XXII CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
Tema: Constituição Democrática e Efetivação dos Direitos
Missão da Corregedoria: o advogado e o juiz.
O Brasil tem experimentado um vertiginoso crescimento no
movimento processual. Ano após ano, a distribuição de processos tem
aumentado de forma geral no Poder Judiciário brasileiro. No caso da
Justiça Federal, o projeto Justiça em Números, do Conselho Nacional de
Justiça, no seu relatório de 2014, informa que temos uma distribuição com
mais de três milhões de processos por ano. Por mais que a produtividade
faça com que haja uma baixa sempre um pouco maior, vê-se muita
dificuldade para reduzir um acervo pendente que somente aumenta, ano
após ano.
Esse é o problema mais sentido pelos jurisdicionados. Apesar de
termos conta de que houve um incremento de produtividade no sistema
judiciário nacional, como um todo, tal ganho não se traduziu na eficiência
resolutiva buscada pelas partes que litigam. O que fazer?
Nesta palestra, eu vou indicar algumas providências que têm sido
tomadas pelo Conselho Nacional de Justiça e, especificamente, pelo
Conselho da Justiça Federal. Elas envolvem uma mudança de perspectiva
que foi sendo construída ao longo dos anos por vários corregedores. É
preciso inovar no âmbito do Poder Judiciário brasileiro. Há boas soluções
gerenciais que têm sido construídas. Contudo, é preciso inovar mais e os
órgãos de acompanhamento administrativo do Poder Judiciário possuem
um importante papel para isso.
Não focalizarei minha exposição no Conselho Nacional de Justiça e
na sua Corregedoria, hoje dirigida pela minha colega, a competente
Ministra Nancy Andrighi. Tratarei apenas do Conselho da Justiça Federal,
cuja Corregedoria e Centro de Estudos Judiciários eu tenho a honra de
dirigir.
A Justiça Federal brasileira foi instituída, na sua face atual, na
estrutura fixada pela Lei n. 5.010/1966. Havia previsão de seu
funcionamento desde a instauração da República, em 1890, bem como foi
instituído um Tribunal Recursal específico para suas demandas,
denominado Tribunal Federal de Recursos. Porém, somente em 1966 houve
a formação de uma separação judiciária na primeira instância, com a
criação de seções judiciárias e magistrados dedicados à apreciação de
demandas que envolvem a União e suas parcelas estatais. Antes, tal
jurisdição era exercida por magistrados estaduais, com o reexame
obrigatório por parte do Tribunal Federal de Recursos.
A mesma lei que instituiu as cinco regiões judiciárias federais
também previu, além da manutenção do Tribunal Federal de Recursos, a
criação de um órgão de coordenação para a Justiça Federal como um todo:
o Conselho da Justiça Federal.
Alguns autores contemporâneos bem indicam que a Constituição
Federal de 1988 pode ser entendida realmente como um símbolo
expressivo da grande transição civilizacional que o Brasil atualmente
experimenta. De fato, o processo social e político que construiu a
redemocratização e a Assembleia Nacional Constituinte foi um raro
momento em nossa história. A frase do meu querido conterrâneo Teotônio
Vilela sintetiza o espírito dos democratas que sonhavam com a construção
de uma nova democracia para o Brasil:
“Lutar pela liberdade já não é rara façanha do civismo
pela honra da nacionalidade. É, também e imperiosamente,
a condição do homem na conquista da própria identidade.”
Para sermos verdadeiramente brasileiros, era imperioso participar em
prol da construção de um novo país, sintonizado em novo regime político,
no qual a democracia iria figurar como o espaço central apto a viabilizar o
encontro entre as diferenças. Tendo claro que o nosso país possui enorme
dívida social, estava claro que a expansão de direitos deveria figurar como
elemento central da construção de 1988. Existem diversas inovações em
termos de garantias de direitos sociais no seu texto. Todavia, o mais
importante é notar que a Lei Maior previu uma arquitetura apta a ser
preenchida com práticas sociais em prol da expansão destes mesmos
direitos.
A Carta Cidadã de 1988 reordenou o Estado e previu um arcabouço
normativo para a construção de uma agenda em prol de direitos que houve
por colocar o Poder Judiciário em uma evidência nunca antes
experimentada no Brasil. Isso não quer dizer que a Justiça não tinha
importância anteriormente. É certo que tinha. Todavia, apenas mostra
como, em muito pouco tempo, houve vertiginosa expansão na demanda por
serviços judiciais.
A conjunção entre a previsão de direitos e a possibilidade de acessálos é o que explica a atual situação experimentada por todos aqueles que
labutam diuturnamente nos corredores da Justiça: jurisdicionados,
magistrados, promotores e advogados.
Em suma, a atual expansão de demanda está ligada às inovações.
Boas e necessárias inovações.
Mas, como lidar com os desafios?
Assim, será somente com mais e melhores inovações que poderemos
fazer frente aos desafios impostos pelas novas situações sociais. O
Conselho da Justiça Federal e sua Corregedoria Nacional têm sido
marcados pelo debate em prol de soluções e inovações. A atual
conformação do Conselho da Justiça Federal deriva da Emenda
Constitucional nº 45/2004, nomeada como “Emenda da Reforma do
Judiciário”. Essa alteração constitucional também criou o Conselho
Nacional de Justiça e pugnou não somente pela mera reordenação
administrativa dos órgãos judiciais do Brasil. Nela também havia uma
teleologia relacionada à melhora dos serviços prestados, bem como o
incremento na qualidade da gestão. No caso do Conselho da Justiça
Federal, nova estrutura orgânica foi definida pela Lei nº 11.798/2008, na
qual se ergueram as novas bases para a atuação deste importante colegiado.
Com a nova lei, o Ministro Coordenador-Geral passou a ser o CorregedorGeral da Justiça Federal e passou a ter atribuições correcionais em relação
ao sistema judiciário federal. Assim, além de funções relacionadas à
administração do Centro de Estudos Judiciários e dirigidas à visão
prospectiva, foi também agregada a uma atividade de acompanhamento no
rol de atribuições do ministro que assume tal cargo.
A função corregedora, embora tenha, historicamente, como sua
tarefa mais reconhecida a atividade de fiscalização, é exercida, todavia,
dentro de um círculo mais amplo. Engloba funções fiscalizadoras,
disciplinares, normativas e, também, de administração em sentido estrito.
Em suma, é esperado – cada vez mais – que a Corregedoria-Geral da
Justiça Federal seja um novo modelo de órgão correcional. Portanto, é
esperado o ultrapassar de uma atuação punitiva em prol de mais ações
prospectivas. Assim, é um caminho no qual se define que a CorregedoriaGeral é órgão de apoio e que deve auxiliar, orientar e não somente
penalizar.
Atualmente, a atuação do Poder Judiciário deve ser toda pautada em
prol da efetivação dos direitos fundamentais e sociais. É isso o que a
sociedade brasileira espera. Que o Poder Judiciário seja – verdadeiramente
– um produtor de Justiça.
Para tanto, o Poder Judiciário não pode ser compreendido como
mero aplicador técnico da lei. Sua atuação precisa – sem perder o horizonte
da aplicação clássica da lei – estar atenta aos interesses da sociedade e aos
seus anseios. A decisão judicial, especialmente tendo em conta o papel
relevante da jurisprudência, entrega mais do que solução de um conflito
com atenção às normas jurídicas. Ela também serve como baliza para
condutas futuras.
Um exemplo é pensar na reiterada atuação judicial no sentido de que
uma interpretação legalmente fundada estaria equivocada e que gera a
alteração do diploma normativo, posteriormente, pelo Congresso Nacional,
com atenção à consolidada interpretação dos tribunais. Há diversos projetos
de lei nesse sentido. Especialmente, eu me recordo de um, que propõe a
inclusão da previsão legal do assédio moral e sexual no serviço público
como conduta típica no rol da improbidade administrativa. Esse projeto de
lei faz menção direta aos julgados da Segunda Turma do Superior Tribunal
de Justiça, que apreciou alguns casos emblemáticos de assédio moral e de
assédio sexual no serviço público.
Assim, como bem coloca Paulo Bonavides, cada vez mais
precisamos concretizar um caminhar do Estado liberal para o Estado social.
No primeiro, a intervenção do Poder Judiciário era entendida como restrita,
ou seja, ela somente ocorria quando eram violados direitos ligados ao
paradigma jurídico clássico (propriedade, liberdade, etc.). No Estado social,
o Poder Judiciário se volta para questões mais complexas, típicas do
desenvolvimento de uma sociedade que possui um conjunto muito mais
amplo de demandas.
Nesse sentido, para concretizar direitos sociais – como moradia,
educação, saúde, etc. – são necessárias novas fórmulas de interpretação do
direito, que atentem aos direitos fundamentais como parte essencial dos
julgamentos. Em síntese, o juiz deve mudar o seu papel de aplicador formal
das normas para interpretar o direito de acordo com a realidade social de
sua época.
Para lidar com os desafios, como mencionado, é exigida nova
atuação. A Corregedoria-Geral da Justiça Federal está atenta ao seu papel
de colaboração para com o Conselho Nacional de Justiça e com os demais
órgãos do Sistema de Justiça para ajudar na tarefa de melhorar a gestão
judiciária brasileira.
O seu maior papel é de ajudar os magistrados federais a encontrar
soluções que possam ser vertidas ao seu cotidiano. Um bom exemplo é a
informatização. No Superior Tribunal de Justiça, a informatização é
considerada como caso efetivo de sucesso. Os processos eletrônicos são
manuseados com facilidade, os seus autos são disponibilizados com
celeridade e o peticionamento digital é funcional aos advogados, aos
servidores e aos julgadores. O desafio maior da informatização na Justiça
Federal é estender os sistemas informatizados para todos os órgãos
julgadores, com a calma que tal processo exige e, assim, paulatinamente,
ter essa poderosa ferramenta em prol da aceleração dos julgamentos.
Exemplifico.
O Ministro Presidente do Conselho da Justiça Federal – e do
Superior Tribunal de Justiça – acaba de publicar a Resolução nº 309/2014,
que regulamenta o processo judicial eletrônico no âmbito da Turma
Nacional de Uniformização (TNU) dos Juizados Especiais Federais. Essa
regulamentação segue marcha inexorável em prol da digitalização dos
acervos de processos, bem como para a inevitável informatização dos
julgamentos.
Porém, não basta que o Poder Judiciário se prepare para a inovação.
É clássica a frase:
“Sem advogados, não há Justiça. Sem Justiça, não há
Democracia.”
Em consequência, estou certo de que podemos adicionar na frase
anterior, de modo adequado aos novos tempos: “Sem advogados, não
haverá inovação no Poder Judiciário”. São os advogados que auxiliarão no
desenvolvimento das instituições judiciais. Afinal, são eles que transportam
as demandas dos jurisdicionados para o debate judicial e que lutam – de
forma apaixonada – pelas teses que defendem.
Não é por outro motivo que, no período em que me ocupei com a
Ouvidoria do Superior Tribunal de Justiça, fiz questão de estabelecer
cooperação técnica entre o nosso órgão e a Ouvidoria da Ordem dos
Advogados do Brasil. É muito importante que o Poder Judiciário abra
espaço para uma atuação colaborativa com as entidades representativas da
advocacia, uma vez que a nossa Constituição Federal identifica que os
advogados são essenciais ao bom funcionamento da Justiça. O que é uma
verdade incontestável!
A palavra advogado deriva do latim “ad-vocatus”, que significa
aquele que é chamado em defesa. Desse modo, o advogado é aquele
convocado para defender uma pessoa ou uma causa em busca da
concretização da Justiça. Ainda mais, o advogado é aquele que exerce tal
defesa em nome da sua vocação. Essa vocação é a mais nobre de todas,
pois é a missão de ser a voz dos insatisfeitos. É ela que permite que as
súplicas sociais sejam ouvidas pelos magistrados e, assim, possam ser
dirimidas as controvérsias, em prol da adjudicação de Justiça!
O reconhecimento social da importância e do papel do advogado em
nosso ordenamento jurídico começa na própria Constituição Federal de
1988, a qual, no seu art. 133, estatui que:
“O advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício
da profissão, nos limites da lei.”
Logo, é a Carta Magna que reconhece ao advogado a função
essencial e primordial de efetivação da Justiça. Com o advento da lei que
firmou o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados, Lei nº
8.906/1994, a expressão foi reiterada, no seu art. 2º:
“O advogado é indispensável à administração da justiça.”
No mesmo diploma legal, no parágrafo único do art. 2º, está
insculpido que:
“No seu ministério privado, o advogado presta serviço
público e exerce função social.”
É exatamente esse o tema no qual nos encontramos. A passagem de
um Estado liberal para um Estado social, que exige dos juristas um papel
interpretativo diverso, no qual se pugne pela concretização dos direitos
sociais. Tanto o poder constituinte originário quanto o legislador nacional
reconheceram a função social da advocacia e a necessidade de colaboração
com o Poder Judiciário, para que haja a possibilidade de efetivação da
Justiça.
Os advogados são mais do que usuários da Justiça. Eles são parceiros
na luta por Justiça. Sem os advogados, não é possível que o Poder
Judiciário realize a sua função social. Logo, há que entender e reconhecer
como os advogados possuem relevância para o sistema judiciário, de modo
a possibilitar a atuação conjunta.
O funcionamento do sistema de justiça deve ser pautado pela oferta
de mais possibilidades de atuação livre dos advogados em prol de suas
teses e na defesa de seus representados. Foi com base nesse entendimento
que a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou precedente no
qual reconheceu que a Ordem dos Advogados do Brasil pode ajuizar ações
civis públicas em quaisquer temas que sejam afetos à atuação cidadã. Foi o
Recurso Especial 1.351.760, oriundo de Pernambuco. Transcrevo a ementa:
“PROCESSUAL CIVIL”. ADMINISTRATIVO. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL. CONSELHO SECCIONAL. PROTEÇÃO DO
PATRIMÔNIO
URBANÍSTICO,
CULTURAL
E
HISTÓRICO.
LIMITAÇÃO
POR
PERTINÊNCIA
TEMÁTICA. INCABÍVEL. LEITURA SISTEMÁTICA DO
ART. 54, XIV, COM O ART. 44, I, DA LEI 8.906/94.
DEFESA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DO ESTADO
DE DIREITO E DA JUSTIÇA SOCIAL. 1. Cuida-se de
recurso especial interposto contra acórdão que manteve a
sentença que extinguiu, sem apreciação do mérito, uma ação
civil pública ajuizada pelo conselho seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil em prol da proteção do patrimônio
urbanístico, cultural e histórico local; a recorrente alega
violação dos arts. 44, 45, § 2º, 54, XIV, e 59, todos da Lei n.
8.906/94.
2. Os conselhos seccionais da Ordem dos Advogados do
Brasil podem ajuizar as ações previstas - inclusive as ações
civis públicas - no art. 54, XIV, em relação aos temas que
afetem a sua esfera local, restringidos territorialmente pelo art.
45, § 2º, da Lei n. 8.906/84.
3. A legitimidade ativa - fixada no art. 54, XIV, da Lei n.
8.906/94 - para propositura de ações civis públicas por parte da
Ordem dos Advogados do Brasil, seja pelo Conselho Federal,
seja pelos conselhos seccionais, deve ser lida de forma
abrangente, em razão das finalidades outorgadas pelo
legislador à entidade - que possui caráter peculiar no mundo
jurídico - por meio do art. 44, I, da mesma norma; não é
possível limitar a atuação da OAB em razão de pertinência
temática, uma vez que a ela corresponde a defesa, inclusive
judicial, da Constituição Federal, do Estado de Direito e da
justiça social, o que, inexoravelmente, inclui todos os direitos
coletivos e difusos.
Recurso especial provido.”.
(REsp 1.351.760/PE, Rel. Ministro Humberto Martins,
Segunda Turma, julgado em 26.11.2013, DJe 9.12.2013.)
O entendimento anterior – reproduzido nos vários tribunais do país –
limitava materialmente as ações civis públicas da OAB somente à defesa
das prerrogativas dos advogados. Não! Era preciso reconhecer que a Ordem
dos Advogados do Brasil é uma entidade social com espectro bem mais
amplo que a defesa da classe. A OAB é defensora da sociedade brasileira,
da democracia e da justiça.
Atuar no Poder Judiciário para reconhecer a necessária liberdade de
atuação da Ordem dos Advogados do Brasil é imperativo para que
possamos aprofundar a jornada em prol do aumento da democracia e da
justiça social. Como disse Rui Barbosa, magistral jurista e Presidente do
Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), antes da criação da Ordem:
“A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança. É,
sobretudo, o maior elemento de estabilidade das
instituições.”
Não poderia ser mais claro.
A inovação no Poder Judiciário precisa continuar.
Não obstante, para que ela se aprofunde, é completamente necessário
que os advogados – e a Ordem – possam ter a sua devida liberdade de
atuação.
Somente assim é que poderemos concretizar as promessas do Estado
social, de forma humana, justa e fraterna.
Sem advogado, não há Justiça.
Sem Justiça, não há cidadania. Advogado valorizado, cidadão
respeitado.
Afirmo, ainda, que a linha entre o advogado e o juiz é horizontal.
Existem autonomia e independência em cada uma das instituições;
mas todas – advogado e juiz – são essenciais à administração da Justiça.
Dessarte, não há hierarquia, mas, sim, harmonia entre a Magistratura
e a advocacia.
Como forma de atender o cidadão, o STJ pretende priorizar o
julgamento de recursos repetitivos. Pretende, ainda, colocar em julgamento
casos em que os cidadãos brasileiros mais demandam a justiça, como
aquelas ações envolvendo bancos, telefônicas e órgãos de governo. Outra
prioridade é dar preferência ao andamento de inquéritos e ao julgamento de
ações penais contra governadores, desembargadores e conselheiros dos
Tribunais de Contas Estaduais, evitando o sentimento de impunidade pela
população, parafraseando discurso de posse do Presidente do STJ, Ministro
Francisco Falcão.
A sociedade necessita de uma magistratura consciente de sua missão,
de uma justiça produtiva, de qualidade, que dê efetividade à prestação
jurisdicional com brevidade, fazendo do direito instrumento de
transformação social.
Magistratura disposta ao sacrifício, consciente de que toda a
sociedade contribuiu para a sua formação e continua responsável pelo
sustento da estrutura da qual integra. Magistratura pronta a solucionar
problemas, não a eternizá-los. Hábil a se servir de hermenêutica para
atingir o melhor resultado, não para se subordinar a uma estéril satisfação
procedimental. Apta a oferecer seu talento para a conciliação, para a
negociação, para a transação. Satisfeita por conviver com todas as demais
alternativas de pacificação da sociedade e de soluções de conflitos.
Magistratura convicta de que, se o processo continua a ser a fórmula
mais civilizada de resolver controvérsias, nem por isso é a mais rápida, a
mais eficiente e a menos dispendiosa, palavras do Presidente do TJ/SP,
Desemb. José Renato Nalini, ao publicar artigo “O Juiz Ideal e o Juiz
Possível”.
O advogado é o agente pacificador da sociedade contribuindo com a
suas teses na figura principal do juiz conciliador do século XXI. Um juiz
cônscio de seus deveres, que possa perceber o que existe oculto ou
implícito no debate sobre a excessiva judicialização. Um juiz
consequencialista, um juiz que se considere concretizador das promessas
do constituinte, artífice da paz e não decorador de textos para fazer que a
vontade fria da letra da lei caia sobre a exuberante realidade fenomênica.
Hoje, a Magistratura tem de buscar além da eficiência, da efetividade
e da celeridade do processo, evidentemente em números, a qualidade de
prestação jurisdicional. Essa qualidade é medida a partir do grau de
satisfação do cidadão com a decisão do Judiciário. Essa é a nossa missão, a
nova politica que a Corregedoria deve ter para o Judiciário brasileiro.
Há tempo para tudo. Agora é tempo de terminar.
A justiça no Brasil é viável. Juntos, Magistratura e advocacia no
aperfeiçoamento do estado de Direito e na defesa da Cidadania. Apresento
a seguinte oração: “Sem advogado não há justiça, sem justiça não há
cidadania”. Nós, juízes e advogados somos inquilinos do poder,
proprietários do poder, o cidadão!
Deus abençoe as nossas instituições a serviço da CIDADANIA.
Muito obrigado.
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palestra missão da corregedoria