Ano1
N01
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EDITORIAL
A
liberdade é a primeira expressão inerente ao mesmo
instante em que foi criado o universo. A natureza é
sábia e livre. Os vegetais surgiram antes que os animais e o ser humano deve sua existência a bondade das
plantas. Na procura de alimentos e horizontes descobrimos
as drogas até mesmo antes de sermos homo sapiens e talvez a canábis seja aquela que a mais tempo nos acompanha,
segundo os cientistas, a milhares de anos. O corpo humano traz de fábrica um complexo sistema para interagir com
uma planta só: a maconha. Esta planta é a única do mundo
em produzir uma quantidade variada de compostos orgânicos do grupo dos terpenofenoles chamados cannabinóides. Estes tipos de substâcias podem ajudar a curar várias
doenças e melhorar a condição de vida de várias pessoas
com problemas de saúde. Ninguém em toda a história universal morreu por consumir esta planta. Se repararmos na
vergonhosa posição proibicionista adotada recentemente
pelo novo Papa Francisco, podemos ver como o Vaticano
continua com suas intenções de manter um sistema de escravidão moral que tanto mal faz a educação e saúde das
pessoas. É graças a este trabalho e ao do resto das estruturas
de poder, que podemos entender o fato de que esta erva
que é cultivada no Brasil a pelo menos 300 anos, continua
sendo tão demonizada e consequentemente desconhecida
pela maioria da população. É por isso que achamos que chegou a hora de mostrar tudo o que essa planta tem para nos
oferecer. E lançamos este novo espaço onde poderemos ver
os jardins dos cultivadores brasileiros que tomam coragem e
nos mostram diferentes maneiras de combater o tráfico produzindo sua própria erva. Além de discutir questões onde
a canábis e a saúde se encontram, mostrar variedades que
ainda não foram cultivadas neste país e divulgar todos os
acontecimentos da comunidade de cultivadores de canábis
para o consumo pessoal. Já temos mostrado o trabalho dos
principais cannabicultores da Argentina e toda a América
do Sul, agora é a vez do Brasil. Um novo Brasil mais adulto. Faminto de verdade e livre informação, que está saindo
para as ruas para lutar pelos seus direitos e a sua liberdade.
Haze Brasil nasce graças a irmandade entre dois povos e o
poder curador de uma planta em comum. Nossa afortunada
missão é instala-la no coração de cada um de vocês, graças a sua intrínseca beleza, o caminho espiritual que assinala e suas bondades curativas. As sementes de canábis
são o futuro de nossas gerações e a garantia de esperança de algum dia ter um planeta sem fronteiras, sem guerras, onde só haja paz e amor e onde nada esteja proibido.
1
apresenta
Número
ANo 1
dec 2013
Staff
Diretor executivo:
Alberto Huergo
Coordenação geral Brasil:
Francisco Ribeiro, Pablo Serpa
Editor fotográfico:
Guillermo Andrés Romero
Diretor de arte:
Maxi Muñoz
APRESENTA
02/ Editorial
07/ Fotos dos leitores
Designers:
Ezequiel Digrillo
Gabi Stern
Cultiva
09/ Buchecha...uma fama
supernova por Fabio Cerra
17/ O Príncipe Esquecido por
Alberto Huergo
Editor:
Eduardo Obeid
Pergunta
34/Dr. Grow Samba Tour por Fabio
Cerra
Colunistas: Fabio Cerra,
Mandacaru, Alberto Huergo,
Camarón, Francesco Ribeiro,
Albertinho, Juan Saverino,
Fotógrafos: Pablo Serpa, Kaneh
Bosem, Eloisa Yanquelevich, Sol
Mato, Maxdrumm,
Ficha
38/ Frisan Dew por Albertinho
experimenta
45/ Weed Stock o Jogo por Fabio
Cerra
informa
50/Pot in Rio 2013 por Cadú
Oliveira
57/Fake Pot! por Francesco Ribeiro
63/2da copa da maconha por
CAMARÓN E FABIO CERRA
SANA
75/Cannabis & Cancer por doutor
Juan Saverino
FOTO DE CAPA: ESPERANçA VERDE
AMARELA
Produção geral:
Adela Kein
Sol Mato
Agradecimentos:
Ao Sinclair Maia (pelo nosso
belíssimo pôster), a todo o
crew do Pot In Rio, Hempadão,
Cadú Oliveira, Henk e Jouke da
DutchPassion Seed Company,
André e Luc da Paradise Seeds,
...e a mãe terra e ao universo por
nos dar a cannábis.
Se sozinho se chega mais
rápido...com certeza juntos
vamos bem mais longe!
Agradecemos a todos aqueles
que fortaleceram e contribuíram
na nossa jornada até aqui,
e em mantemos uma forte
vibração para que nesta nova
caminhada que se inicia neste
número da HazeBrasil, nossa
aliança sempre se mantenha
firme e forte! Muito obrigado,
em ordem “analfabética”, pela
consideração e confiança: Luan
e UltraEco, Cláudia SantaRosa
e Vulkania, Dubatak, Bernardo
Negron, Verdim e Cannabis
Café Brasil, Rudi Moreno e Horta
Urbana, Alê e Cultura Cannabis
Revista Haze Brasil é publicada cada 45 dias e é propriedade da Big Plant S.A. e seu objetivo
é oferecer ao público adulto informação verdadeira e imparcial sobre a planta da espécie
cannabis sativa, ou canábis e outras plantas medicinais. Os direitos ao acesso e à divulgação de
informação são garantias fundamentais incluídas no artigo 5 da Constituição Federal, no artigo
nr° 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos nr° 13.1 e 13.2 da Convenção
Interamericana de Direitos Humanos. A publicação desta revista e seu conteúdo não representa
violação de nenhuma lei da República Federativa do Brasil e está amparada pelas ADI 4274 e ADPF
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Uma fama “Supernova”!
A grande surpresa do ano de 2012 na cena canábica do Brasil sem dúvida foi o “Buchecha”. Por
isso, a HB não podia deixar de trazê-lo em destaque na nossa edição número nº1.
Este engenheiro paulista de 40 anos, pai da pequena Julia e fã do Slayer, veio morar na cidade
maravilhosa no final de 2011 e foi justamente quando começaram os seus primeiros contatos
com o mundo, infelizmente clandestino, do auto - cultivo. Entusiasta da erva, tomou a sábia e
corajosa decisão de cultivar sua própria maconha e os bons resultados não tardaram a chegar.
Em seis meses teve sua primeira colheita bem sucedida para logo após despontar com a Special
Queen#1(Royal Queen Seeds) na segunda colocação da Copa Growroom na cidade de Florianópolis em novembro do ano passado. Seu primeiro contato com a galera do cultivo veio através dos
encontros realizados no espaço da Horta Urbana.
Seu primeiro contato com a galera do cultivo veio através dos encontros realizados no espaço da Horta Urbana.
Durante algum tempo esse foi o ponto de encontro dos coletivos antiproibicionistas do RJ, que ali trocavam
suas experiências e mantinham assim acesa a chama da resistência. A equipe da HB teve a honra de ser recebida
na residência do Buchecha para uma agradável noite de bate papo sobre cultivo, onde a fera que acelera fundo
nas 400cc nos contou um pouco dos seus segredos e técnicas e claro, abriu o jogo sobre a nova queridinha do
papai: a “SUPERNOVA”, uma ultra saborosa cruza de AK-47 x Chronic.
Então...vamos embarcar com a HB no mundo do Buchecha!
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CULTIVA
Experiências com amarras e podas
múltiplas.
Um conjunto de técnicas que permitem uma
otimização do espaço interno da barraca de
cultivo dá ao Buchecha significantes resultados no aumento do rendimento de suas
colheitas. Podas e amarras direcionam os
brotos inferiores para áreas de maior exposição à luz: “Uma boa limpeza nas partes
inferiores das plantas também é uma boa
dica para se obter bons resultados, uma boa
circulação e renovação de ar nessa região
previne bastante a incidência de pragas e o
surgimento de doenças” afirma.
Irrigação automática e outras
engenhosidades.
Devido a suas exaustivas jornadas fora de
casa a trabalho e seus compromissos de pai
de família, seu tempo livre para se dedicar
ao cultivo é sempre limitado. Uma vez “engenhoso” por natureza resolveu aplicar um
sistema de rega automatizado o que lhe dá
mais conforto e rende boas horas de lazer
junto à pequena Júlia.
Um medidor de energia independente para a
tenda de cultivo também possibilita manter
o consumo de energia dentro do esperado.
Flora Plena
Na nossa visita, Buchecha apresentou seu cardápio pra próxima temporada. Em sua tenda
de cultivo de 1X1X2m ele mantém, com nutrição organo-mineral suas variedades preferidas. A Mazar é um “coquetel de frutas”, esse
feno já corre há alguns anos pelo Rio arrancando suspiros de emoção em quem sente seu
aroma. As variedades Moby Dick e “Querosene” nunca deixam ninguém na mão segundo
ele. “Essa querosene é muito potente e é uma
cruza de um grande cultivador do Rio que me
presenteou em 2012 com um clone. Um dia
pretendo competir com essa planta híbrida
que tem predominância da Diesel em suas características de potência e cheiro principalmente” classifica Buchecha.
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Highlight – SUPERNOVA
Dentre suas variedades uma se destaca por seu impressionante aroma doce. A supernova tem um forte
cheiro de chiclete de uva que persiste por vários minutos nas mãos de quem tem o prazer de tocá-la mesmo de forma mais sútil. “Essa planta já é minha selecionada pra tentar uma boa colocação na 2ª Copa Da
Maconha do Rio de Janeiro em setembro. Desta vez é
no sabor que eu pretendo ganhar mais pontos. Cerca
de um mês de cura deve ser suficiente pra que a Supernova fique ainda mais gostosa de fumar e trazer
mais um título aqui pra casa” planeja feliz o Buchecha.
Isso aí brother!!! Desejamos toda a sorte
e muito sucesso pra você que já é um dos
grandes plantadores de maconha do país
e que tem, com certeza, tudo pra continuar por muitos anos entre os “POT” 10 do
cultivo no Brasil! Obrigado pela preza até
a próxima HB.
CULTIVA
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e suas donzelas
por Alberto Huergo
CULTIVA
EXPERIMENTA
H
á muitas razões para não eliminá-los. A semente de Cannabis herda
em proporções iguais a genética de
cada um dos pais. Geralmente recebemos as
sementes de um amigo ou de uma companhia
internacional. Às vezes, aparecem em qualquer
uma de nossas fêmeas, algumas sementes produto do pólen de algum pai desconhecido, ou
(como deveria ser), promovida por um dos pais
do nosso agrado, ou seja, criadas e selecionadas
para obter descendentes de características desejáveis.
O cultivador que obtém as sementes forma direta sempre conhece a mãe na maioria dos seus
aspectos. Quando o pai também é conhecido
pelo cultivador, todos os caminhos levam a obter características desejáveis de ambos os progenitores, com um melhor resultado que quem
só conhece a mãe. Por outro lado, é a única
forma de continuar uma variedade pura, sem
ter que manipular hormônios ou estressar as
plantas para obter flores do sexo oposto, onde
apenas se transmitem as características genéticas de um só de seus pais. Se tivermos uma
fêmea excepcional obtida através de um clone,
e não se dispõe de um macho, não há outra
escolha, que cloná-lo indefinidamente até que
o príncipe apareça. Se não houver outro jeito,
induzi-a a produzir uma flor masculina em busca de sementes feminizadas seria uma extensão
do prazo, mas nenhuma solução.
A boa forma genética se compõe da união e
o amor entre plantas de diferentes sexos bem
diferenciados. Quanto mais resistência houver
por parte de cada progenitor para produzir flores hermafroditas, melhores são as chances de
que nossas sementes se desenvolvam com os
sexos perfeitamente diferenciados e completamente estáveis sob situações de estresse.
Um verdadeiro macho da raça pode suportar a
flutuação do foto período ou o envenenamento de luz no período escuro, e continuar sendo
heterossexual.
Assim como diferenciamos sexualmente ás
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CULTIVA
pessoas, a cannabis é uma das plantas que mais
se diferenciam entre exemplares de diferentes
sexos. Certamente, os seres humanos herdaram
essa virtude tão especial. Muitas híbridas que
alcançaram notoriedade e fama, herdaram características excepcionais, principalmente graças à contribuição da genética masculina, que
pode às vezes ser mais importante do que sua
fêmea amada.
Até mesmo a mãe pode não ser muito poderosa, mas sendo-o seu pai, pode ser que essa
característica genética tão importante seja devida ao macho em questão. Quando os mestres
falam em procurar novas landraces nos lugares originais, como se fez há 40 anos, sempre
fantasiam com encontrar uma fêmea grande e
monstruosa, pensando na imediata clonagem
ou na imagem comercial para a venda. É difícil
ouvir a frase: “Vou procurar o melhor garanhão
para impregnar meu rebanho de fêmeas.” Isso
é algo que deveria acontecer se formos cultivadores sérios e preservadores desta espécie
maravilhosa. As plantas jamais se matam, sua 22
vida transcende, quando as colheitamos e utilizamos sua energia.
Essa é a principal razão para não brincar de
Deus desperdiçando uma bela vida antes do
tempo. Se as trouxemos ao mundo como nossas filhas e assim as temos criado, matar um macho ou uma fêmea doente ou atacada por pragas é uma decisão típica do ser humano. Existe
sempre uma varanda com um pouco de sol para
nos dar uma alegria quando vemos nossas plantas não favoritas desfrutar da alegria de viver.
Existem várias maneiras de analisar e escolher
um macho de características fabulosas. Embora isso depende do gosto de cada cultivador, há
pautas que funcionam com grande precisão
para determinar seu valor genético. Normalmente, as plantas que mostram rapidamente
o sexo não são utilizadas como procriadoras.
Um macho que cresce rápida e vigorosamen-
EXPERIMENTA
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CULTIVA
te, sem promover uma flor hermafrodita com
boa altura, aromático,de profusa ramificação,
e grandes colônias ou agrupamentos de flores
estaminadas é um grande candidato a ser um
bom exemplo para transmitir essas características aos seus sucessores.
Todas estas características Podem ser observadas, sempre que cultivemos e demos o mesmo
tratamento ao macho que as nossas meninas
mimadas. Esfregando o caule podemos sentir a
presença de um nível maior ou menor de terpenos aromáticos da planta. Pra quem tem buds
por perto, é pouco aprazível fumar uma planta macho para testar o seu nível de potência.
Um cultivador muito exigente pode executar
esta tarefa, mas faz pouco sentido. Observando
com um microscópio ou lupa de 30x / 50x
vemos a presença de tricomas globulares sem
o pedúnculo, nas proximidades de suas flores e
folhas pequenas em machos de variedades ricas
em produção de resina.
Todas essas pistas visuais e aromáticas que nos
dá um macho em pleno bombardeio de pólen
garante que essas características serão transferidas. Mas o potencia e o sabor, dois elementos considerados essenciais pelos amantes da
planta não são garantidos por essas simples
observações. Um teste cromatográfico deve ser
feito para garantir este recurso importante, não
acessível a qualquer um, e quase imperceptível,
quando se trata de analisar resina em machos.
É preciso entender que o macho deve ser homozigoto quando o que se procura é alta potência. Eles geralmente são heterozigotos, ou
machos híbridos, e somente fornecem uma característica desejável a uma parte da população
de descendentes.
Como é fácil testar a potência e sabor em nossas fêmeas, geralmente o que o produtor rea-
liza, é uma análise do poder masculino a partir
do poder dos descendentes de sexo feminino.
Um bom teste do potencial dos machos consiste em escolher entre os machos disponíveis e
cruzá-los com clones fêmeas da mesma mãe.
As sementes resultantes quando as fêmeas madurem mostrarão o valor genético do macho
escolhido.
Apenas quando tenhamos testado várias fêmeas resultantes de cada cruzamento, poderemos
tirar conclusões quanto ao verdadeiro poder de
cada doador macho.
Levando em consideração que sabemos exatamente o poder da mãe que utilizamos para
cruzá-lo, podemos comparar através das filhas,
já que a mãe é a mesma. Uma vez que percebemos instintivamente que é o melhor macho,
conservamos seu pólen e trabalhamos com ele.
Os machos bons, também podem ser clonados
e preservados como material genético essencial.
Embora dependa do gosto de cada produtor,
os seguintes aspectos devem ser tidos em conta
na hora de escolher um garanhão valioso:
Crescimento, ramagem abundante, caule rígido,
folhas grandes e saudáveis, boa saúde em geral.
Não produzir flores pistiladas, mesmo sob condições extremas de estresse.
A altura foi sempre competência dos machos,
que se esforçam para garantir-se de impregnar
as fêmeas. Quantos mais cachos de flores produza, no menor tempo possível (depois de ser
introduzido em um ciclo de 12/12 até a liberação do pólen), melhor será o resultado.
Aroma
Esfregando o caule podemos perceber seu aroma. Os machos aromáticos se fazem sentir nas
suas folhas ao tocá-las quando as regamos. Os
terpenos aromáticos e sua sinergia com os cannabinóides são responsáveis, pelo sabor e por
alguns dos efeitos ou tipos de efeitos da cannabis. Plantas cheirosas, sempre geram varias sensações.
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A tempo de começar com o cultivo destas
maravilhosas Indicas do banco de sementes de
Kaiki, machos e fêmeas apresentaram seus
sexos e ogaranhão reprodutor foi selecionado
e colocado separadamente no cativeiro. No
começo cresceu sempre melhor do que as fêmeas, com uma bela cabeleira verde. O aroma
que exalava quando se roçavam seus ramos era
marcante, impossível passar despercebido. A
continuidade e riqueza de sua ramagem fizeram
dele um imperador destacando-se do resto do
clã. Cresceu com impressionante força e altura,
completamente estável produzindo centenas de 26
cachos florais, quando ficou maduro.
Para que pudesse curtir de um grande trio, duas
irmãs com um crescimento vegetativo muito
saudável foram escolhidas, levando em conta na
escolha dois fenótipos diferentes na procura de
uma ampla gama de características desejáveis.
Ambas fêmeas cresceram viçosamente com folhas muito escuras e de tamanho considerável; a
grande diferença era que as flores de uma eram
azuis e roxas, e a outra brilhava com flores semelhantes a rosas vermelhas. O resto da planta
era muito similar. Uma das características ou
genes que queria achar era uma maior ramagem
lateral, pois ambas fêmeas eram índicas muito
tubulares e com poucos ramos, um atributo que
o macho possuía. Ambas eram extremamente
resinosas, com tricomas glandulares até nos pecíolos das folhas. O fenó mais vermelho fechava seus cálices como pequenas rosas rococós
(variedade comum na Argentina), enquanto o
fenó azul era predominante nos cálices pontiagudos como cactos.
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EXPERIMENTA
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EXPERIMENTA
potencial genético que nunca é descoberto, até
que se infiltra diretamente nosso espírito. Só
faltava o primeiro bebê crescer e ver os resultados.
Em variedades indicas é recomendável engravidá-las em torno dos 21 dias (três semanas)
após o começo da floração. Nas sativas este
prazo pode se estender umas duas semanas a
mais. Enquanto os pistilos estiverem brancos e
viáveis, e as sementes tenham tempo suficiente
para gestar e amadurecer antes do final da floração, estaremos sempre a tempo de gestar um
novo indivíduo.
Separadas as fêmeas selecionadas da sala de floração, prosseguiu-se com um pincel artístico a
poliniza-las a partir da terceira semana de início
de floração.
Uma dieta rica em fósforo continuou de forma
orgânica e as plantas utilizaram quase toda a sua
energia para a produção de centenas de descendentes com a ira de uma tempestade de areia.
Quando as fêmeas estavam prontas para colheita em 9 semanas, as suas sementes tinham
plena maturidade, cor marrom com listras e
linhas,muito seguras sobre a seus cálices resinosos.
De cada planta, de 1,30 metro de altura, foram
obtidas aproximadamente 500 sementes de perfeita saúde e maturidade.
Em suas últimas semanas as cores verde das
folhas tornaram-se de um azul tão escuro que
às vezes parecia negro. A planta é como uma
bala de sabor doce e ácido, sabor morango de
efeito muito sedativo como a melhor das índicas. Graças ao fato de cultivar e preservar um
macho singular, uma família de um milhar de
Sandstorms espera a oportunidade de florescer sob raios de um bondoso sol. E com um
Quando as plantas são cruzadas entre si ou entre membros da família, os genes dos seus descendentes tornam-se mais homogêneos. Isso
significa que cada par de genes é mais provável
que seja uniforme ou tenha alelos idênticos. As
plantas homogêneas tem menos vigor que as
heterogêneas com diferentes alelos. O resultado é o fenômeno conhecido como “vigor híbrido”. Quando duas variedades são cruzadas, os
descendentes são mais vigorosos do que qualquer um dos progenitores.
Para restabelecer a força de linhas puras, é bom
desenvolver duas linhas com características semelhantes. Como cada linhagem foi cruzada
de forma endogamica, as duas linhas de genes
terão alelos diferentes. Então, as duas linhas
são cruzadas para produzir sementes. Assim os
descendentes recuperam o vigor perdido como
consequência dos cruzamentos endogámicos.
Neste caso, as sementes do fenó azul mogno e
fenó vermelho rococó cruzadas com o mesmo
macho, isto é, seu pai, deram como resultado
uma outra geração de plantas com fenós azuis,
cálices iguais aos da mãe, o que mostra uniformidade.
Pela linha do fenó vermelho se obteve uma
planta com muitos galhos, de cores azuis e vermelhas, folhas lilás e douradas como uma alfazema, resinosas, como seus pais.
Em todos os casos, o tempo de maturação
floral foi o mesmo, 60 dias. A próxima etapa
é fazer com outro grande macho, outra linha
paralela, além de continuar combinando o pólen deste macho em gerações sucessivas. Até a
próxima.
32
PERGUNTA
PERGUNTA
POR
FABIO CERRA
34
Desde abril de 2012, quando
comecei a me envolver com
a produção da copa do Rio, o
nome Vulkania seeds era sempre
recorrente. De lá pra cá, muita fumaça rolou e minha missão hoje, quase
um ano depois, era resgatar no aeroporto
internacional a lenda do cultivo biológico
Massimiliano Salami, aka DrGrow. “La maquina biologica” desembarcava, pela primeira vez
no Brasil, para ministrar ao lado da entomologista
Cláudia Santa Rosa (cofundadora da Vulkania) dois
workshops sobre cultivo orgânico de canábis.
“Brazil Samba Tour” rolou dia 6 e 7 de abril nas
cidades do Rio e São Paulo respectivamente, de
onde “Massi” partiu então pra Salvador onde curtiu
alguns dias de merecido descanso. Foi exatamente
na “terra de todos os santos”, que em fins de 2011,
Cláudia apresentou uma oficina de cultivo que contou não só com growers iniciantes, mas também
com uma boa parcela de cultivadores experientes. Foi justamente o sucesso desta primeira apresentação “solo” que alavancou a vinda de DrGrow
nestes que foram os primeiros workshops canábicos
PERGUNTA
PERGUNTA
talecendo... trabalhando e conscientizando o povo sobre
os aspectos do uso da canábis para fins medicinais por
exemplo. Tudo isso é um trabalho árduo e constante e eu
também estou nessa caminhada plantando minha sementinha. Antes do final de Julho abriremos nosso clube de
consumidores
3) Quais foram os principais nomes que colaboraram e influenciaram na sua vida, contribuindo assim na sua formação como breeder?
As pessoas mais influentes na minha vida como Massi e
como DrGrow tem sido: Ed Rosenthal, Mel Franks, Robert
Connel Clarke, John MacPartland, Alejandro Diaz “El Aguila”, e cada um dos professores da Escola de Capacitação
Agrária de Tacoronte bem como alguns professores da faculdade de biologia de La Laguna, a lista não é pequena,
mas o mais influentes foram eles!
realizados em terras tupiniquins.
A história da Vulkania tem início nas Ilhas Canárias onde
mora o autor do livro CANNABIS SATIVA L.(2008), até
hoje tido como uma referência no segmento do cultivo
biológico. A Vulkania nasceu em 2007 mas, o “parto foi
longo”(risos) segundo Claudia Santa Rosa. “Em 97 abrimos um dos primeiros growshops da Espanha (Mr.Fantasy
Growshop) e sentimos a necessidade não só de fornecer
sementes e fertilizantes, mas também de formar um grupo de cultivadores, pois como moramos nas Ilhas, Massi
pensou: Como nós estamos isolados, caso aconteça alguma mudança drástica na legislação local seria bem melhor
que nossas sementes já estivessem aqui do que do outro
lado do oceano! ...e foi assim que tudo começou...“
Com o passar dos anos e ao lado de um amigo, o licenciado em matemática e técnico em gestão agropecuária
foi errando e aprendendo, testando e buscando sempre
as melhores genéticas até que em 2007 finalmente decidiu
mostrar seu trabalho para o público. Construiu se assim a
marca Vulkania, uma referência hoje no mercado mundial.
Uma das mais fortes características de Massi é seu envolvimento em causas ecológicas e contra os maus tratos aos
animais. Confira aqui na Haze Brasil este papo com o mais
carismático “pot star“ das canárias!
1)H.B.: Quem aparece primeiro na sua história e quem hoje
ocupa de forma mais predominante sua personalidade
hoje em dia? DrGrow ...ou Massi, o ativista pelo respeito
aos animais?
M.S.: Massi o ativista contra os maus tratos dos animais
nasceu logo no começo dos anos 90, mas hoje em dia está
se tornando cada vez mais forte. Começou com uma simples escolha: a de não comer mais animais! Assim virei
vegetariano e hoje sou vegano. Sempre que posso, ofereço junto a Vulkaniaseeds, sementes de canábis a preços
especiais e 100% do dinheiro arrecadado vai diretamente
para uma sociedade protetora de animais!
DrGrow “nasceu” em 1998....mas nessa época “Doc” era
metade Massi (eu) metade “El Aguila”, um dos meus melhores amigos, e grande mestre para mim, digamos que
este personagem nasceu então de uma parceria, de um
sonho de dois amigos maconheiros!
Então hoje, Massi o ativista e DrGrow, formam uma boa
dupla e eu nem sei dizer quem sou eu quem é o verdadeiro
“alter ego”: o maconheiro ou o vegano....só no verdeeeee!
(risos)
2) Como Você descreveria o cenário mundial em torno da
questão da legalização da maconha?
Humm...esse tema é complicado e extenso mas hoje em
dia tem um papel fundamental em prol da legalização
e regulamentação da maconha que são as associações e
clubes de usuários, que aos poucos vão nascendo e se for-
4) Estivemos na última edição da copa CABA com alguns
apoiadores e patrocinadores do seu próximo livro, percebemos uma expectativa muito positiva por parte de todos.
Conte-nos um pouco do que vem neste próximo trabalho
Meu próximo livro consiste em um manual de cultivo ex36
clusivamente em vaso, neste livro falo todos os segredos
que venho aprendendo nesses mais de 16 anos de experiência profissional do setor canábico. Um livro para todos
os públicos, bem colorido e cheio de curiosidades, não sei
ainda bem quando vai ser publicado, espero que em breve, mas... devagar também é pressa! GO GO GO!!!
5) Como foi sua passagem pelo Brasil na Samba Tour 2013?
Projetos para 2014?
Brasiiiilllllll....que país incrível é esse! ME GUSTA! A experiência foi incrível! O calor do país e da sua gente não
pode se descrever com palavras! Pra 2014? Adoraria voltar, mas isso não depende só de mim... Desta visita ao Rio
e Sampa tenho percebido que o povo tem “fome de informação” e é isso que mais me “encanta” !!! GO GO GO
SAMBÁÁÁ!!!!!ao Rio e Sampa tenho percebido que o povo
tem “fome de informação”....e é isso mais me “encanta”
!!! GO GO G SAMBÁÁÁÁ
FICHA
FICHA
38
FICHA
VARIEDADE (strain): FRISAN DEW
GENETICA: SUPER SKUNK x PURPLE STAR
CRIADOR: DUTCH PASSION
CULTIVADOR: Albertinho
40
40
IMPRESAO VISUAL: 10
Henry Amiel, um escritor suíço alguma vez escreveu: “Olhe duas vezes
para ver o justo. Não olhes mais de una vez para ver o belo”.
A maior virtude desta planta é ser linda. Toda pessoa que ame a beleza
intrínseca das plantas, sejam ou não de cannabis, não pode evitar se
apaixonar pela pele e a imponente cabeleira desta Frisan Dew simplesmente apreciando-a por um segundo. A partir da terceira semana de
floração esta menina começa a desenvolver enormes topetes com milhões de estigmas brancos, as flores adquirem uma cor parecida ao rosa
choque, quase púrpura ao finalizar o ciclo. Este branco mar de cabelos
encrespados forma a juba de um leão, a planta é toda purpurada por dentro e toda uma lagarta branca por fora. Esta
combinação a faz muito vistosa e atraente, é realmente uma
raridade deslumbrante. A cola principal da planta adquire um
tamanho descomunal, duplica o diâmetro de qualquer outra
planta graças a sua fantasia de urso polar. O tempo de maduração sugerido pelo banco de sementes é de oito semanas,
este fenótipo cultivado (nem tão indico) esteve no ponto só
após dez semanas, mas valeu a espera por cada um dos segundos que compartí com ela. A pesar de que é recomendada
como planta de exterior por aguentar as inclemências do tempo e mofos, aceitei o desafio de cultiva-la em indoor baixo um
sódio de 400 w só para admirar sua beleza.
TRICOMAS VISÍVEIS: 8
O incomensurável manto de pelos brancos obstrui em certa
medida a visibilidade de brácteas e cálices repletos de tricomas glandulares. Se nos aproximarmos a centímetros dá
planta podem se ver brilhar milhões de pequenos tricomas
imersos na carne púrpura que ressalta no contraste de cores.
Para observá-los com lupa é necessário se internar abrindo
caminho entre as lanças brancas eretas desta floresta.
AROMAS: 8,5
A Frisan não cheira tanto viva como curada. Viva cheira a tudo
menos aos terpenos presentes na maioria das variedades comerciais da atualidade. Quem alguma vez tenha cultivado uma
colombiana antiga, daquelas selvagens dos anos oitentas
e tenha se deleitado com o sabor a erva e fruta, encontrará
nesta planta uma grande reminiscência daquele gostinho.
A primeira sensação é de se estar cheirando uma colônia ou
amaciante para roupa de bebé. Quando se fecham os olhos
com uma bellota curada colada no nariz uma fragrância do
bosque como uma combinação de baias silvestres e grama
recém-cortado invade o olfato.
Colônia de bebé 50%
Baias selvagens 25%
Amaciante de lava-roupa 25%
Fragrâncias de bosques frios 25%
FICHA
SABORES: 9
É importante em variedades quase selvagens como esta conseguir um bom curado para deleitar-se e curtir ao máximo desta maravilha. Por um lado parece um ponche de frutas, inclinado às frutas vermelhas, essa é a primeira sensação quando
se encontra com a boca. Por outro (imediatamente) sente-se
um sabor selvagem a ervas, alguma coisa de indica dos vales
do Hindu kush como a Chitral, neste caso a Purple Star. No entanto este fenótipo que tive a sorte de cultivar graças a umas
sementes que Henk (criador da Dutch Passion seed company)
me deu, tem muita influência sativa o que lhe dá a maior parte
do mérito. A pesar que sua mãe Super Skunk é muito mais indica que a tradicional Skunk n°1, nota-se a grande influência
colombiana, não só no sabor que às vezes lembra seu ancestral parental a sativa selvagem, senão no tempo de maduração e o efeito algo cerebral.
Groselha com agua com gás 35%
Morangos silvestres 35%
Ervas do mato 30%
POTENCIA: 8
Não é a típica planta que te arrebenta a cabeça, nem é
daquelas que podem gerar paranoia. Muito tranquila, boa
para começar o dia e se manter calmo sem ficar estático numa
cadeira nem voar ao hiperespaço com três tapas. Também não
é boa ideia fumar um baseado inteiro porque daí sim ela se
faz sentir. Por esse motivo, sem ser uma planta muito potente,
também não é daquelas que quase nem dá pra sentir, seria
algo assim como moderadamente potente.
EFEITO: 9
Depende de que efeito em que determinado momento cada
um procura numa erva para poder em realidade pontua-la,
o critério é muito subjetivo de acordo ao que cada um estiver
esperando. Si procuramos um efeito muito psicodélico já vimos que esta não é a variedade. Si queremos suprimir a dor
até o ponto da imobilidade física, também não. Si queremos
começar o dia com uma erva não paranoica, social-enérgica
por momentos, criativa por outros e relaxante no final do processo, então é muito apropriada e não apresenta contraindicações. O lado sativo é criativo e dá vontade de trabalhar, o
lado índico final é relaxante mas não te fará desmaiar. É recomendável para todo tipo de fumadores .
EXAME FÍSICO:
SUPRESSOR DA ANSIEDADE: 8
SUPRESSOR DA DOR: 8
PERCEPCAO AUDITIVA: 9
CONTROLE DA MOTRICIDADE: 9
CONTROLE DA VISAO: 9
AUMENTO DO BOM HUMOR: 9
AUMENTO DO APETITE: 8
AUMENTO DA LIBIDO: 9
IMAGINACAO/CREATIVIDADE: 9
RELAX FÍSICO: 8
42
EXPERIMENTA
44
EXPERIMENTA
por receber a
HazeBrasil: – Falaê Conrado! Obrigado
caminho que
gente brother! Conte-nos um pouco do
onda?
te levou até “Weedstock”...como foi essa
s mais modernos
e recursos didáticos do
tilizar-se de estratégias
de conhecimenra fazer a transposição
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Conrado: – Então... prazer receber você
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Meu nome é Conr
xonado pela
gaúcho de Porto Alegre e sou muito apai
careta, até
fui
re
semp
e
o
dios
estu
o
canábis. Sou muit
a gente, até
era contra as drogas ilegais como muit
sobre maconha
que conheci o Hempadão, maior blog
minhas laricas
r
mata
para
va
falta
do Brasil! Era o que
o e a partir
sobre o mundo da canábis, aprendi muit
daí irmão, foi amor verdadeiro.
ar no ativismo,
Comprei tanto a ideia, que resolvi entr
mind do Hementrei em contato com o Cadu (máster
fácil de ser
padão) e ofereci um layout novo e mais
do Hempadão,
usado, em 2010 lançamos a versão 1.0
. A partir daí
layout novo, perspectiva de vida nova
entrando na
foi uma bola de “fumaça” cada vez mais
o conhecimenmilitância, apaixonado e repassando
em abrir suas
to para todos os que se interessavam
pa, morei em
mentes. Segui meu caminho para Euro
pe da revista
Portugal por um ano, trabalhei na equi
na marcha
A-Folha (a-folha.com), marquei presença
e bolota (hax)
de Lisboa, só degustando do pólen
morei três memarroquinos. Passei em Amsterdam,
das melhores
ses na capital enfumaçada, provando
conhecimento.
do mundo e aproveitando para somar
pa, foi quando
A vida não estava muito fácil na Euro
pelo Smokeconheci o amor da minha vida, Priscila,
recentemente
Buddies, grupo canábico no facebook
o Brasil, aproextinto. Como já estava voltando para
estamos nessa
veitei para conhecer Priscila ao vivo e
vibe intensa até hoje...
testar novas variedades de erva em determinado growroom, com determinada
lâmpada etc. Tenho certeza que este jogo
ajudará muita gente a se iniciar no mundo
do cultivo caseiro. Desde sempre a ideia é
de um simulador, algo que fosse realmente útil para as pessoas aprenderem, errando e principalmente sem correr o risco de
“cair a casa”.
EXPERIMENTA
H.B.: -”Em que pé” (hehe) se encontra o
jogo? Qual é a previsão de lançamento?
Conrado: - Está no processo de finalização
da programação em si e criação dos componentes do growroom. Gasto 4 horas por
dia programando para garantir que o jogo
seja lançado em dezembro, porém, perdemos nosso investidor e estamos por conta própria novamente, suor e vontade de
ajudar growers do Brasil a fora nos fazem
continuar na luta!
H.B.: - E coquetel de lançamento? Vai chamar a HazeBrasil para petiscar nessa “fazenda”?
Conrado: - O coquetel será no Pot In Rio
2014, dia de colheita! hehe
H.B.: - Como os “entusiastas do ramo” podem te achar?
H.B.: - Como foi a ideia do jogo? Há quanto tempo
você vem trabalhando nisso?
Conrado: - O Jogo veio após eu voltar da Europa sabendo bastante sobre plantio indoor e pela grande
repressão que sofremos aqui no Brasil, é difícil con-
vencer os amigos que o plantio caseiro é a solução
para muitos problemas.
Foi fazendo o layout 2.0 do Hempadão que veio de
repente a ideia de um simulador de plantio, fiel
o bastante para ser usado para testes de crescimento, diferentes equipamentos e protótipos para
growrooms. Estou a 2 anos programando o WeedStock, devido a grande complexidade do simulador, me foquei no principal, as plantas, o sistema cria cada semente com uma espécie de DNA
digital que definirá todo o processo do seu ciclo
de vida. Com o tempo o simulador foi se tornando
mais complexo e hoje conta com diversos fatores
da vida real das plantas, ficando cada vez mais
fiel ao plantio indoor.
H.B.: Como você definiria WEEDSTOCK em linhas gerais e o que ele oferece de inovação no segmento?
Conrado: - WeedStock é um simulador, quanto
mais conhecimento sobre plantio o jogador tiver,
mais controle ele terá de suas plantas. É tanto para
o novato que precisa aprender sobre flush, over-fert, como para o cultivador experiente que quer
Conrado: - O Site do WEEDSTOCK.nl esta no
ar, tem todas as formas de contato conosco. Diretamente comigo pelo [email protected]. Estamos aceitando propostas de
investidores e marcas que queiram se agregar ao projeto.
H.B: - Faz aê suas considerações finais e
mais uma vez... obrigado pela recepção!!!
Conrado: - A luta segue, o plantio caseiro
é o segredo para enfraquecer o tráfico e
poder ter algo de qualidade, sem risco de
químicos e melhor, feito por você!
Obrigado a todos envolvidos e a esta revista sensacional!
O Site do WEEDSTOCK.nl esta no ar, tem todas as formas de contato conosco.
Diretamente comigo pelo [email protected]. Estamos aceitando propostas de investidores e marcas que queiram se agregar ao projeto.
INFORMA
50
Que viagem, que marola: Pot in Rio, segunda edição
por Cadu Oliveira
v ia j a
INFORMA
“Pot in Rio, porque esse nome em inglês?”, pensei em
fazer essa pergunta. Mas a explicação é óbvia: trata-se de uma paródia ao Rock in Rio, um evento que
acontece de vez em quando na Cidade Maravilhosa
e é meio paradoxal porque às vezes não acontece no
Rio, tipo Rock in Rio Lisboa, e às vezes não tem Rock,
tipo Claudia Leite. Já o Pot in Rio pode até ser que
um dia aconteça em outros lugares que não no Rio de
Janeiro, mas certamente será fiel ao assunto Pot, ou
erva, ou ganja, ou maconha, todos os termos estão
em casa.
“O Pot in Rio é como se fosse um encontro de motoqueiro, só que sem moto, mas com maconha”,
essa definição, gritada disputando propagação de
ar contra as caixas de som do Dubatak que estavam
em brasa, conseguiu chegar ao microfone da câmera,
que captou então talvez a melhor definição. Ao invés
de motocicletas, ou qualquer veículo de transporte
inventado pelo homem, uma flor! Uma flor que por
décadas é associada à paz e amor, mas também violência e repressão.
Militar contra o estigma e a opressão estatal contra
usuários é um desafio que os organizadores do Pot
in Rio resolveram abraçar. “Não só ir à Marcha da
Maconha é fundamental, mas também buscar outras
formas de dialogar e se articular com grupos interdisciplinares a fim de mudar a opinião vigente. Isso é
muito importante”, afirma um dos organizadores do
evento. E por falar no evento, porque não começar a
relembrar parágrafo a parágrafo tudo que rolou no
Pot in Rio II?
Podíamos fazer uma descrição cronológica do evento
dizendo como foi do começo ao fim, mas seria muito
careta, não?! Melhor pular detalhes sobre localização
e excelência do espaço da chamada Mansão Laranjeiras, para lembrar logo que o evento começou de tardinha e foi até de noite, com palestras e muito bom
som, chegando ao ápice de receber BNegão in tha
house, cantando como numa festa de família, para
não mais que vinte ou trinta pessoas. O evento tinha
muito mais gente, pra lá de trinta pessoas estavam
assistindo aula de ativismo com Chacrero, um uruguaio com extensa bagagem sobre como lutar contra
a proibição.
Todos os coletivos do Rio estavam presentes, do Growroom ao Hempadão passando pelo Smoke Buddies.
Poesias numa parede, crônica de boas vindas na outra, desenhos com fumaça, de Fernando de La Roque,
finamente expostos, além de stands de camisas sobre
cultivo e toda sorte de objetos para fumício ou informação, de bongs a livros. Algumas das atrações
do primeiro Pot in Rio, como o professor da UFRJ João
Menezes, deram mais uma vez a honra da presença.
Aulas, shows e liberdade, num só lugar.
Diferente do Rock in Rio, em que só o entretenimento
é vendido para a multidão, no Pot in Rio o contato
é fácil, todos se conhecem ou podem facilmente se
conhecer. Além de curtir um som, todos tem o natural
intuito de se articular, debater, mostrar ideias, propor mudanças. Um bom exemplo é o coletivo Delta9,
que saiu de Campinas, cidade do interior de São Paulo, para ir ao Rio de Janeiro apresentar suas propostas e políticas. Chegando lá, deram entrevista para o
Torrando com Tomazine, o maior vlog do Brasil sobre
maconha.
No meio de tanta marola quem se portou de forma
completamente amigável, sem emitir um latido, foi
a Sara, acompanhada por seu responsável Gustavo.
Ambos foram presos na Marcha da Maconha de 2008,
proibida pela polícia no estado do Rio de Janeiro.
“Presos” é modo de dizer, pois lá no evento pudemos
ouvir como tudo se deu. Eles foram conduzidos à delegacia, levados em uma viatura, ele e a cadela. Tudo
isso porque o cão tinha uma placa onde havia escrito: “A estupidez é a essência do preconceito’ Legalize
Canábis”. Apesar do absurdo constrangimento, Gustavo disse que não houve excesso nem maus tratos
por parte dos policiais.
Reunião de ativistas como essa deveria ser algo normal em todos os estados do Brasil. Se assim fosse,
certamente o movimento canábico estaria elevado a
outro patamar. No Pot in Rio houve reunião de grandes militantes e até mesmo de personalidades políticas como o vereador Renato Cinco que prestigiou
a festa.
O Pot in Rio em menos de um ano alavancou duas
edições e já planeja próximos passos, com eventos
paralelos e quem sabe mais uma copa feita no Brasil.
“Temos que agradecer a Jah todos os dias a possibilidade de reivindicar um direito e ainda assim contar
com nossa liberdade, afinal de contas, vivemos ainda
um quadro de perseguição no qual vários irmãos se
encontram presos por cultivar a erva”, lembra Fabio
Cerra, sobre o lado mais perverso da proibição das
drogas, o encarceramento de jovens muitas vezes militantes. Militantes pela legalização e também militantes ativos contra o tráfico, afinal, como disse Chacrero em sua palestra: “o maior ativismo que existe
é ensinar alguém a plantar. E dar a essa pessoa boas
sementes!”, disse, como que sintetizando bem a aura
do evento – onde se ensinou que é possível plantar
paz com sementes de coragem e sabedoria. Vida longa ao Pot in Rio.
Programa Ação – Pot in Rio II – Duas
casas em Pegando Fogo
A dinâmica da festa foi conduzida por dois espaços
distintos, com programações independentes que
ocorriam simultaneamente. A geografia da mansão
era mesmo exuberante, possuindo duas casas, duas
piscinas, dois ambientes. Perfeito para abrigar o Pot
in Rio dois. Para refrescar a memória dos presentes
e ilustrar a imaginação de quem não foi, a partir de
agora vamos lembrar tudo que passou por cada um
dos espaços:
Casa 1: Sensações e Sons
Foi o espaço mais destinado aos shows, artes e stands. Era também o primeiro espaço disposto na mansão, por onde todos os visitantes chegavam na festa:
já se ambientando com a música do internacional DJ
Cubanito e também do MC Marcelo L.A. Mais tarde
houve apresentação de Dubatak, com direito a convidados ilustres tipo Nissim, Rico Neurótico e B. Negão.
Isso no andar de baixo, porque em cima tinha exposição fina de arte de Fernando de La Roque, uma arte
feita com fumaça.
Também na parte de cima da casa tinha o enorme
painel da peça Hindu Kush, feita para o evento pelas latas do grafiteiro PXE, um artista que tem espaço eterno evento. Descendo a escada, se deparando
mais de perto com o peso do Sound System, quem
52
v ia j a
INFORMA
54
chegava à festa também já vislumbrava os stands: com
roupas, parafernália, livros e revistas. A loja NovaEra
promoveu também sorteios.
Além dos espaços comerciais, já na escada estavam
dispostas algumas poesias de temas variados como:
carnaval, preconceito e ética, temáticas diversas, mas
tudo ligado ao universo canábico. Afinal, para falar de
carnaval o autor fala do bloco carioca Planta na Mente,
grupo que faz paródias de canções clássicas renovando-as com letras sobre marijuana; e ao falar de preconceito, lembra-se da dificuldade de se amar uma planta
em tempos de guerra às flores; ou ainda desconstrói
o imaginário de que “todo maconheiro é gente boa”,
pois isso bem que podia ser verdade, mas na prática,
infelizmente, não é.
Na outra parede tem Jahbah The Hutt, um ilustrador ativista que tem no currículo diversas colaborações para a
Marcha da Maconha. Expos originais de desenhos feitos
para a revista SemSemente e também por demanda da
Copa Rio 2012, além do Programa em Busca dos Tricomas Dourados – artes belíssimas, com iluminação em
cima, dispostas próximo ao local dos shows, ou seja,
com grande destaque.
Do outro lado, mais uma exposição, mas desta vez de
fotos. Imagens representativas do contexto de vida da
cidade e do evento. A fotografia de Pablo Serpa contou
com cliques originais que promoviam a ligação entre a
verve do Rio de Janeiro com o Pot in Rio, em uma edição
onde a Malandragem foi convocada para dar as cartas,
não poderia faltar, por exemplo, um belo registro dos
morros e favelas, que infelizmente, já são parte característica do cenário da cidade e de grande parte dos
usuários.
Casa 2 – Sons e Informações
Mais um pouco de música, mas só som ambiente, entre
uma palestra e outra. Aqui o espaço é para educação
e cultura. Passaram pelos microfones profissionais de
áreas como advocacia, neurociência, produção audiovisual, cartunistas e claro, ativistas, sendo que não só
do Brasil, como também uma participação internacional. Comandando o som, Raoni Mou Choque da Rádio
Legalize, mas quem abriu as falas foi Erik Torquato, representante do coletivo da Marcha da Maconha do Rio
de Janeiro.
Mais uma vez houve presença ilustre do Dr. João Menezes, biólogo especializado em neurociência e professor
da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com
uma aula sobre maconha e cérebro. Já da UERJ, a universidade Estadual da cidade, compareceu também a
professora Juliana Inácio. O ciclo de palestras começou
às duas e meia da tarde e foi até tarde da noite.
Algumas participações foram em vídeo, com abertura do Rodrigo Mac Niven, diretor do filme Cortina de
Fumaça. O secretário do Meio Ambiente do RJ gravou
um vídeo em apoio a festa que também foi exibido
no telão da casa dois. O ativista da argentina, Maluco Nacho, fez um bate papo com a galera e também
mostrou algumas de suas produções independentes:
cobertura da marcha da maconha de córdoba, além
de oficinas de produção de cartazes e reuniões antecedentes ao dia do evento. Maluco Nacho é profundo
conhecer da geografia da Jamaica e veio ao Pot in Rio
representando a Asociación Edith Moremo Cogollos,
um grupo ativista de grande representatividade.
Por falar em arte independente, nem mesmo os mais
sequelas vão esquecer as falas de Matias Maxx e Juca,
cartunistas maconheiros que exibiram cartoons do
freakbrothers e também do super herói da fumaça no
Brasil, o Capitão Presença. O artista Fernando de La Roque além de expor também falou no espaço de falas.
No horário destinado à “Maconha em Debate”, foi convidada a mesa Cristiano Morango, um dos integrantes
do bloco Planta na Mente, e também os advogados
Emílio Figueiredo e André Barros. O advogado Gustavo Castro Alves, acompanhado de Sara, a cadela com
quem foi preso em 2009, fez parte da mesa que contou
também com o militante uruguaio Juan Chacrero.
Enquanto as duas casas ferviam de informação e boa
música, a equipe do Hempadão estava em ação fazendo cobertura e produzindo o vlog Torrando com
Tomazine. Outra presença de peso foi do Diretor da
revista HAZE (Argentina), Alberto Huergo, também
conhecido como organizador da copa CABA além de
autor do livro Sativa Cultivo Indoor e vencedor de várias cannabis cups que voltou a nos visitar. Assim foi
a segunda edição do Pot in Rio, uma verdadeira overdose de cultura canábica. Ninguém saiu ferido, todos
seguem loucos pelas próximas edições.
FICHA
Star
Bud x
Sour
Power
56
FICHA
por Francesco Ribeiro
A
ideia de poder ficar chapado de modo totalmente legal e sem ser pego em testes
de drogas é a promessa do fenômeno da “maconha sintética” que movimenta
o multimilionário mercado das “fake weeds”! O fato destes produtos poderem
ser adquiridos dentro de uma legalidade aparente, induz as pessoas a acreditar que
tratam-se de substâncias de administração segura quando na realidade, esta classe de
novas moléculas conhecidas como “canabinóides sintéticos” pode ser extremamente
mais nociva do que a droga proscrita que eles mimetizam. Desenvolver esse ramo comercial, que trabalha com uma classe de drogas que dão “barato” como os produtos
orgânicos (porém dispensando todo o “labor” envolvido no seu cultivo), que podem
ser transportadas não em grandes fardos, mas em embalagens de 100 kg que rendem
mais de um milhão de baseados cada, é o principal atrativo para seus empreendedores
que parecem ter encontrado, em última análise, uma forma legal de traficar drogas
Escolha sua “strain” artificial!
O
nome “spice” é utilizado muitas vezes de forma genérica para designar toda linha de produtos “fake pot” porque esta foi a primeira
marca comercial vendida na Europa em 2004 pela
empresa “The Psyche Deli” de Londres. Em 2008, variedades de marcas concorrentes começaram a surgir
e nomes como K-2, Rei Krypto, Tribal Warrior e Black
Mamba atraíam cada vez mais pessoas que buscavam
atingir estados de “consciência alterada”. Mudar seu
estado mental é algo muito normal no comportamento humano, mas fato é que estes compostos, do
ponto de vista de uma ciência responsável e segura, são muito novos e como são totalmente sintéticos
deveriam ser exaustivamente testados antes de sua
entrada no mercado, existindo inúmeros relatos de
reações psicológicas severas devido ao seu efeito extremamente potente que pode ser de 50 a 1000 vezes
mais forte que a maconha natural, o que tem leva-
do inúmeras pessoas sob efeito destas substâncias a
apresentarem comportamentos agressivos, depressão grave e tendências suicidas. A maconha sintética
é vendida como incenso em pacotinhos de 3g a um
preço de 13 dólares cada em incontáveis lojas de conveniências, “smoke shops” ou ainda livremente pela
internet. O alerta “NOT FOR CONSUMPTIONS” em todas
as embalagens, segundo seus fabricantes serve para
“desencorajar” algum uso indevido. Wesley Upchurch é proprietário da Pandora Pot-pourri (Columbia-EUA) e considera: “Eu não quero que as pessoas
fumem isso, mas eu não posso dizer a elas o que fazer com meu produto... Eu simplesmente “pergunto
pouco e entrego muito”! Diz o empresário. Os vendedores apresentam um discurso uníssono bastante
afiado quando o assunto é o abuso por parte dos jovens dos produtos que eles oferecem. George Challitas é produtor de maconha sintética em Tampa Bay e
em uma entrevista recente fez interessantes colocações ao repórter da “ABC Action News” quando interpelado sobre os inúmeros casos de intoxicação por
canabinóides sintéticos que estampam diariamente
os periódicos americanos: - Porque você esta produzindo maconha sintética? Você tem conhecimento de
que ela tem feito muito mal aos jovens? DSAW“Esta
primeira pergunta, para ser bastante sincero com
você é uma pergunta idiota”! Eu não vejo porque
haveria qualquer problema em produzir, embalar e
distribuir uma substância que é 100% legal! E nós não
produzimos aqui, eu simplesmente compro os princípios ativos da China, Califórnia ou diferentes partes
do país e revendemos para as lojas! E veja, muitas
outras coisas fazem mal aos jovens! Deixe-me te fazer
uma pergunta muito simples: você vai ao supermer-
cado comprar algum produto de limpeza, chega em
casa e guarda a embalagem no armário próprio para
estas substâncias, com tranca. Algum tempo depois,
seu filho de 10 anos consegue acessar o armário, está
abrindo a embalagem, ele bebe do produto e você o
leva pro hospital certo? Isso pode acontecer? Corrija–me se eu estiver errado! Então eu pergunto: - porque você não procura os fabricantes de produtos de
limpeza e diz a eles que o produto é perigoso, que
pode ferir as crianças, e que muitas delas vão para o
hospital doentes por ter ingerido dessas substâncias
que eles comercializam? Meus produtos são incensos,
eu não posso ir às lojas e verificar que uso ou mal uso
as pessoas fazem deles! Eu por exemplo, nasci e cresci
em um regime onde não havia nenhum controle sobre as leis de fumo e eu nunca fumei um cigarro. Era
livre... qualquer um poderia comprar! Eu não posso
controlar nada, tudo o que eu faço é absolutamente
legal!
Se por um lado, a maconha sintética não tem nada a
ver com a erva “in natura”, foram os exatamente seus
potenciais farmacêuticos que levaram o professor de
química orgânica John W. Hoofman da Universidade
de Clemson (Carolina do Sul) a sintetizar pela primeira vez no início da década de 1990, moléculas com
propriedades análogas ao Delta-9-tetrahidro cannabinol (principal agente psicoativo da cannabis sativa), a “família” dos compostos que levam até hoje
suas iniciais “JWH” (018, 035, 073 e 200, entre outros)
e que buscavam até então alternativas legais para
aliviar o sofrimento de pacientes de Aids e câncer. O
professor Huffmann, que nunca teve relações com os
lucros da maconha sintética, hoje tem 83 anos e fica
nitidamente contrariado quando o assunto toma o
58
FICHA
rumo deste mercado criado, involuntariamente por ele, e resume sua contribuição na seguinte declaração recorrente: “Você
não pode ser responsabilizado pelo que idiotas (os usuários)
fazem”.
Foi no verão de 1995 que os primeiros cem miligramas de JWH018, foram fabricados pela equipe de Huffman e testados em
ratos de laboratório. Um relatório foi escrito e a molécula ficou
esquecida em uma gaveta até que alguns anos mais tarde o
JWH-018 ressurgiu como parte de uma pesquisa que pretendia
ser um substituto para a “maconha real” que permitiria ao usuário passar batido em testes de drogas ou evitar a prisão. As
anotações da equipe do professor “vazaram” e como nos Estados Unidos a questão dos laboratórios caseiros é muito comum, são essas mesmas substâncias (as “JWH”) que hoje em
dia, na sua forma líquida são borrifadas em mixes de ervas secas que remetem visualmente a maconha. A erva serve assim
como simples “veículo” para as moléculas psicoativas sintéticas
que quando secam sob ventilação em galpões que destinam-se
a seu fabrico, cristalizam em sua superfície dando um aspecto
de “tricomas”. Como a maior parte das plantas não apresenta
sua superfície recoberta de “pistilos”, fartamente encontrados nas flores da maconha, uma breve análise do perfil físico
da planta basta para o policial das ruas apreender, em caso
de leve suspeita, o material e acusar a pessoa de porte ilegal
de drogas. O estado da Louisiana, por exemplo, proibiu a erva
Damiana(originária da América Central) que possui forte cheiro
de camomila e aparência de maconha quando seca. Hoje, misturas de capim ordinário desidratado são muito usadas pelos
fabricantes.
Situação legal atual!
A condição da maconha sintética nos Estados Unidos como um
todo hoje é de semilegalidade. Kansas foi o primeiro estado a
banir completamente os canabinóides sintéticos, seguido de
Missouri e dezenas de outros estados, hoje mais da metade dos
estados americanos baniu a maconha sintética. Apesar disso,
determinadas “strains” continuam sendo toleradas o que origina uma verdadeira briga de gato e rato entre as autoridades
e os produtores que, ao menor sinal de problemas jurídicos,
desmontam seu acampamento e migram para algum estado
vizinho de lei mais flexível. Impossível não fazer uma referência a um vídeo disponível na internet com o título de “O que
aconteceria se o café fosse proibido?” de Ethan Nadelmann
(fundador e diretor-executivo da Drug Policy Alliance) que traz
uma metáfora muito interessante do que poderia acontecer se
o café, esta bebida tão admirada pelo mundo, fosse proibido
criando assim novas variações da droga...sempre mais potentes
e perigosas. A proibição que alavancou a pesquisa do Professor
Hoofman décadas atrás é a mesma que permeia todo o processo
de produção, distribuição e consumo da maconha sintética que
é “fake” (falsa) no nome, mas que apresenta lucros e principalmente riscos, bastante reais.
v
60
FICHA
62
Lochness Haze
CULTIVA
J
Perdidos no meio da floresta comemoramos mais
uma vez o amor por uma planta e a coragem de seus
apaixonados que lutam por justiça e liberdade. Cresce
a tradição canábica esportiva do nosso país e a Haze
Brasil foi ao Rio para conferir o que rolou na segunda
edição da copa canábica mais antiga organizada no
Brasil.
á havendo presenciado outras cannabis cups
era a primeira vez que compareceria a uma
no Brasil e minhas expectativas eram muito
altas, pois sabíamos que a galera do Pot in Rio
estava por conta da organização e tudo só podia
dar certo. A umas duas horas e meia do centro
da cidade maravilhosa fomos recebidos dos dias
antes os convidados que viemos de longe e estávamos a fim de nos entrosar com a galera dos
diferentes coletivos e cultivadores pelo Brasil á
fora. O local escolhido não poderia ser melhor:
confortável e sem luxo; com o espaço bem distribuído e lugar para muita gente que pode dormir
tranquila e com privacidade logo das longas jornadas de degustação. E o que dizer da paisagem?
O visual era simplesmente maravilhoso. A mata
atlântica descia das ladeiras dos morros como
se fosse uma avalanche verde pronta para nos
engolir e nos enfiar no seu maravilhoso universo. Para os amantes da natureza o lugar era simplesmente o paraíso. Com os amigos Argentinos
da Haze tomando conta da churrasqueira (que
permaneceu acesa por três dias) houve tempo de
sobra para conhecer todo mundo e experimentar
amostras de vários cultivos diferentes, algumas
delas em competição e outras não. A congo (do
famoso breeder La Mano Negra) cultivada por
Pablo foi uma das mais doces e exóticas. A galera
do GTR (Ganja Team Revolucionário) surpreendeu
com seu time de sativas (original haze, mix haze,
mexican sativa) além de alguns belos híbridos
(moby dick, orange bud y chronic) e nem me
falem da deliciosa L.A. Cheese (la confidential x
buddha cheese) que me ofereceram os amigos de
um Grow bem Natural de São Paulo.
Até que chegou o dia da copa e todos os convidados e competidores já estavam lá. Os stands
dos patrocinadores enfeitam o jardim central da
pousada da copa enquanto começa a avaliação
oficial de amostras. Trouxemos edições da revista Haze impressa na versão Argentina e todos os
que ás vem se amarram e mais ainda ficam empolgados de saber que esta edição brasileira estava á caminho. Tanta empolgação é contagiante
e o clima é de pura confraternização, sentado ao
nosso lado está o Perna de Grilo, representante local do Rio que nos mostra os frutos do seu
primeiro cultivo: três fenos diferentes de Jack
47 (cada um mais gostoso do que o outro) e nos
CULTIVA
conta que já guardou uma mãe do feno preferido
porque acha que é uma variedade muito nobre
e de fácil cuidado. As horas se passam e posso
ver como todo mundo está fumando muito e trocando opiniões sobre cultivo e realidade social.
A comemoração só é interrompida por algum
momento de comunicação com a cidade de onde
chegam notícias de um povo que resiste a pesar
de toda a repressão. E o nosso jeito de resistir é
continuar celebrando esta festa da liberdade.
As Melhores amostras já foram selecionadas e os
cultivadores em competição voltam a avalia-las
más desta vez já na procura das que ocuparão
o pódio. Enquanto rola o segundo round ainda dá tempo de conhecer gente tão legal como
o Mao Verde que veio desde Petrópolis para nos
contar como em um clima tão especial como o de
lá é possível ter indoor sem precisar de ar condicionado. E o resultado é fácil de comprovar na
hora de testar suas Money Maker y Banana Kush
que nos deixam pra lá de doidos. Aos poucos
se vai a tarde e uma tristeza infantil começa a
coçar no meu peito, com a chegada da noite o fim
da copa se aproxima e acho que ninguém quer
que termine. Os vencedores já foram definidos y
em breve será a entrega de prêmios. Já nem sei
quantas nem quais amostras experimentei mais
ainda dá para lembrar das mais bonitas: a pakito
(pakistán chitral kush auto) e a pakito por special kush (otra kush por kush) do Kiutiano com
suas cores entre rosa e lilás conseguiram captar
toda a atenção dos curiosos graças a seu belíssimo visual. Uma voz no microfone anuncia a pre-
miação. São chamados os cultivadores que mais
pontos receberam de seus colegas. A alegria com
que são recebidos os resultados faz pensar em
que são os corretos. Os vencedores são aplaudidos de um jeito que confirma o mérito e recebem
uma quantidade absurda de prêmios. Por aqui
da pra sentir que os vencedores somos todos por
estar neste dia histórico mudando o futuro do
nosso jeito.
66
CULTIVA
Rio
Weed Heroes!
Quem são as pessoas que fizeram
a segunda edição da copa do Rio.
Fabio Cerra
Agora quem ouvir falar em Rio de Janeiro e pensar
em samba, cachaça e futebol....erra feio malandro!! Neste último dia 7 (sete) de setembro, enquanto a cidade era tomada por manifestações
que exigem políticas e práticas sociais mais justas, uma cidadezinha tranquila e aconchegante
no interior do Rio sediava a “Segunda Copa da
Maconha do Rio” que tem como característica
principal seu perfil “inclusivo” ou seja, promove
o confronto direto dos tricomas nas mais belas
flores dos melhores plantadores do momento,
“formados” nos mais diferentes fóruns virtuais
como o Growroom e o Canábis Café por ex, e grupos como o Telecurso420 ou mesmo competindo
de forma totalmente independente, como foi o
vitorioso caso do cultivador K. que levou os troféus de primeiro e o terceiro lugar na categoria
Outdoor para o Piauí de uma levada só com as
verdadeiras “bolas de açúcar” da Chocolope e
a ultra potente Jack Herer, respetivamente. Enquanto o pau quebrava na selva de pedra, as
flores secas queimavam na copa e o clima de camaradagem, respeito e de conquista anunciava
que a resistência da maconha estava ali, sem trocadilhos... de pé e reunida impondo muito mais
que um evento puramente transgressor(como
todo ato revolucionário) mas sustentando nossa
ética, nosso comportamento, nossa certeza em
torno da nossa causa.
Como uma revolução não se faz sem revolucionários, a HAZE Brasil escolheu alguns entrevistados
para se aprofundar um pouco mais nos personagens que fizeram essa copa. Procuramos saber
quem são as pessoas por traz daquelas plantas
maravilhosas, o que pensam os convidados e os
organizadores e o que os move intensamente a
participar de forma ativa e até bastante arriscada da luta pela legalização. Uma luta onde medalhistas ou não, mascarados ou de “cara limpa”
todos enfrentam a opressão com a determinação
de vencedores... em busca de um ideal.
Acompanhe algumas declarações, considerações
e reflexões de quem compareceu na segunda
Copa da maconha do Rio!
Dave – Smoke Buddies
Os amigos da fumaça formam o que é certamente
o maior grupo de maconheiros do Brasil. O Smoke
Buddies, grupo secreto de 2011 do facebook após
virar manchete de matérias de TV e bater o incrí-
vel número de 380 mil membros foi caçado pela
administração da rede social e teve suas páginas
deletadas. Como na adversidade sempre existem
grandes possibilidades eles se remanejaram e
partiram pra outras plataformas e hoje o site da
galera traz muita informação bacana, uma rádio e claro... a fumaça continua rolando solta no
grupo “potsecret” “SmokeBuddiesResistência”
que a cada semana ganha novos membros na
tradição dos Buddies: sempre aos milhares.
Dave é um dos fumadores..ops...fundadores do
grupo e esta foi sua primeira copa. “Para o Smoke
Buddies participar como apoiador de um evento desta magnitude e estar junto em mais um
passo a frente na luta é extremamente importante!!!” Afirma Dave que crê que a copa contribua como algo positivo para a legalização: “Um
acontecimento deste porte é sempre um divisor
de águas... chega enriquecendo e gerando uma
cultura ao seu entorno, ainda escassa no Brasil,
sendo uma quebra de barreiras e um ponta pé no
na bunda do proibicionismo.”
O desinteresse da “growlera” pela cerveja gelada
disponível e a presença de um competidor que
planta junto com sua mãe(também presente) foram alguns dos pontos interessantes levantados
pelo Buddie. “Achei notável a falta de interesse
pela cervejinha em um ambiente regado de muito verde, paz e confraternização...¨ com certeza
o mundo seria menos alcoolizado e mais zen com
a Ganja Livre!
“Outro fato bacana foi conhecer entre tantos,
mãe e filho sendo que a Mãe, antes careta e devido às explanações do seu filho, expandiu os
horizontes e achou sua cura na Ganja, esses dois
juntos fizeram o meu 7 de setembro deste ano
inesquecível!” classifica.
Rachel – GanjahTeamRevolucionario
As meninas de cabelo vermelho são fogo!!! Rachel
obteve o quarto lugar no Outdoor com sua Orange Bud e ficou muito feliz com sua colocação: “As
análises foram incríveis, a pontuação interpretada, foi perfeita. Diante de tantas variedades boas
fica difícil dizer que uma ou outra não estaria de
acordo ou pontuar menos que 8 ou 9. Todas estavam ótimas. Parabéns aos 3 primeiros colocados
(Sorrindo)... ficar em 4º colocado me deixou
muito feliz e empolgada. Satisfação imensa estar
com a família GTR e ser mulher representa uma
grande responsabilidade em meio aos jardineiros
que já estão na caminhada á tempos” afirma Rachel que teve como uma das maiores motivações
para sair o interior de São Paulo para participar
da copa do Rio protestar pela prisão do Rasta,
volcalista do grupo GanjahTeamRevolucionário
preso há um ano por plantar erva. Rasta participou na primeira copa e é autor da música “PotinRio” que narra seu considerável trajeto de casa
no interior de São Paulo até o local da peleja carioca do THC em 2012.
“A idéia do cultivo floresceu em mim quando do
triste ocorrido (a prisão do Rasta)...isso me desencadeou muita revolta!!!Nosso irmão Rasta por
conta de seu cultivo e de sua cultura, diferente
desta nossa digamos no mínimo “preconceituosa” seria motivo de muito respeito e estudos. É
muito Injusto!” diz Rachel que relaciona de modo
firme o evento á luta pela causa: “Acredito que
na copa, estando todos nela presentes disparamos o gatilho na questão da ilegalidade no
país. Tira o foco preconceituoso de que somos
68
CULTIVA
CULTIVA
mafiosos traficantes. É preciso estar perto de um
“grower” pra entender isso...enfim, a planta não
é perigosa e não pode ser julgada maléfica por
ser ilegal”.
Para a menina dos cabelos de fogo a copa foi
“inesquecível”, nas suas palavras. ”...mas o que
mais me marcou foi poder conhecer de perto o
cultivo dos que já estão na caminhada a mais
tempo e compreender que não sou apenas mais
uma apaixonada, que sou parte de uma revolução.” Parabéns menina, quebrou tudo!!! Certamente o Rasta estará super feliz por você!
MOFS – Terceiro lugar INDOOR
O bonde das amarelinhas veio muito bem representado. Verdergulho, Diambeiro, Cronista
GGrowered, Buchecha entre outros mostraram
porque o fórum é forte referência no Brasil quando o assunto é cultivo de maconha. As plantas
estavam incríveis!! Cronista e Mofs foram pras
cabeças com uma SuperNova e uma Chronic respectivamente. Na rodada final Mofs levou para a
casinha verde o terceiro lugar. “Sou cadastrado
no Growroom desde 2006. Entrava no site, tinha o
prazer de ver as flores que eram cultivadas, mas
achava não ser possível colher alguma coisa, já
que nunca havia plantado nada além dos pés de
feijão na escola. Há mais ou menos 5 anos reencontrei um amigo que não via há muito tempo e
que também era cadastrado no fórum ...ele me
apresentou uma Blue Mistic e falou: - esse ai é o
meu cultivo!!Então ele me disse que era possível,
como ele tinha feito e eu tive o prazer de degustar aquela flor naquele momento, ali no meio da
rua, foi uma transformação na minha cabeça já
que tinha vontade de cultivar! Fiquei com aquele sabor na boca durante muito tempo(risos)e
ali eu cai de cara no fórum, estudei muito, tive
muita ajuda de uma galera muito maneira. Foram
muitos erros e acertos nestes anos e hoje sou auto
suficiente e não compro mais um grama sequer
no tráfico de drogas.” sentencia o pai de família
de 40 anos que trabalha no ramo da tecnologia
como Gestor de T.I.
Sobre o papel dos cultivadores nas políticas
de drogas Mofs é direto: “Na minha opinião, o
cultivador caseiro de canábis hoje, é um grande
aliado de toda a sociedade, visto que o usuário
sempre foi taxado de ser o combustível para o
tráfico de drogas, onde ele deixa o seu dinheiro
em troca da droga. O cultivador caseiro, quando inicia seu cultivo, ele quebra essa corrente
com o tráfico, é menos um comprando na mão
de grupos armados que não merecem esse investimento!! Quando o amigo do cultivador vê
que é possível ele também sai da mão do tráfico
e vai plantar a sua maconha, e assim por diante.
Quanto mais divulgado for o cultivo caseiro, mais
maconheiros não satisfeitos seja com a qualidade da maconha encontrada nas ruas, seja para
não se arriscar subindo morro, seja para não ser
subornado por maus policiais, quebra essa corrente e passa a não fazer nenhum mal para a
sociedade...e ele não pode mais ser penalizado
por nada. Hoje o carro chefe em qualquer morro é
a maconha, basta ver quando se tem apreensão:
são toneladas e toneladas de maconha e quilos
das outras drogas. O cultivo caseiro legalizado iria minar uma boa fonte de renda do tráfico
armado no Brasil”. Ainda no tema da segurança
pública o dedo verde é categórico: ”Assim que
comecei a plantar e a estudar mais sobre o tema,
vi que tinha como obrigação dar alguma contribuição que fosse para a causa, porque ela não é
só minha, ela é de toda a sociedade, pois a guerra às drogas mata muito mais do que as próprias
drogas. Eu tenho um filho, sobrinhos, filhos de
amigos, e queremos que eles tenham uma sociedade mais justa, mais segura, com menos violência... a guerra às drogas, não traz nada a mais do
que muita violência e caça aos pobres. Pois só o
traficante que esta com fuzil no morro que mal
sabe falar, é que é preso. Os grandes estão soltos e a corrupção corre solta. A legalização hoje e
a fiscalização por parte do governo do total comercio das drogas seria o modo ideal em minha
opinião. Teríamos qualidade no produto, muitas
pessoas hoje desempregadas poderiam estar trabalhando cultivando maconha, cooperativas se
formando para usuários medicinais. A sociedade
só teria a ganhar com uma nova política sobre as
drogas. Eu caí de cara no ativismo, pois vi grandes amigos fazendo o mesmo, sou moderador do
Growroom e participo de debates etc e estou a 4
anos participando das Marchas da Maconha no
Rio de Janeiro.”
Isso aê Mofs, muito legal seu depoimento e sua
trajetória campeã na cena canábica do Brasil. Parabéns e boa sorte nas próximas participações!!!
CULTIVA
Mandáca – Segundo Lugar OUTDOOR
O apresentador (risos) do programa “Em busca
dos tricomas dourados” medalhou em segundo
na categoria outdoor. “Nosso esquema de apuração aplicado na copa deste ano ( as notas e
resultados eram computados junto aos competidores) me deixou bastante a vontade de colocar
uma amostra na briga também, mesmo fazendo
parte da organização...porque afinal de contas
eu também curto bastante o lado positivo da
competição em si: o desafio das colheitas! Minha amostra é uma cruza caseira muito potente de
uma sativa sul-africana (Ciskey – um presente
de 2010 do meu amigo Carlos do mercacannabis)
e uma incrível NepalHighland (Cannabiogen).
Apenas dois ou três tapas já são suficientes pra
deixar qualquer um com um sorrisão maroto
insistente no rosto. Infelizmente, por estar “de
serviço” no dia, eu não avaliei as amostras delegando esta feliz missão ao nosso amigo da revista Cultura Cannabis Chile Ale, mais um ano aqui
presente, que considerou o nível das amostras
excelente.” Comemora o fumeta.
Beckenbauer - Campeão INDOOR
Plantando erva desde 2009, o campeão do indoor
é moderador do fórum CannabisCafe e tem como
referências positiva nomes como Gringo D2, Macaco Natalino, Verdim e Budzaum pois “Graças
a eles o fórum, que me ensinou tudo o que eu
sei sobre cultivo, tem tanta informação de qualidade.”
Sobre a copa, Beckenbauer é categórico: “Participar foi sem dúvida um lance muito louco na
minha vida!!! Sabia que estava com um fumo
muito bom mas sinceramente não imaginava sair
campeão! Minha “Cheese” foi selecionada durante um concurso realizado pela Dutch Passion
CULTIVA
na sessão dos seedbanks do nosso fórum, onde
eu ganhei as sementes. Ela foi escolhida entre
três fenótipos vindos de sementes feminalizadas
de Dutch Cheese. Desde então eu mantenho ela
como madre e tenho um cultivo orgânico perpétuo. Ela foi para a copa 45 dias depois da colheita
e estava com pouco mais de 30 dias de cura. Dentre todas a plantas que eu tinha ela quem estava
chamando mais atenção tanto em sabor quanto
em potência, estava literalmente fazendo suar o
couro cabeludo” reforça.
Beckenbauer que veio de Floripa carregado com
outras amostras que também impressionaram
a galera presente, como a Black Widow por ex.
acredita que “os eventos como esse ajudam a
aumentar o debate sobre a legalização e isso é
muito importante. Pode fazer com que as pessoas
vejam o Maconheiro de outra forma, saber, por
exemplo, que os usuários estão se organizando
entre si e que estão fazendo isso sem depender
do crime organizado, dependendo apenas de
seus cultivos! Com certeza deve mexer com a
paciência de muito proibicionista e isso é muito
bom(risos)!!”
“Como sou moderador conheço virtualmente growers por todo Brasil. Para mim é nesses
eventos canábicos, na copa principalmente, que
acontece uma ótima oportunidade de provar as
flores e de conhecer pessoalmente vários destes
amigos que são pessoas que muito admiro e são
verdadeiros formadores de ideias!” Isso aê Bequenbauer, parabéns pra você que veio de longe
mostrar que é um campeão de fibra... e de muita
resina!
Isso aê irmandade, parabéns a todos que fizeram
este lindo momento de confraternização entre os
maconheiros de todo o Brasil fazendo momentos
virarem história como lembrança de tempos de
muita luta, mas acima de tudo de tempos insubstituíveis! Até a próxima!
And the winners
are:
cof..!
cof..!
RESULTADO FINAL
CATEGORIA INDOOR:
PRIMEIRO LUGAR: Dutch Cheese (Nro 04) de Beckenbauer
SEGUNDO LUGAR: OG Kush (Nro 03) de Trosa
TERCEIRO LUGAR : Chronic (Nro 6) de Romão
CATEGORIA OUTDOOR:
PRIMEIRO LUGAR: Chocolope (Nro 3) de KW
SEGUNDO LUGAR: Giselle Bunchen (Nro 5) de Manda
TERCEIRO LUGAR: Jack Herer (Nro 4) de KW
Parabéms a eles e a todos os que participaram!!!!
72
FICHA
74
eds
Buddha Se
SANA
ino
Saver
n
a
u
J
outor
Por D
O
lugar de onde partimos marcará até onde
chegaremos. A origem de um conflito delimita as possíveis soluções. É traçada uma
rede de possibilidades baseadas na etiologia da
problemática. É um mecanismo que utilizamos
automaticamente para ser resolutivos e não perpetuar a análise. Da mesma forma, a medicina
ocidental, metodologicamente correta, estabelece
seus tratamentos baseando-se na origem das enfermidades.
Câncer (caranguejo). Origina-se da célula que sofreu mutações, seja pela influencia de algum teratogênico (tabaco, álcool, exposição à substâncias
tóxicas, radiações, infeções virais, etc.), por mutações espontâneas ou predisposição genética. Causa perda de todos os mecanismos do controle celular, multiplica-se indiscriminadamente e avança
formando uma massa ou tumor anarquista.
AS TEMIDAS METÁSTASES. Uma célula dessa população alcança um alto grau de malignidade,
se rompe até chegar à corrente sanguínea, onde
elude eficazmente a imunidade. Amplamente superada em número e potencial, chega até um novo
órgão. Ali estabelece uma colônia do tumor principal, para continuar com sua incompreendida missão: destruir o organismo que a contém.
Esta hipótese é a pedra fundamental da origem
das neoplasias para a medicina alopática. Os tratamentos tentam frear o avanço celular de várias
formas, inibindo a angiogênese (um tumor forma
uma rede de vasos sanguíneos que fornece os nutrientes precisos para levar a cabo a missão), tirando quirurgicamente o excedente de tecido ou
confrontando corpo a corpo as células por meio
de rádio e/ou quimioterapia. Dessa forma ficam
delimitados os bandos, o tumor frente aos aliados: médicos, paciente, família, vizinhos, amigos,
religião e esperança. A famosa batalha contra o
câncer. Diariamente escuto frases do estilo “está
lutando”, “continua batalhando” e muitas outras,
de índole militar. Falamos de uma guerra que
leva milhões de soldados e gera a ideia de tê-la perdido antes começar a lutá-la. Os métodos diagnósticos avançaram muito nas últimas décadas. Passado os 40 anos, existe uma
larga lista de exames que procuram identificar
a tempo ao inimigo silencioso para atacá-lo
antes que seja tarde demais!
Este é o paradigma tumoral: medo, autodestruição, impotência, incertezas. Forma o
marco da doença e, a partir desse momento,
a pessoa enfrenta o tratamento para “salvar
a sua vida”. A consciência coletiva encontra-se carregada de medo. A ideia de ter câncer
aterroriza o mais corajoso. Desde o inicio, as
possibilidades de êxito são diminuídas pela
quantidade de informação que existe nos seres humanos. Há pessoas que acham proveitosa a adversidade e se enchem de coragem
para ir adiante, casos que são maravilhosos.
Porém, muitos perecem antes mesmo de começar o tratamento. Os diagnósticos geralmente são devastadores: “existe algo crescendo dentro de você, se não for detido poderá
acabar com a sua vida”. Independentemente
do modo e da dedicação dos médicos na hora
de cuidar da situação, essa mensagem chega
desde muitos emissores. Campanhas publicitárias, jornais, televisão, boca a boca. Está
gravado no pensamento coletivo que o câncer
equivale à morte e estamos frente a uma epidemia. A doença se converteu em um demônio
intratável. Esse jeito de percebê-la condiciona
o modo de transitar o processo. Não tememos
uma angina porque aprendemos que com um
antibiótico podemos superá-la. No caso de
um câncer, aprendemos a temer e ficar paralisados. A equação é simples, fatores externos
que provocam uma mutação geram um descontrole orgânico. Pouca relação com esta
enfermidade salva o modo de viver. Refiro-me ao modo de transitar a vida, o controle
das emoções, dos pensamentos e seu impacto
no organismo. A estratégia terapêutica deixa
de lado a pessoa. A abordagem mecanicista e
causalista gera a fragmentação do homem enfermo. Combate uma população celular com
anseio de aniquilação. A um custo muito alto
se consegue bons resultados, nos melhores casos. Em muitos outros, a toxicidade estabelece
o limite, o paciente resigna-se ou não se obtém resultados.
MAIS ALÉM DO PARADIGMA TUMORAL
Antes da era dos antibióticos a tuberculose era
uma doença fatal. A medicina era terminal e
não possuía as ferramentas para tratá-la.
Para ter sucesso em qualquer empreendimento que nos envolvemos sabemos que com uma
atitude positiva e ganhadora vamos ter uma
vantagem. Independentemente do resultado final, o caminho terá sido transitado com
alegria e esperança. Este conceito é inevitável
ao se falar de um tratamento médico. Espíritos
cheios de medo, incerteza e impotência desejam curar-se. É muito difícil tirar água de um
navio que está afundando.
É hora de abordar a doença de outro ponto de
vista, considerando a possibilidade de deixar de lado a ideia de um corpo deteriorado
que não tem reparo sem antes passar por duras sessões de quimioterapia ou uma cirurgia
radical. O uso da maconha em pacientes com
câncer tem dois tipos de efeitos, o objetivo e
o subjetivo. Do primeiro podem-se obter benefícios no plano fisiológico, com resultados
mensuráveis e derivados das propriedades
dos canabinóides. O efeito mais enigmático
e surpreendente da Cannabis é o subjetivo.
Constitui uma ponte de inalação para atravessar o paradigma tumoral.
EFEITO SUBJETIVO
O efeito subjetivo varia de pessoa para pessoa
e não depende exclusivamente das propriedades psicoativas da Cannabis, mas também
de fatores como a estrutura psíquica, a expectativa, experiências prévias e o ambiente. A caraterística principal é a variabilidade
interpessoal. Um paciente oncológico imerso num panorama de dor e pouca esperança
pode elevar-se, deixar para trás um estado de
escuridão no qual passa seus dias. Os usuários experimentam uma transformação na
percepção da realidade. A interpretação dos
fatos está sustentada pelo contexto de vida de
cada pessoa. A utilização da maconha oferece
a possibilidade de interpretar o mesmo fato
76
SANA
desde outra perspectiva. É muito triste subestimar
e rejeitar o grande valor desta experiência. É um
efeito que não pode ser ignorado, seu valor projetivo é altíssimo.
MODULADOR POSITIVO DO ESTADO DE
ÂNIMO
RESGATE ANIMICO. Os guerreiros costumam cair em
estados de desesperança e depressão pelo impacto
da doença na sua estrutura psíquica ou dos cansativos tratamentos. Resulta muito complexo abordar essa situação. O grupo familiar não sabe que
ferramentas utilizar, os médicos não conseguem
compreender a magnitude do transtorno e o paciente continua girando num espiral descendente.
O consumo de canabinóides é de muita utilidade.
Por meio de inalação, devolve a simpatia nos primeiros 15 minutos após a administração. A transformação é imediata, clara e evidente. O efeito
dura entre 2 a 3 horas. Os pacientes não experi-
É muito triste e frustrante ver como uma pessoa
emagrece 10 ou 15 kg em seis meses sem haver
modo nenhum de frear essa situação. Tudo começa com a rejeição do alimento, continua com a
negação a comer e acaba com o enjoo absoluto. É
um problema que, com o passar dos dias, é mais e
mais difícil de reverter.
Diminui amplamente o gosto dos alimentos, mudando a percepção da fome pelo enjoo. Deixa de
existir a fome seletiva e a pessoa come por obrigação. Esses enormes sofrimentos descansam nas
sombras da perda de depósitos lipídicos e no desinteresse dos médicos pelos mesmos, o que supõe
um sofrimento ainda maior.
O pior final é uma sonda nasogástrica que tenta
proporcionar as calorias suficientes para que o
organismo não pare de funcionar. É um problema
que pode ser abordado a tempo. Sugerir maconha
quando a pessoa está há três meses sem querer
nem poder alimentar-se é ter perdido três meses!
O desequilíbrio metabólico se incrementa ao longo
que interagem os canabinóides determina o efeito
fisiológico.
Este plano é aquele que compartilha com diversos fármacos, que combinados são utilizados para
tratar dores especificas. É um grande problema
para o fígado metabolizar esse conjunto de substâncias. Para cada efeito descrito é utilizado um
fármaco distinto. A combinação com maconha
não só permite diminuir a dose desses fármacos
como também descontinuar o uso de alguns deles.
Resulta benéfico diminuir a toxicidade farmacológica para preservar órgãos nobres e melhorar a
qualidade de vida. Caixas de distintos tamanhos
e cores, pílulas e bulhas em excesso vão desgastando a vontade quando passam a ser parte da
realidade.
EFEITO ANTIEMÉTICO E ANTIENJOATIVO:
os tratamentos com rádio e quimioterapia têm
como um dos seus efeitos adversos vômitos e náu-
difícil de controlar. Tenta-se dominá-lo com benzodiazepinas, porém estas permanecem por muito
tempo no organismo tornando mais lentas as funções cognitivas e geram tolerância e dependência.
Como se isso fosse pouco, a maioria possui um extenso metabolismo hepático.
EFEITO ANALGÉSICO:
Pode-se utilizar sozinho ou combinado com os
analgésicos habituais, dimin.
uindo as doses e maximizando o efeito.
CONCLUSÃO
O Cannabis reúne uma série de caraterísticas que
fazem com que seu uso no tratamento do câncer
não possa seguir sendo ignorado. Falamos dos benefícios nos aspectos físico, psíquico e espiritual.
É fundamental atender o estado de ânimo, o humor, a alegria de viver. De nada serve “sobreviver”
ao câncer se cada vez que se recorda o momento
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mentam nenhum efeito rebote ao voltar ao estado
psíquico neutro.
No contexto de uma doença existem hábitos que
viram cotidianos e ignoramos a imensa repercussão que esses hábitos têm na pessoa afetada. Perda
do apetite seletivo, infecções intercorrentes, insônia, dores, queda do cabelo e uma extensa lista de
contratempos. O humor está em xeque. Não é suficiente tratar somente o corpo. A maconha reúne
as caraterísticas farmacológicas para poder tratar
o setor anímico. Não se trata somente de utilizar
um fármaco que melhore a eficácia do tratamento,
estamos falando de melhorar a qualidade de vida.
do tempo e o transtorno que gera a perda do habito é às vezes irremediável.
As pessoas não desejam se alimentar e compreendem a magnitude do problema que isso implica.
Sofrem quando está chegando o momento de comer, lembram-se da importância da ingestão e a
falta de vontade os perturba. A maconha aumenta o apetite e o desejo de comer, misturando os
efeitos objetivo e subjetivo. Pode ser administrada
entre uma ou duas horas antes de comer para facilitar a ingestão e aliviar o momento.
ESTIMULANTE DO APETITE
Os efeitos objetivos do Cannabis são aqueles que
derivam do seu mecanismo de ação. A maneira
EFEITOS OBJETIVOS
seas difíceis de controlar. Utilizam-se diversos fármacos para diminuir sua incidência e gravidade.
O Cannabis possui um potente efeito antiemético
e antienjoativo. Pode-se administrar por via inalatória nos casos mais graves ou manter uma concentração estável de canabinóides por via oral em
forma de óleo.
EFEITO SEDATIVO-HIPNÓTICO:
As variedades indicadas de Cannabis possuem
concentrações elevadas de CBD (canabinóide sedativo). Estas produzem uma suave, mas profunda sedação, que pode continuar com a indução
ao sono. A dose varia baseada nas caraterísticas
do indivíduo e seu nível de excitação. Os pacientes alcançam com frequência um grau de acatisia
escorre uma lágrima. É hora de escolher um modo
consciente de transitar esse processo que ainda
não é compreendido com clareza. Essa ajuda inalatória, de fácil cultivo, acompanha as pessoas no
caminho da cura, ao qual nem todos chegam, e
os ajuda a compreender que esse momento da sua
história é parte do caminho e não simplesmente
seu fim. Reduzi-lo a uma ferramenta paliativa é
ver a metade do copo vazio, ignorando perigosamente o valor e a energia que essa viagem tão
profunda e libertadora dentro de um panorama
percebido como obscuro lhes oferece. Valor e
energia que, olhando a metade do copo cheio, estas plantas passam a jogar do nosso lado: o lado
da vida.
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Haze #1 - revista Haze