CAP 13 – A
ORIGEM DA
CULTURA
1. ESTUDANDO A CULTURA
 Sociólogos,
antropólogos, etnólogos,
arqueólogos, historiadores,
psicólogos, biólogos e linguistas têm
se dedicado ao estudo do surgimento
da cultura.
 Para
o filósofo contemporâneo Ernst
Cassirer, o processo de evolução
que resultou no surgimento da
humanidade não encontra paralelo
em outra espécie animal, mas isso
não nos autoriza a eliminar as
explicações genéticas ou históricas.
2. PROCESSO EVOLUTIVO
HUMANO
A
espécie humana passou por um
longo processo de adaptação.
 Importantes mudanças ambientais e
geográficas.
 Períodos
de aquecimento do planeta
favoreceram a ampliação das zonas
temperadas e forçaram alguns
grupos de hominídeos a procurar
alimento e a ocupar áreas fora de
seu lugar de origem, o continente
africano.
Esse
aquecimento
também seria
responsável pela
transformação de
uma área da
floresta em
savana.



Nas florestas, viviam nas árvores e usavam
os membros superiores para percorrer
longas distâncias.
Nas savanas, seus descendentes tiveram
de se locomover no chão.
Diante dessa necessidade, adaptaram-se
melhor aqueles que desenvolveram o
bipedalismo e a visão frontal.


A postura ereta libertou os membros
superiores para a realização de outras
atividades.
Nesse progresso tecnológico serviram-se
de ossos, dentes e mandíbulas, além de
produtos vegetais, como matéria-prima
para raspar, modelar e trançar.


Utilizaram uma dieta variada, que incluía
vegetais e carne, e a capacidade de
adaptação a climas frios ou quentes.
Essa flexibilidade e adaptabilidade
permitiram-lhes percorrer o planeta e se
ajustar a diferentes ambientes.
A formação da coletividade


Outra novidade foi a organização em
bandos.
Durante as épocas de fartura, a
organização da vida social era mais
coletiva, enquanto tornava-se mais
individual em tempos de escassez.



O passo seguinte foi a divisão do trabalho.
Provavelmente em razão do bipedalismo e
da postura ereta, as crias humanas
passaram a nascer mais imaturas,
demandando cada vez mais cuidados por
parte dos adultos.
Transformações fisiológicas (perda de
pelos).


A vida em bando se tornava mais
complexa, exigindo desses hominídeos
cada vez mais criatividade e improvisação.
As relações sociais se diversificaram,
afastaram-se de sua origem genética, e as
regras de convivência e tolerância
tornaram-se mais importantes para a
manutenção e reprodução do grupo.
3. HUMANIZAÇÃO,
SIMBOLISMO E LINGUAGEM



O ser humano foi aos poucos se
diferenciando dos demais primatas
superiores.
Essas transformações implicaram o
abandono do que chamamos de estado de
natureza.
Comportamentos estabelecidos por
convenção foram sendo organizados pelos
grupos humanos.
“
[A cultura foi] o ingrediente
essencial e orientador na
produção desse animal: o
homem.”
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas.
Rio de Janeiro: LTC, 1989. p. 59.


Uma mudança cultural importante diz
respeito aos hábitos alimentares.
O ser humano, acostumado a uma dieta
basicamente vegetariana, assim como
outros primatas, teve de se adaptar a uma
alimentação carnívora nos períodos em
que os vegetais estavam escassos.
 Adotar
uma alimentação carnívora e
desenvolver formas de caça coletiva
e colaborativa exigiam a renúncia de
uma série de atitudes instintivas que
diziam respeito tanto à dieta quanto
ao convívio e à sociabilidade


As decisões, inovações e criações no estilo
de vida deveriam ser compartilhadas e
comunicadas aos membros desses grupos.
Nesse processo, o simbolismo e a linguagem
foram as ferramentas mais importantes, pois
possibilitaram ressignificar o mundo e atribuir
ao meio circundante novos sentidos, ideias,
conceitos e conteúdos.


É possível, assim, definir cultura como o
conjunto flexível, variável, arbitrário e histórico
de códigos e convenções construído
artificialmente por grupos humanos para a
vida em comum.
Foi o desenvolvimento mental dotando de
capacidade simbólica e linguística, que tornou
possível sua passagem do estado de
natureza para o de cultura.
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CAP 13 - A ORIGEM DA CULTURA