Monitoramento
de fatores de risco para
Doenças não-transmissíveis
Boletim vigitel
Boletim Vigitel
ATIVIDADE FÍSICA
A Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis tem sido objeto de pactuações
entre as esferas do Sistema Único de Saúde, sendo um componente importante do capítulo do Pacto pela Saúde referente à Política Nacional de Promoção da Saúde. Como
ferramentas para o monitoramento destes agravos, a área técnica responsável do Ministério da Saúde, a Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis da
Secretaria de Vigilância em Saúde (CGDANT-SVS) pactuou, no âmbito da vigilância, o
recém-criado Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis . Este novo sistema incorpora ferramentas de estudos
epidemiológicos transversais para estabelecer o monitoramento de alguns indicadores
da prevalência de fatores de risco para os principais agravos e doenças não-transmissíveis; as informações foram coletadas via telefone, num total de 2012 entrevistas.
¹ Fonte: http://www.ibge.gov.br/
² Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio à Descentralização. Coordenação-Geral de Apoio à
Gestão Descentralizada. Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília: 76 p. – (Série A.
Normas e Manuais Técnicos).
³ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da
saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 60 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde).
4 Carlos
Augusto Monteiro, Erly Catarina de Moura, Patrícia Constante Jaime, Alessandra Lucca, Alex Antonio Florindo, Iramaia
Campos Ribeiro Figueiredo, Regina Bernal e Nilza Nunes da Silva. Monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas por
entrevistas telefônicas. Rev. Saúde Pública 2005; 39(1): 47-57.
www.prefeitura.sp.gov.br/covisa
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A Cidade de São Paulo é o município mais populoso do país. Situa-se na principal Região Metropolitana, sendo a capital do estado de maior importância econômica da federação. Em 2005 abrangia 6% da população nacional, representando
12% do PIB brasileiro.
Em seu perfil epidemiológico de mortalidade predominam doenças como as cardiovasculares e alguns cânceres, condições fortemente associadas a modos de
vida e comportamentos típicos de sociedades industriais contemporâneas. Chama atenção a importância das causas externas, particularmente homicídios e acidentes de trânsito, fenômeno observado também em outras regiões metropolitanas brasileiras e em países em desenvolvimento.
Estes agravos e doenças muito recentemente tornaram-se objeto da saúde coletiva, havendo ainda pouca evidência da efetividade das ações de prevenção e
controle necessárias para evitá-los. O Município de São Paulo, desde 2001, conta
com uma equipe de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANT).
Atividade Física
A evolução tecnológica do último século provocou mudanças no cotidiano de
grande parte da humanidade com conseqüente redução do nível de atividade
física. Este fato associado às mudanças nos padrões alimentares e nas condições de vida, especialmente das populações urbanas – aumento do consumo
gorduras, alimentos processados industrialmente e carboidratos, e diminuição
do consumo de fibras tem provocado o aumento da obesidade e de todas
as suas conseqüências. Mesmo quando não há obesidade, menores níveis
de atividade física também estão relacionados com redução da densidade
óssea, da força muscular e da flexibilidade das articulações, enquanto um melhor condicionamento físico é considerado um fator de proteção para doenças
cardiovasculares e câncer.
São Paulo apresentou o mais baixo índice de atividade física no
lazer entre todas as capitais brasileiras. Políticas de incentivo à prática de atividade física têm sido estimuladas em escolas, ambientes
de trabalho e comunidades e estão voltadas para diversos grupos
sociais e etários. Na Cidade de São Paulo estas políticas podem
ser dificultadas pelo fato de que apenas 10,24% da área total do
município é ocupada por áreas verdes em zona urbana, além de
fatores climáticos, dificuldades no transporte público e na mobilidade urbana (a pé ou de bicicleta), menor tempo livre para lazer, etc.
No entanto não existem ainda estudos consistentes que permitam
reconhecer as causas desta particularidade da Capital Paulista no
que diz respeito a atividade física.
O sedentarismo é estudado em 4 domínios da atividade humana: lazer,
trabalho, afazeres domésticos e deslocamento. Os indicadores pactuados
pelo Ministério da Saúde incluem a freqüência da prática de atividade física
suficiente no lazer e a freqüência da condição de sedentarismo ou inatividade física – atividade física insuficiente nos quatro domínios estudados.
Atividade física no lazer: Pelo menos 30 minutos diários de atividade física
de intensidade leve ou moderada, em cinco ou mais dias da semana ou a prática
de pelo menos 20 minutos diários de atividade física de intensidade vigorosa em
três ou mais dias da semana. Caminhada, caminhada em esteira, musculação,
hidroginástica, ginástica em geral, natação, artes marciais, ciclismo e voleibol foram classificados como práticas de intensidade leve ou moderada e corrida em
esteira, ginástica aeróbica, futebol, basquetebol e tênis foram classificados como
prática de intensidade vigorosa.
Atividade física no trabalho: Andar a pé, carregar peso ou fazer outra atividade pesada.
Deslocamento: Gastar 30 minutos para ir a pé ou de bicicleta para o trabalho.
Resultados
O Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis utiliza como método de coleta de
dados o inquérito por telefone, conhecido como VIGITEL.
Quadro1: Parâmetros de atividade física
Deveres domésticos: Fazer a parte pesada da faxina doméstica, sem ajuda.
Tabela 1: Percentual de adultos que praticam atividade física no lazer, por sexo e faixa etária. Município de São Paulo, 2006.
Gráfico 2: Percentual de adultos (>18 anos) que relataram inatividade física, segundo as capitais dos
estados brasileiros e DF, 2006.
Fonte: VIGITEL 2006.
Gráfico 1: Percentual de adultos (>18 anos) que praticam atividade física suficiente no lazer, segundo
as capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal, 2006.
Não se observam diferenças significativas entre as faixas etárias, exceto a alta freqüência de atividade física no lazer em homens maiores
de 60 anos. A desigualdade entre os gêneros só fica marcada nas
faixas etárias abaixo de 24 e acima de 60 anos, com desvantagem
para as mulheres.
Fonte: VIGITEL 2006.
Inatividade física
Fonte: VIGITEL 2006.
¹ Nos últimos anos consolidou-se no Brasil a chamada “transição demográfico-epidemiológica” seguida da conseqüente “transição nutricional”
A partir de recomendações internacionais, o VIGITEL compôs
o indicador de sedentarismo, cujo significado é o não cumprimento das recomendações simultaneamente nos quatro
domínios estudados:
Tabela 2: Percentual de inatividade física em adultos, por sexo e faixa etária. Município de São Paulo, 2006.
FAIXA ETÁRIA
MASCULINO
18-24
25-39
40-59
60 anos e +
TOTAL
40,90%
38,60%
35,20%
53,20%
39,70%
Fonte: VIGITEL 2006.
Intervalo de
Confiança
(33,8-48,1%)
(33,5-44,0%)
(29,7-41,1%)
(43,4-62,8%)
(36,6-43,0%)
FEMININO
16,20%
12,40%
15,10%
35,70%
17,30%
Intervalo de
Confiança
(11,4-21,9%)
(9,4-16,2%)
(11,5-19,5%)
(28,2-43,8%)
(15,1-19,7%)
TOTAL
28,20%
24,90%
24,30%
43,00%
27,70%
Intervalo de
Confiança
(23,9-32,9%)
(21,9-28,3%)
(21,0-27,9%)
(36,9-49,2%)
(25,8-29,8%)
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