Jornal da Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa Cezinha Galhardo Jornal da Associação Médica Brasileira - Março/Abril de 2007 - Ano 48 - #1347 AMB e CFM lançam Programa de Educação Continuada Parlamentares recebem Agenda da Saúde Responsável Mobilização poderá garantir Plano de Carreira para médicos AMB participa de reunião da Frente Parlamentar da Saúde Com acesso livre e gratuito a mais de 2,6 mil horas/ aula, o programa de atualização científica pela internet abrangerá 53 especialidades. Evento promovido pela AMB e CFM, no mês de março, em Brasília, reuniu deputados e senadores empenhados por qualidade na assistência à saúde. Diretrizes nacionais acordadas com gestores e trabalhadores devem ser publicadas em breve como portaria do Ministério da Saúde. Durante reunião da Frente Parlamentar da Saúde, em Brasília, a AMB criticou a abertura indiscriminada de escolas médicas, que hoje já somam quase 170. Jornal da Março | Abril 2007 Editorial A mensagem Chega ao Congresso o que se tem denominado, no jargão parlamentar, “mensagem” do Presidente. Trata-se da submissão de um acordo diplomático entre Cuba e o nosso País, prevendo, na prática, reconhecimento automático dos brasileiros graduados pela ELAM (Escola Latino-Americana de Medicina). Abre-se o assunto em audiência pública e vêm à tona, em poucas horas de discussão, os aspectos obscuros da intrigante proposta. Por que tratamento assim privilegiado àquela escola cubana? Estudantes brasileiros formados em Harvard, Yale, Princeton, Sorbonne, Pádua, Porto, Lisboa, Coimbra, Cambridge ou Oxford nunca foram objeto de tanta consideração. E os milhares de brasileiros que hoje estudam nas faculdades bolivianas? Estes têm de passar por uma análise de equivalência curricular e, somente após a verificação da compatibilidade dos programas, submeterem-se a exame de qualificação. Qual o real objetivo deste programa e quais as razões desta proposta? Por que os estudantes estrangeiros da ELAM não são selecionados por meio dos mesmos critérios adotados para os cubanos, mas recomendados por partidos políticos ou movimentos sociais? Por que o Itamarati, neste particular, foge do paradigma da bilateralidade? Os estudantes estrangeiros da ELAM não são autorizados a exercer medicina em Cuba, pois a escola visa formar quadros destinados a atuar no exterior. Dos pretextos levantados para a aprovação deste disparate surge a qualidade do ensino médico em Cuba. Mas, por que o índice de aprovação dos alunos que se candidatam a exames de qualificação é tão baixo? Outro falacioso argumento é a falta de médicos dispostos a assistir as populações das regiões mais remotas do Brasil? Não se cogita, no entanto, que os médicos assim “importados” poderão (pelo menos enquanto prevalecer por aqui o democrático direito de ir e vir) escolher viver em outras regiões. Exatamente como fazem os outros 310 mil colegas em atividade no Brasil. Isto porque também não se cogita estruturar a assistência nas regiões remotas e nelas integrar a prática médica. E muito menos elaborar plano de carreira que, à semelhança do Judiciário, distribua equanimemente recursos humanos na área da saúde. Onde estamos? Para onde vamos? Diz-se que não importa quão profundo lhe pareça o buraco em que você se encontra, enquanto não houver terra por cima, há esperança. Há propostas que chegam como uma pá de terra. 1 Jornal da Março | Abril 2007 Entrevista - Raimundo Cezar Britto Aragão Raimundo Cezar Britto Aragão assumiu em janeiro deste ano a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Formado pela Universidade Federal de Sergipe, 23 anos de profissão e mandato até 2009, o exsecretário-geral da entidade e ex-presidente da secional de Sergipe, seu estado natal, concedeu esta entrevista ao Jamb, na qual aponta os caminhos que os médicos devem seguir para a construção de uma entidade única, sólida e respeitada, a exemplo do que é a OAB. FOTO: EUGÊNIO NOVAES - OAB 1 - Está sendo discutida no meio médico a criação de uma entidade única, que substituiria a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina. Qual o melhor caminho para isso? RA – A atividade da medicina é fundamental para o desenvolvimento do nosso país e, para possuir qualidade, deve ser exercida com competência e ética profissional. Assim, unir os dois órgãos que atuam nessa atividade será essencial para regulamentação de uma profissão de enorme respeito e reconhecimento pela função social que desenvolve. 2 - E qual a melhor forma para isso? RA – É a consciência da unidade, a consciência de que a união é a melhor solução para o aperfeiçoamento técnico e ético da profissão. A partir da compreensão dessa importância, as duas entidades poderão buscar a fusão política e jurídica. Politicamente, com a decisão da consciência, e juridicamente, com a fusão legal via autorização legislativa. 3 - Esta entidade única deveria necessariamente ser uma autarquia federal? RA – Esse é o grande desafio a ser vencido pelos órgãos de classe nos próximos anos. O atual modelo de autarquização é atrasado e injusto para as entidades de classe. Todas 2 elas são mantidas com recursos dos próprios profissionais. Não existe recurso público envolvido, e não havendo investimento público, também não há porque subordinar tais órgãos à ação estatal nem aos interesses do Estado. Esta visão é autoritária, de um passado oblíquo, que não mais se coaduna com os ideais de democracia e representação social dos novos tempos. Esse novo conselho a ser criado deverá ter como parâmetro a OAB, que não é uma autarquia, mas um órgão sui generis, independente, exatamente para que possa exercer a função fiscalizadora do Estado. Isso só pode ser feito por um órgão independente. Penso que é assim que deveria ser o novo conselho. 4 - A exemplo da OAB, é grande a chance de a classe médica se fortalecer nesta entidade única? Jornal da Março | Abril 2007 Entrevista - Raimundo Cezar Britto Aragão RA – A independência fortalece e garante à categoria uma visão social. Tal fenômeno ocorreu com a OAB, que não é um órgão apenas corporativo, mas com dupla função. É corporativo e também institucional, pois ao mesmo tempo em que defende a categoria, também atua em defesa da sociedade. Uma atividade irmã como a medicina, que tem como tarefa a promoção da saúde, e saúde é um problema público muito grave em nosso país, deveria ter essa independência para exigir mais do governo. E isso só será conseguido quando a visão não for somente corporativa, mas sim institucional. 5 - O sr. acredita em muitas dificuldades de ordem jurídica e patrimonial? RA – Tivemos esse debate quando do nascimento da Ordem. Na época, optamos pela união do trabalho, e assim decidiu-se que as ações de fiscalização e seleção da categoria ficariam com a Ordem, cabendo ao Instituto dos Advogados a função doutrinária, de debates. O importante é que houve uma fusão na compreensão do papel da Ordem dos Advogados do Brasil, e hoje o Instituto participa de nossas reuniões, mas com a percepção de que as tarefas de seleção, fiscalização, regulamentação e institucional em defesa da advocacia e da cidadania no sentido da justiça como fator social é prerrogativa da OAB. 6 - AMB e CFM pretendem apresentar um modelo de Ordem à classe médica e submeter a proposta em um plebiscito. Se aprovada, seria encaminhada ao Congresso Nacional. Acredita que é um bom caminho? RA – Esse é o caminho porque somente através de um Projeto de Lei é que se pode transformar o Conselho e Associação em uma espécie de Ordem dos Médicos e não em uma autarquia especial fiscalizada pelo poder público. Somente assim será possível dar a essa nova entidade a feição que tem a OAB hoje, uma feição independente, institucional e, por isso mesmo, respeitada pela sociedade. 7 - Então o sr. recomendaria a estrutura formal atual da OAB como modelo para esta Ordem dos Médicos do Brasil ? RA – Sim, porque garante à profissão essa dupla e importante função mencionada anteriormente: a social e a corporativa. 8 - Como é a relação da OAB com a área sindical? RA – Cabe à OAB a competência de remuneração dos advogados. Não há entidade sindical vinculada à Ordem, por isso é ela que tem o cuidado de zelar pelas reivindicações da categoria. Atualmente, a OAB possui comissões que amparam o advogado nas esferas pública e privada, além da defesa nas áreas política e judicial. 9 - Um dos grandes desafios para as entidades médicas hoje é a abertura indiscriminada de escolas de medicina, autorizadas sem necessidade social ou condições mínimas de funcionamento. Sabemos que a situação dos cursos de Direito não é muito diferente. A solução da OAB para qualificar os profissionais é o Exame de Ordem. O sr. acredita que algo parecido também seria necessário para os médicos? RA – Não se tem dúvida da importância do Exame de Ordem. A ascensão social pelo saber é uma forma privilegiada de democratização no Brasil, um país de excluídos, no qual empregos públicos são preenchidos por nepotismo. Ora, se o acadêmico estuda em uma faculdade destituída de condições técnicas para essa ascensão, estaremos corroborando com a sua frustração social. Por isso, é preciso mais rigor nas concessões de instituições de ensino para que não se perpetue o fenômeno hoje observado, que é a mercantilização do ensino. Hoje, o ensino deixou de ser fonte de saber para se tornar fonte de lucro por instituições gananciosas. A OAB atua em duas frentes no sentido de reverter essa situação. Uma possibilita opinar nos casos de criação, reconhecimento e revalidação de instituições de direito. Já o trabalho final de seleção busca garantir a excelência profissional, ou seja, só deve exercer a profissão aquele que se comprovar hábil para tanto, característica que considero fundamental para o estado democrático de direito. Essa dupla função da OAB é importante para manter esse equilíbrio, permitindo que somente os qualificados possam se tornar advogados. Recentemente, o Ministério da Educação colocou a OAB e o Conselho Federal de Medicina nas mesmas condições para diagnosticar a abertura de novas escolas de direito e medicina, respectivamente. São caminhos como esse que poderiam fazer com que a qualificação se torne regra e não exceção. 10 - Em sua opinião, o que deve ser feito para combater essa abertura indiscriminada de faculdades, tanto na área médica como no direito? RA – Seria fundamental proibir a autorização dos cursos sem qualificação, além de acompanhar de perto a fase de reconhecimento e revalidação. É preciso ainda que os Conselhos dotem-se de estrutura interna capaz de realizar avaliações técnicas. É preciso que invistam na fiscalização dos cursos e contribuam com pareceres técnicos que auxiliem o Ministério da Educação na fiscalização. Não podemos depender apenas da vontade do Executivo. Agindo assim, estaremos contribuindo para a qualificação destes cursos. A OAB tem comissões de ensino espalhadas por todo o país que opinam antes e depois da instalação de uma faculdade de direito. 3 Jornal da Março | Abril 2007 Educação Continuada Atualização científica pela internet nas 53 especialidades médicas. Acesso livre e gratuito. Avaliação on line contando pontos para o C e r t i f i c a d o d e At u a l i z a ç ã o Profissional. Mais de 2,6 mil horas/aula e 1,3 mil créditos disponíveis por ano. Estas são algumas características do Programa de Educação Médica C o n t i n u a d a A M B / C F M, s e m precedentes no País, lançado pelas entidades no dia 15 de março, na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo. O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, contou que, quando foi criado o Certificado de Atualização Profissional pela Resolução CFM 1772/05, levantouse um desafio perante as entidades: oferecer conteúdo avalizado sem ônus e à distância. “Diante da velocidade com que novas informações incorporam- se ao conhecimento médico, os profissionais precisam estudar de forma ininterrupta para oferecer assistência à saúde da população no padrão de qualidade por todos nós almejado”, ressaltou, durante caféda-manhã organizado pela AMB. 4 FOTO: MOACIR BARBOSA Programa de Educação AMB/CFM, gratuito e à distância José Luiz G. do Amaral fala sobre o Programa AMB/CFM Em seguida, foram apresentados alguns modelos de aulas, incluindo casos clínicos e diretrizes baseadas em evidências. Com Programa inédito no País, AMB e CFM buscam oferecer atualização permanente do conhecimento científico a todos os médicos brasileiros Para o presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, esta não é uma iniciativa de uma corporação, mas um ato de cidadania. “A educação médica contínua é um desafio para toda a sociedade, pois não há saúde sem médicos”, argumentou. Outra possibilidade inédita do Programa é o mapeamento das deficiências de conhecimento dos profissionais, inclusive por regiões geográficas, decorrente dos resultados das avaliações que sucedem as aulas. Com isso, a AMB poderá oferecer subsídio às Sociedades de Especialidade e instituições de ensino no sentido de incentivar cursos de capacitação e ações educacionais de reforço. Jornal da Março | Abril 2007 Como funcionará o programa Enquanto o Certificado de Atualização Profissional (CAP) será concedido aos médicos portadores de Título de Especialista ou Certificado de Área de Atuação, a partir de 2011, o Programa de Educação Continuada estende-se a todos os 316 mil médicos brasileiros, independentemente de sua titulação. As primeiras 30 aulas baseiam-se no Projeto Diretrizes AMB/CFM. No entanto, as entidades almejam a participação das Sociedades de Especialidade no desenvolvimento de conteúdo específico para as 53 áreas reconhecidas. São simples as ferramentas de navegação e as técnicas de e-learning para fixação do conhecimento, como informações em áudio, gráficos, tabelas, figuras e animações. O médico controla, inclusive, a velocidade da apresentação. Além disso, todo o conteúdo pode ser impresso ou armazenado (download). Mesmo antes da avaliação, o sistema interroga o médico sobre a melhor conduta em determinada situação, proporcionando interatividade. Se a resposta estiver errada, o profissional ouve uma nova explicação sobre aquele tópico. Em caso de acerto, surge uma informação adicional, a fim de reforçar o conhecimento. A avaliação final é composta por cinco questões de múltipla escolha, das quais o médico precisa acertar quatro para somar um ponto junto à Comissão Nacional de Acreditação, que concede o CA P. C a s o n ã o a t i n j a e s t e desempenho, novas questões randomizadas serão oferecidas. AMB e CFM têm como metas, ainda, disponibilizar o Programa em CD-ROM, estendê-lo aos médicos dos outros países de língua portuguesa e traduzi-lo para o inglês e o espanhol, aumentando as chances de intercâmbio da iniciativa. As entidades prevêem que as aulas estejam disponíveis para os médicos a partir de setembro. Os profissionais que queiram participar podem contatar o email: [email protected]. FOTOS: CÉSAR TEIXEIRA Benefícios ao médico e à sociedade •Aulas com avaliação de desempenho •Acesso gratuito pela internet •Ferramentas simples •Pontos para o Certificado de Atualização Profissional •Troca de informações com mais agilidade •Valorização da prática médica e do currículo •Diagnóstico e terapêutica mais qualificados •Maior confiança do paciente ao tratamento Comissão Científica do Programa Educação Médica Continuada José Luiz Gomes do Amaral – Edson Oliveira Andrade – Antônio Gonçalves Pinheiro – Giovanni Cerri – Décio Mion – Cláudio Lottenberg – Eleuses Vieira de Paiva – Bruno Caramelli – Tarcísio Eloy P. Barros – Presidente da Associação Médica Brasileira Presidente do Conselho Federal de Medicina Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina Diretor Científico da AMB Chefe da Liga de Hipertensão Arterial do HC da FMUSP Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein Coordenador da CNA AMB/CFM Editor da Revista Científica da AMB (RAMB) Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da USP 5 Jornal da Março | Abril 2007 Política Médica Parlamentares recebem Agenda da Saúde Responsável FOTO: CÉSAR TEIXEIRA "Não somos contra a abertura de escolas médicas, somos contra a faculdade de medicina sem estrutura necessária para ensino", disse Amaral. O presidente da AMB criticou a Portaria nº 147, que estabelece novos critérios para abertura de cursos nas área de medicina e direito. "Essa Portaria garante à Ordem dos Advogados do Brasil o direito de opinar sobre novos cursos, mas as entidades médicas não serão ouvidas", sentenciou Amaral. Ao lado dos presidentes da AMB e Fenam, Edson Andrade apresenta a Agenda Responsável As entidades médicas nacionais – Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos – entregaram a deputados e senadores, durante café-da-manhã no dia 7 de março, no hotel Kubitschek Plaza, em Brasília, a Agenda Parlamentar da Saúde Responsável, documento que reúne 84 Projetos de Lei em trâmite no Congresso Nacional, todos ligados à área da saúde. Em seu pronunciamento de abertura, o presidente do CFM, Edson Andrade, abordou três aspectos: a importância da regulamentação do 6 O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, destacou a abertura indiscriminada de escolas médicas no País. exercício da medicina (PL 7703/06); a necessidade da aprovação do Projeto de Lei da CBHPM (PL 3466/04) e a revisão do acordo governamental para revalidação de diplomas cubanos. "O nosso posicionamento nesta Agenda Parlamentar não reflete o interesse de apenas uma profissão, está muito acima disso. Defendemos que a população brasileira tenha uma saúde digna, eficiente e que cada cidadão possa viver com dignidade no solo pátrio. É isso que move essa Agenda Parlamentar", acrescentou Andrade. O presidente da Fenam, Eduardo Santana, defendeu o piso salarial dos médicos como "instrumento extremamente importante para inclusão do profissional no sistema de saúde". Dentre os muitos parlamentares presentes, o presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Rafael Guerra (PSDB/MG) criticou a redução em R$ 5,8 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde (Mais detalhes na pág. 8 ). "Essa redução sentenciará a nossa população a mais sofrimento", garantiu Guerra. Vários deputados, assessores e representantes de entidades manifestaram apoio ao trabalho realizado pelas entidades médicas. Jornal da Março | Abril 2007 Agenda Parlamentar da Saúde Responsável A Agenda foi elaborada pela Comissão de Assuntos Políticos, formada por membros da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, com objetivo de acompanhar e opinar sobre os Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional que afetam diretamente a saúde da população brasileira. O material impresso apresenta 84 Projetos de Lei, expostos pelo nº do PL, comentários explicativos, a comissão em que se encontra, o nome do relator e o posicionamento das entidades médicas em relação ao tema. Grande número de parlamentares compareceu ao evento Esq. p/dir. Luc Weckx; Lairson Rabelo; Dep. Eduardo Amorim (PSC-SE); Jurandir M. Ribas De terno cinza o Sen. Gerson Camata (PMDB-ES) e sua esposa, a Dep. Rita Camata (PMDB-ES) FOTOS: CÉSAR TEIXEIRA Dep. Germano Bonow (PFL-RS), à esq., Newton Barros, e Dep. Darcísio Perondi (PMDB-RS) 7 Jornal da Março | Abril 2007 Política Médica FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Médicos criticam cortes no orçamento da Saúde José Luiz G. do Amaral fala durante a reunião da Frente Frente Parlamentar condena redução no orçamento da Saúde A primeira reunião do ano da Frente Parlamentar da Saúde, realizada no dia 7 de março, teve a presença do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia. Além de parlamentares que integram a Frente – atualmente são 238 deputados e 26 senadores – o evento contou também com lideranças de entidades no setor de saúde, entre elas os presidentes da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, e do CFM, Edson Andrade. Chinaglia aproveitou para informar que vai colocar em votação o projeto de lei complementar que regulamenta a Emenda Constitucional 29. A emenda vincula recursos federais, estaduais e municipais para a área de saúde. "Sabemos o que significa a luta de décadas por um sistema de saúde para o País. Nossa legislação é uma referência, uma conquista do povo brasileiro, mas ainda não foi traduzida integralmente em atendimento de qualidade como desejamos", afirmou. Segundo dados do Siopes ( Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde), governadores de 20 estados deixaram de repassar ao sistema de saúde cerca de R$ 3,5 bilhões em 2005. Minas 8 Nota Oficial Gerais encabeça a lista com uma redução de mais de R$ 771 milhões. “Esse problema só será resolvido quando a lei for regulamentada”, disse o presidente da Frente Parlamentar de Saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), acrescentando que estados, municípios e até o governo federal incluem no orçamento diversos gastos como se fossem para o setor de saúde. O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, preferiu chamar a atenção dos parlamentares para um sério problema que ameaça a medicina e a saúde da população brasileira: a abertura indiscriminada de escolas médicas. Na comparação com potências como Estados Unidos (125) e China (150), o Brasil possui muito mais escolas médicas, chegando atualmente a quase 170. “Há hoje uma abertura desregrada de escolas médicas, fomentando uma verdadeira indústria do ensino”, denunciou Amaral. “Para deteriorar ainda mais a situação, recente Portaria do MEC alija as entidades médicas de opinarem sobre novos cursos de medicina”, criticou o presidente da AMB. As entidades médicas do Brasil – Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos – vêm de público manifestar sua indignação com o descaso persistente para com a saúde no País, agora demonstrado pelo contingenciamento de aproximadamente 14% no orçamento do Ministério da Saúde, que já se encontra defasado quanto às reais necessidades do setor. Esse contingenciamento significa, aproximadamente, R$ 5,8 bilhões a menos no orçamento de 2007. Enquanto a sociedade civil organizada procura criar as condições para a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 – que definiu as porcentagens obrigatórias do orçamento a serem aplicadas pelos governos da União, Estados e Municípios na área de saúde – o governo brasileiro vem na contra-mão dos anseios da população brasileira. Entendemos ser necessário avançar nas definições de financiamento do setor saúde no país para que a assistência ao cidadão brasileiro possa se dar de maneira a respeitar a sua dignidade e a dignidade de quem nele trabalha. Associação Médica Brasileira Conselho Federal de Medicina Federação Nacional dos Médicos Jornal da Março | Abril 2007 Diretrizes Depois de ter lançado o quinto volume do Projeto Diretrizes, no final de dezembro, a AMB trabalha agora com 40 novas diretrizes, que se encontram em processo final de impressão. Elas farão parte do sexto volume, consolidando ainda mais o Projeto Diretrizes, que busca contribuir e auxiliar o médico em seu diagnóstico. O sexto volume é composto, em sua maioria - um total de 26 - por diretrizes produzidas pela Sociedade Brasileira de Urologia. Endocrinologia e Metabologia, com três, e Medicina Física e Reabilitação, com uma, completam a edição. Outra meta do comitê técnico do Projeto é atualizar as diretrizes produzidas em 2000 e 2001. Além disso, todo o conteúdo deve ser publicado em dois livros de bolso, um da área clínica e o segundo da cirúrgica. “Queremos disseminar a utilização das diretrizes em escala geométrica, a fim de auxiliar a decisão do médico e qualificar o atendimento”, diz Wanderley Bernardo, do comitê técnico do Projeto. Curso Nos dias 24 e 25 de março, na sede da AMB, membros das Sociedades de Urologia, Nutrologia, Gastroenterologia, Cirurgia Plástica e Hepatologia, participaram do curso “A Prática Clínica Baseada em Evidências e Centrada no Paciente", ministrado pela equipe técnica do Projeto Diretrizes AMB/CFM, que qualifica para a elaboração de novas diretrizes ( foto). O próximo curso acontecerá nos dias 25 e 26 de maio, também na sede da AMB. As inscrições encontram-se abertas e podem ser feitas com Luciane pelos telefones (11) 31786804 / 6803 ou através do e-mail [email protected]. Mais informações no site www.projetodiretrizes.org.br. FOTO: LUCIANE COSTAMAGNA Programa ganha novo volume Curso na AMB: qualificação para elaboração de novas diretrizes História Iniciado em 2000, o Projeto Diretrizes AMB/CFM concilia informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico, preservando sempre sua autonomia. As orientações diagnósticas, terapêuticas e preventivas apresentam grau de recomendação e a força de evidência científica. Foi oficialmente lançado durante o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, em 2001, na cidade de Manaus (AM). Atualmente, são 200 diretrizes publicadas em cinco volumes impressos, que contaram com a participação de 41 Sociedades de Especialidade. E seis após ter sido lançado, o trabalho conjunto AMB/CFM, obteve reconhecimento nacional e internacional. A Associação dos Hospitais Privados e o Ministério da Saúde, no intuito de ofertar saúda de qualidade à população, decidiram adotá-lo como parâmetro para procedimentos médicos. O projeto também foi apresentado à comunidade internacional durante o 2º Congresso de Medicina Baseada em Evidências, em setembro de 2003, na Itália. No ano seguinte, a AMB passou a integrar a Rede Ibero-Americana sobre Guias de Prática Clínica e Melhora da Qualidade de Atenção Sanitária, iniciativa visando construir plataforma de sistematização na prática clínica, aplicando metodologia padrão às diretrizes de diversos países. O projeto diretrizes tem como abrangência todo o território nacional, sendo totalmente baseado em orientação diagnóstica, terapêutica e preventiva, abordando temas de grande importância e relevância entre as especialidades médicas. É possível, no site www.projetodiretrizes. org.br, pesquisar todas as diretrizes já produzidas por ordem alfabética e por especialidades, imprimi-las e salvá-las, além de ler as normas, agendar cursos sobre elaboração de diretrizes baseadas em evidência, comprar os livros e entrar em contato com os autores. 9 Jornal da Março | Abril 2007 Matéria de capa Brasil e Cuba: acordo fere a legislação Na contramão da legalidade, o governo federal mais uma vez busca, por intermédio de subterfúgios, um "jeitinho" de validar diplomas de alunos de medicina brasileiros formados em Cuba. Um documento assinado pelos dois governos prevê tratamento especial a esses recém-formados, desobrigando-os a que se submetam a quaisquer provas que confirmem sua capacidade de responder às peculiaridades de nosso sistema de saúde e da população, conforme determina a legislação brasileira (quadro na pág. 13). Atualmente, os alunos brasileiros formados em cursos de graduação no exterior precisam validar o diploma em universidade pública do Brasil para que possam exercer a profissão. Esse processo de avaliação varia de acordo com a instituição. Firmado em setembro de 2006, na cidade de Havana, pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países, Celso Amorim e Felipe Pérez Roque, o protocolo prevê a criação de uma comissão nacional para elaborar um "ajuste complementar", visando o reconhecimento dos títulos de medicina expedidos em Cuba, pela Escola LatinoAmericana de Medicina-ELAM (veja na pág.12 depoimento de estudante sobre o curso desta faculdade). Essa comissão, coordenada pelos ministérios da Educação e Saúde do Brasil, deverá elaborar um exame teórico e prático para o reconhecimento dos diplomas cubanos quando comprovada "inexistência de compatibilidade curricular". Estima-se que hoje existam cerca de 600 brasileiros estudando medicina em Cuba. 10 As entidades médicas nacionais, representadas pela AMB e CFM, contrárias a esse “acordo”, encaminharam carta às autoridades do Executivo e Legislativo alertando para a gravidade do assunto, lamentando profundamente o encaminhamento dado à questão, já que se trata de flagrante desrespeito às leis (na íntegra ao lado). As entidades alertam a sociedade sobre os perigos da "importação" de médicos sem que se submetam ao obrigatório processo de revalidação do diploma, pois são inúmeras as diferenças curriculares de um país para outro. Além do mais, os problemas epidemiológicos variam bastante de uma nação para outra, de um continente para outro. Daí a relevância da prova de revalidação. Defendem que é fundamental – e indispensável – a comprovação de que o médico está apto a responder às necessidades do sistema de saúde do Brasil. E isso vale para os médicos cubanos, bolivianos, americanos, europeus, enfim para todos. Inclusive, como é o caso, para os brasileiros que se formam fora. Um só precedente, a quem quer que seja, é iminente risco aos cidadãos, já que abre a possibilidade de colocar no atendimento à saúde alguém não qualificado. O ensino e a prática da medicina devem ser tratados com extremo cuidado e desvelo pelas autoridades brasileiras, afinal têm relação direta com a saúde dos cidadãos e o bem-estar da sociedade. Os usuários do sistema de saúde já se encontram desprotegidos, e até ameaçados, em virtude da complacência do governo com a abertura irresponsável de escolas de medicina que inundam o mercado anualmente de profissionais formados inadequadamente, sem conhecimentos práticos e teóricos necessários à correta assistência. Dados da Universidade de São Paulo, uma das responsáveis pela revalidação de diplomas dos estudantes formados em medicina no exterior, do período entre 1990 e 2001, confirmam como esse processo é essencial: 76% dos postulantes à revalidação desistiram, 6% foram considerados inaptos e apenas 18% foram considerados aptos a exercer a medicina no país. A AMB e o CFM participaram da primeira audiência pública sobre o assunto, realizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “Consideramos o ingresso de médicos formados em Cuba sem a revalidação do diploma um privilégio perigoso e inaceitável. Não permitiremos mais esse ataque aos pacientes e, se for o caso, questionaremos o governo judicialmente”, garante José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson Andrade, acrescenta: “Não somos contrários a que médicos formados no exterior trabalhem no Brasil. Defendemos apenas que a legislação brasileira seja cumprida. E essa legislação diz que, para poder exercer a profissão aqui, os médicos formados fora do país devem submeter seus diplomas a revalidação prévia”. Tanto AMB como CFM criticam o acordo firmado entre os países por contemplar tratamento desigual a profissionais formados em países diferentes, privilegiando somente os formados em Cuba. As entidades defendem que, independente do país de formação no exterior, os diplomas devem obrigatoriamente ser revalidados. Jornal da Março | Abril 2007 Disputa na Justiça Médicos estrangeiros também têm buscado na Justiça o direito de exercer livremente a profissão no Brasil mesmo sem revalidar seus diplomas no País. Pelo menos 200 médicos, nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio e São Paulo recorreram à Justiça Federal, sendo que cinco deles já conseguiram autorização para trabalhar aqui sem passar pelos exames de revalidação. No dia 19 de janeiro, o juiz Roberto Polini, da 1ª Vara Federal de São José do Rio Preto, ordenou que o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) conceda registro profissional a dois médicos equatorianos. Outros três médicos, dois colombianos e um mexicano, também já haviam conseguido o mesmo direito, no Estado do Rio e no Rio Grande do Sul. Na capital paulista, no entanto, quatro médicos estrangeiros, formados no exterior, tiveram negados pela Justiça Federal em São Paulo seus pedidos de registro definitivo no Cremesp. O pedido foi indeferido por quatro juizes diferentes, de forma autônoma e independente. Em uma das decisões, a juíza da 12ª Vara Cível Federal manifestou: "Cabe ao Conselho Federal de Medicina zelar pela higidez profissional dos seus integrantes, mantendo a qualificação dos profissionais de medicina tão prejudicada pela disseminação indiscriminada de faculdades no país". Íntegra da carta encaminhada às autoridades do Executivo e Legislativo Dirigimo-nos a V. Sa. com o objetivo de expressar a nossa preocupação com os termos em que está redigido o documento Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Cultural e Educacional entre o Governo do Brasil e o de Cuba, que objetiva disciplinar o reconhecimento de títulos de medicina expedidos naquele País, no que diz respeito, especificamente, aos diplomas de graduação, visto que o citado ajuste mantém, no seu artigo quinto, que "permanece inalterado o processo de reconhecimento de diplomas de pós-graduação strictu sensu nos territórios de ambas as partes". É de conhecimento público o número de brasileiros que estão cursando medicina fora do Brasil, notadamente na Bolívia, onde este contingente ultrapassa os três mil alunos. Este fato tem gerado um grande problema quanto à revalidação destes títulos ao retornarem. Em virtude deste fato e de que, apesar da resolução do CNE/MEC 01/2002, que disciplina o assunto, o procedimento de revalidação é muito variável entre as universidades brasileiras e, principalmente, visando a qualidade da assistência oferecida à saúde da população do nosso País, o Conselho Federal de Medicina, juntamente com a Associação Brasileira de Ensino Médico e 64 escolas médicas do Brasil, depois de várias reuniões de cunho regional e uma nacional, redigiu um documento, Proposta de Diretrizes para a Revalidação de Títulos de Medicina no Brasil, objetivando oferecer ao MEC subsídios para uma adequação da supracitada resolução à realidade atual, pois esta é, por consenso de todos que participaram da elaboração das propostas, insuficiente no que diz respeito aos títulos da área da saúde, particularmente os de medicina, mas lamentavelmente o Ministério da Educação nunca se posicionou acerca do assunto. É inadmissível que a revalidação de títulos de medicina, considerando a relevância da qualidade da assistência, não avalie no candidato a capacidade de comunicação na língua portuguesa e não realize, minimamente, uma avaliação dos conhecimentos adquiridos no curso realizado. É interessante salientar que estas preocupações estão centradas no fato de que o sistema de ensino brasileiro, regulamentado no Ministério da Educação, não tem qualquer controle sobre a qualidade dos cursos de medicina oferecidos fora do Brasil. Em nenhum momento caracteriza uma atitude discriminatória com os brasileiros e brasileiras formados no exterior, mas acima de tudo consiste em um cuidado com a qualidade da assistência médica disponível para a sociedade brasileira. Por fim, considerando a extensão do problema e que existe um número muito maior de estudantes brasileiros cursando medicina em outros países, principalmente os vizinhos da América do Sul, é no mínimo estranho que o governo brasileiro se preocupe apenas em ditar normas para resolver a situação dos alunos que estudam em Cuba. Entendemos que todos os estudantes brasileiros que fazem o curso de medicina no exterior devam ter um tratamento igualitário por parte das autoridades brasileiras. A prova proposta no artigo II deste Ajuste poderia, se para este fim existir decisão política, transformar-se em um exame, realizado em todo o País, coordenado pelo MEC por meio desta comissão a ser criada, oferecido a todos os estudantes brasileiros ou estrangeiros que realizaram o curso no exterior, desde que complementado por uma avaliação de desempenho na língua portuguesa, já que uma boa comunicação é fundamental no desempenho de uma profissão da área da saúde, notadamente a medicina. Esta medida poderia ser implementada com a modificação da Resolução CNS/MEC 01/2002, especificamente para a área da saúde ou, particularmente, para os diplomas de cursos de medicina. Esperamos que estas ponderações e sugestões possam ser assimiladas pelas autoridades brasileiras no trato desta questão e assim, com certeza, contribuirão para que seja dispensado aos brasileiros que estudam medicina no exterior um tratamento democrático, justo e igualitário. José Luiz Gomes do Amaral Presidente da AMB Edson de Oliveira Andrade Presidente do CFM 11 Jornal da Março | Abril 2007 Matéria de capa propedêutica, em que se adapta a idéia de ser responsável por um paciente, fazendo sua história clínica, exame físico, evolução médica todos os dias. Há um professor responsável pela sala que é o especialista de Medicina Interna, mas é o estudante que escreve na história clínica do paciente, revisa indicações, exames de laboratório, etc. No segundo semestre, começa a Medicina Interna. E o aluno começa a fazer plantões junto aos professores e residentes, dorme no hospital e tudo. Nas salas já começa a fazer discussão diagnóstica nos passes de visita que são feitos todos os dias. Todo o grupo, junto com o professor, passa cama por cama, o aluno responsável apresenta e discute o caso. Neste ano também se dá Farmacologia nos dois semestres e Psicologia no primeiro. O sonho de ser médico A seguir, trechos do artigo intitulado “O sonho de ser médico”, de autoria de Keilla Mara, na época estudante do 5º ano da Universidade de Medicina Enrique Cabrera (Havana), pelo projeto ELAM - Escola Latino-americana de Medicina - militante do PCdoB desde 1998. A íntegra do texto poderá ser acessada no site www. vermelho.org.br, onde foi originariamente publicado em 2004. Ela dá o seguinte depoimento sobre o curso, em Cuba: “Os primeiros dois anos e meio são vividos dentro da sede da Escola Latino-Americana de Medicina que está dentro de Havana. Em março começa o pré-médico: são seis meses em que os estudantes de países que não falam espanhol aprendem o idioma, além de se adaptarem à forma de avaliação cubana. Aí são dadas para todos os estudantes aulas de Espanhol, Física, Química, Matemática, História. É uma espécie de cursinho pré-vestibular. Em julho e agosto, há as férias de fim de curso e em setembro começa o primeiro semestre do primeiro ano. Durante o primeiro mês, os calouros vão aos médicos de família. É a chamada introdução à medicina geral integral. Aí passam a maior parte do tempo com as enfermeiras aprendendo como se classificam os moradores que correspondem a este consultório, como organizar as fichas dos pacientes, como separar os materiais estéreis; aprendem a dar injeções, visitam escolas infantis, casas de pacientes, enfim, têm uma noção geral do que é atenção primária de saúde, recebem a essência da profissão antes mesmo de abrir um livro de medicina. Depois deste mês começa, dentro da sede da ELAM, o primeiro semestre com as matérias de Anatomia, Histologia e Bioquímica, além de História, Inglês (que nos acompanha até o quinto ano), e Educação Física (esta se dá somente nos dois primeiros anos). 12 No segundo semestre do primeiro ano são dadas todas as matérias já citadas, sendo acrescentadas Embriologia e Fisiologia às férias de fim de curso, no segundo ano de Ciências Básicas, em que se mantêm todas as matérias, menos Bioquímica. Já no segundo semestre do segundo ano, são oferecidas: Anatomia patológica, Agentes biológicos, Psicologia e introdução à clínica, ou seja, os alunos voltam ao consultório do médico de família uma vez por semana durante todo o semestre – desta vez já ficam com os médicos de família. O objetivo é aprender a fazer o exame físico no adulto são. No terceiro ano da carreira, as delegações dos países saem do que é chamado sede do projeto ELAM e são distribuídas pelos estados do interior do país: as áreas Clínicas. Até este momento, se havia estudado somente com estudantes de outros países estrangeiros (na sede da ELAM não há estudantes cubanos). Nas áreas clínicas se passa a estudar junto com os cubanos dentro dos hospitais docentes. O primeiro semestre tem como matéria biomédica a No quarto ano durante as primeiras semanas, os alunos voltam novamente aos consultórios dos médicos de família, desta vez para aprender a fundo sobre um dos principais programa de saúde: a atenção materno-infantil. Recebem docência com o médico de família e com os especialistas de Ginecobstetrícia e Pediatria. O objetivo é aprender a fazer o exame físico em grávidas e recém-nascidos sãos e, de quebra, uma análise mais de dentro do que é esta atenção primária e outros programas como a atenção ao ancião, a prevenção de câncer de colo uterino, o exercício físico nos centros de trabalho como prevenção de saúde, o trabalho do médico de família nos maternais, escolas infantis, asilos e os chamados círculos de avós (espécie de clubes de anciãos que organizam e fazem diversas atividades recreativas e de prevenção de saúde). Depois disso, os grupos compostos de estrangeiros de vários países e cubanos são divididos em três especialidades pelas quais passarão durante o resto do ano letivo, que são: Pediatria (dentro dela se passa por várias especialidades pediátricas), respiratório, gastro agudo e crônico, cirurgia, hematologia, neurologia, endocrinologia, nutrição, nefrologia e Jornal da Março | Abril 2007 neonatologia, ginecobstetrícia e cirurgia. De todas fazem parte a docência dos plantões nos quais o estudante passa toda a noite no hospital até o outro dia quando se incorpora às atividades docentes normais. Há plantões a cada 8, 7, 5, ou até 4 dias, dependendo do hospital e da especialidade. Já no quinto ano da carreira as rotações são mais curtas. Aí se passa pelo consultório médico de família novamente, onde o objetivo desta vez é um conhecimento profundo dos demais programas de saúde: Psiquiatria, Dermatologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia e um estudo mais profundo da estrutura do sistema de saúde cubano. Finalmente, no sexto ano, os chamados internos passam pelas especialidades de medicina geral integral (médico de família), Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria e Ginecobstetrícia. Como praticamente um médico, nos plantões, por exemplo, ele atende aos pacientes sozinho, faz diagnóstico e decide conduta, seja de internar ou de tratar de forma ambulatória, passa receita com o carimbo do médico do plantão e pergunta ao especialista, ou seja, ao professor, somente em caso de dúvida. No fim do ano os cubanos fazem uma prova estatal prática em qualquer especialidade e teórica sobre todo o curso de medicina. Candidatos a bolsas ... são de conhecimento público todas as dificuldades econômicas pelas quais passa o povo cubano devido, entre outras coisas, ao bloqueio econômico. Não estar disposto a passar pelas mesmas dificuldades ou querer que os estudantes estrangeiros tenham uma atenção diferenciada, além de injusto com este povo que tira do que não tem para dar, em nome do internacionalismo. Em outras palavras, se a um futuro bolsista não lhe basta saber que terá todos os materiais didáticos de que precisa e que, independentemente da qualidade, jamais dormirá ao relento ou morrerá de fome ou frio, ainda que não tenha nenhum mísero centavo no bolso; se a um futuro bolsista lhe incomoda demasiado a idéia de viver em coletivo (quem sabe compartir o mesmo quarto com mais sete, 11, 13 pessoas, ou o banheiro com mais 11 ou 83 pessoas), de comer a comida do refeitório não tão bem preparada, de não comer carne todos os dias, de andar em camelo, de não ter água para esbanjar durante as 24h do dia, de esperar até duas horas para pegar um transporte super lotado, de fazer fila para qualquer coisa, de ter uma tremenda dificuldade para conectar a internet; se a um futuro bolsista não simplesmente lhe incomoda demasiado como também não está disposto a passar por tudo isto a não ser se, e somente se, incrementar um novo mundo próprio com os dólares que possam mandar sua família todos os meses, eu diria que tenho minhas muito profundas dúvidas de que seja o mais bem indicado para pertencer a este projeto. O que é ser integral? Antes de tudo é saber que "quem só de medicina sabe, nem de medicina sabe", é ver o paciente não como um conjunto de órgãos e sim como um ser biopsicossocial. O médico integral é aquele que não se preocupa somente com a enfermidade biológica do paciente, mas também das sociais e das psicológicas. Fidel chama de sacerdócio da medicina, eu prefiro chamar de militante da medicina...Cuba também é um corredor de pessoas, um ponto onde todos se encontram, intelectuais, revolucionários, contra-revolucionários, alienados, homens e mulheres que não se cansam de defender este projeto de mundo. Aos próximos bolsistas de medicina que chegam a Cuba, neste mês, preparados ou não, bem-vindos ao exército de jalecos brancos!” O que diz a legislação • O requerimento de inscrição no CRM deve ser acompanhado da prova de revalidação do diploma de formatura quando o requerente, brasileiro ou não, tiver se formado em Faculdade de Medicina estrangeira. (Decreto Federal n º 44.045, de 1958) • Profissionais formados no exterior, brasileiros ou não, são obrigados a revalidar seus diplomas em escolas brasileiras de ensino superior a fim de receber a autorização para trabalhar no País. (Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação) • Os diplomas de graduação em medicina expedidos por faculdades estrangeiras somente serão aceitos para registro nos Conselhos Regionais de Medicina quando revalidados por universidades públicas, na forma da lei. (Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1699, de 11/07/2003) • Os diplomas de cursos de graduação expedidos por estabelecimentos estrangeiros de ensino superior serão declarados equivalentes aos concedidos no país e hábeis para os fins previstos em lei, mediante a devida revalidação por instituição brasileira. São competentes para processar e conceder as revalidações de diplomas de graduação as universidades públicas que ministrem curso de graduação reconhecido na mesma área de conhecimento. (Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 1, de 28/01/2002) 13 Jornal da Março | Abril 2007 Defesa Profissional - CNHM RESOLUÇÃO NORMATIVA CNHM Nº 002/2007 - AOS MÉDICOS, HOSPITAIS E ENTIDADES CONTRATANTES A Comissão Nacional de Honorários Médicos e Sociedades Brasileiras de Especialidade comunicam as seguintes alterações, revisadas e aprovadas pela Câmara Técnica Permanente da CBHPM, na 4ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos: CÓDIGO ANATÔMICO PROCEDIMENTO 1.01.05.07-7 Acompanhamento médico para transporte intra-hospitalar de pacientes graves, com ventilação assistida, da UTI para o centro de diagnóstico Procedimento incluído com o porte 2B 2.01.04.02-2 Aplicação de hipossensibilizante em consultório (AHC), exclusive o alérgeno Descrição alterada para: "Aplicação de hipossensibilizante em consultório (AHC) exclusive o alérgeno" - Planejamento técnico para" 2.01.04.13-8 Imunoterapia específica - 30 dias Imunoterapia específica - 30 dias - planejamento técnico 2.01.04.14-6 Imunoterapia inespecífica - 30 dias Imunoterapia inespecífica - 30 dias - planejamento técnico 3.09.09.01-5 Hemodiálise aguda (por sessão) Procedimento excluído 3.09.09.04-0 Hemofiltração (12h) Procedimento excluído 3.09.09.05-8 Hemofiltração (por sessão) Procedimento excluído 3.09.09.06-6 Hemoperfusão (por sessão) Procedimento excluído 3.09.09.09-0 Plasmaférese (por sessão) Procedimento excluído 3.09.09.12-0 Ultrafiltração (por sessão) Procedimento excluído 3.09.09.07-4 Implante cirúrgico de cateter de longa permanência para hemodiálise Passou para o código 3.09.13.10-1, com a descrição "Implante cirúrgico de cateter de longa permanência para hemodepuração" 3.09.09.08-2 Implante por punção de cateter para hemodiálise Passou para o código 3.09.13.11-0, com a descrição ""Implante por punção de cateter para hemodepuração", com porte 3B, auxiliar 0 e porte AN 0 3.09.09.10-4 Retirada cirúrgica de cateter de longa permanência para hemodiálise Passou para o código 3.09.13.12-8, com a descrição "Retirada cirúrgica de cateter de longa permanência para hemodepuração" 3.09.09.11-2 Retirada de cateter para hemodiálise Passou para o código 3.09.13.13-6, com a descrição "Retirada de cateter para hemodepuração" 3.09.09.13-9 Hemodepuração de casos agudos (sessão hemodiálise, hemofiltração, hemodiafiltração isolada, plasmaferese ou hemoperfusão) até 4 horas ou fração Procedimento incluído com porte 4B, custo opercaional 14,00, auxiliar 0 e porte AN 0 3.09.09.14-7 Hemodepuração de casos agudos (sessão hemodiálise, hemofiltração, hemodiafiltração isolada, plasmaferese ou hemoperfusão) - até 12 horas Procedimento incluído com porte 5B, custo operacional 18,00, auxiliar 0 e porte AN 0 3.10.05.09-8 Cisto de colédoco - tratamento cirúrgico Procedimento reincluído. Porte 8C, auxiliar 1 e porte AN 5 3.10.08.01-1 Diálise peritoneal (por sessão) Descrição alterada para "Diálise peritoneal intermitente - agudo ou crônico” (por sessão) 3.10.08.04-6 Diálise peritoneal contínua por dia Descrição alterada para “Diálise peritoneal automática (APD) - treinamento (agudo ou crônico)”, com porte alterado para 6B, custo opercional 17,00, auxiliar 0 e porte AN 0 3.10.08.11-9 Diálise peritoneal automática por mês (agudo ou crônico) Procedimento incluído com porte 10A, custo operacional 50,00, auxiliar 0 e porte AN 0 4.01.03.05-6 Potencial evocado Steady State (ASSR) Descrição alterada para "Potencial evocado estacionário (Steady State)" e porte para 3C 4.01.03.20-0 Eletroencefalograma especial: terapia intensiva, morte encefálica, EEG prolongado Descrição alterada para "Eletroencefalograma especial: terapia intensiva, morte encefálica, EEG prolongado (até 2 horas)", porte 3B ALTERAÇÕES 4.01.03.49-8 Pesquisa de potenciais evocados auditivos cerebral (PEA-TC) Descrição alterada para "Potencial evocado auditivo de tronco cerebral" e porte para 3C 4.01.03.56-0 Potenciais auditivos tardios - P300 Descrição alterada para "Potencial evocado P300"; e porte para 3C 4.01.03.57-9 Potencial evocado auditivo de média latência (PEA-ML) Descrição alterada para "Potencial evocado auditivo de média latência (PEA-ML) bilateral, e custo operacional para 7,950 4.01.03.58-7 Potencial evocado cirúrgico para localização sensorial Descrição alterada para "Potencial somato-sensitivo para localização funcional da área central (monitorização por hora) e porte para 3B 4.01.03.63-3 Potencial visual evocado - binocular (PEV) Descrição alterada para "Potencial visual evocado (PEV)", com porte 3C 4.01.03.99-4 Item 2: Aos procedimentos previstos nos códigos 4.01.03.57-9 e 4.01.03.61-7, quando realizados bilateralmente, o porte para o segundo lado equivalerá a 70% do previsto para o primeiro lado Excluído 4.02.01.14-7 Enteroscopia Incluído o custo operacional 63.139 4.02.01.33-3 Endoscopia digestiva alta com cromoscopia Procedimento incuído com porte 4A e custo operacional 13,90 4.02.02.74-7 Endoscopia digestiva alta com cromoscopia e biópsia e/ou citologia Procedimento incluído com porte 4B e custo opercaional 15,450 4.02.02.75-5 Colonoscopia com tratamento de fístula Procedimento incluído com porte 6C e custo operacional 9,835 4.09.01.12-2 Abdome total (inclui pelve) Descrição alterada para "Abdome total (inclui abdome inferior)" Estando as partes envolvidas de acordo com as alterações contidas nesta Resolução, firmam o presente documento. São Paulo, 28 de março de 2007 José Luiz Gomes do Amaral (AMB) Edmund Chada Baracat (AMB) Antônio Gonçalves Pinheiro (CFM) Walter Lyrio do Valle (UNIDAS) Jurimar Alonso (UNIMED BRASIL) Mariano Shiroma (FENASEG) Amilcar Martins Giron (AMB) Flávio Linck Pabst (AMB) Jurandir Turazzi (AMB) Marilia Ehl Barbosa (UNIDAS) João B. Caetano (UNIMED BRASIL) Cid Célio Jaime Carvalhaes (FENAM) 15 Jornal da Março | Abril 2007 Defesa Profissional Plano de Carreira no SUS depende dos Estados Após três anos de intenso debate, uma portaria do Ministério da Saúde a ser publicada em breve instituirá as diretrizes nacionais para os planos de carreiras, cargos e salários no Sistema Único de Saúde (PCCS-SUS). O médico não é citado nas oito páginas do texto, que foi pactuado entre gestores e trabalhadores do setor em novembro. No entanto, ao conferirem flexibilidade para adaptações loco-regionais, as diretrizes permitem a criação de carreiras específicas no âmbito de cada Estado e Município, onde estão 25% e 65% dos servidores públicos da saúde, respectivamente. Assim, as diretrizes nacionais garantem a participação dos trabalhadores na formulação de seu próprio plano por meio da gestão partilhada das carreiras. Caberá aos gestores a criação de comissões paritárias compostas por representantes do poder público e dos profissionais. Para o diretor de Defesa Profissional da AMB, Roberto Gurgel, embora não tenha sido possível a criação de um plano de carreira específico para o médico em nível nacional, a classe deve mobilizar-se a fim de defender suas reivindicações frente aos gestores estaduais e municipais (veja quadro). 18 “Não podemos abrir mão de uma remuneração inicial digna e da ascensão na carreira compatível com a complexidade e o tempo relativos à formação do médico e à sua responsabilidade nos atos diagnósticos e terapêuticos”, ressalta o diretor, que também integra a Comissão Pró-SUS AMB/CFM/Fenam. Segundo Gurgel, esta nova possibilidade de negociação, de forma descentralizada, é resultado das manifestações das entidades, preocupadas com a desvalorização do trabalho médico no setor público e a dificuldade de fixação de profissionais em municípios distantes dos grandes centros, entre outras questões. O diretor conta que os médicos de seu Estado natal, Sergipe, e do Rio Grande do Norte (veja matéria ao lado), por exemplo, já conquistaram plano de carreira diferenciado antes mesmo da publicação das diretrizes nacionais. O que dizem as diretrizes Entre os principais avanços contidos nas diretrizes nacionais, está a instituição de concurso público de provas ou de provas e títulos como única forma de ingresso do profissional nos quadros do SUS. Entretanto, as entidades médicas consideram fundamental sua participação em todas as fases do processo. O plano de carreira é definido no texto como “o conjunto de normas que disciplinam o ingresso e instituem oportunidades e estímulos ao desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores de forma a contribuir com a qualificação dos serviços”. E está estruturado em cargos ou empregos; classes; e padrões de vencimento ou salário. Assistente em saúde e especialista em saúde constituem os dois cargos ou empregos, cada um com quatro classes (de A a H). Estas correspondem ao nível de escolaridade ou experiência, que vai do ensino fundamental incompleto ao doutorado. A passagem de uma classe a outra, no mesmo cargo ou emprego, é denominada promoção. Já a progressão é a passagem de um padrão de vencimento ou salário para outro, na mesma classe, por mérito, mediante resultado de avaliação de desempenho periódica, e por tempo de serviço. Outras reivindicações históricas dos médicos contempladas nas diretrizes são gratificações ou adicionais salariais por obtenção de nível de escolaridade, dedicação exclusiva ao SUS, posto de trabalho de difícil provimento ou localizado em área de difícil acesso, e por atividade de alto risco. Jornal da Março | Abril 2007 As diretrizes garantem, ainda, gratificação por atuação na atenção básica, mas falta estabelecer vantagem financeira pelo trabalho em plantões noturnos, em fins de semana; e em serviços de atendimento de urgência e emergência. Reivindicações elencadas pela Comissão Pró-SUS - AMB, CFM e Fenam Quanto aos critérios de remuneração, as diretrizes definem que a diferença percentual entre um padrão de vencimento e o seguinte será a mesma em toda a tabela e que a relação entre o primeiro e o último padrão será fixada, no intuito de assegurar a valorização social do trabalho e o fortalecimento das equipes. 2 - Salário inicial que considere o tempo de formação, a carga horária do curso de graduação e a responsabilidade civil e penal do médico. O piso nacional proposto pela categoria é de R$ 3.353,33 por 20 horas semanais; Além disso, o primeiro padrão das classes B, C, D, F, G e H corresponderá, no mínimo, ao segundo padrão das classes imediatamente anteriores; e o primeiro padrão da classe E (ensino superior completo) será equivalente, no mínimo, ao terceiro padrão da classe D. A fim de regular a progressão por mérito, será criado um programa de avaliação de desempenho, englobando as atividades dos trabalhadores, das equipes e da instituição como um todo. Por sua vez, o programa de qualificação incentivará ações promovidas pela instituição de saúde e outras diversas. O trabalhador poderá, inclusive, solicitar afastamento total ou parcial, com ou sem ônus para a instituição, para participar de cursos de qualificação, desde a educação básica até uma especialização no exterior. O texto completo das diretrizes está disponível em http://portal.saude.gov.br/ portal/ arquivos/pdf/ diretrizespccssusnov 06.pdf. 1 - Ingresso na carreira por meio de concurso público de provas e títulos, com a participação das entidades médicas em todas as suas fases; 3 - Evolução na carreira mediante tempo de serviço e/ou educação permanente; 4 - Provisão de cursos oficiais para aperfeiçoamento e orientação de médicos antes do ingresso na carreira pública e durante sua atuação; 5 - Vantagens para o trabalho sob regime de plantão, especialmente à noite e em fins de semana; 6 - Garantia de estímulo aos médicos com dedicação em tempo integral ou dedicação exclusiva, por meio de vantagens financeiras, entre outras; 7 - Gratificação pelo efetivo exercício em localidade de difícil provimento de profissionais médicos; 8 - Vantagens específicas pelo trabalho efetivo em atendimento de urgência e emergência; Movimento vitorioso no Rio Grande do Norte O Rio Grande do Norte é um dos primeiros Estados a garantir plano de carreira específico para o médico no Sistema Único de Saúde, depois de quase dois meses de movimento liderado pela Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN), onde se concentra a militância médica potiguar. Com salário de R$ 4,2 mil a R$ 6 mil, os 1,8 mil médicos servidores do Estado terão direito a opção de 40 horas semanais e gratificação pelo atendimento em unidades 24 horas, além da flexibilização da jornada e do local de trabalho. A previsão é de que o plano vigore a partir de 1º de abril, para adesão dos profissionais em dois meses. Em janeiro, como o governo insistia em ignorar as reivindicações dos médicos, foi iniciada uma “operação-padrão” nos hospitais. Sem avanço nas negociações, a classe chegou a anunciar uma demissão coletiva, e depois suspendeu os plantões eventuais. “Ainda que o plano estadual seja uma importante vitória, a classe médica deverá permanecer mobilizada a fim de conquistar a criação de um plano de carreira diferenciado em cada município”, avalia Geraldo Ferreira Filho, presidente da AMRN. 9 - Vantagens pela obtenção de Título de Especialista, Mestrado e Doutorado; 10 - P r o m o ç ã o p o r merecimento; antigüidade e 11 - Garantia de estímulo por meio de gratificação por desempenho; 12 - G a r a n t i a d e e s t í m u l o p e l o desempenho em atividades de integração docente assistencial. 19 Jornal da Março | Abril 2007 CBHPM FOTO: CÉSAR TEIXEIRA “Hoje, a força da implantação da CBHPM é resultado da atuação regional, trabalho que vem sendo habilmente conduzido pelas Comissões Estaduais de Honorários. Por isso, reitero a importância das reuniões entre essas Comissões e a Nacional. É um fórum valioso em que as experiências bemsucedidas em cada Estado são compartilhadas”, finaliza Meinão. Relações transparentes na saúde suplementar Comissão Nacional discute estratégias Reunida no dia 30 de março, na sede da AMB (foto), a Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CNCD) iniciou discussões no sentido de definir estratégias para a retomada da luta pela implantação da Classificação em 2007. “No ano passado, avançamos bastante principalmente em relação à Unimed e Unidas. O movimento tomaria enorme impulso com progresso igual nos segmentos representados pela Fenaseg e Abramge”, afirmou o coordenador da Comissão, Florisval Meinão, na abertura do encontro. Meinão mostrou-se otimista em relação à Fenaseg, já que o setor se juntou à Unimed e Unidas, passando a integrar cinco Câmaras Técnicas da AMB, incluindo a da CBHPM. 20 “Além de termos aberto o diálogo para negociações em nível nacional no final do ano passado, essa proximidade nas Câmaras Técnicas possibilitará maiores chances de conseguirmos entendimentos neste setor”, avalia Meinão. Quanto ao grupo Abramge, desde o ano passado, não houve aproximação. No último encontro da CNCD com as Comissões Estaduais de Honorários, realizado no mês de novembro, em João Pessoa (PB), surgiram propostas considerando exclusivamente este sistema como foco do movimento este ano. O assunto deverá voltar à pauta de discussões na próxima reunião, prevista inicialmente para a cidade de Brasília, em abril. Porém, quaisquer que sejam as estratégias definidas, o coordenador nacional fez questão de ressaltar a importância do trabalho das Comissões Estaduais. Durante o encontro, Meinão também apresentou informes das reuniões de que tem participado como representante da AMB na Agência Nacional da de Saúde Suplementar, e cujo assunto principal tem sido a implantação do programa de troca de informação em saúde suplementar (TISS). O objetivo do TISS é normatizar as relações entre médicos, operadoras e a própria Agência. Com isso, a ANS pretende garantir a colaboração dos prestadores de serviço nas iniciativas de otimização do sistema e controle da qualidade do atendimento. Segundo Meinão, as entidades médicas trabalham com duas prioridades: a definição de uma data-base para reajuste dos honorários e regras mais claras de credenciamento e descredenciamento definidas nos contratos. “Colocamos que essas são reivindicações históricas da classe médica que, se atendidas, contribuiriam para equilibrar o sistema e garantir maior transparência entre seus diversos atores”, finaliza. Jornal da Março | Abril 2007 FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Conselho Científico Título de Especialista terá novas normas Em reunião no dia 8 de março, na sede da AMB, em São Paulo (foto), a diretoria da entidade entregou ao seu Conselho Científico uma proposta de normativa para a concessão dos Títulos de Especialista e Certificados de Área de Atuação. As normas vigentes são de 2004. Ficou definido que as Sociedades de Especialidade avaliarão a proposta e encaminharão suas sugestões à AMB. Depois disso, uma nova reunião será realizada para debate de cada item e aprovação da redação final. De acordo com o secretário-geral da AMB, Edmund Chada Baracat, a intenção é que os editais dos concursos sejam padronizados. "Temos a grande responsabilidade de aperfeiçoar este processo, sempre respeitando as características do exame de cada Sociedade de Especialidade", ressaltou. Outro assunto discutido foi a defasagem da Tabela do Sistema Único de Saúde, cuja maioria dos procedimentos tem valores aviltantes. Diversas Sociedades se manifestaram, entre elas Hematologia e Hemoterapia, Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e Citopatologia, denunciando a grave queda na qualidade do atendimento. Segundo o diretor científico da AMB, Giovanni Guido Cerri, esta tem sido umas das prioridades nas discussões entre a entidade e o Ministério da Saúde. "Tal defasagem é inaceitável não apenas do ponto de vista financeiro, o que por si só já compromete a assistência, mas também sob o aspecto científico", enfatizou. "Por isso, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos é a nossa maior bandeira nos setores público e privado", completou Baracat. Por fim, o representante da AMB na Comissão Nacional de Residência Médica, José Carlos Nicolau, destacou a importância da participação das Sociedades de Especialidade na fiscalização das residências médicas. Além disso, informou que está sendo testado, em alguns cursos, um roteiro de avaliação dessas residências, no sentido de uniformizar os critérios em todo o País. "As Sociedades devem estar atentas, pois será a última oportunidade para opinarem sobre este instrumento antes do início de sua aplicação generalizada", advertiu. 21 Jornal da Março | Abril 2007 Comissões FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Na última reunião da Comissão de Assuntos Parlamentares AMB/CFM, realizada no dia 23 de março, na sede da AMB, foram analisados 25 novos projetos de lei, todos apresentados em 2007. Dentre eles, o PL do deputado Maurício Trindade (PL/BA) que altera a Lei nº 9.263 de 1966, reduzindo de 25 para 23 anos a idade mínima para esterilização da mulher; o PL 244/07, do deputado Dagoberto (PDT-MS), que regulamenta a profissão do médico-legista e o PLS 480/03, da senadora Fátima Cleide (PTRO) que foi redistribuído outorgando a criação do Conselho Federal de Acupuntura para “médicos e nãomédicos”. Outros dois projetos que aumentam a abrangência no oferecimento de de vacinação anti-HPV foram encaminhados para análise da Febrasgo Federação Brasileiradas Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Você Sabia? 22 Mista Comissão quer mais eventos no Norte e Nordeste Comissão Mista recebe a Hemodinâmica FOTO: CÉSAR TEIXEIRA O que tramitou no Congresso neste início de ano CNA No dia 23 de março, a Comissão Nacional de Acreditação analisou o relatório de credenciamento de eventos presenciais e à distância, considerando o número de atividades e de pontos ofertados aos especialistas nas diversas regiões do País. Segundo Aldemir Soares, um dos representantes da AMB na Comissão, preocupa a pequena quantidade de eventos de atualização profissional disponibilizados aos médicos do Norte e do Nordeste. “Precisamos reunir os esforços de todos a fim de possibilitar o acesso desses colegas a atividades credenciadas pela CNA”, enfatiza. Uma nova reunião com os representantes das Sociedades de Especialidade responsáveis pela avaliação e pontuação dos eventos está prevista para o dia 4 de maio, em São Paulo. Que o PL 10/07, do deputado Clóvis Correa (PSB/PE) permite a esterilização em homens e mulheres a partir dos 18 anos de idade? Que o PLS 74/04, do senador Renato Casagrande, permite a dedução do imposto de renda de despesas com aparelhos auditivos e óculos? FOTO: MÁRCIO ARRUDA/CFM CAP A Comissão Mista de Especialidades recebeu, em reunião no dia 22 de março, na sede do Conselho Federal de Medicina, em Brasília, membros da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) e o especialista José Carlos Raimundo Brito, 1º vice-presidente da AMB e presidente da Associação Bahiana de Medicina. Além disso, analisou os protocolos da Sociedade Brasileira de Perícias Médicas, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Participaram do encontro Aldemir Humberto Soares, da AMB, Antonio Gonçalves Pinheiro, do CFM, e Renato Viscardi, da Comissão Nacional de Residência Médica. Os três órgãos compõem a Comissão Mista, que determina as especialidades médicas e as áreas de atuação reconhecidas em consenso. Que o PL 125/07, do Dr. Rosinha, considera o amianto como uma substância cancerígena? Que será divulgado em breve o relatório da CPI do Ceará, que investiga a denúncia de que grandes farmácias repassam para laboratórios farmacêuticos informações sobre os remédios prescritos e os nomes dos médicos que assinam as prescrições? Jornal da Tabagismo FOTO: CÉSAR TEIXEIRA FOTO: MÁRCIO ARRUDA / CFM Comissão define novas ações contra o tabagismo A Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB está trabalhando para elaborar diretrizes sobre o tema, em parceria com as Sociedades de Especialidade afins, o Inca Instituto Nacional de Câncer e o comitê técnico do Projeto AMB/CFM. Além disso, solicitará à Câmara Técnica Permanente da CBHPM a incorporação de consultas especiais para tratamento da dependência. Estes foram alguns dos assuntos da reunião da Comissão, no dia 2 de Março, na sede da AMB em São Paulo. Outra novidade é o curso de capacitação para tratamento do tabagismo, com certificado de qualificação, a ser proposto para as Federadas e Sociedades de Especialidade em dois formatos: presencial e em vídeo. A iniciativa tem apoio do Conselho Federal de Medicina, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Inca / Ministério da Saúde. Em 2008, a Comissão organizará um fórum de sensibilização dos reitores das universidades e diretores das escolas médicas para incluir o tema tabagismo nas atividades de Clínica Médica. Será realizado no próximo ano, ainda, o V Congresso Brasileiro sobre Tabagismo, com caráter multidisciplinar. Lúcia Vânia é homenageada Em evento realizado em Goiânia, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), ex-relatora do Projeto de Lei que regulamenta a profissão médica, recebeu o agradecimento da classe. AMB contesta Portaria 741 A AMB encaminhou carta ao novo ministro da Saúde e ex-secretário de Atenção à Saúde, José Gomes Temporão, solicitando a urgente revisão da Portaria SAS nº 741. O documento contesta que ao criar serviços de atendimento de alta complexidade em oncologia com a exigência de responsável técnico habilitado em Cancerologia Cirúrgica, a Portaria omite a competência de médicos especialistas em outras áreas como Urologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Ginecologia, por exemplo, para a realização de procedimentos cirúrgicos relacionados ao câncer. Ato médico: suspensa a prática por outros profissionais Foi suspensa, por decisão da desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a Portaria 648/GM/2006, do Ministério da Saúde, que permitia a prática de atos privativos de médico por outros profissionais da saúde. Segundo o parecer da desembargadora, a Portaria acarretaria o aumento de riscos de doenças e agravos à saúde pública, “pois profissionais sem a devida formação técnica e habilitação jurídica estarão exercendo ilegalmente a medicina”, e completou: “os programas devem obedecer aos princípios básicos da Constituição, principalmente o do respeito à vida”. Ministro garante compromisso com os médicos FOTO: MÁRCIO ARRUDA / CFM Notas Notas Março | Abril 2007 O novo ministro da Saúde, o médico José Gomes Temporão, que assumiu o cargo no dia 16 de março, reuniu-se no 29 de março com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira para debater os principais problemas da saúde no Brasil. Na reunião, realizada na sede do CFM, em Brasília, o ministro ressaltou a necessidade de fortalecer o vínculo entre as entidades médicas e o Ministério. Os presidentes do CFM, Edson de Oliveira Andrade, e da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, expuseram as reais necessidades do Sistema Único de Saúde, e defenderam o projeto da regulamentação da medicina. Além disso, defenderam, ainda, a CBHPM e a regulamentação da Emenda Constitucional 29. 23 Jornal da Tabagismo FOTO: CÉSAR TEIXEIRA FOTO: MÁRCIO ARRUDA / CFM Comissão define novas ações contra o tabagismo A Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB está trabalhando para elaborar diretrizes sobre o tema, em parceria com as Sociedades de Especialidade afins, o Inca Instituto Nacional de Câncer e o comitê técnico do Projeto AMB/CFM. Além disso, solicitará à Câmara Técnica Permanente da CBHPM a incorporação de consultas especiais para tratamento da dependência. Estes foram alguns dos assuntos da reunião da Comissão, no dia 2 de Março, na sede da AMB em São Paulo. Outra novidade é o curso de capacitação para tratamento do tabagismo, com certificado de qualificação, a ser proposto para as Federadas e Sociedades de Especialidade em dois formatos: presencial e em vídeo. A iniciativa tem apoio do Conselho Federal de Medicina, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Inca / Ministério da Saúde. Em 2008, a Comissão organizará um fórum de sensibilização dos reitores das universidades e diretores das escolas médicas para incluir o tema tabagismo nas atividades de Clínica Médica. Será realizado no próximo ano, ainda, o V Congresso Brasileiro sobre Tabagismo, com caráter multidisciplinar. Lúcia Vânia é homenageada Em evento realizado em Goiânia, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), ex-relatora do Projeto de Lei que regulamenta a profissão médica, recebeu o agradecimento da classe. AMB contesta Portaria 741 A AMB encaminhou carta ao novo ministro da Saúde e ex-secretário de Atenção à Saúde, José Gomes Temporão, solicitando a urgente revisão da Portaria SAS nº 741. O documento contesta que ao criar serviços de atendimento de alta complexidade em oncologia com a exigência de responsável técnico habilitado em Cancerologia Cirúrgica, a Portaria omite a competência de médicos especialistas em outras áreas como Urologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Ginecologia, por exemplo, para a realização de procedimentos cirúrgicos relacionados ao câncer. Ato médico: suspensa a prática por outros profissionais Foi suspensa, por decisão da desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a Portaria 648/GM/2006, do Ministério da Saúde, que permitia a prática de atos privativos de médico por outros profissionais da saúde. Segundo o parecer da desembargadora, a Portaria acarretaria o aumento de riscos de doenças e agravos à saúde pública, “pois profissionais sem a devida formação técnica e habilitação jurídica estarão exercendo ilegalmente a medicina”, e completou: “os programas devem obedecer aos princípios básicos da Constituição, principalmente o do respeito à vida”. Ministro garante compromisso com os médicos FOTO: MÁRCIO ARRUDA / CFM Notas Notas Março | Abril 2007 O novo ministro da Saúde, o médico José Gomes Temporão, que assumiu o cargo no dia 16 de março, reuniu-se no 29 de março com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira para debater os principais problemas da saúde no Brasil. Na reunião, realizada na sede do CFM, em Brasília, o ministro ressaltou a necessidade de fortalecer o vínculo entre as entidades médicas e o Ministério. Os presidentes do CFM, Edson de Oliveira Andrade, e da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, expuseram as reais necessidades do Sistema Único de Saúde, e defenderam o projeto da regulamentação da medicina. Além disso, defenderam, ainda, a CBHPM e a regulamentação da Emenda Constitucional 29. 23 Jornal da Março | Abril 2007 Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa 27 de setembro 20h – Abertura oficial Conferência: “Medicina e Arte” 28 de setembro BLOCO I – INFECÇÕES 8h às 8h30 – Conferência: “Resistência aos antimicrobianos” 9h30 às 9h50 – Mesa-redonda: “Desafios em moléstias infecciosas” - AIDS / Tuberculose / Malária - Discussão BLOCO II – SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA 10h10 às 10h40 – Conferência: “Câncer de colo do útero e HPV” 10h40 às 12h – Mesa-redonda: “Redução da mortalidade materna e infantil” - Experiência de Portugal, da África e do Brasil - Discussão Programa preliminar Internacional BLOCO III – TRAUMA 14h às 14h30 – Conferência: “Trauma: impacto médico-social” 14h30 às 15h50 – Mesa-redonda: “Trauma: aspectos atuais” -Impacto da tecnologia de imagem no atendimento do trauma / Operação de controle de danos / Tratamento não operatório das lesões de órgãos sólidos A Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina divulgam o programa preliminar do II Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa, a ser realizado no Hotel Marriott, na Costa do Sauípe, Salvador, Bahia, de 27 a 29 de setembro, com o tema central “Medicina de qualidade para todos”. Além de grandes nomes da medicina brasileira, devem participar palestrantes de Portugal, Angola e Cabo Verde. As inscrições encontram-se abertas e podem ser feitas na Associação Bahiana de Medicina com Thaís, tel. (71) 21079683 ou [email protected]. BLOCO IV – ENVELHECIMENTO 16h10 às 16h40 – Conferência: “O impacto do envelhecimento populacional no sistema de saúde” 16h40 às 18h – Mesa-redonda: “O envelhecimento e suas repercussões” - Experiência de Portugal, da África e do Brasil - Discussão 18h às 19h – Conferência: “A arte secreta de Michelangelo” 20h30 – Jantar 29 de setembro BLOCO V – POLÍTICA DE MEDICAMENTOS E INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS 8h às 8h30 – Conf.: “Medicina baseada em evidência aplicada às inovações diagnósticas e terapêuticas” 9h30 às 9h50 – Mesa-redonda: “Política de Medicamentos e Tecnologias” - Experiência em Portugal/ Experiência na África e no Brasil - Discussão BLOCO VI – FORMAÇÃO MÉDICA 10h10 às 10h40 – Conferência: “O exercício da medicina no século XXI” 10h40 às 12h – Mesa-redonda: “Formação médica / mobilidade em espaços internacionais” - Experiência da Europa, da África e do Brasil - Discussão 12h – Encerramento – Samba & Feijoada Confemel O Comitê Executivo da Confederação dos Médicos da América Latina e do Caribe (Confemel), presidida pelo brasileiro Marco Antônio Becker, reuniu-se em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, nos dias 1 e 2 de março. diplomas, a exemplo do que já está se tentando fazer no Brasil”. Ainda durante a reunião que contou com a participação do presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, e do médico sulmatogrossense David Miguel Cardoso Filho a AMB, em São Paulo, foi escolhida como sede da próxima Assembléia Geral da Confemel. Segundo Becker, dentre os vários assuntos discutidos, “salientou-se o descaso do governo boliviano com os médicos nacionais ao trazer médicos de Cuba para exercer a profissão no país sem convalidação dos Reunião da Confemel em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia 24 Jornal da Março | Abril 2007 Câmaras técnicas Durante reunião no dia 23 de março, em São Paulo, a Câmara Técnica de Avaliação de Tecnologias aceitou os pedidos de análise da cápsula endoscópica e da osteo-sonografia. Ambas serão discutidas no próximo encontro, em maio, para um posicionamento sobre sua inclusão na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. O Comitê Técnico do Programa Diretrizes AMB/CFM foi convidado a colaborar com uma pesquisa na literatura sobre a cápsula endoscópica, enquanto os proponentes da osteo-sonografia farão uma apresentação de suas justificativas para todo o grupo. Já em relação ao centro de infusão de agentes biológicos, a Câmara Técnica entendeu que não há tecnologia nova nem fundamentação técnica para sua aprovação. Participaram da reunião o coordenador, Aldemir Humberto Soares (AMB), Rafael Marques Nogueira (Conselho Federal de Medicina), Magdala Rocha (Unidas), Jurimar Alonso (Unimed), Regina Melo (Fenaseg), Vania Canuto Santos (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Itajaí Oliveira de Albuquerque (Ministério da Saúde). Materiais de alto custo em discussão FOTO: CÉSAR TEIXEIRA FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Tecnologias Implantes Em reunião no dia 30 de março, com a presença do presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Marcos Musafir, a Câmara Técnica de Implantes da AMB discutiu a definição dos materiais mínimos e máximos para cada um dos 20 procedimentos ortopédicos de mais alto custo. Também teve início o debate sobre uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que defina a arbitragem nos casos de divergências entre médicos e operadoras quanto à escolha dos materiais de implante. Além disso, segundo o coordenador dos trabalhos, Luiz Carlos Sobania, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e a Santa Casa de São Paulo passarão a utilizar, em maio, o formulário de notificação de eventos adversos nas cirurgias sugerido pelo grupo. A Câmara Técnica de Implantes iniciou suas reuniões em janeiro de 2005, e além de representantes da AMB e do CFM, conta com representantes da Unidas, Fenaseg, Unimed; de órgãos governamentais como ANS e Anvisa, e ainda o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP. Medicamentos Materiais e medicamentos FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Avaliação No dia 12 de março, a Câmara Técnica de Materiais e Medicamentos da AMB decidiu iniciar uma discussão com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre dois temas fundamentais da área: medicamentos de alto custo; e genéricos e similares. Durante o primeiro encontro, em 10 de abril, o gerente de Avaliação Econômica de Produtos Novos e Novas Apresentações da Anvisa, Alexandre Lemgruber, fez um resumo histórico da regulação do setor no que diz respeito a preços e também sobre política de gestão de tecnologia em saúde. Foram discutidos a formação de preços de medicamentos de alto custo e seu impacto nos sistemas público e privado, e debatidos mecanismos de colaboração mútua entre a Anvisa e as entidades que compõem a Câmara Técnica. A próxima discussão está agendada para maio. De acordo com o coordenador da Câmara Técnica, Edmund Chada Baracat, a diretoria da AMB está entrando em contato com a da Anvisa no sentido de estreitar cada vez mais este relacionamento. 25 Jornal da Março | Abril 2007 Jurídico Roberto Augusto de Carvalho Campos A responsabilidade civil nos procedimentos estéticos O Código de Defesa do Consumidor trouxe normas para facilitar a defesa dos direitos do consumidor em Juízo. Nessa seara, nos deparamos com institutos processuais invocados em favor do consumidor, como é o caso da inversão do ônus da prova. Na medida em que o referido diploma legislativo foi sendo aplicado às demandas judiciais, iniciou-se na esfera do Poder Judiciário a formação de um convencimento acerca do enquadramento da relação médico-paciente como relação de consumo. Ao tratar a questão do procedimento médico para fins estéticos, adentramos o polêmico território do tipo de obrigação – meio ou resultado – assumida pelo médico autor do procedimento. O entendimento de que cirurgias estéticas embelezadoras ensejam obrigação de resultado chegou até mesmo ao Superior Tribunal de Justiça, que tem proferido diversos julgados reforçando essa tese. Ta l e n t e n d i m e n t o , q u a n d o interpretado de forma inadequada, simplifica o ato médico e se esquiva de considerações importantes que devem ser feitas dentro da apuração judicial de eventuais seqüelas advindas de procedimento estético. 26 Não bastasse o posicionamento do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e também do Conselho Federal de Medicina sobre ser o ato médico, mesmo em cirurgias estéticas, obrigação de meio, não de resultado, há de se perquirir em cada caso concreto, as circunstâncias em que ocorreu o atendimento ao paciente. Nesse aspecto, deve-se chamar a atenção para outro elemento que adquiriu especial relevância com a consolidação dos direitos dos consumidores e o fortalecimento da discussão sobre os princípios bioéticos – o dever de informação. Atualmente, com a vigência do Código de Defesa do Consumidor – artigo 14, caput – o fornecedor de serviços responde “por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. O dever de informar adquiriu status de absoluta relevância na relação médicopaciente, pois a extensão das informações transmitidas pelo médico constituirá o delimitador entre obrigações de meio e de resultado. Mesmo procedimentos cirúrgicos tradicionalmente de meio podem vir a se tornar de resultado, caso o médico assuma perante seu paciente o compromisso de atingir determinado objetivo. A promessa de resultado perante o paciente/consumidor pode afastar a discussão jurídica do caso do terreno das imprevisibilidades, possibilitando o raciocínio simplista de que o médico deixou de adimplir uma obrigação assumida. Roberto Augusto de Carvalho Campos é mestre e doutor em medicina pela Universidade Federal de São Paulo, professor doutor do departamento de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP e assessor jurídico da AMB Jornal da Março | Abril 2007 Atualidade Nancy Junqueira Bellei Gripe aviária: ainda há risco A gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, de alta patogenicidade para aves domésticas, ressurgiu em algumas regiões da Ásia, Europa e África em janeiro. A epizootia, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), está menos extensa do que se observou há um ano, mas a recorrência não é nenhuma surpresa. Os surtos em aves domésticas ocorreram ou estão em curso no Japão, Coréia, Hungria, Paquistão, Inglaterra, Nigéria, Rússia, Tailândia, Vietnã e Indonésia. A situação da Indonésia é peculiar desde 2006: persistência de surtos em aves, maior número de novas infecções em humanos, algumas vezes em clusters familiares em um ambiente social e cultural desfavorável. Embora a doença já tenha causado mais de 160 mortes entre os humanos desde 2003, nestes novos surtos, somente no Egito e na Nigéria os humanos foram também infectados (dois casos). O principal fator de risco para aquisição da doença continua sendo o contato com aves infectadas. A avaliação preliminar da idade dos pacientes que apresentaram a doença aponta maior mortalidade em menores de 40 anos, sendo as crianças e adultos jovens os mais acometidos. O padrão de disseminação através de aves migratórias não explica necessariamente algumas novas ocorrências, o que leva a comunidade cientifica a levantar hipóteses de que o comércio de aves esteja envolvido na transmissão em algumas localidades (Hungria-Inglaterra, por exemplo). Desde 2003, quando a doença ressurgiu em aves e humanos, em menor escala, não foi possível erradicá-la, mas um investimento mundial no desenvolvimento de vacinas se estabeleceu. As vacinas de influenza humana, sazonal, atualmente disponíveis continuam a ser recomendadas para os grupos de risco e a Organização Mundial da Saúde reforça a necessidade de aumentar a adesão dos profissionais de saúde. humanos ou suínos, ou adaptações em humanos suscetíveis, e conseqüentemente, nova pandemia de influenza. Esta vacina não confere proteção cruzada contra H5N1. Algumas vacinas humanas contra H5N1 estão sendo testadas em países do Hemisfério Norte. Não há, ainda, uma vacina considerada eficaz. Vacinas animais contra H5N1 estão sendo utilizadas em alguns países como forma de prevenção da gripe aviária. O tratamento da infecção pelo H5N1 em humanos ainda é dependente da observação não sistemática de pequeno número de casos tratados. As recomendações oficiais permanecem as mesmas (uso de inibidores de neuraminidase) e novas drogas estão sendo pesquisadas. A vigilância animal foi incrementada em muitas regiões do Hemisfério Norte, o que contribuiu para detecção e intervenção precoce em alguns locais. Provavelmente, desde2003, o vírus vem se mantendo em populações de aves e ocasionalmente ressurge em surtos nas criações domésticas ou grandes plantéis. Entretanto, a transmissão interhumana, que poderia levar a emergência de nova pandemia, não ocorreu de forma eficiente até o momento. A persistência da circulação do vírus H5N1 em aves é uma ameaça constante para eclosão de mutações e possíveis combinações em outras espécies, como Diversos países, incluindo o Brasil, já estabeleceram planos de preparação para possível pandemia. Mesmo que a pandemia não se estabeleça durante anos, muito provavelmente ainda vamos continuar sob risco de que ocorra. A situação da criação e comércio de aves é extremamente variável, principalmente em países menos desenvolvidos, e a regulamentação e incremento de medidas sanitárias para prevenção da doença envolvem mudanças socioculturais e investimentos muitas vezes não disponíveis. Nancy Junqueira Bellei é infectologista e pesquisadora responsável pelo setor de vírus respiratórios da Unifesp 27 Jornal da Março | Abril 2007 Federadas iniciação científica classificados em primeiro lugar no Congresso de Iniciação Científica na Universidade Federal de Pernambuco e na Universidade de Pernambuco. As vencedoras foram Daniela Saraiva G. Lopes (UFPE) e Bruna Vieira O. C. Ventura (UPE). A entrega ocorreu durante as festividades de comemoração dos 166 anos de existência da entidade, no dia 3 de abril. Espírito Santo Visando agilizar a comunicação com a diretoria executiva e, consequentemente as ações da entidade, os vicepresidentes da AMB estiveram reunidos na manhã do dia 8 de março, na sede da Associação Médica de Brasília. Na pauta do encontro que durou cerca de três horas, assuntos como o Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, Código 7, Plano de Cargos e Salários foram habilmente discutidos. Além dos presidentes da AMB, José Luiz G. Amaral, da AMBr, Lairson Vilar Rabelo, da APM, Jorge Curi, dos 1º e 2º tesoureiros, Amilcar Giron e Luc Weckx, do coordenador da Comissão Nacional de Consolidação da CBHPM, Florisval Meinão e dos diretores de Defesa Profissional, Roberto Gurgel, e de Proteção ao Paciente, Elias Miziara, participaram os vice-presidentes José Luiz Mestrinho (Região Centro); Nabyh Salum (Centro-Oeste); Florentino Cardoso ( Norte-Nordeste); Wilberto Trigueiro (Nordeste); Jésus Fernandes (Leste-Centro); Jurandir Marcondes (Centro-Sul); Newton Barros ( Sul). Pernambuco A Associação Médica de Pernambuco instituiu o Prêmio Diva Montenegro, destinando a estudantes de medicina do 6º ano que tenham realizado trabalhos de 28 O Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Luiz Fux, confirmou a sua participação no 1º Fórum Médico Jurídico do Brasil, que será realizado em Vitória, no Espírito Santo, nos dias 15 e16 de junho. O evento é promovido pela Associação Médica do Espírito Santo, Ministério Público do Estado, Ministério Público Federal do Trabalho, Escola da Magistratura do Espírito Santo e Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região. Ao seu final, será elaborada a CARTA DO BRASIL, resultado dos debates, e encaminhada às autoridades nacionais. As inscrições são gratuitas e informações mais detalhadas sobre o evento podem ser acessadas no site: www. forumedicojuridicodobrasil.com.br. Rio Grande do Sul A Universidade Corporativa da Amrigs (UniAMRIGS) assinou convênio com o Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios (IBGEN) para a realização de MBA (Master of Business Administration) em Gestão Empresarial para a área da saúde. O acordo prevê a administração do curso para os médicos sócios ou não-sócios. O início das aulas está previsto para a segunda quinzena de maio e serão ministradas pelos professores do IBGEN no Centro de Eventos Amrigs. Santa Catarina Os deputados estaduais de Santa Catarina aprovaram por unanimidade, no dia 28 de março, o Projeto de Lei que institui a Gratificação de Desempenho e Produtividade Médica aos profissionais da medicina que atuam como servidores públicos estaduais, única reivindicação feita pelas entidades médicas catarinenses junto ao PCV – Plano de Carreira e Vencimentos da Saúde – que ainda não tinha se tornado lei. A gratificação deverá ser implantada em substituição ao pró-labore e é fruto da mobilização das entidades médicas catarinenses em parceria com o governo de Santa Catarina, por meio das Secretarias de Estado da Saúde, da Administração e da Articulação Política, definindo melhorias salariais no PCV para os médicos que atuam nas unidades estaduais de saúde. Paraná DIVULGAÇÃO/AMPR FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Brasília A Associação Médica do Paraná (AMP) não trabalha apenas em benefício do médico. Com suas ações sociais procurar também o bem-estar da população. No mês de março, o presidente José Fernando Macedo (foto) fez a entrega de 30 cestas básicas a 17 entidades sociais de apoio a crianças carentes. A doação faz parte do Programa Caminhando Juntos, ação social da AMP que, mensalmente, faz o repasse de alimentos às entidades cadastradas. Os mantimentos doados são adquiridos com contribuições de médicos associados e com arrecadação em eventos beneficentes Jornal da Coluna do sócio Novos cursos de medicina em São Paulo: nota oficial da AMB “O Brasil tem hoje mais de 315 mil médicos...Ainda assim, o governo autorizou, de forma equivocada e irresponsável, outros três cursos de medicina no Estado...Configura-se, portanto, um crime contra a população,...” A questão é: se nas últimas décadas nada foi possível fazer para parar a natalidade explosiva de escolas, e se as consideramos um CRIME, por que não responsabilizamos (AMB, CFM) diretamente os médicos envolvidos na DIREÇÃO e no ENSINO destas escolas, como criminosos, ou qualquer outra forma de responsabilizá-los por esta situação? Isto poderíamos fazer ou não ? Ricardo Botelho - CRM 64286 ENVIE SUA OPINIÃO Você tem algo a dizer? Envie o seu comentário, crítica ou sugestão para a o Jornal da AMB. Nosso esforço será no sentido de atendê-lo da melhor maneira possível. Rua São Carlos do Pinhal, 324 Cep 01333-903 São Paulo-SP e-mail: [email protected] Resposta da AMB A Comissão de Assuntos Políticos do CFM-AMB solidariza-se com a sua preocupação em relação à criação desordenada e desenfreada de escolas médicas, quando interesses econômicos e político -regionais predominam sobre os da Sociedade. Constitucionalmente, é garantido o direito de abrir novos cursos, o problema são os pré-requisitos necessários para a instalação de uma faculdade de medicina (hospitalescola, residência médica), nem sempre exigidos pelos órgãos reguladores (Conselho Nacional da Educação). A partir do momento em que se autoriza o funcionamento deste novo curso, sob o ponto de vista legal, não há impedimento para que um médico venha dele participar. Ainda que seja inaceitável sob o ponto de vista moral, é uma questão de consciência profissional este médico emprestar o seu currículo para validar um projeto com conseqüências tão deletérias para a sociedade e para a medicina. Assim, não temos o direito de chamar esses professores de criminosos. Seria melhor colocado que se trata de um profissional moralmente contrário aos interesses da categoria. Finalizando, queremos noticiar que tramita na Câmara dos Deputados, com acompanhamento atento da AMB, Projeto de Lei que estabelece os prérequisitos necessários para abertura de uma escola médica. Luc Louis Weckx - Comissão de Assuntos Políticos AMB/CFM Curtas Março | Abril 2007 Curtas O 7th International Gastric Cancer Congress será realizado de 9 a 12 de maio, no WTC Hotel, em São Paulo. Informações (11) 3849-0379 ou www.meetingeventos.com.br. O 32º EMGO - Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia será realizado de 16 a 19 de Maio, no Expominas - Belo Horizonte/MG. Mais informações: tel. 0800 7723023 ou www.pontoline.com.br O 34º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas e 7º Congresso Brasileiro de Citologia Clínica serão realizados no Centro de Convenções Expominas, em Belo Horizonte, de 10 a 14 de junho. Inf. (62) 3214-1005, (21) 2187-0817 ou www.cbac.org.br. A XXII European Conference on Philosophy of Medicine and Health Care acontecerá de 20 a 23 de agosto, na cidade de Tartu, Estônia. Inf.: (24) 3615320 ou [email protected]. O XI Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida será realizado em Brasília de 23 a 25 de agosto de 2007, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Inf. (61) 3245-3959/8436-7599. O XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia acontecerá de 20 a 22 de setembro em Florianópolis, SC. Inf. (21) 3326-3919 ou [email protected] O XV Congresso Brasileiro de Oncologia será realizado no Minascentro, em Belo Horizonte, de 31 de outubro a 3 de novembro. Inf. (31) 3214-0555/88452368. O XII Congresso Brasileiro de História da Medicina será realizado na Associação Médica do Paraná, em Curitiba, de 7 a 10 de novembro. Inf. (41) 3029-0987 ou [email protected]. 29 Jornal da Março | Abril 2007 Especialidades Reunida no dia 12 de março, na sede da AMB, a Comissão Eleitoral do Colégio Médico de Acupuntura (CMA) decidiu pela anulação do processo eleitoral devido a irregularidade constada em uma das urnas. “Após ouvir o posicionamento da assessoria jurídica da AMB e na falta de entendimento político entre as duas chapas, mesmo após um apelo pessoal e de viva-voz do presidente da AMB, manteve-se a decisão pela nulidade do pleito”, destaca o comunicado assinado do pelo presidente da Comissão Eleitoral do CMA, Luc Louis Maurice Weckx e Aldemir Humberto Soares, presidente interino do CMA. Uma nova reunião da Comissão Eleitoral definirá a nova data para eleição, além de manutenção ou mudança dos locais de votação. Cirurgia Pediátrica No dia 28 de julho, será realizado o Mutirão Nacional de Cirurgia Pediátrica, que está sendo organizado pela Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE). A campanha visa reduzir as atuais filas de crianças à espera desse tipo de intervenção, existentes em muitos hospitais do país, especialmente os públicos. De acordo com o presidente da CIPE, José Roberto de Souza Baratella, médicos voluntários deverão realizar principalmente as cirurgias ambulatoriais, como de hérnias, fimose, hipospadia, testículos fora de lugar e retirada de cistos, que dispensam a internação do paciente. 30 Como reforço ao Mutirão Nacional de Cirurgia Pediátrica, nos dias 27 e 28 de julho, a equipe dos professores Luiz Gonzaga Freitas Filho e José Carnevale realizará no Hospital Estadual Infantil Darcy Vargas, em São Paulo (SP), um mutirão específico de cirurgia de hipospadia, já que, segundo eles, os casos dessa anomalia congênita vêm crescendo de forma expressiva nos últimos anos. Os interessados em participar dessa iniciativa da CIPE, unidades hospitalares e profissionais, devem entrar em contato com a associação por meio dos telefones (11) 3814-6947 e 3032-8955 ou pelo e-mail [email protected]. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) lançou, no dia 19 de março, seu novo site institucional. O endereço permanece www.sbpc.org.br, mas além do tratamento visual completamente modificado, o site apresenta arquitetura moderna, que segue as tendências atuais adotadas na internet. Outra novidade é a agenda de eventos e cursos, disponível na página de abertura. Um calendário com mudança automática de data indica os eventos e informa, através de cores, se eles são de cobertura regional, nacional e internacional. SBOT Academia FOTO: CÉSAR TEIXEIRA FOTO: CÉSAR TEIXEIRA Acupuntura Semana Global de Segurança no Trânsito, Projeto Diretrizes, Honorários Médicos e Valorização Profissional foram alguns dos temas em pauta na reunião entre os presidentes da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Marcus Musafir, no dia 9 de março. O 2º vice-presidente da AMB e 1º Tesoureiro da SBOT, Hélio Barroso dos Reis, também participou do encontro, no qual discutiu-se ainda meios de redução da violência através de trabalho a ser desenvolvido por comissões específicas. Musafir ainda entregou ao presidente da AMB o resultado de uma pesquisa realizada por sua entidade junto aos associados, que teve como objetivo avaliar o trabalho desenvolvido pela SBOT e o grau de satisfação dos mesmos. Patologia Clínica No dia 28 de março, a Academia de Medicina de São Paulo celebrou 112 anos de sua fundação, em cerimônia no auditório nobre da Associação Paulista de Medicina, onde também tomaram posse os novos diretores da entidade. O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, passou a integrar o Conselho Científico da Academia, que será presidida por Guido Arturo Palomba. Medicina do Esporte O ano de 2007 marca uma nova era na formação do Médico do Esporte com o início dos programas de residência médica na especialidade. Inicialmente, o programa conta com 12 vagas em três locais: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, UNIFESP – Escola Paulista de Medicina, ambos na cidade de São Paulo, e na Universidade de Caxias do Sul, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Jornal da Foi notícia Março | Abril 2007 Foi notícia Pharma Sales Force Brasil 2007 22 a 24 de maio de 2007 - Hotel Quality Moema - São Paulo SP Transforme a sua força de vendas em uma ferramenta de precisão no aumento de market-share e da lucratividade na indústria. Conheça alguns tópicos que serão abordados neste evento: • Produtividade em vendas: resultados consistentes e precisos na geração de demanda • A segmentação do cadastro médico adequado aos seus negócios • Automação da força de vendas: agilize e melhore as informações coletadas • Métricas através de KPI´s: mensure a performance de sua equipe • Reduza a rotatividade da FDV e garanta resultados em longo prazo • Treinamento, motivação e premiação: os melhores casos práticos da indústria • Conflito de interesse entre médicos e laboratórios farmacêuticos Presença de renomados Key note Speakers: Adílson Montaneira Diretor de Força de Vendas PFIZER Márcio Martins Diretor de Marketing e Vendas MERCK SHARP & DOHME Paulo Tadeu de Resende Diretor de Serviços de Marketing ELI LILLY Roberto D'Ávila Corregedor CFM Workshops: A) A efetividade da força de vendas B) O médico brasileiro e o seu relacionamento com a indústria farmacêutica C) Segmentação e gerenciamento do cadastro médico Indicações da AMB têm 10% de desconto. Mencione o código 11650AMB Central de Atendimento: Tel. (11) 3463-5600 - Fax: (11) 3463-5610 E-mail: [email protected] Website: www.iqpc.com/br/pharmasales Navegue com a AMB www.amb.org.br • • • • • CBHPM on line Ramb on line Jamb on line Certificado de Atualização Profissional Notícias com atualização diária O Estado de S. Paulo, 9 de fevereiro Propaganda contra cigarro reduz vício, comprova pesquisa com 15 mil fumantes nos EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália. Folha de S. Paulo, 12 de fevereiro Portugueses aprovam a descriminalização do aborto, com 59% dos votos a favor em referendo sem valor jurídico, dada a abstenção de 57%. No entanto, em 8 de março, o Parlamento confirmou a decisão, sancionada pelo presidente Cava Silva no dia 10 de abril. O Estado de S. Paulo, 6 de março - Com autorização da Anvisa, os primeiros anticoncepcionais genéricos de uso oral devem chegar às farmácias do País até o fim do ano. Folha de S. Paulo, 11 de março - Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os Estados que menos investiram em saúde no ano de 2005, descumprindo a Emenda Constitucional 29; outros 18 Estados não chegaram ao mínimo obrigatório de 12% do orçamento. Isto É, 21 de março - Pesquisa surpreende ao provar que ter um plano de saúde não aumenta a expectativa de vida do brasileiro; não há diferença na mortalidade até 69 anos entre pacientes do setor público e do privado. Mortalidade por infarto agudo do miocárdio e câncer de mama é maior entre os usuários de planos de saúde. Estudo cruzou banco de dados do Ministério da Saúde e cadastro da Agência Nacional de Saúde Suplementar. O Estado de S. Paulo, 21 de março - O novo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende licença-maternidade de seis meses; prorrogação facultativa de dois meses seria deduzida do Imposto de Renda das empresas; 37 municípios e 1 Estado já aderiram. 31 Jornal da Março | Abril 2007 Livros & Títulos Títulos/Certificados Diretoria Livros Presidente Luiz Carlos Lantieri Joice Cunha Bertoletti Artmed O livro destaca o eletrocardiograma como importante método de diagnóstico complementar, tanto para o reconhecimento de lesões isquêmicas do coração e distúrbios do ritmo cardíaco, como dos efeitos de diversos medicamentos que se manifestam no traçado eletrocardiográfico. Dermatologia Terapêutica Manual José Eduardo Costa Martins Luiz Henrique C. Paschoal DiLivros José Luiz Gomes do Amaral Título de Especialista Radiologia e Diagnóstico por Imagem 3 de junho e 25 de agosto - Inf. www.cbcd.org.br ECGs para o médico de emergência Amal Mattu William Brady Tecmed “Essa história de morte súbita não existe, ela leva anos para acontecer.” Citando esta frase, estampada em um hospital americano, e comentando 200 exemplos, os autores pretendem provar que uma consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem afastar mais de 90% dos problemas cardíacos. Manual de Cirurgia Pediátrica Edson Khodor Cury Sarvier Ultra-sonografia Geral - 3 de junho e 26 de agosto Inf. www.cbcd.org.br Aristóteles Comte de Alencar Filho, Florentino de Araújo Cardoso Filho, Jacob Samuel Kierszenbaum, Jésus Almeida Fernandes, José Luiz Dantas Mestrinho, Jurandir Marcondes Ribas Filho, Nabyh Salum, Newton Monteiro de Barros, Roque Salvador Andrade e Silva, Wilberto Silva Trigueiro Secretário-Geral Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia 3 de junho e 26 de agosto - Inf. www.cbcd.org.br Edmund Chada Baracat 1° Secretário Aldemir Humberto Soares Clínica Médica - 5 de maio, 1 de junho e 12 de outubro - Inf. (11) 5572-3285 ou www.sbcm.org.br 1° Tesoureiro Amilcar Martins Giron 2° Tesoureiro Endoscopia - 8 de maio Inf. (11) 3148-8200 e www.sobed.org.br Geriatria - 23 e 24 de maio Inf. (21) 2285-8115 Genética Médica - 17 a 21 de junho Inf. (65) 3615-1155 Luc Louis Maurice Weckx Diretores Acadêmico - José Luiz Weffort; Atendimento ao Associado - Moacyr Basso Junior; Científico - Giovanni Guido Cerri; Comunicação - Ronaldo da Rocha Loures Bueno; Cultural - Carlos David Araújo Bichara; DAP - Cleber Costa de Oliveira; Defesa Profissional - Roberto Queiroz Gurgel; Economia Médica - Elisabeto Ribeiro Gonçalves; Marketing - Geraldo Ferreira Filho; Proteção ao Paciente - Elias Fernando Miziara; Relações Internacionais - Viriato João Leal da Cunha; Saúde Pública - Márcia Rosa de Araújo. Medicina de Família e Comunidade 10 de junho - Inf.: (21) 2264-5117 Jornal da Certificado de Área de Atuação Diretor Responsável Ronaldo da Rocha Loures Bueno Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 20 de junho - Inf. www.sbhci.org.br Editor Responsável Aldemir Humberto Soares Conselho Editorial Endoscopia Digestiva - 8 de maio Inf. (11) 3148-8200 e www.sobed.org.br Amilcar M. Giron, Edmund Chada Baracat, José Luiz Gomes do Amaral, Luc Maurice Weckx Densitometria Óssea - 3 de junho Inf. www.cbcd.org.br e www.sbp.com.br César Teixeira MTB 12.315 Editor Executivo Ecografia Vascular com Doppler - 3 de junho e 25 de agosto - Inf. www.cbcd.org.br e www.sbp.com.br Jornalista Camila Kaseker Gerente de Produção Rui Madureira Diagramação/Capa Mamografia - 3 de junho e 24 de agosto Inf. www.cbcd.org.br e www.sbp.com.br O livro discute, de forma clara e objetiva, os temas mais importantes da cirurgia pediátrica, tanto pela freqüência quanto por sua gravidade, com conceitos e linguagem acessíveis ao estudante, ao pediatra e ao médico generalista. Segundo Vice-Presidente Hélio Barroso dos Reis Vice-Presidentes Medicina Nuclear - 3 de junho e 25 e 26 de agosto Inf. www.cbcd.org.br Homeopatia - 24 de junho - Inf. www.amhb.org.br Em sua quarta edição, esta obra de atualização terapêutica abrange as principais afecções dermatológicas inflamatórias, com recomendações de tratamento que incluem também os mais modernos medicamentos. Primeiro Vice-Presidente José Carlos Raimundo Brito Jamb Interpretação Eletrocardiográfica Adulta e Pediátrica Cezinha Galhardo | Neorônio Design www.neoronio.com.br Editoração e Impressão Ultra-sonografia em Ginecologia e Obstetrícia 3 de junho e 5 de agosto - Inf. www.febrasgo.org.br, www.cbr.org.br e www.sbp.com.br Medicina de Urgência - 5 de maio e 12 de outubro Inf. (11) 5572-4285 Ponto Propaganda 0800 77 23023 www.pontoline.com.br Comercialização Associação Médica Brasileira e Ponto Propaganda Tiragem: 60 mil exemplares Periodicidade: Bimestral Redação Rua São Carlos do Pinhal, 324 Cep 01333-903 São Paulo SP Tel. (11) 3178-6800 E-mail: [email protected] 32