Drogas e juventude: como orientá-los?
Prof. Dr. Arthur Guerra de Andrade
Professor Titular da Faculdade de Medicina do ABC
Professor Associado da Faculdade de Medicina da USP
Cenário atual
1. Realidade preocupante: drogas fazem parte
do mundo.
2. Álcool: droga legal - a venda é proibida para
menores de 18 anos, mas mesmo assim muitos
jovens acabam consumindo bebidas alcoólicas.
3. Pais, educadores e profissionais de saúde:
têm dúvidas quanto a melhor forma de orientar
o jovem.
Cenário geral: drogas no mundo
Extensão do abuso de drogas nos últimos 12 meses, no mundo, no
período de 2005 a 2006 (UNDCP, World Drug Report 2007)
Drogas
ilícitas
Global
(milhões de
pessoas)
Porcentagem
da população
global
(entre 15-64
anos)
Maconha
Anfetamina
tipo
estimulante
Anfetamina
Ecstasy
Cocaína
Opióides
Heroína
200
158,8
24,9
8,6
14,3
15,6
11,1
4,8%
3,8%
0,6%
0,2%
0,3%
0,4%
0,3%
Uso de drogas na vida por três segmentos
populacionais brasileiros (%)
(CEBRID, 2005)
Prevalência de uso de drogas na vida, entre estudantes
de graduação da USP – campus São Paulo 2001
Crack
0,40
0,90
1,27
Sedativos
Ecstasy
1,55
2,90
3,17
5,90
Tranquilizantes
Alucinógenos
6,31
9,00
11,40
24,50
35,30
Maconha
50,50
91,90
Álcool
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
(Stempliuk e col., 2003)
90,00
100,00
Algumas conseqüências do consumo de
álcool e outras drogas entre jovens:

Brigas

DST’s/AIDS

Gravidez

Acidentes de trânsito
Bebida e direção
36% dos universitários não bebe quando sai, mas 80% diz
que apesar de não dirigir após beber, voltam de festas com
amigos que beberam.

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 2007
Vídeo Beber ou Dirigir
Bebida e direção
Vídeo Beber ou Dirigir
A idade de experimentação é crucial
Quanto mais cedo o jovem começar a
beber ou usar drogas, mais cedo ele
poderá ter problemas relacionado ao uso
Informações importantes para
profissionais que lidam com jovens:
Classificação das drogas:

Depressoras

Estimulantes

Perturbadoras
Drogas depressoras do SNC
Lentificam ou diminuem a atividade cerebral,
além de propriedade analgésica




Álcool
Benzodiazepínicos e
barbitúricos
Opiáceos
Solventes
Drogas estimulantes do SNC
Promovem aumento da vigília e atenção,
aceleração do pensamento e euforia




Anfetaminas e
derivados
Cocaína/ crack
Nicotina
Cafeína
Drogas perturbadoras do SNC
Produção de quadros de alucinação ou ilusão






Cannabis
Mescalina
MDMA - (Ecstasy)
Anticolinérgicos
naturais e sintéticos
LSD
Ayahuasca ou Santo
Daime
O uso de uma droga leva a outras
drogas?
Risco Relativo,
RR = 2.8
Uso de
Tabaco
Exposição a
oportunidade
de maconha
RR = 4.8
Uso de
Maconha
Uso de
Cocaína
Exposição a
oportunidade
de cocaína
RR = 5.0
RR = 19.3
Wagner & Anthony, 2002
Uso, Abuso e Dependência
Não uso
Uso experimental
Uso esporádico
Uso freqüente
Uso pesado
Abuso
Dependência
+ problema
- dependência
Usuário problema
Problema
Padrões de consumo de drogas
+ problema
+ dependência
Usuário dependente
Dependência
- problema
- dependência
Usuário social
Estimativas
Epidemiológicas para os
Estados Unidos,
1992-1998
Tabaco, 1 em 3
Heroína, 1 em 4-5
Inalantes,
1 em 20
Alucinógenos,
1 em 20
Analgésicos
opióides, 1 em 11
Ansiolíticos,
sedativos, &
hipnóticos,
1 em 11
Estimativa
da fração
de usuários
de drogas
que se
tornam
dependentes
Maconha,
1 em 9-11
Crack, 1 em 5 (??)
Cocaína, 1 em 6
Álcool, 1 em 7-8
Estimulantes que não
a cocaína, 1 em 9
(Adaptado de Anthony et al., 1994)
Vulnerabilidade
Por que algumas pessoas tornamse dependentes e outras não?
Etiologia da Dependência
Multifatorial
 Herança
familiar
 Psicopatologia
 Cultura
(religião)
 Ambiente
 Pressão
 Acesso
familiar
de grupo
O que fazer?
• Profissionais devem apostar na
prevenção
•Prevenção primária
•Prevenção secundária
•Prevenção terciária
Estratégias para viabilizar programas
efetivos de prevenção
1.
Atingir múltiplos sistemas
2.
Iniciar as intervenções cedo na vida
3.
Conhecer a realidade sobre as drogas
4.
Fortalecer os jovens
5.
Promover fatores protetores
Estratégia 1
Atingir Múltiplos Sistemas

Envolver toda a comunidade: alunos, professores, pais,
imprensa, funcionários e representantes comunitários.

Educação apenas não resolve.

Importância das normas claras.

Importância dos modelos (posturas e atitudes): pais,
professores, chefes, amigos, entre outros.
Estratégia 2
Iniciar as intervenções cedo na vida



Idade do primeiro uso de álcool e tabaco
entre estudantes brasileiros do ensino
fundamental e médio: cerca de 12 anos.
Idade do primeiro uso de maconha: cerca
de 13 anos
Idade do primeiro uso de cocaína: cerca de
14 anos
Estratégia 3
Conhecer a realidade sobre as drogas


Quebra dos mitos
Efeitos e conseqüências de curto e longo
prazo
Alguns mitos dos pais

“O problema começou quando descobri que
meu filho estava usando drogas”

“Isto nunca vai acontecer com meu filho”

“A culpa é das más companhias”


“Se houver algum problema de drogas na
escola, ela que resolva; eu não tenho nada
com isso”
“Já cansei de dizer ao meu filho...”
Estratégia 4
Fortalecer os jovens



Desenvolver autonomia, responsabilidade,
auto-estima e funcionamento adequado em
grupos.
Aprender a compartilhar idéias, atividades e o
respeito ao outro.
Importância dos esportes, teatro, dança, entre
outros.
Estratégia 5
Promover nos jovens os fatores protetores



Um relacionamento afetivo e acolhedor com
pelo menos uma outra pessoa.
Expectativas positivas de si mesmo.
Promoção de festas sem álcool, sistema de
tutores, entre outros.
Material de apoio

Livreto e DVD “Como falar sobre uso de
álcool com seus filhos”
O exemplo não é a melhor forma de
ensinar algo a alguém: é a única
Onde encontrar informações sobre
álcool e drogas?
CISA: www.cisa.org.br
OBID: www.obid.senad.gov.br
GREA: www.grea.org.br
Álcool e Drogas sem Distorção:aed.one2one.com.br/alcooledrogas
CEBRID: www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid
ABRAMD: www.abramd.org.br/
ABEAD: www.abead.com.br/
UNIAD: www.uniad.org.br/