1 OS BENEFICIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O ENVELHECIMENTO SAUDAVEL: ANÁLISE DA REVISTA BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA (2008-2012) Hermínio Júnior do Vale Calvinho Aluno concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Josileia do Socorro Neves lira Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected] Resumo Esta pesquisa foi desenvolvida através de pesquisa bibliográfica na perspectiva empírico-analítica, tem como proposta o mapeamento de artigos que estabelecem relação entre envelhecimento e atividade física publicados na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, levando em consideração os benefícios da atividade física aos idosos. Nessa perspectiva, buscamos analisar os periódicos que foram publicados no período de 2008 a 2012, identificar as atividades físicas mais citadas e sistematizar os benefícios que foram proporcionados ao processo de envelhecimento, identificados pelos autores advindos da pratica de atividades físicas. Após a realização da análise quanti e qualitativa, foi possível verificar a carência de publicações de artigos nessa linha de pesquisa. Verificou-se que dos 17 volumes e 278 artigos publicados na revista no período selecionado para amostra, apenas 28 artigos apresentavam alguma relação entre envelhecimento e atividade física. Foram encontrados 12 tipos de atividades, sendo atividade física em geral a mais citada, e 14 tipos de benefícios, sendo o beneficio na melhoria e prevenção de sintomas de doenças o mais identificado. O que nos leva a concluir que dentre tantas atividades físicas conhecidas e tantos benefícios advindos, existe a necessidade real da ampliação de estudos que versem sobre as atividades físicas e sua relação com os idosos, e ainda, a publicação das mesmas na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Palavras-chave: Envelhecimento, Atividade física, Benefícios da atividade física. INTRODUÇÃO Temos hoje no Brasil grande parte da população composta por idosos, esse fato se deve ao avanço das pesquisas no âmbito da saúde, sendo a atividade física um bom recurso utilizado para melhorar e amenizar os efeitos do processo de envelhecimento (VERDERI, 2004). Pesquisadores a muito tempo já vem comprovando a importância da prática de atividade física e da sua contribuição para a saúde mental e o ajustamento social, ou seja, a muito tempo já se vem falando da importância da atividade física para uma melhor qualidade de vida da população (OKUMA, 1998). 2 Neste sentido, o número de pessoas, não só idosos, mais também jovens e adultos, dentro de academias e outros lugares destinados a pratica de atividade física também aumentou, tornando-se não só uma prática necessária para um melhor envelhecimento, mas também como forma de lazer, de socialização, entre outros (VERDERI, 2004). É notório que o número de pessoas da terceira idade dentro das academias, andando nas praças, dentro de clubes, está cada vez maior. Ao entrarmos numa academia como exemplo, antes a predominância era de jovens, agora o que se vê é um número, talvez até maior de idosos. Como afirma Guiselini (2006, p.28): Atualmente, são milhares as pessoas, de varias idades, gordas, magras, musculosas, sozinhas, acompanhadas (com marido, filho, namorado, neto, cachorro) nas ruas parques, praças, praias, todas como uma atitude comum – realizando algum tipo de atividade física. Logo, nos indagamos: como vem se desenvolvendo as pesquisas sobre essa temática? Partindo dessa premissa nos voltamos a realizar este estudo de conclusão da graduação em educação física, tendo como base, a análise de um periódico especializado no assunto, a “Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia” e o que foi publicado nela no período de 2008 a 2012, sobre os benefícios da atividade física para o envelhecimento saudável. Nessa perspectiva, o estudo apresenta como proposta o mapeamento de artigos que estabelecem relação entre envelhecimento e atividade física publicados na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, levando em consideração os benefícios da atividade física aos idosos. Para nortear a realização da pesquisa, buscamos analisar os periódicos que foram publicados no período de 2008 a 2012, identificar as atividades físicas mais citadas e sistematizar os benefícios que foram proporcionados ao processo de envelhecimento, identificados pelos autores advindos da pratica de atividades físicas Percebe-se que os idosos, como assim são chamados pela maioria da população, ainda não tem recebido o devido respeito da sociedade em que vivemos. Eles são os exemplos da sociedade, é a partir deles que a nossa historia vem se construindo. As pessoas pertencentes a esse grupo etário, por serem de uma classe que, talvez para muitos, não represente tanta importância na sociedade, pois é vista como improdutiva e velha, são vitimas dos mais diversos tipos de maus tratos como mostra a pesquisa “Idosos Vítimas de Maus-Tratos Domésticos: Estudo Exploratório das Informações dos Serviços de Denúncia” que afirma: 3 Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência. Estas variam de insultos e agressões físicas perpetradas por familiares e cuidadores (violência doméstica), maus-tratos em transportes ou instituições públicas e privadas e as decorrentes de políticas socioeconômicas que reforçam as desigualdades presentes na sociedade (PASINATO et al, 2004). É claro que eles merecem uma melhor qualidade de vida, estão na considerada ultima fase da vida, já passaram por muitas situações que estamos passando, então podemos tê-los como exemplos, pois foram eles que construíram parte da historia da nossa sociedade, como dito anteriormente. 1 O ENVELHECIMENTO E A ATIVIDADE FÍSICA: UMA RELAÇÃO INDISPENSAVEL Antes de discutirmos o que se entende por envelhecimento e sua relação com a atividade física, é necessário fazer uma definição do que se entende por essas práticas. A atividade física é definida como um gasto de energia causado por uma contração muscular e que é compreendido, como característica natural do ser humano. (GUISELINI, 2006). Sendo compreendida cientificamente, “Define-se atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior do que os níveis de repouso” (CASPERSEN et al., 1985 apud GUISELINI, 2006, p.23) A atividade física é dívida em dois tipos: atividade física não estruturada e atividade física estruturada como mostra a figura: ATIVIDADE FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA NÃO ESTRUTURADA ATIVIDADE FÍSICA ESTRUTURADA ATIVIDADES FÍSICAS DO DIA A DIA, OCUPACIONAIS, DOMÉSTICAS, JOGOS EXERCÍCIO FÍSICO FIGURA 1:classificação da “atividade física” Fonte: GUISELINI (2006) A atividade física não estruturada é definida como qualquer atividade do dia-a-dia, ou seja, caminhar, subir escadas, andar de bicicleta, limpar a casa, passear com o cachorro, entre outras situações que compõem o dia de uma pessoa. Esses tipos de atividades são classificadas como de baixa ou alta intensidade, servindo muito mais para 4 a prevenção de doenças hipocinéticas do que como melhora no condicionamento físico (GUISELIINI, 2006), sendo também considerada por instituições de respeito no meio cientifico, como o American Colege of Sportes Medicine e a American Heart Association (apud GUISELIINI, 2006), importantes para a promoção de saúde e mudança de comportamento das pessoas. Polito (2010) classifica como exemplo dessa atividade não estruturada caminhar, correr, varrer a casa, lavar o carro e praticar esportes em geral. Percebendo assim nesta ocasião que esta prática é mais utilizada voltando-se para o trabalho ou lazer. Por se tratar de elementos do dia a dia Guiselini (2006) considera que esse tipo de atividade é mais fácil de ser praticada e aderida pela população, sendo um dos primeiros passos para sair do sedentarismo e trazer benefícios para a saúde. Mesmo que tenham elementos em comum, a expressão exercício físico não deve ser utilizada com a conotação idêntica a atividade física. Tanto o exercício físico como a atividade física são realizações de movimentos corporais produzidos pelos músculos esqueléticos que levam a um gasto energético, e, desde que a intensidade, a duração e a frequência dos movimentos apresentem algum progresso, ambos demonstram igualmente relação positiva com índices de aptidão física. No entanto, exercício físico não é sinônimo de atividade física o exercício é considerado uma subcategoria da atividade física (GUEDES; GUEDES, 1995). O exercício físico, ou atividade física estruturada, como também é conhecido, é definido por toda “atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física” (CASPERSEN et al., 1985 apud GUISELINI, 2006, p.32). A atividade física vem ganhando mais espaço dentro da sociedade em que vivemos, estando vinculada a uma melhor qualidade de vida, seja para os jovens, que na grande maioria dos casos tem objetivos estéticos, ou para idosos, que têm como objetivo prioritário melhora da saúde. O que de fato é claro para todos é que atividade física é muito importante na prevenção de doenças, tanto na fase “jovem”, quanto na fase adulta. Fato muito importante para o aumento da prática de atividades físicas é a implantação, por parte dos órgãos públicos, de lugares direcionados, além do lazer, para a prática de atividades diversas. Ainda está longe do ideal, porém a sociedade já está tendo uma concepção da importância dessas praticas diárias para uma melhor qualidade de vida (GUISELINI, 2006). 5 A prática de atividade física vem sendo citada como um dos componentes mais importantes para uma boa qualidade de vida. No processo de envelhecimento é cada vez mais incidente e crescente (CORAZZA, 2001). O século XXI, assim como no que passou, existe a ideia de que o envelhecimento é algo maléfico, ruim, ou até mesmo algo doentio, sendo considerado por muitos como uma época de limitações dentro da sociedade, seja familiar ou profissional, tornando dificultosa, uma compreensão positiva sobre o envelhecer. Para Verderi (2004, p.43), “envelhecer não significa necessariamente redução de capacidade e diminuição de atividades. Envelhecer pode significar enriquecimento espiritual e uma vida aprazível”. Quando falamos em envelhecimento, logo vem em nossas mentes pessoas velhas ou idosas. De fato, o termo está ligado ao amadurecimento, porém, não só na terceira idade, como também são denominados os idosos, mais sim, desde que a pessoa apresente o primeiro sinal de vida como ser humano como coloca Verderi (2004, 23), “O envelhecimento é vitalício. Não começa num tempo especifico tal como aos 60 ou 70 anos. Ao invés disso é um processo cujo início se dá mesmo no momento do primeiro sinal de vida do ser humano”, ou seja, passamos desde o ventre de nossas mães, por um processo de envelhecimento, que no período infantil e adulto são denominados como amadurecimento e quando vai se aproximando da velhice é intitulado de envelhecimento (VERDERI, 2004). Shepard (2003) considera o envelhecimento como um processo contínuo que afeta progressivamente as funções no decorrer do ciclo vital. O envelhecimento também pode ser caracterizado como: o processo de mudanças universais pautado geneticamente para a espécie e para cada indivíduo [...] dependentes de eventos de natureza [...] biológica, sócio histórica e psicológica” e a velhice como um “a última fase do ciclo vital e é delimitada por eventos de natureza múltipla, incluindo perdas psicológicas, afastamento social, restrição em papéis sociais e especialização cognitiva (NERI, 2005, p. 114-115) Enquanto em outros continentes, como na Europa, pessoa idosa representa experiência e sabedoria, devido aos anos que já viveu, aqui no Brasil é totalmente o contrário, essa população sofre rotulações como inútil, incapaz, esclerosada, muitas vezes a própria família os abandona, ou não dá a assistência correta, deixando-os a própria sorte (VERDERI, 2004). Grande parcela da população considera que o período da terceira idade é quando estamos chegando ao fim; é considerada a fase final ou última etapa da vida. 6 Atualmente, essa forma de pensamento em relação à terceira idade é ultrapassada, pois, embora seja um período com bastantes alterações no indivíduo com grandes perdas psicomotoras e com necessidades específicas, essa regressão de funções e da vulnerabilidade nada tem a ver com a aproximação da morte. Faz-se necessário, enquanto processo natural, a reorganização do sentido familiar, social e pessoal. (VERDERI, 2004). A legislação brasileira considera idoso, indivíduos acima de sessenta anos como mostra o art. 1 do Estatuto do idoso, Lei 10.741/03, que diz: “É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”. ( BRASIL, 2003) Com o número de pesquisas na área da saúde aumentando e a ideia de um envelhecimento saudável como propulsor de um melhor futuro da sociedade, esse pensamento de terceira idade decadente vem reduzindo. Felizmente, essa realidade opressiva sobre os velhos está mudando para melhor. O aumento espetacular do percentual de idosos em praticamente em todo o mundo e a organização da terceira idade em grupos de pressão, na forma de Conselhos Municipais e Estaduais de idosos, parece ser um começo promissor ruma a uma mudança de mentalidade. Há a perspectiva de que os “modelos” de novas formas de envelhecer se multipliquem obrigando a sociedade a rever suas representações de velhice e de envelhecimento. (FERRIGNO, 2002 apud. VERDERI, 2004, p.42) Essas pesquisas também trazem consigo novos conceitos de envelhecimento, tirando a ideia de algo doentio e sim criando o pensamento de que envelhecer é um tempo de fragilidade, o que propicia alguns declínios nas funções corporais e possibilitando o aparecimento de doenças (VERDERI, 2004) Independe da forma como se considera o envelhecimento, iremos passar por ele, não existem relatos científicos de que o processo seja reverso ou que se tenha inventado uma fórmula da juventude, a realidade é que temos que nos preparar para ter um envelhecimento saudável e que sejamos “jovens idosos”, ou seja, apesar de que tenhamos uma aparência envelhecida, tenhamos a alma e atitudes de jovens: É certo que não se pode evitar o envelhecimento. No entanto, podemos exercer influência sobre a maneira de como envelhecer, contribuindo para um significativo bem-estar com qualidade de capacitação em suas atividades/movimentos e relacionamento social (VERDERI, 2004, 43) 7 No processo de envelhecimento ocorrem alterações nos diversos sistemas, que variam de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como hábitos posturais, alimentares, genéticos, sedentarismo, entre outros (FERREIRA, 2003). Aspectos motores, psicológicos e sócio-afetivos do envelhecimento, começam a aparecer quando se chega a uma certa idade e, assim, influenciadas por meios culturais e sociais, as pessoas começam a delinear seus estilos de vida, tanto positivamente, quanto negativamente. São milhares de feixes que direcionam nosso corpo para um declínio. Se mais lento ou mais rápido, o histórico de vida de cada um é que estará definindo [...] o envelhecimento prossegue num ritmo de 1% ao ano, podendo sofrer uma aceleração, quando não estiver associado a bons hábitos diários e a um programa de atividade física. (VERDERI, 2004, p.49). A aposentadoria é um marco no processo de envelhecimento, pois o idoso afastado do seu meio de trabalho e das amizades que o cercavam sente a sua sociabilidade enfraquecida, contribuindo para o sentimento de inutilidade, muitas das vezes ficando em casa sem ter o que fazer. A família tem um papel muito importante nessa etapa, pois deve incentivá-lo na participação de grupos de terceira idade e prática de atividades físicas, porém, se o idoso tem uma forte relação trabalhista, sua relação familiar poderá ser carente, causando assim um isolamento social. (VIEIRA, 2006 apud VERDERI, 2004) O idoso começa a sentir-se só, criando a ideia de que é improdutivo para a sociedade, com isso ele se isola, influenciando diretamente o seu pensamento a respeito da velhice, como coloca Verderi (2004), é criada uma barreira de isolamento social que impossibilita a pessoa a novas perspectivas e/ou ações. Essa barreira que é gerada necessita de um estimulo muito grande para ser quebrada, acelerando o processo do envelhecimento. Essa etapa é considerada como envelhecimento psicológico e tem como principal característica a depressão, que é o que influencia grande parte do grupo a tentarem o suicídio. Também está relacionada com o processo de aceleração do envelhecimento funcional, pois é a partir dessas concepções, quebradas ou não, que a pessoa começa a delinear seu estilo de envelhecer, ou seja, se ela se isola do mundo acelera, mas se tem uma vida mais saudável, com prática de atividade física, os efeitos desse processo retardam (VERDERI, 2004). 8 Após o envelhecimento social e o psicológico, vem o envelhecimento que mais afeta na qualidade de vida dos idosos, que é o envelhecimento funcional. É evidente que mudanças, tanto funcionais quanto morfológicas começam a aparecer no organismo e nem sempre são causadas por patologias e sim também podem ser causadas por desequilíbrios no processo de envelhecimento. Uma das principais características do ser humano é sua a individualidade biológica, em sendo um dos fatores que nos diferenciam uns dos outros. Com isso as mudanças biológicas que acontecem no nosso organismo são diferentes, pois os vários tecidos e os órgãos que compõem o nosso corpo têm diferentes velocidades de envelhecimento (VERDERI, 2004). É difícil mobilizar pessoas acima de 60 anos a uma prática de atividade física, pois se essas, tinham outros hábitos de vida o processo fica mais dificultoso, mais a prática de atividade física feita de forma correta pode fazer com que o individuo “pegue gosto pela coisa” e se sinta com vontade de praticá-la (FERREIRA, 2003). O professor de educação física tem um papel muito importante em fazer com que o idoso aceite e goste das atividades. (VERDERI, 2004) Verderi (2004) também considera que basta um pouco de atenção e uma pitada de carinho sincero para se ter um individuo motivado, interessado e extremamente participativo, ou seja, quando o idoso se insere em uma atividade é muito fácil mantê-lo a prática constante. Ainda afirma que quem souber e puder participar das conquistas e descobertas de um geronte, vibrando com ele pelas suas vitorias, sentirá o doce sabor de reviver momentos de sua própria vida. Para que tenhamos um envelhecimento de satisfação própria, é preciso que cada um de nós tenha um equilíbrio entre as limitações e as potencialidades de cada um, que nunca deixaram de existir. Precisamos desenvolver uma flexibilidade, tanto individual quanto social para nos adaptarmos nas novas fases de vida que vivenciaremos (FERREIRA 2003). Nesse sentido, de que forma poderemos nos preparar para um envelhecimento que nos satisfaça? A atividade física, seja ela estruturada ou não, é um dos meios para que se tenha um envelhecimento ativo. Segundo Guiselini (2006) pessoas que se movimentam são consideradas ativas, pois ocupam parte do seu tempo com movimentos não estruturados, denominados atividades físicas cotidianas, e/ou com atividades físicas realizadas no tempo livre como alternativa de lazer, para melhorar o condicionamento físico ou simples divertimento, denominado exercício físico ou esporte. 9 Estudos cada vez mais tem mostrado a atividade física como um recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento. Juntando a hereditariedade, alimentação adequada e hábitos de vida apropriados, o idoso pode melhorar e muito a sua qualidade de vida, proporcionando assim um envelhecimento ativo (OKUNA, 1998). A atividade física é importante para o envelhecimento, pois, traz além de benefícios funcionais, como a melhora da musculatura, equilíbrio postural, também proporciona para o participante benefício social, pois o reintegra novamente na sociedade e lhe apresenta novas amizades, e também proporciona benefícios psicológicos, esses que por sua vez melhoram a alto estima do idoso e faz com que ele se sinta estimulado a outras atividades da sua vida (VERDERI, 2004). Para Shephard (1993 apud LEITE 1996) afirma que as atividades devem ser encorajadas nos idosos não apenas pelos efeitos benéficos nos níveis fisiológicos e funcionais e sim porque também melhoram o humor, a insônia e a prevenção de quedas. Berger (1989) e Shepard (1991) (apud OKUNA, 1998, p.52) consideram que no processo de envelhecimento ocorre um declínio linear natural das capacidades funcionais, iniciado por volta dos 30 anos, e a prática de exercício, o controle do peso e uma boa alimentação, podem modificar aspectos desse processo. Fortalecendo essa ideia análise de dados do “Colege Study” consideraram especialmente indivíduos na meia idade ou idade avançada que mudaram de estilo de vida sedentária para uma vida mais ativa na meia idade ou na idade avançada mostraram que nunca é tão tarde para começar uma atividade física. E se a pessoa se torna mais ativa e se mantem desse jeito viverá mais vigorosamente e terá mais vitalidade. Se sentirá melhor consigo mesmo, sua mente trabalhará mais rápido e eficientemente e também reduzirá o risco de doença coronariana, câncer, diabetes e uma variedade de outras doenças assustadoras (PAFFENBARGER et al., 1996 apud GUISELINI, 2006) A atividade física não é somente oferecer facilidades e benefícios para os idosos ao envelhecer, mas sim, possibilitar e facilitar a sua participação na sociedade, tornando-o qualitativo e assim favorecer sobre todas as ações que eles têm de direito, minimizando seu envelhecimento social (VERDERI, 2004). As atividades físicas direcionadas para os idosos devem ser compatíveis com a idade do executante, devido as varias mudanças que esses indivíduos sofrem, como: alterações na pele, frequência cardíaca, entre outras ( FERREIRA, 2003). 10 1.2 Benefícios da atividade física para o envelhecimento Dentre as principais contribuições para o envelhecimento, a atividade física proporciona benefícios de vários aspectos. Sejam psicológicos, motores, funcionais, sociais, enfim, sua prática feita de maneira correta sem extrapolar, só tem a favorecer o processo. Fortalecida por essa ideia, Okuma (1998), considera atividade física como sendo um potencial para estimular varias funções essenciais do organismo, sendo não só importante no tratamento e controle de doenças como diabetes, hipertensão, osteoporose, mas também é essencial na manutenção das funções do aparelho locomotor, esse que por sua vez, tem uma função muito importante no idoso, que é o desempenho das atividades diárias. E ainda afirma que os benefícios da atividade física são evidentes igualmente para o domínio das capacidades cognitivas e psicossociais. Proporciona sentimentos de satisfação, felicidade e envolvimento. Os benefícios da atividade física, através dos estímulos neurotransmissores, são elementos importantes no combate das alterações que ocorrem no corpo no processo de envelhecimento. Para os idosos esses benefícios são muitos, vão do campo físico até o social (FERREIRA, 2003). Polito (2010) classifica que os benefícios do exercício físico para as pessoas que estão envelhecendo são claros para a manutenção ou o aumento da qualidade de vida. Dados científicos mostram que a participação em um programa de exercício físico reduz os casos de doenças cardiovasculares, casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Além disso, ajuda os indivíduos a cuidar de si mesmo, o adaptando-o e preparando-o, se a prática começar antes, para a aposentadoria, que foi mostrada anteriormente nesse estudo, como sendo um marco para o processo de envelhecimento (MATSUDO, 1999). Além dos benefícios citados anteriormente Polito (2010, p.99), afirma que o “exercício físico aeróbio proporciona redução na pressão arterial de repouso em hipertensos e normotensos” e também que o “exercício de força pode proporcionar redução de PAS e PAD, tanto em hipertensos quanto em normotensos” (KELLEY; KELLEY, 2000; Cornelissen ; Fagard, 2005 apud POLITO, 2010, p.100) Polito (2010, p.76) ainda afirma que “o exercício físico é uma das principais medidas não farmacológicas para evitar ou reduzir os potenciais problemas advindos da osteoporose”. Sua prática regular e sistemática aumenta ou mantem o nível de aptidão física da população idosa, tendo o potencial de melhorar o bem-estar funcional e, 11 consequentemente, diminuir a taxa de morbidade e de mortalidade entre essa população. (PESCATELLO ; DIPIETRO, 1994; MATSUDO ; MATSUDO, 1992 apud OKUMA, 1998) Estudos do American College of Sports Medicine (1985 apud POLITO, 2010) comprovam que a prática de exercícios compõem umas das estratégias mais eficientes para a prevenção de quedas e redução do risco de fraturas nos idosos, acontecimentos estes que comprometem muito a qualidade de vida dessas pessoas. Ferreira (2003) afirma que a prática regular de exercício físico proporciona aos idosos benefícios como: aumento da capacidade aeróbia, aumento da ventilação voluntaria, melhora da flexibilidade, diminuição da resistência vascular, redução de concentração lipídica, entre outras a sua prática gera uma melhora significativa na qualidade de vida. O exercício físico, seja ele de força, aeróbio, ou algum outro tipo, só tem a favorecer para uma melhor qualidade de vida, proporciona benefícios que são de extrema importância para quem está passando pelo processo de envelhecimento. Segundo Lamb (1999 apud VERDERI, 2004) a atividade física é uma promoção de saúde e também uma prevenção contra doenças, podendo ser praticada por todos os tipos de pessoas, sejam elas doentes ou sadias, jovens ou adultas, ativas ou não, enfim a sua prática só tem a proporcionar benéficos ao praticante. 1.3 As atividades físicas mais recomendadas para um envelhecimento saudável A prática de atividade física deve estar relacionada com as necessidades de cada individuo, buscando suprir as carências de cada um, ou seja, as atividades devem ser escolhidas de acordo com o objetivo final de cada pessoa, no caso do idoso, ela tem muito mais como objetivo a melhoria da qualidade de vida e a facilidade na realização das atividades básicas diárias do cotidiano (FERREIRA, 2003). Segundo Ferreira (2003) ao se programar uma atividade para a terceira idade, deve se presar por quatro elementos principais, que são: aquecimento, alongamento, desenvolvimento e relaxamento ou finalização. Para Ferreira (2003) atividades físicas em forma de recreação, são as mais recomendadas para adaptação do idoso, pois usando a ludicidade a sua pratica pode ser de melhor aceitação pelos praticantes e posteriormente pode-se introduzir outros 12 tipos de atividades mais especificas, tais como, treinamento de força, flexibilidade, alongamentos, resistência aeróbica, entre outros. Westcott e Baechechl (2001), afirmam que a melhor atividade para a terceira idade é o treinamento de força, pois este proporciona benefícios de grande importância nas perdas biológicas que o individuo apresenta. Os níveis de benefícios são satisfatório e similares tanto em jovens, adultos ou idosos. Leite (1996) concordando com os autores acima também afirma que o treinamento de força é mais indicado para idosos, pois resulta no aumento da resistência, e leve a moderado ganho de massa muscular. Polito (2010) afirma que a caminhada realizada 150 minutos por semana, dividindo as sessões em vários tempos, reduz o diagnostico de diabetes tipo 2. E ainda, considera que para melhorar a força o melhor tipo de atividade é o exercício resistido, ou musculação como vulgarmente é conhecido, levando em consideração as necessidades e as especificidades de cada aluno. Guiselini (2006) considera a ginástica excelente ferramenta para combater os efeitos do processo de envelhecimento. Simões et.al. (2008) considera a hidroginástica e as atividades aquáticas sendo as melhores atividades para os idosos, pois através de praticas recreativas pode-se fazer um trabalho que proporciona excelentes benefícios. Para a influencia do treinamento de força para o diabetes tipo 2 alguns estudos mostraram que essa intervenção pode proporcionar resultados significativos no controle glicêmico. (POLITO, 2010) Polito (2010) classifica que uma das melhores atividades para a redução dos riscos cardiovasculares, é o treinamento aeróbico, que compreende as atividades como esteira ou atividades aquáticas. Ferreira (2003) considera o exercício com halteres, uma boa atividade para pessoas que precisam de fortalecimento ósseo e muscular e o alongamento importante para pessoas que estejam precisando melhorar problemas posturais e de coluna vertebral. Para a melhora da flexibilidade, que tem grande importância na manutenção e na melhora da autonomia do idoso; Polito (2010), classifica o alongamento sendo a principal ferramenta para se utilizar na melhoria das qualidades físicas. Já para a melhora do equilíbrio e da agilidade classifica o tai chi como ferramenta ideal. Para Ferreira (2003) a dança é uma excelente forma de pratica de atividade física, pois de forma recreativa e lúdica melhora os problemas relacionados ao envelhecimento. 13 Cabe agora verificarmos quais as atividades mais utilizadas em uma revista especializada e os benefícios identificados. 2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS A pesquisa adotou o enfoque empírico-analítico, com abordagem quantitativaqualitativa. Teve a construção de conhecimento cientifico com caráter exploratório baseado nas diretrizes da pesquisa bibliográfica, que segundo GIL (2007) é constituído de materiais já elaborados, principalmente livros e artigos científicos, sendo essas também as principais fontes dessa pesquisa. Como critério de escolha do periódico foi selecionada para este trabalho a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, disponível no site da Scielo, por ser temática no âmbito geronto-geriatria, ou seja, nela são publicados artigos referentes às questões do envelhecimento. E como critério de escolha dos artigos, foram selecionados os artigos publicados no período de 2008 a 2012 que estabeleceram relação entre envelhecimento e algum tipo de atividade física, considerando os benefícios que está proporciona para o processo. Foram utilizados no estudo, 17 volumes e destes, um total de 278 artigos, sendo aproveitados para a amostra 28 artigos - aqueles que estabeleceram relação entre a atividade física e o envelhecimento. A Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (RBGG) é continuação da revista que tinha como titulo Textos sobre Envelhecimento, fundada em 1998. É uma publicação do Centro de Referência e Documentação sobre Envelhecimento, UnATI-Universidade Aberta da Terceira Idade, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Uma publicação de 3 volumes anuais e a partir de 2011, 4 volumes anuais. A RBGG tem por objetivos publicar e disseminar produção científica no âmbito da geronto-geriatria e contribuir para o aprofundamento das questões atinentes ao envelhecimento humano. No sentido de mapear os artigos que estabeleceram relações entre atividade física e saúde, os dados foram organizados em matrizes. Para melhor entendimento dos dados obtidos, na intenção de mapeamento de artigos que estabelecem relação entre envelhecimento e atividade física, foram realizadas com base nas matrizes, analises dos artigos publicados por ano na revista, dos tipos de atividades físicas encontradas nos artigos selecionados e dos tipos de benefícios encontrados nos artigos. 14 2.1 Em relação aos artigos publicados por ano No período de 2008 a 2012, foram publicados 17 volumes da revista contendo 278 artigos no total, dentre esses, apenas 28 faziam alguma relação entre envelhecimento e atividade física, levando em consideração os benefícios proporcionados por essa prática, buscando quantificar os artigos publicados por anos, foi construído o quadro abaixo. Ano 2008 2009 2010 2011 2012 Quantidade 5 5 3 5 10 % 17,86% 17,86% 10,71% 17,86% 35,71% Quadro 1: Analise de artigos publicados por ano Fonte: RBGG Analisando os dados acima, foi visto que ha uma carência em relação à publicação de artigos que façam uma relação entre envelhecimento e atividade física, considerando os benefícios que essa proporciona para este processo. Constatando que apenas no ano de 2012 é que teve um maior índice, mais que ainda está longe do desejável, levando em consideração a quantidade de artigos publicados anualmente. 2.2 Em relação aos tipos de atividade Como citado em seção anterior deste trabalho, existem diversos tipos de atividades que podem ser praticadas para melhorar e/ou amenizar os efeitos do processo de envelhecimento, dentre os 28 artigos selecionados foram encontradas 12 tipos de atividades. O quadro a segui representa a quantidade dessas atividades encontradas: 15 Tipo de atividade Atividade física Exercício físico Treinamento de força/musculação ou exercício resistido Corrida/caminhada Dança Hidroginástica Equoterapia Tai Chi Chuan Ginástica Exercícios de equilíbrio Treinamento flexibilidade articular Cinesioterapia Quantidade 10 5 4 % 33,33% 16,66% 13,33% 2 2 1 1 1 1 1 1 1 6,66% 6,66% 3,33% 3,33% 3,33% 3,33% 3,33% 3,33% 3,33% Quadro 2: Analise das atividade encontradas Fonte: RBGG No processo de coleta de dados destacamos algumas principais atividades que foram citadas no 1° capitulo desta pesquisa. Dentre essas inicialmente a pratica de atividades físicas em geral, que foi o maior nível encontrado na amostra. Para melhor entendimento das outras atividades, elas serão dividas, segundo Guiselini (2006), em atividades físicas não estruturadas e estruturadas ou exercício físico. Na primeira classificação, foram encontrados na amostra a caminhada/corrida, anteriormente citada por Polito (2010), como mais aconselhada ao processo de envelhecimento e a dança que foi exemplificada por Ferreira (2003), sendo realizada através de atividades recreativas e lúdicas. Na segunda classificação, foram encontradas na amostra 8 tipos de exercícios físicos. Inicialmente destaco a prática de exercício físico em geral, que foi o segundo maior nível. Posteriormente as modalidades como: Ginastica que anteriormente foi citado por Guiselini (2006) sendo uma excelente pratica a se adotar no processo de envelhecimento; O Treinamento de força/musculação ou exercícios resistidos, que exemplificado por Westcott e Baechechl (2001) e Polito (2010) como sendo uma boa pratica no combate de doenças e alterações que estão causam ao organismo, como o de massa muscular e óssea, além de outros; A Hidroginástica que segundo Ferreira (2003), sendo uma pratica recreativa proporciona benefícios além dos físicos e funcionais, tais como sociais e psicológicos; 16 E por ultimo foi exemplificado no referencial o Tai chi chuan que citado por Polito (2010) é exercício indicado para problemas posturais, problemas estes, que são grandes no processo de envelhecimento. Ressalta-se também, que, foram encontradas na amostra outros tipos de atividades como o treinamento de flexibilidade articular, cinesioterapia, exercícios de equilíbrio e equoterapia, que também são importantes para o processo de envelhecimento e não foram citadas ou exemplificadas no referencial, assim como, atividades citadas no referencial como exemplo o treinamento aeróbico e alongamento que não foram encontradas na amostra 2.3 Em relação aos tipos de benefícios Como citado em seção anterior deste trabalho, existem diversos tipos de benefícios que podem ser proporcionados pela prática de atividade física, dentre os 28 artigos selecionados foram encontrados 14 tipos de benefícios, tanto psicológicos quanto funcionais e sociais. O quadro abaixo representa a quantidade desses beneficio: Beneficio Melhora de sintomas e/ou prevenção de doenças Melhora da força Melhora na qualidade de vida Melhora do equilíbrio Diminuição da probabilidade de risco de quedas Melhora da flexibilidade Outros Melhora da coordenação Melhora da autonomia Melhora da resistência aeróbia Melhora da aptidão física Melhora da capacidade funcional Quantidade 13 % 26% 7 7 5 4 14% 14% 10% 8% 3 3 2 2 2 1 1 6% 6% 4% 4% 4% 2% 2% Quadro 3: Analise dos benefícios encontrados Fonte: RBGG Após análise dos dados, conclui-se que, como afirmado anteriormente, por OKUMA (1998) a atividade física proporciona benefícios de vários aspectos e de extrema importância para o processo de envelhecimento. 17 Dentre os benefícios encontrados na amostra, destaca-se o da melhora de sintomas ou prevenção de doenças, maior nível encontrado na amostra, e que foi anteriormente afirmado por Matsudo (1999), Lamb (1999 apud VERDERI, 2004) e Polito (2010) sendo eficaz quando utilizado para esses objetivos. O segundo maior nível foi o benefícios relacionado à melhora da qualidade de vida citados por estudos do American College of Sports Medicine (1985 apud POLITO, 2010) Ferreira (2003) e Polito (2010), afirmando ser, atreveis da pratica de atividade física, um instrumento ideal para melhor desses níveis. Outro benefício importante proporcionado pela pratica de atividades físicas e também encontrado na amostra é a diminuição da probabilidade de risco de quedas, citado anteriormente como sendo um grande problema para os idosos. Esses benefícios foram comprovados por Estudos do American College of Sports Medicine (1985 apud POLITO, 2010) Ressalta-se também, que outros tipos de benefícios foram entrados na amostra como melhora do equilíbrio, da força, entre outros. Não foram citados no referencial porém são muito importantes para o processo de envelhecimento, assim como como benefícios citados no referencial como manutenção das funções do aparelho locomotor e benefícios psicológicos, que foram citados no referencial porém não foram encontrados na amostra. CONCLUSÃO Este trabalho teve como proposta o mapeamento de artigos que estabelecem relação entre envelhecimento e atividade física publicados na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, levando em consideração os benefícios da atividade física aos idosos. Nessa perspectiva, buscamos analisar os periódicos que foram publicados no período de 2008 a 2012, identificar as atividades físicas mais citadas e sistematizar os benefícios que foram proporcionados ao processo de envelhecimento, identificados pelos autores advindos da pratica de atividades físicas Verificou-se que dos 17 volumes e 278 artigos publicados na revista no período selecionado para amostra, apenas 28 artigos apresentavam alguma relação entre envelhecimento e atividade física. Foram encontrados 12 tipos de atividades, sendo atividade física em geral a mais citada, e 14 tipos de benefícios, com o beneficio na melhoria e prevenção de sintomas de doenças o mais identificado. O que nos levar a 18 concluir que dentre tantas atividades físicas conhecidas e tantos benefícios advindos, existe a necessidade real da ampliação de estudos que versem sobre as atividades físicas e sua relação com os idosos, e ainda, a publicação das mesmas na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. No ano de 2012, ouve uma duplicação de artigos na temática o que nos leva a entender que ouve um aumento no interesse de pesquisa sobre essa temática voltada para atividade física aliada ao processo de envelhecimento. Será em função do aumento do reconhecimento dos benefícios da prática de atividades físicas aos idosos? Mas, isso fica para uma próxima investigação. Esta pesquisa foi de suma importância para mim, pois essa temática do envelhecimento, é um assunto que, como dito na introdução, muito me interessa, principalmente na questão profissional e que, devido a essa pesquisa, aumentou meu entendimento a respeito das necessidades desse grupo e da forma como devemos olhar para o envelhecimento, tirando a ideia de algo ruim e criando a imagem de algo bom, que com certeza todos nós passaremos ou estamos passando. Pelo tal, a pesquisa tem uma contribuição de grande importância no meio cientifico, pois facilita o entendimento na questão do envelhecimento, devido as questões levantadas e aos dados obtidos, mostrando que importante pesquisar a respeito do assunto. Devido às limitações da pesquisa, alguns dados não foram investigados, como o que levou o aumento de pesquisas no ano de 2012, entre outros. Mas, este não é o foco desta pesquisa porém, fica evidenciado então a necessidade de se fomentar pesquisas sobre essa e outras questões acerca da atividade física e o processo de envelhecimento. 19 THE BENEFITS OF PHYSICAL ACTIVITY FOR HEALTHY AGING: analysis of "Brazilian Journal of Geriatrics and Gerontology" (2008-2012) Abstract This research was developed through a literature review on empirical-analytical perspective, is proposed mapping articles that establish the relationship between aging and physical activity published in the Brazilian Journal of Geriatrics and Gerontology, taking into consideration the benefits of physical activity for the elderly. In this perspective, we analyze the journals that were published in the period 2008-2012, identifying the most common physical activities and systematize the benefits that were provided to the aging process, identified by authors coming from the practice of physical activities. Upon completion of the quantitative and qualitative analysis, we found a lack of published papers in this line of research. It was found that the 17 volumes and 278 articles published in the period selected for sample, only 28 articles had some relationship between aging and physical activity. We found 12 types of activities, and physical activity in general the most cited, and 14 types of benefits, the benefit in improving symptoms and prevention of diseases as identified. What leads us to conclude that among so many activities and so many known physical benefits from, there is a real need of the expansion of studies that deal with the physical activities and their relationship with the elderly, and yet, their publication in Brazilian Journal of Geriatrics and Gerontology. Keywords: Aging, Physical Activity, Benefits of physical activity. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. 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Palavras-chave em gerontologia. Campinas, SP: Alínea, 2005. Coleção Velhice e Sociedade. OKUMA,Silene Sumire. O idoso e a atividade Física: Fundamentos e pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 1998. PASINATO, Maria tereza; CAMARANO, Ana Amélia; Machado Laura. Idosos Vítimas de Maus-Tratos Domésticos: Estudo Exploratório das Informações dos Serviços de Denúncia. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004. POLITO, Marcos Doederlein. Prescrição de exercícios para saúde e qualidade de vida. São Paulo: Phorte, 2010. SHEPHARD, Roy J. Envelhecimento, atividade física e saúde. Tradução de Maria Aparecida da Silva pereira Araújo. São Paulo: Phorte, 2003. SILER, Brooke. Desafios do corpo Pilates: na academia, em casa e no dia a dia. Tradução Angela Santos. São Paulo: Summus, 2009. SIMÔES, Regina; CERRI, Alessandra; NASSAR, Sérgio Eduardo; PORTES, Moacyr. 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