Projeto:
TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA
Programa de Gestação de Alto
Risco
Coordenadoria de Programas Especiais
Sandra Tolentino
Coordenaçao do Programa de Gestação
de Alto Risco
Amauri do Rosário
Considerações Gerais:
•É uma zoonose causada pelo Toxoplasma gondii,
onde aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos,
roedores e o homem são hospedeiros intermediários
e os felinos (gatos) são hospedeiros definitivos.
• A principal forma de transmissão é pelos oocistos
presentes no solo, água e alimentos, através das
fezes dos felinos (gatos) e também por cistos no uso
ou manuseio de carnes cruas ou mal passadas, ou
por ovos “in natura”, transfusão de sangue e
transplantes de órgãos contaminados. A forma
congênita ocorre por transmissão vertical
(transplacentária).
• Cerca de 85% das gestantes são assintomáticas
(sub-clínica) e 15% sintomática (cefaléia, mialgias,
mal estar, linfadenopatia cervical posterior,
hepatoesplenomegalia, odinofagia e febre).
• O diagnóstico será pelos testes sorológicos
específicos para anticorpos IgG e IgM.
•A presença de anticorpos IgM e IgA específicos
sugerem doença recente (Toxoplasmose aguda).
•Quando a contaminação ocorre no 1º trimestre
estima-se que cerca de 10 a 20% dos embriões ou
fetos serão afetados, podendo levar ao abortamento
ou a lesões irreversíveis, especialmente oculares.
• Quando a contaminação ocorre no 2º trimestre
estima-se que cerca de 30 a 50% dos fetos serão
afetados, podendo levar ao óbito fetal intra-útero ou
a lesões irreversíveis, especialmente oculares.
• Quando a contaminação ocorre no 3º trimestre
estima-se que cerca de 60 a 80% dos fetos serão
afetados, podendo levar ao óbito fetal intra-útero ou
a lesões irreversíveis, especialmente oculares, com
diagnóstico tardio pós natal.
•Gestantes usuárias de imunossupressores
(corticóides e quimioterápicos), risco para
imunossupressão como HIV/AIDS, deverão seguir
as medidas profiláticas de prevenção primária
evitando a reinfecção.
Justificativa:
No Estado do Paraná, no ano de 2.004
tivemos 159.268 nascidos vivos (dados do
SINASC/CIDS/SESA), os quais cerca de
0,3% serão afetados pela Toxoplasmose
Congênita, representando cerca de 480
casos/ano, daí a necessidade de
diagnóstico e tratamento precoce.
Objetivos:
• Prestar assistência às gestantes com Toxoplasmose
Congênita, ofertando pelo LACEN, confirmação do
diagnóstico de doença aguda e ofertando medicamentos
pelo CEMEPAR para tratamento específico;
• Reduzir custos desnecessários, com falsos
diagnósticos e com tratamento medicamentoso;
• Melhorar a qualidade de atendimento pré-natal das
gestantes paranaenses;
•Contribuir para diminuir o índice de morbidade
materno-infantil, especialmente evitando lesões
oculares fetais e nos recém-nascidos, levando à
cegueira precoce.
Medidas Profiláticas - Prevenção Primária:
• Evitar contato com felinos sempre que possível;
• Alimentar estes animais com ração ou carne
cozida;
• Não consumir carne crua ou mal cozida,
principalmente carneiro ou porco;
• Evitar uso de ovo “in natura”;
• Manter alimentos como verduras, legumes e
frutas protegidos de contaminações;
• No manuseio de terras usar luvas de borracha.
• São consideradas gestantes de baixo risco de
contaminação, àquelas que seguem todas as
medidas profiláticas para a prevenção da
Toxoplasmose;
• São consideradas gestantes de alto risco de
contaminação, àquelas expostas aso fatores de
risco e não realizam prevenção primária,
especialmente as de baixo grau de entendimento,
ou moradoras de áreas rurais, com múltiplos
fatores de risco.
Diagnóstico e Tratamento:
1° grupo  IgG e IgM não reagentes
(negativos):
Gestante não infectada. Suscetível. Instituir
cuidados profiláticos (Prevenção primária da
Toxoplasmose) e repetir exames (IgG/IgM):
- a cada trimestre nas gestantes de alto risco de
contaminação,
- ou entre a 24ª semanas e 28ª semanas nas
gestantes de baixo risco de contaminação.
2° grupo  IgG reagente (positivo) e IgM não
reagente (negativo):
- Gestante com doença antiga. Infecção pregressa,
considerado como doença crônica, ou seja, IMUNE.
- Gestantes com risco de imunossupressão manter
prevenção primária da Toxoplasmose.
3° grupo  IgM reagente (positivo):
- Neste grupo o IgG pode estar reagente ou não.
- Solicitar  Avidez de IgG específico para
Toxoplasmose:
( < 0,3 ou < 30%) = baixa Avidez = Avidez fraca =
Infecção aguda ( < 2 meses)  Tratar
Avidez Intermediária  (Tratar tanto os casos de
Avidez fraca ou intermediária)
( > 0,6 ou > 60% ) = alta Avidez = Avidez forte =
Infecção pregressa (crônica) ( > 4 meses):
- Gestação < 17ª semanas  nada fazer, pois
considera-se IMUNE.
- Gestação ≥ 17ª semanas  Encaminhar à
Serviço de Referência de Alto Risco
(pesquisar infecção fetal =
PCR no LA ou Cordocentese)
Esquema de tratamento da Toxoplasmose na Gestante
Semanas de gestação
Esquema terapêutico
Dia gnóstic o até a 13ª sem ana
Espiramicina
14ª a 16ª semana
Sulf adiazina + Pirimetamina + Ác.folínico
17ª a 19ª semana
Espiramicina
20ª a 22ª semana
Sulf adiazina + Pirimetamina + Ác.folínico
23ª a 25ª semana
Espiramicina
26ª a 28ª semana
Sulf adiazina + Pirimetamina + Ác.folínico
29ª a 31ª semana
Espiramicina
32ª a 34ª semana
Sulf adiazina + Pirimetamina + Ác.folínico
35ª sema na até o parto
Espiramicina
Medicamentos utilizados e Doses recomendadas para Tratamento da
Toxoplasmose na Gestante
Medicamento
Dose diária
Posologia
Espiramicina (500 mg)
3.000 m g (3,0 g)
2 comp. de 8/8 h
Sulf adiazina (500 m g)
3.000 m g (3,0 g)
2 cp. de 8/8 h ou 3 cp. de 12/12 h
Pirim eta mina (25 m g)
(Inic io = 3 pr ime iros dias)
100 m g
2 comp. de 12/12 h
Pirim eta mina (25 m g)
(Ma nutenç ão = outros 18 dias)
50 mg
2 comp. e m dose única diária
Ácido Folínic o (15 m g)
15 mg
1 comp. a o dia
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FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Diagnóstico e Condut a Pré -Natal (1º trime str e até a 16ª sem)
Rastre amento p or pesquisa sorológica (IgG /IgM)-E LISA/MEIA/Imunofluorescên cia
IgG (-)
IgM (-)
Orie nta çõe s Higieno Dietéticas
(Preve nçã o primária )
(Cuidad os c/manu seio
c/gatos, carne s cruas ou mal
pa ssados ou ovo s (< 66°C), ...)
Repetir IgG e IgM
a cada trimestre n os grup os
de risco e entre a 2 4ª e 28ª sem
nos grupos de baixo ri sco
IgG(-) e
IgM (-)
Infecção
ausente
IgM (+)
Infecção
aguda
Seguir
protocolo
específico
IgM (+)
IgG (+)
IgM (-)
Infe cção pregre ssa
(crô nica)
IMUNE
(nada fazer)
Encaminha r
ao
Alto
Risco
Avidez de IgG específico
Para Toxoplas mose
< 0,3 ou < 30%
(baixa avidez)
Doença aguda
< 2 meses
TRATAMENTO
(Esquema Tríplice)
intercalando
(Espiramicina)
> 0,6 ou > 60%
(alta avidez)
Doença crônica
Infecção > 4 meses
< 17ª sem
considerar IMUNE
(nada fazer)
= 17ª sem
Encaminhar à
Referência Alto Risco
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Alto Risco