Positivismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 1 de 5 Positivismo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Positivismo é um conceito utópico que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. Desde o seu início, com Augusto Comte (1798-1857) na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI, o sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. Nesse sentido, há correntes de outras disciplinas que se consideram "positivistas" sem guardar nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplos paradigmáticos disso são o Positivismo Jurídico, do austríaco Hans Kelsen, e o Positivismo Lógico (ou Círculo de Viena), de Rudolph Carnap, Otto Neurath e seus associados. Para Comte, o Positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como desenvolvimento sociológico do Iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas Auguste Comte. gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o Positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte. Índice ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 1 Método do Positivismo de Augusto Comte 2 Espírito positivo 3 A Religião da Humanidade 4 O Positivismo no Brasil 5 Crítica 6 Ver também 7 Referências 8 Ligações externas Método do Positivismo de Augusto Comte http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo 20/05/2011 Positivismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 2 de 5 O método geral do positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos fenômenos, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, através da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados concretos (positivos) a verdadeira ciência(na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou material. O Positivismo nega à ciência qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltandose para a descoberta e o estudo das leis (relações constantes entre os fenômenos observáveis). Em sua obra Apelo aos conservadores (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. O Positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim sendo, desconsideram-se todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico caracterizado por crendices e vãs superstições. Para os Positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente dos avanços científicos, único meio capaz de transformar a sociedade e o planeta Terra no paraíso que as gerações anteriores colocavam no mundo além-túmulo. O Positivismo é uma reação radical ao Transcendentalismo idealista alemão e ao Romantismo, no qual os afetos individuais e coletivos e a subjetividade são completamente ignoradas, limitando a experiência humana ao mundo sensível e ao conhecimento aos fatos observáveis. Substitui-se a Teologia e a Metafísica pelo Culto à Ciência, o Mundo Espiritual pelo Mundo Humano, o Espírito pela Matéria. A ideia-chave do Positivismo Comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o homem passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade: 1. Teológico: o ser humano explica a realidade através de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?"; além disso, buscase o absoluto; 2. Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto é a busca da razão e destino das coisas. é o meio termo entre teológico e metafisico. 3. Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", através da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto. Espírito positivo Na obra "Discurso sobre o espírito positivo (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/comte.html) " (1848), Comte explicitou que o espírito positivo é maior e mais importante que a mera cientificidade, na medida em que esta abrange apenas questões intelectuais e aquele compreende, além da inteligência, também os sentimentos (ou, em termos contemporâneos, a subjetividade em sentido amplo) e as ações práticas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo 20/05/2011 Positivismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 3 de 5 A Religião da Humanidade Auguste Comte - através da obra Sistema de Política Positiva (1851-1854) - institui a Religião da Humanidade. Após a elaboração de sua filosofia, Comte concluiu que deveria criar uma nova religião: afinal, para ele, as religiões do passado eram apenas formas provisórias da única e verdadeira religião : a religião positiva. Segundo os positivistas, as religiões não se caracterizam pelo sobrenatural, pelos "deuses", mas sim pela busca da unidade moral humana. Daí a necessidade do surgimento de uma nova Religião que apresenta um novo conceito do Ser Supremo, a Religião da Humanidade. Comte foi profundamente influenciado a tal pela figura de sua amada Clotilde de Vaux. Segundo os Positivistas, a Teologia e a Metafísica, nunca inspiraram uma religião verdadeiramente racional, cuja instituição estaria reservada ao advento do espírito positivo. Estabelecendo a unidade espiritual através da ciência, a Religião da Humanidade possui como principal objetivo a Regeneração Social e Moral. Assim como o catolicismo está fundamentado na filosofia escolástica de São Tomás de Aquino, a Religião da Humanidade está fundamentada na filosofia positivista de Auguste Comte fundamentada na ciêcia clássica. A Religião da Humanidade possui como Ser Supremo a Humanidade Personificada, tida como Deusa pelos positivistas. Ela representa o conjunto de seres convergente de todas as gerações, passadas, presentes e futuras que contribuíram, que contribuem e que contribuirão para o desenvolvimento e aperfeiçoamento humano. A Ciência Clássica se constitui no dogma da Religião da Humanidade. Também existem templos e capelas onde são celebrados cultos elaborados à Humanidade (chamada Grão-Ser pelos positivistas). A religião positivista caracteriza-se pelo uso de símbolos, sinais, estandartes, vestes litúrgicas, dias de santos (grandes tipos humanos), sacramentos, comemorações cívicas e pelo uso de um calendário próprio, o Calendário Positivista (um calendário lunar composto por 13 meses de 28 dias). O lema da religião positivista é : "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Seu regime é: "Viver às Claras" e "Viver para Outrem". Auguste Comte foi o criador da palavra "altruísmo", palavra que segundo o fundador, resume o ideal de sua Nova Religião. O Positivismo no Brasil Seria exagero atribuir aos positivistas a Proclamação da República: é no processo de consolidação da mesma que se verifica a influência que exerceram,[1] destacando-se o Coronel Benjamim Constant (que, depois, foi homenageado com o epíteto de "Fundador da República Brasileira"). De acordo com VALENTIM (2010): "A partir da segunda metade do século XIX, as idéias de Augusto Comte permearam as mentalidades de muitos mestres e estudantes militares, políticos, escritores, filósofos e historiadores. Vários brasileiros adotaram, ou melhor, se converteram ao Positivismo, dentre eles o professor de http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo 20/05/2011 Positivismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 4 de 5 matemática da Escola Militar do Rio de Janeiro Benjamin Constant, o mais influente de todos. Tais influências estimularam movimentos de caráter republicano e abolicionista, em oposição à monarquia e ao escravismo dominante no Brasil. A Proclamação da República, ocorrida através de um golpe militar, com apoio de setores da aristocracia brasileira, especialmente a paulista, foi o resultado “natural” desse movimento." 3 A conformação atual da bandeira do Brasil A Capela Positivista de Porto Alegre, é um reflexo dessa Rio Grande do Sul. influência na política nacional. Na bandeira lê-se a máxima política positivista Ordem e Progresso, surgida a partir da divisa comteana O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por meta, representando as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Outros positivistas de importância para o Brasil foram Nísia Floresta Augusta (a primeira feminista brasileira e discípula direta de Auguste Comte), Miguel Lemos, Euclides da Cunha, Luís Pereira Barreto, o marechal Cândido Rondon, Júlio de Castilhos, Demétrio Ribeiro, Carlos Torres Gonçalves, Ivan Monteiro de Barros Lins, Roquette-Pinto, Barbosa Lima, Lindolfo Collor, David Carneiro, David Carneiro Jr., João Pernetta, Luís Hildebrando Horta Barbosa, Júlio Caetano Horta Barbosa, Alfredo de Morais Filho, Henrique Batista da Silva Oliveira, Eduardo de Sá e inúmeros outros. O lema Ordem e Progresso na bandeira do Brasil é inspirado pelo lema de Auguste Comte do positivismo: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but ("Amor como princípio e ordem como base; o progresso como meta"). Foi colocado, pois várias das pessoas envolvidas no golpe militar que depôs a monarquia e proclamaram o Brasil República eram seguidores das ideias de Comte.[2] Houve no Brasil dois tipos de positivismo: um positivismo ortodoxo, mais conhecido, ligado à Religião da Humanidade e apoiado pelo discípulo de Comte Pierre Laffitte, e um positivismo heterodoxo, que se aproximava mais dos estudos primeiros de Augusto Comte que criaram a disciplina da Sociologia e apoiado pelo discípulo de Comte Émile Littré. Crítica Comte viveu num tempo intermediário entre o apagar das luzes do iluminismo e a era das grandes generalizações na ciência, um tempo em que o mundo natural parecia acessível à força do intelecto, no culminar do pensamento mecânico da Revolução Industrial. Auguste Comte morreu dois anos antes de Darwin publicar A Origem das Espécies, em 1859. Também não viveu o suficiente para ver a publicação de O Capital (1867-1894), por seus contemporâneos Karl Marx e Friedrich Engels, embora tivesse visto o Manifesto Comunista. Esse pequeno contexto histórico ajuda a entender a filosofia de Comte. Não é justo julgar o passado com os critérios do presente. Comte, por exemplo, desconfiava da introspecção como meio de se obter o conhecimento, pois a mera observação altera e distorce estes estados, e insistia na objetividade da informação. Os positivistas também eram críticos quanto a fenômenos não observáveis. Comte descartou toda pesquisa cosmológica, considerando-a inútil e http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo 20/05/2011 Positivismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 5 de 5 inacessível. Segundo ele qualquer fenômeno que não pudesse ser observado diretamente seria inacessível à ciência. Essas duas posições positivistas foram colocadas em cheque com avanços na química e na física, especialmente com Boltzmann (1844-1906) e Max Planck (1858-1947), ambos inteiramente convencidos da existência de partículas não observáveis e confiando na intuição como meio de gerar conhecimento, num processo similar ao que foi chamado mais tarde de "abdução" por Charles Sanders Peirce. A ciência moderna acabou com as esperanças de uma realidade universal harmoniosa e ordenada, que pudesse ser traçada a régua e compasso. O determinismo na ciência perdeu força, graças ao trabalho de cientistas como Schrödinger, Heisenberg e Kurt Gödel. Esta nova realidade contrasta com o positivismo de Comte, caracterizado pela ênfase no determinismo, na hierarquia e na obediência, sua crença no governo da elite intelectual e sua insistência em desprezar a teologia e a metafísica. Ver também ■ ■ ■ ■ ■ Religião da Humanidade Espírito positivo Lei dos Três Estados Auguste Comte Clotilde de Vaux Referências 1. ↑ OLIVEIRA, Claudemir Gongalves de. A matriz positivista na educação brasileira (http://www.semar.edu.br/revisao/pdf/artigo-claudemir-goncalves-de-oliveira.pdf) . p. 11 2. ↑ BRAZIL: Order and Progress, Ronald Hilton, World Association of International Studies Forum Q&A, 4/27/03 (http://wais.stanford.edu/Brazil/brazil_orderandprogress42703.html) 3. VALENTIM, Oséias Faustino. O Brasil e o Positivismo. Rio de Janeiro: Publit, 2010. ISBN 9788577733316 Ligações externas ■ Discurso sobre o espírito positivo (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/comte.html) ■ Igreja Positivista do Brasil (http://www.igrejapositivistabrasil.org.br) (em português) ■ A igreja positivista da Rua Benjamin Constant (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010459701995000300006&script=sci_arttext) (em português) Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo" Categorias: Filosofia | Filosofia social | Positivismo ■ Esta página foi modificada pela última vez à(s) 16h59min de 17 de maio de 2011. ■ Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes. http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo 20/05/2011 Espírito positivo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 1 de 2 Espírito positivo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A expressão "espírito positivo" foi cunhada pelo filósofo francês Auguste Comte para designar a maneira geral como o ser humano deve(ria) pensar no estado positivo, de acordo com sua Lei dos Três Estados. De modo mais específico, o espírito positivo é a forma de pensar característica do Positivismo comtiano, conforme definido por Comte na obra "Discurso sobre o espírito positivo (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/comte.html) ", de 1848, e desenvolvido e refinado em suas obras posteriores (Discurso preliminar sobre o conjunto do Positivismo (http://www.marxists.org/reference/archive/comte/1856/general-view.htm) (1851), Sistema de política positiva (1851-1854) e Síntese subjetiva (1856)). Como indicado no verbete Positivismo, o espírito positivo é maior e mais importante que a mera cientificidade, na medida em que esta abrange apenas questões intelectuais e aquele compreende, além da inteligência, também os sentimentos (ou, em termos contemporâneos, a subjetividade em sentido amplo) e as ações práticas. A partir da consideração do ser humano com um ser histórico e conjugando a existência individual e a coletiva do ser humano, busca-se a convergência por meio da simpatia (aspecto afetivo), da síntese (aspecto intelectual) e da sinergia (aspecto prático). Mais do que isso: Comte em diversos momentos criticou seriamente o sistema acadêmico de sua época, taxando-o de frio, mesquinho e estéril. Do ponto de vista intelectual, eram várias as críticas: a excessiva especialização dos acadêmicos impedia a visão de conjunto sobre a realidade e permitia que os cientistas isolassem-se uns dos outros e da sociedade como um todo em "torres de marfim"; além disso, insistiam em pesquisas metafísicas, investigando ou objetos literalmente inacessíveis ao ser humano, ou aplicavam categorias metafísicas ou teológicas. Do ponto de vista afetivo, a forma como os cientistas desenvolviam suas pesquisas estimulava a aridez intelectual e afetiva; por fim, o resultado prático desses defeitos era a incapacidade prática dos cientistas e, de modo mais amplo, da ciência que eles praticavam. Comte não se limitava a fazer essas críticas genéricas, mas aprofundava-as, indicando os mentores intelectuais desse modo de proceder (em particular, o físico François Arago). Em virtude dessas críticas, Comte foi rejeitado em vida pelo sistama universitário francês, ao ponto de, a certa altura, depender das contribuições de discípulos e simpatizantes para sobreviver (em particular, John Stuart Mill e Émile Littré). A referência biográfica é necessária para indicar que o espírito positivo não é apenas uma categoria analítica, mas consiste também em uma postura frente à prática científica - postura "crítica", dir-se-ia atualmente. Ver também ■ ■ ■ ■ Positivismo Religião da Humanidade Lei dos Três Estados Auguste Comte http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_positivo 20/05/2011 Espírito positivo – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 2 de 2 Ligações externas ■ Auguste Comte et le Positivisme (http://membres.lycos.fr/clotilde/) ■ Discurso preliminar sobre o conjunto do Positivismo (em inglês) (http://www.marxists.org/reference/archive/comte/1856/general-view.htm) Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_positivo" Categoria: Positivismo ■ Esta página foi modificada pela última vez às 21h32min de 16 de julho de 2010. ■ Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes. http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_positivo 20/05/2011 Lei dos três estados – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 1 de 3 Lei dos três estados Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de Lei dos Três Estados) Lei dos três estados é o conceito fundamental da obra filosófica, científica e política do autor francês Auguste Comte (1798-1857), o fundador do positivismo. Essa idéia é "fundamental" porque, literalmente, lança os fundamentos das elaborações de Comte e permite que se relacionem de maneira harmônica vários âmbitos da existência do ser humano, desde as belas-artes até a política, passando pelas ciências e pela economia. Ela é uma concepção ao mesmo tempo epistemológica, histórica e filosófica (em sentido amplo), tendo permitido a Comte criar a Sociologia, a História das Ciências e também a Psicologia Positiva (por ele chamada de "Moral"). Sugerida ao longo do século XVIII por pensadores como Turgot e Condorcet, a Lei dos Três Estados foi apresentada por A. Comte em 1822 no opúsculo Plano dos trabalhos científicos necessários para reorganizar a sociedade. Embora as idéias subjacentes à "lei dos três estados" tenham permanecido constantes ao longo da carreira comtiana, o fato é que o seu enunciado teve algumas variações menores entre 1822 e 1852 (ano em que A. Comte escreveu o Catecismo positivista e apresentou o enunciado final da lei). Índice ■ ■ ■ ■ ■ 1 O enunciado da Lei dos Três Estados 2 Explicando as leis 3 Não há apenas uma Lei dos Três Estados 4 Ver também 5 Ligações externas O enunciado da Lei dos Três Estados Eis o enunciado presente no Catecismo positivista (conforme aparece na quarta edição brasileira da Igreja Positivista do Brasil, de 1934, página 479): "Cada entendimento oferece a sucessão dos três estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas concepções quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes". De maneira complementar à Lei dos Três Estados, há a Lei do Classamento das Ciências. De acordo com essa lei complementar, as ciências são as seguintes: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia, Moral (ou Psicologia Positiva). Explicando as leis http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Tr%C3%AAs_Estados 20/05/2011 Lei dos três estados – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 2 de 3 Conjugando as duas leis - a dos Três Estados e a da Classificação das Ciências -, o resultado é o seguinte. Toda concepção humana - para o que interessa aqui: toda concepção abstrata - passa por três fases sucessivas: teológica, metafísica e positiva; a fase teológica, por sua vez, subdivide-se em fetichista, politeísta (ou politeica) e monoteísta (ou monoteica). Essas fases correspondem a formas de explicar os fenômenos tratados em cada concepção. Na fase teológica, os fenômenos são explicados a partir de vontades supra-humanas e sobrenaturais, que manipulam à vontade a realidade. Na fase metafísica, os fenômenos são explicados com recurso a abstrações teóricas que assumem vontades personificadas. Na fase positiva, por fim, os fenômenos são explicados por meio de leis naturais, que estabelecem relações de sucessão e semelhança. Além disso, a teologia e a metafísica são absolutas em termos filosóficos e buscam as causas primeiras e finais ("de onde viemos?", "para onde vamos?" etc.), ao passo que a positividade é relativista e humanista, deixando de lado os "porquês" absolutos. É importante notar que a "positividade" não é a mesma coisa que a simples "ciência" ou o "cientificismo". A positividade considera a totalidade da natureza humana (que é tripla: sentimentos, inteligência e atividade) e procura aplicar em sua integralidade o espírito positivo. A velocidade com que as concepções humanas passam por essas fases de acordo com dois critérios: generalidade descrescente e complexidade crescente. Em outras palavras, quanto mais geral for o fenômeno em questão, mais rapidamente ele tornar-se-á positivo; quanto mais complexo (ou seja, quanto maior a quantidade de variáveis intervenientes), mais demorada será essa passagem. A Lei da Classificação das Ciências corresponde, portanto, à sucessão histórica e teórica dos tipos de fenômenos que passaram pelas três fases (teológica, metafísica e positiva). Esses tipos de fenômenos são agrupados nas sete ciências fundamentais, necessariamente de caráter abstrato, indicadas acima: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral (ou Psicologia Positiva). Não há apenas uma Lei dos Três Estados Diferentemente do que se afirma correntemente, não há apenas uma única Lei dos Três Estados; na verdade, elas são três. Por que essa quantidade? Porque, para Comte, o ser humano tem uma natureza tripla: ele é constituído por 1) sentimentos e instintos; 2) por idéias e crenças e 3) por ações práticas. A "Leis dos Três Estados" mais conhecida - e que, com justiça, como dito acima, é considerada a fundamental - é a relativa às idéias. As outras duas são as seguintes (Catecismo positivista, 4ª ed., Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, p. 479): ■ atividade prática: "A atividade é primeiro conquistadora, em seguida defensiva e enfim industrial" ■ sentimentos e instintos: "A sociabilidade é primeiro doméstica, em seguida cívica e enfim universal, segundo a natureza peculiar a cada um dos três instintos simpáticos [veneração, apego e bondade]". Elas querem dizer o seguinte. http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Tr%C3%AAs_Estados 20/05/2011 Lei dos três estados – Wikipédia, a enciclopédia livre Página 3 de 3 Na lei da atividade prática, o ser humano começa sua história fazendo a guerra expansionista, isto é, para conquistar territórios; em seguida, ele faz guerra defensiva, ou seja, faz guerras para defender-se de ataques externos; por fim, a sua atividade principal deixa de ser guerreira e torna-se pacífica, destinada à satisfação das várias necessidades humanas (materiais, intelectuais, afetivas). Na lei dos sentimentos e dos instintos, o ser humano começa sua história preocupando-se com suas vinculações familiares (clãs, tribos), em que a base da associação é o respeito aos mais velhos (ou aos mais fortes). Em seguida, as associações humanas ampliam-se e sua base passa a ser cívica, nas cidades ou nas nações; por fim, o ser humano vincula-se a toda a humanidade, por meio da mais pura bondade (isto é, a preocupação com os outros, com os mais fracos ou com quem vem depois de nós). A realização dessas três leis dos Três Estados constituirá, na visão de Comte, a realização do seu Positivismo, isto é, da Religião da Humanidade. Ver também ■ ■ ■ ■ Positivismo Auguste Comte Espírito positivo Religião da Humanidade Ligações externas ■ Discurso sobre o espírito positivo (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/comte.html) ■ Igreja Positivista do Brasil (http://www.igrejapositivistabrasil.org.br) ■ A igreja positivista da Rua Benjamin Constant (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010459701995000300006&script=sci_arttext) ■ Revista Dogma (http://dogma.free.fr/) Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_tr%C3%AAs_estados" Categorias: Positivismo | Sociologia | Filosofia social ■ Esta página foi modificada pela última vez à(s) 01h38min de 18 de abril de 2011. ■ Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes. http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Tr%C3%AAs_Estados 20/05/2011