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BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA
Ano XIV, no. 45, maio de 2007
SUMÁRIO
Apresentação
Artigos
Resenha
Resumos
Notícia Bibliográfica
Publicações Recebidas
Censo de Demografia Histórica
Notícias e Informes
ROL - Relação de Trabalhos Publicados
Apresentação
Esclavitud, familia y parroquia en Cuba, cuja resenha vai abaixo, representa expressivo
avanço no estudo da demografia histórica latino-americana, pois as autoras abrem novas
perspectivas para a utilização das fontes documentais das quais costumeiramente nos
servimos. Ilustram este número, ademais, além dos resumos de trabalhos desenvolvidos na
área e publicações concernentes a nosso campo de especialização, a indicação dos trabalhos
recentes desenvolvidos por Ana Maria Goldani e os estudos de Maria José Bezerra votados à
história demo-econômica.
Artigos
Resenha
A FAMÍLIA NEGRA EM CUBA
Iraci del Nero da Costa
Obra resenhada -- Aisnara PERERA DÍAZ & MERIÑO FUENTES, María de los A.
Esclavitud, familia y parroquia en Cuba: otra mirada desde la microhistoria.
Santiado de Cuba, Editorial Oriente, 2006, 278p.
Como se deu em outras nações da América Latina, também para Cuba o estudo da formação
populacional transcende o mero entendimento do fato demográfico em si, pois as conclusões
alcançadas espraiam-se pelas mais variadas áreas e problemáticas que compõem a história
das comunidades contempladas.
Vale dizer, a consideração das variáveis demográficas define-se como uma larga porta de
entrada para a história entendida em todas suas dimensões. Destarte, as autoras em tela,
como os demais demógrafos historiadores latino-americanos, sentiram-se induzidas a
descobrir (redescobrir) e a reescrever (escrever) a história econômica, social, das
mentalidades, das instituições etc. Este apelo, marcado por um verdadeiro "transbordamento"
temático, nos tem impelido a afastarmo-nos dos fenômenos tidos como puramente
demográficos e a mergulharmos na elaboração de uma história que põe em xeque muitas
afirmações - por vezes aceitas como definitivas - da historiografia tradicional. Nesta medida,
Esclavitud, Familia y Parroquia en Cuba representa um expressivo contributo para o
estabelecimento de uma história fundada solidamente do ponto de vista empírico.
Ainda neste plano genérico, faz-se mister apontar as notáveis parecenças existentes entre o
escravismo cubano e o brasileiro; assim, parte substantiva das conclusões assentadas por
Aisnara e María de los Angeles para Bejucal, caberia perfeitamente para o caso do Brasil. Este
parentesco reafirma o caráter similar das estruturas coloniais impostas pelo colonizador
europeu a distintas áreas da América e aproxima as instituições erigidas, não raramente com a
ativa participação dos próprios cativos, nos quadrantes onde o escravismo moderno mostrouse dominante.
Em termos específicos, no estudo ora dado a lume analisam-se, basicamente, três elementos
dos mais significativos das relações interpessoais vigentes nas sociedades com presença
dominante do catolicismo: a família, o batismo e o compadrio; destarte, acompanha-se,
particularmente, a família negra, tanto aquela na qual se faziam presentes os escravos como a
que congregava pessoas livres.
Para alcançar este seu objetivo as autoras serviram-se não só das técnicas próprias da
demografia, mas também daquelas hauridas nos estudos da história oral, pois, além de
considerarem as fontes manuscritas, foram em busca dos testemunhos orais dos
descendentes dos troncos familiares identificados com base na documentação compulsada.
Sobre esta última cumpre notar que María de los Angeles e Aisnara não se cingiram às fontes
documentais classicamente privilegiadas pelos demógrafos historiadores - os assentos
paroquiais de batismos, óbitos e casamentos -, pois também efetuaram um enriquecedor
cruzamento de dados lançando mão de informações de caráter notarial e judicial.
Este arsenal de fontes e técnicas permitiu, por fim, que as autoras propusessem um método
original de reconstituição de famílias, método este capaz de superar as dificuldades com as
quais nos deparamos ao tentarmos utilizar, para nossas sociedades latino-americanas
pretéritas, as soluções propostas para algumas nações européias. Assim, seus achados no
campo da história cubana e de conteúdo demográfico e social não decorreram da mera
transposição das proposições já testadas internacionalmente, mas coroam um trabalho
preliminar inspirado pela pertinácia e a pela inventividade.
Como seria de esperar, os resultados deste esforço foram altamente satisfatórios. Assim, a
cada tópico do livro revelar-se-ão diante dos olhos do leitor as imagens - algumas das quais,
por sua originalidade, ainda não divisadas - da família negra como se apresentava no correr
dos séculos cobertos pela pesquisa. O batismo de escravos chegados da África, o matrimônio
e seus condicionantes, o choque das vontades de senhores e escravos, a escolha dos
parceiros, a gestação e chegada dos filhos, a composição dos nomes, o compadrio, a solidão
e o desamparo da viuvez, o recasamento e, por fim, a inevitável visita da morte, acompanhada
ou não de testamento, todos esses momentos foram escrutinados detalhadamente. Igualmente
presente faz-se a percuciente análise da estrutura dos domicílios e das questões postas pela
família matrifocal e pela existência de filhos naturais.
O ambiente em que viveram as famílias negras também não escapou ao esquadrinhamento
perspicaz das autoras; assim, somos levados a percorrer o meio urbano, a conhecer seu
entorno rural e a penetrar nos engenhos; vale dizer, temos diante de nós o cotidiano visto de
perto. Nossos olhos e mentes, no entanto, não são chamados tão-só a verificar as estatísticas,
pois também são sensibilizados pela perspectiva propiciada pela análise qualitativa e pelas
necessárias comparações com estudos referentes às outras áreas das Américas nas quais se
implantaram relações escravistas. Eis, pois, descortinado em termos sucintos o panorama
revelado por esta obra.
Evidentemente, não se trata de uma reconstituição válida para Cuba como um todo, há
lacunas, pontos de interrogação que se vão colocando neste palmilhar de um terreno ainda
pouco explorado. A sensação causada no leitor é semelhante à defrontada pelo visitante que
percorre uma rica galeria de pintura em organização. Alguns quadros ainda não estão
colocados em seus lugares, daí as lacunas a serem preenchidas por novas pesquisas; outros
mais ainda não encontraram seus lugares definitivos, dai os pontos obscuros a serem
clareados, as perguntas para as quais só teremos respostas quando pudermos contar com
uma visão mais geral e integrada da vida familiar cubana.
Justamente nos elementos que restam por desvendar situa-se outra virtude deste estudo, pois
ele certamente aguçará a curiosidade das novas gerações de pesquisadores cubanos e os
mobilizará para novas empreitadas valiosas como esta.
Resumos
ALMEIDA, Kátia Lorena Novais. Alforrias em Rio de Contas - Bahia século XIX. Salvador,
dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade
Federal da Bahia - UFBA, 2006.
RESUMO. Estuda-se a prática de alforria no município de Rio de Contas no século XIX. Embora
existam muitos estudos relevantes sobre escravidão em Salvador e no Recôncavo, há pouca
coisa sobre outras regiões, em particular o Alto Sertão. Apesar de algumas pesquisas já terem
abordado o tema da alforria nesta região ainda não há uma análise mais sistemática das
diferentes variáveis que a envolviam. Com base em métodos quantitativos e a análise de
cunho qualitativo, este estudo aborda as especificidades das relações escravistas em Rio de
Contas, o processo da alforria ao longo do século XIX e as estratégias dos cativos na
conquista da liberdade, além de traçar o perfil demográfico da população forra no município. A
pesquisa baseou-se em documentos, na sua maioria inéditos, abrangendo desde cartas de
alforria, testamentos, registros de batismos, inventários post-mortem, ações de liberdade,
correspondências da Câmara Municipal e correspondências de juízes da comarca de Rio de
Contas. Os dados apontaram a prática da alforria em condições pouco pesquisadas: uma
região pouco populosa, distante dos grandes centros e dos principais mercados,
contradizendo, portanto, a idéia corrente na historiografia disponível de ser a alforria um
fenômeno essencialmente urbano. A concessão da alforria, enquanto prerrogativa senhorial,
foi usada como tática para controlar o escravo e também o liberto. Apesar disso, estes se
colocaram como agentes desse processo, negociando a alforria das mais variadas formas, o
que resultou em um predomínio daquelas do tipo oneroso, ou seja, as que envolviam
pagamento ou condição, por todo o século XIX. A partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, as
ações de liberdade e as cartas de alforria demonstram como a política privada de alforriar se
modificou e as chances de os escravos obterem sua liberdade aumentaram, já que, sabedores
das novas possibilidades abertas pela lei, eles pressionavam os senhores, recorrendo à
justiça em busca da liberdade, quando não puderam decidir privadamente suas demandas. O
perfil dos forros indica um predomínio dos miscigenados - caso dos pardos e mulatos - e das
mulheres, embora os homens miscigenados também estivessem disputando e levando
vantagem, em alguns casos, sobre as mulheres miscigenadas.
ABSTRACT. The practice of manumission is examined in the municipality of Rio de Contas
(Bahia, Brazil) in the 19th century. In spite of a plethora of relevant studies on slavery about the
City of Salvador and neighboring "Recôncavo" area, there is a paucity of research on other
regions, especially on the so-called "Alto Sertão" (High Backlands) in Bahia. Although a few
studies have already focused on manumission in that area, no systematic analysis has yet
been considering its different variables. By using quantitative methods and qualitative
analysis, this study addresses the specificities of slave/master relations in Rio de Contas, the
process of manumission and the slaves' strategies to conquer freedom, besides building up a
demographic profile of freed people. Data were gathered from mostly unpublished documents,
comprising letters of manumission, wills, baptism records, post-mortem inventories, judicial
manumission trials and the correspondence by both Rio de Contas' City Council and Justices
of the Peace. Data analysis pointed to the practice of manumission under hitherto rarely
investigated circumstances, namely a sparsely populated region far from major urban centers
and markets, thereby challenging the available historiography that views manumission as an
essentially urban phenomenon. The concession of freedom was used by masters as a means
for controlling both slaves and freed persons. Notwithstanding, slaves and freed persons
placed themselves as agents in that process by negotiating their freedom in a number of ways,
thus producing a prevalence of manumission letters involving payment or specific conditions.
From 1871 on, after the enactment of the "Law of the Free Womb", the private practice of
freeing slaves underwent changes, thus increasing the chances of freedom for the slaves,
since the latter, knowledgeable of the new possibilities provided by the law, pressed their
masters often by seeking judicial intervention whenever they could not solve the matter
privately. The profile of the freedman points to a prevalence of racially mixed people -brown
and mulatto - as well as women, although racially mixed men were also in close dispute with
women, even outnumbering them in some years.
ANDRADE, Rômulo. Apontamentos sobre a microeconomia do escravo e sua interação com a
família e as solidariedades (Zona da Mata de Minas Gerais, Século XIX). In: Seminário de
Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2002.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. É nosso objetivo neste artigo, inicialmente, comparar a população escrava do
município de Juiz de Fora com as de outras áreas de grande lavoura do sudeste, mostrando
sua posição de destaque neste contexto. Em seguida, considerando outras localidades da
Zona da Mata - Muriaé, em particular -, levantamos alguns elementos que nos permitiram
estabelecer uma discussão ou abordagem preliminar em torno das limitações e/ou
possibilidades abertas ao escravo de ser não só detentor de uma economia própria como
também de, ao mesmo tempo, utilizá-la em proveito familiar, possibilitando-lhe uma estratégia
de melhor sobrevivência sob o jugo do cativeiro. Tocaremos, ainda que ligeiramente, nos
relacionamentos comunitários advindos do compadrio e no valor que o escravo dava à família
e à sua comunidade de origem. Utilizaremos como fontes Inventários, Petições de escravos,
Listas de Matrículas e Testamentos neles inclusos; Registros de Casamentos, de Batismos e
matérias e anúncios de Jornal - estes referentes a fugas de cativos --, além da Literatura de
Viajantes.
BRÜGGER, Sílvia Maria Jardim. Legitimidade, casamento e relações ditas ilícitas em São João
Del Rei (1730-1850). In: Seminário de Economia Mineira, 9, 2000, Diamantina. Anais… Belo
Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2000, p. 37-64. Disponível em: < http://econpapers.repec.org/
bookchap/cdpdiaman/ >
RESUMO. Neste trabalho, discuto a caracterização, normalmente, atribuída à família mineira do
período escravista, qual seja, a raridade das relações conjugais sancionadas pela Igreja e o
predomínio de uniões ditas ilícitas. Trabalhando com informações de documentos diversos,
mas especialmente dos registros paroquiais de batismo, de São João Del Rei, entre 1730 e
1850, tenho encontrado índices de legitimidade entre a população livre relativamente altos,
embora declinantes no decorrer do período. Isto parece indicar que a raridade dos
matrimônios não pode ser atribuída irrestritamente à população da Capitania/Província como
um todo, durante um período tão longo e dispare quanto os séculos XVIII e XIX. Por outro lado,
é fundamental considerar as diferenças de comportamento dos diversos grupos sociais,
considerando a possibilidade de valores e projetos de vida diferenciados entre eles e
observando as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Esta abordagem processual, integrada
às características específicas da região, permite uma melhor compreensão do comportamento
conjugal daquelas pessoas e indica a necessidade de se matizar as generalizações
concernentes à família mineira de então.
CAMPOS, Adalgisa Arantes (Coordenadora) & FIGUEIREDO, Betânia G. & VINHOSA, Francisco
L. Teixeira & ARAÚJO, Jeaneth Xavier de & PAULA, Marcos Aurélio de & LOTT, Miriam Moura
& OLIVEIRA, Patrícia Porto de & MOURA, Flávia Cristiny de & ALVES, Tânia Mara Silva &
CHEBLE, Gilson Brandão. O banco de dados relativo ao acervo da Freguesia de N. Sra. do
Pilar de Ouro Preto: registros paroquiais e as possibilidades da pesquisa. In: Seminário de
Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2002.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Apanhado pormenorizado, qualitativa e quantitativamente, do banco de dados
analisado.
CORRÊA, Carolina Perpétuo & PUGSCHITZ, Bruno Lagoa Estanislau. Um estudo sobre família
e demografia escravas: Santa Luzia, Minas Gerais, século XIX. In: Seminário de Economia
Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em:
< http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
APRESENTAÇÃO. O objetivo desse trabalho é investigar se a família escrava na Paróquia de
Santa Luzia teria sofrido transformações ao longo dos setenta anos transcorridos entre 1818 e
a abolição da escravidão no Brasil. Perguntamo-nos principalmente acerca do impacto do fim
do tráfico internacional de escravos (1850), e do conseqüente estabelecimento do tráfico
interno (ou transferência de mão-de-obra cativa para os setores mais dinâmicos do Império) na
vida familiar e comunitária dos escravos da paróquia em questão.
COSENTINO, Daniel do Val. A transição para o trabalho livre em Minas Gerais: um estudo a
partir dos inquéritos provinciais da década de 1850 e do recenseamento de 1872. In: Seminário
de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
RESUMO. Formulamos hipóteses para o que acreditamos caracterizar o "caso mineiro" da
transição do trabalho escravo para o trabalho livre. Cremos que este processo apresenta
especificidades em relação ao caso de outras Províncias e que teve início a partir do fim do
tráfico negreiro em 1850 com utilização da mão-de-obra local, dada a grande presença de
população na Província, e de forma múltipla e regionalizada, em face do grande contraste
regional presente no território mineiro no século XIX. Com base no estudo dos inquéritos
provinciais da década de 1850 e do Recenseamento de 1872 procuramos apresentar algumas
evidências que favorecem as nossas hipóteses.
COUCEIRO, Luiz Alberto. A disparada do burro e a cartilha do feitor: lógicas morais na
construção de redes de sociabilidade entre escravos e livres em fazendas do Sudeste, 186018881. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2003, vol. 46, n. 1, 41-83.
RESUMO. O objetivo principal do autor é pensar as relações de trabalho entre senhores,
escravos, lavradores, administradores e feitores, em fazendas de café do Sudeste, nas
décadas finais da escravidão. Para isso, tais relações sociais são analisadas através de dois
estudos de caso, nos quais se chama a atenção para o conflito entre homens livres e escravos
na formação de alianças em torno das regras sociais de justiça e trabalho, as quais são
constantemente rompidas e reafirmadas, em permanente conflito social.
ABSTRACT. The author's main objective is to think the work relationships among
slaveholders, slaves, peasants, administrators and foremen, in Southwest coffee farms, in the
last decades of the slavery. Thereby, those social relationships are analyzed through two case
studies; one of the most important topic is the conflict between free and slaves in formation of
the alliances towards justice and work social rules, either being interrupts, or being restated in
permanent social conflict.
GODOY, Marcelo Magalhães & RODARTE, Mario Marcos Sampaio. Urbanização,
desenvolvimento econômico e comércio em Minas Gerais, na primeira metade do século XIX.
In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/
CEDEPLAR, 2004.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
RESUMO. A compreensão da conformação da economia no século XIX passa pelo estudo do
modo de funcionamento do comércio, setor de atividade econômica que desempenhava a
função de controlar a produção global numa economia ainda sem o domínio do setor
industrial. Com vistas a atender o objetivo de apreender a esfera mercantil da economia
mineira do Oitocentos, o presente estudo busca fazer a caracterização sócio-econômica do
ator desse importante setor econômico, seja o comerciante fixo, seja o de tropas. Para tanto, o
estudo recorre, como fontes primárias, os censos populacional e econômico de 1831/32, o
maior inquérito nominativo do Brasil oitocentista. No território da Província, as unidades
espaciais de análise privilegiadas para esta empresa serão 1) as regiões, diferenciadas pelos
seus níveis de desenvolvimento econômico; e 2) os níveis de centralidade urbana dos distritos
mineiros, que compunham a mais ampla e intrincada rede de cidades na hinterlândia brasileira
da época. Os primeiros tópicos do texto são destinados à apresentação das fontes e
procedimentos metodológicos. Na seqüência, os tópicos voltados para a exposição e análise
dos resultados, na seguinte ordem: atributos sócio-demográficos dos comerciantes;
características dos domicílios dos comerciantes; estrutura da posse de escravos segundo os
tipos de unidades comerciais; atributos sócio-demográficos dos comerciantes segundo o
nível de desenvolvimento econômico das regiões; atributos sócio-demográficos dos
comerciantes segundo o nível de centralidade dos distritos.
GONÇALVES, Andréa Lisly. Escravidão, herança ibérica e africana e as técnicas de mineração
em Minas Gerais no século XVIII. In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina.
Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/
diam04.html >
RESUMO. Nem sempre é possível avaliar, com o devido rigor, a origem das técnicas utilizadas
na extração do ouro em Minas Gerais no século XVIII. A discussão não é recente, ainda que
venha ganhando alento com o avanço dos estudos, não apenas sobre a História da África e a
origem étnica dos escravos presentes nas Minas, desde os períodos iniciais das atividades
extrativas, mas também das repercussões dos sucessos dos espanhóis na mineração da prata
na Nova Espanha e no Peru. O objetivo deste trabalho é o de procurar dimensionar, a partir da
bibliografia existente sobre a história da mineração no continente africano e na Iberoamérica,
de fontes oficiais, disponíveis em suporte digitalizados, como as do Arquivo Histórico
Ultramarino de Lisboa e fontes impressas, a participação dos africanos escravizados, dos
peritos europeus e do Novo Mundo na introdução de técnicas de extração do ouro na capitania
de Minas Gerais.
GUIMARÃES, Elione Silva. Reconstruindo relações familiares de afrodescendentes (Juiz de
Fora, século XIX). In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo
Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
RESUMO. Este texto trata de afrodescendentes e senhores de terras e de homens em suas
relações cotidianas de convívio e teve como fio condutor a história da Fazenda Boa Vista (Juiz
de Fora - Zona da Mata mineira) e de seus habitantes. A propriedade pertenceu ao tropeiro
Francisco Garcia de Mattos e nela coabitaram grandes proprietários fundiários, cativos e
libertos. É esta "grande família", ou a "comunidade" que vivia nas terras de Francisco Garcia
de Mattos, que pretendo analisar. Acompanhei suas histórias reconstituindo fragmentos de
suas vidas. Ao longo do período em análise a escravaria vivenciou as tensões de três
partilhas: 1848, 1866 e 1878. Em 1878 faleceu a segunda esposa de Garcia de Mattos e, sem
herdeiros necessários, legou os remanescente de seus bens aos 21 cativos que libertou em
testamento. Como diria o memorialista Pedro Nava, mas na perspectiva de uma historiadora,
procurei reconstituir "... a lembrança dos pequenos fatos que tecem a vida de cada indivíduo e
do grupo que com ele estabelece contatos, correlações, aproximações, antagonismos,
afeições, repulsas e ódios...". É ora de adentrarmos nas terras da Fazenda Boa Vista e
voltarmos nossa atenção para os indivíduos que ali coabitavam. Alerto aos leitores para que
prossigam com atenção, pois neste texto nenhum nome é mero substantivo.
LACERDA, Antônio Henrique Duarte. Economia cafeeira, crescimento populacional e
manumissões onerosas e gratuitas condicionais em Juiz de Fora na segunda metade do
século XIX. In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte,
UFMG/CEDEPLAR, 2002.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Este artigo propõe-se a analisar a evolução da população escrava e os padrões das
manumissões em Juiz de Fora na segunda metade do século XIX. Pretendo apresentar as
estratégias utilizadas pelos cativos para obterem as cartas de liberdade num período de
consolidação da plantation escravista na região. O artigo divide-se em duas seções. A
primeira discute o crescimento da população livre e escrava do município de Juiz de Fora no
período em estudo. A Segunda seção analisa as manumissões em Juiz de Fora, um município
em expansão econômica. Tal estudo faz-se necessário porque Juiz de Fora tinha no elemento
servil sua principal força produtiva e se manteve arraigado ao escravismo até os últimos dias
de vigência da escravatura.
MACHADO, Cláudio Heleno. Tráfico interno e concentração de população escrava no principal
município cafeeiro da zona da mata de Minas Gerais: Juiz de Fora (segunda metade do século
XIX). In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/
CEDEPLAR, 2002.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. O autor analisa o processo de transferências ou migrações forçadas da população
escrava em direção às regiões cafeeiras, em decorrência da supressão do tráfico africano,
particularmente, em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. As fontes utilizadas foram
escrituras de compra e venda de escravos, de hipotecas e de compra e venda de propriedades
agrícolas com as informações da matrícula de seus plantéis, além dos dados disponibilizados
pelo Recenseamento Geral de 1872 e de outras estatísticas oficiais constantes em
correspondência estabelecida entre a Presidência da Província e a Câmara Municipal de Juiz
de Fora sobre a população cativa.
MARQUES, Cláudia Eliane Parreiras. Economia e demografia nas Minas oitocentistas. In:
Seminário de Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/
CEDEPLAR, 2002. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Este artigo tem como objetivo investigar a dinâmica econômica de um distrito rural,
de Minas Gerais, no século XIX - Bonfim do Paraopeba. Pretende-se estudar as faixas da
posse de escravos e, com base nelas, perceber aspectos relacionados à economia e à
sociedade. Parte-se do pressuposto de que a quantidade de cativos definia o perfil
socioeconômico das famílias escravistas. Outras questões serão abordadas, tais como a
produção e a circulação de mercadorias e as altas taxas de africanos encontradas nas listas
nominativas de habitantes de 1831/32.
MARTINEZ, Cláudia Eliane P. Marques. Família, economia e organização do espaço doméstico
no Vale do Paraopeba/MG, 1850 a 1914. In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004,
Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.
repec.org/s/cdp/diam04.html >
RESUMO. O objetivo desta comunicação consiste em avaliar a riqueza e as formas de
organização da estrutura doméstica da família mineira, entre os anos de 1850 e 1914. As
análises têm como suporte empírico um Banco de Dados composto por 410 inventários postmortem (250 documentos referentes à fase pré-abolição e 160 da fase pós-1888). Parte-se do
pressuposto de que a economia desse antigo centro minerador e agropecuário de grande
dinamismo, cuja história viu-se marcada por expressiva importação de africanos, sofreu
profundas transformações materiais após o fim da escravidão. Por meio da análise das fontes
cartorárias é possível perceber, por exemplo, como as mudanças na esfera material afetaram
diretamente a organização da estrutura doméstica da família mineira. A abordagem
estabelecida possibilita, ainda, investigar aspectos relacionados à problemática do trabalho,
da renda, do patrimônio, bem como a inclusão/exclusão de alguns setores da população
inventariada. Assim, este estudo permite discutir como a família adaptou-se às novas formas
de organização doméstica, impostas pelos novos valores e formas de riqueza decorrentes do
final da escravidão.
MARTINS, Maria do Carmo Salazar & LIMA, Maurício Antônio de Castro & SILVA, Helenice
Carvalho Cruz da. População de Minas Gerais na segunda metade do séc. XIX: novas
evidências. In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina. Anais... Belo Horizonte,
UFMG/CEDEPLAR, 2002.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Os autores analisam o conjunto de mapas de população de 1862-1863 encontrado
no Arquivo Público Mineiro, sediado em Belo Horizonte. Trata-se de um conjunto de 76 mapas
de freguesias ou paróquias, distribuídas por 34 municípios mineiros. Os mapas foram
localizados em códices da Seção Provincial e se encontram em precário estado de
conservação. Felizmente, vários deles encontram-se em processo de restauração.
MÓL, Cláudia Cristina. Vendendo desordens e comprando liberdade: a inserção das mulheres
forras em Vila Rica, 1750-1800. In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina.
Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/
diam04.html >
RESUMO. De uma maneira geral, verificou-se em Vila Rica o mesmo padrão de comportamento
já observado para os forros no período colonial. As mulheres alforriadas dominaram o
comércio, pertenceram a irmandades e estabeleceram relações que envolveram brancos e
negros, ricos e pobres no cotidiano das vilas mineiras. As forras, não raras vezes,
conseguiram enriquecer, sendo que algumas foram donas de escravos, casas e jóias,
reproduzindo na América Portuguesa o padrão dominante. Em que medida os costumes
trazidos por elas da África se transformaram diante da cultura portuguesa imposta a elas pela
escravidão? As especificidades vão aparecendo ao longo dos registros mediante pequenos
fragmentos narrados nos inventários e testamentos: são cuias e gamelas dispostas ao lado de
"louças finas da Índia" que demonstram, de alguma maneira, o trânsito obtido por estas
mulheres nestes dois mundos que se recusam e se interpenetram na América Portuguesa. O
mundo Português e o mundo africano que se misturam, no dia-a-dia, transformando suas
respectivas culturas e conectando histórias distintas.
NOGUERÓL, Luiz Paulo Ferreira. Preços de bois, de cavalos e de escravos em Porto Alegre e
em Sabará no século XIX - mercadorias de um mercado nacional em formação. In: Seminário
de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
Resumo. Este artigo pretende contribuir para a compreensão da economia brasileira no século
XIX por meio do estudo dos preços de bois, cavalos e escravos praticados em duas comarcas
brasileiras: Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Sabará, em Minas Gerais. Tal estudo
permitiu fazer comparações entre as estruturas produtivas das mencionadas comarcas
enfocando a especialização produtiva de cada qual e a inserção que tinham no nascente
mercado nacional brasileiro.
OLIVEIRA, Patrícia Porto de. Desfazendo a maldição de Cam por meio dos assentos de
batismo de escravos adultos da matriz do Pilar de Ouro Preto (1712-1750). In: Seminário de
Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004.
Disponível em:
< http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
APRESENTAÇÃO. A presente comunicação tem como objetivo analisar as relações de
compadrio entre escravos adultos, usando como fonte primária os assentos de batismo
existentes na paróquia de Nossa Senhora do Pilar em Vila Rica entre 1712-1750. Insere-se no
processo de resgate de parte da complexidade cultural colonial e das estratégias cotidianas
adotadas por seus habitantes, focada na sociabilidade, nos ritos, nas práticas e na leitura do
significado das ações sociais construídas nas Minas setecentistas por meio do recebimento
do primeiro sacramento. No que se refere aos cativos, assumem eles um novo papel, enquanto
sujeitos ativos que também participaram da construção da sua própria história, não sendo
mais relegados à condição de "coisa ou Zumbi", como foram tratados durante muitos anos por
parte de nossa historiografia. A sistematização da pesquisa constituiu no manuseio de fontes
primárias, neste caso específico, de fontes paroquiais, tais como os assentos de batismo de
escravos adultos do Acervo da paróquia do Pilar de Ouro Preto, que pode ser considerado um
dos acervos mais completos e bem conservados. A documentação compõe-se de manuscritos
produzidos no cotidiano das irmandades assim como os gerados pela ritualística cristã, pelo
pároco e seus coadjutores, encaixando-se nesse corpus documental os registros de batismo,
casamentos, óbitos, proclamas, processos de divórcio, testamentos e registros de divórcio.
PAIVA, Clotilde Andrade & GODOY, Marcelo Magalhães. Território de contrastes: economia e
sociedade das Minas Gerais do século XIX. In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002,
Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2002. Disponível em: < http://ideas.
repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Com este escrito objetiva-se a socialização de fontes, de métodos e de modelo. Do
imenso território das fontes para o estudo do século XIX mineiro elegeu-se o Recenseamento
de 1831/32, provavelmente o mais vasto inquérito populacional nominal remanescente, e a
literatura de viagens, possivelmente o mais completo conjunto de informações econômicas.
Das infinitas formas de apropriação das fontes, eleições metodológicas, concentrou-se nas
indissociáveis relações entre a crítica do documento censitário e o tratamento dos dados
estatísticos, na percepção do espaço e decorrente aplicação do conceito de região, na análise
do conteúdo do discurso do estrangeiro e subseqüente sistematização do olhar do outro,
assim como nas inter-relações da organização econômica e da estrutura demográfica. Das
ilimitadas possibilidades de formulação de modelos, impulsos sistematizadores, intentou-se a
construção de proposição alicerçada em bases fornecidas por enunciados teóricos
fundadores, sobre os quais fundiu-se nova estrutura.
PAIVA, Eduardo França. Pelo justo valor e pelo amor de Deus: as alforrias na Minas. In:
Seminário de Economia Mineira, 9, 2000, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/
CEDEPLAR, 2000, p. 65-91.
Disponível em: < http://econpapers.repec.org/bookchap/cdpdiaman/ >
RESUMO. O autor analisa e quantifica as várias formas de alforrias observadas em distintas
áreas do território de Minas Gerais.
PEREIRA, Ana Luiza de Castro. A ilegitimidade nomeada e ocultada na Vila de Nossa Senhora
da Conceição do Sabará. In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais…
Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.
html >
APRESENTAÇÃO. Desde os anos 80 a gama de estudos que vem sendo desenvolvida sobre a
História da Família tem permitido ao historiador reconhecer aspectos de arranjos familiares e
de laços de compadrio até então pouco explorados. A temática da ilegitimidade, em
decorrência desses novos olhares, vem sendo objeto de vários estudos que buscam
compreender a dinâmica familiar em torno de uma prole que, em alguns casos, estava à
margem da família pretendida pelo Estado e pela Igreja no período colonial. Com base em tais
estudos pode-se dizer que, para a América portuguesa, não existiu um modelo familiar, mas
organizações familiares que se formaram, não só a partir do ambiente em que estavam
inseridas, mas também a partir dos agentes que participavam diretamente da sua construção
-- os portugueses. Perceber a existência de "famílias" e não de uma "família" vem permitindo
aos historiadores desvendar a multiplicidade de aspectos da sociedade colonial. A
possibilidade de cruzar fontes de caráter demográfico (registros paroquiais), com aquelas
caracteristicamente de cunho individual (testamentos, inventários post-mortem e cartas de
legitimação) permite adentrar no universo da ilegitimidade tentando entender a maneira como
os indivíduos se relacionavam com o que a historiografia tradicional classificou como desvio
moral.
PERERA DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Angeles. La cesión de patronato:
una estrategia familiar en la emancipación de esclavos en Cuba, 1870-1880. Revista de História
(Dossiê: História Atlântica: recortes e perspectivas), (152):29-55, n. 1 de 2005. São Paulo,
Humanitas / FFLCH-USP (Departamento de História).
RESUMO. O artigo é dedicado ao estudo dos efeitos imediatos da Lei Moret, ou do Ventre
Livre, sobre a vivência das famílias escravas cubanas. Com base em um tipo sui generis de
escritura notarial, as chamadas cessões de patronato (cesiones de patronato), as autoras
estabelecem as relações entre as estratégias familiares utilizadas a favor das crianças
declaradas formalmente livres e o conhecimento das práticas legais formais por parte dos
escravos.
ABSTRACT. This article studies the immediate effects of the Moret Law, also known as FreeWomb Law, on Cuban slave families. Exploring a unique type of notarial record, the cesiones
de patronato (transfer of authority over apprentices), the authors establish the relationship
between family strategies involving children who were declared free and the slaves' familiarity
with formal legal practices.
PRAXEDES, Vanda Lúcia. A teia e a trama da "fragilidade humana": os filhos ilegítimos em
Minas Gerais (1770-1840). In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais…
Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.
html >
RESUMO. Este trabalho é parte de uma pesquisa apresentada como Dissertação de Mestrado
no Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas da
Universidade Federal de Minas Gerais, com o título "A teia e a trama da "fragilidade humana":
os filhos ilegítimos em Minas Gerais, 1770-1840. O estudo analisa as diversas dimensões da
ilegitimidade, seus desdobramentos, seus contornos e reflexos na vida cotidiana e familiar de
homens e mulheres que habitaram a Comarca do Rio das Velhas, Minas Gerais. Procurei
demonstrar que a origem "imoral e vergonhosa" do filho ilegítimo foi uma noção social,
histórica e culturalmente construída, internalizada e transmitida como um legado da cultura
jurídica romana e incorporada pelos códigos vigentes no Brasil nos períodos colonial, imperial
e, mesmo, republicano, dentre eles o Código Filipino e a Constituição Primeira do Arcebispado
da Bahia. Busquei demonstrar, ainda, que mesmo estigmatizado pela linguagem e pelo
discurso contidos nos códigos, foi possível, no cotidiano, a absorção do ilegítimo no seio da
sociedade colonial, não só em função do seu significativo contingente, estando presente em
todas as camadas sociais, mas também como fruto do comportamento ambíguo e paradoxal
das autoridades civis e eclesiásticas, bem como do resultado de lutas e estratégias
empreendidas pelos pais e pelos filhos ilegítimos, visando a obter e a garantir, de várias
maneiras, a sua inserção na sociedade em que viviam. Ao abordar o filho ilegítimo como tema
central, pretendi, ainda, situar a ilegitimidade no campo do ordenamento jurídico, trazendo à
tona o discurso que historicamente criou categorias de ilegitimidade e, aparentemente,
apontou limites legais para a atuação e inserção dos filhos ilegítimos na sociedade.
RODRÍGUEZ, Pablo. Testamentos de indígenas americanos, siglos XVI - XVII. Revista de
História (Dossiê: História dos Índios), (154):15-35, n. 1 de 2006. São Paulo, Humanitas / FFLCHUSP (Departamento de História).
RESUMO. Este artigo pretende explicar o significado e as características dos testamentos
indígenas registrados em diferentes regiões da América espanhola. A fonte principal do
estudo são coleções documentais de testamentos publicadas no México, na Colômbia e no
Chile. Também utiliza os estudos historiográficos que, com base nesses documentos, foram
realizados no Equador e no Peru. O artigo abre uma nova janela à compreensão dos
complexos processos econômicos, sociais e culturais vividos pelos povos indígenas a partir
da conquista.
ABSTRACT. This article explores the meaning and characteristics of Indians' wills, recorded in
the notary offices of different regions in the Americas. The main source of study are the
documentary collections of wills published in Mexico, Colombia and Chile. The article also
draws support from studies based on documents written in Ecuador and Peru, opening a new
window for the comprehension of the complex cultural, social and economic processes the
indigenous populations went through due to the conquest period.
SANTOS, Dayse Lúcide Silva. O divórcio e a nulidade de casamento: estudo de caso nas
tensões na vida conjugal diamantinense de 1863 a 1933. In: Seminário de Economia Mineira,
11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2004. Disponível em:
< http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
APRESENTAÇÃO. O presente artigo utiliza como corpus documental básico processos de
divórcio e de nulidade de casamento ocorridos na Arquidiocese de Diamantina no período de
1863 a 1933. O objetivo principal deste estudo é compreender tensões na vida conjugal
diamantinense sob o olhar vigilante da Igreja Católica e da sociedade em questão, bem como
entender as estratégias utilizadas pelas mulheres. Não se pode esquecer que esses processos
espelhavam uma linguagem jurídica construída segundo as leis canônicas que previam a
possibilidade de concessão do divórcio desde que determinados condicionantes estivessem
presentes no relacionamento. Assim, a ação de homens e mulheres era norteada pela prática
cotidiana e refletiam seu desajuste em relação às normas que o Estado e a Igreja Católica
pretendiam instituir como pilares do casamento. O marco temporal (1863 a 1933) foi escolhido
de acordo com o que as fontes apontaram, notadamente os processos de divórcio e de
nulidade de casamento. A diocese de Diamantina desmembra-se do Bispado de Mariana em
1854 e somente em 1863 é que o Bispo D. João Antônio dos Santos assume tal bispado,
procurando implementar o seu projeto moralizador. Também, o clero local tornou-se mais
presente no dia-a-dia da população, procurando controlar com mais eficácia a moralidade
pública e as relações familiares, especialmente aquelas que envolviam homens e mulheres. O
desejo de mudança, no que se refere ao casamento monogâmico e indissolúvel foi
constantemente questionado durante todo esse período até o ano de 1933. Nessa data tem-se
registrado o primeiro processo de desquite (âmbito civil) na Comarca Judiciária de Diamantina
a pedido de uma mulher. Na verdade, as pessoas recorriam exclusivamente à Igreja para
resolver os impasses que tornavam a vida conjugal intolerável. É mais fácil, para o historiador,
conhecer as relações conjugais em situações de conflito, pois as dificuldades da convivência
conjugal tendem a ficar mais evidentes e públicas nessas situações, deixando vários registros
históricos. O cansaço, o abandono do lar, a traição, a depauperação dos bens da família, os
maus tratos, a intolerância e a coação constituem aspectos de tensão na vida conjugal dos
mineiros detectados na documentação sobre a separação matrimonial, permitindo vislumbrar
dimensões da vida conjugal. Neste sentido, este artigo busca estudar mais profundamente o
comportamento dos casais em situações de conflito objetivando entender a complexidade da
convivência conjugal.
SARAIVA, Luiz Fernando. Estrutura de terras e transição do trabalho em um grande centro
cafeeiro, Juiz de Fora, 1870-1900. In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002, Diamantina.
Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2002. Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/
diam02.html >
RESUMO. Nosso objetivo é o de entendermos as condições materiais nas quais se deu a
transição do trabalho escravo para o livre nas fazendas de café da Zona da Mata mineira,
principalmente a partir de seu maior município Juiz de Fora. Por condições materiais, vamos
entender o regime de terras - embora não somente - adotado na região, já que é a propriedade
da terra uma das principais formas de controle dos trabalhadores, tanto no passado como no
presente. Para tanto, partimos da análise de 682 inventários post-mortem para o período 18701900 e que estão sob a guarda do Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Grande parte destes inventários é inédita, podendo então complementar as pesquisas já
realizadas, além de possibilitar o acréscimo de novos dados para o entendimento da região.
TALAVERA IBARRA, Oziel Ulises. El cambio socioracial y demográfico de Uruapan,
Michoacán, México, en la época colonial: 1670-1778. Trabalho apresentado no II Congreso de
la Asociación Latinoamericana de Población. Guadalajara, México, 3 a 5 de setembro de 2006.
RESUMEN. La ciudad de Uruapan, Michoacán, durante la época colonial, jurídicamente, fue un
pueblo indígena, tuvo un proceso de mestizaje temprano, con la entrada de españoles y castas
en la comunidad, situación prohibida por la legislación colonial. La mezcla racial tuvo un
desarrollo mayor en la segunda mitad del siglo XVIII, cuando la llamada gente de razón se
convierte en mayoría poblacional respecto los indígenas. En términos generales este
asentamiento fue quedando bajo el dominio social, económico y político de los no indígenas,
que adquieren casas, solares, ranchos y haciendas de los propios aborígenes, además de
dominar el comercio a diversa escala: local y regional, llegando al norte minero y al Altiplano
Central, con productos provenientes de la Tierra Caliente y la Costa. Como problema de
investigación se planteó conocer los diferentes comportamientos demográficos entre la gente
de razón y los indígenas, para identificar los mecanismos mediante los cuales se transforma la
sociedad del pueblo de San Francisco Uruapan: de un pueblo de indios a un asentamiento
mestizo. En el estudio se toman en cuenta los nueve barrios del asentamiento: San Juan
Evangelista, San Francisco, Santa María Magdalena, San Juan Bautista, Santo Santiago, San
Pedro, San Miguel, La Santísima Trinidad y Los Reyes; seis de ellos continúan festejando sus
fiestas patronales como vestigio de lo que fue la organización política, administrativa, religiosa
y cultural durante el virreinato. El Barrio de los Reyes perdió su identidad con el paso del
tiempo, incluso se ignora en la actualidad su asentamiento original. Los barrios de San Juan
Evangelista y la Trinidad perdieron sus fiestas patronales y capillas; pero se sabe la ubicación
de estos lugares devocionales en la traza urbana actual. El barrio de la Trinidad ha revivido, en
cierta forma, a través de la celebración de las fiestas patronales del barrio del Vergel. Uruapan
incluyó en su adscripción tres pueblos indígenas: San Lorenzo, Jicalán y Jucutacato, los
cuales fueron incluidos en el estudio. Las fuentes de información fueron los registros de la
parroquia de San Francisco y varios padrones; se tomó como punto de inicio el año de 1670
hasta llegar al año de 1787, esto dependió de la información contenida en los registros. Los
libros parroquiales de bautizos, matrimonio y defunción están divididos en dos grandes
rubros: gente de razón e indígenas; en la mayoría de los casos ubican el sitio de asentamiento
de las personas en los barrios de Uruapan, si provenía de algún pueblo o eran migrantes. Los
padrones eran de comunión y confesión, incluyen a los habitantes de más de seis años,
separando también a la gente de razón e indígenas, así como los habitantes de los barrios y
los pueblos. Los registros parroquiales y los padrones, cercanos al fin del siglo XVIII,
incluyeron a los habitantes de diversos ranchos y haciendas, cuya composición socioracial
eran no indígenas o indígenas laboríos, provenientes de lugares fuera de la parroquia. Los
bautizos fueron capturados a partir del año 1670 con pocos registros de razón, de manera
consistente se tienen datos a partir del año 1678, sobre todo de indígenas, en total se
capturaron 13,036 registros. Los datos de matrimonios se capturaron a partir del año 1673
para los indígenas y para los de razón a partir del año 1713, un total de 2,749 registros. Los
libros de matrimonios registran datos desde el año 1673 para los indígenas. Los matrimonios
de razón comienzan a ser registrados a partir de 1713. Las defunciones a partir de 1713 para
los de razón y para los indígenas desde el año 1715, en total se capturaron 3,483 registros, con
lagunas en la información. En estos libros además de Uruapan está la información de Jicalán,
Jucutacato y San Lorenzo, además de ranchos y haciendas. San Lorenzo tuvo una presencia
irregular, pues en algunos años fue puesto bajo jurisdicción de la parroquia de Capacuaro.
Los padrones sobre todo de comunión y confesión se encuentran en el Archivo Casa Morelos,
en Morelia, se capturaron los correspondientes a los años: 1742, 1746, 1758, 1763, 1770 y
1776; otro padrón del año 1787, se capturó de los microfilmes del Archivo General de la
Nación, el original se encuentra en la parroquia de Tlazazalca. En el estudio se uso el método
de reconstitución de familias, siguiendo los lineamientos de Louis Henry. Algunas fuentes
señalan la imposibilidad o gran dificultad para aplicar el método en México, sobre todo en la
época colonial por las características de las fuentes de archivo. La intención es cerrar la
mayor cantidad de fichas de familia; situación difícil sobre todo por la variación en los
nombres de las personas a lo largo de su vida y la escasa información encontrada en los
libros de defunciones, así como algunas lagunas en los libros de matrimonios. Los registros
de defunción tienen un fuerte subregistro, además de ser tardía la información. Los datos se
encuentran a partir de 1715, con un vacío en la información entre los años de 1720 y 1727 y
otro más entre 1776-1780 para los indios. El problema con los enlaces fue que entre los años
1747 y 1773, solamente se anotó el nombre de los contrayentes, la fecha y los padrinos Hay un
salto de información para los indígenas entre los años de 1716 y 1725. Los bautizos se
encuentran desde 1678, con pocos saltos de información, salvo los años de 1779 y 1780. Se
lograron establecer 2,892 fichas de matrimonios: 986 cerrados y 1,906 abiertos. Del total, 1,519
corresponden a indígenas, con 546 fichas cerradas; los restantes 1,373 fueron de la gente de
razón, con 440 fichas cerradas. A partir de las fichas se obtuvieron datos sobre la edad al
matrimonio, fecundidad por edad, fecundidad por años de matrimonio, intervalo genésico e
intervalo protogenésico que mostraron cifras mejores para la gente de razón, respecto los
indígenas, lo que llevó a un cambio del perfil socioracial de Uruapan. El comportamiento
diferente entre los grupos socioraciales se muestra en la edad al matrimonio. La mayoría de
los estudios demográficos históricos toman el dato a partir de lo declarado en el acta
correspondiente, en tanto que por el método de reconstitución se tiene un cálculo más
preciso. En las fichas cerradas la edad para la mujer indígena fue de 19.1 años y 22 años para
el hombre indígena, datos un poco elevados respecto de los que se manejan para la Nueva
España. Los de razón tienen una edad más tardía al matrimonio con 27.6 años para el hombre
y 21.4 para la mujer; también fueron mayores los datos respecto el resto de la Nueva España.
Las fichas abiertas muestran datos similares; en los indígenas los hombres se casaban a los
22.39 años y 19.55 las mujeres; en los de razón, el hombre se casaba a los 26 años y la mujer a
los 21 años. Otro dato importante que se obtuvo fue los rangos por edad al matrimonio. En
América Latina se tiene una edad más temprana al matrimonio respecto Europa, por lo cual se
incluye un rango de entre 13 y 14 años. Con base en los matrimonios cerrados se tiene que la
mayoría de las indígenas se casaban entre los 15 y 19 años con 55.7%, después el rango de 2024 años con 27.9%; luego las menores de 15 años con 9.8%, después el rango entre 25-29
años con 5.7%, más abajo vienen los demás rangos con datos inferiores. Antes de los 30 años
la gran mayoría de las indígenas se habían casado, sobre todo entre los 15 y 24 años. En los
hombres el rango con mayor proporción fue entre los 20-24 años con 43%, entre 15-19 años un
36%, entre los 25-29 años fue 16.7%, entre 30-34 años tan solo 2.6%, al final con 0.9% los
rangos de menores a 15 y mayores de 35 años. La mayoría de los indígenas contrajo nupcias
antes de los 30 años, con más años que las mujeres. Para las mujeres de razón la situación
cambia, hay dos rangos con proporción similar, entre los 15 y 19 años un 38.4%, entre los 20 y
24 años con 43.8%, considerando ambos datos se tiene que poco más del 80% de las mujeres
contraían nupcias, después seguía entre los 25 y 29 años con 11%, un 2.7% de las mujeres se
casaban entre 30 y 34 años, cifra igual para las menores de 15 años, al ultimo viene el rango
de mayores de 35 años. Las mujeres de Razón se casaban con mayor edad y madurez
biológica que las indígenas. En los hombres la situación cambia, hay una fuerte presencia de
mayores de 35 años con 10.4%; la mayoría se casaba entre los 25 y 29 años en una tercera
parte, entre 20-24 se casó 27.1% y entre los 30-34 años 20.8%, entre los 15 y 19 años un 8.3%.
En los hombres se distribuye más la edad al matrimonio, la mayoría entre los 20 y 34 años.
Otros procesos concurrentes al mestizaje fue una fuerte cantidad de migrantes, los cuales no
declaran su grupo socioracial, ocultan su descendencia indígena o negra, se declaran como
gente de Razón. Otro factor importante fue la ilegitimidad, tanto niños abandonados como
madres solteras, cuyos hijos aparecen anotados de preferencia como españoles o bien grupos
afromestizos. Es notable la evasión que se hace de la pertenencia al grupo indígena o al grupo
negro puro. La intención es evadir el pago de tributo y otras obligaciones de los aborígenes y
rechazar la relación con el esclavismo. Todos estos fenómenos desencadenaron el cambio
social de Uruapan, hasta convertirlo en un asentamiento mestizo.
TEIXEIRA, Heloísa Maria. A não-infância: crianças como mão-de-obra compulsória em Mariana
(1850-1900). In: Seminário de Economia Mineira, 11, 2004, Diamantina. Anais… Belo Horizonte,
UFMG/CEDEPLAR, 2004.
Disponível em: < http://ideas.repec.org/s/cdp/diam04.html >
RESUMO. Esta comunicação apresentará os primeiros resultados de uma pesquisa que
investiga o interesse pelo trabalho da criança negra na segunda metade do século XIX entre
os senhores marianenses. Essa busca pode ser feita na verificação da comercialização de
crianças escravas isoladas, dos altos valores que elas recebiam, da valorização dos serviços
dos ingênuos, das ações de tutela dos filhos de ex-escravas pelos seus antigos senhores e
até mesmo do furto de crianças com vistas ao trabalho compulsório.
TEIXEIRA, Heloísa Maria. A estabilidade familiar entre os escravos de Mariana. In: Anais do X
Seminário sobre a economia mineira. In: Seminário de Economia Mineira, 10, 2002,
Diamantina. Anais... Belo Horizonte, UFMG/CEDEPLAR, 2002. Disponível em: < http://ideas.
repec.org/s/cdp/diam02.html >
RESUMO. Neste texto apresentam-se os resultados de uma análise acerca da estabilidade
familiar entre os escravos de Mariana no período 1850-1888; nesse lapso temporal a localidade
integrava-se à economia voltada para o mercado interno. Muitos são os estudos dedicados à
temática da família escrava e sua estabilidade no Brasil; poucos, porém, referem-se a regiões
desvinculadas da economia exportadora. São essas regiões, que a historiografia aponta como
fornecedoras de mão-de-obra, sobretudo após o fim do tráfico internacional de escravos
(1850) e da liberdade concedida às crianças nascidas de mães escravas (1871). Nesse mesmo
período, concomitantemente à intensificação do tráfico interno, foram promulgadas as
primeiras leis de proteção ao escravo: a lei de 1869, que proibia a separação das famílias
escravas por venda ou doação; e a regulamentação, em 1872, do Fundo de Emancipação para
a libertação dos escravos - na ordem de classificação para alcançar o benefício, em primeiro
lugar, encontravam-se as famílias, em particular os casais cujos membros pertencessem a
diferentes senhores. Os resultados ora apresentados apontam para o fato de que a escravidão,
na segunda metade do século XIX, não impossibilitava a manutenção de laços familiares
estáveis por um tempo significativo entre os escravos de Mariana. Os dados indicam que os
senhores geralmente seguiam a prática de não separar as famílias. Até mesmo no momento
mais tenso para a família escrava (a partilha dos bens entre herdeiros), a maioria dos escravos
continuava unida a seus familiares. Mesmo para as famílias que conheceram separações
parciais ou totais de seus membros, questionamos o fato de isso acarretar o distanciamento
das relações familiares, pois deve-se ter presente que em Mariana predominavam os
pequenos plantéis sediados em pequenas propriedades, normalmente bastante próximas;
assim, provavelmente, a separação entre distintos proprietários não significava a ruptura
absoluta das relações familiares preexistentes entre os cativos.
Notícia Bibliográfica
Publicações recentes de Ana Maria Goldani
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y la utopia. In Politicas hacia Familias. (Reinventing Polices for Reinvented familias: between a
'reality" and an utopia., IN Proteccion e Inclusión Social. Edited by Irma Arriagada. Naciones
Unidas, CEPAL/UNFPA. SERIE Seminarios y Conferencias, No. 4:pp:319-345. Santiago de Chile.
Goldani, Ana Maria and Aida Verdugo Lazo. 2005. Brasil: Desafios de las Politicas para las
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Conferencias, No. 42:pp:271-311. Santiago de Chile.
Goldani, Ana Maria. 2004. Contratos Intergeracionais e Reconstrucção do Estado de BemEstar. Por que se deve Repensar essa Relação para o Brasil? In Camarano, Ana Amélia, Org.
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968-12-1023-9. Mexico City: Editora Miguel Angel Porrua/Facultad Latino Americana de
Ciencias Sociales. ISBN 970-701-150-5
Maria José Bezerra: produção acadêmica vinculada à área de história
demo-econômica
BEZERRA, Maria José. Álbum cidade de Rio Branco- a marca de um tempo- história, povo e
cultura. Rio Branco: Globo, 1993.
BEZERRA, Maria José. Álbum cidade de Cruzeiro do Sul - revisitando o Juruá. Rio Branco:
Estrela, 1994.
BEZERRA, Maria José. Damas da noite - sexualidade e prazer como estratégias de
sobrevivência. Rio Branco: Globo, 2001.
BEZERRA, Maria José. Memória y oralidad de las "Damas da noite". Artigo publicado como
parte integrante da obra: Historia Antropologia e fuentes orales - Apariencia y compromiso.
Universidade de Barcelona. Espanha, 2002.
BEZERRA, Maria José. (organização e co-autoria). Seringueiros- memória história e identidade.
Rio Branco: Gráfica da UFAC, 3 volumes, 1997.
BEZERRA, Maria José. Invenções do Acre: de Território a Estado - um olhar social... São
Paulo: USP, Tese de Doutorado, 2006.
Publicações Recebidas
REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO
Ano XLII, N. 2 - jul./dez. de 2006
Do Editorial, escrito por Renato Pinto Venâncio, superintendente do APM: O lançamento do
número 2, ano XLII da Revista do Arquivo Público Mineiro consolida sua nova série, iniciada
em 2005. (...) O presente volume segue o princípio que norteou os anteriores, que é tornar de
conhecimento público os projetos desenvolvidos no âmbito da instituição e/ou viabilizados
pela Associação Cultural do APM. Um dos mais relevantes resultados dessa ação conjunta
consistiu na microfilmagem e digitalização de acervos das mais antigas câmaras coloniais
mineiras. Tal iniciativa busca preservar e dar acesso a importantíssimas séries documentais
referentes a Ouro Preto, Mariana, Sabará, Caeté, Tiradentes e Campanha, ampliando o
universo de documentos acessíveis na instituição em cerca de 300 mil fotogramas ou imagens
digitais organizados em bancos de dados. (...) No presente Dossiê revela-se a potencialidade
da documentação em questão, não só para a história administrativa, como também política,
social e cultural. Os documentos transcritos neste volume constituem uma pequena
amostragem desse gigantesco laboratório de pesquisa para as próximas gerações. (...)
também constam um importante depoimento de pesquisa e ensaios a respeito da história de
Minas Gerais. Indicam-se, ainda, algumas das mais recentes novidades sobre a historiografia
regional. Paralelamente a isso, divulgam-se pesquisas arquivísticas e um estudo elaborado a
partir de documentação eclesiástica existente nesta instituição. Enfim, ... apresenta-se uma
pequena amostra do acervo do APM, em suas múltiplas faces: textual, microfílmica e digital.
ACRE DAS MULHERES
Rio Branco, Secret. Extraordinária da Mulher, Edição 1, jul. de 2006
Revista votada ao resgate das ações das mulheres que trabalharam e continuam a contribuir
para o desenvolvimento da sociedade acreana.
Angelo Alves Carrara. Minas e Currais, produção rural e mercado interno de Minas Gerais, 1674-
1807.
Juiz de Fora, Editora da UFJF, 2007, 364 p.
Este trabalho propõe um modelo particular da sociedade agrária colonial de Minas Gerais
segundo o qual a determinação última da economia mineradora era absolutamente interna.
Isto quer dizer que o setor minerador não experimentou nenhuma dependência de oscilações
de preços ou de demanda externa por seus produtos - ouro e pedras preciosas. A mineração
no século XVIII em Minas, por ser, antes de tudo, produção de uma moeda que podia a
qualquer momento ser posta em circulação, fosse em barras ou em pó, independia de
financiamentos externos para se implantar. A primeira conseqüência que o setor minerador
ocasionou sobre o conjunto da economia colonial brasileira foi, desse modo, a colocação em
disponibilidade de uma enorme quantidade de moeda distribuída por um número de pessoas
maior do que até então se vira. Este estudo propõe que, desde o princípio, Minas Gerais
constituiu-se como um conjunto de regiões economicamente heterogêneas, que foram fixando
determinados padrões de agricultura e pecuária, e uma estrutura de propriedade rústica
segundo os movimentos regionais da produtividade das lavras ou das demandas dos
mercados de fora da Capitania (reses, porcos e fumo do Sul de Minas e algodão de Minas
Novas, por exemplo).
Censo de Demografia Histórica
Nome: Darlan Silveira Campos.
Instituição: Universidade Federal do Espírito Santo - UFES.
Grau: Estudante.
Endereço: Rua Galo da Serra, 82, Porto Canoa, Serra, ES, CEP 29168-810.
Observações: Financiado pelo CNPQ, atualmente pesquiso história demográfica no Espírito
Santo, numa abordagem de longa duração, tendo como recorte geográfico a ilha de Vitória.
Meu estudo estende-se do início de sua ocupação, em 1535, com a chegada do donatário da
Capitania, Vasco Fernandes Coutinho, até o século XIX; as fontes primárias são livros de
óbitos, casamentos e batismos; documentos pertencentes a acervos públicos e particulares
da cidade, além de fontes secundárias que tratam da variação populacional nesse período.
E-mail: [email protected]
Notícias e Informes
R E S O L U C I O N E S D E L V FORO INTERNACIONAL KIZOMBA
Construyendo Derechos y Ciudadanía en las Poblaciones Afrodescendientes - En el año de Lágrima Ríos
En el marco del Foro Internacional Kizomba V edición el día 20 de Marzo a partir de las 19:30
horas, en el local sede de las Organizaciones Mundo Afro de la ciudad de Rivera se reunieron
representantes de la Frontera Oeste de Río Grande del Sur-Brasil y del Norte de Uruguay,
siendo ellas: Uruguayana, Alegrete, Rosario Do Sul, Don Pedrito, Porto Alegre, Sant'ana Do
Livramento, Tacuarembó, Durazno, Montevideo, Artigas, Rivera, Masoller. Para ler as
resoluções
.
ROL - Relação de Trabalhos Publicados
OUTROS TRABALHOS INCORPORADOS AO ROL
OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de. Reflexões teórico-metodológicas sobre a história da família no
Antigo Regime. In: ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de & OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de
(organizadoras). Nomes e Números: alternativas metodológicas para a história econômica e
social. Juiz de Fora, Ed. UFJF, 2006, capítulo VIII, p. 181-193.
BRÜGGER, Sílvia Maria Jardim. Poder e compadrio: apadrinhamento de escravos em São João
del Rei (séculos XVIII e XIX). In: ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de & OLIVEIRA, Mônica
Ribeiro de (organizadoras). Nomes e Números: alternativas metodológicas para a história
econômica e social. Juiz de Fora, Ed. UFJF, 2006, capítulo IX, p. 195-216.
SOUZA, Sônia Maria de. Parentesco e relações familiares na sociedade camponesa. In:
ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de & OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de (organizadoras). Nomes e
Números: alternativas metodológicas para a história econômica e social. Juiz de Fora, Ed.
UFJF, 2006, capítulo X, p. 217-236.
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BHD 45 - Núcleo de Estudos em História Demográfica