FAUNA DO CONCELHO DE MIRANDELA
Em Mirandela, no buraco da Terra Quente, a rigidez da invernia amaina-se, o verão é marcado
por um longo período de seca que se estende de Maio a Outubro. Os afluentes e ribeiros do rio
Tua secam no Verão e os recursos subterrâneos são quase inexistentes. O caudal máximo do
Tua é 150 m3/s em Setembro e a média é de 49m3/s. Bogas, Barbos, Escalos, e Enguias têm
aqui o seu habitat.
Sobre o coberto vegetal existe uma fauna selvagem diversificada: perdiz, codorniz, tordo, rola,
coelho, lebre, raposa, javali e também embora mais raros: o pato, o pombo, o lobo e o corço.
COELHO-BRAVO - Oryctolagus cuniculus
Os coelhos são pequenos mamíferos da família dos leporídeos, que se encontram facilmente
em muitas regiões do planeta. O termo é utilizado para se referir às espécies de oito géneros,
incluindo o coelho-de-amami (Pentalagus), os coelhos-americanos (Sylvilagus) e o coelhopigmeu (Brachylagus). Alguns autores incluem o género Caprolagus no grupo dos coelhos
(coelho-asiático), mas a maioria classifica-o como pertencente às lebres. A espécie mais
comum é a Oryctolagus cuniculus, ou coelho-europeu.
O coelho é uma das espécies cinegéticas portuguesas de maior importância, devido à
facilidade com que se reproduz e aos números elevados que as suas populações atingem. É
um pequeno herbívoro que mede entre 35 e 50 cm e pesa entre 1,2 e 2,5 kg. Tem uma
pelagem de cor acinzentada com laivos amarelo-acastanhados na nuca e nas patas, e a face
anterior esbranquiçada; as orelhas são relativamente curtas (menores que o comprimento da
cabeça). Quando em movimento, identifica-se facilmente pelo seu estilo de corrida em
apertados ziguezagues.
Vive em zonas onde o mato é abundante, preferindo os terrenos secos e arenosos, mais fáceis
para a construção de tocas. A alimentação é constituída essencialmente por plantas herbáceas,
raízes, grãos e mesmo cascas suculentas de algumas árvores.
É um animal de hábitos nocturnos e crepusculares, embora possa ser visto durante o dia
quando não há interferência humana. Vive em colónias, que, em caso de densidades elevadas,
podem atingir os 20 indivíduos. O coelho reproduz-se quase todo ano, embora seja mais activo
entre Março e Maio. Com um período de gestação de apenas 28/33 dias, cada fêmea tem três a
sete ninhadas por ano, produzindo cada ninhada entre duas a sete crias, cegas, surdas e sem
pêlo, que, ao fim de 3,5 meses no caso das fêmeas e 4 meses no caso dos machos, já estão
aptas a reproduzir. Tem uma longevidade máxima de nove anos.
Curiosidades
-Os coelhos são Mamíferos. Apesar de roer tudo que vêem pela frente, eles mamam em suas
mamães quando são bebês.- A altura máxima que um coelho consegue saltar é 6 metros.
Ainda mais se correm perigo.
-Os coelhos roem de tudo para gastar seus dentes, que não param de crescer. Os dentes da
frente dos coelhos são como os dos roedores, que crescem durante toda a vida. Para que eles
fiquem do tamanho certo, os coelhos roem de tudo, principalmente madeira.
-Se bem tratado, um coelho pode viver até 10 anos.
-O tempo de gestação de um coelho é superpequeno, apenas 1 mês, tendo de 4 a 6 filhotes e
amamentando entre 20 e 30 dias; logo depois a mamãe coelho já pode ter mais filhotes. É por
isso que ele é um símbolo muito comum na Páscoa, por sua fertilidade (para judeus e cristãos,
tem haver com a esperança de um nova vida).
-O coelho surgiu na Europa, mas depois de ser domesticado se espalhou pelo mundo.
-Um coelho pode ver atrás de si mesmo sem mexer o pescoço, graças a seus olhos que ficam
do lado da cabeça.
LEBRE - Lepus capensis
A Lebre é um mamífero da família Leporidae, pertencente a um dos seguintes géneros Lepus,
Caprolagus ou Pronolagus Podendo-se locomover com grande velocidade, certas espécies de
lebres podem atingir até 55 km/h.
A lebre geralmente é um animal muito tímido, podendo viver em pares ou solitariamente.
As lebres europeias mudam seu comportamento na primavera, as quais podem ser vistas, ao
longo do dia, correndo atrás de outras de sua espécie nas pradarias. Isto pode ser visto como
uma disputa entre machos desta espécie afim de alcançarem a liderança, nessas disputas
pode-se frequentemente ver lutas, um atingindo o outro com suas patas.
Mas uma observação mais detalhada revelou que geralmente é uma lebre fêmea que acaba
batendo em um macho, com o intuito de mostrar que ainda não está pronta para a reprodução
ou simplesmente para mostrar a sua determinação.
A dieta da lebre é muito similar à do coelho. Uma das diferenças entre lebres e coelhos é o fato
de que os filhotes daquelas já nascem com pequena capacidade motora e visual, enquanto que
os filhotes desses nascem completamente cegos e ficam no ninho por algumas semanas até
poderem sair sozinhos. Os ninhos das lebres são constituídos por depressões rasas ou são
áreas aplainadas na grama, diferentemente dos coelhos, que os fazem em tocas no solo.
Com alguma frequência confundida com o coelho, a lebre distingue-se contudo facilmente
dessoutro lagomorfo pelo tamanho superior (50 a 70 cm e um peso entre 2 e 7 kg), pela cor
amarelo-acastanhado (mais acentuada nas partes superiores) e sobretudo pelas grandes
orelhas, maiores que o comprimento da cabeça e negras na extremidade. Outras das
características mais notáveis na lebre é o grande comprimento dos seus membros posteriores,
o que lhe permite adquirir velocidades na ordem dos 60 km por hora. Além disso, também nada
bem e trepa sem dificuldades. Os olhos, posicionados lateralmente, possibilitam um campo de
visão de quase 360º. Um excelente sentido do olfacto e umas orelhas compridas que
possibilitam uma boa audição, permitem a localização a grande distância. Estas características,
aliadas à sua velocidade, permitem-lhe escapar aos seus predadores com alguma facilidade.
Além disso, quando se alimenta passa quase despercebida, já que baixa as orelhas
horizontalmente sobre o dorso e se mantém agachada junto ao solo. Assim, a sua principal
causa de declínio prende-se com a caça, já que é uma espécie cinegética muito apreciada, e
com a actividade agrícola (utilização de máquinas, que destroem as tocas, e herbicidas).
Sendo uma espécie herbívora, a base da sua alimentação é constituída por ervas e colheitas
agrícolas. É um animal solitário que habita quer em bosques protegidos quer em terrenos
abertos, com vegetação adequada. Normalmente tem uma a três ninhadas por ano; o período
de gestação é de 42 a 44 dias e a ninhada é constituída por uma ou duas crias (raramente três),
com cerca de 100 g de peso, que, ao contrário dos coelhos, nascem já de olhos abertos e com
pêlo, sendo amamentadas até às três semanas. Alcançam o peso de adulto aproximadamente
aos 150 dias. O macho atinge a maturidade sexual aos seis meses e a fêmea aos sete/oito
meses. Vive um máximo de 9 anos.
Algumas espécies
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Lepus europaeus
Lepus granatensis
Lepus castroviejoi
Lepus arcticus
RAPOSA - Vulpes vulpes
A raposa é o carnívoro selvagem com maior distribuição e abundância do mundo. Tem um
focinho esguio, rematado por umas orelhas longas e pontiagudas, e uma cauda espessa e
vistosa com cerca de 50 cm de comprimento. A pelagem é castanho-avermelhada, e as patas
estão dotadas de garras não retrácteis. O corpo e a cabeça apresentam um comprimento que
pode variar entre 60 a 90 cm, e um peso entre 5 a 10 kg. As fêmeas são sensivelmente
menores que os machos.
É um animal com uma actividade essencialmente crepuscular e uma dieta quase
exclusivamente carnívora. Dela fazem parte pequenos mamíferos - coelhos, lebres, ouriçoscacheiros -, aves, peixes, insectos, e ocasionalmente frutos silvestres e cultivados. Os
desperdícios humanos são também procurados em épocas de maior carência, sendo por isso
comum aproximarem-se de lixeiras próximas de centros urbanos. Consome cerca de 500 g de
alimento por dia. O que não caça e não come no próprio dia esconde para consumo superior.
Chega a ter cerca de 20 esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos eles. Nas
zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe
vale uma má fama entre essas comunidades. Vive em grupos, formado por um macho adulto e
várias fêmeas.
A época de acasalamento ocorre em Janeiro/Fevereiro e os nascimentos verificam-se na
Primavera, tendo a gestação uma duração de cerca de dois meses. A ninhada - uma por ano é geralmente composta por 4 a 5 crias. Utiliza tocas escavadas e protegidas pela vegetação,
construídas por ela própria ou aproveitando as de texugos ou coelhos. Vive um máximo de 9
anos.
As raposas são mamíferos carnívoros da família dos canídeos, sendo a maioria pertencente ao
género Vulpes. O grupo está bem distribuído geograficamente e inclui numerosas espécies.
Sua caça é considerada uma tradição da Inglaterra, ainda que no ano de 2005 sua caça tenha
sido proibida pelo Parlamento Britânico, visto que violava os direitos dos animais propostos
pela UNESCO. Na Escócia, por sua vez, a caça já havia sido proibida alguns anos antes. Ainda
em desacordo com os direitos dos animais, muitas raposas e fenecos estão sendo vendidos na
Rússia e nos Estados Unidos da América como bichos de estimação. As raposas sulamericanas não pertencem ao género vulpes, pois, na verdade, não são raposas, e sim
canídeos mais próximos do género Canis, género ao qual pertencem os lobos, do que ao
género vulpes. Por serem "falsas raposas", seu género é denominado Pseudalopex
(pseud=falso alopex=raposa). As raposas possuem uma particularidade entre os canídeos,
possuem pupilas ovais, semelhantes às pupilas verticais dos felídeos.
Espécies
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Raposa-vermelha, Vulpes vulpes
Feneco, Vulpes zerda
Raposa-das-estepes
Raposa-das-falkland extinta
Raposa-do-ártico, Alopex lagopus
Raposa-do-cabo
Raposa-do-campo
Raposa-cinzenta, Urocyon cinereoargenteus
Raposa-das-ilhas, Urocyon litoralis
JAVALI - Sus scrofa
Depois de décadas de ausência do nordeste transmontano, o javali parece ter regressado em
força, como o comprovam as frequentes queixas dos agricultores, nas culturas de quem estes
suínos saciam o apetite voraz de que são dotados. Animal furtivo e difícil de observar por parte
o homem, a sua identificação é contudo muito fácil, mais não seja pelas suas parecenças com
o porco doméstico: silhueta compacta e poderosa, membros curtos e fortes, ausência aparente
de pescoço e cabeça grande e afunilada, conferindo-lhe um aspecto sólido e resistente. A
pelagem, entre o cinzento escuro e o negro nos adultos, é constituída por pêlos mais ou menos
compridos - as cerdas - que exalam um forte odor. A pelagem é mais densa no Inverno,
apresentando um subpêlo rijo e denso que não se observa nos porcos domésticos. Até aos
cinco/seis meses de idade tem uma pelagem amarelada, com riscas horizontais de cor
castanho-claro no dorso. Os machos chegam a medir 150 cm e a ultrapassar os 100 kg de
peso; as fêmeas, de menores dimensões, medem entre120 e140 cm e pesam cerca de 80 kg.
O javali apresenta uma actividade essencialmente crepuscular e nocturna. Durante a maior
parte do ano verifica-se e existência de dois grupos sociais distintos, um constituído por fêmeas
com crias e juvenis de ambos os sexos e outro por machos adultos e sub-adultos, que apenas
se aproxima do grupo de fêmeas e jovens na época da reprodução. Ocorre por vezes a
presença de machos adultos solitários.
Tal como o porco doméstico, também o javali é um animal omnívoro, mas sobretudo herbívoro;
assim, os elementos constituintes da sua dieta são frutos, raízes, bolbos, tubérculos, partes
aéreas de pequenas plantas, larvas de insectos, pequenos vertebrados (ratos, lebres, coelhos),
ovos e mesmo cadáveres de outros animais. Regista-se no entanto uma preferência nítida por
bolotas, castanhas e cereais, o que produz necessariamente incompatibilidades com a
exploração agrícola. Em termos de habitat, esta espécie necessita sobretudo de dois
elementos: extensas zonas de abrigo - essencialmente constituídas por matos cerrados - e
presença de água.
Tem os sentidos da audição e do olfacto bem desenvolvidos, ao contrário da visão. Tem
também um paladar excepcional, chegando a distinguir diferentes qualidades de batatas.
A época da reprodução é entre Novembro e Janeiro. A gestação tem uma duração de 110 a
130 dias, ocorrendo pois os nascimentos entre Fevereiro e Abril. Cada fêmea tem uma a duas
ninhadas por ano, sendo cada uma delas constituída por duas a sete crias. Tanto os machos
como as fêmeas atingem a maturidade sexual com 8 a 10 meses de idade.
Em cativeiro podem atingir a idade de 20 anos, mas em liberdade vivem apenas um máximo de
8-10 anos, sendo a caça a principal causa de mortalidade.
O javali (djabali, montês, Sus scrofa) é um mamífero artiodáctilo, suiforme e suídeo de médio
porte e corpo robusto. É a mais conhecida e a principal das espécies de porcos selvagens.
É considerado como o antepassado a partir do qual evoluiu o actual porco doméstico (Sus
domesticus ou Sus scrofa domesticus). O javali tem ampla distribuição geográfica, desde a
Europa, zona do Mar Mediterrâneo até à Ásia e Indonésia.
Distribui-se desde a Europa até a Ásia central, e do Báltico até o Norte da África. Há uma
subespécie hindu (Sus scrofa cristatus) que habita a Índia e o Sri Lanka. Todas as variedades
de porcos domésticos são originárias dessas duas formas.
O javali passa grande parte do dia fossando a terra em busca de plantas e animais, e torna-se
furioso quando perturbado. Tem uma cabeça relativamente grande, triangular e boca provida
de caninos grandes. A pelagem é rija e é de cor acastanhada. os filhotes apresentam cor de
terra clara com listras negras.
É um animal omnívoro, com preferência por vegetais. Pesa entre 130 e 200 kg e mede entre
125 e 180 cm de comprimento para cerca de 100 cm de altura. O tempo de vida médio é de
cerca de 20 anos. Os javalis são animais gregários que vivem em grupos familiares de cerca de
20 indivíduos de algumas fêmeas e suas crias. Os machos vivem isolados e juntam-se aos
grupos apenas na época de reprodução que decorre no Outono.
Desde a Antiguidade Clássica à Idade Média, o javali foi sempre considerado como espécie
cinegética de prestígio, especialmente os machos adultos que eram vistos como o paradigma
da coragem e bravura. Antes do advento das armas de fogo, o javali era caçado usualmente
com um tipo de lança específico para o objectivo. A caça ao javali é ainda hoje em dia muito
popular.
Os javalis na cultura e mitologia
As referências culturais ao javali são abundantes desde pelo menos a Grécia Antiga.
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Um dos Doze Trabalhos de Hércules foi caçar o javali de Eurimanto;
O javali foi o símbolo das legiões romanas XX Valeria Victrix, I Italica e X Fretensis;
Era o prato preferido na irredutível aldeia gaulesa de Astérix e Obélix;
É uma animal comum na heráldica medieval europeia;
Foi o símbolo pessoal do rei Ricardo III de Inglaterra;
Nome usado para designar uma pessoa que espalha o terror, evocando sons do tipo
"baieee".
LOBO - Canis lupus signatus
O lobo da Península Ibérica é uma subespécie do lobo cinzento (Canis lupus) e a sua
população deve rondar entre 1600 e 1700 lobos; destes, 150 a 200 habitarão o nordeste
transmontano. Um pouco mais pequeno e leve que as restantes subespécies do lobo
cinzento, o lobo ibérico mede entre 131 e 178 cm de comprimento (machos) e 132 cm e 165
cm (fêmeas) e pesa, no caso dos machos, entre 20 e 41 kg (média 32 kg) e, no caso das
fêmeas, entre 20 e 36 kg (média 28 kg). A pelagem é de coloração geral acinzentada, com a
zona dorsal castanho-amarelada, mesclada de negro, particularmente sobre o dorso. A zona
ventral é clara, de tom em geral branco amarelado. O branco da garganta prolonga-se nas
faces. A cauda é acinzentada, com a ponta negra e tem ainda uma pequena mancha dorsal
negra no seu terço superior. Apresenta manchas avermelhadas por detrás das orelhas e
manchas mais claras no focinho e na garganta. Os membros dianteiros apresentam, na parte
da frente, uma faixa longitudinal negra. Os olhos são oblíquos e cor de topázio. A mudança de
pelagem de Inverno para a de Verão ocorre em Março/Abril e o fenómeno inverso em
Outubro/Novembro.
Embora cace quase sempre sozinho, o lobo vive em alcateia. O número de animais em cada
alcateia parece variar entre 3 a 5 indivíduos no fim do Inverno e entre 7 a 10 animais no Verão,
após o nascimento dos lobachos. Estas alcateias parecem ser compostas por dois animais
reprodutores, por outros animais adultos e sub-adultos (descendentes ou não do par
reprodutor) e pelos lobachos que nascem em cada ano.
As deslocações efectuam-se em geral durante a noite, período durante o qual os lobos são
mais activos. Durante o ciclo de 24 horas, têm dois períodos de maior actividade, que
coincidem com o anoitecer e o amanhecer.
A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e dos
vários tipos de pastoreio presentes em cada região. As principais presas selvagens do lobo são
o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, o
cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que
encontra.
As suas tocas são buracos situados em zona de vegetação densa, debaixo de rochas, em
grutas ou aproveitando e alargando tocas de raposa. As lobas parem uma ninhada por ano,
após um período de gestação de cerca de 2 meses. As crias, entre 3 e sete indivíduos,
nascem com os olhos fechados e têm inicialmente necessidade constante dos cuidados
maternais. Por volta dos 11 a 15 dias de vida, abrem os olhos, mas só começam a ver
relativamente bem já com várias semanas de idade. Nesta fase, as crias têm os seus
movimentos bastante limitados, movimentando-se apenas junto à toca e com a progenitora
sempre na sua proximidade. Vivem um máximo de 15 anos
Ao contrário do que se pensa, o lobo não é perigoso para o homem, sendo bem mais verdade o
contrário. Durante o século XIX, os lobos eram numerosos em Portugal, estando presentes em
praticamente todo o território nacional. Contudo, já no início do século XX era visível o seu
declínio e apesar do actual estatuto de conservação do lobo, os estudos até agora realizados
sugerem que a sua população continua a diminuir Portugal. Às causas históricas do seu
declínio, como sejam a perseguição directa e a das suas presas selvagens pelo Homem,
acrescem, nos últimos anos, as alterações de habitat (devido sobretudo à destruição da
floresta) e a diminuição do número de cabeças de gado (devido ao abandono da pastorícia
tradicional). Embora protegido por lei, o lobo é capturado e morto ilegalmente, verificando-se,
inclusivamente, o abate de lobitos nas tocas. Isto resulta do ódio que o lobo desperta por atacar
os animais domésticos. De facto, a escassez de presas naturais, provocada pela excessiva
pressão cinegética sobre os cervídeos e pela destruição do seu habitat, leva a que, de facto, os
lobos por vezes ataquem os animais domésticos. No entanto, em áreas onde as presas
naturais abundam, os prejuízos provocados pelo lobo no gado são quase inexistentes. Ao
mesmo tempo, pensa-se que presentemente existam centenas de cães abandonados a
vaguear pelo país, que competem com o lobo na procura de alimento e que com ele podem
hibridar, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos
incorrectamente atribuídos ao lobo.
CORÇO - Capreolus capreolus
O nordeste transmontano é um dos últimos refúgios do corço em Portugal, espécie que contudo
é bastante comum no resto da Europa. A cor do pêlo varia de castanho-acinzentado, no
Inverno, a castanho-avermelhado, no Verão. Em ambas as fases, a região do ventre apresentase mais clara do que o dorso. O escudo anal é branco. A pelagem de Inverno é formada por
pêlos longos e espessos, e a de Verão por pêlos curtos e delgados. As crias exibem uma
pelagem um pouco mais escura, com pequenas manchas brancas. O corço tem uns membros
finos e longos, dos quais os posteriores são mais compridos que os anteriores. Apenas o
macho apresenta hastes (com número máximo de três ramificações em cada), presentes em
grande parte do seu ciclo reprodutor. Estas atingem o auge do desenvolvimento quando os
animais têm cerca de cinco a seis anos de idade. O aparecimento das hastes ocorre em
Dezembro-Janeiro e a queda em Outubro-Novembro. Em ambas as fases, os corços mais
velhos são os primeiros a efectuar a muda. O corço pesa entre15 e 30 kg para um comprimento
médio de 120 cm e uma altura ao garrote de 70 cm . Tem um comportamento em grande
medida crepuscular, pastando durante a noite, embora o possa fazer de dia se não for
perturbado. Tem uma excelente e selectiva capacidade auditiva e uma boa capacidade
olfactiva, detectando melhor movimentos do que formas. Apresenta ainda uma grande agilidade
de movimentos.
O corço é herbívoro e apresenta uma dieta variada, evidenciando preferências por espécies
arbustivas, como silvas, gramíneas e vegetação herbácea.
O período de acasalamento ocorre entre Julho e Agosto e o período de gestação dura cerca de
6 meses, sendo interrompido após as primeiras fases de desenvolvimento do embrião, e
reiniciando-se em Dezembro-Janeiro, razão pela qual este processo é designado por ovoimplantação retardada. O nascimento das crias ocorre por isso apenas em Maio-Junho. As
fêmeas vivem normalmente acompanhadas pelas crias do ano anterior, às quais se pode
associar um macho durante o Inverno. Na restante parte do ano, os machos vivem
normalmente isolados. As crias acompanham a progenitora até cerca de um ano de idade.
No estado selvagem, o corço vive mais de 15 anos, sendo a longevidade das fêmeas superior
à dos machos. O lobo é considerado como o principal predador, uma vez que tudo indica que a
raposa apenas integra o corço na sua dieta por necrofagia. Os cães assilvestrados são
considerados como prováveis predadores directos. Os rebanhos, sobretudo de caprinos, são
considerados como competidores por espaço mas, sobretudo, por alimento.
Existem as seguintes aves do concelho de Mirandela (recolha efectuada no site
http://www.bragancanet.pt/patrimonio/fauna.htm e na wikipédia):
ANDORINHA - Delichon ubrica ou Hirundo rustica
Anunciam o início e o fim do Verão. Constroem o ninho com lama nos beirais das casas (no
caso da espécie Delichon ubrica) ou no interior de celeiros, barracões ou outros edifícios de
quintas (no caso da espécie Hirundo rustica). Chegam por volta de Março /Abril e entre Outubro
e Novembro juntam-se em bandos, que podem chegar a centenas de elementos, para rumarem
a sul, a fim de passarem o Inverno. A andorinha-das-chaminés distingue-se da andorinha-dosbeirais por apresentar umas grandes guias caudais, umas asas mais angulosas e uma face
avermelhada. O abdómen da andorinha-das-chaminés é entre o creme claro e o rosa-vivo,
sendo a parte superior azul-escuro metálico; o abdómen da andorinha-dos-beirais é branco e a
parte superior preta. Alimentam-se de insectos, constroem o ninho com lama e põem entre
quatro a cinco ovos de cada vez, entre Maio e Junho, que são incubados tanto pelo macho
como pela fêmea.
GAIO - Garrulus Glandarius
Uma plumagem colorida, onde se destacam o azul e branco das asas que contrastam com o
preto dominante, e uns gritos ásperos - kaaa - identificam esta grande ave que chega a medir
quase 40 cm. Tem uma coroa malhada de branco e preto, a parte superior num cor-de-rosa
acastanhado e o peito e abdómen da mesma cor, mas mais clara. Alimenta-se de nozes, crias
de aves, vermes, insectos e bolotas. Faz o ninho nos ramos das árvores, entre Abril e Maio,
onde põe entre 5 e 7 ovos verdes claros com manchas castanho-claras, que são incubados
tanto pelo macho como pela fêmea durante 16/17 dias.
O gaio-comum (Garrulus glandarius) é uma ave da família Corvidae (corvos)
Características
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Comprimento: 34 cm
Envergadura:
Peso: 140 a 190 g
Longevidade: 18 anos
O gaio-comum pode ser encontrado numa vasta área que vai desde a Europa Ocidental até ao
noroeste africano, passando por toda a Ásia continental e sudoeste asiático. Nas zonas mais
frias (Suécia, Noruega e Polónia), as populações de gaios-comuns, no Outono migram para
regiões mais a sul onde os Invernos são menos rigorosos.
Os gaios-comuns não se sentem à vontade em terrenos abertos. Vivem geralmente em matas
de folha caduca, de coníferas e mistas ou bosques pouco desenvolvidos, mas podem inclusive
viver em parques e jardins de pequenas e grandes cidades.
Os gaios-comuns são geralmente sedentários e solitários, à excepção do período de
acasalamento, em que vivem temporariamente em grupo. O ninho é construído pelo casal, em
fins de Abril ou princípios de Maio, geralmente em árvores, arbustos, árvores ocas ou caixotesninho que, em princípio, estariam destinados à coruja-do-mato. O ninho encontra-se em geral a
uma altura inferior a 5 metros e é constituído por palhas, pequenos ramos e raízes. A postura é
de 3 a 6 ovos e o casal reveza-se no choco que dura 16-19 dias. As crias são alimentadas por
ambos os pais e geralmente estão completamente cobertas de penas entre os 21 e os 23 dias
de idade.
O seu regime alimentar é omnívoro, comendo praticamente de tudo, variando consoante a
estação do ano e a disponibilidade de alimento. Quando há bolotas em abundância, fazem uma
reserva para o Inverno, escolhendo-as rigorosamente em função da sua maturidade, do seu
tamanho, e da sua qualidade, evitando em particular as que estejam bichadas. As bolotas são
enterradas no chão com o bico, e posteriormente tapadas. Também pode fazer reservas em
fendas de rochas, buracos de árvores e outras cavidades, reservas essas que podem conter
vários quilogramas de bolotas. Aquelas que eles não conseguem voltar a encontrar, germinam
muitas vezes no ano seguinte, ajudando assim à disseminação das árvores das quais provêm.
Estima-se que cada gaio possa dispersar um milhar de bolotas por ano. Para além das bolotas,
alimentam-se também de frutos de faias e de bagas de diferentes espécies. Na Primavera e
Verão alimentam-se principalmente de insectos, atacando também ninhos de onde retiram os
ovos ou os filhotes. Fazem ainda parte ainda da sua alimentação lagartos, rãs, ratos e
musaranhos.
PICA-PAU - Dendrocopus major
O Pica-pau é uma ave da ordem Piciformes, família Picidae, de tamanho pequeno a médio com
penas coloridas e na maioria dos machos com uma crista vermelha. Vivem em bosques onde
fazem seus ninhos abrindo uma cavidade nos troncos das árvores. Alimentam-se
principalmente de larvas de insertos que estão dentro dos troncos de árvores, alargando a
cavidade onde se encontram as larvas com seu poderoso bico introduzindo sua língua longa e
humedecida pelas glândulas salivares. Os ninhos são escavados em troncos de árvores o mais
alto possível para protecção contra predadores. Os ovos, de 4 a 5 são chocados pela fêmea e
também pelo macho durante até 20 dias dependendo da espécie.
O vermelho da nuca e das penas infracaudais dão um toque de colorido a esta ave, que de
resto apenas apresenta o preto e o branco. A fêmea não tem a mancha vermelha na nuca, e os
juvenis têm a coroa toda vermelha. O pica-pau é um bom trepador, e tanto o macho como a
fêmea costumam tamborilar em árvores mortas, produzindo um som cavo, sonoro e de longo
alcance, numa insólita actividade que lhe valeu o nome. Mede 22/24 cm e alimenta-se
sobretudo de insectos. Nidifica entre Maio e Junho num buraco numa árvore, põe entre 4 e 7
ovos brancos, que são incubados principalmente pela fêmea durante 16 dias.
ÁGUIA REAL
A águia-real ou águia-dourada (Aquila chrysaetos) é uma ave de rapina diurna da família
Accipitridae.
Comprimento: 80-95cm
Se alimenta de ratos, toupeiras e outros pássaros.
Estação de cria começa em Maio-Janeiro e continua em Maio - Setembro, entretanto pode
variar de acordo com região geográfica. Cada casal pode ter até 10 ninhos, mas só 2-3 são
usados em rotação. Alguns casais usam o mesmo ninho cada ano, enquanto outros usam os
ninhos alternando os anos. O mesmo ninho pode ser usado por gerações. O ninho
normalmente é construído em um precipício alto, entretanto podem ser usadas árvores se
precipícios não estão disponíveis. O local de ninho preferido é onde a presa pode ser avistada
facilmente. O ninho pode ser enorme se o local permite. Alguns ninhos de precipício mediram
8-10 pés ( 2,5 a 3 mts ) por e 3-4 pés ( 1 a 1,20 mts ) profundamente. É volumoso e é composto
de varas, ramos, raízes, ervas daninhas, e mato. A fêmea é responsável pela maioria da
incubação, entretanto o macho frequentemente ajuda. Eles podem botar 1-4 ovos, entretanto
dois são muito comuns. Os ovos são branco sujo e manchado ou manchado com marrom ou
marrom avermelhado. A incubação dura 35-45 dias. Os filhotes que nascem primeiro e são
mais fortes, frequentemente matam os irmãos menores e mais fracos e, os pais não interferem.
Entretanto o filhote é dependente de seus pais durante 30 dias ou mais.
Formam casais, e um casal precisa até 35 milhas ( 55 km ) de território para caçar. Sua
velocidade comum durante o vôo é 28-32 mph ( 45 a 50 Km/h ), e foi dito que mergulha a
velocidades de 200 mph ( 321 km/h ) para pegar uma presa que avistou. A maioria delas no
Alasca e Canadá viajam para o sul no Outono quando a comida começa a faltar no norte. Mas
nem todas as águias migram; alguns ficam no Alasca, Canadá meridional, e no norte dos EUA.
Existe na Eurásia e África do Norte na América do Norte e na Europa. O alcance de procriação
na América Norte inclui o México norte-central, os Estados Unidos ocidentais como Dakota,
Kansas e Texas, também o Alasca, e pelo norte do Canadá. Não existe nenhum registro de
ninhos em Minnesota. Durante o Inverno eles podem ser achados no Alasca meridional e
Canadá, os Estados Unidos ocidentais e México. São vistas alguns em Minnesota todos os
Outonos durante migração e ocasionalmente no rio Mississippi durante o Inverno.
São protegidas pelo governo dos Estados Unidos e, são consideradas ameaçadas de extinção.
A caça, a eliminação de presas por alteração do habitat natural e o envenenamento por
mercúrio são os factores principais que limitam as populações dessa ave. Elas abandonam
seus ninhos durante a incubação se foram perturbadas.
Existem 7 sub-espécies de águias reais:
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A. c. canadensis
A. c. chrysaetos
A. c. daphanea
A. c. homeyeri
A. c. japonica
A. c. kamtschatica
A. c. subsp
Um pássaro pode levar até 8 libras ( 3,6 kg ) em vôo. A águia dourada ficou conhecida por
mergulhar para pegar sua presa a velocidades calculada de 150-200 mph ( 240 a 321 km/h ).
Já se viu essa ave capturar pássaros voadores grandes como gansos.
Elas também foram vistos, ocasionalmente, comendo carne putrefacta.
GAVIÃO - Accipiter nisus
Gavião é o nome popular dado a várias espécies de aves falconiformes pertencentes às
famílias Accipitridae e Falconidae, em particular dos géneros Leucopternis, Buteo e
Buteogallus. São aves geralmente identificadas pelo tamanho de médio a pequeno, em relação
a outras aves de rapina, e dotadas de asas curtas, adaptadas à predação em espaços
fechados. Esta designação não corresponde a nenhuma classe taxionómica e pode acontecer
que dentro do mesmo género haja espécies chamadas gavião e outras com o nome de águia.
De uma forma geral, os gaviões têm uma distribuição bastante vasta, que inclui todos os
continentes com excreção da Antártida.
O Gavião é uma das aves de rapina mais pequenas, possuindo contudo uma cauda comprida e
um voo enérgico. O macho é diferente da fêmea: na parte inferior o macho tem listas ruivas e a
fêmea cinzentas; na parte superior o macho é cinzento acastanhado e a fêmea é castanha,
apresentando ainda uma listra superciliar proeminente, que o macho não tem. A fêmea é
também maior que o macho. Ambos têm na cauda listas escuras. Mede 28/38 cm e alimenta-se
sobretudo de pequenos pássaros. Nidifica entre Abril e Junho num ninho numa árvore, feito de
ramos, onde põe entre 4 e 5 ovos brancos com manchas castanhas escuras, que são
incubados pela fêmea durante 42 dias.
PICANÇO REAL - Lanius excubitor
A sua mascarilha preta, que se inicia no bico e lhe atravessa o olho, é uma das suas
características mais marcantes desta ave. De resto, todo o corpo é em tonalidades pretas e
brancas. É uma ave invariavelmente solitária que com frequência se empoleira em campo
aberto, no topo de uma moita ou fio telefónico, onde o peito branco brilhante o torna visível a
grande distância. Mede entre 23 e 25 cm e alimenta-se de pequenas aves e roedores. Faz o
ninho em forma de taça numa moita, e põe 5 a 7 ovos entre Abril e Maio, que são incubados
sobretudo pela fêmea e ocasionalmente pelo macho.
Identificação e características
O Picanço-real Lanius meridionalis é uma ave da ordem dos Passeriformes com cerca de 25
cm de comprimento. A subespécie Ibérica (meridionalis) apresenta dimensões e aspecto geral
idênticos ao do Picanço-real do Norte da Europa L. excubitor. Todavia, os indivíduos das
populações ibéricas são mais escuros. As suas partes superiores são acinzentadas. Quando
observado à distância, as suas partes inferiores também parecem mais escuras, exceptuando o
peito. Quando observado mais de perto pode-se frequentemente observar o peito, barriga e
flancos tingidos de cor de rosa. Um supercílio estreito de cor branca contrasta com a máscara
facial de cor preta e a colorida coroa (ardósia). Apresenta ainda uma mancha branca na asa
restrita às primárias. Ambos os sexos são semelhantes e os juvenis são muito similares aos
adultos sendo todavia, mais pálidos.
Distribuição e abundância
O Picanço-real L. meridionalis, é uma espécie residente no território nacional. Aparentemente,
em algumas zonas da sua área de estudo, pode realizar movimentos de carácter local, como
por exemplo, movimentos do tipo altitudinal.
Estatuto de conservação
A nível europeu as populações de L. excubitor/meridionalis têm vindo a diminuir nas últimas
décadas sobretudo, na Europa Ocidental e Central, devido à degradação dos habitats,
intensificação das práticas agrícolas. Em termos europeus é considerada uma espécie em
declínio, sendo englobada na categoria SPEC 3 (SPEC corresponde a Species of European
Conservation Concern - espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu).
Habitat
Difere do seu congénere norte europeu (L. excubitor) por preferencialmente nidificar em
arbustos mais pequenos e de utilizar biótopos mais fechados e com maior densidade de
arbustos e pequenas árvores do que aquele. Apesar disso, em Portugal, frequenta sobretudo
habitats abertos, com árvores e arbustos dispersos, onde faz o seu ninho. É bastante eclético
na escolha dos biótopos que frequenta que, vão desde áreas agrícolas, dunas, pastagens ou
matos dispersos. Aparentemente, é mais abundante nas planícies da metade sul do país. À
semelhança de outras espécies de picanços pode ser frequentemente observado em postes de
telefone ou electricidade que utiliza como locais privilegiados de observação do seu território de
caça.
Alimentação
Pequeno predador que, alimenta-se de pequenos vertebrados e invertebrados. A composição
da sua dieta pode variar bastante com a localização geográfica. Destacam-se os pequenos
répteis, com particular destaque para os pequenos lagartos, pequenos roedores, aves, anfíbios
e uma série de invertebrados. À semelhança de outras espécies de picanços, os alimentos que
não são imediatamente consumidos são "empalados" em árvores ou arbustos com picos ou em
alternativa em vedações ou cercas com arame farpado.
Reprodução
É uma espécie territorial, monogâmica, nidificando em árvores e arbustos, sendo os seus
ninhos constituídos por uma taça com pequenos ramos e ervas. Realiza apenas uma postura,
normalmente constituída por 5-6 ovos. O tempo de incubação varia entre os 13-16 dias. Em
Portugal os primeiros ninhos com ovos podem ser encontrados pelo menos a partir do princípio
de Abril.
Movimentos
Em Portugal é uma espécie sedentária.
Locais de observação
Pode ser visto um pouco por todo o país, exceptuando algumas áreas do centro e norte litoral
onde esta espécie encontra-se largamente ausente. De uma maneira geral evita áreas
densamente urbanizadas e florestadas.
Curiosidades
Como resultado de uma recente revisão taxonómica, as populações nidificantes na Península
Ibérica e Sul de França de Lanius excubitor subespécie meridionalis, passaram a ser
consideradas como pertencentes a uma espécie distinta: L meridionalis.
CEGONHA
As cegonhas (Ciconia spp.) são aves migrantes da família Ciconiidae. As cegonhas têm cerca
de 1 metro de altura e 3 kg de peso. O seu habitat é variado e a alimentação inclui pequenos
vertebrados. São animais migratórios e monogâmicos. As cegonhas não têm faringe e por isso
não emitem sons.
Habitat : As cegonhas vivem em locais como os campos abertos, margens de lagos e lagoas,
zonas pantanosas, prados húmidos, várzeas, cidades, pântanos e pastagens.
Alimentação: Comem rãs, cigarras, cobras, insectos, minhocas e peixes.
Reprodução
Os filhotes saem da casca na Primavera e quando chove a cegonha abre as asas para protegêlos. Põe cerca de 3 a 5 ovos, a sua incubação é de 20 a 30 dias, as crias são indefesas e
penugentas.
Espécies
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Cegonha-de-abdim, Ciconia abdimii
Ciconia episcopus
Cegonha-de-storm, Ciconia stormi
Maguari, Ciconia maguari
Cegonha-branca-oriental, Ciconia boyciana
Cegonha-branca Ciconia ciconia
Cegonha-preta Ciconia nigra
GRALHA - Curvus corone
Gralha é um nome comum para vários pássaros de tamanho pequeno, geralmente coloridos e
barulhentos. São passeriformes da família Corvidae, aparentados aos corvos, percas e pegas.
Embora sejam no sentido estrito corvos, muitas espécies pertencentes ao género Corvus
recebem o nome comum de gralhas.
A gralha é uma ave de grandes dimensões - pode atingir meio metro - totalmente preta,
inclusive o bico e as patas, e de hábitos agressivos. Alimenta-se de carne morta, aves, ovos,
insectos e cereais. Nidifica entre Março e Maio, 4 a 6 ovos azul esverdeados com manchas
castanhas, que são incubados pela fêmea durante 18/20 dias. O ninho é em forma de taça, no
topo de uma árvore.
Algumas espécies
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Gralha-azul
Gralha-de-bico-amarelo
Gralha-de-bico-vermelho
Gralha-de-nuca-cinzenta
Gralha-preta
Gralha-cinzenta
Gralha-calva
Gralha-dáurica
Gralha-picaça
Gralha de Steller
Gralha-carniceira
Gralha-de-peito-lilás
PINTASSILGO - Carduelis carduelis
Em Portugal é comummente chamado apenas Pintassilgo. Ave comum em toda a Europa, mais
abundante na Europa central e meridional. Residente nas zonas temperadas mas migrando
para sul durante o Inverno as que habitam as zonas mais a norte.
São aves de pequeno porte, com tamanho aproximado de 13 cm, com cerca de 20 g,
normalmente encontradas em bandos de até 40 indivíduos, fora da estação reprodutora. Na
época do acasalamento separam-se aos pares voltando a se unir após a vinda dos filhotes.
Reproduz-se em terrenos abertos e bordas de bosques, em parques e jardins, entre Abril e
Maio, pondo 4 a 6 ovos azuis com manchas pretas, que eclodem ao fim de 11 a 14 dias. Faz
duas posturas e a incubação é feita pela fêmea.
Alimenta-se basicamente de grãos silvestres. Gosta especialmente de sementes de cardos, o
que deu origem ao nome do género. No outono e Inverno é avistado frequentemente em prados
com muitos cardos. Porém, durante a alimentação das crias, procura também insectos.
O adulto possui a face vermelha e o resto da cabeça preta e branca. As asas são pretas com
uma barra amarelo vivo, mais visível durante o voo. Uropígio branco. Bico cor de marfim, mais
escuro na ponta, grande e pontiagudo. Cauda forcada. É praticamente impossível distinguir os
sexos no campo. O indivíduo jovem apresenta as asas idênticas ao adulto, e o restante corpo
castanho-cinza claro com manchas mais escuras. Tem um canto melodioso, levando a que seja
ainda hoje capturado para gaiola.
Todos conhecem o colorido do pintassilgo e o seu doce trinado, que por vezes o confina a
gaiolas para deleite dos humanos. Tem uma coroa vermelha, branca e preta, uma parte
superior castanha, mas com as asas pretas e amarelo brilhante. Tem a garganta vermelha, o
abdómen branco e o peito castanho-claro. Alimenta-se sobretudo de sementes, selvagens ou
cultivadas. Nidifica entre Abril e Maio, e em cada uma das posturas (duas) põe entre quatro e
sete ovos azuis com manchas pretas, incubados pela fêmea durante 12/14 dias. É um pouco
mais pequeno que o tentilhão, medindo entre 11 e 12 cm.
CHAPIM
Chapim-azul
Parus caeruleus
Chapim-preto
Parus ater
Chapim-real
Parus major
Chapim-de-poupa
Parus cristatus
As quatro espécies de chapins que podem ser observadas na região de Trás-os-Montes
distinguem-se sobretudo pelo diferente colorido das penas e pelo tamanho (o preto é o mais
pequeno, o real é o maior). O de poupa apresenta também uma poupa bem característica.
Variam entre os 10 e os 14 cm de comprimento. São aves gregárias, podendo associar-se
espécies diferentes. Nidificam em buracos de árvore, entre Abril e Maio, pondo entre 5 e 12
ovos em cada postura (apenas uma por ano), conforme a espécie, incubados pela fêmea.
MELRO-PRETO - Turdus merula
O melro-preto é uma das aves mais comuns em Trás-os-Montes e também mais facilmente
identificáveis. Apresenta dismorfismo sexual: o bico do macho é amarelo e o da fêmea
acastanhado, o macho tem as penas todas pretas e a fêmea é mais acastanhada, tendo o
peito salpicado de malhas cinzento acastanhadas. Alimenta-se de insectos, minhocas e bagas
e frequenta tanto os campos como os jardins. Nidifica entre Março e Maio, 4 a 5 ovos azul
claros com manchas avermelhadas, que são incubados pela fêmea durante 11/17 dias. O ninho
é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.
Turdus é um género de aves muscicapídeas turdíneas, onde se classificam 66 espécies de
tordos, melros, caraxués e sabiás.
O grupo tem uma distribuição geográfica vasta e ocorre em África, maioria das ilhas atlânticas,
Caribe, Américas e na totalidade da Eurásia, incluindo Japão e Filipinas. O género Turdus está,
de forma geral, ausente da região da Australásia, onde ocorrem apenas o melro-preto,
introduzido na Austrália e Nova Zelândia, e as muitas subespécies de T. poliocephalus, que
habitam a Nova Guiné e ilhas circundantes.
Os Turdus são aves que se adaptam bem a habitats diversos, desde as estepes da Sibéria à
floresta tropical da Amazónia. Preferem zonas arborizadas e podem ocupar com sucesso
ambientes urbanos. Têm alimentação omnívora.
POMBO – TORCAZ - Columba palumbus
O pombo-torcaz é o maior de todos os pombos, chegando a medir mais de 40 cm. É também a
espécie europeia mais comum. É cinzento na parte superior e cor-de-rosa na parte inferior. A
cauda tem uma faixa preta na extremidade. O bico é vermelho, curto e fino. Alimenta-se de
sementes e grãos, pelo que não tem grande fama junto dos agricultores. Faz o ninho numa
plataforma de ramos, numa árvore, onde põe dois ovos brancos, que são incubados tanto pelo
macho como pela fêmea durante 17 dias.
POMBO-COMUM
O pombo-comum ou pombo-das-rochas (Columba livia) é uma ave columbiforme bastante
comum em áreas urbanas.
A plumagem é normalmente em tons de cinzento, mais claro nas asas que no peito e cabeça,
com cauda riscada de negro e pescoço esverdeado. Caracterizam-se, em geral, pelos reflexos
metálicos na plumagem, cabeça e pés pequenos, bicos com ceroma ou elevação na base e a
ponta deste em forma de gancho. O bico é vermelho, curto e fino, com 38cm de comprimento
médio, foi criado por asiáticos desde a antiguidade mais remota - há imagens que o
representam, na Mesopotâmia, datadas de 4.500 a.C. - Alimenta-se de sementes, grãos e
frutas e, nas cidades, do que estiver disponível nas ruas, incluindo lixo.
Os casais são muitas vezes constantes; o macho faz reverências à fêmea e ambos se
acariciam na cabeça com frequentes arrulhos. Antes do coito, alimentam-se mutuamente com
uma massa regurgitada. O pombo-comum faz o seu ninho numa plataforma de ramos, numa
árvore, onde põe dois ovos brancos, que são incubados, tanto pelo macho como pela fêmea,
levam de 14 a 19 dias. Os filhotes abandonam os ninhos com 15 dias e os pais os alimentam
nesse período com "leite de papo", massa rica em proteínas e gorduras que se desenvolve em
ambos os sexos durante a procriação.
Esta espécie é originária da Eurásia e África e foi introduzida no Brasil no início da colonização
portuguesa.
Vítimas habituais de virose e outras moléstias, como a ornitose e a doença de Newcastle os
pombos são hospedeiros de parasitos em sua plumagem. Entre eles se distingue a alma-depombo. (Pseudolynchia canariensis) transmissora do hematozoário Hemoproteus columbae,
parasito que não prejudica o hospedeiro.
É considerada um grave problema ambiental, pois compete por alimento com as espécies
nativas, danifica monumentos com suas fezes e pode transmitir doenças ao homem. Até
recentemente 57 doenças eram catalogadas como transmitidas pelos pombos, tais como: a
toxoplasmose, histoplasmose, salmonella, criptococoze.
Até recentemente, havia uma certa benevolência com os pombos em áreas urbanas, sendo
comum encontrarem-se em pontos turísticos em todo o mundo (como a Trafalgar Square em
Londres, ou a Cinelândia carioca), com a presença de vendedores ambulantes licenciados de
milho, atirado aos pombos. Atualmente, tais atitudes são desencorajadas e existe uma
repugnância crescente à presença dos pombos, tidos como "ratos de asas", em áreas urbanas.
Encontra-se na lista de espécies exóticas invasoras do Brasil.
A columbofilia, actividade voltada para a criação de raças ornamentais, obteve dezenas de
raças de aparência variada por selecção e cruzamentos, gerando formas como o pombo-papode-vento e o pombo-rabo-de-leque. O pombo-correio, usado como mensageiro e capaz de voar
mais de 500 km por dia à velocidade média de 50 km/h. é um dos numerosos descendentes do
pombo-doméstico.
CODORNIZ - Coturnix coturnix
A codorniz é, a par da rola e da perdiz, uma das espécies cinegéticas preferidas dos caçadores
portugueses. É uma ave solitária, pequena (17/18 cm) e de voo rápido, sendo mais fácil ouvi-la
do que vê-la. Caminhando pelo campo pode acontecer levantar voo aos nossos pés, pois
apenas abandona a camuflagem do solo quando é quase pisada. Tem uma coroa preta e
branca, o abdómen branco e o resto do corpo com tonalidades castanhas com riscas claras.
Alimenta-se sobretudo de sementes, folhas e insectos. Faz o ninho numa cavidade do solo,
entre Abril e Maio, onde põe entre 7 e 12 ovos cor creme com manchas castanhas, que são
incubados pela fêmea durante 23/25 dias.
MILHAFRE
Milhafre, também conhecido por milhano ou bilhano, é a designação comum dada às aves do
género Milvus e Circus da família Accipitridae. Nos Açores a designação corresponde às aves
da espécie Buteo buteo ssp. rothschildi, também chamadas queimado ou águia-de-asaredonda.
Algumas espécies:
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Milhafre-preto (Milvus migrans)
Milhafre-real (Milvus milvus)
Em Mirandela existam as seguintes espécies:
Milhafre-preto - Milvus migrans
O milhafre-preto é uma ave de rapina de grandes dimensões - pode atingir os 60 cm possuidor de umas grandes asas e uma longa cauda, que termina com uma pequena
bifurcação. É facilmente reconhecível pelo seu bico em gancho e pela tonalidade das suas
penas, onde predomina a cor castanho acinzentada. Alimenta-se de carne morta (e também de
peixe quando frequenta a desembocadura dos rios). Nidifica nas árvores, utilizando ramos e
desperdícios para fazer o ninho. Reproduz-se entre Fevereiro e Maio, pondo apenas 2 ou 3
ovos, cor creme com manchas castanhas, incubados pela fêmea durante 25/28 dias.
Milhafre-real - Milvus milvus
O milhafre-real é muito menos abundante do que o milhafre-preto e distingue-se deste
sobretudo pela tonalidade arruivada das penas, por ter uma cabeça quase branca e por ser
ligeiramente maior. A cauda apresenta também uma bifurcação mais acentuada. Alimenta-se
de pequenos mamíferos, aves e carne morta. A reprodução é idêntica à do milhafre-preto,
excepto na cor dos ovos, que são brancos com pintas vermelhas.
ROLA - Streptopelia turtur
A rola é uma ave da mesma família dos pombos e distingue-se destes por ser mais pequena
(28 cm) e de silhueta mais esbelta; em voo nota-se o batimento de asas mais irregular e a
cauda negra com barra terminal branca. Outra característica notável é a existência de listras
pretas e brancas no pescoço. É uma ave migradora que invernando no continente africano,
vem nidificar à Europa; a sua entrada dá-se a partir do mês de Abril e chegam até ao sul da
Escócia e ao norte da Alemanha. De fins de Julho a fins de Setembro, e mesmo princípios de
Outubro, partem para a sua área de Inverno, na Africa tropical (Gâmbia, Senegal, norte da
Nigéria, Chade, Sudão, Abissínia e Eritreia), registando-se as grandes entradas nestes países
em meados de Setembro. A sua alimentação baseia-se em sementes de plantas espontâneas e
de plantas de cultivo, cereais, mas também come insectos, embora em pequena percentagem.
As rolas são normalmente vistas aos pares ou em grupos que podem atingir os cinquenta
elementos. São aves tímidas, mas que se fazem ouvir de forma notável no Verão, com o seu
arrulho de chamamento. Os primeiros ninhos são feitos em Maio, construídos rudimentarmente
com gravetos entrecruzados, em árvores várias e também em silvados, tojos e arbustos
diversos. A postura e de dois ovos, raramente um; a incubação é feita por ambos os sexos e
dura 13 a 14 dias.
COTOVIA
A cotovia é uma ave passariforme da família Alaudidae, essencialmente europeia e asiática,
ainda que exista também no norte de África.
A maioria reside na parte mais ocidental da sua área de distribuição. As cotovias que vivem na
parte mais oriental têm movimentos migratórios mais acentuados em direcção ao sul, durante o
Inverno. As aves que vivem na área médio-ocidental da área referida movem-se também na
direcção de terras baixas e zonas costeiras durante a época fria. Habitam preferencialmente
espaços abertos, cultivados ou baldios.
São conhecidas pelo seu canto característico. O seu vôo é ondulante, caracterizado por
descidas rápidas e ascensões lentas alternadas. Os machos elevam-se até aos 100 metros ou
mais, até parecer apenas um ponto no céu onde descreve círculos e continua a cantar.
Tal como as calhandras, da mesma família, esta espécie é difícil de distinguir no chão devido
ao seu dorso acastanhado com estrias escuras. O seu ventre é pálido, com manchas
alvacentas. A cabeça apresenta um pequeno tufo também pardacento. Nas bordas da cauda
alongada destacam-se duas linhas brancas, o que facilita a identificação da espécie, muito
semelhante, por exemplo, à calhandra-de-crista.
Costuma fazer o ninho directamente sobre o chão, onde põe 3 a 6 ovos.
Alimenta-se de sementes. Na época do acasalamento acrescenta ao seu regime alimentar
alguns insectos.
A cotovia foi também o nome informal da V Alaudae, uma legião romana recrutada por Júlio
César.
A cotovia tem sido muito utilizada em canções e em poemas (é o nome de uma editora
portuguesa especializada em poesia).
Na peça de William Shakespeare, Romeu e Julieta, os dois amantes, depois de uma noite de
amor, discutem se o pássaro que ouvem lá fora é a cotovia ou o rouxinol, preferindo este
último, que canta durante a noite, enquanto a cotovia anuncia o dia e, com ele, a separação dos
amantes.
São Francisco de Assis tinha nas cotovias suas amigas predilectas na natureza, as chamava
irmãs cotovias, a literatura franciscana é repleta de citações destes pássaros.
Uma ode, de Percy Bysshe Shelley sobre a cotovia inicia-se com uma frase bem conhecida do
público anglófono:
Hail to thee, blithe spirit! Bird thou never wert!
Avé, alegre espírito! Tu que nunca foste pássaro!
Na Obra Os Miseráveis (Les Miserables) de Victor Hugo, o autor conta em determinado trecho
a história de uma linda menina (Cosette) que após ser deixada aos cuidados de uma família
má, devido aos maus-tratos e trabalhos forçados, adquire um aspecto doente e fica muito
magra, devido a isto as pessoas que a conhecem começam a chamá-la Cotovia.
MOCHO D'ORELHAS
O repetitivo «tiuu, tiuu, tiuu...» costuma ser o principal indício da sua presença, uma vez que é
mais fácil de ouvir do que de observar. Quem tiver a sorte de o ver, pode identificá-lo com
facilidade pelas suas características "orelhas". Nas suas penas predominam os tons castanhos
e castanhos amarelados. É uma ave solitária nocturna de pequena dimensão, não
ultrapassando os 20 cm. Nidifica numa cavidade nua, numa árvore ou num edifício, e alimentase sobretudo de insectos. Reproduz-se entre Abril e Maio, e põe 4 a 5 ovos que são incubados
pela fêmea durante 24/25 dias.
ROUXINOL - Luscinia megarhynchos
Ave originária da América do Sul, América do Norte e Europa. Alimenta-se de frutas, brotos,
flores e sementes. O rouxinol é um excelente cantor. É normalmente ouvido depois do
escurecer, mas também se ouve com frequência durante o dia. Está quase sempre oculto pela
vegetação, embora por vezes o macho se empoleire a descoberto para cantar. Quando canta,
abre a cauda. Os adultos são castanho avermelhados na parte superior, cor que se funde com
tons creme na parte inferior. Os juvenis são mais claros na parte superior e apresentam um
escamado na parte inferior. Mede 16/17 cm e alimenta-se sobretudo de insertos. Põe ovos
entre Maio e Junho num ninho em forma de taça, numa árvore, onde põe entre 4 e 5 ovos com
manchas avermelhadas, que são incubados pela fêmea durante 13/14 dias.
CORUJA - Tyto alba
Tradicionalmente considerada um símbolo da sabedoria, a coruja-das-torres pode ser
observada ao fim da tarde percorrendo os campos em busca de pequenos roedores, que são a
sua principal presa. É facilmente identificável pelo seu disco facial branco e pela tonalidade
alaranjada do corpo. É uma ave solitária, que mede cerca de 35 cm. Nidifica em árvores ou em
edifícios altos (daí o nome de coruja-das-torres) entre Março e Maio, pondo 4 a 7 ovos brancos
que são incubados pela fêmea durante 32/34 dias.
MOCHO GALEGO - Athene noctua
Ligeiramente maior que o mocho d'orelhas, é também mais facilmente observável, sendo
frequente vê-lo pousado nos fios de telefone ao entardecer, com o seu olhar fixo de olhos
amarelos, a que uma pronunciada lista supraciliar confere uma expressão feroz. Tem um voo
característico, ondulante, aos altos e baixos, que lhe dá um ar desastrado. Alimenta-se de
insectos, de roedores e de pequenas aves. Nidifica entre Abril e Maio, 3 a 5 ovos que são
incubados pela fêmea durante 28/29 dias. Costuma fazer o ninho no buraco numa árvore ou
num edifício
TENTILHÃO - Fringilla coelbs
Comprimento: 14,5 - 16 cm
Habitat: jardins, bosques, charnecas, sebes e campos
Voo: ondulante
Ninho: em forma de taça, cuidada, na vegetação baixa
Ovos: 4-5; azul-claros, com manchas vermelhas
Incubação: 11- 13 dias
Postura: 1-2; Abril-Maio
Alimentação: sementes, frutos
A plumagem do macho é muito atraente e consiste num capuz e pescoço cinzento-azulados,
dorso castanho, retaguarda deste esverdeada e as partes inferiores principalmente vermelho
tijolo. As asas são escuras com manchas brancas.
O seu ninho encontra-se muitas vezes numa árvore alta, em forma de taça e fortemente preso a
uma forqueta. É feito com musgo, líquenes, erva, raízes e penas unidos por Maio de teias de
aranha, com decoração de casca de árvore e mais líquenes. O revestimento é de penas, raízes,
pêlo, lã e penugem de plantas. É dos ninhos mais perfeitos e mais difíceis de detectar que se
conhece.
CORVO
O corvo é uma ave da família Corvidae. Os corvos são os representantes de maiores
dimensões da Ordem passeriformes. Os corvos têm ampla distribuição geográfica nas zonas
temperadas de todos os continentes. Vivem em bandos com estrutura hierárquica bem definida
e formam, geralmente, casais monogâmicos. A sua alimentação é omnívora e inclui pequenos
invertebrados, sementes e frutos; podem ser também necrófagos. São aves que apresentam
comportamento complexo e que exibem sinais de inteligência, planeamento e comunicação
entre indivíduos. Alguns corvos que comem sementes difíceis de se quebrar atiram as
sementes nas ruas de uma metrópole qualquer e deixa que os carros quebrem-nas. O corvo da
Nova Caledónia (Corvus moneduloides), é conhecido pela sua capacidade de fabricar e utilizar
pequenos instrumentos que o auxiliam na alimentação. Em testes específicos de inteligência
animal costumam atingir altas pontuações.
Os corvos surgiram na Ásia, mas todos os continentes temperados e várias ilhas (como o
Havaí) tem representantes de 40 ou mais membros do genro.
Na mitologia, os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à
sua plumagem negra e hábitos necrófagos.
Nota: algumas espécies do género Corvus são conhecidas como gralha.
PAPA-FIGOS - Oriolus oriolus
O papa-figos é uma ave de cores muitos vivas, mas difícil de observar. Apresenta elevado
dismorfismo sexual: o macho é amarelo vivo, com as asas e a cauda pretas. As fêmeas e os
juvenis são esverdeados e pretos, com algum branco malhado na parte inferior. Alimenta-se de
insectos, bagas e frutos e mede 23/25 cm. Faz o ninho em forma de taça, numa árvore, pondo
3 a 4 ovos brancos com manchas castanhas, que são incubados sobretudo pela fêmea durante
duas semanas.
TORDO - Turdus philomelos
O tordo é uma espécie muito abundante e de elevado interesse cinegético. Passa o Inverno em
Portugal, onde também nidifica. Nas suas penas predomina o tom castanho, apresentando o
peito com tons mais claros malhados de preto. Mede um pouco mais de 20 cm e tem o hábito
característico de repetir a frase do canto três a quatro vezes. Nidifica entre Março e Junho, 4 a 6
ovos azul claros com manchas pretas, que são incubados pela fêmea durante 11/15 dias. O
ninho é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.
CUCO - Cuculus canorus
Original, não os distinguindo dos seus próprios pintos, alimentam exclusivamente os jovens
cucos, em detrimento da sua ninhada. A cor dos ovos varia, imitando os dos hospedeiros. O
seu característico e repetitivo cuc-cuu costuma assinalar o início da Primavera e começa a
ouvir-se a partir de Março/Abril. Quando observado em voo, as suas grandes asas afiladas, a
cauda comprida e a cabeça pequena fazem lembrar uma ave de rapina. Quando pousado (é
frequente vê-lo nos fios telefónicos) parece desajeitado e mal proporcionado, com dificuldade
em fechar as asas. Tem a parte superior e o peito cinzentos e a parte inferior com listas
brancas e pretas. Os juvenis são mais escuros e mais fortemente listados, tanto na parte
inferior como na superior. Mede cerca de 33 cm de comprimento. O cuco é um parasita que põe
os ovos no ninho de outras espécies, geralmente menores.
Cuculidae é uma família de aves cuculiformes conhecidas pelo nome vulgar de cucos,
corredores ou sacis. O grupo está mais diversificado na Europa e Américas. Os cucos
alimentam-se de insertos. A maioria das espécies do Velho Mundo são parasitas e põe seus
ovos nos ninhos de outras aves.
PARDAL - Passer domesticus
O pardal é nome genérico dado aos pequenos pássaros da família Passeridae, género Passer
e Petronia. Os pardais são aves cosmopolitas e adaptam-se bem a áreas urbanizadas e à
convivência com os seres humanos. Alimentam-se à base de sementes durante a maior parte
do ano e de insectos na época de reprodução. O pardal doméstico foi introduzido pelo Homem
em todos os continentes e é Atualmente a espécie de ave com maior distribuição geográfica.
O pardal é a mais familiar das aves, encontrando-se em todos os locais habitados por pessoas,
no campo ou na cidade. Apresenta dismorfismo sexual, tendo o macho tons castanhos mais
escuros e a fêmea uma lista supraciliar clara. O macho distingue-se ainda da fêmea por uma
coroa cor de chocolate e um bibe preto que se alarga pelo peito. Costuma formar grandes
bandos, que podem atingir as 500 unidades. Mede entre 14 e 15 cm e alimenta-se de restos de
comida, de sementes e de insectos. Reproduz-se em fendas de edifícios ou em buracos de
árvores. Põe 3 a 5 ovos cinzentos manchados, que são incubados sobretudo pela fêmea,
durante 11/14 dias.
ESTORNINHO - Sturnus vulgaris
O estorninho é uma espécie abundante em Trás-os-Montes, tanto que, fora da época de
reprodução, podem ser observados bandos com milhares de indivíduos. Inverna no nosso país,
e tem uma plumagem que difere entre o Verão e Inverno.
No Inverno o peito negro enche-se de pintas esbranquiçadas e o bico amarelo escurece um
pouco. Mede pouco mais de 20 cm e alimenta-se de insectos, sementes e frutos. Nidifica entre
Abril e Maio, 5 a 7 ovos azuis claros, que são incubados pela fêmea e pelo macho durante
12/15 dias.
O estorninho-comum (Sturnus vulgaris), também chamado de estorninho-malhado, é um
pássaro da família dos esturnídeos, nativo da Eurásia e introduzido na América do Norte, África
do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Nidifica, por vezes em grandes colónias, em buracos de árvores, muros, debaixo das telhas e
aceita com facilidade ninhos artificiais. Choca de 4 a 6 ovos.
Caminha rápida e agitadamente em terrenos abertos, prados e relvados em busca de alimento
(insectos e vermes). Pode ser confundido com o melro preto, com comportamento e cor
semelhante. Tem porém a cauda mais curta e o bico de cor amarela menos intensa que o
melro.
É de comportamento gregário e voa em bandos compactos, em interessantes evoluções,
mudando rapidamente de direcção, tal como um cardume de peixes. Com frequência, após a
época de reprodução, oferecem esse espectáculo tanto no campo como nas grandes cidades.
O estorninho-rosado apresenta o corpo branco rosado, as asas, cabeça e cauda pretas e uma
pequena crista. Habita o SE da Europa. O estorninho-preto não tem qualquer mancha clara
durante o verão ao contrário do malhado, e no Inverno apresenta pequenas manchas, menores
que as do malhado.
Na península Ibérica permanecem durante todo o ano os estorninhos-pretos enquanto os
malhados são visitantes de Inverno. Estes estendem-se por toda a Europa.
PERDIZ - Alectoris Rufa
A perdiz é uma das espécies cinegéticas preferidas dos caçadores portugueses e bastante
abundante no nordeste transmontano. Para além da Península Ibérica, apenas se encontra
presente em França, Norte de Itália e parte da Grã-Bretanha, onde foi introduzida. Costuma
andar em pequenos bandos, com um máximo de 15 indivíduos. Voa rente ao solo, depois de
uma pequena corrida para tomar balanço.
É uma excelente andarilha e tem um tamanho tamanho entre 35 e 40 cm. Apresenta os flancos
caracteristicamente estriados de castanho e branco, com uma linha preta contornando o branco
das faces e descendo até ao peito, onde forma um colar negro e de onde partem estrias da
mesma cor que salpicam o cinzento do peito.
As costas e a parte superior da cabeça são num quente tom de castanho, o bico e as patas
vermelhas. O macho é maior e mais pesado do que a fêmea, apresentando uma cabeça mais
volumosa.
É uma ave que prefere especialmente as zonas de culturas cerealíferas, mas também se pode
encontrar na periferia das áreas incultas ou matos, por vezes também em vinhas. A sua
alimentação é essencialmente insectívora no primeiro ano de vida, e evolui depois radicalmente
por forma a englobar produtos de origem quase só vegetal.
O acasalamento destas aves ocorre geralmente entre Fevereiro e Março, podendo haver
alterações conforme as condições atmosféricas; fazem o ninho geralmente no chão, junto a
tufos de ervas, debaixo de ramos secos, junto a linhas de água. A postura é feita entre Abril e
Maio, com um número de ovos (amarelados com manchas avermelhadas) entre 8 e 23 (em
média 12); a incubação dura cerca de 23 dias, e por vezes em dois ninhos, um incubado pelo
macho e outro pela fêmea.
TRIGUEIRÃO - Miliaria calandra
De coloração parecida à do pardal, mas um pouco maior do que este (17/18 cm), o trigueirão é
uma espécie abundante nos campos transmontanos. Tem a particularidade de cantar com a
cabeça virada para trás.
Faz o ninho no solo ou em moitas, onde pões entre quatro e seis ovos brancos com manchas
cinzentas, uma ou duas vezes por ano, entre Abril e Maio. A incubação é feita pela fêmea e
dura 14 dias.
VERDILHÃO - Carduelis chloris
Inicialmente, a pequena chamariz era um habitante típico dos extensos bosques
mediterrânicos, onde vivia em zonas claras e ao longo dos limites da massa arbórea, até que a
sua aproximação do homem e a sua adaptação à vida em habitats modificados por este, há
cerca de 200 anos, motivaram o apogeu tal das suas populações que hoje podemos encontrálas practicamente em todo o continente europeu.
Estas características levaram a que, fora da sua área originária, habite em zonas próximas dos
aglomerados humanos, que podem ser parques, jardins, hortas e pomares, onde o seu canto
monótono, chilreante e mil vezes repetido rapidamente se torna familiar aos ouvidos atentos
aos sons da natureza.
A chamariz apresenta um marcado dimorfismo sexual - nos machos predomina a cor amarela
no peito e no uropígio, enquanto as fêmeas são de um tom verde-pardacento. Ambos os sexos
têm um bico cónico diminuto, apto para o consumo de pequenas sementes. O verdilhão comum
é um pássaro poderoso, dotado de um bico forte, que lhe permite ter acesso a uma ampla e
variada gama de alimentos.
Apresenta uma plumagem de tons esverdeados, em que se destacam as faixas de cor amareloviva e a base das penas exteriores da cauda também da mesma cor. Os jovens são mais
escuros e têm listas por todo o corpo.
O verdilhão é uma espécie bem conhecida nos campos de todo o país, identificável pelas suas
tonalidades verdes e amareladas.
A fêmea difere ligeiramente do macho, apresentando tonalidades mais claras e acastanhadas.
Mede 14/15 cm, nidifica entre Abril e Junho, e põe em cada postura (duas a três por ano) entre
4 a 6 ovos azul-claros com manchas pretas, incubados pela fêmea durante 12/14 dias.
PEIXES:
O sistema aquático do concelho de Mirandela é constituído pelo Rio Tua formado pela junção
do Rio Rabaçal e do Rio Tuela no local da Maravilha muito próximo de Mirandela (cerca de dois
quilómetros). Um conjunto de ribeiros e ribeiras alimentam o Rio Tua que tem um caudal
permanentemente significativo.
Nessas águas existe uma grande diversidade piscícola. Os peixes compõem a dieta alimentar
de algumas populações ribeirinhas mas são sobretudo importantes do ponto de vista lúdico e
desportivo, salientando-se a actividade do Clube de Caça e Pesca de Mirandela, que tem a
concessão exclusiva da pesca no Rio Tua junto a Mirandela.
As principais espécies piscícolas endémicas são a enguia, o barbo, a boga, o escalo, o Bordalo,
a panjorca e a truta que permitem a pesca desportiva e o turismo de lazer.
ENGUIA
Nome vulgar: ENGUIA
Nome científico: Anguilla Anguilla
Família: Anguillidae
Ordem: Anguilliformes
Esta espécie foi ao longo dos séculos penetrando em quase todos os estuários da maior parte
dos países europeus incluindo Portugal. No nosso país a enguia pode ser encontrada em
praticamente todos os cursos de água doce. Só em meados do século XX se reconheceu
cientificamente o verdadeiro ciclo biológico desta espécie. Nascendo no Oceano Atlântico, no
Mar dos Sargaços, entre as Bahamas e Bermudas, como larvas (leptocéfalas) são arrastadas
ao longo de um período de 2 a 3 anos pelas correntes oceânicas até às costas europeias onde
inicia uma outra etapa da sua metamorfose, já como pequenas enguias ou enguias de vidro
(transparentes) vão subindo ao longo dos rios e ribeiras onde adquirem o estado adulto para
mais tarde regressarem de novo à origem onde se reproduzirão e morrerão.
É uma espécie marinha com uma fascinante história migratória e com um ciclo de vida em água
doce e outro no mar. Possui um corpo muito alongado e cilíndrico, com aparência
serpentiforme, de dorso esverdeado e ventre claro, com escamas minúsculas e ovais e uma
barbatana dorsal que se une à caudal e anal e com as peitorais curtas. Apresenta um focinho
pequeno e cónico com 2 pares de narinas e de boca larga onde a maxila inferior ultrapassa a
superior, ambas com pequenos dentes muito fortes e aguçados.
Tem uma enorme versatilidade quer de se deslocar em qualquer curso de água quer de viver
em águas bem ou mal oxigenadas, procurando sempre os obstáculos para se proteger ou
camuflar, desenvolvendo grande parte da sua actividade à noite. Possui ainda a capacidade de
poder sair da água e movimentar-se nas margens mais húmidas, chegando mesmo a utilizar
esta particularidade para se introduzir num outro meio aquático mais próximo.
A fêmea é maior que o macho, atingindo normalmente medidas que vão dos 30 cm. a 1 m.,
excepcionalmente poderão chegar a 1,5 m. com pesos que atingem os 3 ou 4 kg., no entanto já
existem registos de mais de 5 kg.
Calcula-se que a Enguia tem um limite de idade superior a 20 anos, embora em média a fêmea
possa viver até aos 18 anos e o macho até aos 14/15.
A Enguia é um peixe omnívoro, e sobretudo carnívoro, muito voraz. Após entrar no ciclo de
água doce alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos, anfíbios, grandes larvas, etc., tudo que
seja animal vivo, morto ou mesmo em decomposição.
Após um longo ciclo de vida em água continentais, entre 5 e 12 anos, no início do Outono a
Enguia empreende o regresso ao Mar dos Sargaços, onde tem lugar a reprodução, sendo a
postura feita a profundidades que vão dos 300 aos 600/700 metros, quando a temperatura
estabiliza nos 16ºC ou 17ºC. Cada fêmea pode reproduzir o impressionante número de 1
milhão de ovos ou até mais. A incubação dura mais ou menos 30 dias e após a eclosão das
larvas estas ficam dissimuladas em pequenas algas em deriva e logo arrastadas pela chamada
corrente do Golfo que cruza o oceano.
BARBO
Nome vulgar: BARBO
Nome científico: Barbus Steindachneri (Bocagei)
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
O Barbo é uma espécie autóctone da Península Ibérica, sendo um dos principais peixes em
Portugal e um dos mais excitantes para a pesca desportiva. Esta espécie apresenta variações
no nosso país, dando origem às designações de Barbo do Norte, com o nome científico Barbus
Bocagei, a norte do Rio Tejo, o Barbo Steindachneri que habita em grandes populações nas
bacias hidrográficas do Tejo e Guadiana, e ainda, mas em reduzido número, os de nome Barbo
de Cabeça Pequena (Microcephalus) e Barbo do Sul (Sclateri) nas restantes regiões situadas
no sul de Portugal.
É um peixe muito combativo na sua defesa e com grande aptidão para percorrer as maiores
profundidades dos rios e lagos. Apresenta tipicamente um corpo alongado tipo cilíndrico e
musculado, com o ventre mais largo, tem o focinho pontiagudo e a boca com lábios grossos
onde possui os tão característicos dois pares de barbilhos bem desenvolvidos que servem de
órgãos de gosto e tacto. O último raio simples da barbatana dorsal é ossificado e denticulado, o
qual é utilizado para tentar libertar-se do fio de pesca que o prende. Tem um dorso de cor
acastanhada e olivácea e com os flancos e ventre mais claros.
É essencialmente um peixe de fundo e de águas bem oxigenadas, vivendo em grupos nos
sectores médios dos rios e ribeiras de correntes moderadas e de águas não demasiado frias, e
também em algumas albufeiras. Utiliza preferencialmente as pedras e vegetação junto às
margens para se refugiar.
Esta espécie tem uma medida que varia entre os 20 e os 80 cms., podendo ir até aos 10 kgs.
de peso.
O Barbo define-se como uma espécie omnívora e também detritívora, alimentando-se de restos
de plantas, moluscos, crustáceos, insectos e os detritos que se vão depositando nos fundos.
Pequenos peixes também podem entrar na sua alimentação.
Na época da reprodução, de finais de Abril a Junho/Julho, os machos exibem umas pontuações
brancas à volta do focinho designados de tubérculos nupciais. Realiza a desova no final da
Primavera ou já durante o Verão, com uma capacidade de cerca de 8.000 ovos em média, em
zonas de fundos pedregosos e arenosos e de águas pouco profundas mas ricas em oxigénio.
BOGA
Nome vulgar: BOGA
Nome científico: Chondrostoma Polylepis
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
A Boga é uma espécie quase restrita ao centro-oeste da Península Ibérica, sendo em Portugal
muito vulgar nas bacias hidrográficas do norte a Chondrostoma Duriense, e no centro e sul até
à bacia do Sado a de nome Chondrostoma Polylepis Steindachner, também chamada de Boga
de boca direita, sendo esta muito apreciada na pesca desportiva de competição. Na Albufeira
do Caia, junto à localidade de Arronches, encontra-se um dos maiores e mais importantes
viveiros naturais desta espécie que infelizmente e por incúria das autoridades da administração
central e local nada se tem feito para a sua protecção. No nosso país estão referenciadas
outras três variantes: a Boga portuguesa (Chondrostoma Lusitanicum), a Boga de boca
arqueada (Chondrostoma Lemmingii) e a Boga do Guadiana (Chondrostoma Willkommii).
Esta espécie é um bom exemplo da falta de legislação adequada e actualizada, e também de
uma deficiente fiscalização (mais preocupada com as crianças não possuidoras de licença),
para enfrentar não só as graves consequências de contaminação que progridem nas nossas
águas mas também a insensatez humana na preservação das fauna e flora que nos rodeia.
Possui um corpo fusiforme e alongado, com um focinho proeminente, a boca inferior e sem
barbilhos, e um lábio inferior com uma placa de bordo cortante para raspar as algas e
invertebrados aderentes à gravilha dos fundos. As barbatanas têm uma coloração
avermelhada.
Vive habitualmente em locais de água com alguma corrente e pode apresentar medidas até um
máximo de cerca de 30 centímetros e um peso que normalmente não ultrapassa as 400/500
gramas. É uma espécie com uma longevidade à volta dos 10 anos e torna-se adulta aos 2/3
anos de idade. A sua alimentação baseia-se em invertebrados, particularmente de moluscos,
larvas de insectos e ainda de vegetais, em especial de pequenas algas.
A Boga efectua migrações logo no início da Primavera para executar a desova a montante dos
cursos de água corrente com pouca profundidade e de fundos de areia e cascalho, onde cada
fêmea deposita entre 1.000 e 7.000 ovos. Durante a reprodução os machos apresentam
minúsculos tubérculos nupciais por todo o corpo.
Entre os ciprinídios, a Boga é normalmente o primeiro a executar o processo de reprodução.
ESCALO
Nome vulgar: ESCALO
Nome científico: Leuciscus Pyrenaicus
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
O Escalo, incorrectamente designado em algumas regiões do nosso país por Bordalo, este com
o nome científico de Rutilus Alburnoides, é uma espécie endémica da Península Ibérica,
existindo em quase todas as bacias hidrográficas portuguesas, estando oficialmente
referenciados o Escalo do Norte - Leuciscus Carolitertii, e o do Sul - o Leuciscus Pyrenaicus,
designações atribuídas de acordo com o seu habitat natural a norte ou a sul do Rio Mondego.
Outros nomes científicos desta espécie como o Leuciscus Leuciscus e Leuciscus Cephalus,
este mais vulgar no Norte da Europa, são igualmente referenciados pelos investigadores, daí
uma certa confusão na exacta localização e distribuição de todas as suas variantes. Este peixe
apresenta uma distribuição preferencial pelas ribeiras localizadas no interior.
É um peixe com pequenas dimensões chegando a alcançar como comprimento máximo cerca
de 25 cm. e um peso que poderá ir até mais ou menos 1 kg. como máximo, embora haja um
registo considerado máximo mundial de mais de 2,5 kgs. Possui um corpo alongado e
comprimido nos flancos, de cabeça grande com focinho cónico e uma boca pequena com o
maxilar superior cobrindo ligeiramente o inferior.
Apresenta uma coloração que varia entre o cinzento-acastanhado e o castanho-esverdeado,
com tons de algum azul e ou prateado, tendo uma banda negra dos flancos e as escamas
possuem uma ligeira mancha escura.
O seu habitat é muito variado mas assenta habitualmente em águas correntes tanto nas
planícies como nas montanhas, tendo uma grande resistência a águas de baixa oxigenação na
época do Verão.
A sua alimentação baseia-se em insectos, crustáceos e até alevins.
É uma espécie que faz a sua reprodução em plena Primavera executando a desova nos locais
de correntes quase nulas e entre as pedras ou cascalho e alguma vegetação submersa junto às
margens.
O Escalo é um dos peixes que mais poderá vir a sofrer com a crescente poluição que a mão
humana vai largando nas ribeiras para além de ser um peixe muito cobiçado por outras
espécies que têm vindo a ser introduzidas.
BORDALO
Nome vulgar: BORDALO
Nome científico: Rutilus Alburnoides
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
PANJORCA - Rutilus Arcasi
TRUTA
Nome vulgar: TRUTA (de rio)
Nome científico: Salmo Trutta Fario
Família: Salmonidae
Ordem: Salmoniformes
A Truta de rio, também designada de Truta-Fário é uma espécie indígena da Europa, em
Portugal encontra-se em alguns rios do Norte e Centro, mais a Sul só no troço superior do rio
Zêzere e ainda no rio Sever, sendo um peixe de costumes sedentários e muito cobiçado para a
alimentação humana.
Possui uma cabeça e olhos grandes, tem umas mandíbulas com dentes agudos e fortes, onde
a maxila superior ultrapassa o nível posterior do olho. Apresenta uma coloração muito variável
conforme a idade e o meio onde habita. Geralmente tem o dorso de acastanhado a cinzento
esverdeado com flancos esverdeados ou amarelos e um ventre esbranquiçado ou em tons
amarelados. Possui o corpo salpicado de pequenas manchas negras e vermelhas e a sua
barbatana adiposa é alaranjada na extremidade.
A truta de rio é um peixe de hábitos territoriais, vivendo em águas correntes, bem oxigenadas,
límpidas e frias. Dadas as suas características torna-se muito vulnerável à poluição das águas e
mesmo ao aumento significativo da temperatura das águas. Pode chegar a pesar cerca de 15
kg. e ter um comprimento de cerca de 90 cms. É uma espécie muito voraz, alimentando-se de
pequenos peixes, invertebrados e larvas de insectos aquáticos. Devora igualmente ovos de
peixe.
Habitualmente faz a migração para montante para em busca de locais para a postura. O seu
período de desova é no Outono e Inverno, em zonas de fundos bem pedregosos mas pouco
fundos e essencialmente em águas bem frias e oxigenadas. A fêmea deposita os ovos no leito
dos rios em pequenas depressões escavadas por ela própria.
PIMPÃO
Nome vulgar: PIMPÃO
Nome científico: Carassius de Carassius
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
Esta espécie é originária da Europa Central e Ocidental, embora haja estudos que apontam a
sua verdadeira origem na China Ocidental e do Norte.
Em Portugal não se conhece ao certo quando e como foi introduzida.
O Pimpão existente no nosso país encontra-se praticamente em todas as bacias hidrográficas,
nomeadamente nas albufeiras do interior e nos rios de fraca corrente, mas o seu número é
reduzido.
Sendo um parente muito próximo da Carpa, o Pimpão distingue-se por um corpo alto e
comprimido lateralmente, com uns lábios mais finos e desprovidos de barbilhos, os olhos são
maiores e as diferentes colorações que o seu corpo apresenta são mais vivas do que na Carpa.
O Pimpão habita preferencialmente em águas paradas, pouco profundas e muito ricas em
vegetação. É igualmente um peixe bastante resistente a diversos tipos de contaminação das
águas ou a baixos níveis de oxigenação.
Naturalmente, é um peixe omnívoro, baseando a sua alimentação em plâncton, larvas de
insectos e de algumas plantas aquáticas ou algas.
Tal como a Carpa, o Pimpão fêmea tem a capacidade de poder reproduzir mais de 200.000
ovos, ficando estes aderentes às plantas. A sua reprodução ocorre normalmente de Maio a
Junho e tem uma incubação que varia entre os 4 e os 8 dias.
PERCA
Nome vulgar: PERCA-SOL
Nome científico: Lepomis Gibbosus
Família: Centrarchidae
Ordem: Perciformes
A Perca-Sol é originária da América do Norte. Em finais do século XIX, iniciou o seu
aparecimento no continente europeu como peixe ornamental de aquário e jardins de alguns
palácios, sendo de seguida introduzido em alguns cursos de água e logo se espalhou pela
generalidade dos países europeus incluindo os da Península Ibérica. Em Portugal, a Perca-Sol
aparece em todas as bacias hidrográficas sendo mais numerosa em algumas áreas consoante
as condições naturais que aí encontra e em função do resultado do seu processo de
reprodução.
É sem dúvida um majestoso exemplar piscícola mas muito massacrado pelo homem que lhe
nutre alguma antipatia, já que para além de ser um grande devorador de ovos e alevins de
outras espécies torna-se incomodativo na actividade da pesca desportiva.
Habita frequentemente em águas lentas pouco profundas e com muita vegetação, quer em
albufeiras quer em rios e ribeiras com corrente fraca.
Possui um corpo fortemente comprimido lateralmente, em forma oval e em tons muito coloridos
e diversificados, vulgarmente com os flancos alaranjados e manchas azuladas, o dorso em tons
castanhos mais escuros, os opérculos e o corpo com tonalidades de encarnado e ainda com o
ventre em tons de amarelo claro. Tem a boca pequena e oblíqua. A barbatana dorsal tem a
característica de ser grande e com raios espinhosos muito cortantes.
É uma espécie que pode medir entre 10 e 15 cms. (por vezes alcança os 25 cm.) e com um
peso que varia entre as 20 e as 100 grs. Existem no entanto em alguns países exemplares que
podem chegar até aos 3 kgs. de peso. A sus vida tem uma duração que pode ir até aos 7 ou 8
anos.
Este peixe é um dos principais devoradores de ovos e alevins de outras espécies, alimentandose igualmente de larvas, insectos e pequenos moluscos.
Após a formação de numerosos grupos os machos desenvolvem entre si lutas sexuais. A sua
reprodução, que pode ser rápida e importante, ocorre entre Maio e Junho ou quando a
temperatura da água chega aos 19/20ºC. Os ovos são depositados em pequenas escavações
feitas nos fundos arenosos. A Perca-Sol tem ainda a particularidade de não se hibridar com
nenhuma outra espécie.
ACHIGÃ
Nome vulgar: ACHIGÃ
Nome científico: Micropterus Salmoides
Família: Centrarchidae
Ordem: Perciformes
O Achigã, um dos grandes e combativos predadores de água doce e muito apreciado na
alimentação humana, é originário do sul do Canadá e norte dos Estados Unidos da América e
foi introduzido na Europa no final do século XIX, sendo hoje uma das principais espécies
existentes em quase todos os países e que desperta a paixão de milhões de pescadores em
todo o mundo.
Em Portugal, reconhecida a sua existência desde o início do século XX, o Achigã teve uma
excelente adaptação e espalhou-se rapidamente por todas as bacias hidrográficas do país,
particularmente a sul do Rio Tejo, sendo hoje já considerado um dos predadores que mais tem
contribuído para uma clara diminuição de outras pequenas espécies, nomeadamente nas
albufeiras.
Possui um corpo altivo e alongado, uma cabeça grande e de boca larga e com numerosos e
minúsculos dentes, justificadamente agressiva, possui um dorso e cabeça de coloração verde
escuro ou oliváceo, com flancos dourados, ventre branco, a linha lateral tem uma fiada de
manchas castanhas ou negras, bem visível nos adultos e o opérculo tem duas barras escuras e
uma mancha preta. Tem uma barbatana dorsal dividida em duas partes, tendo a primeira raios
espinhosos, tendo ainda na boca uma maxila inferior proeminente e mais saliente do que a
superior.
Caracteriza-se como um peixe de águas temperadas ou pouco frias, habitando em locais com
vegetação aquática nas albufeiras e lagoas, aparecendo também em alguns troços médios e
inferiores dos rios, e habitualmente vive solitário ou em pequenos grupos. É uma espécie de
superfície não excedendo normalmente os 6 metros de profundidade e que suporta bem as
águas salobras.
Pode medir até 80 cms. e possuir um peso máximo de cerca de 10 kgs, sendo estas medidas
mais reduzidas nos exemplares europeus.
O Achigã adulto é um predador muito voraz, alimentando-se preferencialmente de outros
peixes e crustáceos e também de insectos aquáticos.
Os mais novos têm a sua alimentação baseada em insectos, crustáceos e moluscos enquanto
que os alevins se alimentam de plâncton.
Durante o período de reprodução, de Abril a Junho, o macho tem um comportamento territorial,
protegendo o ninho até os novos terem 3 a 4 semanas de idade. Após este período, permanece
em cardumes pouco numerosos durante mais 2 ou 3 meses.
A desova ocorre quando a temperatura da água atinge os 16 a 18ºC, cada fêmea deposita
entre 4.000 e 10.000 ovos em locais de fraca corrente e pouca profundidade, em ninhos feitos
pelos machos sobre camadas de pedras, cascalho, areia ou entre raízes aquáticas, ficando os
ovos aderentes ao substrato do ninho, o qual é bem guardado e onde procura agitar-se
constantemente para melhor oxigenação dos ovos. Após a postura, a companheira é expulsa
do ninho, chegando mesmo a ser caçada, podendo ainda o macho atrair outra fêmea.
CARPA
Nome vulgar: CARPA
Nome científico: Cyprinus Carpio
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes
A Carpa é originária da Europa Oriental e Ásia Ocidental e foi introduzida pelos romanos na
Europa Ocidental onde se conheceu a sua grande expansão na Península Ibérica a partir da
Idade Média. Em Portugal existem actualmente numerosas populações em praticamente todas
as bacias hidrográficas à excepção das situadas a norte do Rio Douro, onde são em menor
número.
Desta robusta e magnífica espécie estão ainda catalogadas quatro variedades: a Carpa comum
ou selvagem, a Carpa espelho, a Carpa dourada ou vermelha e a Carpa couro, que se
diferenciam entre si pela altura do corpo, coloração, tamanho e disposição das escamas e
lábios.
É sem dúvida a espécie mais procurada pelo pescador desportivo, originando a sua pesca uma
atitude de culto, uma verdadeira paixão que se enraizou em muitos países e se contagiou pelo
mundo.
É uma espécie muito corajosa e combativa, com um pujante corpo alongado, coberto de
escamas grandes, tem a cabeça massiva e de forma triangular com uma boca terminal
proeminente e com dois barbilhos, um de cada lado da boca, a barbatana dorsal é longa e com
raios, sendo o primeiro mais forte e dentilhado. Apresenta um dorso castanho esverdeado, com
flancos dourados e o seu ventre tem uma coloração amarelada.
A Carpa tornou-se uma espécie tipicamente de albufeiras e cursos de água com corrente fraca
e muita vegetação. Tem o hábito de nas águas pouco profundas se fossar no fundo a fim de
provocar turvação e costuma vir à superfície para aspirar o ar. Possui ainda uma enorme
capacidade para águas salobras assim como uma impressionante resistência fora de água,
conhecem-se casos de exemplares que sobreviveram após mais de 1 hora sem água.
Em alguns locais e beneficiando de determinadas situações naturais a Carpa consegue atingir
cerca de 1 metro de comprimento e com um peso que poderá oscilar entre os 30 e os 35 kgs.,
existindo já diversos registos próximos dos 40 kgs.
É uma espécie omnívora de regime alimentar muito variado, alimentando-se de invertebrados,
plantas e algas, ovos de batráquios e outros peixes, tem uma preferência especial por larvas de
insectos, crustáceos e moluscos, chegando mesmo, ocasionalmente, a comer outros alevins e
pequenos peixes.
A Carpa atinge o estado de adulto por volta dos 4 anos e tem o hábito de se reproduzir com
grande frenesim em locais de pouca profundidade e com abundante vegetação aquática ou
submersa, quando a temperatura da água chega aos 18º/19ºC., de Abril a Junho, por vezes até
finais de Julho. As fêmeas executam várias posturas durante a época de reprodução, a qual
pode libertar a extraordinária média de 250.000 ovos/kg., 5 a 8 dias mais tarde nascem os
primeiros alevins que se alimentam de plâncton.
A Carpa possui uma longevidade que pode superar os 20 anos, havendo quem considere poder
ir muito mais além mas por enquanto sem sustentação científica.
A informação constante deste trabalho foi retirada
do site http://pesca.com.sapo.pt/index0.html,
da Wikipédia e do bragança.net.
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FAUNA DO CONCELHO DE MIRANDELA