Elementos ritmicos usados na metade do tempo, com bumbos ligeiramente fora do beat. O uso da variação de sons de hi-hat (chimbal) e volumes adiciona movimento.
samples mais dark, alterações de pitch e
efeitos de sobreposições. O trabalho do
Burial é muito diferente da maioria das
faixas comercialmente bem-sucedidas de
dubstep para pistas de dança, e tem muitas
semelhanças com trabalhos de Brian Eno e
Philip Glass.
Na minha busca para decidir o que
se encaixaria melhor em um tutorial
informativo sobre o dubstep, perguntei
a inúmeros produtores, e houve um
veredicto unânime: informar as pessoas de
que criar dubstep é mais do que apenas
automatizar um filtro de corte para fazer
uma linha de baixo ‘oscilante’. Embora eu
vá apresentar como fazer o tipo de linha
de baixo oscilante que se tornou sinônimo
do gênero, você só tem que ouvir a minha
lista recomendada (ver box) para perceber a
variedade e o contraste que o dubstep tem
para oferecer.
Bumbo & Subgrave
Não há um método estabelecido para criar
o dubstep. Muitos tracks são construídos
ao redor de seus elementos dominantes
de baixa frequência, ou seja, o subgrave e
o bumbo. Se você escolheu um sample ou
programou um refrão que você acha que
pode ser a base de uma faixa de dubstep,
sem dúvida trabalhe primeiro a partir daí,
mas como há uma ênfase no extremo grave
do espectro sonoro, é essencial que você
selecione um bumbo e um subgrave que
combinem entre si.
Como em muitos estilos eletrônicos,
as baterias são geralmente criadas através
de samples sobrepostos. Tente mesclar
sons contrastantes ao fazer as faixas de
bateria, já que a tendência em sobrepor
samples de sons semelhantes terá um efeito
negativo no som. E não tenha medo da
variedade: tente usar batidas de house ou
hip-hop junto com sons mais obviamente
próximos ao dubstep. Você pode até usar
o som grave, alterado através do pitch,
de um bola de basquete quicando. Se
você estiver procurando um som mais
orgânico, use samples de bateria étnica
ou ao vivo. É sempre melhor ter uma
abundância de samples apropriados de
bateria disponíveis, já que cada sample
individual de bumbo, caixa ou chimbal pode
alterar completamente a dinâmica do seu
track, especialmente os aspectos ecléticos
e ritmados.
O uso de ondas senoidais simples ou
múltiplas é um bom ponto de partida
para criar o subgrave do dubstep. Não
há nenhum conteúdo harmônico em uma
onda senoidal padrão, e a variação de
oitava de C0-C1 produzirá uma frequência
fundamental, alcançando aproximadamente
30-60Hz. Ao escolher um som de bumbo,
portanto, não faz sentido escolher um
sample realmente grave de 808 já que
ele não vai funcionar bem com este tipo
de subgrave. Em vez disso, comece com
um bumbo que alcance um espectro de
frequência mais alta que o subgrave: desta
forma, os dois não soarão confusos juntos.
(Você pode, é claro, usar um sample de 808
para o subgrave em si ...)
Além de selecionar elementos que
combinam entre si, existem várias maneiras
de fazer as partes soarem bem juntas.
Um dos métodos mais simples é usar um
equalizador para cortar as variações de
frequências indesejáveis. É sempre melhor
tirar as frequências do que aumentá-las; se
o seu sample de bateria estiver precisando
de mais presença nos graves, o equalizador
pode acrescentá-lo, mas ele vai soar melhor
se você usar um que já tenha esse aspecto
(presença) desde o início.
Algo que se tornou bastante popular
na música eletrônica é o uso de um
compressor com side-chain para ‘abaixar’
o volume do subgrave, quando o bumbo
é tocado. Esta é uma ótima maneira de
garantir que o bumbo vai aparecer na
música, mas esta técnica não deve ser
considerada como única, e há certas
técnicas que podem funcionar melhor.
Uma delas é duplicar o track de bumbo e
usar um som de chimbal fechado em vez
de um sample de bumbo para acionar o
compressor. Uma batida de chimbal tem
um final mais curto do que um bumbo, o
que significa que a redução resultante será
menor e não soará elaborada. Para garantir
que o chimbal não faça parte da mixagem,
dê a ele um canal dedicado e dê um ‘mute’
na saída master.
Caixas e claps
Caixas com reverbs possuem um forte
papel na composição do dubstep – pegue o
remix de Skream para “In for the Kill” como
um exemplo. Para obter uma caixa típica do
dubstep, você precisa sobrepor um sample
de caixa, ou várias caixas, com um clap.
Uma caixa que toque em torno de 200Hz
é um bom ponto de partida; o clap cuidará
da parte alta. Em seguida, usando um efeito
de reverb sobre os samples sobrepostos,
você pode adicionar o espaço e a
amplitude necessários. Não há parâmetros
estabelecidos para sobrepor caixas ou
adicionar reverberação: trata-se apenas de
definir o som que você deseja criar. Se você
estiver interessado em criar dubstep para
clubes, cada aspecto deverá ser ajustado
e equilibrado para que a mixagem soe
bem em um sistema de som alto. Se você
estiver esperando criar um dubstep mais
expressivo ou abstrato, a liberdade é toda
sua. Você pode optar por usar o que quiser
como sample de bateria porque inovar é
sempre muito bom.
Para ilustrar a programação do dubstep,
eu criei alguns patterns de exemplo,
utilizando um rack básico de bateria no
Ableton Live. Você vai ver que eu estou
usando dois bumbos – um grave e um
agudo – uma caixa, um clap, um aro
(rimshot), três chimbais fechados, um
chimbal aberto e um prato de condução.
Estes são rotulados nos screenshots.
O primeiro exemplo, na página anterior,
mostra um pattern de meio-tempo bastante
básico, com batidas de bumbos “lentos” e
irregulares que aumentam a sensação de
swing. O uso do volume em cada sample é
julho 2010 • www.soundonsound.com.br
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Bumbo & Subgrave Caixas e claps