamente elevados das exportações brasileiras devem estar relacionados a produtos beneficiados (ativação química) evidenciando a qualificação competitiva de parte desse segmento industrial.
Para que as indústrias brasileiras de transformação mineral alcancem uma maior competitividade internacional. será necessário o IÜJ1alccimcnto do sctor nacional de minerais industriais , de modo que este opere com melhores padrões tecnológicos c gcrenciais. (Suslick & Coelho, 1996). Coloca-se, assim, a necessidade da promoção de açõcs no sentido de diagnosticar as carências do setor produtivo c de indução do aprimoramento tecnológico da atividadc de mineração , principa lmente para os minerais industriais que vêm apresentando significativos valores na pauta de importação c com potencial de exportação. O ganho tecnológico esperado com a
implementação dessas açõcs é a melhoria do perfil técnico-gercncial do setor produtivo, o que deverá refletir na
qualidade das matérias-primas c na redução dos custos de produção c, conseqüentemente, diminuição das importações c um aumento das cxportaçôcs.
Aspecto importante a ser incentivado por políticas públicas é a possibilidade da ampliação do intercâmbio comercial dos minerais industriais na América Latina, aproveitando-se os diferenciais competitivos relativos à dotação mineral c a complementaridade das cadeias produtivas de base mineral ex istentcs nos países latinos . Outro
tàtor de estímulo na integração de mercados é o estabelecimento de uma rede de suporte tecnológico ao setor
produtivo, dirigido, cm especial, à consolidação dos principais c/ustet:1· de base mineral.
5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CTMINERAL pelo apoio financeiro ao Projeto Estudo de Oferta e Demanda de Minerais Industriais Para Substituições de lmpoi1açõcs, que proporcionou os meios para a execução deste trabalho,
bem como a FAPERJ pela concessão da Bolsa de Pós-Doutorado .
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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balança comercial: minerais industriais utilizados na indústria do