Fenômenos
Cadavéricos
Ricardo Gonçalves
Roberto Henrique
Rodolfo da Silva Queiroz
Rodolfo Silva Queiroz
Rodrigo Andrade da Silva
Rodrigo Figueiredo
Severino Vilas-Boas
Stephanie Drubi
Tássia Fernanda
Thaís Barreto
Thaís Lima
Thais Siqueira
Thales George
Thays Amaral
Tiara Magalhães
Ticiana Vilar
Verônica Araújo
Vinícius Fernandes
Salvador – BA, 11 de maio de 2010
Diagnóstico da realidade de morte




CONCEITO
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS
FENÔMENOS ABIÓTICOS
CONSECUTIVOS
FENÔMENOS TRANFORMATIVOS
CONCEITOS

A morte é conceituada como a cessação dos fenômenos
vitais, pela abolição das funções cerebral, respiratória e
circulatória;

Não é um momento ou instante, mas sim um processo
gradativo que não se sabe quando se inicia ou quando
termina.
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS



Perda da consciência
Perda da sensibilidade: Abolição das sensações táteis,
térmicas e dolorosa;
Abolição da motilidade e do tônus muscular


•
•
Máscara da morte
Abertura das pálpebras e dilatação das pupilas
Relaxamento do esfíncter anal e dos músculos mastigadores.
Este fenômeno pode ser observado pela sinal de Rebouillat.
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS

Cessação da respiração:

Cessação da circulação


Modificações do globo ocular: esvaziamento da a.central da
retina, interrupção da coluna sanguínea das veias da retina e
descoramento da coróide.
Cessação da atividade cerebral: EEG
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS OU
MEDIATOS
 Desidratação cadavérica
 Esfriamento cadavérico
 Manchas de hipóstase cutânea
 Rigidez cadavérico
 Espasmo cadavérico
DESIDRATAÇÃO


•
•
•
Ocorre por evaporação tegumentar resultando em:
Decréscimo de peso→ Recém-nascido: perda 8 g/Kg/dia;
Pergaminhamento da pele → dessecamento e endurecimento;
Dessecamento das mucosas dos lábios → consistência dura e
tonalidade pardacenta ;
Modificação dos globos oculares → tela viscosa, perda da
tensão do globo ocular, turvação da córnea e mancha negra da
esclerótica
Turvação da córnea
Mancha negra da esclerótica
Sinal de Sommer e Larcher.
Esfriamento cadavérico
A velocidade da perda de calor depende de uma série de fatores:
•
•
•
•
Panículo adiposo
Idade extremas
Mortes por doenças crônicas e grandes hemorragias
Mortes por intoxicação ou por doenças infecciosas agudas
O diagnóstico da realidade da morte pela temperatura é admitido
quando a temperatura retal atingir 20°C.
Manchas de hipóstase cutânea
•
•
•
•
Aparecem de 2 a 3 h após a morte e sua distribuição varia com
a posição do cadáver, aparecendo em regiões de declive;
Fixam-se após 12 horas da morte;
Valor Médico-Legal: estimativa do tempo de morte e mudanças
na posição do cadáver;
Difíceis de serem visualizadas em pessoas negras .
Rigidez cadavérica
Estado de contratura muscular, resultante de vários fatores decorrentes
da suspensão de oxigênio celular:
•



Começa entre 1 e 2 h depois da morte, chegando ao máximo após
8h e desaparece depois de 24h
Lei de Nysten: facemandíbula e pescoço  MMSS  tronco  MMII
Desaparece na mesma ordem, quando se inicia a putrefação.
Espasmo cadavérico
o
•
•
Rigidez abrupta, generalizada e violenta, sem o relaxamento
muscular que precede a rigidez comum;
Fenômeno raro e pouco compreendido;
Importância médico-legal : fixação da última atitude da vítima.
 Destrutivos
Autólise;
Putrefação
e;
Maceração.
 Conservadores
Mumificação;
Saponificação;
Calcificação
Corificação.
e;
•
•
•
•
•
Série de fenômenos fermentativos anaeróbicos que
se verifica na intimidade da célula, motivados pelas
próprias enzimas celulares;
Não tem interferência bacteriana;
Apresenta 2 fases: LATENTE (citoplasma) e
NECRÓTICA (núcleo);
Representa a apoptose celular.
Detectada pela variação do pH dos tecidos: Sinais
baseados na alteração da cor do papel de tornassol.
França, 8ª edição,cap 35, pg:349
•
Decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação
de diversos germes e alguns fenômenos daí decorrentes;
•
Autólise→desorganização do corpo→transformação em
substâncias mais simples;
•
Germes aeróbios,anaeróbios e facultativos;
•
O intestino é o ponto de partida, com exceção dos RN e
fetos;
•
Os 1° sinais se dão no abdome: mancha verde
abdominal;
•
A marcha da putrefação varia conforme a ação de fatores
intrínsecos (idade, causa mortis, constituição) e fatores
extrínsecos ( temperatura, aeração, higroscopia do ar).
Marcha da putrefação

Período de Coloração

•
•
•
•
•
Geralmente inicia-se pela mancha verde abdominal,
localizada na fossa ilíaca direita, difunde-se por todo o
abdome, tórax, cabeça e membros;
Ocorre entre 20-24 horas;
Tonalidade esverdeada→verde-enegrecido→cadáver
escuro;
Fetos:devido ao conteúdo estéril intestinal, inicia-se pela
parte superior do tórax, pescoço e face;
RN:invade o cadáver por todas as cavidades do corpo, por
via externa, principalmente via respiratória;
Afogados: a coloração começa pela cabeça e parte superior
do torax.
Início - CECO
Secreção/espasmo
GENERALIZAÇÃO DA COLORAÇÃO ESVERDEADA
Marcha da putrefação

Período Gasoso
•
Gases de putrefação (enfisema putrefativo) com bolhas
na epiderme, de conteúdo líquido hemoglobínico;
•
Cadáver com aspecto gigantesco (face, abdome e orgãos
genitais masculinos)→ posição de lutador.
•
↑↑ gases→ ↑↑pressão sobre o sangue → periferia+
destacamento da epiderme →esboço de desenho
vascular: circulação póstuma de Brouardel;
•
Teste para avaliar presença de gases: sais de chumbo
neutro, como acetato, cuja a reação dá um composto de
tonalidade enegrecida.
Circulação póstuma de Brouardel

Período Coliquativo
•
•
•
•
Manifesta-se pela dissolução pútrida do cadáver;
↓ do volume de partes moles→ desintegração dos
tecidos → corpo perde sua forma→ epiderme se
desprega da derme →esqueleto recoberto por massa
de putrilagem →os gases se evolam → surgimento de
grande número de larvas de insetos;
Evolução varia de acordo com as condições do corpo
e do terreno: 1 mês a vários meses;
Podem ser evidenciados nesta fase, alguns sinais
provenientes de morte violenta.
Marcha da Putrefação

Período de Esqueletização - 3 a 5 anos
É o resultado final do processo destrutivo do cadáver e este se
apresenta com os ossos quase livres presos apenas por alguns
ligamentos articulares;
•
A cabeça se destaca do tronco; a mandíbula se desarticula; as
costelas se destacam do esterno e das vértebras e os ossos longos dos
MMII e MMSS se soltam;
•
Os ossos resistem por muito tempo, porém aos poucos vão perdendo
sua estrutura e tornando-se mais frágeis e menos densos;
•
Bioquímica da putrefação
 Importância no estudo da estimativa do tempo de morte
•
“Marcha do homem ao pó”. Ocorre desintegração e destruição das estruturas
orgânicas e decomposição de proteínas, glicídios, lipídios, alcoóis e ácidos em
substâncias mais simples (oxi-redução);
•
Há produção de grande quantidade de gases  odor fétido
•
As Ptomaínas = mistura de substâncias básicas
• Primeiras fases da putrefação: Trimetilamina
• Após 7 dias: midaleína
• Após 14 dias: Cadaverina e Putrescina
•
Surgem 2 a 4 dias após a morte, aumentam em torno do 20º dia e
desaparecem na fase final da putrefação;
•
Isoladas por técnicas especiais como a Stas;
Dependem da presença ou ausência de oxigênio, só desenvolvem na
presença de água e evoluem bem de 20 a 23oC.
Bacteriologia da putrefação
•
Nesse processo há ação dos germes provenientes do meio exterior assim
como da flora fixa e permanente do intestino (mais importantes);
•
A putrefação começa com a ação de bactérias aeróbias (Bacillus coli,
Proteus vulgaris, Bacillus subtilis) seguindo os germes aeróbios facultativos
que consomem todo o oxigênio restante (Bacillus putrificus coli, Bacillus
liquefaciens, vibrião séptico) e em seguida os germes anaeróbios (Bacillus
putridus gracilis, Bacillus magnus anaerobius, Clostridium sporogenes)
•
Ação dos germes: aparelho digestivo  veias, artérias e linfáticos do abdome
 restante do corpo
•
Pode-se encontrar outros germe provenientes do meio externo em especial
aqueles que concorreram para a morte: streptococos, stafilococos, bacilo
Koch , bacilo tífico .

Processo especial de transformação do cadáver do
feto no útero materno, do 6 ° ao 9 ° mês de
gravidez.
•
Asséptico

•
Séptico


Fetos retirados do útero post morten
Cadáveres mantidos em meio líquido sob ação
bacteriana
Destacamento de amplos retalhos de tegumentos
cutâneos que se assemelham a luvas. Permanência
por tempo aumentado das impressões digitais
Processo transformativo conservador do cadáver


Artificial: embalsamento
• Realizado a pedido dos familiares ;
• Realizado para fins didáticos
Natural: condições que permitam a rápida desidratação ,
impedido ação microbiana;
• Criptas

Cadáver mumificado:
•
•
•
•
•
•

Redução de peso;
Pele dura, seca, enrugada e de tonalidade escurecida;
Volume da cabeça diminuído;
Traços fisionômicos vagamente conservados;
Destruição de músculos, tendões e vísceras;
Dentes e unhas bem conservados;
Importância médico-legal deste processo : diagnóstico da
causa da morte e identificação do cadáver.



Transformação do cadáver em substância untuosa, mole e
quebradiça, dando uma aparência de CERA ou SABÃO.
Início após o período da putrefação, em geral 06 semanas, que
origina os ácidos graxos livres que esterificam-se em contato com
elementos minerais do solo.
Fatores predisponentes
•
•
•
•

Idade (crianças);
Sexo (mulheres);
Obesidade;
Determinadas doenças (degeneração gordurosa)
Controvérsia quanto ao tipo de tecido que sofre saponificação
• Apenas gorduras X todos os tecidos


Calcificação
•
“Petrificação” do corpo;
•
Litopédios: crianças de pedra;
Corificação
•
•
Pele de cor e aspecto de couro curtido recente;
Preservação relativa da estrutura muscular e partes
moles, além da presença de líquido viscoso, turvo e
castanho-amarelado.



Submissão do cadáver a baixíssimas
temperaturas;
Conservação das estruturas ;
Oportunidades de identificação e diagnósticos
mais precisos (ponto de vista médico-legal).



Aproximação tão precisa quanto possível:
• Importância jurídica
Morte como processo gradativo e não instantâneo:
• Órgãos e sistemas com tempos distintos de
morte;
• Conceito jurídico X Conceito biológico;
“Síndrome da Morte”: estimativa do tempo de
morte pela análise dos fenômenos cadavéricos.

Temperatura corpórea→temperatura do ambiente
•
•
•
Dependente de fatores como idade, causa mortis,
compleição física;
Curva cadavérica do resfriamento (até 12h pós morte);
H= (N – C) : 1,5




H= tempo calculado
N= T° retal normal (37,2°C)
C= T° retal do cadáver ao exame
1,5 = k (resfriamento a 1,5°C por hora)
•
•
Livores de Hipóstase
– Surgimento variável: ≈ 2h pós morte e fixação
em torno de 12h post mortem.
Rigidez Cadavérica
– 1-2h: mandíbula e nuca;
– 2-4h: MMSS;
– 4-6h: mm torácicos e abdominais;
– 6-8h: MMII
– Flacidez Muscular (Lei de Nysten)

Gases de putrefação
•
•
•


1° dia: gases não-inflamáveis (bactérias
aeróbias- CO2);
2°-4°: gases inflamáveis (bactérias
facultativas- H2 e Hidrocarbonetos);
A partir do 5°dia: gases não-inflamáveis
(azoto, Hidrogênio e amônias);
Perda de peso
Importância relativa
•
Em RN e em crianças: ↓ 8g/Kg de peso por dia
(primeiras 24h).
•
Mancha verde abdominal
–
–
–
•
Em fossa ilíaca direita (sulfoxiemoglobina);
Entre 24-36h pós morte (mais precoce em regiões de
clima quente);
Extensão por todo o corpo no 3°-5° dia (Circulação
Póstuma de Brouardel).
Cristais no sangue putrefeito
–
–
Cristais de Westenhofer-Rocha-Valverde;
Após 3°dia de morte.
 O ponto crioscópico afasta-se à medida que evolui o
tempo de morte;

Crioscopia normal do sangue: - 0,57°C.



Pêlos da barba crescem 0,021mm/h;
Quanto a digestão:
• Fase inicial: 1-2h morte
• Fase final: 4-7h morte
• Estômago vazio: + de 7h
Dados grosseiros, mas associados a outros
fenômenos, podem-nos conduzir a uma margem
aproximada do tempo de morte.


Útil em mortes noturnas, pp. quando se
tem idéia que o indivíduo recolheu-se.
Situações
•
•
•
Bexiga vazia: morte nas 2 primeiras horas
Bexiga cheia: 4-8h
Bexiga repleta: indica tempo prolongado em estado
de inconsciência (coma, envenenamento ou
soníferos).


Paralisação da circulação dos vasos retinianos →
fragmentação da coluna sanguínea → anel
isquêmico perivascular e desaparecimento dos
vasos (arteríolas, vênulas, Aa. e Vv.);
Tabela de Reimann e Prokop:
• 5hrs post mortem: *desap. das arteríolas
• 15hrs: *desap. das Aa.
• 20hrs: *anel isquêmico de 4-5 diâmetros
papilares
• 30hrs: *desap. das Vv.
• 40hrs: *retina de cor branco-acinzentada
• 90 a 100hrs: * irreconhecível



Método: fórmula, na qual integram temperatura
corporal + elementos constitutivos do LCR
(ácidos aminados, nitrogênio não-protéico e ácido
láctico).
LCR não pode estar contaminado com sangue
Dificuldades:
• cadávares de morte violenta
• obtenção do LCR em cadáver em decúbito
lateral
• em posição vertical é difícil ser positiva.




Os volumes de líquidos perdidos são medidos
indiretamente, levando-se em conta as
quantidades de água que possam ser introduzidas
até o reenchimento e o pleno estabelecimento da
pressão ocular, aprox. à do vivo;
Indicado nas primeiras 24h;
4 h post mortem: globo ocular absorve 0,1ml do
líquido introduzido;
0,02ml/h, num total de 0,4ml em 24h.
•
A concentração de K⁺ do humor vítreo aumenta à
medida que se distancia a hora da morte;
•
Teste com limite nas primeiras 20h;
•
Engloba mortes violentas e as por antecedentes
patológicos (súbitas ou agônicas);
•
•
Concentração de K⁺ ao morrer no humor vítreo:
- mortes violentas: 4,64 mEq/l
- mortes com antecedentes patológicos: 4,42 mEq/l
Aplicação: casos de determinação da primoriência, em
sinistros de aviação ou de outro qualquer meio de
transporte.

Perda das propriedades vitais post mortem
•
•
•
•
•
•
Epitélio respiratório com movimentos fibrilares até 13h;
Espermatozóides com mobilidade até 36hrs
Musculatura que reage à excitação elétrica ou mecânica
até 6h;
Atropina dilatando pupila até 4h;
Glândulas sudoríparas que reagem à excitação elétrica
até 30h;
Córnea com vitalidade até 6h.




Estudo e da aplicação dos insetos e dos outros artrópodes
relacionados com o interesse da Medicina Legal;
Testado só em cadáveres expostos ao ar livre e aos cadáveres
inumados;
Fatores que influenciam a chegada e colonização dos insetos:
•
Clima (temperatura e umidade)
•
Comportamento noturno
• Efeitos de drogas e tóxicos
8 turmas distintas:
•
1ª legião: dípteros que aparecem até 8-15 dias
•
2ª legião: de 15-20 dias, de acordo com a temp. ambiental
•
3ª legião: 20 dias até 6 meses, com excessiva destruição
•
4ª legião: surgem após fermentação butírica das matérias
graxas.

Estudo
aparentemente
sem
nenhuma
importância, mas com alguns ajustes, pp. sobre
o surgimento dos diversos grupos micóticos,
pode ajudar muito nos casos de cadáveres
encontrados à intempérie ou enterrados com fins
de ocultamento.

Corpo flácido, quente e sem livores: < 2 h

Rigidez nuca e mandíbula, esvaziamento papilas oculares:
2–4 h

Rigidez MMSS, nuca e mandíbula; livores ↑ e anel
isquêmico de ½ diâmetro papilar: 4–6 h

Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, sem mancha
verde abdominal e desaparecimento Aa. do fundo de olho:
8-16h

Rigidez generalizada, mancha verde abd., desaparecimento
Aa. fundo olho: 16-24 h

Mancha verde abd., início flacidez e papilas e máculas
fundo de olho: 24-48 h
Calendário da Morte
Extensão mancha verde e fundo olho reconhecível só na periferia:
48-72 h
Fundo de olho irreconhecível: 72-96 h
Desaparecimento das partes moles do corpo e presença de insetos:
2-3 anos
Esqueletização completa: > 3 anos




França. Medicina Legal, 8ª edição, 2007;
Gomes, Hélio. Medicina Legal, 2003;
http://www.justitia.com.br/revistas/37756a
.pdf
http://www.malthus.com.br/mg_total.asp?i
d=235
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DIAGNÓSTICO DA REALIDADE DA MORTE