Brasil verde, amarelo azul
e branco
Passada a turbulência daquele que foi um dos processos eleitorais mais acirrados
de nossa história, é hora de refletir sobre o futuro do país. O resultado da votação
deixou claro que praticamente metade dos brasileiros clama por mudanças. Porém,
neste momento, é fundamental transformar a divisão mostrada pelas urnas em união
pelo desenvolvimento do Brasil.
União principalmente para que o setor produtivo brasileiro como um todo – e
a indústria em especial – volte a ser competitivo e seja o condutor do crescimento
econômico e social do país nos próximos anos. Durante a campanha, ficou ainda mais
evidente aquilo que todo empresário já sabe: a economia não vai bem, em grande
medida pela realidade pouco amistosa enfrentada por quem produz.
Há muito tempo, o setor produtivo já vem alertando o governo sobre a necessidade de criação de um ambiente favorável aos negócios no Brasil. O que se pede não
são privilégios, mas medidas que coloquem as empresas brasileiras em igualdade de
condições na competição com seus concorrentes.
Até agora, no caso da indústria, em geral fomos atendidos com medidas pontuais,
lançadas para socorrer setores específicos que atravessam dificuldades. Mas o que
precisamos é de uma verdadeira transformação estrutural que torne o Brasil mais
atraente ao investimento produtivo e aumente a competitividade de nossos produtos – caminho mais seguro para que qualquer país alcance crescimento econômico
sustentado e justiça social.
Mudanças profundas em nossos sistemas tributário, fiscal e trabalhista, entre
tantas outras áreas essenciais, devem entrar de imediato na pauta de prioridades do
Executivo e do Legislativo. Reduzir drasticamente a burocracia para facilitar a vida
de quem quer investir no país e intensificar os investimentos em infraestrutura e
educação também são medidas que não podem mais ser adiadas.
Além disso, as urnas deram um recado claro à classe política: o eleitor não votou
em partido. Aliás, via de regra não está nem aí para eles. Muitos votaram em programas
sociais, outros tantos por mudanças. Boa parte demonstrou sua insatisfação com votos
nulos ou em branco. E 30 milhões de eleitores simplesmente não compareceram no
segundo turno. Fica, portanto, o alerta: a reforma política é urgente.
Nesta semana, a indústria brasileira novamente marcará posição diante do governo. Na quarta e quinta-feira (5 e 6), em Brasília, acontece o 9º Encontro Nacional
da Indústria, que terá a participação de uma delegação paranaense composta por
diretores e executivos da Fiep e presidentes de sindicatos filiados. O evento vai debater os desafios do nosso segmento para os próximos quatro anos e culminará com a
apresentação da Carta da Indústria à presidente reeleita.
Que esta seja apenas uma das primeiras demonstrações do diálogo que a presidente prometeu em seu primeiro discurso após a confirmação de sua vitória, e que
precisa se espalhar por todos os setores. E, acima de tudo, que de uma vez por todas o
governo e o Congresso Nacional tenham sabedoria para realmente ouvir os anseios da
sociedade, deixar de lado interesses político-partidários e pensar no futuro do país.
Usando as palavras sempre sábias e atuais do rei Salomão, em seus Provérbios:
“Quando a nação tem líderes inteligentes e sensatos, ela se torna forte e firme”. Que
assim seja com nosso Brasil.
Edson Campagnolo
Presidente do Sistema Fiep
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