XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minério s e Metalurgia Extrativa BALANÇA COMERCIAL: MINERAIS INDUSTRIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DO PETROLEO J.O. Silva 1 , J.M. Coelho 2 , H.A.F. Chaves 1 , Vitor S. Fraga 2 , Gilson E. Ferreira 3 , José Francisco Marciano Motta 4 & Marsis Cabral Junior 4 1 Departamento de Estratigrafia e Paleontol ogia da Universidad e do Estado do Rio de Janeiro. Av. Rua São Fran cisco Xavier, 524 - Maracanã - Rio de Janeiro- RJ Cep 20.550.900. E-mails: [email protected], hernani@uerj .br; 2 Departam ento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Av Brigad eiro Trompowski s/n Cidade Univers itária , Rio de J aneiro, RJ . E-mail s: zem ario@geol ogia.u frj.br ; [email protected] 3 Centro de Te cnologia Mineral- CETEM Av. lpê , 900 Cidad e Universitária , Rio de Janeiro I RJ Tel. (21) 38657319, FAX (21) 226 09835. E-m ail: gferreira@c etem.gov.br 4 Instituto de Pesqu isas Tec nologias ·- IPT Cidade Universitári a, São Paulo - SP Tel. (11 ) 3 7674640 , FA X (11) 37674083. E-mail: fmotta@ipt .br e marsis@ipt .br RESUMO O presente traba lh o tem po r objetivo analisar a balança comercial de a lgun s dos principais min erais industriais utilizados na indú stria do pe tró leo . no período de 2000 a 2007. fixa ndo a barita, bentonita. mica c vennie ulita. A barita é um dos princip ais in su m os da in dú stria do petróleo c gús natural, pois é usada como modificador de densidade na lama de perfuração de poços d e petróleo, sendo que li "!,, do se u produto bmto é consumido na cxtração do petró leo c 8% do se u produto beneficiado usado na cxtração de petróleo c gús. A bcntonita é utilizada na indústria petrolífera (parte integrante da lam a de perfuração com função de promotor de viscosidad~: c lubrificante). com 54% de se u consumo utilizado na cxtraçào de petróleo c gús. A mica é utilizada co m o aditi vo ( mat~:ri a l co nt ra perd a tk circula ção) cm lamas de perfuração de poços de petróleo. A vem1 ic ulita é utilizada como a bsorvente de compos tos orgânicos poluentes da indús tria do petróleo e material con tra pe rda de circulação em lamas de perfuração de poços de petró leo. Os quatro bens min era is juntos apresentaram um sa ld o destàvo rá ve l na balan ça co mercial (ex port ação menos importação ), que ~o:voluiu de USS 10, I milhões em 2000 para US$ 24,5 milhões cm 2007. representa ndo um crescim ento de aproxi madamente 200'Yt .. O trabalho diseriminarú a composição das exportações e importações (bens primários, m an ul~t turado s, scmima nufaturados c com postos químicos), de fonna a ob ter um a maior identificaçüo das causas qu~: contribuíram para o d~:sequilíbrio na ba lança comercial bras ile ira. PALAVRAS-CHAVE: Minerais Industriais. Balança Comercia l, Petróleo. ABSTRACT The purpos~: ofthis work is to pn.:scnt an ana lys is ofthc trade balance ofpayments tor th c indu stria l minera is ut ilizcd in thc o ii indus try , foc using on lhe pcriod from 2000 to 2007. Th e minera is considered are Ba rite, Bentonite, M ica and Vennic ul ite. Baritc is the maín item in thc o il and gas indu stry. since it is uscd as a scaling agent in drillin g m ud s , wherc li % of its gross production is uscd in o ii production anel 8% of it s rcfincd product ion is uscd in o ii and gas produ ctio n. Bentonite is used in thc oil industry (a co mponcnt of drilling mud). with 54% of its consumption used in thc production of oil and gas. Mi ca is used as an additive in drilling mud s. Vcrmiculitc is uscd as an absorbcntlor contamination by organic compo unds ofthe o il an d gas induslly. T11c ti.lur industrial minerais togc ther acco unt f(>r a nega ti ve trade balance (exports lcss imports), wh ieh went from of US$ I O, I m illion in 2000. to US$24,5 m illion in 2007, representin g a grow th of 200%. Tl1is wo rk shows th e compos ition of lhe cxpo11s and imports (primary goo d s. manufacturcd goods , semi-m anutàcturcd goods and chemical com pounds), soas to bcttcr idcntify thc cause ofthc tradc ba lance discquilibrium. KEY WORDS: Indu st ria l M in erais. Balan cc of Paymcnts , Pctrolcum 597 Silva, Coelho, Chaves, Fraga, Ferreira, Motta & Cabral Junior 1. INTRODUÇÃO O Brasil apresenta uma grande diversidade de terrenos geológicos, possuindo, deste modo, uma grande dotação mineral, que se traduz na produção de mais de 67 variedades de substâncias minerais · 21 minerais metálicos, 42 minerais industriais e quatro energéticas. Em que pese a grande diversidade de minerais industriais produzidos, o saldo da balança comercial vem apresentando déficits crescentes nas últimas duas décadas. (Coelho, ct. ali i, 2007). Os minerais industriais estudados são usados in natura, ou após beneficiamento, cm diversos segmentos da indústria do petróleo. Os insumos minerais mais utilizados na indústria do petróleo são: bcntonita, barita, atapulgita, vermiculita, magnetita porosa, carbonato de cálcio, mica, pcrlita expandida, lignina, mica, grafi.ta, cloreto de sódio, gipsita, dentre outros (Castclli , 1994 ). Neste trabalho são analisados quatro minerais industriais utili zados pela indústria de petróleo - barita, bcntonita, vermiculita,e mica - que são utilizados principalmente na formulação da lama ou fluído usado na perfuração de poços de petróleo c gás. A Figura I apresenta a cadeia produtiva da indústria do petróleo c gás, onde constata-se uma grande variedade de aplicações de minerais industriai s no segmento de petróleo no Brasil. A maioria dos minerais apresenta mais de uma aplicação, sendo que alguns não estão ligado a exploração c produção, c também na remediação ambiental. Figura I :Cadeia produtiva da industria de petróleo. Fome: Brasil Supply, 2003 Figura I: Cadeia produtiva da indústria de petróleo. Fonte: Brasil Supply, 2003 A utilização de um fluido é essencial na perfuração de um poço. O sucesso da operação depende da composição e das propriedades do fluido escolhido que pode exercer diversas funções: Carrear o material cortado pela broca e transportá-lo para a superflcie através do espaço anular do poço; Resfriar c limpar a broca: Reduzir a fricção entre o colar da coluna de perfuração e as paredes do poço; Manter a estabilidade da scção do poço não revestida; Controlar a pressão para evitar a entrada de fluxos de óleo, gás ou água proveniente das rochas perfuradas; Formar uma torta (reboco) pouco espessa, de baixa permeabi lidadc que sele os poros c outras aberturas na formação penetrada pela broca; Ajudar na coleta e interpretação de informações disponíveis a pa1iir de amostras de calha, testemunho de sondagem e perfis clétricos; Promover o efeito de flutuação. A tubulação de um poço imerso no fluido tem seu peso reduzido devido ao empuxo reduzindo a tensão no mecanismode perfuração. (Darlcy c Gray, 19!\H). A indústria brasileira de petróleo e gás natural, detentora de alta tecnologia, desempenha um papel de extrema importância no consumo dos minerais industriais , principalmente pela variedade c qualidade exigidas pelas substâncias minerais utilizadas nos diversos sctorcs: perfuração, completação, produção c refino. Há um grande potencial de crescimento do consumo no mercado intcmo cm tàcc a tendência crescente de aumento da produção da indústria de petróleo brasileira. O déficit da balança comercial observado demon stra que, ao contrário da indústria de petróleo, não houve por parte significativa do setor produtivo de minerais industriais as modernizações tecnológicas c gcrcnciais necessárias ao aprimoramento do sistema de produção - pesquisa, lavra c beneficiamento , o que se tem traduzido cm diferenças desfavorá veis, em termos de qualidade, constância de suprimento c preços das matérias-primas nacionais , em relação a outros países produtores, fazendo com que o país seja dependente de importação destes bens minerais. (Coelho, et. a IIi, 2000). 2. O COMÉRCIO DOS MINERAIS INDUSTRIAIS UTILIZADOS PELA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS BRASILEIRA O Brasil é auto-suficiente em termo de reservas cm quase todos os minerais industriais. Porém ao analisar os dados da balança comercial é possível observar que três dos minerais estudados apresentam balança comercial negativa (barita, bcntonita e vermiculita), cm torno deUS$ 22 milhôcs cm 2007. (Coelho, ct. alli , 200!\). 598 XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Na Tabela I observa-se a evolução da balança comercial dos quatro minerais analisados no período de 2000 a 2007. Constata-se um crescimento considerável do déficit comercial, que passou de I O milhões de dólares, cm 2000. para US$ 24.5 milhôcs de dólares cm 2007. Esse saldo negativo deveu-se, principalmente, a bentonita c, secundariamente, a barita c a vcm1 iculita , que cm 2007. Tabela I Evolução do Sa ldo da Balança Comercial dos Quatro Minerais Industriais - 2000 a 2007 (US $ Milhões) Substâncias Barita 1:3cntonita Mica Venniculita Total 2000 -I -9.3 0,5 -<U 2001 -2 ,4 -9,3 0.2. 2,(1 -lO, I -í\,9 2002 -I ,2 -9,5 -I ,4 -0,7 -12,X 2003 -I -9.X 0,7 -I -11, I 2004 2005 -I ,S -13,5 -0, I -7,7 -23,1 -I' 9 -li ,2 0,6 -2, I - 14,6 2006 -2,7 -13,6 1,8 -3,7 -18,2 2007 -5 -17,9 0,6 -2,2 -24,5 f<imre: DNPM, 2000 a 200X. modificado. Em 2007, as importações de bens primúrios de bário (baritina c withcrita) atingiram 20.192 t, no valor deUS$ FOB 2.X 14 .000. As de compostos químicos (hidróxido , sulfato c carbonato), representaram 3.674 t com valor de USS FOB 2.745.000, totalizando US$ FOB 5,5 milhões . Enquanto as cxpot1açôcs brasileiras de barita, no mesmo ano, totalizaram apenas 1.762 t, incluindo bens primúrios, manufatumdos e compostos químicos de bário, o que gerou uma receita US$ FOI:3 533.000. A bcntonita aprcscntou o maior déficit dentre os minerais estudados. As importações totais de bcntonita realizadas, cm 2007, perfizeram um montante de 227.765 t, no va lor deUS$ FOB 22.487 milhões. As cxportaçôcs totais de bcntonita cm 2007 foram de 9.5 12 t, atingindo o montante de US$-FOB 4.566 milhões. A impot1ação de mica cm 2007 totalizou US$7.46X mil, sendo US$ 5.957 mil (84,2% do total) em produtos manutàturados de mica (principalmente placas, tolhas ou tiras, de mica aglomerada) c cm bens primários (pó de mica) US$1. 130 mil, c apenas US$ 52 mil cm mica cm bruto ou clivada em folhas, lâminas. Em 2007 , oBrasil exportou 1414 t de bens primários de mica (mica em bruto, ou clivada cm folhas, lâminas,) c apenas 297 t de mica cm pó, a um preço médio deUS$ FOB 355,35/t. As impot1açõcs de bens primários de vcrmiculita cm 2007 toram de US$ 6.000, enquanto a vermiculita expandida perfez US$ FO B 3.4 76.000. Já, as exportações de vcrmiculita não-expandida foram de US$ FOB 664.000 c de vcnn icul ita expandida inteiraram US$ FO B 3X 1.000. 3. ANÁLISE DOS PREÇOS DE MINERAIS INDUSTRIAIS BRASILEIROS SELECIONADOS Na Tabela 11 estão listados os preços de exportação c importação das quatro bens minerais industriais selccionados. Vale ressaltar que, estes minerais são produzidos, cm sua maioria, por pequenas e médias empresas. A seguir, apresenta-se uma análise sumária destes bens minerais, apresentando as suas principais aplicações, indicado os principais países exportadores c importadores dessas substâncias. Tabela 11 Pn:~os Substâncias Barita Bcntonita Mica Vcnnieulita Expandida Vcrmiculita Não Expandida de cxpot1a<;ão c de importação de minerais industriais - 200 I - 2007 (US/t) Preços/anos Preço de exportação Preço de importação Preço de exportação Preço de importação Preço de exportação Preço de importação Preço de cxpm1ação Preço de importação 2001 7P. 260 24 1 96 271 915 83 1.213 2002 327 233 361 82 24P, 943 557 1.343 2003 286 267 252 91 278 997 216 1.758 2004 156 342 388 88 298 916 2 16 2039 2005 220 416 369 75 264 988 257 2478 2006 512 567 442 317 714 413 2045 2007 554 700 479 80 356 855 591 2113 Preço de exportação 93 93 86 86 102 117 163 Preço de importação 1032 997 1436 1606 1335 1523 980 86 1-imle: Elaboraçüo própria, com base no 8an<.:o de Dados do MDIC/ALICEWEB, 2008. 599 Silva, Coelho , Chaves, Fraga, Ferreira , Motta & Cabral Junior 3.1 Barita A barita, sulfato de bário natural , é a fonte mais importante de obtenção de bário metálico c o principal insumo mineral empregado como agente se lador e dcnsifi cador na lama de perfuraçào na indústria de petróleo c gás natural. As especificações de barita, usada cm lama de pcrfuraçào de óleo c gás, sào norm ali zadas internacionalmente pela AP I (Amcrican Petro lcum ln stitutc) e OCMA (Oil Companics Material Assoc iation), c nacio nalm ente são determinadas pela ABNT (Associação Brasile ira de Normas Técnicas) c PI::TROHRÁS . As características da lama de perfuração e da quantidade de barita contida, variam grandemen te, cm função de ll1torcs , tais como: grad icntc de pressão dos poços, profundidade relativa, tempo de perfuração. A barita é um insumo fundamenta l para três sctorcs da indú stria: I) Fluído de perfuração de, água, petróleo c gás; 2) Saís químicos de bário (sulfato. hidróxido. peróxido . óx ido , cloreto. carbonato. su lfc to, ti tana to . nitrato, s ilicato, cromato, etc.); 3) Preparação de tintas, pigmentos, vernizes, vidros, papel, plásticos, etc ; Em 2007, as importações foram provenientes da Bolív ia (37%), Es tados Unidos (30'%) c Victnã (26'%). Enquanto as exportações são fe itas dos seguintes países: Venezuela (42%), Urugua i (25'%) c Angola ( 17'%). (Sumário Mineral , 2008). Barita- Comércio 800 I 400 200 o I, •• I ; 600 ~ l -i l i 2002 2003 • cx portoçjo t 327 286 ::1 llllpOftJçJo- t 233 267 -i ! I l Barita - Preços 700 I soo 600 ~ J i ti ll~ l {l I I I 2004 2005 2006 200 7 156 220 644 554 I 342 416 223 700 I ~ 2001 2002 2003 2004 2005 200G t /~ 32/ 2~ 6 l>b 22U b44 4~2 260 233 267 342 4!6 223 145 2007 I 8 Prc(00<' 0xport.1(.iO n Pn•Ç Odt• irllpOrt<H, ,IO I Figura 2- Comércio de Barila (t)- 2002-2007 Fonte: MDI C/ ALICEWEB, 200R, modificado. Figura 3- Prc~os Jc Barita- 2001-2007 /·imtc: MDIC/ 1\Lil'f:WEB. 200X. moJilicaJo. O consumo de barita no Brasil apresen ta a seguinte d istribuição: Produ tos Brutos: Dispositivos Elctrônicos (38,4%), Extração c Benefic iam en to de M incrais (22 ,7'%), Tintas Esma ltes c Vernizes ( 15.4'Yo), Fabricação de Peças para Freios ( 11 ,6%) , Extração de Petróleo ( II ,5%.) c Ferro-Ligas (0,4'%); Produtos Beneficiados: Pro dutos Químicos (4 1%), Fabricação de Peças para Freio ( 19'%) , Dispositivos Elctrônicos ( 10,7'%). Extração de Petróleo/ Gás (8%), Tintas. Esmaltes c Vernizes (8%); c não in formados ( 13 ,2%,). 3.2 Bentonita O termo bentonita é empregado atualmcntc para designar argilas constituídas principalmente pelo argi lom ineral montmorilonita, do grupo esmcctita, uma famí lia de argi las com propriedades semelhantes: cm con tato com a água, expande várias vezes o seu vo lume, formando géis tixotrópicos. A bentonita sódica expande-se quando molhada, possive lm en te absorvendo a lgumas vezes s ua massa seca em água . Por causa de suas excelentes propriedades coloidais é utilizada na lam a de perfurações da indú stria de petróleo c gás, c para investigações geotécn icas c ambientais. No Brasil o consumo de bcntonita bru ta, no ano de 2007, apresentou a seguinte distrib uição: a) extração de petróleo/gás (54%); b) pelotização (46%) O Brasil não possui reservas de bcntonita sód ica, c a produção , por conseguinte, somente pode ser ob tid a pela ativação da bentonita cálcica. (Braz, 2002. apud Haltar & Lu z. 2003). O consumo aparente brasileiro de bcntonita bruta aum entou 86,3% cm 2007 cm re lação a 2006. As grandes ap licações deste bem mineral nas áreas de: pclotização de min ério de fctTo , fundição e cx tração de petróleo e gás, associado ao crescimento económ ico brasileiro c mundial , proporcionando o aumento do consumo de petróleo, aço c suas ligas. devem garantir demandas crescentes da bcntonita. Os principais países exportadores para os bens primários f(.Jram: Argentina (46%), Índia (45%). EUA (8%), Alemanha ( I% ); e os principais países importadores de bens primários foram: Átrica do Sul (50%), Argentina ( 15%), Chile (8% ), EI Salvador (5% ), Equador (5% ). (Sumário M incra I. 2008 ). 600 XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa COMÉRCIO- BENTONITA PREÇOS- BENTONITA 25 0000.0 600 soo 200000,0 150000,0 100000,0 J I _j l J I [I 50000,0 0,0 • cxporta çJo · 1 :1 ~rnp ortaç ,\o 2002 2003 3 11.0 2440,9 2004 Jl Ji 200'> 3388.7 4311.2 2006 400 300 200 100 --.. ~ :::> ...,j o 2007 5541.7 9450,6 • Preço de cxportaç,io · I 92 956.2 93080,'1 1141 38, 168 444. 13 7731.22 1069 . i Preço Figura 4 - Co mercio da bcnlonita - 2002-2007 d<' 1111portaçõo ti I ~li l i l 2005 2006 2007 241 361 25 2 388 369 442 4 79 96 82 91 88 75 86 80 200 1 2002 2003 2004 Figura 5 - Preço da bcntonita- 200 1-2007 Fonte: MDI C/ ALICEWEB, 200R, modificado Fonli': MDIC/1\LIC'EWEB, 200X, modificado 3.3 Mica A mica é um filossilicato a base de a lumínio. potássio ou sódio e muitas vezes magn és io c ferro. As suas principais aplicações são: na s indú st ri as clctroc lctrônicas c de condutividade terme lé trica, em tintas , na s indústrias de materiais de tran s portes, c lctrod os, ccràmicos, c como lubrifi ca nte na perfuração de poço s de petróleo . -------- -·- - - Preços- Mica Comércio- Mica 1200 1600 .0 1400 .0 1200.0 IUUU .l l wo.o 600,0 400.0 200.0 0.0 . l'ltpO rt,lÇ,) O I i • irnport<-,1., ~10 • l II 2001 lOOl 1110,0 110,0 1 .~ I 200 4 .' OU~ 'JIJJ.~ ~ 09,:, U,U U, l 1 41 -l . .l 46 , 1 ~~tí.fi "·' 4 ,q <.R l.liUh Figura 6 - Comércio de Mica- 2002-2007 Fome: MDIC /ALIC EWE B, 200X, modific ado. 1000 --.. "' "':::> ! 800 600 400 )00 o 200 1 I I I I I 2001 lOOl ,...., ni! I I I I 2003 I Ii ! 2004 • P n ·~od t •(' xpnrt,t <;;io }71 }48 ]7 8 7~l8 Pn..'\Od L' Ulll)url iH,.JO ~~lS 94~ 99/ 916 • i .?00'.1 I II ! I I ZOO& I 1001 264 317 3S6 988 !14 8S~ Figura 7 - Preços de Mica - 200 1-2007 fim1e: MDI C/ALICEWEB, 2008, modificad o. A mica moída é aplicada no combate de perda de circulação e atua como promotor de viscos idade na perfuração de poços de petró leo. Os preços, no período de 200 1 - 2007 são apresentados na Figura 7. Os principais países exportadores de bens primário s são: A lcmanha (88%) c Índia (7'%) . Co m relação ao destino das exportações brasileiras de bens primário s destacam-se: França (49% ), Uruguai (28%) e Argentina ( 19%). (Sumário Mineral, 2008) . O consumo de mica fragmentada ocorre através de um processo de moagem e pcn eiramcnto , podendo ser utilizado , como componente na produção de cimento, como aditivos em lamas de perfu ração de poços de petróleo, nas indústrias de tintas, plástica , de decoração c para moldes de pneus . 3.4 Vermiculita A vermic ulita é utilizada principalmente como iso lante térmico c ac ústico (cerca de 76,0% ), como condicion ador c corretivo de so los, c é amplamente utilizad a para evitar perda de c irculação c lubrificação na indústria de petróleo c gás. A ve rmic ulita não ex pandida foi importada dos seguintes pa íses: Turquia (74%), Argentina (23%), Méx ico (I % ) c Bélgica ( 1'%). Como relação à venniculita expandida os principai s países exportadores foram: Alemanha (36% ), Argentina ( 19'%), Estados Unidos ( 14'Yo), China (8%) c Dinamarca (7%). As exportações de vermiculita não-ex pandida destinara m-se aos seguintes países: Reino Unido (56%), Argentina ( 16% ), Chile (5%) c Alemanha (3 % ), etc.,. Já a vcrmiculita expandida fói exportada para: Argentina ( 19%), Chile ( 15% ), Venezuela ( 13%) e México (li%), dentre outros. (Sumário Mineral, 2008). 601 Silva, Coelho, Chaves, Fraga, Ferreira, Motta & Cabral Junior Preços· Vermiculita Não Expandida Preços- Vermiculita Expandida moo 1800 1600 2~00 !400 HOO 5. "':::> soo 600 400 200 o ,.j 200 1 ~l • Prcç;o \.I c c;.;po rl.lÇJO I - Pr't:ÇO de- ln\POrt<l,JO -- - I I 1012 1 ' /000 ~::> 1000 • 1'00 1000 'OO IIII 2006 2007 102 117 163 • Pr<'(O dl" C')lport.:\ç,lo lll' 1 ';~ 3 9M PrC'(O rl(' •mport.1Ç."'O 2002 1003 2004 100'. 93 86 86 997 14 .l 6 1606 Figura 8 - Preços de Vennicu lita não expandida - 20012007, Fonte: MDIC /ALICEWEB , 200!\, modificado. 1001 I 1002 .lOtH 1004 • • • • 2006 100') I } 001 8J 'JS/ l!G I!G :!.~ ! 4H >91 1.!13 1.343 1 . 1~8 1039 .!4 78 !04S l!B Figura 9 - Preços de Vermiculita expandida · 20012007, hmtc: MDI C/ALICEWE13, 200X, modificado. Os preços, no período de 200 I - 2007 são apresentados nas Figuras X c 9, observando-se os preços maiores para impot1açõcs do que exportações, cm ambos os tipos. COMÉRCIO -VERMICULITA NÃO EXPANDIDA 12000.0 lóOO.O 1003 1004 .wor; t.·xf)o r1 .11.; .10 · I I 11712 , .3 422 1.0 1390.8 177'i. .4 2036,0 : unpor\.lç.)o · I 3')~t.6 2 17.6 .~44.1 280.6 l/').7 10000,0 8000 .0 6000.0 4000.0 }000.0 0.() 2002 • COMÉRCIO- VERMICULITA EXPANDIDA 1800.0 !4000.0 1400.0 1.100 ,0 10()0,0 ~00 . 0 600 .0 I •- • • :.?006 .l(J()() ! 00.11 0 .0 tl't1pt)rt.H.,,)l J - I .'00} 10)(,.~ • )00:~ ()'>2.0 I ~004 Figura lO - Comércio de Vcnniculita não expandida - lOO<, I )006 _, 7R .'J S<Jf,_";. 4')4.3 IO<JL.1 <) ..,4.'. I -- --- - --- - - · - · - - - -- -- 200 1-2007, Fonte: MDIC/A LICEWEB, 200X, modificado. I (,~10.1 I }OOJ 6 4 "~.4 1{,4~>,() -- --- - - - - · - - -- · Figura 11 -Comérc io de Vcm1iculita expandida- 200 12007, Fonte: MDIC/ALICEWEB , 200X. modificado . 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A produção brasileira de minerais industriais, ainda que expressiva c que apresente vários casos de alto padrão tecnológico de plancjamento c operação mineira, padece ainda de aperfeiçoamento tecnológico c gcrcncial. As deficiências tecnológicas estão associadas a Iodas as etapas do aprovcitamcnlo mineral, principalmente quando se trata da pequena empresa. que, corresponde à grande maioria desse sctor produtivo. Parcela considerável das minerações ressente-se de in vest imentos na pesquisa geológica das jazidns c na caracterização tecnológica dos minérios, no plancjamcnto das opcraçôcs de lavra, beneficiamento c recuperação ambicnla l dos empreendimentos, c na modernização tecnológica nos métodos. procedimentos c equipamentos: de in corporação de gcrenciamcnto ambienta l como item de investimento: de melhor aproveitamento c disposição dos rcjeitos c do material estéril; de utilização de profissionais tecnicamente capacitados: de adequação a nom1as técnicas ofic iais; c de carência de acesso às infonnaçõcs sobre a dinümica do sctor- tecnologia, mercado c legislação (Cabral et ai., 200R). Compot1amcnto sim ilar é constatado para as substâncias analisadas - bcntonila, barila, vcrmiculita c micaque, entre outros usos, tem impot1antcs ap licações na indústria do petróleo . A produção doméstica desses minerais, em geral, não alcança a qualidade de produtos simila res internacionais c apresenta custos maiores que os alcançados no exterior, provocando distorções nos preços locais, c, consequentemente, prejudicando a competitividade das indústrias consumidoras. O déficit da balança comercia l brasileira desses minerais industriais rctlctc,cm parte, essa situação. Apesar de o Brasil possuir grandes reservas das quatro substüncias aqui analisadas, somente a mica não apresentou déficit no período de 2000 a 2007, sendo que no conjunto, cm 2007, alcançou-se um saldo negativo deUS$ 25 milhões de dólares, com a bcntonita representando cerca de 75% deste déficit. A verrniculita é um exemplo ilustrativo das deficiências produtivas da indústria nacional, exportando-se essencialmente verrniculita bruta (não-expandida) c importando-se significativas quantidades de vcrmicu lita expandida, sendo que a diferença de preço entre a vcrmiculita nac ional c a importada chega a quase 500%.. Situação similar ocorre com a mica, cujo sa ld o positivo na balança comercial deve-se, sobretudo, aos vo lumes exportados, já que os preços médios dos produtos nacionais são inferiores a 50'1(, dos imporlados. Por outro lado, a barita obteve preços de exportação no biênio de 2006 c 2007 superiores aos de importação , fruto , sobretudo, da qualidade natural dos minérios nacionais, apro priados para produção de sais de bário, tintas e plástico, que apresentam maiores preços no mercado internacional. 602 XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Caso mais diferenciado rctcn.:-sc a bcntonita. Para pa11e significativa das substâncias impo11adas , como as bentonitas da Argentina, de alto desempenho cm diversas aplicações , como aglomerantes em moldes de fundição (sódicas) c em cngobcs cerâmicos (cálcicas), não se dispõem de reservas similares conhecidas no País, o que dificulta substituições, pelo menos no curto prazo. Já os preços médios relativamente elevados das exportações brasileiras devem estar relacionados a produtos beneficiados (ativação química) evidenciando a qualificação competitiva de parte desse segmento industrial. Para que as indústrias brasileiras de transformação mineral alcancem uma maior competitividade internacional. será necessário o IÜJ1alccimcnto do sctor nacional de minerais industriais , de modo que este opere com melhores padrões tecnológicos c gcrenciais. (Suslick & Coelho, 1996). Coloca-se, assim, a necessidade da promoção de açõcs no sentido de diagnosticar as carências do setor produtivo c de indução do aprimoramento tecnológico da atividadc de mineração , principa lmente para os minerais industriais que vêm apresentando significativos valores na pauta de importação c com potencial de exportação. O ganho tecnológico esperado com a implementação dessas açõcs é a melhoria do perfil técnico-gercncial do setor produtivo, o que deverá refletir na qualidade das matérias-primas c na redução dos custos de produção c, conseqüentemente, diminuição das importações c um aumento das cxportaçôcs. Aspecto importante a ser incentivado por políticas públicas é a possibilidade da ampliação do intercâmbio comercial dos minerais industriais na América Latina, aproveitando-se os diferenciais competitivos relativos à dotação mineral c a complementaridade das cadeias produtivas de base mineral ex istentcs nos países latinos . Outro tàtor de estímulo na integração de mercados é o estabelecimento de uma rede de suporte tecnológico ao setor produtivo, dirigido, cm especial, à consolidação dos principais c/ustet:1· de base mineral. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CTMINERAL pelo apoio financeiro ao Projeto Estudo de Oferta e Demanda de Minerais Industriais Para Substituições de lmpoi1açõcs, que proporcionou os meios para a execução deste trabalho, bem como a FAPERJ pela concessão da Bolsa de Pós-Doutorado . 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Baltar, C. A . M. (Org. ); Luz, A. B. (Org.). lnsumos Minerais para a Perfuração de Poços de Petróleo. I. ed. Rio de Janeiro : CETEM/ UFPE, 2003. v. I. 102 p. Brasil. Balanço Mineral.. Brasília: DNPM, 2002. Braz, E. Análise da adequação do mercado produtor de barita e de bcntonita para perfuração de poços de petróleo. ln.: XIX Encontro Nacional de Tratamento de Minérios c Metalurgia Extrativa, Anais. Volume 2. Baltar, C.A.M.; Oliveira , J.C.S .; Barbosa, J .P. 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