SÍNTESE
15|9|2008 | 329 | Ano10
AGROPECUÁRIA
Ivan Wedekin, diretor de Commodities da BM&FBOVESPA
BM&FBOVESPA Vai ao Campo reúne 400
pessoas na estréia em Campo Mourão
A estréia do BM&FBOVESPA Vai ao Campo, novo módulo do programa de popularização da Bolsa, ocorreu em Campo Mourão, no
Paraná, nos dias 12 e 13 de setembro. O evento reuniu aproximadamente 400 pessoas, que tiveram a oportunidade de assistir a palestras sobre educação financeira, investimentos no mercado de ações e
operações no mercado futuro.
O local escolhido para a abertura do evento foi a Coamo, a maior
cooperativa de produtores rurais do Brasil. “É uma satisfação lançar
aqui o BM&FBOVESPA Vai ao Campo. Estamos muito felizes em reatar
laços antigos com vocês”, disse Ivan Wedekin, diretor de Commodities,
na apresentação sobre a Nova Bolsa. Ele enfatizou as ferramentas que
nossos mercados oferecem para que os produtores rurais gerenciem
os riscos do seu negócio, além de ressaltar os benefícios proporcionados pelo investimento de longo prazo em ações.
notícias
No dia seguinte, as apresentações aconteceram no anfiteatro do
Integrado Colégio e Faculdade, no centro da cidade. O evento contou
com o reforço da mídia local, que veiculou anúncios convidando a população para as palestras. Na área externa da faculdade, consultores das
corretoras Futura, Gradual e Souza Barros prestaram esclarecimentos
aos visitantes que buscavam informações sobre como abrir uma conta
para operar no mercado. Já a unidade itinerante do BM&FBOVESPA Vai
até Você, o Bovmóvel, permaneceu estacionado em frente à instituição, chamando a atenção do público que passava pela avenida. Um
jingle, produzido pelo cantor e compositor Renato Teixeira, marcou a
iniciativa.
“Gostei muito das apresentações e pude esclarecer algumas dúvidas que tinha sobre a tributação incidente na compra e venda de
ações”, explicou Guilherme Maes que, com apenas 15 anos de idade, já
opera sozinho pelo Home Broker com autorização dos pais. Já os estudantes de pós-graduação Alex Machado e Rodrigo Pelissoni estiveram
no evento para descobrir como podem gerenciar melhor as produções
agrícolas de suas famílias. “Nossa meta é conhecer os mecanismos de
hedge para otimizar a lucratividade das lavouras.”
Para saber mais
Jingle do BM&FBOVESPA Vai ao Campo:
www.bmf.com.br/portal/pages/bmfmidia.
Agenda do BM&FBOVESPA Vai Até Você:
http://www.bmfbovespavaiatevoce.com.br/pt-br/QueroParticipar.asp
Síntese Agropecuária é um informativo quinzenal da BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; Comissão editorial: Edemir Pinto e Alcides Ferreira. Jornalista responsável: Alcides
Ferreira. Textos e produção: Alexandre Biancardi, Beto Saglietti, Carmen Barcellos, Fátima Lopes, Gustavo Montanheiro Lara, Mariana Quaranta, Mirella Marcos Santolia, Plinio Penteado de Camargo,
Renato Baumer Jr., Rogerio Guerra, Rogério Viduedo, Ronald Capristo Trapino, Rosangela Kirst, Rose Jordão e Simone Regina e Silva. Colaboradores: Fabiana Perobelli, Luiz Cláudio Caffagni e Matheus
Levi Gury de Souza. Veja no site: www.bmf.com.br/publicacoes. BM&FBOVESPA S.A., Praça Antonio Prado, 48, 01010-901, São Paulo, SP, telefone 3119-2000. O conteúdo desta publicação não representa nenhum posicionamento oficial da BM&FBOVESPA S.A., nem deve ser interpretado como recomendação de compra ou de venda de contratos em seus mercados. Caso você queira receber a Síntese
Agropecuária por e-mail, escreva para [email protected]. Os textos de análise de mercado trazem informações até 15 de setembro de 2008.
2
SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
A BM&FBOVESPA iniciou, em 19 de setembro, a negociação de
novos contratos de milho. São quatro modalidades de produtos: contratos futuro – com formação de preço em Campinas (SP) – e de opções de compra e de venda sobre futuro, todos com possibilidade de
liquidação financeira; e contrato futuro de base de preços regionais,
formato inédito no mercado mundial de commodities. As novidades
foram anunciadas no dia 17 de setembro, durante seminário para representantes do mercado.
“Acreditamos no sucesso dos novos contratos, pois oferecem a
possibilidade de liquidação financeira e de base de preço regional para
entrega física, fatores que consideramos importantes para atrair mais
participantes e gerar maior liquidez”, afirmou o diretor executivo de
Produtos da BM&FBOVESPA, Murilo Robotton. Ele destacou também
que o lançamento vem ao encontro das necessidades de evolução do
mercado, que já apresenta, de janeiro a setembro de 2008, crescimento
de 190% do número de contratos de milho em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Ivan Wedekin, diretor de Commodities da BM&FBOVESPA,
os contratos com liquidação financeira permitirão maior participação
de investidores institucionais, pessoas físicas, tesourarias e fundos de
bancos, que não têm interesse em receber o produto. Já os contratos
de base vão contribuir para reduzir os impactos das variações de preços regionais sobre os negócios, tornando ainda mais eficiente o hedge
(proteção de preços) e ampliando a visibilidade da entrega física.
“Teremos a combinação de contratos com liquidação financeira
em Campinas com contratos de base de preços regionais para entrega do produto. A base é a diferença entre o preço futuro de Campinas
e o de cada região. Dessa forma, o comprador poderá fixar o valor
com mais eficiência em sua área de atuação e proteger a diferença
em relação a Campinas.” As bases de preço autorizadas à negociação
são: Triângulo Mineiro (MG), Rio Verde (GO), Cascavel (PR) e Paranaguá (PR). De acordo com Fabiana Perobelli, gerente de Produtos do
Agronegócio da Bolsa, uma das principais vantagens dos contratos
de base é a transparência em relação aos custos regionais, como tributos e fretes. “Haverá redução de riscos de preços para o comprador,
que saberá, antecipadamente, onde estará depositado o milho que
vai receber e quais os custos”, esclareceu, ressaltando também a integração que esses contratos promoverão no mercado.
O contrato de base Paranaguá é voltado para o mercado externo,
pois os armazéns cadastrados para entrega física situam-se no corredor
de exportação do porto. Assim, por ser a região-base uma localidade
portuária, mudam alguns dos itens do contrato, tais como o objeto de
negociação – cuja principal diferença é a qualidade do produto exigida no mercado internacional – e tributação, pois no caso do mercado externo a cotação é livre de quaisquer encargos tributários ou
não-tributários.
Cada um dos contratos – futuro, opções e futuro de base – negociam 450 sacas de 60 quilos líquidos, correspondentes a 27 toneladas
métricas de milho em grão a granel. Todos serão negociados exclusivamente no mercado eletrônico, GTS (Global Trading System). Estão
autorizadas negociações para os meses de janeiro, março, maio, julho,
agosto, setembro e novembro, sendo o último dia de negociação o dia
15 do mês de vencimento.
O atual contrato futuro de milho da BM&FBOVESPA será mantido
uma vez que existem posições em aberto. Os participantes que optarem por mudar suas posições para o novo contrato estarão isentos das
taxas devidas à Bolsa na migração.
notícias
Novos contratos futuros de milho
Para mais informações:
http://www.bmf.com.br/NovoContratoMilho
SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
33
algodão
Área cultivada de algodão brasileiro pode
diminuir, na próxima safra, 10% em relação
a 2007/2008
Washington não aceita corte de 80% nos subsídios para algodão proposta pela OMC.
Em 10 de setembro, o preço do algodão brasileiro acumulou queda de 1,24%
(R$¢ 121,20/lp – oito dias para pagamento) em relação a 8 de agosto (R$¢123,45/
lp). Porém, apesar de a pluma ter batido o
menor preço (R$¢119,38 – oito dias para pagamento) do ano, os preços seguem com
tendência de melhora nas duas últimas semanas. A maioria dos negócios foi efetuada
por comerciantes em pequenos lotes para
cumprir contratos que vencem nas primeiras semanas do mês.
A área cultivada com algodão na safra
2007/08 foi de 1.077,4 mil hectares, inferior à
safra anterior em 1,8% (19,4 mil hectares). Essa
redução deve-se, principalmente, à diminuição da área plantada na região Centro-Sul,
onde o algodão vem sendo substituído por
outras culturas, principalmente milho e soja,
mais notadamente no Paraná e São Paulo.
A colheita já foi concluída no Paraná e
em São Paulo. Nos estados de Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
ocorreram atrasos em função do prolongamento da temporada de chuvas. Em
regiões de expressiva produção, como Primavera do Leste e Campo Verde no Mato
Grosso, as chuvas ocorreram até o mês de
junho. No oeste baiano, o atraso da colheita
é causado por outro fator climático adver-
so: baixa temperatura à noite. Nesses locais,
a colheita deve se estender até o final de
setembro.
Devido aos bons índices pluviométricos durante todo o ciclo da planta, tem-se
expectativa de crescimento na produção
brasileira de 5,2% (78,5 mil toneladas) quando comparado à safra 2006/2007, segundo
a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab).
A produtividade média nacional de algodão em caroço deverá ser 7,0% maior do
que a da safra anterior. As boas condições
climáticas ocorridas durante todo o ciclo da
cultura, aliadas à alta tecnologia aplicada,
foi o fator preponderante para tal sucesso.
O Brasil reabriu oficialmente, em 25
de agosto, a disputa com os Estados Unidos provocada pelos subsídios agrícolas e
pediu a autorização à Organização Mundial
do Comércio (OMC) para retaliar o governo
norte-americano por não ter colocado em
prática as decisões anteriores daquela organização. Com essa medida, o País dá um
sinal claro: não vai mais esperar um acordo
na OMC para reduzir as distorções no comércio. A princípio, o Brasil pediu à OMC
para que a entidade retome a avaliação do
pedido feito pelo Itamaraty em 2005 para
retaliar os norte-americanos em US$4 bi-
gráfico 1 – evolução dos preços do algodão
Gráfico 1 - Evolução dos Preços do Algodão
95,00
90,00
85,00
80,00
US$¢/lp.
75,00
70,00
65,00
60,00
55,00
50,00
45,00
jan-07
fev-07
mar-07
abr-07
mai-07
jun-07
jul-07
ago-07
set-07
out-07
nov-07
dez-07
jan-08
fev-08
mar-08
abr-08
mai-08
jun-08
jul-08
ago-08
set-08
40,00
Indicador Cepea/Esalq
Fonte: BM&FBOVESPA.
4
SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
Indice A Cotlook
ICE 1º vencimento
lhões – esse teria sido o prejuízo do País
com os subsídios. O governo brasileiro indicou que poderia elevar taxas de importação de bens norte-americanos e suspender
patentes de empresas, o que é uma iniciativa polêmica.
Pelo acordo proposto na OMC, os subsídios norte-americanos ao algodão seriam
reduzidos em 80%. Washington não aceitou
o corte. Portanto, com o fracasso da Rodada
Doha e com a insistência dos Estados Unidos
em manter os subsídios, o Brasil não teve
alternativa senão exercer o direito de represália. A representante de Comércio da Casa
Branca, Susan Schwab, indicou que estaria
disposta a enviar seus negociadores a Genebra em setembro, mas poucos apostam em
um acordo ainda durante o governo Bush.
Na próxima safra dos Estados Unidos,
haverá queda na produção de algodão, provavelmente para dar espaço ao milho, à soja
e ao trigo que são culturas mais rentáveis,
segundo relatório da Safras & Mercados.
No mundo, a expectativa para a safra
2008/2009 é de declínio no consumo em
1% de 122,0 milhões de fardos em 2007/08
para 121,0 milhões, segundo o Comitê Internacional do Algodão (ICAC). Na produção
mundial, o ICAC espera queda de quase 6%
(120,5 milhões de fardos para 114,0 milhões).
Já o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê 7% a menos (de
120,36 milhões de fardos para 112,17). Os estoques finais também declinarão fortemente. De acordo com o ICAC, deverão ser reduzidos em 12% (de 55,9 milhões de fardos
para 49,0 milhões). O USDA espera queda de
14% nos estoques finais (de 60,83 milhões
de fardos em 2007/08 para 52,32 milhões
de fardos em 2008/09. Para as exportações
mundiais o ICAC estima aumento de 3% (de
37,8 milhões de fardos para 40,0 milhões).
Ainda segundo o ICAC, a média do Índice
A da Cotlook, levado por essas tendências,
deverá ficar em US$¢82,00/lp representando
acréscimo de 12%.
Em 12 de setembro, o índice A da
Cotlook foi fixado em US$¢73,70. Em
Nova Iorque, o contrato com vencimento
outubro/2008 encerrou a US$¢62,17 e o indicador Esalq para oito dias de pagamento
ficou em R$¢121,52.
milho
Exportações de milho no Brasil seguem
em ritmo lento
Relatório do USDA continua otimista frente às lavouras norte-americanas.
Nas últimas semanas, o mercado do-
mais alto que o preço indicado nos portos).
O relatório mensal de oferta e deman-
méstico de milho vem mostrando movi-
Segundo a consultoria Céleres, o preço do
da do Departamento de Agricultura dos
mento homogêneo e boa oferta devido ao
Paraná deveria sofrer redução de 15% para
Estados Unidos (USDA) apontou redução
baixo volume nas exportações e safrinha
que o mercado externo seja competitivo.
de 1,76% no volume a ser produzido na-
cheia.
O mercado de frango vivo segue está-
quele país em comparação ao relatório do
O incremento significativo (26,3%) na
vel, tendo sua cotação inalterada há 36 dias.
mês anterior (de 312,1 para 306,7 milhões
produção nacional na safra de inverno de
No interior paulista, o quilo era negociado
de toneladas). Os estoques finais sofreram
milho representou aumento 3,9 milhões
a R$1,95/kg, maior valor nominal médio de
retração mais evidente, 8,1% (de 28,15 para
de toneladas no volume disponível do
todos os tempos, 16,07% superior ao mes-
25,86 milhões de toneladas).
grão. O estado do Mato Grosso tornou-se o
mo período do ano anterior. O preço do
A Bolsa autorizará, em 19 de setembro
maior produtor na segunda safra, colhendo
ovo no mercado paulista (R$43,42/caixa),
de 2008, a negociação dos novos con-
7,1 milhões de toneladas, representando
está 13% acima da média mensal registrada
tratos de milho, a partir do vencimento
38,25% da produção nacional. Com isso,
há um ano.
março/09 e subseqüentes. Um dos atra-
obteve crescimento de 40,7% (2 milhões de
Na BM&FBOVESPA, o número de con-
tivos é a possibilidade de negociação si-
toneladas), frente à temporada passada, ba-
tratos negociados entre 12 de agosto e 12
multânea do contrato futuro financeiro
seado na elevação em área de 17,1% (243,2
de setembro foi de 38.048 contratos. O ven-
e do contrato de base regional de preço.
mil hectares) e em produtividade de 20,1%
cimento setembro/08 foi cotado a R$23,20/
Essa combinação aumenta a eficiência de
(719kg/ha), segundo o levantamento de
saca e o novembro/08 a R$24,12/saca no
hedge ou seguro de preço. (Veja o resumo
setembro de 2008 da Conab.
dia 12 de setembro. Para a safra de verão
na Simulação)
As principais praças de comercializa-
de 2009, março/09 e maio/09 fecharam a
Para mais informações sobre como
ção de milho no mercado interno estavam
R$25,15/saca e R$25,20/saca, respectiva-
operar os novos contratos futuros de milho,
com dificuldades para precificar seus pro-
mente. No mesmo dia, o total de contratos
procure uma corretora da BM&FBOVESPA
dutos. Em 12 de setembro, a saca foi cotada
em aberto foi de 14.032 contratos.
ou acesse www.bmfbovespa.com.br.
em Cascavel a R$19,00/saca; em Rio Verde a
R$18,50/saca; em Dourados a R$18,00/saca;
em Uberlândia a R$21,50/saca e em Paranaguá a R$21,00/saca.
Gráfico 1 – Evolução dos preços de mercado
futuro de milho na BM&FBOVESPA
Evolução dos preços de mercado futuro de milho na BM&FBOVESPA
O indicador Esalq/BM&FBOVESPA apre-
28,00
sentou queda de 1,35% em 12 de setembro,
27,00
lado mensal, houve declínio de 3,01%, em
26,00
o grão.
Entre janeiro e agosto, os embarques
despencaram 40%: em 2007, foram 5,6 milhões de toneladas e, em 2008, 3,3 milhões
de toneladas. O preço da paridade de exportação vem influenciando diretamente
esse resultado (preço no mercado interno
25,00
24,00
23,00
22,00
12/8/2008
13/8/2008
14/8/2008
15/8/2008
16/8/2008
17/8/2008
18/8/2008
19/8/2008
20/8/2008
21/8/2008
22/8/2008
23/8/2008
24/8/2008
25/8/2008
26/8/2008
27/8/2008
28/8/2008
29/8/2008
30/8/2008
31/8/2008
1/9/2008
2/9/2008
3/9/2008
4/9/2008
5/9/2008
6/9/2008
7/9/2008
8/9/2008
9/9/2008
10/9/2008
11/9/2008
12/9/2008
conseqüência da dificuldade para exportar
R$/saca
sendo cotado a R$23,79/saca – no acumu-
set/08
nov/08
jan/09
mar/09
Fonte: BM&FBOVESPA.
SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
5
SOJA
Conab divulga safra recorde de grãos
Com mais de 2,5% de aumento na produção, soja colabora na maior safra já colhida no Brasil.
A safra 2008 de grãos (milho, soja, feijão, algodão, arroz e trigo) foi a maior já colhida no Brasil, contando com incremento
de 9% superior que a anterior, chegando
à produção de 145,1 milhões de toneladas (de janeiro a dezembro). Mais uma
vez, o maior destaque é o Paraná, líder na
produção nacional, responsável por 21,1%
do total, seguido por Mato Grosso (19,7%),
Rio Grande do Sul (15,6%) e Goiás (9,1%). A
safra brasileira de soja em 2007/08 foi de
60,05 milhões de toneladas, superando a
passada em 2,8% (1,66 milhões de toneladas). Esse incremento reflete o aumento da
área plantada em 3,1% (647,5 mil hectares),
conforme divulgado no levantamento de
setembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os preparativos para a safra 2008/09
iniciam com maior evidência a partir da
segunda quinzena de setembro. Segundo
avaliação de Silvio Porto, diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, mesmo
a elevação dos preços dos fertilizantes não
impediu o aquecimento das vendas do
produto, porém a previsão da safra 2008/09
só deve ser divulgada em novembro.
O mercado interno segue com preços em queda, acompanhando os movimentos do mercado externo. O indicador
Esalq/BM&FBOVESPA Paranaguá apresentou ligeira alta no dia 12, 1,57%, sendo
cotado a U$27,11/saca, mas no acumulado mensal ainda apresenta mais de 9% de
queda. Essa recente recuperação foi sustentada, em grande parte pelo relatório de
setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reforçou o estreitamento na relação de oferta
e demanda norte-americana e mundial
e indicou estimativa de safra dos Estados
Unidos abaixo do esperado pelo mercado: recuo na produção de 1,3%, saindo
de 80,90 para 79,85 milhões de toneladas.
O volume a ser exportado continua em
27,22 milhões de toneladas e os estoques
permanecem praticamente iguais aos valores divulgados no relatório anterior: 3,67
milhões de toneladas. O USDA indicou
uma safra mundial de 237,99 milhões de
toneladas, contra 237,36 milhões do relatório de agosto. Os estoques de passagem
foram elevados de 49,28 milhões para
51,23 milhões de toneladas.
O número de contratos negociados
na BM&FBOVESPA, de 12 de agosto a 12
de setembro, foi de 12.790. No dia 12 de
setembro, os contratos com vencimento
novembro/08 foram cotados a US$ 28,00/
saca; março/09 a US$ 26,05/ saca; abril/09
a US$ 26,40; e maio/09 a US$ 25,91. O total
de contratos em aberto no mesmo dia foi
8.669.
A exportação da soja em grão cresceu 7,9% no acumulado dos meses de
janeiro a agosto, totalizando 20,1 milhões
de toneladas. Segundo a Secex, o volume
exportado no mesmo período do ano anterior foi 18,5 milhões de toneladas. Em
2008, foram embarcadas 3,75 milhões de
toneladas no porto de Paranaguá. Em 12
de setembro, o prêmio de exportação
da soja negociado no porto de Paranaguá para os embarques março/09 foi de
US$¢–45 /bushel para compra e US$¢–
30/bushel para venda; para maio/09,
US$¢-65/bushel para compra e US$¢–60/
bushel para venda – na mesma data do
mês anterior, os prêmios estavam, respectivamente, entre US$¢–65 e US$¢–70
e entre US$¢–70 e US$¢–65.
Gráfico 1 – Evolução dos preços do mercado futuro da soja na BM&FBOVESPA
Evolução dos preços do mercado futuro da soja na BM&FBOVESPA
31,00
30,00
US$/saca
29,00
28,00
27,00
26,00
12/8/2008
13/8/2008
14/8/2008
15/8/2008
16/8/2008
17/8/2008
18/8/2008
19/8/2008
20/8/2008
21/8/2008
22/8/2008
23/8/2008
24/8/2008
25/8/2008
26/8/2008
27/8/2008
28/8/2008
29/8/2008
30/8/2008
31/8/2008
1/9/2008
2/9/2008
3/9/2008
4/9/2008
5/9/2008
6/9/2008
7/9/2008
8/9/2008
9/9/2008
10/9/2008
11/9/2008
12/9/2008
25,00
nov/08
Fonte: BM&FBOVESPA.
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SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
mar/09
abr/09
mai/09
Milho brasileiro: do quintal
para o mundo
Em Oração do Milho, Cora Coralina define
o milho como “a planta humilde dos quintais
pequenos e das lavouras pobres” (...) “O que
me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.”
A voz comovente da grande poetisa
brasileira que viveu em Goiás e São Paulo entre 1889 e 1985 ainda ecoa verdadeira pelos
cantos do Brasil onde prevalece a agricultura
de subsistência. No entanto, os investimentos em tecnologia e o aumento do consumo
mudaram radicalmente a produção de milho
nas últimas décadas. A lavoura passou da
subsistência para uma vigorosa economia
de mercado: tornou-se um grande negócio
e um dos pilares da indústria de alimentos
no País. O agronegócio brasileiro é um dos
maiores do mundo. E, nesse cenário, o milho
vem, cada vez mais, ganhando importância.
O surgimento do mercado de biocombustíveis transformou o Brasil em grande exportador desse grão.
Negócio global, mercado
regional
Ao mesmo tempo em que se globaliza, o
mercado brasileiro de milho apresenta características regionais diferenciadas que se refletem nos preços de mercado. Custo do transporte, tributação complexa e descompasso
entre a oferta e a demanda são os principais
fatores que explicam as diferenças de preços
entre as diversas regiões brasileiras.
O mercado de milho é bastante volátil,
marcado por grandes oscilações de preços,
que ora penalizam os produtores, ora os consumidores. E volatilidade de preços significa
risco para os negócios. A sofisticação crescente do negócio do milho exige soluções
inovadoras para o gerenciamento do risco de
preços do produto.
É por isso que a BM&FBOVESPA apresenta
um modelo inédito de negociação de milho,
que poderá unir os mercados regional, nacional e mundial.
Novo modelo para o
mercado de milho
O modelo desenvolvido pela Bolsa inclui:
• Contrato futuro de milho com liquidação financeira e formação de preço na
região de Campinas (SP);
• Contratos de opção de compra e de
opção de venda sobre o contrato futuro de milho com liquidação financeira;
• Contrato futuro de base de preço de
milho.
O Brasil tem muitas regiões importantes
na produção, na exportação e no consumo de
milho. Mas Campinas, no interior de São Paulo,
é o local que tem mais peso na formação do
preço do cereal.
O contrato futuro de milho com liquidação financeira negociará o preço do milho
na região de Campinas, não havendo entrega
física do produto.
No último dia de negociação, os participantes que tiverem posições em aberto terão
os contratos liquidados pela média de preços
dos três dias anteriores do Indicador do Preço
do Milho Esalq/BM&FBOVESPA, apurado para a
região de Campinas.
Com base nos preços do contrato futuro de milho com liquidação financeira poderão ser negociados contratos de opções de
compra (call) e de venda (put).
Essa combinação aumenta a eficiência do
hedge ou seguro de preço. Por meio da negociação simultânea de posições no contrato futuro de milho Campinas e no contrato de base
de preço, os agentes de mercado poderão fixar
o preço na própria região de produção ou de
consumo. Isso aumenta a eficiência do hedge,
pois reduz a volatilidade entre o preço em determinada localidade e o preço em Campinas.
Correndo menos riscos, os agentes de mercado brasileiros ganham competitividade em
relação aos concorrentes internacionais.
A Bolsa autorizará a negociação de contratos de base de preços de milho para as regiões mais importantes do País. De início, serão
lançados contratos para Cascavel (oeste do
Paraná), Uberlândia (Triângulo Mineiro), Rio
Verde (sudoeste de Goiás) e no porto de Paranaguá, o principal elo da produção de milho com o mercado internacional.
simulação
Modelo inédito de negociação de milho
Mercados regionais de milho
Mais eficiência na proteção
contra o risco de preço
Um dos atrativos do novo modelo é a
possibilidade de negociação simultânea do
contrato futuro financeiro e do contrato de
base regional de preço.
Vantagens do novo modelo
• Promove a integração do mercado brasileiro de milho, favorecendo a comunicação de
preços entre as principais regiões e o mercado exportador.
• Permite a redução do risco de base e o aumento da eficiência do hedge (seguro de
preço), facilitando a fixação do preço regional por compradores ou vendedores.
• Dá mais visibilidade ao preço e reduz o risco tributário na liquidação por entrega física nos contratos de base, pois nas regiões-base compradores e vendedores estão no
mesmo estado.
• Atrai novos participantes de mercado, como indústrias, cooperativas, produtores e
exportadores.
• Favorece maior participação de investidores financeiros nos mercados futuros e de
opções, ampliando a liquidez.
SÍNTESE
AGROPECUÁRIA
7
Como funcionará o mercado futuro de bases de preços?
A fixação do preço regional do milho será feita por meio de duas operações.
Por exemplo, para fixar o preço do milho em Uberlândia, o vendedor deverá vender um contrato futuro financeiro no preço
de Campinas e, ao mesmo tempo, vender um contrato de base de preço de Uberlândia.
Uma venda em Campinas a R$25/saca de 60kg e uma venda de base a –R$5 (cinco reais negativos) resultam, para o vendedor, na fixação de preço de R$20/saca em Uberlândia.
A partir daí, o vendedor terá duas alternativas: desmontar a operação a qualquer momento, comprando um contrato futuro de base Campinas e um contrato de base Uberlândia; ou esperar até o vencimento dos contratos para liquidar a sua posição
por meio da entrega física, de acordo com os procedimentos definidos pela Bolsa.
SÍNTESE
15|9|2008 | 329 | Ano10
AGROPECUÁRIA
15| 5 |2008 | 321| ano 10
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