Vozes do Horto 2008
Ano 1 - nº1 / 2008 Distribuição gratuita
OS MOVIMENTOS POPULARES
E A LUTA PELA TERRA
Miguel Baldez, professor de Direito,
Procurador do Estado do Rio de Janeiro
aposentado, um dos fundadores do Núcleo de
Terras da Procuradoria do Estado na década de
80, relata sua trajetória junto aos movimentos
populares.
Foto: Daniel Lopes
“...Os movimentos constroem a história, e
a representação repete mal uma história
perversa.”
por Mariah Bizzo
Relatos...pág 6
Fazendo a Diferença
Foto: Cristiane Nascimento
Roni Marruda, músico e ator, morador do Horto, fala de sua relação com o lugar,
o que mais aprecia e também o que gostaria que tivesse no Horto.
por Luana Figueiredo
“...Mais espaço para a cultura. Galpões em que possam
ter aulas de interpretação para jovens e adultos, creches para
as crianças da comunidade e um posto médico.”
Vozes em Destaque...pág 3
FORÇA DO PAGODE
A musicalidade do Horto se expressa para além de
sua localidade. Jovens músicos buscam espaços e
sonham.
Foto: Arquivo do Samurai
Foto: Arquivo do Samurai
“ ...Não desistir e acreditar no sonho.
E quando ele se realizar, manter a huimildade sempre.”
por Antonio Carlos Albuquerque
Arte e Cultura...pág 8
NÃO DEIXE DE LER:
Idéias e Práticas
pág 2
Vozes do Leitor
pág 2
Nossas ruas, Nossa história...
pág 4
Moradia e Meio Ambiente
pág 5
Vozes do Horto 2008
2
IDÉIAS E PRÁTICAS
Uma idéia à altura das expectativas
EDITORIAL
Criatividade na criação das peças, cuidado nas escolhas dos materiais utilizados, delicadeza e atenção
nos detalhes e primor pela qualidade no acabamento são apenas algumas das características do projeto
social Retalharte, cuja idéia principal é o resgate da mão de obra de costureiras e bordadeiras, mulheres
da comunidade do Horto, verdadeiras artesãs, a fim de divulgar o artesanato local.
Idealizado pela estilista Fabíola Key de Oliveira
Peças inspiradas na história do Horto, com muitas flores e cores
eram produzidas cada uma por pelo menos três artesãs. Um
trabalho em equipe que resultava em um produto final à altura das
expectativas. O projeto participou de diversos bazares, tendo a
renda revertida em prol do mesmo. Algumas peças foram vendidas
para lojas e outras compradas por pessoas que tinham
conhecimento do trabalho realizado.
A estilista Fabíola ressalta o interesse em retornar o projeto
Retalharte, que durou dois anos, mas que por falta de patrocínio
teve que parar suas atividades.”Precisávamos de um espaço físico
maior, de maquinário e sem patrocinador não foi possível continuar.
A procura pelas aulas foi tanta que precisamos pedir para as artesãs
não comentarem mais sobre as aulas por aí, não tínhamos estrutura
para receber todas as mulheres da comunidade”.
Dada a ausência de patrocinadores, o projeto Retalharte só foi
possível graças ao apoio da Associação e de amigos que, de
alguma forma, contribuíram com doações de cadeiras e materiais,
espaço e apoio na realização de eventos, como o desfile realizado
na Inter Model, na Lagoa, com modelos recém-formadas. Além, é
claro, da dedicação e do profissionalismo das pessoas diretamente
envolvidas com o projeto.
EXPEDIENTE
JORNAL VOZES DO
HORTO
Uma publicação da AMAHOR
(Associação de Moradores e
Amigos do Horto)
DIREÇÃO
Emília Maria dos Santos
Mariah Nilda Bizzo
Tiragem: 10 mil exemplares
Periodicidade: mensal
Onde encontrar: Clube
Caxinguelê, Assoçiação de
Moradores do Horto
jornais do Horto e cinemas.
FOTOGRAFIAS
DIAGRAMAÇÃO
Marlon: 8293-4476
[email protected]
JORNALISTA
Por Luana Figueiredo
Foto: Luana Figueiredo
Vozes do Leitor
(AMAHOR), Bancas de
REPORTAGENS,
REDAÇÃO E
Antonio Carlos Albuquerque
Cristiane Nascimento
Luana Figueiredo
Foto: Cristiane Nascimento
e Adriana Sonino, com o apoio da Associação de
Moradores e Amigos do Horto (AMAHOR), o
projeto teve início em agosto de 2006, com
apenas cinco mulheres da comunidade que
tiveram conhecimento das aulas através do boca
a boca. Mesmo sem divulgação, o número de
mulheres cresceu aproximadamente para vinte e
cinco. As aulas e o desenvolvimento das peças,
como bolsas, objetos de decoração e acessórios,
eram realizadas em uma sala gentilmente cedida
pela Associação, no Clube Caxinguelê.
Foto: Cristiane Nascimento
Discutir a cidade em todas as suas
dimensões. Buscar novas
idéias, estéticas, fantasias. Juntar sonhos e
ideais diferentes. Dar espaço
e voz a soluções e perspectivas
inexploradas. Fazer circular propostas
e projetos. Com estes objetivos renasce o
jornal VOZES DO HORTO, iniciativa da
Associação de Moradores do Horto
(AMAHOR), fruto de um trabalho coletivo
iniciado em 2004 que, após a edição de
dois números e sua paralização, retoma
suas atividades.
O convite permanece: reunir pessoas,
projetos, perspectivas, em busca
da integração das várias questões e visões
que afetam moradores em
suas sensibilidades distintas, a partir da
ênfase na diversidade social.
Diversidade em prelúdio e cultural, estimular
a criação de condições para a
harmonização de pontos de vista diferentes,
construindo um espaço de beleza,
convivência
e solidariedade.
São bem-vindas vozes dissonantes, as
roucas, aquelas que falam,
falam e ninguém ouve. Também as
desafinadas, pois, afinal, “no peito
de um desafinado também bate um
coração”.
Limpemos nossas gargantas, afinemos
nossos instrumentos,
passemos aos ensaios. Para o sucesso de
nossa sinfonia, são fundamentais a
diversidade de timbres e a multiplicidade de
compositores e executantes.
Bianca Villar:3351-4320 /
RESPONSÁVEL
7628-2038
Coryntho Baldez (MT25.489)
[email protected]
Moro na Rua Pacheco Leão, 2040 e há um trecho da
rua em que não existe asfalto, somente buracos e
pedras, além da escuridão.
Já pedi ao tele-buraco, que não nos atendeu alegando
ser uma área federal. Então decidi entrar em contato
com o órgão do Jardim Botânico responsável, que até
a presente data não deu nenhuma resposta sobre a
falta de asfalto. Fiz um ofício pedindo o capeamento
do local ou mesmo que nós moradores pudéssemos
cimentar com nossos próprios recursos. Mas o
descaso continua até hoje, mesmo tendo
conhecimento que muitas pessoas já caíram e se
machucaram.
A iluminação é precária! Troco a lâmpada toda vez
que necessário for.
Estamos em completo abandono!
A quem devemos reclamar?
Bernadete Costa - moradora há mais de 30 anos
Vozes do Horto 2008
VOZES EM DESTAQUE
3
Fazendo a Diferença
Por Cristiane Nascimento
Morador há mais de trinta anos do Horto, Ronaldo Arruda Pinheiro, mais conhecido como Roni Marruda, hoje é músico e ator
reconhecido por todos, e uma das Vozes em destaque. Marruda fala de sua relação com o lugar e o que gostaria que existisse no
Horto.
incomoda muito. Quem gosta e freqüenta a cachoeira tem por
obrigação cuidar da mesma e mantê-la limpa.
Foto: Cristiane Nascimento
Vozes do Horto: Qual a sua opinião em relação a questão de
moradia no Horto?
Roni Marruda - Acho isso uma covardia, porque essas terras são
praticamente de quem ajudou a construir o Jardim Botânico. Não
vejo um por que de desapropriar essas pessoas. Isso é mesmo
uma questão de especulação imobiliária.
Vozes do Horto: O que você gostaria de ver acontecer no Horto
em termos culturais?
Roni Marruda - Mais espaço para a cultura. Galpões em que
possam ter aulas de interpretação para jovens e adultos, creches
para as crianças da comunidade e um posto médico.
Vozes do Horto: Você gosta de morar aqui?
Roni Marruda - Gosto. Sempre fui muito ligado a natureza.
Vozes do Horto: Para você, o que tem de melhor no Horto e
que não encontra em outros lugares?
Roni Marruda - A tranqüilidade e o contato com a natureza
Vozes do Horto: Existe algo no bairro que te entristeça e que
você gostaria de mudar?
Roni Marruda - A mentalidade de certas pessoas e a falta de
conscientização em relação à natureza. A falta de zelo de alguns
moradores pelo local em que moram também é algo que me
Vozes do Horto: Você já sofreu algum tipo de preconceito?
Roni Marruda – Vários! Até acabar esse vírus do preconceito muita
gente vai sofrer com ele.
Vozes do Horto: O que você acha da criação de cotas para
negros nas Universidades?
Roni Marruda - Eu sou a favor. Eu não acho que a cota denigre a
imagem de ninguém. Só quem se tiver capacidade vai conseguir a
cota.
Vozes do Horto: Que mensagem você daria para o leitor que
quisesse seguir uma carreira artística?
Roni Marruda – Primeiro, muito amor pelo que vai fazer. Segundo,
conhecimento e determinação. E terceiro, muita, mas muita
paciência.
Vozes do Horto: Você pensa em algum momento de sua vida
ensinar a arte de interpretar para as crianças do bairro?
Roni Marruda - Gostaria muito, mas para isso eu preciso terminar
minha licenciatura
Vozes do Horto: Fale um pouco de sua trajetória artística?
Roni Marruda - A arte sempre chamou muito minha atenção. Sou
músico e já trabalhei com publicidade. Agora faço teatro, cinema e
televisão.
Foto: Mariah Bizzo
Você Sabia?
TEMPEROS POÉTICOS
ÁRVORE
Abriguei-me em ti
Para em tua sombra repousar,
E ao mirar-te vi
O quanto és bela
Com teus galhos a bailar.
Se floridas,
Se frutíferas,
Ou simplesmente verde ou seca,
Não importa
És a natureza viva ou morta.
Por que te mutilam
Ó árvore
Nas mudanças de estações,
Por que te cortejam
Ó árvores
Na chegada dos verões.
Árvore
Que a tua semente levada pelo vento,
Pelo bico de um pássaro,
Ou até mesmo pelo dejeto por ele deixado,
Floresça distante de ti,
E que na ausência da chuva,
Encontre sempre alguém para regá-la
Como faço aqui.
Árvore
Não importa como sejas
(Roberto dos Santos – morador do Horto)
“...Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã,
ainda assim plantaria a minha macieira.
O que me assusta não é a violência de poucos,
mas a omissão de muitos.
Temos aprendido a voar como os pássaros,
a nadar como os peixes,
mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos...”
(Martin Luther King)
...Tudo o que a mulher comprar com o
dinheiro de seu trabalho pertence somente
a ela.
São os chamados bens reservados e, em
caso de desquite ou divórcio, não entram
na partilha mesmo que a união seja em
regime de comunhão universal de bens. O
marido não tem a mesma vantagem.
... Pais adotivos podem alterar
completamente o nome do filho
adotado. Quem é conhecido publicamente
pelo apelido pode incorporar a alcunha ao
nome.
E quem tem nome esquisito que lhe causa
transtornos também pode
mudá-lo a qualquer tempo.
...Se você recebe em casa um produto
que não solicitou acompanhado de um
boleto para pagamento, tem o direito de
ficar com a mercadoria sem pagar um
tostão.
Pelo Código de Defesa do Consumidor,
produtos enviados sem solicitação
prévia equivalem a amostras grátis.
Vozes do Horto 2008
4
NOSSAS RUAS, NOSSA HISTÓRIA....
Esta seção é uma tentativa de mostrar as modificações que vêm ocorrendo neste canto do Rio ao longo da sua história. A partir da
localização geográfica de instituições e estabelecimentos comerciais na rua Pacheco Leão e adjacências, podemos acompanhar tanto o
desaparecimento como o surgimento de distintas relações sócio-econômicas, de formas e de espaços de convivência. A fonte destas
informações se origina na memória dos seus moradores. Contamos com a colaboração dos leitores para a atualização
e complementação histórica desta pesquisa. A responsabilidade do registro escrito desta história é de todos nós.
13
Residências
particulares
11
5
Balança
12
Escola Capistrano
de Abreu
4
DEPSI
Solar da Imperatriz
2040 1
2
LIgth
6
3
Estacionamento
do 2040
1. Poucas casas. Local entre o
ponto de ônibus 125 e o portão 2.040
2. Solar da Imperatriz
3. Bosque de árvores frutíferas
4. Capinzal com diferentes
pássaros e preás
5. Chácara de hortaliças de
portugueses
6. Bosque com variedade de
espécies de árvores: Arco-de
Pipa, Tuia, Ipê Amarelo, PauRei, etc.
7
7. Grotão (comunidade das mais
antigas)
8. Morro das Margaridas (onde
localizava-se a senzala)
9. Brejo
10. Bosque de eucaliptos
11. Rua Barão de Oliveira Castro com casas
12. Chácara de hortaliças de
propriedade de portugueses
13. Campo de futebol do Carioca Esporte Clube
20
15
Restaurante
Restaurante
Tanaka
Couve-flor
10
Escola Julia
Kubitschek
8
Margarida
SERPRO
14
VilasOperárias
9
Caxinguelê
14. Antiga Chácara do Algodão
(denominação das residências
dos operários da Fábrica de
Tecidos Carioca)
15. Padaria do Merola (imigrante
italiano)
16. Fábrica de Tecidos Carioca
(inaugurada em 1888)
17. Berçário da Fábrica de Tecidos
Carioca
16
Condomínio
de casas
19
Residências
Particulares
18
TV Globo
Padaria
Séc.XX
17
Jardim Botânico
(antigo Real Horto, fundado por D.João VI)
Fonte: mapa da prefeitura do Rio de Janeiro,
readaptado pelo Vozes do Horto
18. Clube Musical da Fábrica de
Tecidos Carioca
19. Escola Municipal Olavo Bilac e
casa do gerente da antiga Fábrica
de Tecidos Carioca
20. Bar do Lili
O Horto e seu Coração
Jardim Botânico, bairro da zona sul, hoje um dos mais valorizados da
Mas só esse argumento não resolve a questão. O fato é que
realmente muitos moradores do Horto estão com um grave problema: estão
cidade do Rio de Janeiro, abriga um sub-bairro chamado Horto, com sua
principal Rua Pacheco Leão fazendo divisa das localidades que ficam no entorno ameaçados de remoção. E há muito tempo esses moradores resistem e
lutam pela moradia. Isto porque eles vieram trabalhar, morar e formar famílias
do parque Jardim Botânico e no asfalto, com as do outro lado e das encostas.
e costumes no Horto, através do incentivo dos governos, das fábricas e do
Mas este lugar, em menos de dois séculos se transformou num bairro da
alta sociedade. Porém, como diz o ditado, “quem vê cara não vê coração”, e é a Parque Jardim Botânico, que cederam as terras para os trabalhadores
construírem suas moradias. Nossos governantes, empresários e gestores
mais pura verdade! O coração do Jardim Botânico está nos lugares que deram
souberam aproveitar a mão-de-obra quando precisaram, quando o lugar era
vida ao bairro, onde tudo começou, nos lugares mais simples como o
precário, a Lagoa era fedida e ninguém suportava morar. Hoje, o lugar tem
“Caxinguelê”, o “Morro da Margarida”, “Tunica”, “Grotão”, o “Balança”, e até
mesmo no pagode da tia Elza. Todos trazem consigo as mais variadas histórias, muito verde, aroma agradável, é aprazível e disputado, principalmente pelo
mercado imobiliário.
recordações e, com certeza, muitos costumes próprios do lugar.
Este “problema” teria tudo para não ser um problema se o pessoal
O Horto hoje está muito diferente. Antigamente era possível virar a esquina
“manda-chuva” do Parque Jardim Botânico não estivesse dominado pelo
e dar de cara com o bar do Lili, antigo point dos boêmios do bairro, lembrado
pensamento único, que vê na Gente Humilde, cantada por Chico, os
por muitos moradores da antiga como o Silvio Iório: “Onde hoje é o restaurante
Tanaka era o bar do Lili. Os moradores freqüentavam muito o bar do Lili, que foi o invasores do lugar. O que se vê como problema seria uma riqueza, como
ressalta a Tia Elza (Elza Maria de Souza), de 73 anos: “Ninguém invadiu aqui.
líder da luta pelas casas”.
Não somos invasores, e eu tenho prova. Meu marido trabalhou no Ministério da
Hoje, apenas encontramos mais um daqueles restaurantes japoneses
Agricultura e a prestação da casa era descontada no contracheque dele até o
caríssimos, freqüentados apenas por ricos e famosos, diminuindo assim, ou até
mês que ele faleceu. Invasores não têm contracheque com desconto de casa.
mesmo anulando, a oportunidade de acesso do pessoal “raíz” do bairro a estes
Agora, os [moradores] herdeiros dos funcionários [do Jardim Botânico] são as
espaços. E é isto o que está acontecendo...o Jardim Botânico vem sendo
raízes daqui”.
literalmente invadido por restaurantes “chiques”, pessoas ricas e famosas.
Ver a riqueza do lugar é ver a possibilidade de convivência com a
Com tudo isso vem também um grande problema: o de espaço!! É a
diferença, com a natureza, com a diversidade de costumes e com a
lógica afirmativa da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar.
tolerância entre os seres humanos. É ver o coração do Jardim Botânico,
Para um entrar o outro tem de sair. Surge, então, um problema social e
geográfico: um bairro que vem sendo valorizado, na zona sul, e ainda há grande representado por suas localidades que formam o Horto e por sua gente mais
antiga e simples, batendo forte e exalando vida.
número de moradores de baixa renda. O que acontece é isso mesmo, curto e
LUTEMOS PELO CORAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA VIDA DO HORTO!
grosso, para a lógica do pensamento único os pobres têm de sair, até porque
“zona sul não é lugar de pobre, a não ser nas favelas”.
Texto de Daniel Lopes (morador do Horto)
Vozes do Horto 2008
5
MORADIA E MEIO AMBIENTE
Por Luana Figueiredo
Famílias do Horto
Há vinte anos, moradores como Bernadete Costa de Souza, a Beta, de 41
anos, vivem o drama de perderem o direito de continuar morando em suas
casas.
Seu pai, após voltar da guerra, passou a trabalhar como servente no Horto
Florestal e recebeu a casa da instituição para ficar mais próximo do trabalho.
Foram mais de 30 anos dedicados ao Horto: “meu pai conhece tudo sobre
plantas, os nomes, como cultiva-las, que tipo de terra elas gostam”, orgulha-se
Beta.
Não se sabe o motivo real para as mais de duzentas ações de despejo e
remoção. O Jardim Botânico diz que a área é de preservação ambiental e
que precisa dela para expandir suas pesquisas. No entanto, eles não
“meu pai conhece tudo
sobre plantas, os nomes,
como cultivá-las, que tipo
de terra elas gostam”
Foto: Luana Figueiredo
Moradora do Horto
Foto e montagem: Mariah Bizzo
O Jardim argumenta que os moradores agridem o meio ambiente. Em
relação a isso, Beta retruca: “Se tivéssemos agredindo, o rio estaria morto, não
teria tucano, nem preguiças. E eles estão aqui. Se tem essa natureza toda aqui
é porque nós estamos preservando, se não já teria virado uma favela”. E teria
mesmo, uma vez que a Comlurb não entra no local para limpar as ruas e o
próprio Jardim Botânico não toma iniciativa, ficando para os moradores a
tarefa histórica de manter as ruas limpas e preservar o local.
Alegando falta de recursos financeiros, o Jardim nunca realizou um trabalho
de conscientização e preservação junto à comunidade. São vinte anos de
gastos financeiros e energia para remover as famílias de suas casas, no
entanto, faltou recurso para ensiná-las a conviver e preservar a natureza. “Em
momento algum o Jardim tomou uma iniciativa, nós é que sempre brigamos pelo
local”, afirma Beta.
Localidades do Horto
demarcaram essa área, especificando até onde eles precisam. A Secretaria
de Patrimônio da União (SPU) afirma que a terra pertence à União Federal,
portanto o Jardim não pode remover as famílias.
Embora hoje haja um diálogo entre o Jardim e os moradores, o que antes
não havia, é uma briga muito grande e dolorosa. No início, antes da
advogada pegar o caso, há vinte anos atrás, mais ou menos, algumas
pessoas foram removidas. “Antes, quando eu era criança até se falava em
remoção, mas eram só palavras. Hoje não, existe realmente uma
documentação”, comenta Beta lembrando que antes a remoção não era uma
realidade, eram só boatos, comentários que não tinham nenhum valor legal.
Beta diz que nas reuniões “a posição da Secretaria de Patrimônio da União hoje é
de regularizar. Inclusive a direção de Brasília já está sabendo e está muito imbuída
nesse assunto de resolver a regularização fundiária, e essa é a esperança dos
moradores”. Para ela, por trás dos interesses do Jardim Botânico há a
especulação imobiliária, que acha que pobre não pode morar na zona sul.
Mas não se trata de invasores, são famílias que tem raízes fincadas nessas
terras tanto quanto as árvores antigas do Jardim. Pessoas que mesmo sem a
orientação de quem entende de preservação ambiental preservam e cuidam,
pois acreditam que o convívio com a natureza é um privilégio, não de quem
possui posses, mas de quem respeita o meio ambiente. Expandir as pesquisas
é importante também, mas se existe outro local para isso, qual seria realmente
o interesse do Jardim Botânico em remover quem também faz parte da História
do Horto Florestal?
“Em momento algum o
Jardim tomou uma
iniciativa, nós é que
sempre brigamos pelo
local”
Vozes do Horto 2008
6
RELATOS
Por Mariah Bizzo
OS MOVIMENTOS POPULARES
E A LUTA PELA TERRA
Miguel Baldez, professor, militante sindical, Procurador do Estado do Rio de Janeiro aposentado, um dos fundadores do Núcleo de
Terras da Procuradoria do Estado na década de 80, participou como assessor da criação da Articulação Nacional do Solo Urbano e como
assessor dos movimentos populares no campo e na cidade. Hoje, um dos fundadores do Conselho Popular por Moradia na Cidade do Rio
de Janeiro. Em seu relato sobre sua experiência política, Miguel Baldez ressalta a importância e especificidade dos movimentos populares e
a luta da terra.
...Os movimentos constroem a história, e
a representação repete mal uma história perversa
“Na década de 80, no primeiro governo do Brizola, havia um discurso
governamental que induzia a uma abertura democrática. Neste período, fui
procurador do Estado e um grupo de procuradores, que não passou de quatro
ou cinco, resolveu aproveitar aquele discurso para criar na Procuradoria o
Núcleo de Terras da Procuradoria, depois de termos recebido a visita de
várias comunidades da zona oeste.
Seria uma boa oportunidade de fazer dentro da Procuradoria um trabalho
mais conseqüente. Como recebíamos visitas de 13 ou 14 comunidades comissões que vinham de loteamentos irregulares e abandonados -, forma-se
o Núcleo de Regularização de Loteamentos. O primeiro ponto foi que nós,
procuradores, descobrimos que a lei de interesse do excluído, do
marginalizado, do pobre, para ser efetivamente aplicada, exigia a participação
comunitária; discutir com o excluído, perceber a lei na sua concretude, na sua
realização efetiva. Desse modo, criou-se um coletivo para discutir com a
própria comunidade as questões urbanas.
Foto: Daniel Lopes
Quando encerramos esta fase fizemos um relatório e encaminhamos ao
governador que, na época, era o Brizola. O governador encaminhou ao
município. O município não tinha procuradoria. A nossa procuradoria
representava o município. O prefeito, que era o Marcelo Alencar, fez
certamente o que o Brizola esperava, colocou o relatório na gaveta e
esqueceu.
Mas já tínhamos uma relação forte com a comunidade. Então fizemos a
proposta da criação de um núcleo que dependia apenas de ato do Procurador
Geral, que era do nosso grupo. Um ato dele criou o Núcleo de Terras dentro
da Procuradoria do Estado e nós passamos a nos relacionar com os
movimentos, principalmente os vindo lá da zona oeste, sempre através das
várias associações de moradores que se criavam em cada loteamento.
O que faziam os loteadores? Eles faziam os loteamentos, pegavam o dinheiro
do povo e depois abandonavam os compradores. A lei que regula os loteamentos
é a Lei 7667, de 1979.
Nos loteamentos, com as valas abertas havia o risco permanente de
doenças endêmicas. No nosso Núcleo tínhamos um representante de cada
uma das Secretarias do Município envolvidas no processo de regularização.
Então, tratamos como prioridade a questão do assoreamento das valas e a
questão relativa à saúde da comunidade. O nosso coletivo se reunia sempre
às terças-feiras, em assembléias, com a presença de todos os moradores
interessados. Quem fosse tinha voz e voto.
Nessa altura, deixei a representação da Universidade no Sindicato dos
Professores e concentrei-me na questão da terra.
Surgiu então no Rio, a prática das ocupações coletivas antes mesmo da
chegada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado em
1984, no Rio Grande do Sul, e depois estendido por todo o Brasil. Quando o
movimento chegou aqui, o governo do Rio já estava muito envolvido na
questão da terra. Naquela altura, entretanto, ao invés de levar-se a polícia para
tirar o povo da terra era levada para colocar o povo na terra. Quantas vezes
nas ocupações levava-se a polícia para apoiar o povo. Era um negócio
complicado, mas fazía-se, como em Paracambi, por exemplo. Esta prática
ligou-se de vez à luta pela terra.
Quando terminado o governo Brizola foi eleito o Moreira Franco,
mudificando tudo, com uma lógica incompatível com aquele trabalho. Quis
afastar-me, mas fui impedido pelo vice-governador eleito, Francisco Amaral,
pessoa significante, advogado dos movimentos populares e, à época, ligado
ao grande e saudoso bispo Dom Adriano Hipólito, que era o bispo de Nova
Iguaçu e apoiava o povo nessas lutas.
Nessa época, participei da Articulação Nacional do Solo Urbano, onde
trabalhávamos a questão urbana e as emendas populares. Viajei,
praticamente, o Brasil todo naquele período pré-constitucional. Quando a
minha licença acabou eu estava na iminência de me aposentar, mas o Brizola
tinha voltado e aí eu pensei, a equipe volta.
Como, porém, não se retomou o trabalho do Núcleo, extinto no governo
Moreira Franco, o envolvimento com os movimentos populares manteve-me
nas lutas pela terra.
Hoje você pode falar dos movimentos populares e da importância desse
fato porque a grande novidade, na minha avaliação, dentro de toda nossa
realidade, está nos movimentos populares. Eles têm qualidades próprias e
especialmente típicas.
Vozes do Horto 2008
RELATOS
7
A burguesia precisava criar um terceiro Estado. Havia o estado clerical, a
O movimento popular, qualquer que seja ele, tem sua expressão política.
religião, a ideologia da Idade Média e o estado da nobreza. Eles precisavam
Não precisa de vereador, nem de deputado, nem de presidente. Presenta-se
criar outro estado. Assim, criaram a nação. Mas, como formar a nação?
por si mesmo. É a principal característica dos movimentos populares. Por
A burguesia tinha a si própria que comandava a ação revolucionária, mas
outro lado, o movimento cria uma nova subjetivação.
tinha que incluir no seu conceito de nação o
Se pensarmos o que nós somos, individualizados
campesinato e o proletariado. Assim ficou o estado
pelo direito que me dá acesso de qualificação e que
clerical, o estado da nobreza e o novo estado,
me faz ser um indivíduo. E se pensarmos as grandes
O movimento popular,
formado pela burguesia, campesinato e proletariado.
contradições sociais, posso mencionar o trabalho e o
qualquer que seja ele, tem sua
O campesinato e o proletariado logo perceberam
capital. Essa é uma grande contradição. Como é que
expressão política. Não
que
aquela revolução não era a deles e passaram a
o direito trata isso? Ele reduz isso a conflitos
precisa de vereador, nem de
realizar esforços para escapar do controle da
individuais. Você tem, de um lado, o trabalhador, e do
deputado, nem de presidente.
burguesia. Foram várias as revoluções nesse
outro lado, o patrão. Cria-se aí uma justiça do
Presenta-se por si mesmo. É a
sentido.
trabalho. O conflito entre capital e trabalho fica
principal característica dos
A luta pela reforma agrária, do ponto de vista do
reduzido a um conflito individual. Por quê? Porque o
movimentos populares.
movimento,
continua muito forte. Há uma organização
nosso direito não admite, não reconhece o coletivo.
internacional de lutas pela terra. No Brasil, são 8 ou
Para você ter direito, você precisa ser
10 movimentos que participam da Via Campesina.
individualizado, se assumir como indivíduo. Isso é o
Mas os movimentos populares já tiveram uma
que nós chamamos de subjetivação no campo
presença maior, principalmente na cidade. Isso porque a Constituição de
jurídico, que é uma forma de exclusão. Eu não posso ser nós porque eu sou
1988 é fruto da luta do povo. Primeiro, estávamos lutando contra a ditadura,
eu. Então, quando nós nos organizamos e formamos um movimento, a gente
depois, fizemos a luta pela anistia e, depois, a luta pelas Diretas Já. O povo
se descobre numa subjetivação mais ampla porque vamos criar resultados,
foi todo para a rua. Viajamos o Brasil quase todo discutindo as emendas
produzir efeitos que cada um de nós individualmente não conseguiria
populares.
produzir.
Mas as emendas eram um meio de juridificar uma luta política porque
O movimento popular tem essa característica de ser presentativo e
quando
se quer encerrar a luta política se dá tratamento jurídico. O campo
instituinte de novos direitos. Por que o sucesso do Movimento dos Semjurídico nega a ação política.
Terra? Porque ele descobriu ou redescobriu esse fato da ocupação da terra.
O direito é a grande ideologia da classe burguesa. Todas as lutas estão
A terra está lá, abandonada ou não, mas ela tem uma cultura que é imprópria
dentro
da Constituição, só que congeladas. Isso realmente foi extremamente
para a saúde do homem, do trabalhador. O movimento vai lá e ocupa a terra.
perverso para a organização dos movimentos. Os movimentos estão se
Esse é um fato político. Mas eu não poderia ocupar sozinho. Agora se nos
recuperando, se organizando. O único que foi preservado foi o movimento
organizamos e fazemos a ocupação, aí realmente produz um efeito político
pela reforma agrária, porque não entrou na Constituição.
que vai instituir novos direitos. Esse é o ponto da maior importância para
A Constituição fechou as portas para a reforma agrária quando exigiu que
entendermos os movimentos e sua importância.
a
reforma
se desse sobre terras improdutivas. Assim a luta cresceu. Foi
Temos o movimento da mulher, o movimento negro, o movimento dos
importante a participação da igreja. Os padres, tocados pela Teologia da
homossexuais. São todos movimentos muito legítimos. Mas esses
Libertação são realmente fantásticos! Houve um momento em que a igreja
movimentos são absolutamente compatíveis com a realidade que temos.
teve uma importância vital na própria formação do Movimento dos
Eles podem conviver perfeitamente com a nossa sociedade, com o nosso
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Estado. Isso não incomoda ninguém. Porém, o movimento que luta pela terra,
Mas também acho que não dá mais para fazer a reforma agrária
esse é o que chamamos de estratégico, porque ele vai implicar numa
tradicional. Qual é a reforma agrária tradicional? É aquela que decorre da
modificação da própria realidade. Vai abrir condições para a criação de uma
contradição entre o capital e o latifúndio. Hoje, o capital já chegou a terra, e o
nova sociedade. Mas aí esse movimento não pode.
latifúndio depende do capital. O grande empenho do Lula, hoje, está na
O movimento de luta pela terra é duramente reprimido pela justiça e pela
produção agrícola. O agro-negócio está todo dia estampado nos jornais, mas
polícia. O juiz ordena e o policial ou jagunço executa.
o agro-negócio é uma conseqüência do latifúndio. O
Temos também a grande imprensa que é
agro-negócio produz divisas, mas o povo brasileiro
extremamente perversa, fazendo a criminalização e
O direito é a grande ideologia
continua na mesma, com fome. O agro-negócio não
desqualificação dos movimentos. Ela é uma das
da classe burguesa. Todas as
resolve a questão do homem na terra. Hoje, a
grandes sustentações da estrutura capitalista. Quando
lutas estão dentro da
reforma agrária passa pela formação de uma nova
procuramos fazer um enfrentamento, a repressão
Constituição, só que
sociedade. Daí a grande luta que o Movimento Sem
bate; a repressão direta ou esse processo de
congeladas.
Isso
realmente
Terra vem travando.
desqualificação para neutralizar. Há todo um processo
foi
extremamente
perverso
O Movimento Sem Terra conseguiu unidade no
de desqualificação política feito pela imprensa.
para a organização dos
Brasil inteiro. Primeiro, com a ocupação criou-se um
Eu costumo dizer que em torno da terra se
movimentos.
fato político. A ocupação cria a presentatividade do
construiu uma cerca jurídica para excluir a apropriação
movimento, sendo a negação da propriedade
da terra pelo pobre, porque ele não participa da
tradicional. É uma ação política que vai fazer a
riqueza. Para ter acesso à terra precisa ter dinheiro e
negação
de
todos
os
valores
jurídicos. Hoje, o Movimento Sem Terra
quem controla o dinheiro é o Estado que serve ao poder dominante, à classe
significa o projeto de transformação social.
dominante.
Assim, na minha avaliação, o caminho é reforçar os movimentos
Esse Estado que está aí, hoje, é um Estado criado pela burguesia quando
populares.
Hoje, a representação perdeu o sentido histórico, daí a
ela fez a sua revolução na passagem do século XVIII para o século XIX. A
importância dos movimentos populares.
Constituição Francesa de 1793 é a certidão de nascimento do Estado
Os movimentos constroem a história, e a representação repete mal uma
Burguês.
história perversa.”
Se pensarmos historicamente, a burguesia já tinha o poder econômico,
mas não tinha o poder político. O poder político era da nobreza e do clero.
Assim, a burguesia se organizou em movimentos e fizeram a revolução
Relato de Miguel Baldez
contra os privilégios do Estado monárquico.
Vozes do Horto 2008
8
ARTE e CULTURA
Por Antonio Carlos Albuquerque
FORÇA DO PAGODE
“...Não desistir e acreditar no sonho. E quando ele se realizar, manter a humildade sempre.”
O grupo Força do Pagode é formado por Leandro (Samurai), Rodrigo, Jeferson, Lála, Renato e
Henrique. Samurai, que é morador da comunidade do Horto, iniciou sua carreira artística há oito anos no
grupo Samba Junior, por influência de sua irmã
que está se formando em Artes.
O Força do Pagode começou com a idéia de um grupo de amigos do colégio Santa Rosa de Lima, em
Botafogo, contando sempre com o apoio e incentivo de Luis Otávio, “Sabá”, que hoje empresaria o grupo.
No período de integração do grupo, foi gravado um CD demo. O grupo também possui 4 (quatro) composições
próprias, além de já terem se apresentado em locais como o Clube Caxinguelê, a Feijoada da Tia Elza e
em outras festas na comunidade. Tocaram com artistas de renome como Beth Carvalho.
Foto: Arquivo do Samurai
Para o Força do Pagode, “a grande dificuldade que existe hoje é ter um local fixo para suas apresentações”,
como afirma Samurai. Só após diversas tentativas e dificuldades de mostrar o seu trabalho em segmentos e
espaços variados, o grupo recebeu a oportunidade para tocar no Bar Kamikazes, Pça XV, no Centro do Rio,
onde há oito se apresentam todas às sextas-feiras.
Além do Bar Kamikazes, o Força do Pagode também se apresenta todos os domingos na Quadra da escola
de samba da comunidade Dona Marta, em Botafogo.
Um dos grandes objetivos do grupo é voltar a tocar no local onde tudo começou, na comunidade do Horto.
Segundo o vocalista Samurai, “isso não ocorre mais devido as mudanças na direção de alguns espaços que
existem na comunidade, como o caso do Clube Caxinguelê”.
Foto: Arquivo do Samurai
O Força do Pagode deixa como mensagem aos novos grupos e aos que estão se formando a seguinte frase:
Não desistir e acreditar no sonho. E quando ele se realizar, manter a humildade sempre.
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INFORMES
•
•
O Conselho Popular da Cidade do Rio de Janeiro é um espaço
criado com o propósito de promover e incentivar articulações de
apoio às lutas e resistências de interesse coletivo das
comunidades ameaçadas de despejo. Tem como objetivos lutar
pelo direito da posse da terra, pelo direito à moradia digna, pelo
saneamento ambiental e os direitos humanos. Grupos de
moradores e lideranças de comunidades ameaçadas de
despejos agora podem levar suas demandas e integrar-se ao
Conselho.
Local de funcionamento: Todas às terças-feiras, às 14h, na Rua
1° de Março, 101/sl.B (Prédio antigo da Faculdade Cândido
Mendes).
O CINEMATIVA é um projeto de divulgação da produção
cinematrográfica negra. Este projeto é desenvolvido pela ONG
ESTIMATIVA em parceria com o SESC de Madureira. Saiba mais:
www.estimativa.org.br / Contato: (21)2567-0011 / 7896-9737
•
A Brinquedoteca Volante do Horto, de
caráter itinerante, tem como objetivo o
brincar na rua, resgatar as brincadeiras do
passado e ensinar as crianças a
confeccionar os seus próprios brinquedos.
Onde tiver criança a brinquedoteca estará
sempre presente, seja no Caxinguelê,
Grotão, Margarida, Horto ou Balança, o
importante é brincar. Com uma sede no
Balança há 4 anos, a Brinquedoteca vem
participando ativamente do crescimento
das crianças do Bairro.
Realização
Colaboradores:
Solte a sua voz!!
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O Dj carioca Marcelo Peixe vem mantendo a tradição
tocando sucessos dos Anos 70, 80 e 90 com seus
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Jornal Vozes do Horto, número 3, ano 2008